ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008 (com Laboratórios) Cursos de EACI e EB Acetatos de Ana Matos 1ª Parte Sucessões Séries Numéricas Fórmula de Taylor Séries de Potências Série de Taylor DMAT Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 1 Sucessões Definição: Uma sucessão de números reais é uma qualquer aplicação u do conjunto dos números inteiros positivos, ℕ, no conjunto dos números reais, ℝ. Representa-se por u n n∈ℕ , u n n , ou, simplesmente, u n ou u n . u n → termo geral da sucessão Nota: Os brasileiros usam o termo sequência em vez de sucessão. Exemplos: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: - os seus termos são a, a + r, a + 2r, … - o seu termo geral é u n = a + n − 1r. 2. Progressão geométrica de razão r e primeiro termo a: - os seus termos são a, ar, ar 2 , … - o seu termo geral é u n = ar n−1 . Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 2 Outro processo de definir uma sucessão é por recorrência. Uma sucessão está definida por recorrência quando é indicado o valor do primeiro termo (ou dos primeiros termos) e o valor dos outros termos é definido a partir do valor de um, ou mais, dos seus termos anteriores. Exemplos: 1. 2. u1 = 1 v1 = 1 , v2 = 2 u n+1 = n 2 u n , ∀ n∈ℕ ; v n+2 = 2v n+1 − 3v n , ∀ n∈ℕ ; 3. u1 = a u n+1 = u n + r , ∀ n∈ℕ define a progressão aritmética de razão r e primeiro termo a; 4. u1 = a u n+1 = u n . r , ∀ n∈ℕ . define a progressão geomética de razão r e primeiro termo a. Método de Indução O Método de Indução Finita, é fundamental para provar muitas propriedades dos naturais ou em que intervêm naturais. É especialmente indicado para provar propriedades de sucessões definidas por recorrência. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 3 Teorema: (Princípio de Indução Finita) Seja Pn uma condição na variável (natural) n tal que: - P1 é verdadeira, - para qualquer n ∈ ℕ, Pn ⇒ Pn + 1. Então Pn é verdadeira, para qualquer n ∈ ℕ. Método de Indução Finita: • prova-se que P1 é verdadeira; • Passo de Indução: Para n ∈ ℕ (arbitrário), assume-se que Pn é verdadeira (chama-se-lhe Hipótese de Indução) e prova-se que Pn + 1 é verdadeira (chama-se-lhe Tese de Indução) (uma propriedade Pn nestas condições diz-se hereditária); • conclui-se, pelo Princípio de Indução Finita, que Pn é verdadeira para qualquer n ∈ ℕ. Por indução, é fácil provar que: • • a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética, u n , de razão r e primeiro termo a, é dada por n S n = a+a × n; 2 a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica, u n , de razão r ≠ 1 e primeiro termo a, é dada n . por S n = a × 1−r 1−r Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 4 Limite de uma Sucessão Definição: O número real L é limite da sucessão u n se, para qualquer > 0, existe M > 0 tal que se n > M então |u n − L| < ; isto é, ∀ >0 ∃ M >0 : n > M ⇒ |u n − L| < . Diz-se também que u n converge para L ou que u n tende para L. Notações: lim u n = L, lim u n = L ou u n → L. n→+∞ Observação: Esta definição é equivalente a: u n → L sse para qualquer > 0 existe uma ordem a partir da qual todos os termos da sucessão pertencem ao intervalo L − , L + . Definição: Uma sucessão u n diz-se convergente se existir um número real L tal que u n → L; diz-se divergente caso contrário. Proposição: O limite de uma sucessão quando existe é único. Definição: Uma sucessão diz-se um infinitésimo se converge para zero. Nota: Da definição de limite resulta imediatamente que u n converge para L sse u n − L é um infinitésimo. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 5 Teorema: Sejam L um número real e f uma função real de variável real tal que lim x→+∞ fx = L. Sendo a n a sucessão cujo termo geral é a n = fn, então lim a n = L. n→+∞ Propriedades dos Limites Da definição, é imediato que a convergência (e o valor do limite) ou divergência de uma sucessão não é alterada se suprimirmos ou modificarmos um número finito dos seus termos. É também imediato que uma sucessão com todos os termos iguais a uma certa constante converge para essa constante. Proposição: Se u n e v n são sucessões convergentes, tais que u n ≤ v n , então lim u n ≤ lim v n . Proposição (propriedades das operações) Sejam a n e b n sucessões tais que a n → L e b n →K, com L, K ∈ ℝ. Tem-se que: 1. a n + b n → L + K; 2. ca n → cL, sendo c ∈ ℝ; 3. a n b n → LK; 4. an bn → L K , se b n ≠ 0, ∀ n∈N e K ≠ 0; 5. se p ∈ ℕ, então a pn → L p ; 6. se p ∈ ℕ e a n ≥ 0, ∀ n∈ℕ , então p a n → 7. se p ∈ ℕ e p é ímpar, então p a n → Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB p p L; L. (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 6 Observação: Outra propriedade útil (e que resulta imediatamente da definição de limite) é a seguinte: u n → 0 sse |u n | → 0. Teorema do encaixe (ou das sucessões enquadradas): Se a n , c n e b n são sucessões tais que lim a n = lim b n e existe um inteiro N tal que a n ≤ c n ≤ b n , para todo n > N, então c n → a. Sucessões Monótonas Definição: Sendo a n uma sucessão, diz-se que • a n é crescente (em sentido lato) se a n+1 ≥ a n , ∀ n∈ℕ ; • a n é decrescente (em sentido lato) se a n+1 ≤ a n , ∀ n∈ℕ . Uma sucessão diz-se monótona se for crescente ou decrescente. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 7 Sucessões Limitadas Definição: • Uma sucessão a n diz-se limitada superiormente (ou majorada) se existe um número real M tal que a n ≤ M, para todo o n ∈ ℕ. • Uma sucessão a n diz-se limitada inferiormente (ou minorada) se existe um número real N tal que N ≤ a n , para todo o n ∈ ℕ. • Uma sucessão a n diz-se limitada se for majorada e minorada, ou seja, se ∃ N,M∈ℝ ∀ n∈ℕ : N ≤ a n ≤ M . Observação: Para provar que uma sucessão é limitada por vezes é mais prático mostrar que ∃L > 0 ∀n ∈ ℕ : |a n | ≤ L, condição que é equivalente à anterior. Proposição: Toda a sucessão convergente é limitada. Atenção: O recíproco desta proposição não se verifica. Teorema: Toda a sucessão monótona e limitada é convergente. Proposição: Se a n é um infinitésimo e b n é uma sucessão limitada, então a n . b n é um infinitésimo. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 8 Limites Infinitos Definição: Diz-se que uma sucessão u n tem limite mais infinito (ou que tende para mais infinito), e escreve-se lim u n = +∞, lim u n = +∞ ou u n → +∞, n→+∞ se, para qualquer L > 0, existe M > 0 tal que u n > L, para todo n > M. Isto é, se ∀ L>0 ∃ M>0 : n > M ⇒ u n > L. A definição de uma sucessão u n ter limite menos infinito (ou tender para menos infinito) é análoga, bem como as notações usadas. Diz-se que u n tem limite infinito (ou que tende para infinito) se |u n | → +∞; escreve-se lim u n = ∞, lim u n = ∞ ou u n → ∞. n→+∞ Classificação de uma sucessão As sucessões podem ser: convergentes (com limite finito) propriamente divergentes → com limite + ∞ ou − ∞ com limite infinito divergentes→ oscilantes → (nos restantes casos) sem sinal determinado ou sem limite Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 9 Propriedades dos Limites Infinitos Proposição: Sendo u n e v n duas sucessões tem-se que: 1. se u n → +∞ e, a partir de certa ordem, u n ≤ v n , então v n → +∞; 2. se u n → −∞ e, a partir de certa ordem, v n ≤ u n , então v n → −∞. Proposição (Propriedades operatórias): Sendo u n e v n duas sucessões tem-se que: 1. se u n → +∞ e v n → +∞ então u n + v n → +∞; 2. se u n → −∞ e v n → −∞ então u n + v n → −∞; 3. se u n → +∞ e v n → a, com a ∈ ℝ, então u n + v n → +∞; 4. se u n → −∞ e v n → a, com a ∈ ℝ, então u n + v n → −∞; 5. se u n → +∞ e v n → b, com b ∈ ℝ + , então u n . v n → +∞ ; 6. se u n → −∞ e v n → b, com b ∈ ℝ + , então u n . v n → −∞; 7. se u n → +∞ e v n → c, com c ∈ ℝ − , então u n . v n → −∞; 8. se u n → −∞ e v n → c, com c ∈ ℝ − , então u n . v n → +∞; 9. se u n → ∞ e v n → ∞, então u n . v n → ∞ (caso u n e v n tendam para +∞ ou para −∞ podemos mesmo dizer se u n . v n tende para +∞ ou para −∞. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 10 Notação abreviada (exemplos): Estas propriedades são frequentemente escritas na forma +∞ + +∞ = +∞ −∞ + −∞ = − ∞ +∞ + a = +∞ −∞. +∞ = + ∞ ∞. ∞ = ∞ Esta é uma mera notação abreviada, que deve ser interpretada exactamente no sentido das propriedades correspondentes da proposição anterior e não como se estivessemos realmente a "somar infinitos" ou a "multiplicar infinitos". Símbolos de Indeterminação Os símbolos +∞ − +∞ +∞ + −∞ ∞ + ∞ ∞ − ∞ 0. +∞ 0. −∞ 0. ∞ são designados por símbolos de indeterminação. Isto quer apenas dizer que, nas situações correspondentes, o facto de existir ou não limite, bem como o seu valor, depende das sucessões envolvidas; não resulta imediatamente de uma propriedade das operações. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 11 Proposição: Seja u n uma sucessão de termos diferentes de zero: 1. se u n → ∞, então 2. se u n → 0, então → 0; 1 un →∞ 1 un (se os termos de u n forem positivos, negativos, u1n → −∞. 1 un → +∞; se forem Proposição: Sejam u n e v n sucessões, v n com os termos diferentes de zero. 1. Se v n → ∞ e u n tem limite finito, então un vn → 0; 2. se v n → 0 e u n tem limite infinito ou finito e diferente de zero, então uv nn → ∞. Notação abreviada: a ∞ =0 ∞ 0 =∞ a 0 = ∞, se a ≠ 0 São também símbolos de indeterminação 0 0 ∞ ∞ ±∞ ±∞ pois o facto de existir ou não limite, bem como o seu valor, depende das sucessões envolvidas; não resulta imediatamente de uma propriedade das operações. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 12 Séries Numéricas Definições básicas • Chama-se série numérica a uma expressão do tipo a 1 + a 2 + ⋯ + a n + ⋯, representada em geral por +∞ ∑ a n , ∑ a n ou ∑ a n , n=1 n≥1 onde a n é uma sucessão de reais. a 1 , a 2 , ⋯ → termos da série a n → termo geral da série. • Designam-se por somas parciais da série S1 = a1 , S2 = a1 + a2 , S3 = a1 + a2 + a3 , ⋮ • Chama-se soma parcial de ordem n a Sn = a1 + a2 + ⋯ + an • A S n chama-se a sucessão das somas parciais da série. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 13 +∞ Definição: Uma série ∑ n=1 a n diz-se convergente se a sucessão das somas parciais, S n , converge para um número real S, que se designa por soma da série, e escreve-se +∞ ∑ a n = S. n=1 Uma série que não é convergente diz-se divergente. Diz-se que duas séries têm a mesma natureza se forem ambas convergentes ou ambas divergentes. Observação: +∞ A uma série ∑ n=1 a n temos associadas duas sucessões: • a n , a partir da qual definimos a série; • S n , a sucessão das suas somas parciais. A natureza da série é determinada pela convergência ou não da sucessão das suas somas parciais. +∞ O facto de a n ser convergente não garante que ∑ n=1 a n seja convergente. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 14 Exemplos: +∞ 1. Para a série ∑ n=1 n , S n = 1 + 2 + ⋯ + n = n. 1 + n . 2 Como lim S n = +∞, a série é divergente. +∞ 2. Para a série ∑ n=1 −1 n , Sn = −1 se n é ímpar 0 se n é par . Como S n não tem limite, a série é divergente. 3. Para a série +∞ ∑ n=1 1 − 12 Sn = 1 − 12 2 1 , n−1 n = 2 1− 1 2 n pelo que a série é convergente e a sua soma é 2. Nota: Podemos também considerar séries indexadas em ℕ 0 ou ℕ p , com p ∈ ℕ. As definições e propriedades são análogas às das séries indexadas em ℕ. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 15 Séries Importantes Séries Geométricas Chama-se série geométrica de razão r e primeiro termo a à série +∞ ∑ ar n−1 = a + ar + ar 2 + ⋯ + ar n−1 + ⋯ , n=1 em que r e a são números reais não nulos. Tem-se que a. 1−r n 1−r , se r ≠ 1 Sn = , a. n, se r = 1 pelo que • • se |r| < 1, a série geométrica é convergente e a sua soma é a S = 1−r ; se |r| ≥ 1, a série geométrica é divergente. Então, a série geométrica é convergente sse |r| < 1 e, neste caso, a sua soma é S = Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) a 1−r . 1ª Parte - 16 Séries Redutíveis ou de Mengoli Chamam-se séries redutíveis, séries de Mengoli ou séries telescópicas às séries que se podem escrever na forma +∞ ∑u n − u n+k , n=1 em que k é um número natural fixo. Exemplos: 1. +∞ ∑ n=1 1 nn + 1 é uma série de Mengoli, com k = 1; 2. +∞ ∑ n − n+2 n=1 é uma série de Mengoli, com k = 2. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 17 Convergência duma série de Mengoli: • Quando k = 1, a série é da forma +∞ ∑u n − u n+1 n=1 e S n = u 1 − u 2 + u 2 − u 3 + ⋯ + u n − u n+1 = u 1 − u n+1 pelo que ★ +∞ se u n é convergente, a série ∑ n=1 u n − u n+1 é convergente e a sua soma é S = u 1 − lim u n ; ★ • +∞ se u n é divergente, a série ∑ n=1 u n − u n+1 é divergente. Quando k > 1, S n = u 1 + u 2 + ⋯ + u k − u n+1 − u n+2 − ⋯ − u n+k pelo que ★ +∞ se u n é convergente, a série ∑ n=1 u n − u n+k é convergente e a sua soma é S = u 1 + u 2 + ⋯ + u k − k lim u n (pois lim u n+1 = ⋯ = lim u n+k = lim u n ; ★ se u n é divergente, nada se pode concluir sem estudar directamente a sucessão S n . Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 18 Propriedades gerais das Séries Comecemos por observar que a natureza de uma série não é alterada se suprimirmos ou modificarmos um número finito dos seus termos (no entanto a sua soma é, em geral, alterada). Proposição: Se ∑ a n e ∑ b n são duas séries convergentes e c ∈ ℝ, então: 1. ∑ca n é convergente e ∑ ca n = c ∑ a n ; 2. ∑a n + b n é convergente e ∑a n + b n = ∑ a n + ∑ b n ; 3. ∑a n − b n é convergente e ∑a n − b n = ∑ a n − ∑ b n . Observação: Da alínea 1 resulta que não se altera a natureza de uma série multiplicando o seu termo geral por uma constante diferente de zero. Proposição (condição necessária de convergência): Se ∑ a n é uma série convergente então a n → 0. Na forma contra-recíproca, se a n não tende para zero, então ∑ a n é divergente. Nota: A afirmação recíproca é falsa: a n → 0 não implica que Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB ∑ a n é convergente. (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 19 Testes (ou critérios) de convergência Para o primeiro critério necessitamos da definição que se segue. Definição (integral impróprio de 1ª espécie): Seja f uma função contínua no intervalo a, +∞. Chama-se integral impróprio da função f em a, +∞ a +∞ ∫a fxdx = lim β→+∞ β ∫ a fxdx. Caso o limite exista e seja finito, diz-se que o integral +∞ impróprio ∫ fxdx é convergente, sendo esse o seu valor. a Caso contrário (isto é, se o limite não existir ou não for finito) diz-se que o integral impróprio é divergente. Proposição: (teste do integral) Seja f : 1, +∞ → ℝ uma função positiva, contínua e decrescente. Sendo a n = fn, então +∞ a série ∑ n=1 a n é convergente sse o integral impróprio Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB +∞ ∫ 1 fxdx é convergente. (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 20 Séries de Dirichlet Chama-se série de Dirichlet ou p-série a qualquer série da forma +∞ ∑ 1 np n=1 com p um número real positivo fixo. Chama-se série harmónica à série de Dirichlet para p = 1: +∞ ∑ 1. n n=1 Convergência da série de Dirichlet: • se p > 1, • se 0 < p ≤ 1, +∞ ∑ n=1 1 np é convergente; +∞ ∑ n=1 Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB 1 np é divergente. (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 21 Testes de convergência para séries de termos não negativos +∞ Definição: Uma série ∑ n=1 a n diz-se de termos não negativos se a n 0, para qualquer n ∈ ℕ. Nota: Neste caso a sucessão S n é crescente. Proposição: (cond. necessária e suficiente de convergência) Uma série de termos não negativos é convergente se e só se a sucessão das suas somas parciais é majorada. Proposição: (teste da comparação directa ou 1º critério de comparação) Sejam 0 ≤ a n ≤ b n , para todo n ∈ ℕ. • Se ∑ n=1 b n é convergente, ∑ n=1 a n é convergente; • se ∑ n=1 a n é divergente, ∑ n=1 b n é divergente. +∞ +∞ +∞ +∞ Observação: No primeiro caso, da demonstração resulta ainda +∞ +∞ que ∑ n=1 a n ≤ ∑ n=1 b n . Proposição: (teste da comparação no limite ou 2º critério de comparação) Sejam a n ≥ 0 e b n > 0, para todo n ∈ ℕ, tais que an bn → L, com L ≠ 0, +∞ (finito e positivo). +∞ +∞ Então as séries ∑ n=1 a n e ∑ n=1 b n têm a mesma natureza. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 22 Resto de uma série +∞ Definição: Seja ∑ n=1 a n uma série convergente com soma S. +∞ Sendo N ∈ ℕ, chama-se resto de ordem N da série ∑ n=1 a n , e representa-se por R N , à soma da série a N+1 + a N+2 + ⋯ + a n + ⋯ = ∑ an , n>N que resulta da anterior suprimindo os termos de ordem menor ou igual a N. Observação: Assim, RN = S − SN , ou seja, este valor é precisamente o erro que se comete quando +∞ se toma como soma da série ∑ n=1 a n o valor da sua soma parcial SN. Séries alternadas Definição: Uma série diz-se de termos sem sinal fixo se possui infinitos termos positivos e infinitos termos negativos. Em particular, sendo a n > 0, ∀n ∈ ℕ, a série +∞ ∑−1 n+1 a n = a 1 − a 2 + a 3 −. . . +−1 n+1 a n +. . . . n=1 diz-se uma série alternada Exemplo: +∞ −1 n+1 1n ∑ n=1 → Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB série harmónica alternada. (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 23 Proposição: (teste da série alternada ou critério de Leibniz) Se a n é uma sucessão decrescente e com limite nulo (portanto +∞ +∞ a n > 0), então as séries ∑ n=1 −1 n a n e ∑ n=1 −1 n+1 a n são convergentes. +∞ Exemplo: A série harmónica alternada, ∑ n=1 −1 n+1 1n , é convergente. +∞ Proposição: Se ∑ n=1 −1 n+1 a n é uma série alternada nas condições do critério de Leibniz, então o valor absoluto do resto de ordem N é menor ou igual ao valor absoluto do primeiro termo desprezado, isto é, |R N | = |S − S N | ≤ a N+1 . Séries Absolutamente Convergentes +∞ Proposição: Se a série ∑ n=1 |a n | é convergente, então a série +∞ a n também é convergente. ∑ n=1 +∞ Definição: Uma série ∑ n=1 a n diz-se: • • +∞ absolutamente convergente, se a série ∑ n=1 |a n | é convergente; simplesmente convergente (ou condicionalmente convergente), se é convergente mas não é absolutamente convergente. Exemplo: +∞ 1. A série ∑ n=1 −1 n+1 +∞ 2.A série ∑ n=1 −1 n+1 1 n2 1 n Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB é absolutamente convergente é simplesmente convergente. (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 24 Reordenação dos termos de uma série Uma série absolutamente convergente verifica propriedades que não são válidas para séries simplesmente convergentes. É o caso da reordenação dos seus termos. Qualquer soma finita pode ser reordenada sem que o seu valor seja alterado. Esta propriedade não é válida para somas infinitas (séries). Reordenando os termos de uma séries simplesmente convergente podemos alterar a sua soma. Exemplo: Veremos à frente que +∞ ∑−1 n+1 1n n=1 = 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 ⋯ = ln 2. 5 7 1 2 3 4 6 Consideremos a seguinte reordenação desta série: 1 − 1 − 1 2 = 1 − 1 1 2 = 1 − 1 + 2 4 1 + 1 − 1 − 1 4 3 6 8 − 1 + 1 − 1 4 3 6 1⋯ = 1 1 − 6 2 1 + 1 − 1 − 1 +⋯ = 5 10 12 − 1 + 1 − 1 − 1 +⋯ = 5 8 10 12 1 + 1 − 1 + ⋯ = 1 ln 2. 2 3 4 2 Obtivemos uma série cuja soma é metade da soma da série original. Pode mesmo provar-se que, dada uma série simplesmente convergente e um valor real qualquer, esta pode ser reordenada de modo a ter como soma esse valor! No entanto: Proposição: A soma de uma série absolutamente convergente não é alterada por reordenações dos seus termos. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 25 Testes da razão e da raíz Proposição: (teste da razão ou critério de D’Alembert) +∞ Seja ∑ n=1 a n uma série de termos não nulos tal que lim n→+∞ a n+1 an = L (com L finito ou infinito). Então: • se L < 1, ∑ n=1 a n é convergente; • se L > 1, ∑ n=1 a n é divergente; • se L = 1, nada se pode concluir. +∞ +∞ Proposição: (teste da raiz ou critério de Cauchy) +∞ Seja ∑ n=1 a n uma série tal que lim n |a n | = L (com L finito ou infinito). n→+∞ Então: • se L < 1, ∑ n=1 a n é convergente; • se L > 1, ∑ n=1 a n é divergente; • se L = 1, nada se pode concluir. +∞ +∞ Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 26 Estratégias para testar séries Façamos um apanhado dos testes apresentados. Procedimentos para testar a natureza de uma série: • O termo geral da série converge para zero? Se não, é divergente; se sim, nada se pode concluir. • A série é de tipo particular - geométrica, de Dirichlet, de Mengoli? Se sim, aplicar o teste de convergência específico. • • • A série é de termos não negativos e pode ser comparada com alguma série de tipo especial? A série é de termos positivos e pode ser aplicado o teste do integral? Pode ser aplicado o teste da razão ou o teste da raiz? Se L = 1, nada se pode concluir. • Se a série é de termos sem sinal fixo, será absolutamente convergente? Se sim, é convergente; se não, nada se pode concluir. • A série é alternada e está nas condições do teste para séries alternadas? Se sim, é convergente; se não, nada se pode concluir. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 27 Polinómio de Taylor e Fórmula de Taylor O objectivo é proximar uma função, à volta dum ponto, por funções polinomiais. Definição: Seja f uma função n vezes diferenciável no ponto c. Ao polinómio f ′′ c f n c 2 P n x = fc + f cx − c + x − c + ⋯ + x − c n 2! n! ′ chama-se polinómio de Taylor de grau n de f em c. Se c = 0, ao polinómio f ′′ 0 2 f n 0 n x +⋯+ x P n x = f0 + f 0x + 2! n! ′ chama-se também polinómio de Mac-Laurin de grau n de f. Proposição: Sendo f uma função nas condições da definição, o polinómio de Taylor de grau n de f em c é o único polinómio, de grau não superior a n, que satisfaz as seguintes condições: Pc = fc, P ′ c = f ′ c, P ′′ c = f ′′ c, ⋯, P n c = f n c. Exemplos: 1. O polinómio de Mac-Laurin da função e x é 2 n P n x = 1 + x + x + ⋯ + x . 2! n! 2. O polinómio de Mac-Laurin da função sen x é 3 5 7 2n+1 P n x = x − x + x − x ⋯ + −1 n x . 3! 5! 7! 2n + 1! Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 28 Definição: Nas condições da definição anterior, chama-se resto de ordem n à função R n x = fx − P n x. Chama-se erro associado à aproximação de fx por P n x a = |R n x| = |fx − P n x|. Teorema (fórmula de Taylor com resto de Lagrange): Seja f uma função n + 1 vezes diferenciável num intervalo aberto I contendo o ponto c. Então, para qualquer x ∈ I, existe z entre x e c tal que fx = fc + f ′ cx − c + f ′′ c 2! x − c 2 + ⋯ + f n c n! x − c n + R n x com f n+1 z R n x = x − c n+1 . n + 1! A esta expressão chama-se resto de Lagrange de ordem n do polinómio de Taylor. Observação: Há várias expressões para o resto do polinómio de Taylor de grau n. Exemplo: A fórmula de Mac-Laurin de ordem n de e x , com resto de Lagrange, é 2 n e z x n+1 , ex = 1 + x + x + ⋯ + x + 2! n! n + 1! para algum z entre 0 e x. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 29 Séries de Potências As séries de potências de x − c são uma generalização da noção de polinómio. Definição: Sendo x uma variável, chama-se série de potências de x a qualquer série da forma a 0 + a 1 x + a 2 x 2 + ⋯ + a n x n + ⋯ ou seja +∞ ∑ anxn. n=0 Mais geralmente, sendo c uma constante real, chama-se série de potências centrada em c a qualquer série da forma +∞ ∑ a n x − c n . n=0 ou seja a 0 + a 1 x − c + ⋯ + a n x − c n + ⋯ Observação: Uma série de potências é uma função de x, cujo domínio é o conjunto dos valores reais que, substituídos em x, originam uma série numérica convergente. Exemplo Importante (série de potências geométrica): O domínio de convergência de +∞ ∑ xn = 1 + x + x2 + ⋯ + xn + ⋯ n=0 é −1, 1. Mais, para qualquer x ∈ −1, 1, +∞ n x = ∑ n=0 +∞ A série ∑ n=0 x n define a função 1 1−x 1 1−x . apenas em −1, 1, apesar da função estar definida em ℝ\0. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 30 Raio de convergência e intervalo de convergência O domínio de uma série de potências centrada em c nunca é vazio, pois +∞ ∑ a n c − c n = a 0 + 0 + 0 + ⋯ + 0 + ⋯ = a 0 n=0 pelo que c pertence ao domínio e fc = a 0 . O domínio desta função é sempre um intervalo centrado em c. Teorema: Para uma série de potências centrada em c, é satisfeita exactamente uma das seguintes alternativas: 1. A série de potências é convergente apenas em c. 2. Existe um número real R > 0 tal que a série de potências é absolutamente convergente nos valores de x tais que |x − c| < R e diverge para |x − c| > R. 3. A série converge absolutamente para todo o x. O número R é o raio de convergência da série de potências. Se a série convergir apenas em c, o raio de convergência é R = 0; se convergir para todo o x, é R = +∞. Ao conjunto dos valores nos quais a série de potências é convergente chama-se intervalo de convergência da série de potências. Nota 1: A proposição nada afirma sobre a convergência da série nos extremos do intervalo de convergência. Nota 2: Atenção, frequentemente o conjunto acima é designado por domínio de convergência e o intervalo de convergência é, por definição, o intervalo c − R, c + R (sem os extremos). Não é esta a convenção que fazemos. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 31 Exemplo (série exponencial): A série de potências +∞ ∑ n=0 xn = 1 + x + x2 + x3 + ⋯ + xn + ⋯ n! 2! 3! n! é absolutamente convergente em ℝ. (Veremos que a soma desta série é e x , para qualquer x ∈ ℝ. Derivação e integração de séries de potências Proposição: Se a função definida por +∞ fx = ∑ a n x − c n n=0 tem raio de convergência R > 0, então f é diferenciável no intervalo c − R, c + R e tem-se que: +∞ 1. f ′ x = ∑ n=1 a n nx − c n−1 , +∞ 2. ∫ fxdx = C + ∑ n=0 a n x−c n+1 n+1 , com C constante real, sendo o raio de convergência destas duas séries igual ao da série inicial, ou seja, R. Nota: Os intervalos de convergência das duas séries podem ser diferentes, em virtude do comportamento nos extremos. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 32 Exemplo: No intervalo −1, 1, +∞ lnx + 1 = ∑−1 n nx + 1 . n+1 n=0 Repare-se que, para x = 1, a série é simplesmente convergente. Tem-se mesmo que a sua soma é +∞ ln 2 = ∑−1 n+1 1n n=1 = 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 ⋯, 5 7 1 2 3 4 6 como se referiu no exemplo sobre reordenação de séries. Operações com séries de potência +∞ +∞ Proposição: Sejam fx = ∑ n=0 a n x n e gx = ∑ 0 b n x n duas séries de potência de x, com raios de convergência não nulos, e R o raio de convergência da primeira série. Sendo k é um número real e N um natural, então: +∞ 1. fkx = ∑ n=0 a n k n x n , +∞ 2. fx N = ∑ n=0 a n x nN , para |kx| < R; para |x N | < R; +∞ 3. fx + gx = ∑ n=0 a n + b n x n , na intersecção dos intervalos de convergência; +∞ 4. fx − gx = ∑ n=0 a n − b n x n , na intersecção dos intervalos de convergência. Observação 1: Saliente-se que as operações acima podem mudar o intervalo de convergência e que nos extremos a convergência terá que ser estudada directamente. Observação 2: Resultados análogos aos anteriores são válidos para séries de potências de x − c. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 33 Série de Taylor e série de Mac-Laurin Definição: Seja f uma função com derivadas de qualquer ordem em c. Chama-se série de Taylor de f no ponto c à série de potências ∞ ∑ n=0 f n c f ′′ c n ′ x − c = fc + f cx − c + x − c 2 + ⋯ n! 2! f n c + x − c n + ⋯ n! Se c = 0 também se lhe chama série de Mac-Laurin de f. Exemplos: 1. A série de Mac-Laurin de e x é +∞ ∑ n=0 xn = 1 + x + x2 + x3 + ⋯ + xn + ⋯ n! 2! 3! n! 2. A série de Mac-Laurin de sen x é 3 5 2n+1 x − x + x + ⋯ + −1 n x +⋯ 3! 5! 2n + 1! 3. A série de Mac-Laurin de cos x é 2 4 n x 2n x x + + ⋯ + −1 +⋯ 1− 2! 4! 2n! Teorema (unicidade do desenvolv. em série de potências): Se +∞ f x = ∑ n=0 a n x − c n , para todo o x num intervalo aberto I centrado em c, então f n c an = , para todo n ∈ ℕ 0 , n! e, portanto, f n c fx = fc + f cx − c + ⋯ + x − c n + ⋯. n! ′ Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 34 Observação 1: O Teorema anterior garante que, caso uma função seja soma de uma série de potências (num intevalo), então essa série coincide com a sua série de Taylor. Observação 2: O facto de podermos escrever a série de Taylor de uma função num ponto não garante que a função seja soma dessa série, mesmo no intervalo de convergência desta. A função fx = e 0 − 1 x2 se x ≠ 0 se x = 0 . é indefinidamente diferenciável em ℝ\0. Pode-se provar que as suas derivadas, de qualquer ordem, em x = 0, existem e são 0. A função f apenas se anula em 0, pelo que não é igual à soma da sua série de Mac-Laurin nalgum intervalo centrado em 0. Definição: Diz-se que f é desenvolvível em série de Taylor num ponto c se f é a soma da sua série de Taylor nalgum intervalo centrado em c. Proposição: Seja f uma função com derivadas de qualquer ordem num intervalo aberto I, centrado em c, e R N x o resto de ordem n do seu polinómio de Taylor em c. Se lim R N x = 0, para todo o x em I, então a série de Taylor n→+∞ converge em I e +∞ fx = ∑ n=0 Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB f n c x − c n , ∀x ∈ I. n! (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 35 Exemplos: Para qualquer x ∈ ℝ, 3 5 2n+1 sen x = x − x + x + ⋯ + −1 n x +⋯ 3! 5! 2n + 1! 2 4 2n cos x = 1 − x + x + ⋯ + −1 n x +⋯ 2! 4! 2n! +∞ 2 3 n ex = 1 + x + x + x + ⋯ + x + ⋯ = 2! 3! n! ∑ n=0 xn . n! Para cada uma das funções anteriores, determinou-se a série de Taylor da função e provou-se que, pela proposição anterior, que a função é igual à soma da série; este processo, em geral, é trabalhoso. O Teorema da unicidade do desenvolvimento em série de potências permite muitas vezes garantir que uma certa série é a série de Taylor duma função num ponto, e que a função é soma dessa série, recorrendo a desenvolvimentos conhecidos e/ou aos resultados sobre derivação e integração de séries de potências. Exemplos: 1. O desenvolvimento em série de Mac-Laurin de 1 1−x é ∞ 1 + x + x2 + ⋯ + xn + ⋯ = ∑ x n , ∀x ∈ −1, 1. n=0 2. O desenvolvimento em série de Mac-Laurin de logx + 1 é +∞ n x n+1 , ∀x ∈ −1, 1. −1 ∑ n+1 n=0 Note-se, ainda, que em x = 1 a série é simplesmente convergente. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 36 Séries de potências para algumas funções elementares • • 1 1−x +∞ = ∑ n=1 x n−1 = 1 + x + x 2 + x 3 + ⋯, +∞ x−1 n n ln x = ∑ n=1 −1 n−1 = x − 1 − x−1 2 2 + • e x = ∑ n=0 • sen x = ∑ n=0 −1 n • cos x = ∑ n=0 −1 n • arctg x = ∑ n=0 −1 n +∞ xn n! = x−1 3 3 +∞ x 2n+1 2n+1! +∞ x 2n 2n! x 2n+1 2n+1 − x2 2! = 1+x+ +∞ para |x| < 1; x−1 4 4 + x3 3! x3 3! x2 2! = x− para 0 < x ≤ 2; + ⋯, em ℝ; = x− = 1− ⋯, x4 4! + x3 3 x5 5! + − x5 5 + x7 7! − x6 6! − + ⋯, em ℝ; + ⋯, em ℝ; x7 7 + ⋯, para |x| ≤ 1; • +∞ arcsen x = ∑ n=0 2n!x 2n+1 2 n n!2n+1 = x+ x3 2.3 + 1.3x 5 2.4.5 + 1.3.5x 7 2.4.6.7 + ⋯, para |x| ≤ 1; • +∞ 1 + x k = 1 + ∑ n=1 = 1 + kx + kk−1 2! kk−1…k−n+1 n! x 2 + ⋯… + xn = kk−1…k−n+1 n! x n + ⋯, para |x| < 1 ∗ , k ∈ ℝ (desenvolvimento binomial). *A convergência em x = ±1 depende do valor de k. Quando k é um natural esta série tem só um número finito de termos não nulos e reduz-se portanto a um polinómio, precisamente o que se obtém pela fórmula do binómio de Newton. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 37 Aplicação das séries de potências à primitivação Muitas funções são primitiváveis mas não podem ser primitivadas recorrendo só ao que se deu em AMII, isto é: primitivas imediatas, primitivação por partes e primitivação por substituição. Diz-se que f é uma função elementar se pode ser obtida por um número finito de operações de adição, multiplicação, divisão e composição, a partir de funções polinomiais, exponenciais, logarítmicas e trigonométricas, directas ou inversas. A função e −x 2 é uma função elementar. Pode-se provar que a sua primitiva não é elementar, pelo que não pode ser obtida, pelos métodos referidos, a partir de funções elementares. Recorrendo à primitivação de séries de potências e a ∞ ex = ∑ n=0 xn , n! conclui-se que ∞ Pe −x 2 = ∑ n=0 −1 n x 2n+1 + C, n!2n + 1 sendo C uma constante real. Ana Matos - AMII0807 - EACI, EB (versão de 1 Mar 08) 1ª Parte - 38