Segue em Silêncio - Capítulo 89
Conversando (primeiro)
O que seria dos índios, dos esquimós, dos mendigos, dos analfabetos, que não
freqüentam igrejas e não têm conhecimento das Escrituras por não saberem ler? Não teriam
salvação?
O Eterno cria o espírito-filho (o fôlego de vida, a partícula divina, o ser que o filho
é), à Sua Imagem e Semelhança: espírito criado do e pelo Espírito (o Eterno). E, por essa
semelhança, o Eterno opera no filho: sem utilizar-se de sua inteligência ou cultura, o filho
“ouve” a Voz Silenciosa do Eterno.
Pela mente, pensamento, inteligência, cultura, conhecimento, interpretação própria, o
homem se “capacita” – mas essa não é a via por onde o filho pode ouvir o Eterno. Esse é o
motivo por que os dogmas divergem, de igreja para igreja. A Verdade é Única, não pode ter
várias interpretações.
No filho, a única via para a “sintonia”, a busca ao Eterno, é no espírito – semelhante
ao Eterno. Eis por que, mesmo aqueles que não têm cultura, ou não sabem ler podem alcançar
a Iluminação, e assim serem salvos.
Por meio de estudo, pesquisa, cultura, o homem utiliza a mente, a inteligência, para a
profissão, o trabalho, etc., mas, para buscar o Eterno, o filho não pode deixar a mente exercer
função alguma – porque, por ela, o homem tem ódio, raiva, mágoa, discórdia, etc., isto é,
atuações de sua capacidade.
Três são as vias de que o homem dispõe, em sua atividade no dia-a-dia: o
pensamento, que resulta da atuação mental; a intuição, exercida pelo próprio espírito, o ser
que o filho é; e a Voz do Eterno, que “opera” no filho, unicamente, por meio do espírito, a
partícula divina que o filho é, semelhante ao Eterno.
A intuição é exercida, no filho, pelo próprio espírito que o filho é. É uma faculdade
inerente ao espírito-filho.
A Voz do Eterno opera, porém, sem utilizar o pensamento ou a intuição: o espíritofilho ouve a Voz Silenciosa do Eterno. No momento em que a Voz do Eterno opera, o
pensamento se cala e a intuição não se exerce: apenas, “ouve-se”, distintamente, a Voz do
Eterno.
É por essa mesma via que o Eterno opera, no filho, com Seus dons, como os de
discernimento e de cura. Realiza-se, assim, o “Eu e o Pai somos Um” – no templo vivo!
O acesso ao Eterno só é possível, no entanto, com a vivência à semelhança do Eterno
– em santidade, uma faculdade inerente ao filho, ao espírito que o filho é.
O homem vem à existência para exercer esse livre arbítrio – utilizar a capacidade de
sua mente, ou vivenciar a faculdade do espírito que ele é!
Distinguindo o que pertence à mente do que é do ser – do que é ele mesmo, o
espírito-filho! –, o homem pode caminhar, dentro de si mesmo, com o Eterno, ou não! Mas, o
Caminho é uma vivência diária – 24 horas por dia! Por isso, não se pode transmitir, é
individual.
É preciso “contar até três” – “vigiar”! –, antes de falar, pensar ou agir, para vivenciar
a sintonia no Bem, e não se deixar “envolver” pela mente, inteligência, ou conhecimento,
capacitados pelo ambiente familiar, social ou cultural.
Dentro do homem estão o Bem e o mal.
É preciso despertar!
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Conversando (primeiro) O que seria dos índios, dos esquimós, dos