1071 - Natália Teixeira Belei TBA Toda vez que eu visto o meu 5.5, penso em tudo que aconteceu na minha vida até chegar aqui. A emoção de representar a pátria e ser o orgulho da minha família é única. E ao jurar à bandeira, estarei incorporando de fato a Marinha do Brasil e mostrando a mim mesmo que eu venci, que consegui realizar meu sonho, afinal eu serei um oficial da Marinha Mercante. Sabe quantas pessoas queriam ser da EFOMM? Sabe quantas pessoas estão próximas de nós e não conseguiram? Ter a honra de vestir esta farda, não é pra qualquer um. Primeiramente, é preciso estudar muito, abdicar-se da vida social, amigos e até família em busca de um objetivo. E depois, descobrir-se realmente forte para sustentar a platina em seu ombro. Mas, o que realmente faz valer a pena, é ver meus pais emocionados. Quando conheci a marinha mercante, eu me enchi de sonhos. Percebi que era isso e não tinha jeito, pois ela é vasta e pode me oferecer várias oportunidades de trabalho, de conhecer outras línguas como o Inglês, Francês, Alemão, Mandarim ... Só a mercante poderia me proporcionar a oportunidade de viajar o mundo e conhecer lugares únicos e adquirir um conhecimento incomparável pra vida, conhecer vários tipos de pessoas e me tornar um diferencial no mundo. Qual profissão fornece isso além da EFOMM? Logo depois de conhecer a EFOMM, comecei a me dedicar, passava mais tempo no cursinho do que em casa. Não passei no meu primeiro ano, mas mesmo assim, eu não desisti, tentei novamente, mais dois anos estudando e nada de aprovação. E toda vez que alguém me colocava para baixo, eu pensava na farda, pensava que ainda estaria aqui para viver este momento. Afinal, se você realmente tem um sonho, você deve correr atrás dele e não deixar ninguém dizer que você não consegue. Muitos não conseguiram e por isso vão dizer que você não vai conseguir também. Era o meu penúltimo ano de concurso, minha penúltima chance, sem expectativa de nada, apenas tinha um sonho que talvez poderia se realizar se eu desse o melhor de mim. Nesse ano, coloquei na cabeça que era minha última chance. Era tudo ou nada. Larguei tudo, estudava de domingo a domingo, dormia pouco, fui em busca do que me derrotava e superei, me superei. E o resultado disso, foi o que nunca tinha acontecido antes: o meu nome na lista! A sensação de dever cumprido, de realização, de que tudo valeu a pena... Eu faria tudo de novo só para sentir isso novamente. E agora, está chegando o juramento, vou ver meus pais após 4 meses. E dessa vez, eles irão me ver diferente, estarei fardada. E após 4 anos de expectativa, vou jurar à bandeira, vou poder andar no pátio e finalmente me considerar parte do que eu sempre quis ser: Mercante.