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CAPITAL FEDERAL, 1891
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A corresponder>oia e rftet&raaçÒM clivem s s r dirigidas
k R u a pi G o n ç a í v i s R i m ,
R?5QtôMitMM»«
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111000
1#000
—
Capital
Federal,
Janeiro. 1891.
ESCRIPTORIO E REDACÇÃO,
R U A DE G O N Ç A L V E S D I A S , 5 0 ,
SOBRADO
Tres das nossas academias j á estão reformadas.
Verdade é que as suas reformas têem
tido a l g u n s pontos falliveis porém elle
ahi está para attender como tem attendido até hoje a a l g u m a s reclamações j u s tas com todo o critério e lhanesa e talento que tanto o caracterisam.
Agora n i n g u é m falia em Benjamin
Constant, mais tarde porém o seu nome
será para o Brazil uma e p i g r a p h e de veneração e louvor.
•
ECIIOS E NOTAS
C h o v e . . . c h o v e . . . c h o v e . . . pois que
chova.
Lá fóra vai uma c h u v i n h a fina, renittente, implicante como ciúmes de mulher
e piolhos de g a l l i n h a . O céo está escuro,
velado por nuvens pardacentas e grossas.
De quando em quando, o sol, pachorrento,
abre os olhos ramelados, espia por um
cantinho do horisonte e volta a dormir
u m a soneca boa de taverneiro gordo e
avinhado. Tem rasão o sol. Depois de tantos dias de luz g r i t a l h o n a e farta a estorricar os eliotropios e verbenas e jasmins
do campo, é muito justo que descanse um
pouco das fadigas quotidianas que nos
fizeram suar quatro collarinhos, tres camisas e não sei q u a n t a s ceroulas,por hora.
C h o v e . . . c h o v e . . . c h o v e . . . pois que
chova.
A cidade está transformada em lodaçal.
As mulheres bonitas deixam-se ficar
em casa com receios de estragarem o vestido de seda e a p a n h a r e m a l g u m a constipaçãosinha.
Nada de abusos. E m q u a n t o o papae
salta correndo de casa para não perder o
ponto, ellas ficam a fazer crochet até que
elle volte e traga-lhes noticias da extinção do diluvio.
Assim é melhor para ellas e peior para
uós.
C h o v e . . . c h o v e . . . c h o v e . . . pois que
chova.
*
Quem não tem descansado apesar do
sol e da c h u v a é o illustrado e distiuctissimo ministro da instrucção publica.
Comprehendo, convencido mesmo, que a
educação e illustração de um povo são
u m a das causas importantes e necessarias
ao seu desenvolvimento, está reformando
radicalmente o nosso systema de ensino
primário e secundário.
Modesto, sem ambiçOes de especie alo-uma, os dias passam sobre o seu gabinete de trabalho e estudos, quietos, mansos, segregados das gloriolas passageiras
e ephemeras da populaça anciosa pelos
barulhos mediocres.
N i n g u é m falia, ninguém ouve fallar
em Benjamin Constant, e no entanto lá
está elle curvado sobre os livros e reformas, preparando terreno para o progresso
infallivel de nosso paiz.
De instante para instante o congresso
brasileiro torna-se mais digno de encomios...
Uma troça completa e bem acabada.
A discussão da lei organica da recente
republica, vae de rhetorica em ponta.
J á não vale mais o latim do Sr. Zama,
a a t t i t u d e evangelica do«Sr. Badaró (que
badalo nos saio o senhor Badaró) e as perlengas e imagens arrevesadas do Sr.
Américo de Campo?.
O contagio foi geral : outros discursadores de maior folego têem suplantado
todos aquelles que até então faziam as
nossas delicias.
Dia menos dia estamos aqui estamos
vendo o congresso incendiado, ardido peio
attricto da l i n g u a no céo da bocca...
*
•
*
Que infelicidade !... A rolha que se
constituiu a nossa mais cara e mais santa
esperança, perdeu o seu valor intriuseco.
Até hoje as rolhas serviram para arrolhar as discussões porém a g o r a . . . têmpora mníanlur, (com licença do Sr.Zama)
arrolham-se mutuamente.
N'esse a n d a r , ainda uão estará longe o
dia de vermos também os senhores congressistas... arrolhados.
Tal e qual o caso do papagaio do vendeiro.
*
•
•
Diminue a chuva ; o céo torna-se mais
claro e uma luz suave e preguiçosa espoja-se sobre todas as cousas.
Diminue a c h u v a , não tardará a luz
cantante das epochas primaveris, a vida
alegre e f a r f a l h a u t e das grandes capitaes.
Diminue a c h u v a . . . pois que diminua
a chuva.
*
*
•
Por occasião dos festejos da lei que desligou a Igreja do Estado, h o j v e um banquete commemorativo da immortal d a t a
na hotel do Globo.
Um senhor congressista que foi chefe
politico em Pernambuco, ao espocar a I a
rolha do champagne,tomou a palavra e...
arengou uma formidável descomponenda
sobre a republica, o ministro da fazenda
e a imprensa.
O silencio em torno de um nome que
fez b a r u l h o em tempos immemoriaes é
peior do que a lapide de um t u m u l o .
O sobre dicto cujo congressista quiz
voltar ás vistas da popularidade, mas o
damnado zé-povinho é que não esteve
pelos autos.
• • •
.
—Depois de um banquete, resmungou o
sensato zé povo, nada ha mais confortável
e mais adequado do q u e . . . a c a m a .
Sempre tem rasão, esse diabo.
*
*
*
Madame de Stael, a machona que mais
deu que fallar de si, disse algures : o homem tem necessidade de tomar uma camueca, ao menos, uma vez na vida.
Até então, que eu saiba, ninguém escreveu cousa mais sensata, e , — p a l a v r i n h a ! — melhor seria o conceito se, era .
logar de « uma camueca » dissesse — de
quando em v e z . . .
Por isso, caro leitor, apologista que sou
do talento e espirito d'aquella m u l h e r ,
vou tomar um ganso de... sol.
•
*
*
Acabou a c h u v a . A luz canta pela altura a sonata harmoniosa da vida. Paira
em todas as cousas a nota alegre e folgasã
dos risos cristalinos.
Ao sol ! ao sol 1
FARFARELLO.
MORTA
Pé ante pé, tremulo, nervoso, n u m abatimento completo de forças, chegára á
porta, a bocca torcida n'uma contracção
febril, da alcova or.de dormia a amante.
Muito d e v a g a r i n h o bateu, tornou a bater
muito devagarinho, forçou a porta, tornou
a forçal-a, com o coração oppresso, empurrou-a com mais calor até que, impossibilitado de permanecer por mais tempo
n'aquella anciedade horrível, arrombou-a
n u m impeto.
Eutrou ; lá dentro estava tudo em trévas e em silencio.
Meio curvo, com as pupillas dilatadas,
os braços estendidos a apalpar o espaço,
caminhava precavido, desconfiado, o ouvido attento ao ruido quasi imperceptível
de seus proprio? passos, os olhos desvairados pela impressão dolorosa das trevas sobre a r e t i n a .
Chamou, a principio muito baixo, cuidadosamente, monologando o nome da mulher amada. N i n g u é m o respondeu. Foi
alteando a voz, a pouco e pouco a sua voz
foi-se tornando mais intelligivel, mais
clara, mais firme. O mesmo silencio sempre, sempre o mesmo silencio.
J)e súbito esbarrou com as mãos sobre
um movei : era o leito onde ella dormia.
Approximou-se, e tacteando, seguindo em
escala, sentiu a sensação desagradavel de
um corpo hirto, inteiriçado e frio, nas
palmas frias de suas mãos sanguíneas.
Teve então um presentirnento l u g u b r e .
Aprumou-se, e inflamando um phosphoro
reconheceu-a morta, a sua m u l h e r amada,
para sempre morto. Em suas faces descoradas, fendidas pelos sulcos fundos da
morte, brilhava ainda a derradeira lag r i m a *. a l a g r i m a derradeira do amor e
da saudade.
A R T H U R DE M I R A N D A .
NO
— Garçony
PASCHOAL.
traze-me um cálix de
chartreuse.
— Um ?
— Sim, e de que se a d m i r a ?
— Esta senhora que lhe está ahi ao l a d o . . .
— Ah ! é m i n h a mulher, eu bebo por e l l a .
Diz o chronista E . C. pelas coluranas
edictoriaes do Diário de Noticias de domingo passado : « E' necessário que os
exaltados e os puros idealistas se recordem
sempre que o brazileiro só pôde ter caracter por excepção. Descendente do cruzamento de tres raças peiores: o iudio
covarde, o africano imbecil e os galés do
velho reino ; sem educação physica e sem
educação moral, o que se poderá exigir
d'este povo antes de duas ou tres gerações,
etc. etc.»
Não sabemos o que mais admirar n'estes
dous periodos: se o tom pessimista e
autoritario com que falia o chronista 011
se a incongruência da theoria. A raça
brazileira não se deriva somente d'aquellas tres acima citadas, o s a n g u e Hollandez e Francez também tem o seu
quinhão. E as nossas coudiçOes climatéricas? e demais, poder-nos-á e x p l i c a r a
theoria da formação e desenvolvimento do
caracter, o nosso distincto chronista ?
*
*
*
*
*
A descoberta Koch tem dado agoa pelo
bico.
A sciencia medica em peso levanta-se
para discutir a descoberta do sábio allemão, dividida em dous partidos adverses.
E' natural. Toda vez que se trata de
uma descoberta scientifica, a inveja não
pôde couter-se : ha de explosir forçosamente.
Aqui como em todo o mundo os exemplos a b u n d a m . A historia está cheia desses
casos em que, só depois de séculos, todos
a una voce exclamam :— tinha razão o
infeliz sábio.
*
*
*
Adolpho Bellot, o grande jogador e romancista, acaba de morrer,
O autor da Femme de fen% Malhilde e
MaqdaUna e )lademoiselle
Giraux,
conseguiu, em principios de sua carreira litteraria,angariar a s y m p a t h i a publica que
lhe foi bem passageira.
A l g u m tanto desviado ultimamente das
lettras pela extraordinaria paixão que
nutria pelo jogo, a sua morte passou desapercebida 110 mundo artistico, onde poderia ter sido um vencedor se não se deixasse empolgar pelo maldito vicio, tão commum em todas as rodas sociaes.
O jogador absorveu o escriptor, pobre de
Adolpho Bellot I
THOMK.
*
Acaba de alistar-se nas phalatiges
guerrilheiras do jornalismo diário da
nossa capital mais um combatente : a
União
Federai.
Neutra em politica e por consequência
desprovida de bandeira á sombra da qual
todos nós combatemos, o nosso collega
surgio tiuiido e desconfiado.
Agora pôde ser que elle tenha lá suas
razões para. isso, porém nós ó que não
comprehendeinos de modo a l g u m nos tempos actuaes o apparecimento de qualquer
j o r n a l sem um fim politico.
Essa historia de neutralidade é muito
bonita, já teve mesmo sua razão de s^r,
mas actualmente não péga. Applaudimos
NOUVELLES
A
LA
MAIN
Ce pauvre X . . . s u r p r e n d hier sa femme en train
de le tromper avec a i d e u r en coinpagnie d'un fring a n t attaché d'ainbassade.
N a t u r e l l e m e n t , il se fckhe :
— T u sais bien, mon chéri, replique la coupable,
que je s u i s e n c e i n t e . . .
— lít aprôs ?
— T u m ' a s d i t de satisfaire t o u t e s mes e n v i e s . . .
JOAO
ISTO E' UM CUMULO
Cumulo da a i c h i t e c t u r a :
— C o n s t r u i r edifícios no «Paiz».
*
*
Andou a semana passada pelas columnas dos joruaes diários, uma discussão
muito interessante sobre a m u l h e r littera ta.
Uns são de opinião que a mulher só
deve occupar-se do j a n t a r , outros que a
mulher não deve ser machona na escripta
e houve mesmo um conhecido escriptor,
cujo egoismo não poude occultar, que
chegou á conclusão de que a mulher só
deve compor prosa ou verso para as delicias exclusivas do marido.
Muito bonito e muito bum.
Não pensamos assim. O verdadeiro trabalho artistico tem para nós muito valor,
quer elle seja assiguado por uma cosinheira, machona ou fabricadora de delicias para os m a r i d o s . . . deliciosos.
A arte não tem sexo.
*
mais a um sebastianista franco do que a
um neutro chrismado.
Emfim que o novato collega encontre
em seu caminho a percorrer lyriose rosas.
K./ofsos
Acha-se 11'esta capital, de passeio, o
João Ramos, um dos mais intemeratos trabalhadores da causa abolicionista.
Instruido bastante e viajado, o nosso
amigo Ramos constituio-se pelos seus dotes intellectuaeô e moraes, um inimigo
terrivel d'aquelles que haviam construído
11a senzala e 110 eito o edificio da nossa
patria. A liberdade inereceu-lhe sempre o
culto devido Não reconhecia tropeços nem
diíliculd>»des. Onde a luta era mais forte
e perigosa, elle ahi estava com um sorriso a brincar-lhe nos lábios e a confiança
alentando-lhe a a l m a .
O Ramos tornou-se, por isso, uma potencia nos arraiaes abolicionistas.
Trabalhando assim pela liberdade do
negro, muito concorreu para a liberdade
do branco. A republica deve-lhe iinmeuso:
um grande quinhão toca-lhe da prosperidade do Brazil livre.
Ao no^so amigo e correspondente, damos, pois, um abraço bem apertado e bem
affectuoso.
A EXPOSIÇÃO CONTINENTAL
(Continuação).
Os bonds da capital paulista são celebres pelo tamauho e fraqueza A gente
entra em ura boud d'aquelles e convence-se que não está muito longe da eternidade. Uns esquifes ambulantes. Depois
de muitos salavancos e de não pequenos
incommodos pela aggloraeração dos gamins 110 estribo da nossa caranguejola,
chegamos finalmente sãos e salvos ao
largo daAcademia onde permanece, envergonhada de si mesmo, a estatua pifia do
grande homem.
Durante o nosso trajecto bem que se
esforçou o nosso amigo bacharel para
obter uns vivorios magrissimos e rachiticos da massa de povo que ia desde á r u a
de São Bento até o largo da Academia,
mas, o zé-povo não esteve pelos autos, limitando-se a rir somente dos enthusiasticos vivas levantados pelo nosso amigo bacharel e correspondidos por elle mesmo.
Se aquillo não foi um fiasco completo,
não sei outro qualificativo para dar-lhe.
O largo da Academia estava todo embandeirado e apinhado de circumstantes.
José Bonifacio, do alto do seu pedestalcanudo, bem nos pareceu a essas fig u r i n h a s de prata que se colloca na rolha
das g a r r a f a s de vinho de mesa. T i n h a m
preparado o grande patriota para um momento de sensação. Envolveram-uo em
uma colcha amarella que devia ser rasgada por um machinismo adrede preparado logo que pisasse o peristillo da tribuna laudatoria o Dr. Gavião Peixoto.
A garotagem ao vel-o assim envolto na
tal colcha— uma idéa luminosíssima I —
não poude deixar de exclamar :—José Bonifacio acaba de saliir do banho.
Finalmente depois de sensivel demora
e do povilhéo mostrar-se j á bastante impaciente, suspendeu-se o panno, para não
dizer rasgou-se, e o Dr. Gavião Peixoto,
orador official, deitou o adjectivo.
Disse um discurso bonito, o Dr. Gavião,
e concluiu com a seguinte figura, primorosa e adoravel figura, á memoria de um
homem que o Brazil inteiro venera e
acata.
« Se as fontes seccarem, as flores emurchecerem, a relva perder o viço e a natureza inteira aquedar-se somnolenta,haverá
pela extensão em fóra o perfume das flores
o murmurio das fontes, a alegria casta da
relva e o amavio subtil da natureza primaveril ! Assim para o Brazil a memoria
de José Bonifacio.»
Que delicia !
Seguiu-se com a palavra o Dr. Leoncio.
Houve um momento de silencio em torno
do orador que, empertigado e firme,
começou d'este modo: —Meus senhores,
n'e*te momento soleinne era que todos os
odios dão-se tréguas, eu faltaria ao mais
sagrado de todos os meus deveres se não
viesse, em nome da congregação da fa-
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(S nos C por um Pi questão pie, pfostoj sorti os
CPtppi/es pJe Yotpir contrpit oJfereee^icJo-tÁc.
eomtoitc...
c u l d a d e de direito, saudar a memoria d'aquelle que em vida se chamou José Bonifacio !»
Este pedacinho [de ouro causou sensação e a palavra commovida do orador
não poude mais ser ouvida por estf» seu
criado.
Após devia fallar o representante da
classe Académica.
Bem, vamos ouvir pois, um discurso
onça.
(Continúa).
T A R T A R I N DE T A R R A S C O N .
— Assim, m a m ã e , você não q u e r q u e eu b r i n q u e
de n o u t e e no e n t a n t o vocô b r i n c a . . .
— Você j á me vio brincar, m e n i n a ?
— Só se eu não ouvisse h o n t e m você dizer a papai q u e não pôde passar sem a b o n e c a . . .
DO THEATRO LIVRE
RÈGLEMENTS
de
COMPTES
L u i . — Comment ! c'est vous !
E L L E . — Oui, vous ne vous attendiez
pas à me voir, n'est-ce pas ?
Lui. — Le fait e s t . . .
E L L E . — Oh ! je ne nTillusionne pas,
allez I . . . Je vois bien que vous ne pensez
p l u s a moi.
Lui. — Vous exagérez... J'allais justement vous écrire.
E L L E . — V r a i m e n t ? E t pourquoi m'écriviez vous ?
Lui. — Pour répondre à votre dernière
lettre.
E L L E . — Vous y avez mis le temps ! . . .
Depuis deux m o i s . . .
Lur. — Vcyons, ma chère, vous me connaiasez pourtant bien. Je suis un homme
d'affaires, vous le savez, un homme
sérieux ; et je n ai pas 1'habitude de me
laisser fourrer dedans.
E L L E . — Vous osez d ire !...
Lui. — Ne nous emballons pas, je vous
en prie. Je vous ai aimé, c'est v r a i ; vous
m'avez dit que vous m aimiez,ça ne Tétait
pas.
E L L E . — Qu'est-ce que ça fait ?... poisque vous l'avez cru.
Lui. — T r ê s j u s t e . . . Bref, au bout de
quelque temps d'un bonheur sans nua£res... et j'oserai même dire sans voiles...
j ' e n ai eu assez.
E L L E . — Vous êtes poli, vous !
Lui. — Je suis un homme d'affaires, un
h o m m e sérieux... Je vous rends cette justice que vous n'avez pas essayé de me
monter le coup... Pas de larmes, pas de
désespoirs... rien qu'une simple lettre
me réclamant deux mille francs d'indemnité.
E L L E . — II y a d e u x mois de cela.
Lui. — Je tie d is pas non.
E L L E . — Et il me semble que vous auriez bien pu me répondre.
Lui. — C'est ce que j ' a l l a i s faire.
E L L E . — Oui, vous dites ça parce que
je suis venue réclamer moi-meme..,* sans
ca
1
+
Lui — Non, j e vous j u r e . . . Et la preuve, c ' e s t q u e voilà votre a r g e n t tout préparé, sous enveloppe.
ELLe. — A la bonne heure ! Tu es plus
g e n t i l que je ne croyais.
Lui. — Si vous voulez donc me donner
un reçu ?...
E L L E . — Un reçu ?
Lui. — Oui, je suis un homme sérieux..., un homme d'afFaires... Tenez,
voilà tout ce qu'il f a u t pour écrire.
E L L E . — Oh ! si vous y tenez I . . .
Lui.— (<dictanl).—«Reçu de M. X . . . , la
somme de dix h u i t cent soixante-seize
f r a n c s q u a t r e - v i n g t centimes...
E L L E . — Hein ?
Lui. — Quatre-vingt centimes...
E L L E . — M a i s ça ne fait pas le comptcl...
c'est deux mille francs net que j e vous ai
demandés.
Lui. — Je sais b i e n . . . seulement, je
vous Tai dit,je suis pratique... Je n'ignore
pas que les mémoires sont toujours un peu
majorés.
E L L E . — Vous dites ?
L i . — Alors, corame, en somme, il
s a g i s s a i t d'une note de t r a v a u x exécutés
pour mon compte...
E L L E . — Eh bien ?
Lui. — Je Pai fait vérifier et réduire
par mon architecte.
GAVROCIIE.
No desempenho da Fada são applau*
didos Vasques e a sua Gabriella Montani t
que faz a protogonista. São estes artistas
os únicos que eobresahem.
A Fada Azul está limpamente enscenada e pôde dar receitas que compensem
os quatro ou cinco coutos de réis que, ao
que se diz, gastou a empreza em a montar.
x
No Recreio continuam as indefectiveis
reprises. Agora annuncia elle a do Remorso Vivo, essa indigesta feijoada raelodramatica que, ha dezeseis annos, deliciou, do palco do S. Pedro, o Sacco do
Alferes em peso e toda a população de
Mata-porcos.
Emquanto, porém, não exhibe esse primor d a r t e , a companhia Dias Braga vai
representando a Filha do Mar,
Morgadinha de Val-Flor, e a celeberrima Dalila
com o genial actor Bragança no papel
de André Roswein. Este trabalhinho por si
só vale os dous mil-réis da cadeira.
A magica Pif ! paf\9 annunciada para
este theatro ha mais de oito mezes, só irá
á sceua depois do Carnaval. Espera-se entretanto vel-a representada antes do fira
do a n n o .
Informou-nos pessoa fidedigna que teremos muito brevemente no mesmo Recreio o 29, os Sete Infantes de Lara e os
Dous
Proscriplos.
Nada mais fm de siécle.
X
ISTO E' UM CUMULO
Cumulo da extravagancia :
— Comer a carne cosida.
Se não fosse A Fada Azul, nada de novo
teriamos hoje a mencionar na resenha
theatral dos últimos dias.
A Fada Azul é uma velha magica franceza La griffe du diable, a r r a n j a d a ha
muitos annos para theatros de Portugal
pelo celebre Joaquim Augusto de Oliveira,
o Oliveira das magicas, com o titulo A
Moura
Encantada.
Esta adaptação subiu â scena, ha alg u n s annos, 110 Recreio, quaudo alli trab a l h a v a a campanhia Guilherme da Silveira, e teve medíocre successo
Refundida e melhorada por Eduardo
Garrido, foi ella agora exhibida pela companhia do Lucinda, com o titulo A Fada
Azul. •
O annuncio do sr. Furtado Coelho persiste em enganar conscientemente o publico dando a peça como original de Garrido. Não sabemos que lucro possa ter o
emprezario do Lucinda com semelhante
mentira.
Litterariamente a Fada Azul é obra de
alguin mérito : está escripta em bellos
versos e amena prosa engraçada. Como
magica, porém, não tem interesse alguin
de novidade e é falha dos principaes elementos que fazem o successo de taespeças.
Podemos applicar ao Polytheama Fluminense o que delle dissemos 11a passada
chrouica : isto é, podemos dizer que alii
continua o extraordinário successo dos artistas Saragozi, Miola e Romeu, que de
noite para noite são applaudidos com mais
enthusiasmo.
A representação do Caramelo, que não
é uma novidade no Rio de Janeiro, foi um
bello triumpho para a companhia Ramos,
que entrou, decididamente, com o pé direito nesta capital.
X
Do Frei Sutanaz, que, á hora em que
forem publicadas estas linhas, j á terá ido
á scena 110 Variedades, fatiaremos 11a próxima chronica. O que sabemos a respeito
até agora é que Frei Satanaz é um frade
dos diabos I
X
Uma das nossas cantoras (não diremos
quem é) perguntava ha dias ao seu medico, que é um homem de espirito :
— O' Doutor, é verdade que os ovos
frescos tornam a voz clara e facilitam a
emissão dos sons ?
O medico respondeu-lhe :
— Positivamente. Veja as galliuhas*.
Assim que pOe:n, desatam logo a cantar.
BINOCULO.
N'UM
EXAME
— Vamos lá, m i n h a senhora, qual é o s u j e i t o ?
— O Sr. insulta-me !
— Como assim '?
— E m s u j e i t o só se deve fallar ás escondidas.
NOUVELLE A LA MAIN
En cour d'assises.
On plaide une aflfaire de vol.
Le président interroge la victime.
— Voyons, m a d e m o i s e l l e . . . Reconnaissez
Taccusé ? . . .
vous
— Pas trés bien, monsieur le président. M a i s . . .
qu'on me montre 1'instrument du c r i m e . . . je le reconnaitrai c e r t a i n e m e n t .
» - •-
.
T o u r a d a s
V
*
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fÈfÉÊÈSM
tourada de domingo passndo foi uma das inelhores que temos assistido.
N'uma quadrilha de seis
touros
0Q
d e ha dois verdeirament.e bons, não é
^ « S i ^ A i ^ ] para admirar que o puf blico applauda n uito a
pericia dos artistas que bem t r a b a l h a r a m .
O primeiro touro foi aproveitado por
Fernando de Oliveira. Bastante bravo, o
bichano atacava de rijo o hábil toureador
que conseguio metter-lhe oito ferros.
Methódo passou-o â capa, com muito
aceio, fazendo duas navarras brilhantissimas.
O seguudo touro devia ser bandarilhado
por Manos e Tollero, mas, negando-se a
sórte foi substituído por outro menos remisso dando logar aos artistas a algumas
sortes regulares.
Califa passou-o à capa ; os forcados foram a l g u m tanto maltratados, inutilisando um, sendo afinal pegado pelo grupo.
O terceiro coube a Methódo. O emerito
artista luctou para arrancar lhe a l g u m a s
sortes, e com difficuldade conseguio pôrlhe dous pares de bandarilhas.
O quarto, seguido do cavalleiro, era um
animai possante, forte, sadio, alto e formoso.
Conhecedor da praça atacava o Cavallo
traiçoeiramente e se não fosse a pericia do
cavalleiro bem certo elle teria conseguido
os seus fins.
Fernando de Oliveira metteu-lhe o primeiro ferro â má cara e ainda assim só
conseguio inetter-lhe mais dous.
O quinto foi bandarilhado por Califa e
Toni. Nada occorreu que prendesse a attenção publica.
Trarei la obteve com o sexto touro um
triumpho esplendido. O perito artista eufeitou-o brilhantemente com muita arte,
obtendo do publico uma salva estroudoza
de palmas.
A em preza tem descurado um pouco os
apetrechos necessários ao divertimento.
Por exemplo, a falta de ferros curtos é
muito sensivel e desejamos que de outra
vez os artistas para usal-os não tenham de
quebrar em plena arena um par dos compridos ! . . .
Ainda a empreza é culpada por um facto
que se deo, fatal teria sido si o accaso não
fosse favoravel.
Quaudo o cavalleiro farpeára o primeiro
touro, saltou este a trincheira falsa em
frente á porta do serviço, a qual com a
paucada que recebeo, abriu-se e o touro
conseguio pôr-se a pannos. Assim como o
animal tomou para debaixo da trincheira,
poderia escapar-se para a rua e o que aconteceria depois ninguém pôde prevêr.
Desejamos muito que estes factos não
se repitam.
Falleceu no dia 5 do corrente, o conhecido toureiro portuguez Francisco
Pontes, artista distinctissimo e muito estimado pelo publico.
O P o u t e s e r a dotado de um bellissimo
coração, de uma alma tão lhaua e franca
que captivava os que a elle se chegavam
desde o primeiro momento.
Aqui na capital trabalhou em diversos
lugares e sendo sempre muito applaudido
em todos os espectáculos em que tomava
parte.
Nos Estados colheo também triumphos
de g r a n d e merecimento.
Nós, que éramos seus amigos e apreciadores, curvanio-nos hoje pezarosos diante
o seu tumulo aiuda quente.
REPÓRTER.
ISTO E' UM CUMULO
Cumulo da vilegiatura :
— Viajar n'um trem d e . . . cosinha.
que se hão de effectuar no corrente mez.
— O Sud-Americano,
periodico illustrado, cuja publicação se faz em BuenosAyres.
Comme
toujours.
— A Unido Medica,
anno 10.
fasciculos 8 e 9 ,
— Acta da sessão m a g n a que celebrou
a Associacão Perseverança e Porvir, em 20
de Maio de 1888, pela extincção do elemento servil no Brazil.
A esses bellos foliOas um punhado de
flores e de applausos.
— O fascículo I o do Segundo Congresso Brazileiro de Medicina e Cirurgia, t r a tando das medidas de saneamento para o
Rio de Jaueiro e oatra$ cidades do Brazil.
— Versos diversos, por Antonio Salles.
Mais a espaço trataremos.
— A these de doutoramento apresentada â congregação examinadora da Escola de Medicina pelo Dr. Tancredo de Sâ.
Em estylo fluente o distincto moço t r a t a
no presente trabalho, das Scleroses Medullares.
Falta-nos competencia scientifica para
tratarmos com algum desenvolvimento, o
assumpto, mas, podemos todavia asseg u r a r aos nossos leitores, que bem poucas
vezes temos tido occasião de ler com tanta
firmeza de forma, clareza e convicção scientifica trabalhos congeneres.
Livro da porta
A auseucia da m i n h a prosa por aqui
tem sido muito sentida. Mas que querem?
não me posso mexer : são festas, abraços,
comprimentos, essas mil gentilezas que
tanto captivam a gente. Hoje mesmo estava disposto a deitar palestra, tinha preparado um bello cabeçalho para esta secção e, no emtanto, estou obrigado a g u a r dal-o para outro numero.
Paciência, leitores do meu coração, paciência.
X
— Recebemos e agradecemos :
— Dos nossos amigos Soares&Niemeyer,
com loja de papel e typographia a vapor,
sita á rua d W l f a n d e g a n. 6, dous bellissimos cartões de visita acompanhados de
duas folhinhas para parede. Não nos admirou o lavor artístico das lembranças
dVsses nossos amigos, pois que, desde ha
muito, estamos habituados a cousideralos como primorosos em todos os trabalhos
que sahem de suas conhecidas officiuas.
— Da chapelaria Costa Lima de Oliveira Barboza e C., uma originalíssima
folhinha-chromo para o presente anuo.
—Dos endiabrados e amphiiophacientes
Democráticos, Teneutes do Diabo e Fenianos, cartões de convite para os bailes
NOUVELLE A LA MAIN
Enteudu, daus un hótel meublè, ce
petit dialogue nocturne :
Un monsieur frappaut doucement à la
porte d'uue chambre :
— Ouvrez-moi, Henriette.
— Impossible de vous recevoir dans
1'état oú je suis.
— Pourquoi ?
— Je ne suis pas encore déshabillée !
ISTO E' UM CUMULO
Cumulo da contradicçào :
— Ser cego e morar na r u a da Bôa V i s t a .
^
V
I
S
O
Aos nossos assignantes que se
acham em atrazo, rogamos a fineza de mandarem regularisar
suas contas, podendo fazel-o em
carta registrada, pelo correio ou
por qualquer outro modo, pelo
que, desde já. lhes apresentamos
os nossos agradecimentos.
A Administração.
T y p . de J . Barbosa & C., r u a da Ajuda n . 31
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Ano16-n.612-1891 (com OCR)