A realização de uma oficina ambiental no Colégio Militar do Recife Ronaldo Tavares da Silva Colégio Militar do Recife Objetivos pretendidos com a Oficina Ambiental A oficina ambiental tem como objetivo geral propiciar uma conscientização, ou seja, criar uma consciência crítica nos alunos do 6º ano em relação aos aspectos ambientais. Nos tempos atuais, tem-se percebido na mídia televisiva e nas mídias de todo tipo, uma grande ascensão do tema meio ambiente tais como a questão das mudanças climáticas e a destruição da cobertura vegetal da Amazônia. Esses temas gerais são apresentados pelas mídias, de certa forma, como alienantes, pois acabam deixando o aluno distante de sua realidade e de seu cotidiano. O estudante não consegue perceber uma relação com a sua vida, com o seu espaço vivido. Sendo assim, o objetivo do projeto “Oficina Ambiental o Colégio Militar do Recife” foi trazer o aluno pra dentro de uma consciência crítica ambiental do seu próprio meio, o local onde ele vive e do ambiente que ele circula: da casa dele, do bairro e da escola. Desta forma, do local parte pro geral, como define o lema da ONU para a Educação Ambiental: Pensar Local e agir Global, pensar Global e agir Local. Público alvo Esse Projeto da Oficina Ambiental está dentro do Projeto do Turno Integral e, de acordo com a determinação da Diretoria de Ensino Preparatória e Assistencial do Exército, DEPA, este, começou com o sexto ano do Ensino fundamental e, paulatinamente, será aplicado aos demais anos. No ano de 2016, no 7º e assim sucessivamente. Dessa forma, a Oficina Ambiental foi pensada inicialmente, e colocada em prática, para os alunos do 6º ano. A matrícula nessa disciplina, no contra turno, concorria com outras disciplinas como Iniciação às Artes e Educação Musical, sendo assim, foi uma seleção opcional, e o resultado foi que, em um total de 90 alunos, 15 escolheram fazer a oficina Ambiental. O público alvo foi composto de alunos do 6º ano, na faixa de 12 anos de idade, iniciando o estudo no Colégio Militar, sendo muitos oriundos de colégios particulares ou de outras escolas púbicas. Esses alunos encontram-se, ainda, incorporando as regras, as práticas e o cotidiano do Colégio Militar. Sendo assim, a Oficina Ambiental foi pensada dentro do contexto de adaptação dos alunos ao Sistema e as diretrizes do ensino do Colégio Militar. Dificuldades encontradas Colocar em prática um projeto de Educação Ambiental, soa estranho fazer uma reflexão nesse sentido justo em um momento de divulgação tão alarmante das conseqüências da ação do homem sobre o meio natural, é extremamente difícil em qualquer sistema de ensino. Ela impõe algumas resistências, muito devido a desconhecimento do assunto. Listando as resistências tem-se resistência dos pais, resistência da direção e resistência dos próprios colegas. Isso ocorre em muito por conta de ideias erradas a respeito do que seja educação ambiental. Educação Ambiental não é aula de Geografia. O pesquisador é professor de geografia, mas a Educação Ambiental, não se trata de ensinar essa disciplina. Pensa-se, também, que a professora de Biologia é a mais capacitada a empreender uma oficina de educação ambiental. A premissa é que educação ambiental é aula de Biologia, outro erro que se pode atribuir ao senso comum. Educação ambiental não é aula de Biologia. A aula de Educação Ambiental pode e deve incluir alguns conceitos comuns a Geografia e a Biologia, mas é completamente diferente de ministrar tais disciplinas. A disciplina de Biologia é uma, a disciplina de Geografia é outra, a disciplina de Filosofia e Ética é outra, Educação Ambiental junta tudo e parte da realidade, do meio ambiente, do meio que circunda a pessoa, o meio em que a pessoa vive. Outro ponto importante, é que a experiência relatada na pesquisa ocorre em um Sistema de Ensino Militar, nesse sistema existem dois tipos de alunos: os alunos concursados e os alunos amparados, sendo este último, filhos de militares que tem direito a vaga no Colégio. Esse direito se dá a partir de regras estabelecidas na transferência do militar de uma Região Militar para outra. Tem-se ainda, outro aspecto fundamental relativo à superação de entraves que é o aspecto ideológico, este muito forte dentro do Exército. Construto de uma perspectiva ingênua e preconceituosa, comum nos meios militares, de que a defesa do meio ambiente, ecologia e educação ambiental, relaciona-se com a causa comunista. Seriam assuntos subversivos. Coisas para e de comunista. Ou ainda, na melhor das hipóteses, um entrave ao progresso econômico. Sendo assim, para empreender um projeto em que se fala abertamente em consciência crítica e preservação ambiental, dentro do Colégio Militar do Recife, é expor, também, suas idéias para um confronto ideológico. Por isso tem-se, primeiramente, quebrar “tabus” próprios do senso comum. A educação ambiental é necessária, ela é importante pra todos os discentes, não é um aspecto doutrinário ligado a partido, ligado à concepção política, ela é fundamental na educação de pessoas que pretende educar para tornar-los cidadãos críticos e capazes de influenciar na realidade em que vivem. Ela permite que o futuro cidadão tenha base conceitual para a formação de uma consciência crítica. O cidadão que pensa criticamente a respeito da preservação, proteção e transformação do ambiente é capaz de propor ações e agir diretamente em sua geografia. De um aluno do sexto ano para um cidadão capaz de inferir no ambiente em que vive e capaz de transformá-lo em um ambiente mais saudável, é uma tarefa longa e que deve ser perseguida ao longo de sua formação escolar. Outro obstáculo, não propriamente uma resistência, é a questão do tempo. Realizar um projeto de educação ambiental com, somente, quarenta e cinco minutos, uma vez por semana, cria um condicionante que deve ser trabalhado e resolvido através do planejamento. Este tempo é extremamente exíguo, um tempo bastante reduzido para tanto conteúdo importante. Conseguir construir em um semestre, concluir o projeto, concluir os objetivos, com 45 minutos por semana é um desafio que deve ser pensado pelo docente que pretende colocar em prática uma oficina ambiental, dentro de um espaço escolar público ou privado. Dessa forma, a disciplina educação ambiental é uma disciplina rica que deve permear diversas disciplinas. Ela não é aula de ecologia, mas envolve aspectos ecológicos. Não é aula de economia, mas envolve aspectos do consumo consciente. Não é aula de meio ambiente, propriamente dita, mas envolve todos os aspectos do ambiente em que o aluno esta inserido e o meio natural distante. Não é aula de filosofia, mas envolve os aspectos de ética e moral. Metodologias e meios auxiliares utilizados no projeto A primeira etapa do projeto constituiu-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica. Foi-se, assim, buscadas as referências bibliográficas para começar a pensar de que maneira poderia ser aplicado o processo para os alunos e qual a melhor forma de construir um “produto” final, ou seja, qual o produto que o projeto teria que apresentar no final. Como os estudantes são alunos do 6º ano e estão iniciando no sistema colégio militar, o produto proposto não poderia ser algo muito complexo, fora da capacidade abstrativa do discente. Sendo assim foi proposta a criação de um blog ou da construção de uma cartilha ambiental. A segunda opção foi à escolhida pelos alunos. Essa deveria ser construída totalmente por eles, somente orientada pelo professor, e deveria apresentar 10 aspectos ambientais dentro do colégio, que seriam possíveis propor melhorias. Então, ao longo do semestre, realizou-se caminhadas pelo colégio, tudo coordenado pelo pesquisador. Nessas caminhadas, os alunos buscavam olhar várias questões da estrutura física, questão ambientais, questões relativas à coleta e tratamento dado ao lixo. Questões relativas ao uso e as condições dos aparelhos de ar-condicionado, pátio, salas de aula, cantina, entre outros aspectos observados. Percorreu-se todo o colégio onde os discentes aprendiam a utilizar técnicas científicas de observação e registro. Carregavam seus blocos de anotações onde listavam aspectos positivos e negativos relacionados ao ambiente escolar e de apoio. Os alunos, em grupos, apresentaram suas anotações e explicaram os motivos que lhes chamaram a atenção e qual seriam as ações possíveis de reverterem, ou melhorarem, as condições apresentadas. Também foram realizadas diversas aulas e dinâmicas de grupo. Em uma aula, os alunos foram instigados com revistas que apresentavam matérias com textos sobre questões ambientais do meio ambiente urbano, rural e natural. As revistas foram colocadas sobre algumas mesas e os alunos, divididos em grupos, manuseavam a vontade. Eles deveriam escolher uma matéria que lhes chamassem a atenção. Em um segundo momento, eles apresentaram para os demais grupos. Nessa apresentação eles deveriam apontar o assunto tratado, explicar o motivo que lhes chamaram a atenção e se poderiam propor algumas ações capazes de reverter o que estava sendo apresentado. Nessa dinâmica, considerava-se atingidos os objetivos quando ocorresse debate entre os alunos e, estes, assumissem uma posição crítica diante da realidade e defendessem tal posição. Em outra atividade foi trabalhado questões de inter-relacionamento. Foi apresentada uma reportagem, em vídeo, sobre bulling e se questionou a existência desta prática entre eles ou com outros alunos. Além disso, foi trabalhada questões do relacionamento entre alunos e professores. As questões dos aspectos psicológicos relativos ao relacionamento no espaço vivido, círculos de amizades, como era a relação deles com estudantes de outras séries e o que se define como ambiente relacional, ou “psicosfera”. A aula sobre meio ambiente foi trabalhada da seguinte forma: as questões ambientais foram divididas em três partes: ética, consumo consciente e meio ambiente propriamente dito. Foram apresentados em ferramenta multimídia aspectos do conceito de ética. Isso gerou um grande debate onde os alunos mostraram seus conhecimentos prévios sobre o que consideravam como ética. Foi mesmo colocada essa pergunta e outras, dentro do debate. O que consideravam como ética? O que è um comportamento ético? O que é moral? O que é o comportamento moral? Tudo isso foi trabalhado com os alunos em sala de aula, foi apresentado conceitos e imagens. O pesquisador ficou impressionado com a disposição e o engajamento dos alunos em debater assuntos tão complexos. Eles mostraram conhecimentos com assuntos do dia a dia e que estão aparecendo na mídia, tais como aspectos éticos relativos à corrupção envolvendo determinados políticos e empresários. Em um segundo passo, foi direcionado o aspecto ético para os comportamentos diários dos próprios alunos. Sendo assim, foi explicitado que o mais importante é o meio ambiente em que se vive e em que se está inserido. É esse meio ambiente que o aluno consegue inferir de maneira direta sendo fundamental ser ético e que se cuide. Importante, também, a questão do meio ambiente ser um bem e um direito difuso. É fundamental o comportamento individual e um ambiente sadio e a posição crítica diante de uma ação, mesmo longe, que afete o meio ambiente. Foram colocadas algumas perguntas de desafio para o debate: de que adianta você querer salvar a floresta amazônica se você joga lixo quando passa na estrada no caminho para a praia de Boa Viagem? Você deve pensar no ambiente em que vive, ou só no meio ambiente que passa na tevê? Como é o seu quarto, sua casa, seus brinquedos, eles são arrumados por você? E suas roupas? E a escola? Como é sua atitude dentro da escola? Você risca a carteira em que senta para estudar? Quem risca a carteira gosta de estudar numa carteira toda rabiscada? Se você usa a carteira é você que deve preservar? Você pode intervir nessa preservação? Se você não quebra ou rabisca e a carteira aparece riscada e quebrada, quem será que faz isso? Nessa atividade foi realizada uma verdadeira “tempestade de idéias” ou “brainstorming” com alunos com o intuito de provocar uma tempestade de argumentos para conduzi-los a um desfecho argumentativo possível. Outro aspecto trabalhado foi relativo ao consumo. Foi apresentado o conceito de consumo consciente. Também, foi feito uma “ponte” entre os dois aspectos: ética e consumo. O que você compra é realmente necessário? Você precisa de um novo brinquedo? Vale a pena você pressionar os seus pais por um novo brinquedo? E depois, que você possui o objeto, ele continua importante? Quando você adquire uma coisa que você tanto queria, um videogame, um brinquedo, um celular, qual o seu sentimento depois que você consegue? Aquilo que você ganha dos seus pais, qual o sentimento que você tem? Será que aquilo era realmente, antes de você ter, uma necessidade? E depois? O que você fez? Jogou para o lado? Será que aquilo era realmente uma necessidade? Todas essas questões foram trabalhadas com os discentes. O objetivo era levar para uma reflexão de consumo consciente, tentar fazer com que percebessem que, as pessoas não precisam consumir tudo que a mídia incentiva. A relação entre consumo e meio ambiente foi, também, apresentada em uma aula sobre pegada ecológica. Foi apresentado o histórico do conceito de pegada ecológica. Explicado o significado (quantos alqueires de terra de água e necessário para manter você durante um mês?) e realizado um teste, através de um questionário da WWF. Os alunos responderam esse questionário e calcularam sua pegada ecológica. O aluno que teve a pegada menor foi relativo a quatro campos de futebol. Os discentes ficaram impressionados com o impacto que eles provocam de forma inconsciente no meio ambiente global. Também, para se fazer um paralelo, foram-se apresentadas aos alunos, as pegadas ecológicas de um americano médio, de um indiano médio e de um brasileiro médio. O mais importante foi provocar a preocupação quanto ao consumo e demonstrar que se todos consumirem como um americano médio será necessário quatro planetas terras, sendo que só se tem um. Projetos valores e oficina ambiental O Projeto Valores foi instituído no Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB), na intenção de gerar uma formação integrada e completa ao aluno. Uma via do Projeto Pedagógico destina-se ao desenvolvimento de competências atitudinais ligadas aos valores. A Seção de Psicopedagogia tem um destaque fundamental nesse trabalho como prescrevem as Normas de Psicopedagogia Escolar da Educação Básica (NPEEB, 2015. Anexo 01) Cabe a essa Seção coordenar a participação dos docentes, do Corpo de Alunos e, quando possível, da família, envolvendo todos os integrantes da comunidade escolar. O Projeto Valores começou a ser colocado em prática no 4º Bimestre do ano de 2014, com o tema “Atributos da Área Afetiva” a partir da determinação da Diretoria de Educação, Preparatória e Assistência (DEPA), órgão esse que dirige os doze colégios militares do Brasil, dando continuidade no ano de 2015 com os temas: 1º Bimestre - Limpeza e Organização; 2º Bimestre - Consumo de Energia; 3º Bimestre - Consumo de Água e 4º Bimestre - Preservação Ambiental (Anexos 02 e 03). O Projeto está em acordo com as novas diretrizes do Ministério de Educação e Cultura (MEC), que, a partir da Nova LDB, de 1998, tenta colocar em prática o ensino por competências e habilidade no País. Estando em consonância com as proposições do Grupo de Trabalho para o Estudo da Modernização do Ensino do Exército (GTEME) e superando as limitações encontradas na Pedagogia do Domínio (mais conhecida como “taxionomia de Bloom”), o Ensino por Competências – particularmente na vertente desenvolvida pelo SCMB para a Educação Básica – colabora fortemente com o combate ao fracasso escolar, pela transformação que possibilita no tripé currículo, didática e avaliação. O Projeto Valores está ligado à nova concepção de ensino adotada por todo o Exército Brasileiro. O ensino por competências e habilidades entra em choque com a fórmula de ensinar que, até então, vinha sendo ministrado dentro do sistema, extremamente “conteúdista” e “meritocrático”. Ressalta-se que o antigo modo de ensino contribuiu para a formação de milhares de jovens que estudaram no Sistema Colégio Militares do Brasil. Representativo de uma época, tal forma de ensinar não responde mais pelas demandas sociais e, no atual momento de aceleração contemporânea, tem deixado lacunas comprovadas pela saída de alunos, em todos os níveis. Cada objeto utilizado no dia a dia, pelos alunos e professores, carregam uma gama de informações e de tecnologias que são substituídas por outras a cada momento. A efemeridade dos objetos coaduna com perda de diversos valores sociais. As aulas tradicionais não atraem a atenção e nem conseguem despertar o interesse dos discentes. Sendo assim, o Colégio Militar do Recife buscando ficar na vanguarda do ensino, tanto na cidade de Recife como no restante do País, introduz o Projeto Valores. A educação em valores é uma exigência da sociedade atual, inserida no mundo globalizado e marcada, no início deste século, por tantas mudanças tecnológicas e novos paradigmas políticos, culturais e educacionais, ora debatidos por diferentes agentes sociais. Temas como Ecologia, Educação Sexual, Direitos e Deveres do Cidadão, Ética na Política e na Vida Pública, a cada dia, são pautas de congressos, seminários, encontros internacionais, nacionais e locais. O Ministério De Educação E Cultura (MEC, 2006) instituiu os temas transversais como objetivos de trazer tais assuntos para a sala de aula. Não é uma tarefa fácil abordar a questão dos valores na educação escolar. Sabe-se que os Colégios Militares sempre pautaram por uma metodologia chamada comumente de “conteudista”, além de que, toda sua dinâmica “meritocrática” faz nascer um ambiente de extrema competitividade entre os alunos. O projeto da Oficina Ambiental está dentro da concepção do Projeto Valores. As aulas e a construção da cartilha acompanharam os objetivos previstos no Projeto Valores. Os temas tratados no Projeto Valores incluem considerações ambientais que formularam o planejamento das atividades da oficina. O projeto valores é um projeto maior, pois ele relaciona todos os anos de ensino, todos os professores, a coordenação e a direção. Já o projeto de oficina ambiental se insere, no momento, somente para o sexto ano do Ensino Fundamental. E, dentro deste universo, somente para alunos que optaram no turno da tarde, por essa oficina. O primeiro valor instituído no projeto valores foi limpeza e organização. Sendo assim, as práticas realizadas durante o projeto estavam ligadas, e foram pensadas, diretamente pela questão de limpeza e organização. Sendo assim, educar não é só transmitir conteúdos, é, além de tudo, despertar vocações. Uma missão assim seria impensada sem um intenso trabalho voltado para estabelecer limites e que não inculcasse um mínimo de ética e de outros valores. Considerações finais Considera-se que os objetivos do projeto ambiental foram alcançados. Percebeu-se durante a realização do projeto de oficina ambiental que, realmente, os alunos obtiveram um ganho significativo no campo de conscientização ecológica. Uma consciência do sujeito no mundo e do mundo. Os alunos já traziam essa consciência, só precisou orientar e mostrar o caminho para sair do senso comum e atingir uma visão crítica da realidade. Os ganhos podem ser percebidos em todos os sentidos, organização e limpeza, ética, entre outros aspectos. Houve uma mudança até mesmo na forma de se portarem em sala de aula. Nos debates, eles queriam se mostrar adultos, opinarem e mostrar algumas críticas diante de fatos do dia a dia. No inicio do curso, os alunos tinham uma postura de brincadeira e indisciplina, normal para a faixa etária. Já, nas ultimas aulas do curso, apresentavam mais seriedade. A respeito do produto final alcançado, é relevante destacar que, os alunos construíram uma cartilha ambiental. O pesquisador só orientou o andamento dos trabalhos. O final foi a encadernação e apresentação, pelos alunos, da cartilha ambiental, no projeto cultural chamado de “Geladeira cultural” que é outro projeto trabalhado no colégio militar do Recife e que se relaciona, também, com o projeto valores. O trabalho foi apresentado durante o recreio. Na cartilha ambiental, que os discentes construíram, eles criaram desenhos, frases, colocaram os dez pontos principais sobre educação ambiental da ONU. Colocaram opiniões de outros agentes educativos. Essas informações foram coletadas através de entrevistas com professores e militares do colégio. Dentro dessas considerações, o pesquisador percebe um ganho positivo a partir da participação dos alunos na oficina ambiental. O fato deles terem trabalhado para construir um objeto e também o ganho ético e de comportamento, crê-se, foi o maior ganho da oficina ambiental. REFERÊNCIAS BECKER, Michael. MARTINS, Terezinha da Silva. Et Al. A Pegada Ecológica de Campo Grande e a família de pegadas . 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