Administrando pessoas: Equilíbrio entre razão e emoção
Dórian L. Bachmann
Diretor da Bachmann & Associados Ltda.
A boa gestão de recursos humanos exige equilíbrio entre emoção e razão, entre
sensibilidade e conhecimento. Indo além das atividades burocráticas, como a
geração da folha de pagamento e as providências para cumprir as muitas exigências
legais, os administradores de pessoas têm que dar atenção aos aspectos que
afetam a produtividade e a rentabilidade do negócio. A maioria desses resultados
depende de gente e são influenciados por trocas constantes de colaboradores, faltas
frequentes e ocorrência de acidentes, entre outros fatores.
Cabe aos gestores de pessoas, com uma visão de negócio, atuar para que esses
problemas sejam reduzidos. Normalmente, para cada situação existe uma variedade
de alternativas possíveis, como cuidar do clima organizacional, treinar gerentes e
supervisores, etc. Como saber que as decisões tomadas foram as melhores e estão
gerando o efeito esperado? Aqui entra o aspecto objetivo e racional. Trata-se do uso
de indicadores para acompanhar tanto a execução dos planos de ação quanto para
medir seus efeitos, como por exemplo uma eventual redução no absenteísmo.
Temos visto profissionais de outras áreas fazerem sucesso no setor de recursos
humanos. Acreditamos que isto ocorre porque eles trazem uma visão mais
pragmática e focada no negócio, o que é muito bem visto pelas organizações.
Entretanto, eles podem estar deixando a desejar naqueles aspectos que
tradicionalmente são mais bem trabalhados pelos profissionais tradicionais da área,
especialmente aqueles com formação em humanas, que têm maior flexibilidade e
facilidade para entender as necessidades e as particularidades das pessoas.
Do mesmo modo que o músico virtuoso é aquele que equilibra técnica, resultado de
estudo e dedicação, com a emoção decorrente do prazer em tocar, o gestor de RH
também precisa do equilíbrio entre o aspecto humano, focado nos colaboradores, e
o racional, focado no resultado do negócio. Voltando à analogia, certamente não é
prazeroso para o músico passar horas ensaiando escalas, da mesma forma que
estudar para dominar os fundamentos de ferramentas gerenciais pode não dar a
mesma satisfação que conversar com as pessoas. Entretanto, uma boa gestão de
RH exige esse equilíbrio entre técnica e sensibilidade, entre racionalidade e
emoção. Somente com o uso de ferramentas gerenciais objetivas, entre elas os
indicadores de desempenho, é possível avaliar a eficácia das decisões tomadas,
medir o progresso que está sendo conseguido e melhorar os processos de gestão
visando atender as pessoas e a organização.
Texto publicado na edição 41 da revista CRESCER!, de divulgação interna da CR
Almeida (2013).
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