JORNAL DA associação médica Agosto/Setembro 2013 • Página 9 ESPECIALIDADE Evento multidisciplinar promove caminhada Alexandre Guzanshe Dia 17 de agosto, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) sediou mais uma Reunião Multidisciplinar. Desta vez, o tema foi ‘Transplantando Vidas em Minas Gerais’. Mais de 300 pessoas compareceram ao evento. A diretora científica da AMMG, Luciana Costa, valorizou a integração das sociedades de especialidades como indis- Primeira caminhada de transplantados da AMMG marcou pensável para o sucesso reunião multidisciplinar sobre o tema da iniciativa. Participaram do encontro médicos dos 70% das famílias doa os órgãos de parentes departamentos de endocrinologia e meta- que se encontram em morte encefálica. No bologia, cardiologia, cirurgia geral, nefro- entanto, a organização necessária para a logia, neurologia, oftalmologia, pneumo- identificação e captação dos órgãos ainda logia e cirurgia torácica, terapia intensiva, está em desenvolvimento e é o principal acadêmicos e profissionais de saúde. Já os obstáculo à disponibilização de um maior transplantados, pacientes que aguardam número deles em Minas Gerais”, esclareceu. pelo procedimento e familiares promove- O especialista destacou, ainda, que os transram uma caminhada, da Praça da Liberda- plantes são indicados quando não existe de à AMMG, para sensibilizar a população outra boa alternativa de tratamento, desobre a importância da doação de órgãos. vendo o médico esclarecer todos os fatores Posteriormente, eles receberam orienta- e riscos para seus pacientes. Minas Gerais se encontra em 11º lugar ções, aferiram pressão, cálculo do Índice (11,5 doadores por milhão de habitantes/ano), de Massa Corporal (IMC) e glicemia. A coordenação da reunião ficou a car- conforme os dados, de 2012, do Registro go do cirurgião geral, Agnaldo Soares Lima. Brasileiro de Transplantes (RBT), da AssoForam abordados os transplantes de cór- ciação Brasileira de Transplantes de Órgãos nea, rim, fígado, pâncreas, coração e pul- (ABTO). Já os dados do MG Transplantes mão, além de morte encefálica e cuidado apontam para uma fila de espera atual com intensivo com os potenciais doadores. Se- 2790 pacientes, sendo que 2541 aguardam gundo Lima, é necessária a divulgação de por um transplante de rim. O próximo encontro acontece em noconceitos corretos sobre o transplante, bem como uma melhor orientação dos profis- vembro, com o tema ‘Trauma e Catástrofe’. sionais e pacientes. Para ele, a principal di- A participação confere aos médicos ponficuldade para a concretização da doação tuação na Comissão Nacional de Acredide órgãos está na notificação. “Cerca de tação (CNA). Informações: (31) 3247 1619. Nova diretoria Alexandre Guzanshe Tomou posse no dia dez de agosto, para o biênio 2013/2015, a diretoria da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica. Ocupam os cargos, da esquerda para a direita, David Vogel Koza, vice-presidente; Munira Martins de Oliveira, secretária geral; Flávio Mendonça Andrade da Silva, presidente; Guilherme Freire Garcia, diretor de assuntos científicos; Virgínia Pacheco Guimarães, diretora de divulgação e defesa profissional; Marcelo de Alencar Resende, secretário adjunto, e Rodrigo Luís Barbosa Lima, diretor financeiro. ica Atualização científ O Jornal da AMMG publica sugestões de artigos médicos avaliados pelo Conselho Científico da entidade. Nesta edição, o endocopista Luiz Cláudio Miranda da Rocha, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva - Estadual Minas Gerais, comenta artigo sobre a diretriz que fornece recomendações, baseadas em evidências, para a indicação e realização de procedimentos endoscópicos em idosos. Modifications in endoscopic practice for the elderly Guideline from American Society for Gastrointestinal Endoscopy Standarts of Practice. Gastrointestinal Endoscopy, 2013 Jul;78(1):1-7. Essa diretriz fornece recomendações, baseadas em evidências, para a indicação e realização de procedimentos endoscópicos em idosos. • A manutenção, interrupção ou substituição dos medicamentos anticoagulantes e antiplaquetários, antes do procedimento endoscópico, deve ser mais individualizada, considerando o cenário clínico, do que orientada de forma restrita por diretrizes; • Na sedação a opção é por usar menos medicamentos e com dosagem inicial e cumulativa baixas. O uso clássico de narcótico e midazolan pode ser substituído pelo uso isolado do propofol. Esse é seguro se administrado por anestesiologista sob monitorização contínua; • A endoscopia digestiva alta diagnóstica mostra achados significativos, que afetam a decisão terapêutica e o prognóstico, em 49,5% dos pacientes. Os fatores associados com achados significativos são: sexo masculino, perda de peso, sintomas de refluxo e sangramento; • A indicação da gastrostomia endoscópica (GE) no idoso com demência permanece controverso. Idade acima de 80 anos é um preditor significativo de mortalidade pós GE. Pode atingir até 24% dos pacientes em 30 dias e é atribuída mais a comorbidades subdiagnosticadas do que ao procedimento em si; • Embora a colonoscopia no idoso seja segura, a idade é um fator de risco para eventos adversos. A maior indicação nessa faixa etária continua sendo o rastreamento e o acompanhamento do câncer coloretal. Há dados consistentes contra a colonoscopia de rastreamento de rotina após 76 anos e contra qualquer rastreamento após 85 anos, considerando a diminuição do benefício e o aumento do risco; • Doenças bilio-pancreáticas, incluindo litíase e lesões malignas, são relativamente comuns nos idosos. A papilotomia endoscópica para retirada de cálculos ou colocação de próteses é segura e tem o mesmo índice de sucesso e de complicação da população jovem. É alternativa com menos morbidade e mortalidade que a intervenção cirúrgica; • Procedimentos menos comuns também podem ser realizados com segurança e potenciais benefícios, como a punção de lesões pancreáticas guiadas por ultra-som endoscópico e a enteroscopia e a cápsula endoscópica para investigação do intestino médio. 4 O trabalho mencionado acima pode ser encontrado na Biblioteca Virtual CDC-AMMG. Acesse www.cdc.inf.br ou informe-se pelo telefone (31) 3247 1633.