Ano IV número 16 Julho/Agosto 2015 Doação de órgãos: ato de amor e generosidade HUGO destaca-se como principal hospital captador de órgãos em Goiás. Desde que a unidade começou este trabalho, em maio de 2014, 182 órgãos já foram captados de 38 doadores “ Segundo balanço divulgado pelo Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), em 2014, no Brasil, 7.908 pessoas foram transplantados. Entretanto, outras 31,2 mil continuam na fila de espera. Muitos deles passam meses ligados a respiradores, outros tantos necessitam de insulina, além dos que enfrentam as sessões de hemodiálise. Diante deste cenário, é importante ressaltar a nobreza daqueles que, em meio à dolorosa separação e perda do ente querido, encontram forças para pensar no próximo e permitir a doação. Este é o caso de do operador de trator de Morrinhos N.T.A., 31, pai do garoto J.C.F.A., que teve morte cerebral, aos 13 anos, depois de um acidente automobilístico. “Meu filho era jovem, sadio, cheio de vida. Por que não ajudar outra pessoa que precisa?”, relata. Além de uma corrente do bem, a doação de órgãos proporciona também um elo de orações. De um lado, o pai doador reza para que a pessoa que recebeu os órgãos de seu filho esteja bem. Do outro, o transplantado também torce pelos familiares que autorizam as doações. “Rezo sempre para a família do doa- foto: Jovana Colombo É extraordinário, extraordinário!”. Tomado pela euforia, o empresário Paulo César de Gouvea, 65, descreve a sensação vivida há cinco anos. Após descobrir uma patologia no fígado, viu seu quadro clínico se agravar. Medicamentos já não faziam efeito. E ouviu de sua médica algo que o desmotivou. “Nossa última tentativa é o transplante. Vou te cadastrar na fila de espera”. Foram nove meses aguardando, debilitado e sem conseguir se levantar da cama. Depois de dez horas de cirurgia, acordou com o fígado de um desconhecido e a esperança de voltar a viver. dor. Não tenho como descrever a gratidão que sinto por eles”, relata o transplantado Gouvea. No Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), desde maio de 2014 – quando a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) foi implantada –, 38 famílias concordaram com a doação e proporcionaram a captação de 182 órgãos. “Enxergar na doação de órgãos a continuação da vida talvez seja um dos maiores atos de altruísmo do ser humano”, reconhece o coordenador médico da Comissão, Durval Pedroso. Com o propósito de humanizar esse processo tão doloroso, Guilherme Ono, enfermeiro que integra Comissão do HUGO, esclarece as etapas do protocolo de morte cerebral aos familiares. “Esse é um trabalho gradual. Primeiro explicamos, depois mencionamos a doação. Acolhemos as famílias e demonstramos a importância de salvar vidas”. No primeiro trimestre de 2015, Goiás registrou dez doadores, sendo que nove deles foram notificados no HUGO. O gerente da Central de Transplantes, Luciano Leão, informa que a unidade é o principal hospital do Estado na captação de órgãos. “Desde que a unidade assumiu esse papel de hospital doador, nós vivemos outra realidade em Goiás”, afirma. “Nossa função é salvar vidas. Em todos os aspectos. Nós temos de lutar para preservar nossos pacientes. Se não for possível, tentamos captar os órgãos e ajudar outras pessoas”, esclarece Ciro Ricardo Pires de Castro, diretor Geral do HUGO. Artigo: Adriano Bortolini Você conhece o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH) do HUGO? Sabe para que serve? De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as ações de vigilância epidemiológica tem por objetivo detectar, de modo oportuno, as doenças transmissíveis e os agravos de importância nacional ou internacional, e são desenvolvidas em estabelecimentos de saúde hospitalares, que atuam como unidades sentinelas para a Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Reveh). O HUGO é o principal notificador do Estado para acidentes de trabalho graves e violências. Mensalmente são, em média, 220 notificações de acidentes de trabalho e 100 casos de violência dos mais variados tipos. Além desses agravos de importância nacional, existem os agravos transmissíveis, como hepatites, meningites, Aids, tuberculose, dentre outros. Para uma média mensal de 350 notificações, são realizadas também cerca de 2,3 mil abordagens diretas e 5,5 mil revisões de prontuários e fichas. Estas ações permitem a identificação oportuna, a notificação imediata, a investigação inicial ou complementar e o registro ou a atualização de informações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do MS, e em outros sistemas oficiais. No HUGO, que é um hospital sentinela da Reveh, o NVEH conta com 12 colaboradores, sendo dois enfermeiros, nove técnicos em enfermagem e um auxiliar administrativo. As notificações são inseridas no Sinan, alimentando diretamente a base de dados nacional sobre agravos de notificação, que embasa a formulação de políticas públicas voltadas para a efetiva proteção do cidadão, em última instância, o mesmo usuário do SUS. Além disso, a notificação de um agravo determina muitas vezes a forma de condução do caso clínico. Também cabe ao NVEH a imunização de foto: Monique Arruda HUGO é o principal notificador de acidentes de trabalho graves e violência Adriano Bortolini enfermeiro especialista em Saúde Pública e Saúde da Família, chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HUGO usuários e servidores do Hospital, respectivamente com os imunobiológicos especiais para esplenectomizados e a vacina contra influenza. Em média são vacinados 1,6 mil servidores por ano contra a gripe. Além disso, o NVEH, em parceria com o comitê de óbitos, tem analisado todas as mortes que acontecem no ambiente hospitalar, investigando os óbitos maternos, infantis, de mulheres em idade fértil e dos suspeitos por dengue. De olho no HUGO foto: Jovana Colombo Capacitação contínua dos profissionais de Enfermagem Desde o início deste ano, o corpo de enfermagem do HUGO conta com uma ferramenta a mais para aprimorar conhecimentos: as aulas de educação continuada e permanente, ministradas pelas enfermeiras Juliana Marcílio e Catarina Capucho. Elas trabalham teoria e prática de temas específicos em cada setor do hospital. Nesse período, 840 capacitações já foram realizadas. A meta é levar esta formação a todos os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Os encontros são semanais e, de agosto a dezembro, serão realizados dez cursos teóricos e cinco cursos práticos. Referência em Neurologia O HUGO comemora mais uma conquista. O hospital foi credenciado pela Federação Latino-Americana de Neurocirurgia como Centro de Referência em Educação Continuada em Neurocirurgia, no quadriênio 2015-2018. Neste período, a unidade deve receber profissionais neurocirurgiões que atuam na América Latina para intercâmbio de conhecimento dentro do hospital, que fornecerá bolsa de estudos aos participantes. Atualmente, o HUGO conta com uma equipe formada por 21 neurocirurgiões, que realiza mais de 500 procedimentos em vítimas de politraumas graves. Novo HUGO Apoio Administrativo: atuando nos bastidores Departamento funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Profissionais acompanham o trabalho de outros setores do hospital e garantem o bom atendimento aos usuários do HUGO udo que é visível, invisível e que compõe o cotidiano de funcionamento do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) passa pelo Apoio Administrativo. Desde a limpeza, segurança, transporte, compras, gestão de material e patrimônio, guarda-volumes, condução de macas, recepção social, engenharia e manutenção predial, refeitório, central de hotelaria e até mesmo o necrotério. Todas essas atividades e departamentos são acompanhados e assistidos pela equipe do Apoio Administrativo. Desde que o Instituto Gerir assumiu a gestão do HUGO, em maio de 2012, o Apoio Administrativo passou por inúmeras mudanças, inclusive de enxugamento de pessoal e otimização do trabalho. Atualmente, o departamento conta com seis funcionários que trabalham em regime de escala 24 horas por dia, durante sete dias por semana. São quatro supervisores – Silvane Leandro, Guilherme Morais, Rogério Rodrigues e Luciano Carlos –; o responsável pela diretoria Operacional, Anselmo Luiz Pontes da Silva; e o coordenador Administrativo, Vinícius Cavalcante. “Planejar, administrar, organizar e prestar suporte aos departamentos com um único objetivo: garantir a rotina de trabalho de todos os setores, o que reflete na excelência do atendimento prestado aos pacientes. Esse é o nosso trabalho, um desafio constante”, explica o administrador de empresas Anselmo Luiz, que iniciou sua carreira no hospital como Controlador de Tráfego do Transporte e ascendeu ao cargo de diretor. Já Vinícius Cavalcante começou a trabalhar no HUGO em julho de 2013, como supervisor do Apoio. Atualmente, ocupa o cargo de coordenador Administrativo e comemora a importância do departamento. “Ter participado da reforma e ampliação do hospital é uma conquista enorme. Poder ajudar as pessoas e atestar que a saúde pública tem qualidade não tem preço”, afirma. foto: Monique Arruda T Para garantir a qualidade dos serviços prestados pelo Apoio Administrativo, todos os colaboradores da equipe passam por treinamento e capacitação durante um mês. Além disso, são pessoas que necessitam ter um perfil corporativo proativo, conhecimento da área hospitalar e, acima de tudo, boa vontade em auxiliar o próximo. Reconstruindo faces, reconstruindo vidas Trabalho da equipe de bucomaxilofacial do HUGO promove a reconstrução de faces de pessoas que tiveram o rosto desfigurado por doenças ou acidentes foto: Anapaula Lima do aparelho mastigatório. Os especialistas da área são aptos para realizar procedimentos cirúrgicos na face de pacientes em busca de estética ou vítimas de trauma. No HUGO, a equipe conta com 18 especialistas, além de cinco residentes da área, que se dedicam integralmente aos estudos práticos por três anos. No final de 2015, o curso forma seu primeiro cirurgião bucomaxilofacial, Daniel Marques Novaes. I magine uma modelo jovem, bonita e que vive de sua imagem para trabalhar. Um dia, durante um assalto, ela leva um tiro no rosto. Além de correr risco de morte, sabe que se sobreviver pode ter de conviver com a face deformada. Tal situação é verídica e ocorreu em fevereiro de 2014, em Goiânia, com Lorrane Melo, 28. Entretanto, o desfecho da história foi feliz. Apesar da bala ter feito um grande estrago, o rosto da modelo foi totalmente reconstruído. Após o incidente, Lorrane foi levada ao Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), onde recebeu tratamento que salvou sua vida e devolveu a ela a bela imagem. Esta e outras centenas de histórias de pessoas que, muitas vezes por motivo de acidente, tive- ram seus rostos completamente desfigurados fazem parte da rotina da equipe de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial do HUGO. O chefe da seção e coordenador da residência na área, o cirurgião Euclides Barbosa de Oliveira, destaca que o trabalho desses profissionais é recuperar a face e, consequentemente, a imagem de pacientes que chegam ao hospital deformados. “Mexer no rosto de alguém é algo que exige muito, pois você tem nas mãos o cartão de visita da pessoa. A responsabilidade é grande”, pontua. Atividade regulamentada pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), a bucomaxilofacial tem por objetivo diagnosticar e tratar doenças, lesões e anomalias congênitas ou adquiridas Com o objetivo de a cada dia mais qualificar profissionais da área, o HUGO realizou a Jornada da Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, em junho último, que contou com palestras de especialistas que atuam em serviços de emergência, patologia, articulação, cefaleia, estética e reconstruções ósseas, além de áreas médicas de interesse comum, como a neurologia. Cerca de 140 graduandos, pós-graduandos, cirurgiões, enfermeiros, fonoaudiólogos e médicos marcaram presença e elogiaram o nível científico do evento. “A Jornada é o reflexo da consolidação e importância do nosso serviço. Mas, mais do que isso, serviu para agregar conhecimentos de áreas fundamentais para os procedimentos cirúrgicos”, ressalta Barboza. Perfil – Dr. Marcos Spadoni Jovem neurocirurgião no comando Com expertise e formação diferenciada, médico coordena o Serviço de Neurocirurgia, que é referência de qualidade na América Latina e salva vítimas de AVC e traumatismo craniano concluída em 2002 na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Porto Alegre –, teve início na infância, por conta da admiração pelo pai, que é cirurgião do aparelho digestivo. Dos três irmãos, somente ele optou pela carreira médica. Em 2004, veio para Goiânia cursar residência médica em Neurocirurgia, concluída em 2007, na Clínica Santa Mônica. O caminho até à Faculdade de Medicina – De volta à Goiânia, em 2012, o jovem neurocirurgião foi convidado pelo colega de profissão e presidente do Instituto HUGO de Ensino e Pesquisa, Luiz Fernando Martins, para assumir a coordenação do Serviço de Neurocirurgia do hospital. “Transformamos a realidade do departamento, que atualmente é referência na América Latina na formação continuada de neurocirurgiões”, destaca. foto: Monique Arruda M Com o objetivo de aperfeiçoar-se na área de diagnósticos médicos, Spadoni fez pós-graduação em Fellow Neurorradiologia, que permite a realização de exames precisos de cateterismos cerebrais. Em meio aos livros e muitos estudos, em 2005, conheceu sua cara-metade, por meio de um amigo. “Casamos em 2008 e, em 2010, nos mudamos para Buenos Aires. Lá concluí em um ano minha segunda especialização, em Neurocirurgia Endovascular”, relata. édico dedicado, pai exemplar, cozinheiro de mão cheia e torcedor do Grêmio. Esses predicados caracterizam o gaúcho de Santo Ângelo (RS) Marcos Spadoni, neurocirurgião, 37 anos, que escolheu Goiânia para cursar residência médica e constituir família. Apesar da pouca idade, desde 2012, ocupa o cargo de coordenador do Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), onde ingressou, em 2004, como plantonista do Pronto-Socorro. “Com 21 profissionais altamente capacitados, atuamos de forma coesa, visando a melhoria do atendimento prestado ao paciente, pois o HUGO é um dos maiores centros de urgência neurocirúrgica do País. Para se ter uma ideia, em 2012, fazíamos 390 cirurgias. Em 2014, esse número pulou para 490, um aumento de 30%. A população que sofre um acidente vascular cerebral ou traumatismo craniano encontra um diferencial: dois plantonistas e neurocirurgiões durante 24 horas”, comemora. Lembranças dos Pampas Nos momentos de descanso e lazer, o hobby do médico é reunir os amigos em torno de uma boa mesa, gosto que herdou de seu bisavô paterno, um italiano radicado no Rio Grande do Sul. “Amo cozinhar e receber as pessoas em casa”. Outro grande prazer é acompanhar a infância das filhas, Betina e Helena. “Faço questão de levá-las à escola sempre”, conta com orgulho o pai coruja. Os pampas também serviram de inspiração para a prática de esportes. “Comecei a fazer hipismo aos cinco anos de idade e continuei até iniciar o curso de Medicina. Ganhei campeonatos estaduais, Sul-Americano e fui campeão brasileiro por duas vezes”. Doutor Spadoni, um homem de muitos talentos. EXPEDIENTE HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA Diretor Geral: Ciro Ricardo Pires de Castro Diretor Técnico: Ricardo Furtado Mendonça Diretor Clínico: José Joaquim Gomide Neto INSTITUTO GERIR Presidente: Eduardo Reche de Souza Superintendente Técnico: José Mário Meira Teles Superintendente Executivo: Adilson Usier Leite Superintendente de Planejamento e Relação Institucional: David Correia CORPO TÉCNICO Ciro Ricardo Pires de Castro, Luiz Fernando Martins, Nicola Paolo Bertolini e Ricardo Furtado Mendonça Produção: Duo Comunicação Jornalista responsável: Fabrícia Hamu (MTb 1148/GO) Coordenação: Eliane Santolin Reportagens: Jovana Colombo e Monique Arruda Contato: 62 3201-4339 e 3201-4377 Projeto Gráfico: Brandcompany QUEREMOS SABER SUA OPINIÃO: Envie elogios, críticas, dúvidas ou sugestões para: [email protected]