Portfolio de: Questão para reflexão: em sítios, não é incomum nos fogões a lenha ter-se uma tubulação que aquece água, a qual é conduzida para os chuveiros e torneiras sem o uso de bombas. Explique o por quê. (figura extraída de Ciência Ilustrada da Abril Cultural, v. 3, p. 779, 1973, material cedido por Julio César Justo, aluno da turma 5C de FTII de 2003) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/Profa. Dra. Míriam Tvrzská de Gouvêa/2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/Profa. Dra. Esleide Lopes Casella/2004-2S 74 Portfolio de: fator de incrustação Problema: Em uma refinaria existem inúmeros trocadores de calor do tipo casco e tubo (como o mostrado na figura a seguir) em que um dos fluidos que sofre troca térmica é um óleo. O que você acha que ocorre com o coeficiente de transferência de calor ao longo do tempo? Justifique. "Ao longo da operação normal de trocadores de calor, com freqüência as superfícies estão sujeitas à deposição de impurezas dos fluidos, à formação de ferrugem, ou a outras reações entre o fluido e o material que compõe a parede. A conseqüente formação de uma película ou de incrustações sobre a superfície pode aumentar significativamente a resistência à transferência de calor entre os fluidos. Esse efeito é levado em conta através da introdução de uma resistência térmica adicional, conhecida por fator de incrustação. Seu valor depende da temperatura de operação, da velocidade do fluido e do tempo de serviço do trocador de calor". (Incropera & De Witt, p. 320-4a edição/4555a edição). Tabela: Fatores de incrustação representativos Fluido R" (m2K/W) água do mar e água de alimentação de caldeira tratada 0.0001 o (abaixo de 50 C) 0.0002 água do mar e água de alimentação de caldeira tratada o (acima de 50 C) 0.0002-0.001 água de rio (acima de 50oC) óleo combustível 0.0009 líquidos refrigerantes 0.0002 vapor d'água (isento de óleo) 0.0001 Observação: observe a unidade das resistências acima! Ou seja, não se está incluindo a área, i.e., a resistência de incrustação é obtida dos valores tabelados como R = Rt",c A . Os valores são tabelados desta forma pois devem independer do aparato experimental em que foram obtidos. Muitas aplicações de troca térmica correspondem à transferência de calor entre dois fluidos através de uma parede sólida. É o caso de trocadores de calor, torres de UPM/EE/DEM/FT-II-5C/Profa. Dra. Míriam Tvrzská de Gouvêa/2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/Profa. Dra. Esleide Lopes Casella/2004-2S 75 Portfolio de: resfriamento ou reatores químicos. A modelagem da taxa de transferência de calor é feita pela caracterização do coeficiente global de troca térmica (incluindo as resistências de convecção, condução e de incrustação em série). A tabela a seguir apresenta valores típicos para o coeficiente global de troca térmica. Tabela: Valores Representativos do coeficiente global de transferência de calor através de parede em contato com fluidos distintos (p. 455 da 5a edição de Incropera & De Witt) combinação de fluidos água – água água – óleo condensador de vapor d'água (água no interior dos tubos) Condensador de amônia (água no interior dos tubos) Condensador de álcool (água no interior dos tubos) trocador de calor com tubos aletados (água no interior dos tubos, ar em escoamento cruzado) U (W/m2K) 850-1700 110-350 1000-6000 800-1400 250-700 25-50 Leitura recomendada: Incropera & De Witt: Brodkey& Hershey: Kreith: Braga: p. 61-64, p. 70-72, p. 74-76 (5ª edição) p.42-44, p. 49-50, p. 52-54 (4° edição) p.491-506 p. 20 a 29, p. 31 a 34 p.103-105 (cilindros coaxiais, coeficiente global) Exemplos recomendados para leitura: Incropera & De Witt: Brodkey& Hershey: Kreith: Braga: exemplo 3.5 p. 74 (5ª edição); p. 52 (4ª edição) exemplos 11.1 p. 497; 11.2 p. 501; 11.3 p. 502 exemplos 1.3 p. 17; 1.5 p. 22; 1.8 p. 28; 1.10 p. 33 exemplo 1.13 (variação de T no fio de cobre) p. 43 exercícios resolvidos n°1 (p.89); n°2 (p.90); n°3 (p.93); n°4 projeto de um aquecedor elétrico (p.94). exercícios resolvidos n°1 (p.107); n°2 (p.108). Exercícios resolvidos: 3.3 (Incropera– 5°edição) O vidro traseiro de um automóvel é desembaçado pela fixação de um elemento de aquecimento em forma de uma película transparente à sua superfície interna. Para uma janela de vidro de 4 mm de espessura, determine a potência necessária, por unidade de área da janela, para manter a temperatura da superfície interna a 15°C, quando a temperatura do ar no interior do automóvel é igual a 25°C e o coeficiente de película é de 10 W/m2.K, enquanto a temperatura do ar no exterior do automóvel é igual a -10°C e o coeficiente de película é de 65 W/m2.K hipóteses: regime permanente; transferência de calor unidimensional; fluxo de calor uniforme fornecido pelo aquecedor de película (q”); desprezar resistência térmica de contato da película. UPM/EE/DEM/FT-II-5C/Profa. Dra. Míriam Tvrzská de Gouvêa/2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/Profa. Dra. Esleide Lopes Casella/2004-2S 76 Portfolio de: do apêndice A (Incropera): vidro → condutividade térmica k=1,4 W/m.K (a T=300K) circuito térmico: representado acima dU balanço de energia: = ∑ q + Eg dt na superfície interna do vidro: q "conv,int + E g = q "cond mas Eg =q” na superfície externa do vidro: q " cond = q " conv,ext assim: q " conv,int + q" = q " cond q" = → q" = q cond − q conv,int Tsup,i − T∞ ,0 T∞,i − Tsup,i → − L 1 1 + k vidro h 0 hi q" = 15 − (−10) 25 − 15 − 0,004 1 1 + 1,4 65 10 q" = 1370 − 100 = 1270W / m 2 3.52 (Incropera– 5°edição) Vapor escoando em um tubo longo com paredes finas, de raio r1=50 mm, mantém a sua parede a uma temperatura uniforme de 500K. O tubo é coberto por uma manta de isolamento térmico composta por dois materiais diferentes A e B (condutividades térmicas kA=2W/m.K e kB=0,25W/m.K.), de 50 mm de espessura. A superfície externa está exposta ao ar, com temperatura a 25°Ce coeficiente de película é de 25 W/m2.K. a) esboce o circuito térmico para o sistema. Identifique todos os nós e as resistências térmicas. b) Qual é a perda de calor total do tubo? Quais são as temperaturas nas superfícies externa Ts,2(A) e Ts,2(B)? UPM/EE/DEM/FT-II-5C/Profa. Dra. Míriam Tvrzská de Gouvêa/2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/Profa. Dra. Esleide Lopes Casella/2004-2S 77 Portfolio de: hipóteses: regime permanente; transferência de calor unidimensional – condução radial; desprezar resistência térmica de contato; temperatura uniforme na parede interna. circuito térmico: obs: como há dois materiais envolvendo a parede cilíndrica, a área de troca térmica é reduzida pela metade. Com isso, cada resistência será dobrada (checar!). q" = Ts,1 − T∞ ln(r2 r1 ) πk A + + 1 h (πr2 L) Ts,1 − T∞ ln(r2 r1 ) πk B + 1 h (πr2 L) 500 − 300 500 − 300 + 100 ln( 50) 1 1 50) + + π.2 25(π0,1) π.0,25 25(π0,1) 500 − 300 500 − 300 = 842 + 198 = 1040 W / m 2 q" = + 0,1103 + 0,1273 0,8825 + 0,1273 q" = ln(100 e as temperaturas: q" = Ts,1 − Ts, 2 A ln(r2 r1 ) = 842 → 500 − Ts, 2 A 0,1103 = 842 → Ts,2A=407K πk A q" = Ts,1 − Ts, 2 B ln( r2 r1 ) = 198 → 500 − Ts, 2B 0,8825 = 198 → Ts,2B=325K πk B (verificar a relação entre os valores das taxas de calor de A e B e as condutividades térmicas dos materiais A e B. Idem para as temperaturas!) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/Profa. Dra. Míriam Tvrzská de Gouvêa/2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/Profa. Dra. Esleide Lopes Casella/2004-2S 78 Portfolio de: Exercícios básicos recomendados: (da lista de exercícios) Parede plana: 3.4; 3.7; 3.15 Parede cilíndrica: 3.41; 3.46 Parede esférica: 3.57; 3.64 Exercício 3.62 (idéia: checar se a temperatura interna da esfera de chumbo ultrapassará a temperatura de fusão do chumbo, Tfusão=601K. (resp: Tinterna= 405K)) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/Profa. Dra. Míriam Tvrzská de Gouvêa/2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/Profa. Dra. Esleide Lopes Casella/2004-2S 79