i n f o r m a t i v o s i n a e n c o m a r ç o 2 0 1 1 a n o X X 075 Planejamento para evitar futuras tragédias Planejamento urbano, gestão eficiente dos recursos sólidos, soluções de engenharia e gerenciamento de riscos são fundamentais para impedir novas perdas humanas e materiais decorrentes de desastres ambientais. Pág. 4 Transportes Licitações Públicas Projetos Brasileiros O Plano Nacional de Entenda as principais O centro cultural Cais do Logística e Transportes traz modalidades e as Sertão, em Recife (PE), de volta a visão de futuro para exigências para se e a premiada nova sede do um setor com sérios impactos habilitar às concorrências Sindicato dos Metalúrgicos na competitividade do país. do setor público. de Betim (MG). Pág. 3 Pág. 8 14 Sinaenco :: Consulte :: Pág. Informativo 1 editorial Planejamento e ações sérias para evitar a repetição de tragédias te intensidade das chuvas, com As tragédias recentemente frequências cada vez maiores, ocorridas na região Serrana do A engenharia exigirá projetos mais complexos. Rio de Janeiro – e que também brasileira A nova Política Nacional de aconteceram em outras cidades especializada em Saneamento Básico (lei n o. brasileiras – causaram perdas de muitas vidas e prejuízos incal11.445/07) preconiza que os projetos detém culáveis aos habitantes dessas municípios brasileiros elaborem conhecimentos cidades. A grande questão coseus planos municipais de acorsuficientes para propor locada por mais esses desasdo com os preceitos técnicos resoluções para evitar ou tres é como evitá-los ou comendados pela literatura interminimizar tragédias do minimizá-los. Isto porque, não nacional, o que propiciará prosó o Rio de Janeiro, mas a maigramas de curto, médio e longo oria das cidades brasileiras se prazo para os quatro vetores do ressente da falta de planejamento e de ações que imsaneamento básico: água, esgoto, manejo de águas plupeçam sua repetição. viais e resíduos sólidos. É preciso executá-los. Por que, A engenharia brasileira especializada em projetos e passados mais de três anos da promulgação da lei, a obras de saneamento detém conhecimentos técnicos maioria dos municípios brasileiros ainda não possui o suficientes para propor soluções para evitar ou minimizar seu plano? Vale lembrar ainda que recentemente foi tragédias do gênero. Mas os administradores públicos aprovada a lei que dispõe sobre a política nacional de ligados a essa área devem desenvolver planejamento resíduos sólidos. Suas disposições também ficarão dorsério para a execução de ações preventivas, que inclumentes, em vez de ser implementadas? em estudos e levantamentos sobre as áreas de risco e as As autoridades precisam se conscientizar de que a destinadas a evitar enchentes, além da elaboração de prevenção dessas ocorrências tem caráter metropolitaprojetos de qualidade e abrangentes para embasar a reno, envolve diversas pastas (planejamento, saneamenalização de obras eficazes e duradouras. to, habitação, obras, transporte, energia e meio ambiOs conhecimentos técnicos acumulados há décadas ente, entre outras), e exige planejamento e ações intepela engenharia brasileira permitem o planejamento ingradas, em todas as esferas. As mais de 20 mil empretegrado das ações necessárias, precedidos pelos estusas de arquitetura e engedos e levantamentos requeridos; o desenvolvimento de nharia de projetos represenprojetos de qualidade, que observem e previnam os printadas pelo Sinaenco podem cipais fatores de risco; e o desenvolvimento das obras colaborar tecnicamente de acordo com cronograma factível e compatível com a para a viabilização dessas prevenção, visando especialmente aos períodos de maiações, que devem começar or ocorrência de chuvas. Destaque-se também que as a ser planejadas e mudanças climáticas do planeta provocam alterações implementadas imediataradicais no regime de chuvas em todo o mundo. Assim, mente, em benefício da soos critérios até hoje usados para elaboração de projetos ciedade. João Alberto Viol, presidente de manejo de águas pluviais terão de ser revistos. A forARQUIVO SINAENCO “ “ Sinaenco: Diretoria Nacional: João Alberto Viol (Presidente), Antonio Moreira Salles Netto (VP de Gestão e Assuntos Institucionais), Everaldo José Gobbo Possagnolo (VP de Administração e Finanças), Lineu Rodrigues Alonso (VP de Ética e de Proteção à Consultoria), Orlando Botelho Filho (VP de Engenharia), Leon Cláudio Myssior (VP de Arquitetura), Luiz Alberto Teixeira (VP de Ciência e Tecnologia), João Coelho da Costa (VP de Relações Trabalhistas e Assuntos Intersindicais), Antonio Othon Pires Rolim (Diretor Executivo). Consulte é uma publicação do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva. Rua Marquês de Itu, 70 - 3º. andar - CEP 01223-000 - São Paulo - SP - tel.: 11 3123-9200 - fax: 11 3120-3629 - site: www.sinaenco.com.br - e-mail: [email protected]. Editora Mandarim: Silvério Rocha MTb 15.836 (jornalista responsável), Marcos de Sousa, Graziela Silva, Diego Salgado, Rafael Massimino, Rafael Fiuza e Regina Rocha (reportagem e redação) - Projeto gráfico: Hiro Okita - Diagramação e arte: Juca Zaramello - Fotolitos, impressão e acabamento: Indusplan. Imagem da capa: Nova Friburgo (RJ), 14/01/2011 - Marcos de Paula/AE . Tiragem desta edição: 11,2 mil exemplares. 2 ::::Informativo InformativoSinaenco Sinaenco::::Consulte Consulte entrevista Um plano para o transporte caminhar com o Brasil O engenheiro Marcelo Perrupato está à frente da Secretaria de Política Nacional do Ministério dos Transportes, órgão responsável pela gestão e atualização do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). Implementado em 2007, o plano representa a retomada do planejamento de ações públicas para um setor com impactos diretos na competitividade do Brasil. O que o PNLT traz de novidade? O Plano indica os caminhos do crescimento socioeconômico do país: onde a atividade econômica está aumentando, para onde a população está migrando e quais são os setores mais dinâmicos que vão impactar a demanda por transporte. Nós estudamos hoje 110 produtos da economia brasileira, fazemos uma configuração espacial, envolvendo inclusive análises de demografia e renda. Os dados são cruzados e levam a conclusões, por exemplo, sobre a necessidade de novas rotas ou expansão da capacidade de vias existentes. Essas informações ajudam na elaboração de políticas públicas. Por exemplo, o PNLT subsidiou o Plano Plurianual de Investi- CLÓVIS FERREIRA / DIGNA IMAGEM O PNLT retoma o planejamento na área de transporte. Como foi o processo para sua implementação? O PNLT entrou em operação em 2007, mas o processo de elaboração foi iniciado cerca de dois anos antes, em parte por solicitação dos Estados, que reclamavam a infraestrutura necessária para o desenvolvimento das economias locais. O plano veio num momento oportuno, de estabilidade econômica, que permite planejar as ações futuras. sidera o Brasil no contexto das nações, o que nos direciona para duas das nossas principais potencialidades: o agronegócio e a mineração. Esses setores comandam um movimento em direção ao Centro e ao Norte do Brasil e carregam outros segmentos, impactando a demanda por transporte nessas regiões. mentos (PPA) do período de 20082011. Nos próximos meses, o Congresso deve aprovar a versão 20122015 do PPA, também com informações do plano de logística. O que os dados disponíveis indicam em termos de investimento em transporte nos próximos anos? Na primeira versão estimamos que o país precisaria investir R$ 117 bilhões até 2023. Na mais recente, esse valor foi revisado para R$ 428 bilhões. Acontece que quando se faz uma análise do crescimento do país, percebe-se que estamos demandando investimentos anuais em transporte de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Nossa visão con- Como estes investimentos estão divididos entre os modais? Em termos percentuais, consideramos que 45% devem ser aplicados em ferrovias, 30% em rodovias e 10% em hidrovias. Com essa composição, será possível mudar a atual matriz de transporte brasileira, concentrada em rodovias. No médio prazo, em função dos investimentos que vêm sendo feitos na extensão ferroviária, prevemos que o transporte rodoviário de longa distância passará dos atuais 58% para 32%. Na projeção, que montante caberia à iniciativa privada? Cerca de um terço do total de investimentos. Além de concessões e parcerias público-privadas, para as ferrovias a agência reguladora estuda uma nova modalidade, na qual as vias permaneceriam sob o domínio da União, que cobraria pelo arrendamento de transporte, por tonelada por quilômetro. A princípio, o sistema só deve funcionar nas linhas expandidas, pois a maior parte das concessões tem ainda pelo menos uma década de contrato a cumprir. Consulte Consulte::::Informativo InformativoSinaenco Sinaenco:::: 3 p r o j e t o s e p r eve n ç ã o Planejamento para evitar futuras tra O Brasil dispõe de conhecimentos técnicos e recursos necessários para impedir perdas humanas e materiais como as ocorridas na região Serrana fluminense e em tragédias semelhantes associadas a fenômenos naturais. Em alguns casos, há até mesmo instrumentos legais capazes de viabilizar verdadeiras transformações nas cidades brasileiras, aguardando somente empenho político para tirá-los do papel. A seguir, quatro áreas em que planejamento e ações integradas podem fazer grande diferença no futuro. Projeto de reurbanização em Manaus (AM): retirada de famílias de área de igarapés 4 :: Informativo Sinaenco :: Consulte urbano da Ieme Brasil, o principal motivo da inoperância é que o poder público não consegue fazer frente ao principal vilão da ocupação urbana, a especulação imobiliária. O estatuto, por exemplo, permi- ?????? / PULSAR IMAGENS Ocupação irregular: a necessária mudança de paradigma Apontada como uma das causas centrais de tragédias decorrentes de fortes chuvas, a falta de planejamento urbano atinge o país de norte a sul. São cerca de cinco milhões de brasileiros vivendo em 500 áreas de risco, conforme estimativas do governo federal. Desde 2001, o Brasil dispõe de instrumento legal para fazer frente ao problema: o Estatuto das Cidades, cuja principal característica é estabelecer que municípios com mais de 20 mil habitantes devem implementar um plano diretor, com regras e limites para a expansão urbana. Em tese, a legislação – considerada inovadora – deveria facilitar o mapeamento de áreas de risco e a eventual remoção de moradores. Nos últimos dez anos, no entanto, os principais centros urbanos do país deram passos tímidos na direção dessas políticas públicas. De acordo com o Doutor em Urbanismo Sidney Piochi, gerente da área de desenvolvimento te às prefeituras delimitar áreas de interesse especial (inclusive as de risco) e fornece instrumentos para o parcelamento e edificação obrigatórios. No entanto, nem sempre o poder público tem recursos para as desapropriações, ou o mercado tem interesse na área. “Apesar dos instrumentos serem pertinentes e adequados aos históricos problemas relacionados à terra urbanizada, sua aplicação é difícil e exige um enorme trabalho de gestão e mudança na condução das políticas públicas”, diz. Com isso, ocupações irregulares e em áreas de risco prosseguem, aumentando as chances de tragédias no período chuvoso. E, via de regra, a população mais atingida é a de menor renda. agédias A solução, segundo Piochi, é uma radical mudança de paradigma nos padrões da urbanização brasileira. Em primeiro lugar, o planejamento, que começa por organizar uma estrutura de regulação do uso e ocupação do solo, e por enfrentar a questão do déficit habitacional. Algumas cidades brasileiras que optaram por orientar seu crescimento colhem hoje os frutos. Gramado (RS) tem plano diretor desde 1975: conseguiu limitar a construção de moradias em áreas de encostas e preservar arquitetura de estilo alemão do seu casario. E nunca é demais lembrar o exemplo de Curitiba (PR) que, entre as capitais brasileiras, ostenta o menor índice de déficit habitacional. Gestão de resíduos sólidos: novos destinos para o lixo urbano Quase 2,7 mil cidades brasileiras sofrem inundações ou alagamentos, conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, do IBGE, divulgada em agosto passado. De acordo com os dados, obstrução de bueiros, ocupação intensa e desordenada do solo, obras urbanas, lançamento inadequado de resíduos sólidos, falha de drenagem e lençóis freáticos altos são causas de enchentes em mais da metade dos municípios atingidos. Em 31% deles (cerca de 827) é a má gestão dos resíduos sólidos que aparece como fator central para a ocorrência de inundações. Na re- gião Sudeste, o cenário é ainda pior: o lixo é vilão das enchentes em 39,6% dos municípios. As falhas no sistema ocorrem desde a coleta, no início do processo, até o destino final, nos lixões ou aterros sanitários. Depois de 21 anos em trâmite no Congresso, entrou em vigor no ano passado lei que pode contribuir para mudar essa realidade, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Mais quatro ministérios (Saúde, Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) estão ligados ao PNRS, que será válido por 20 anos e revisto a cada 48 meses. O programa prevê, por exemplo, que os municípios brasileiros terão até agosto de 2014 para concluir a adequação dos Consulte ::::Informativo InformativoSinaenco Sinaenco:::: 5 p r o j e t o s e p r eve n ç ã o ERNESTO RODRIGUES / AE gística em locais de difícil acesso, como morros, nos quais a falta de atendimento força o despejo do lixo em córregos, canais e rios. Segundo, a falta de informação. Mobílias velhas e até restos de materiais de construção, por exemplo, têm destino incerto em várias cidades brasileiras. Outro problema é o Alagamento em São Paulo: falta de coleta de lixo hábito de colocar os eficiente agrava o problema sacos de lixo para coleta com muita antecedência, o que aterros sanitários e decretar o fim dos aumenta a possibilidade dos sacos lixões. Outro ponto previsto pelo serem rasgados e causarem a obsprograma é a melhoria na gestão do trução de bueiros e córregos. lixo antes do seu destino final. A nova lei também cita a quesNa opinião do professor Emílio tão do consumo e a classifica como Eigenheer, da Universidade do Estaum dos pilares para a qualidade do do do Rio de Janeiro (UERJ), será sistema. Segundo o IBGE, o Brasil um grande desafio transformar as diproduz cerca de 230 mil toneladas retrizes do programa em prática. “As de lixo por dia. O consumo, no encidades não são iguais. A gestão do tanto, aumenta à medida que há lixo não é igual no Brasil inteiro”, avanço econômico, fato que reforafirma o especialista, responsável pelo primeiro sistema de coleta seça a necessidade urgente de se pensar em sistemas mais eficientes para letiva do país, implantado em Niterói a coleta e destinação do lixo urba(RJ), há 25 anos. Para ele, a gestão no no país. adequada dos resíduos está relacionada à qualidade de três pontos fundamentais: coleta, varrição de rua e Engenharia: soluções de destino final. prevenção e obras estruturais “Essa base só funciona com a Quando se fala em planejamencolaboração de todos. A cidade to para evitar catástrofes, os conhepode ter uma coleta adequada e cimentos técnicos acumulados pela uma população não colaboradora, engenharia, arquitetura e áreas que não está a serviço do sistema. É correlatas devem ser vistos como alipreciso que haja fiscalização. É preados fundamentais. Levantamentos ciso que as pessoas entendam o progeotécnicos, por exemplo, trazem cesso”, explica. como contribuição a identificação das Na coleta, há aspectos que deáreas sujeitas a deslizamentos antes vem ser observados: primeiro, a loque se promova sua ocupação. 6 :: Informativo Sinaenco :: Consulte Essa característica preventiva é o que faz o professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), engenheiro Luis Fernando Pedroso Sales, defender mais investimentos nos estudos de mapeamento das áreas de risco. Segundo ele, uma vez que se confrontam as fragilidades ambientais com as formas de uso e ocupação do solo, tais estudos geram dados importantes para a elaboração de planos diretores e projetos regionalizados. Têm ainda vantagem adicional: são geralmente mais econômicos do que obras estruturais e de emergência. Dentro de uma estratégia ampla de enfrentamento dos problemas causados por fenômenos naturais, entretanto, projetos estruturais também devem ser considerados. As soluções mais usuais, de acordo com Sales, são obras de contenção de encostas – voltadas a estabilizar o solo ou a rocha – e dispositivos de drenagem. “Nas obras de drenagem, há elementos que buscam coletar e conduzir águas superficiais, bem como águas subsuperficiais e profundas decorrentes de infiltrações. No primeiro caso, são usadas canaletas e escadas de dissipação, em encostas e bueiros, e redes pluviais e canais abertos, em áreas planas. Para as drenagens profundas, usam-se valas, trincheiras e drenos profundos”, explica o professor. Outra alternativa são os reservatórios superficiais (bacias de retenção) e subterrâneos (os populares piscinões). Utilizados para reter o escoamento das águas das chuvas em direção aos cursos d água naturais, os reservatórios são geral- DELFIM MARTINS / PULSAR IMAGENS FILIPE ARAÚJO / AE mente aplicáveis a árene toda a experiênas de grande densidade cia existente, provede ocupação. “A retenniente das diversas ção dessas águas, mesmo áreas. Deste mo-do, que por poucas horas, completa, toda a inajuda a evitar os transborformação disponível damentos”, observa. no país, que é bem Após as enchentes e diversificada – e gedeslizamentos ocorrirada de órgãos de Obra de piscinão: tentativa de conter a vazão das águas das chuvas dos em diversos Estados meteorologia, servicoordenado pelo Ministério da Cibrasileiros entre o final do ano pasço geológico, defesa civil, agência sado e o início de 2011, foi anunciência e Tecnologia. Além de novos nacional de água, Inpe, e mesmo de radares meteorológicos e pluviômeado que o Programa de Aceleração sistemas de alerta estaduais e mutros, o sistema contará com um do Crescimento destinará R$ 11 binicipais – passará a orbitar em torsupercomputador, já adquirido pelo lhões para obras de contenção de no de um sistema único, alimentanInstituto Nacional de Pesquisas Esencostas e drenagem contra enchendo-o. Funcionará como “um grantes nos próximos quatro anos. Metapaciais (Inpe), para prever as mudande centro de inteligência”, capaz de ças do tempo com muito mais agilide dos recursos, informa o governo fornecer aos municípios dados mais dade e precisão. A implantação federal, já está à disposição para ser completos sobre o risco de um liberado aos municípios que apresendeve levar cerca de quatro anos, evento iminente. mas a expectativa é que traga algum tarem projetos consistentes. Mesmo assim, não se pode eliresultado já para o próximo períominar o risco de novos acidentes, do de chuvas. diz o diretor do Serviço GeológiGovernança de riscos: atuando Para o geólogo José Ribeiro co. Falta ao país planejamento urna emergência Mendes, responsável pela Diretoria Em janeiro, após a tragédia que bano e, o que considera fundaassolou a Região Serrana do Rio de de Hidrologia e Gestão Territorial mental, educação para a popula(DHT) do Serviço Geológico do BraJaneiro, o governo anunciou a criação. Medidas que evitariam a ocusil, a iniciativa é positiva e necessáção do Sistema Nacional de Alerta pação de áreas de risco, que hoje e Prevenção de Desastres Naturais, ria. E até “chega tarde”, observa, já é altíssima, e poderiam reverter que sistemas de parte dos problemas. alta tecnologia Mas afinal, qual o peso das incomo esse existervenções humanas na determinatem há tempos ção de eventos extremos – chuvas em países como torrenciais, terremotos, inundações, Japão e Estados grandes secas – como temos visto Unidos. em várias partes do mundo? Para o O sistema proespecialista do Serviço Geológico, posto não vai “inainda não há resposta para esta ventar a roda”, se pergunta. Mas sim o reconheciapressa em esclamento da mudança climática, e de recer Mendes. Ele sua contribuição para estes desasexplica que a tres. “Alguns pesquisadores comeproposta é criar çam até a sugerir que estaríamos um sistema únientrando num novo ciclo da TerUnidade do Inpe: novo sistema deve gerar previsões antecipadas e mais precisas co, que armazera”, comenta. Consulte ::::Informativo InformativoSinaenco Sinaenco:::: 7 opor tunidades Como se preparar para as licitações públicas FOTOLIA na hora de participar dos certames. Ainda segundo Gazale, um profissional qualificado pode ajudar na captação de bons contratos. “O ide- As principais modalidades Mesmo quando possuem experiência técnica e profissionais qualificados, as empresas de engenharia consultiva nem sempre têm vida fácil quando decidem participar das licitações públicas. A falta de familiaridade com os meandros burocráticos pode acabar afastando bons concorrentes das obras e serviços estatais. Para quebrar essa barreira, o primeiro passo é saber distinguir as cinco modalidades de licitação (ver quadro) e saber quais atendem melhor às expectativas da empresa. O convite, por exemplo, independe de edital e é usado para contratações rápidas e de baixo valor. Já a concorrência exige um ritual jurídico intricado, que leva ao menos dois meses para terminar. Segundo o advogado Eduardo Gazale Féo, especialista em direito administrativo do escritório Natal, Locatelli e Lopes de Almeida Advogados Associados, a melhor estratégia para as empresas que pretendem ingressar na seara dos contratos públicos é centrar esforços na8 ::::Informativo InformativoSinaenco Sinaenco:::: Consulte quilo que fazem de melhor. “As empresas devem focar no objeto que sua capacitação técnica permite desenvolver”, aconselha. Com um escopo de serviços bem definido, o passo seguinte é colocar em dia uma série de documentos. Além de atestado de regularidade com o Fisco, as empresas têm de comprovar sua qualificação técnica, geralmente através de certificados emitidos por órgãos como o Crea. Outro ponto importante são as exigências referentes à qualificação econômica. A depender do tamanho do empreendimento, a saúde financeira da empresa pode ser avaliada pelo capital social ou, quando o poder público exigir garantias, pelo patrimônio líquido. Para empresas de menor porte, o ideal é começar pelas modalidades de licitação com menor teto, como convite e tomada de preços. Para isso, é importante que fiquem atentas aos avisos de licitação e que se registrem em cadastros de fornecedores, o que diminui a burocracia Concorrência: modalidade utilizada para contratações de grande vulto. Obras e serviços de engenharia acima de R$ 1,5 milhão e compras e serviços acima de R$ 650 mil devem passar pelo processo. Depende da publicação de edital pelo órgão contratante, disponível entre 30 e 45 dias antes da abertura das propostas. Para licitações acima de R$ 150 milhões, são necessárias audiências públicas. Para essa modalidade valem os seguintes tipos de licitações (o mesmo se aplica à tomada de preço e ao convite): menor preço, melhor técnica e técnica e preço. Tomada de preços: a primeira diferença entre concorrência e a tomada de preços é o teto das contratações. A modalidade se aplica a obras e serviços de engenharia de até R$ 1,5 milhão, e compras e serviços de até R$ 650 mil. A segunda diferença é que, na tomada de preços, é exigida uma habilitação prévia das empresas através de um cadastro de fornecedores. Uma flexibilização da lei introduzida recentemente permite, no entanto, que empresas não cadastradas também participem. Para isso, basta que manifestem interesse até três dias antes do envio das propostas, que deve ser feito no prazo de 30 dias, quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço, ou 15 dias, nos demais casos. Fontes: Leis 8.866/1993 e 10.520/2002 al é possuir um bom profissional em seu quadro de colaboradores, pois as oportunidades serão identificadas e trabalhadas com mais facilidade.” Convite: é a modalidade de licitação mais simples e com o menor teto de contratação. Aplica-se a obras e serviços de engenharia de até R$ 150 mil, e compras e serviços de até R$ 80 mil. O órgão interessado convida, por escrito, ao menos três empresas (cadastradas ou não), que devem enviar suas propostas em até cinco dias úteis. As empresas não convidadas, mas cadastradas, também podem participar se enviarem suas propostas com antecedência de até 24 horas. Concurso: é uma modalidade especial de licitação destinada à escolha de trabalho técnico, científico ou artístico. O profissional selecionado pode ser ressarcido através de prêmios ou remuneração. Segundo a lei de licitações, a contratação de serviços técnicos especializados, como projetos básicos ou executivos e fiscalização de obras ou serviços, deve, de preferência, se dar por meio de concurso público. Pregão: esta modalidade foi instituída em 2002 para facilitar a compra de bens e serviços comuns, ou seja, não especializados. Sem prévia análise de capacitação técnica, os participantes apresentam suas propostas de preço por escrito e por lances, de forma presencial ou pela internet. Vence a empresa que oferecer o menor valor. PAC II altera contratações do setor de saneamento O PAC II deve trazer modificações significativas nas contratações pelo setor de saneamento. Segundo o consultor do Sinaenco, Jorge Hori, que analisou os investimentos previstos no plano do governo federal, de cerca de R$ 20 bilhões, as principais mudanças estão relacionadas à origem dos recursos e como estes serão distribuídos nos próximos anos. A nova composição coloca o FGTS como fonte de financiamento de apenas 33% dos empreendimentos, ante 100% no modelo vigente. O restante dos investimentos virá do Orçamento Geral da União (OGU), sob a forma de financiamentos a fundo perdido destinados às prefeituras. Às companhias estaduais caberão a parcela de recursos do FGTS. Há novidades também na destinação dos investimentos. Água e esgotamento sanitário, áreas geralmente contempladas com a totalidade dos recursos para saneamento, ficarão com fatia de 41%, enquanto manejo de águas pluviais, 19%, urbanização, 17%, e obras de contenção de encostas, 2,47%. Na avaliação de Hori, com as alterações as empresas de consultoria e projetos devem se preparar para trabalhar com as prefeituras. “Será um desafio, pois os municípios não estão preparados, do ponto de vista técnico, para elaborar seus planos de saneamento e caberá ao setor de A&EC oferecer esse suporte”, diz. Outra necessidade para o setor será se especializar em projetos de manejo, urbanização e pavimentação. In vestimentos em Saneamento P AC II Inv PA Intervenção Sistema para abastecimento de água OGU* (R$ em milhões) FIN** Total 1.621,52 944,08 2.565,6 12,67% % 499,95 0,00 499,95 2,47% Redução de riscos e estabilização de encostas 44,11 0,00 44,11 0,22% Estudos e projetos de gestão de água pluviais 63,72 3,30 67,02 0,33% Estudos e projetos - resíduos sólidos urbanos 27,35 0,16 27,51 0,14% Estudos e projetos - abastecimento de água 57,33 89,41 146,74 0,72% Estudos e Projetos - esgotamento sanitário 110,85 60,18 171,03 0,84% Estudos e Projetos - Saneamento Integrado 27,34 2,95 30,29 0,15% Esgotamento sanitário 2.742,73 1.660,41 4.403,14 21,75% Manejo de águas pluviais 3.009,82 923,67 3.933,49 19,43% 0,00 2.405,29 2.405,29 11,88% Obras de contenção de encostas Pavimentação PLSAN - Plano de saneamento básico Saneamento Integrado Estudos e Projetos - Urbanização Urbanização - PPI Urbanização - Pró-moradia Urbanização - FNHIS TOTAL % OGU e FIN 106,57 4,25 110,82 0,55% 1.211,24 50,21 1.261,45 6,23% 116,03 0,00 116,03 0,57% 3.319,97 118,10 3.438,07 16,98% 2,36% 0,00 477,51 477,51 549,68 0,00 549,68 2,71% 13.508,21 6.739,52 20.247,73 100,00% 67% 33% 100% * Orçamento Geral da União; **financiamentos FGTS Consulte ::::Informativo InformativoSinaenco Sinaenco:::: 9 ética concor rencial A armadilha do subpreço Prática lesiva aos concorrentes, o mergulho de preço pode causar sérios desequilíbrios de mercado Em setores em expansão, é comum que algumas empresas baixem seus preços para além da média do mercado como estratégia para se sobrepor à concorrência. É o chamado mergulho de preço, prática que fere a ética concorrencial e pode provocar graves desequilíbrios ao longo de toda uma cadeia produtiva. “Quem pratica subpreço oferece à sociedade um produto ou serviço que não é real”, conceitua a professora Maria Cecília de Arruda, coordenadora do Centro de Estudos de Ética nas Organizações da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “A princípio é uma saída que parece vantajosa, mas no longo prazo traz prejuízos para a própria empresa e ao mercado como um todo.” Para quem a pratica, a concorrência desleal pode levar à perda de qualidade dos produtos e serviços oferecidos e à incapacidade de cumprir prazos, gerando ao longo do tempo queda na credibilidade e confiança por parte dos contratantes. E, como os demais concorrentes são forçados a achatar seus preços, o segmento econômico do qual a empresa faz parte também sai enfraquecido. “A função de uma empresa privada é proporcionar lucro a seus acionistas. Quem pratica subpreço opera no prejuízo e vai contra esse objetivo primordial”, observa o VP de Gestão do Sinaenco, Antonio Salles. “Então, como se pode esperar que essa organização cumpra compromissos com os contratantes?” Efeito cascata Nas contratações públicas, a prática do mergulho de preço é de tal forma lesiva que é considerada ilegal. “A administração pública dispõe de mecanismos para aferir o preço distante da média e desclassificar a empresa do processo licitatório por considerar inexequível a execução por determinado valor, assim como o faz com a empresa que oferta preço superior ao limite estabelecido”, afirma Salles. “Tanto o preço muito baixo ou muito acima do mercado são considerados ilegais”. De acordo com o VP do Sinaenco, quando são apresentados valores próximos ao limite do realizável, o administrador público exige garantias adicionais do proponente para a execução do serviço, conforme prescrito em lei. O papel do empresário O fato de ter liberdade para definir seus preços faz do empresário protagonista da autorregulação de mercado. Maria Célia de Arruda cita o exemplo do segmento publicitário brasileiro que, ao perceber que a ética concorrencial estava sendo deixada de lado, optou por estabelecer faixas de preços para serviços comuns. Tratar os concorrentes com respeito, lembra a professora, além de atitude ética, pode ser garantia de negócios no futuro. “O concorrente de hoje pode ser aquele parceiro essencial num contrato de maiores proporções”. Acer te no orçamento Acerte Para auxiliar as associadas na elaboração de orçamentos, o Sinaenco disponibiliza em seu site o roteiro para Composição de Preços de Estudos e Projetos de Arquitetura e Engenharia. O roteiro traz orientações e subsídios básicos para possibilitar a elaboração de orçamentos condizentes com os custos e as remunerações inerentes aos trabalhos do setor. Acesse: www.sinaenco.com.br/roteiro.asp Informativo Sinaenco Sinaenco ::::Consulte Consulte 10 :::: Informativo arquitetura e engenharia IBGE aponta crescimento da A&EC As atividades do setor de A&EC ganharam força nos últimos anos. Estudo realizado pela unidade de Dados Setoriais do Sinaenco, com base nas estatísticas oficiais do IBGE (PAS - Pesquisa Anual de Serviços e Cempre - Cadastro Central de Empresas), mostra crescimento de 26,53% no faturamento das empresas, de R$ 10 bilhões para R$ 14,2 bilhões, entre 2007 e 2008 (as estatísticas têm defasagem de dois anos). No mesmo período, o número de instituições que prestam serviços de arquitetura, engenharia e atividades técnicas relacionadas passou de 39,597 mil para 43,712 mil. A proposta do Sinaenco é editar anualmente estudo sobre o perfil do setor a partir das atualizações do IBGE, de forma a reunir subsídios que comprovem sua relevância no cenário nacional e, assim, melhor posicionar o segmento. A versão integral está disponível no site da entidade, na seção Dados Setoriais. Panor ama anorama As principais características do setor de projetos e consultoria* Empresas: 43,712 mil - Micro e pequenas empresas: 96,56% - Grandes empresas: 3,44% Faturamento: R$ 14,2 bilhões Mão de obra ocupada: 241 mil profissionais - Assalariados - 71% - Não-assalariados - 29% Distribuição regional: - Sudeste: 67,33% - Norte: 1,79% *Em 2008, segundo dados do PAS e Cempre CAU dá os primeiros passos O CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo, criado pela Lei 12.378/2010, de 31/12/2010, é a partir de agora o órgão responsável por regulamentar o exercício da profissão de arquiteto e urbanista no país. Para cuidar da implantação do conselho, foi formada uma equipe de transição, composta por membros das entidades representativas das várias áreas de atuação da arquitetura: Abap, Abea, Asbea, FNA e IAB. Segundo o arquiteto José Eduardo Tibiriçá, coordenador do CAU pela Asbea, o mais importante neste momento é saber que “todas as questões relativas à estruturação organizacional e administrativa do conselho serão discutidas, equacionadas e definidas ao longo deste ano”. Por lei, o CAU será escolhido pelo voto obrigatório de todos os ar- Logotipo criado para o novo conselho quitetos e urbanistas em atividade. E cada estado da Federação terá sua Regional. Por ora, a coordenadoria nacional das Câmaras de Arquitetura dos atuais Creas, com a participação das entidades de arquitetos e urbanistas, prepara a eleição dos conselheiros do CAU e atua na implementação da sua estrutura. Uma dúvida frequente é sobre a ART - Anotação de Responsabilidade Técnica. Só a partir de janeiro de 2012 é que as ARTs deverão passar a ser pagas ao novo conselho. Apoio à decisão do TCU Comissão com representantes do Sinaenco foi recebida, em 2 de março, pelo ministro do TCU, Valmir Campelo, relator-geral dos processos relacionados à Copa 2014. Na ocasião, foi entregue ao ministro carta assinada pelo presidente nacional João Alberto Viol, apoiando-o na decisão de solicitar ao BNDES contingenciamento de 80% do financiamento para as obras do estádio do Maracanã. A intenção do governo do Rio de Janeiro é captar R$ 400 milhões junto ao banco. O pedido de contingenciamento de parte do empréstimo foi feito após o TCU concluir que os projetos básicos não haviam sido elaborados de maneira suficiente, sendo impossível ter noções mínimas do custo efetivo da obra. Em trecho da carta, Viol destacou: “Manifestações dessa natureza, que demonstram a preocupação ética no trato da coisa pública e que valorizam a técnica em favor de bons projetos para a sociedade, nos fazem acreditar que é tempo de novos ares em nosso país”. Consulte :: Informativo Sinaenco :: 11 Copa 2014 Em obras Fifa aceitou argumento do Internacional de que é desnecessário rebaixar o gramado. Indefinição sobre construção por administração própria ou por contratação de construtora. Reconstrução de 1/4 do anel inferior, demolido em 2010, e demolição de outro 1/4 (reforma em módulos). RIO DE JANEIRO (Maracanã) BRASÍLIA (Estádio Nacional) Governo solucionou impasse com o Ministério Público distrital sobre posse do terreno Dúvida se será o estádio de abertura da Copa. Aguarda a decisão sobre o local de abertura para definir capacidade do estádio (70 ou 40 mil lugares). CUIABÁ (Arena Pantanal) Terraplenagem realizada, em fase de instalação de estacas. TCE suspendeu repasses para obras devido a problemas no edital. Implatação dos pilares de sustentação. CURITIBA (Arena da Baixada) Lei municipal garantiu repasse de R$ 90 milhões ao Atlético-PR, em títulos de potencial construtivo. Cobertura do estádio, que consta no projeto, está sendo avaliada em função dos custos. Início das obras agendado para maio. RECIFE (Arena Pernambuco) SALVADOR (Fonte Nova) Finalizadas reciclagem e terraplenagem; em fase de testes de carga e cravação de estacas. Relatório do TCU considerou a contraprestação pública, de R$ 1,6 bilhão, “superestimada”. Início da construção das estruturas. SÃO PAULO (Arena Corinthians) 12 :: Informativo Sinaenco :: Consulte 12 :: Informativo Sinaenco :: Consulte Ganhou a indicação do Comitê Organizador Local para receber a abertura da Copa. Projeto aguarda garantias financeiras para ser ampliado para 65 mil pessoas. Início das obras previsto para abril. Acompanhe os detalhes no Portal 2014 (www.portal2014.org.br). Tudo sobre a situação das obras nos estádios e também da infraestrutura relacionada à Copa de 2014. Concluídas a terraplenagem e as fundações na área das arquibancadas inferiores. BNDES suspendeu repasses a pedido do Ministério Público por suspeitas de sobrepreço. Instalação de vigas de sustentação das arquibancadas. Andamento de obras externas, como a construção do novo estacionamento. Tempo de reforma curto, já que a cidade pretende receber jogos da Copa das Confederações. Fecha as portas em 31 de março para início das reformas internas. MANAUS (Arena Amazônia) Conclusão da terraplenagem e preparação do canteiro de obras. Clubes do Estado não fecharam acordo para jogar na arena após a Copa. Início dos trabalhos de fundação. FORTALEZA (Castelão) Em fase de conclusão da demolição do anel superior. Estudo revelou possível comprometimento estrutural da cobertura. Após retirada do entulho, está marcada a construção das novas arquibancadas. 70% da demolição da área interna concluída. Pregão para supervisão das obras suspenso pela Justiça. Preparação do canteiro, demolições na parte externa. Após reformulação do edital, a OAS venceu a licitação para construção. Só perde para São Paulo em atrasos para o início das obras. Definição do cronograma de obras. PORTO ALEGRE (Beira-Rio) BELO HORIZONTE (Mineirão) NATAL (Estádio das Dunas) O Consulte traz nas edições de 2011 um resumo do andamento das obras nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Confira abaixo as principais novidades relacionadas à reforma e construção dos estádios. À exceção de São Paulo, Natal e Fortaleza, as capitais fixaram como prazo oficial para a entrega das arenas o dia 31 de dezembro de 2012. ponto alto ponto baixo próxima fase Sinaenco Brasil Reuniões ffocam ocam plano dir etor de diretor saneamento Representantes do Sinaenco/RS estiveram reunidos com prefeitos da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS) para elaboração de planos diretores de saneamento. Na reunião, foram expostas as vantagens da contratação, mediante licitação, de empresas especializadas na elaboração de projetos com a qualidade requerida. De acordo com o presidente da regional gaúcha, Orgel Filho, muitos municípios não conseguem acesso aos recursos disponíveis para o setor de saneamento em função de projetos insuficientes. de Desenvolvimento de Fornecedores do Estado do Espírito Santo (PDV), do qual é uma das instituições apoiadoras. De acordo com o relatório, 895 empresas foram cadastradas no PDV. Ao longo do ano, o programa desenvolveu oficinas, cursos, palestras, além de reuniões entre entidades de classe e empresas investidoras, encontros de negócios, seminários e visitas técnicas. No total, as atividades envolveram mais de seis mil participantes. Para 2011, o objetivo será contribuir ainda mais com a geração de emprego e renda, desenvolver os fornecedores locais e fortalecer o ambiente de negócios no Estado. Regional rref ef orça def esa por eforça defesa mudanças nas licitações Assim como outras regionais, o Sinaenco/BA irá fortalecer a defesa pela contratação justa de projetos e serviços de consultoria. De acordo com o presidente da regional, Claudemiro Junior, ficou definido pelo corpo diretivo que a regional da Bahia não medirá esforços para que a administração pública contrate projetos por meio de licitações por melhor técnica ou técnica e preço. De casa no va nov Def inida a genda de cur sos do Definida ag cursos primeir o semestr e primeiro semestre O Instituto de Qualificação (IQ), ligado ao Sinaenco/PE, já tem definida a agenda de cursos do primeiro semestre de 2011. A programação conta com nove cursos de temáticas variadas. Em fevereiro, foram promovidas as seguintes qualificações: inspeção e diagnóstico em estruturas de concreto armado; terraplanagem: projeto e execução; arquitetura paisagística: o design da nova paisagem urbana. Para os próximos meses, estão programados cursos de gerenciamento de obras e segurança e sinalização viária e de formação de auditor interno em gestão integrada. A nova sede do Sinaenco Nacional no DF está em funcionamento, após ampla reforma realizada em 2010. O conjunto dispõe de três salas, sendo uma para reuniões, com capacidade para até 15 pessoas. Um dos objetivos da sede é atender os associados em compromissos na capital federal. Os contatos devem ser feitos junto à Secretaria Executiva, com Antonio Trindade e Simone Fernandes, pelo telefone (61) 30460176. Desen volvimento de ffor or necedor es Desenv ornecedor necedores O regional capixaba divulgou, recentemente, o relatório de atividades referente ao ano de 2010 do Programa Consulte :: Informativo Sinaenco :: 13 projetos brasileiros DIVULGAÇÃO Sindica to dos Metalúr gicos de Betim Sindicato Metalúrgicos Projeto: Gustavo Penna (GPA&A) A nova sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, em Minas Gerais, é um edifício aberto ao olhar da cidade, transparente e receptivo. Pode ser interpretado como um grande gesto, símbolo do orgulho e da valorização da luta dos trabalhadores. Esses conceitos orientaram o projeto do arquiteto Gustavo Penna (GPA&A), premiado em 2010 pelo IAB-MG. A estrutura é limpa, simples e aérea. Na superfície frontal, o edifício se abre como uma grande porta. Na fachada oeste, o desenho se desenvolve por linhas longas e contínuas. Curvas sutis na fachada, lembrando bandeiras alinhadas, dão movimento ao volume único. Internamente, percursos claros e diretos conduzem o trajeto. O auditório se integra ao foyer e à galeria, o que gera um espaço contínuo. A mesma integração se vê na praça interior, propícia à convivência. O resultado é um projeto integral, sem divisórias fixas, em que prevalecem a coesão e a unidade. Museu da Memória e dos Dir eitos Humanos Direitos 14 :: Informativo Sinaenco :: Consulte CRISTÓVÃO PALMA Projeto: Carlos Dias, Lucas Fehr e Mário Figueroa (Estúdio América) Uma “arca museológica”, de linhas simples e contundentes, com percursos internos surpreendentes. Este é o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago, no Chile, que leva a assinatura de um escritório brasileiro, o Estúdio América, vencedor de concurso em 2007. Inaugurado pela expresidente chilena Michelle Bachelet, em pouco tempo o museu tornou-se emblemático, tendo recebido mais de cem mil visitantes em menos de um ano de funcionamento. De caráter educativo, o museu tem a preocupação de transmitir às novas gerações a memória dos anos de chumbo no Chile, e também de atrocidades cometidas em outras partes do mundo. O edifício é revestido com pele de cobre (chapa metálica microperfurada), elemento simbólico que remete à história dos mineradores chilenos. A área de exposições, na parte elevada da construção, assume o formato de uma barra única, flutuante. À base desta, uma praça rebaixada, com conexão para o metrô, é espaço usado para eventos públicos. DIVULGAÇÃO Cais do Ser tão Luiz Gonza ga Sertão Gonzag Projeto: Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz (Brasil Arquitetura) Na região revitalizada do Porto do Recife, surgirá um novo marco: o museu e centro cultural Cais do Sertão Luiz Gonzaga, projeto do escritório paulistano Brasil Arquitetura, previsto para ser concluído em 2012. Equipado com modernos recursos de tecnologia e interatividade, o espaço foi pensado para destacar a rica cultura do Sertão nordestino. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, dá nome ao museu, que reunirá parte significativa de seu acervo. O museu será instalado em dois espaços: um antigo galpão, de 2 mil m², e, anexo, um novo prédio, de concreto armado, com quatro pavimentos e 5 mil m² de área construída. Neste, as fachadas levam grandes cobogós brancos, de concreto, com desenho sugestivo de galhos secos da caatinga. Os elementos filtram a luz do longo corredor ali formado. O programa compreende áreas para exposição e um auditório para 250 pessoas. Do pavimento térreo, chega-se a uma praça interna. E um restaurante e jardim serão construídos na cobertura. CEU Guar ulhos Pimentas Guarulhos NELSON KON Projeto: Mario Biselli e Artur Katchborian Concebido nos moldes dos Centros de Educação Unificados, os CEUs da cidade São Paulo, este centro de educação e artes, localizado no bairro dos Pimentas, em Guarulhos, foi inaugurado em 2010. O projeto (2008), assinado pelos arquitetos do escritório Biselli+Katchborian, recebeu o prêmio anual da Associação Paulista dos Críticos de Artes, na categoria Arquitetura (concedida pela primeira vez). O projeto tira partido da topografia plana e da forma linear do terreno, para se desenvolver em linha contínua, acompanhada por uma grande cobertura metálica. Abrigados sob esta cobertura, no sentido longitudinal, estão distribuídos os espaços, voltados para diversos usos – de um lado, biblioteca, salas de aula e refeitório, e de outro, salas de aula, ginástica olímpica, dança e auditórios. Articulando os blocos, uma praça, que se abre no vazio central do edifício. Fora deste eixo, externamente, fica o conjunto aquático. A escolha das cores das fachadas internas – que adotam vários matizes, do verde ao amarelo – reforçam a atmosfera lúdica do novo equipamento comunitário. Consulte :: Informativo Sinaenco :: 15 obr as exemplar es Quase transparente para preservar a vista do Cerrado Aberta à amplidão da paisagem do Planalto Central, a sede do Sebrae Nacional em Brasília é uma estrutura aparente em aço, sustentada por pilares de concreto. Um edifício leve, atravessado pelo espaço público, como ensina o conjunto da arquitetura moderna de Brasília, relido aqui em olhar contemporâneo. Projeto assinado pelos arquitetos Álvaro Puntoni, em co-autoria com Luciano Margotto Soares, Jonathan Davies e João Sodré, do Grupo SP, recebeu o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) de melhor obra de arquitetura no Brasil em 2010. O 16 :: Informativo Sinaenco :: Consulte Consulte elemento central é o pátio, que ocupa o grande vazio no interior do edifício. Ao seu redor distribuem-se os ambientes: espaço de formação e treinamento, sala multiuso, auditório, biblioteca e cafeteria. No térreo superior, onde estão os acessos principais, varandas se abrem à cidade e ao lago Paranoá. Bem ventilado e iluminado, o projeto enfatiza o conforto ambiental e o paisagismo. Este último, assinado pelos arquitetos paisagistas Fernando Chacel e Sidney Linhares, traz à cena a rica vegetação do Cerrado, para criar bosques em todo o entorno. Foto: Nelson Kon