?????
ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 25/03/12
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ
1
Ano CXII
Edição 13
Domingo, 25.03.2012
R$ 3,20
Pessoas que fazem a diferença
O testemunho pessoal de muitas pessoas tem sido
o diferencial na vida de outras pessoas. São estas
que vivem a missão integral, que educam seus
filhos à luz da Bíblia e são exemplos de integridade. Com este foco veja, nas páginas 8 e 9, como o
modo de viver pode ser um instrumento para pregação do evangelho. Assim como a experiência de
conversão pode ser um grande testemunho da ação
de Deus. E também não deixe de compartilhar o
que o Senhor tem feito na sua vida.
O novo código
florestal
Série: os dons do
Espírito Santo
O pastor Olavo Feijó incrementa sua coluna
semanal e passa, a partir desta edição, a falar sobre
Gotas Bíblicas na Atualidade. Para começar o tema
escolhido foi “O novo código florestal”, trazendo
aos cristãos a lembrança da responsabilidade dada
pelo Senhor ao homens de cuidar de sua criação. E
ainda enfatiza que a Palavra do Senhor nos ensina
ecologia e nos obriga a cuidar da terra. (Veja na
página 4).
A partir desta edição a coluna Teologia Prática
apresentará uma série de estudos sobre o agir do
Espírito Santo, escritas pelo pastor Isaias Andrade
Lins Filho, da Bahia. Vá até a página 15 e conheça o
foco deste estudo, que tem como primeiro título, “Os
crentes batistas e os dons do Espírito Santo”. Num
grande momento de agir de Deus, “nada mais justo
do que exercermos atitudes cautelosas em muitas e
determinadas coisas”, declara o pastor Isaias.
2
o jornal batista – domingo, 25/03/12
reflexão
EDITORIAL
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista
Brasileira. Semanário Confessional,
doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
PUBLICAÇÃO DO
CONSELHO GERAL DA CBB
FUNDADOR
W.E. Entzminger
PRESIDENTE
Paschoal Piragine Júnior
DIRETOR GERAL
Sócrates Oliveira de Souza
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO
Arina Paiva
(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)
CONSELHO EDITORIAL
Macéias Nunes
David Malta Nascimento
Othon Ávila Amaral
Sandra Regina Bellonce do Carmo
EMAILs
Anúncios:
[email protected]
Colaborações:
[email protected]
Assinaturas:
[email protected]
REDAÇÃO E
CORRESPONDÊNCIA
Rua Senador Furtado, 56
CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJ
Tel/Fax: (21) 2157-5557
Fax: (21) 2157-5560
Site: www.ojornalbatista.com.br
A direção é responsável, perante a
lei, por todos os textos publicados.
Perante a denominação batista,
as colaborações assinadas são de
responsabilidade de seus autores e
não representam, necessariamente,
a opinião do Jornal.
DIRETORES HISTÓRICOS
W.E. Entzminger,
fundador (1901 a 1919);
A.B. Detter (1904 e 1907);
S.L. Watson (1920 a 1925);
Theodoro Rodrigues Teixeira
(1925 a 1940);
Moisés Silveira (1940 a 1946);
Almir Gonçalves (1946 a 1964);
José dos Reis Pereira
(1964 a 1988);
Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e
Salovi Bernardo (1995 a 2002)
INTERINOS HISTÓRICOS
Zacarias Taylor (1904);
A.L. Dunstan (1907);
Salomão Ginsburg (1913 a 1914);
L.T. Hites (1921 a 1922); e
A.B. Christie (1923).
ARTE: Oliverartelucas
IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
“D
e sorte que
nos tornastes modelo
para todos
os crentes na Macedônia e
na Acaia. Porque, partindo
de vós fez-se ouvir a palavra
do Senhor, não somente na
Macedônia e na Acaia, mas
também em todos os lugares
a vossa fé para com Deus
se divulgou, de tal maneira
que não temos necessidade
de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam
de nós qual a entrada que
tivemos entre vós, e como
vos convertestes dos ídolos
a Deus, para servirdes ao
Deus vivo e verdadeiro” (1
Tessalonicenses 1.7-9).
O êxito do evangelho em
Tessalônica e a fidelidade
daquela igreja era de tal
forma que suas ações eram
conhecidas por diversos lugares. A convicção do evangelho por parte da igreja de
Tessalônica era tão grande
que seus atos falavam por si
só, os seus frutos mostravam
a glória de Deus. A partir do
texto de 1 Tessalonicenses,
é possível perceber o quanto
esta igreja buscava ser imitadora do Senhor. Querer
fazer a vontade de Deus
os levou a ter uma postura
diferente a outras pessoas
daquela época, os levou a
deixar seus ídolos e servir
a Deus. Era uma igreja que
vivia a missão em tempo
integral.
Ao comparar o modelo
exemplar da igreja de Tessalônica com as igrejas de
hoje, é perceptível o quanto
ainda tem muito o que crescer. O mundo precisa de
uma igreja que saiba louvar
a Deus, mas também saiba
servir, saiba amar, saiba doar
seu tempo. O que se vê nas
igrejas de hoje são grupos
de pessoas que só possuem
tempo para si mesmas e não
tem nenhuma habilidade
para amar. Servir é saber
amar a todos, sem poréns.
Servir é saber cuidar daqueles que estão dentro das igrejas, sem preconceitos e saber
receber aqueles que chegam
às igrejas, sejam pais, mães,
crianças, jovens, prostitutas,
alcoólatras, homossexuais,...
A igreja deve ser um lugar
de tratamento espiritual,
assim como também lugar
de louvor a Deus e ensino
da Palavra.
Igreja que faz a diferença
é igreja que busca fazer a
vontade de Deus. E fazer a
vontade de Deus é cuidar do
meio ambiente, como foi ordenado na criação do mundo. “Tomou, pois, o Senhor
Deus o homem, e o pôs no
jardim do Êden, para o lavrar
e guardar” Gênesis 2.15. Assim como anunciar a salvação através de Jesus Cristo e
formar discípulos. “Portanto
ide, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas
que eu vos tenho mandado;
e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” Mateus
38.19-20.
Estudando a Bíblia dia
após dia, é possível guardar e entender a vontade
do Senhor. É possível gerar
tantos frutos que a comunidade em torno na igreja
sinta o diferencial. Guardar
a mensagem de Deus e ser
imitador de Jesus é pensar
não somente no espiritual,
mas buscar soluções para o
social. Abraçar uma comunidade é dever da igreja, é sua
missão, trazendo esperança
de uma vida digna. Milagres
não surgem a partir de homens, mas a partir de Deus,
basta os homens deixarem
ser instrumentos do próprio
Deus.
Que os canais de televisão,
as redes sociais da internet
e os jornais noticiem a diferença que a igreja batista
brasileira está fazendo na
vida das pessoas. Que o mover de Deus seja mostrado
através de pessoas caladas,
mas que agem. Que os projetos sociais, os projetos de
cuidado do meio ambiente
e os projetos missionários
sejam o grande foco dos batistas. Que as igrejas batistas
não apenas vejam a ação do
Senhor, mas também possam
ser participantes.
o jornal batista – domingo, 25/03/12
reflexão
3
bilhete de sorocaba
Julio Oliveira Sanches
U
ma boa pescaria,
num rio piscoso,
com excelentes
apetrechos e bons
companheiros de pesca é
uma experiência inesquecível. A Bíblia relata-nos as
experiências de vários pescadores. A reação após uma
noite de insucesso. Resta
apenas o lavar e consertar as
redes (Luc 5.2). Por que não
lamentar o insucesso? Claro,
a culpa foi a fase da lua, a
isca usada, quando se pesca
com anzol, a temperatura
da água. O tempo e várias
outras desculpas servem de
consolo ao bom pescador.
Mas, uma coisa não pode
faltar: a esperança. Da próxima pegaremos os peixes
desejados.
O que dizer de um bom
peixe assado sobre brasas
após uma sortida infrutífera?
O sabor do peixe supera ao
preparado pelos melhores
chefs. Foi o que vivenciaram
os discípulos de Jesus após a
ressurreição do Mestre (João
21.9). Aquele peixe assado
por Jesus, que continuou a
comer peixe após ressurgir
dos mortos (Luc 24.41-42),
deve ter sido delicioso. Aos
que não gostam de peixe, um
aviso: Cuidado! No cardápio
celeste pode haver peixe, de
preferência assado.
Mesmo quando o resultado
da pescaria não compensa, a
amizade e o convívio com os
companheiros de pesca suprem todas as desilusões. Os
‘causos’ contados ao redor
das barracas. A perda daquele peixe, o maior de todos,
quando estava prestes a ser
colocado no puçá, não tem
preço. Firma-se uma amizade
que irmana e prevalece anos
seguidos. Guardo excelentes recordações de companheiros de pescarias. Alguns
eram insuportáveis com suas
choramingas, por causa dos
pernilongos e medo dos jacarés. Outros companheirões,
cujas amizades o tempo não
apaga, são lembrados com
saudades, mesmo após terem
partido para o lar celestial.
Há uma pescaria no rio Miranda, MS, que não consigo
esquecer e que me ensinou
preciosas lições. A quantidade de peixes foi excelente,
uma semana à beira do rio,
inesquecível e enriquecedora. Um grupo foi de carro e o
grupo maior num caminhão
baú, com freezer, fogão a
gás, mesas, cadeiras e até um
motor que fornecia energia
para o freezer e alimentava o
chuveiro para banhos, com a
água sugada do rio. Coisa de
gente rica e feliz. Uma vez
instalados começamos a pescaria. Os barcos retornavam
sempre cheios, a natureza
pródiga encheu o freezer e
mais algumas caixas de isopor. Cada peixe maior que
o outro.
Meu filho adolescente estava encantado. Fisgou vinte e
três belos e grandes curimatãs, tornou-se perito em fisgar
um peixe que dificilmente
se pega com anzol. Claro,
tudo foi acondicionado no
freezer com o necessário
gelo para não estragar. O
colega pastor dos irmãos da
capital informou que seria
difícil entrar em Sorocaba e
fazer a divisão dos peixes.
Embora sejam apenas treze
quilômetros. Como o grupo
maior era da capital ocorreu
a “aquiescência”. Mas, ele
viria à Sorocaba na semana
seguinte e traria a parte que
cabia a mim e ao meu filho,
dividimos as despesas e tudo
ficou acertado.
O adolescente desconfiado
me fez uma pergunta desconcertante. Aquela pergunta de
adolescente que não gostamos de ouvir e tampouco de
responder. “Pai, o senhor tem
certeza que veremos esses
peixes outra vez?”. “Claro!”,
respondi. “Você não ouviu o
pastor dizer que vai almoçar
conosco e levar a nossa parte?”. “Ouvi, mas não estou
conseguindo acreditar”. “Ora
filho, o homem é pastor.
Pode confiar”. O tempo passou. Um mês depois o pastor
querido apareceu. Trouxe
dois curimatãs pequenos e
entregou como parte que nos
pertencia.
Não foi fácil acalmar os
ânimos do adolescente. Trabalhar a sua revolta, dizer-lhe
que a vida é assim, às vezes
somos pegos de surpresa
com suas peças. Aceitar a
realidade daquilo que não
pode ser consertado. Não há
como reaver os peixes, o jeito é aprender algumas lições.
Nada de pescaria com caminhões e grupos que ultrapassem três companheiros.
Não deixar a divisão da presa
para o dia seguinte. Não confiar em demasia nos homens,
mesmo sendo pastores. Todos
temos defeitos e nem sempre
somos sábios para administrar
cada situação. Uma boa amizade e um amigo valem mais
que muitos peixes. Peixes são
possíveis de serem pescados
na próxima vez. Um amigo
verdadeiro, nem sempre pode
ser reconquistado.
Meu filho entendeu e até
esqueceu a pescaria. O que
não esqueci foram os bons
momentos que compartilhamos como pai e filho à beira
rio. Nada substitui o estar
com os filhos e usufruir da
amizade que cresce a cada
dia. Com peixes ou sem peixes nossos filhos são bênçãos
que sempre trazem alegria.
Dois caminhos que levam ao mesmo lugar,
a Palavra de Deus da forma que você precisar.
AGORA
M
TA BÉM EM
NOVAS CAPAS
E NOVO
FORMATO
Tenha a versão João Ferreira de Almeida
Revista e Corrigida e a versão NVI juntas.
www.geograficaeditora.com.br
4
o jornal batista – domingo, 25/03/12
reflexão
GOTAS BÍBLICAS
NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ
Pastor, professor de Psicologia
O Novo
Código Florestal
S
tamanha coragem. O propóVilmar Paulichen
Pastor da PIB Indaiatuba, SP. sito e a coragem daqueles
homens e mulheres, arrisudo que fazemos na cando a vida era a CERTEZA
igreja tem que ser DA RESSURREIÇÃO. Eles
feito com propósi- acreditavam convictamente
to. O propósito dá que Jesus Cristo venceu a
motivo à missão. Se não há morte, e Sua ressurreição
propósito não há missão, e garantia a ressurreição deles.
se não há missão toda ação Decididamente acreditavam
vira frustração. A falta de na ressurreição.
Por estarem unidos com
propósito faz da missão um
projeto sem sentido. O pro- Jesus Cristo, estavam convicpósito é a garantia de que os tos que ressuscitariam e não
envolvidos na menor obra tinham medo de falar que
do Reino terão recompensa em Jesus Cristo há ressurreição. Suas palavras faziam
(Mateus 10.42).
Qual o propósito de Paulo ruir toda falsa religiosidade
quando aceitou, junto com e todo discurso vazio. A
Barnabé, ser separado pelo verdade também produzia
Espírito Santo para a obra inveja e ódio (Atos 13.45).
missionária? (Atos 13.2). Por causa da certeza da resQual o propósito de Paulo surreição, não havia ameaça
quando decidiu continuar de morte suficientemente
evangelizando depois de capaz de intimidá-los a parar
ser apedrejado e dado como de falar a Boa Nova.
Aqueles homens e mumorto? (Atos 14.19). Qual o
propósito de Paulo quando lheres enfrentavam a morte
fugiu para não ser assassina- o tempo todo porque acredo numa emboscada? (Atos ditavam na ressurreição (1
9.23-25). Qual o propósito Coríntios 15.30-32). Eram
de Paulo ao decidir continu- como ovelhas entregues ao
ar testemunhando do Evan- matadouro (Romanos 8.36).
gelho mesmo rejeitado em Diariamente experimentaJerusalém? (Atos 22.17-21). vam o extremo da fraqueza,
Paulo, Barnabé, Silas, Mar- como se fossem ovelhas, e o
cos, Pedro, Estevão, Tiago extremo da crueldade, como
e outros, arriscaram a vida se esperassem a morte num
por causa de Jesus Cristo matadouro.
O propósito ao ajudar
(Atos 15.26) e só existe uma
explicação possível para aquelas pessoas tinha que
T
e Adão tivesse pensado duas vezes, provavelmente o jardim
do Éden não teria sido
condenado a virar deserto. O
pecado do homem foi o de
dar mais valor ao seu estômago, ao sabor de uma fruta, do
que ao Criador dos frutos. Por
isso, o Senhor decretou: “Por
causa do que você fez, a terra
será maldita.” (Gênesis 3.17).
O Brasil está às vésperas de
reeditar a tragédia do Éden.
Caso o Senado e a Presidente aprovem o novo Código
Florestal, assim como está,
sem proteções categóricas à
nossa terra, com mais duas
gerações teremos criado outros desertos, além do nosso
Nordeste e do norte do Rio
Grande do Sul. Recebemos
do Criador as maiores florestas e os maiores rios. Eles valem mais do que mais pratos
de lentilhas. Ou de soja. Ou
de milho. Ou da carne gorda
do nosso gado e dos nossos
ser a certeza da ressurreifrangos de exportação.
ção. Não havia motivo mais
Enquanto isso acontece em
nobre. A motivação para a
Brasília, a população brasiigreja ofertar era a certeza
da ressurreição (Filipenses
4.15,18). A oferta supria-os
de comida e roupa, transporte, mas era inútil para “comprar” segurança ou garantir
vida, pois os incrédulos matavam cristãos pensando que
serviam a Deus (João 16.2).
A oferta era meio de diminuir as dificuldades para que
os missionários levassem a
esperança da ressurreição
aos mais distantes rincões. A
certeza da ressurreição lhes
dava perseverança.
Deus sempre será louvado
mesmo quando a intenção
é errada (Filipenses 1.1518). O problema é que a
falta de fé e de propósito
não dá recompensa (Mateus
23.23). Para Deus, a intenção correta do coração importa mais do que dinheiro.
O propósito correto e boa
intenção do coração são
fundamentais para servir ao
Senhor. O propósito errado mortos. Ele nos conquistou
desvaloriza a maior oferta, para si mesmo na cruz. A
enquanto que o propósito ressurreição oferecida por
correto supervaloriza poucas Cristo é motivo mais do que
moedinhas (Lucas 21.1-4). O suficiente para que os misverdadeiro valor de qualquer sionários ativos enfrentem
oferta depende da intenção a pior ameaça de morte; é
do coração.
também motivo suficiente
Jesus Cristo veio mostrar para que os membros ativos
que há ressurreição dos na igreja jamais ofereçam
leira não poderia ser mais
indiferente. Nossos cidadãos
abastados estão preocupados
em gastar bilhões de dólares
na Meca do capitalismo global. Os brasileiros mais pobres, porque privados das informações que alertam contra
as artimanhas do Legislativo,
estão pouco ligando para as
florestas ou seus códigos.
Só que os cristãos, ricos ou
pobres não devem esquecer
sua fidelidade para com a
Bíblia. A Palavra do Senhor
nos ensina ecologia e nos
obriga a cuidar da terra. A ex-ministra Marina Silva, filha
da floresta e, acima de tudo,
filha do Senhor das florestas,
faz um apelo constante para
assumirmos uma cidadania
responsável. É hora de os
cristãos bíblicos clamarem
contra a impiedade florestal.
É hora de concretizar nossa
revolta, inundando os plenários da Câmara e do Senado
com nossas mensagens de
protesto. Oração ecológica
requer ação ecológica, para
destruir a maldição da terra.
a Deus o que está sobrando no bolso. A salvação é
presente de Deus (Efésios
2.8,9), mas todo sacrifício
espiritual de valor tem que
nos custar alguma coisa (2
Samuel 24.24), especialmente porque ofertar é nossa maior felicidade (Atos
20.35).
o jornal batista – domingo, 25/03/12
reflexão
PARÁBOLAS VIVAS
5
João Falcão Sobrinho
N
Pastor Sérgio Dusilek
H
á alguns bons
meses atrás, ao
ser convidado
para escrever
uma série de lições para
uma revista da denominação sobre a vida de Jesus,
me deparei com algo que
algum tempo não refletia:
não sou como Jesus. Pensei
então se essa sensação seria
só comigo ou com outras
pessoas também. Antes que
você me condene, se você
pensar bem verá que ser
como o Mestre não é tão
simples:
Ser como o Mestre é
não ser politicamente
correto. É ter o espírito e o
pensamento livre. Jesus não
aliviou para Herodes, ele
o chamou de raposa (Luc
13.32), para aqueles que
não gostam de condenação política, nem para os
fariseus, nem saduceus. Se
sua preocupação é com o
“clima” da sociedade, você
está longe de ser como Jesus.
Jesus tinha simplesmente a
coragem de ser.
Ser como o Mestre é
ter amor profundo pela
Igreja que é dele. Alguém
que queira o mal daquilo
que o Senhor mais quer
bem, não pode estar afinado com ele. E essa falta de
sintonia com o Mestre, nada
mais é do que um distanciamento do coração do Senhor
e se traduz em carnalidade.
Crente carnal troca a doçura
do amor pela acidez. Crente
carnal troca a humildade
pela arrogância (Fil 2.1-13).
Crente carnal vive longe de
qualquer orientação espiritual (Tito 3.9-10).
1
2
3
Ser como o Mestre é
colocar o seu Reino
sobre todas as coisas. Jesus
anunciou o Reino (tem gente que acha que ele pregou
uma tradição – Mat 15) e os
valores do Reino que são,
antes de qualquer coisa,
norteadores para uma vida
plena. Sabe por que muitos
relacionamentos não prestam? Porque não se vive os
valores do Reino neles: pureza, santidade, misericórdia,
verdade, entre outros.
Andar como Jesus andou (1João 2.6). Isso
implica em acolher o pecador, manifestar graça com
aqueles que foram dilacerados pela vida. Andar como
Jesus andou é sentar-se a
mesa com publicanos (fiscais
corruptos) e ministrar o perdão a mulheres de comportamento duvidoso. Será que
você está pronto para isso?
Semear a Palavra do Reino
no meio mais degradante
sem se corromper?
Ser como Jesus é não
se impressionar com
a aparência (Mar 12.41-44;
Luc 13; Mat 23). O Senhor
sempre soube ler o coração
e a motivação das pessoas.
Por isso hipocrisia não ‘colava’ e não ‘cola’ com ele.
Ser como o Cordeiro é
ter disposição de sofrer
injustiça por amor ao evangelho (1Ped 2.19-25). Aí me
pergunto: se hoje as pessoas
não querem ouvir a Palavra
de Jesus, mas somente aquilo que lhes apraz, será que
estarão dispostas a sofrer
pelo Evangelho? Sinceramente, acho que não.
Ser como a resplandecente estrela da manhã
(Apoc 22.16) é brilhar e dar
4
5
6
7
bom testemunho de Jesus
(2Cor 2) onde quer que estejamos, servindo inclusive,
debaixo do completo uso de
Deus, como norteadores e
aconselhadores para aqueles
que estão perdidos e sem
direção.
Ser como o Pastor
(João 10) é denunciar
que há muitos lobos com
capa de cordeiro andando ao redor do rebanho. E
isso é extremamente difícil
porque a visão turva das
ovelhas (as águias têm visão
espetacular, as ovelhas não)
faz com que elas enxerguem somente a capa. Ser
como Jesus no ministério é
exortar o povo dele a tomar
cuidado com o “fermento”
de fariseus (Luc 12.1-3) e
com a incredulidade dos saduceus que faziam com que
adorassem um Deus morto
(Mar 12.18-27).
Ser como Jesus é ser incompreendido, porque
anunciar o Reino é algo que
está para além da faculdade
humana. O Reino não é tangido pela razão, mas pela fé.
O Reino não é tocado pela
ciência, mas vivenciado pela
graça.
Desde aquele momento
de estudo e reflexão pessoal, reencontrei-me e resolvi
ser como Jesus. Tenho procurado servir o meu Mestre
e ouvir o meu Pastor. Hoje
tenho a consciência de que
estou buscando ser como
Jesus. É por isso que não
me preocupo com o que
falam de mim, e sim com
o que Jesus diz sobr e e
para mim. Quer vida mais
livre do que essa (João 8)?
E você, tem procurado ser
igual a quem?
8
9
ossa querida irmã
Josefina Bortoleto Kaeser, aos 94,
quase 95 anos de
idade, no dia 12 de fevereiro
último, ao terminar o culto
da noite na Igreja Batista Memorial de Mar de Espanha,
Minas Gerais, despediu-se do
pastor Paulo e junto com outra irmã atravessou a rua para
voltar para casa. Ela já estava
do outro lado da via, quando
um carro subiu na calçada e
atropelou as duas senhoras.
A irmã Josefina morreu ali
mesmo. Sua companheira foi
hospitalizada. Em carta dirigida à família, o pastor Levi
Penido, sobrinho da irmã
Josefina, escrevendo dos Estados Unidos, disse que sua
tia “saiu da igreja direto para
o céu”. Bastou atravessar a
rua e ela já estava do outro
lado do rio, andando em ruas
de ouro, com Jesus. Apesar
da idade avançada, segundo
depoimento dos filhos, dona
Josefina era muito lúcida,
não perdia um culto da sua
igreja e não desperdiçava
oportunidade para falar de
Jesus.
Sua história é muito cativante. Ela só veio a se converter a Cristo após a conversão dos seus três filhos
mais velhos. Em seguida,
seus outros sete filhos todos
aceitaram Jesus, dois deles
são pastores, João e Jaci Kaeser. Com um dos seus filhos,
Joel, tenho uma amizade
pessoal há mais de 30 anos.
Membro da Igreja Batista da
Liberdade, no Rio de Janeiro,
de temperamento pacífico,
humilde e fiel como todos
os seus irmãos, Joel trabalhou por muitos anos como
funcionário do Colégio Batista Shepard, no Rio. Dona
Josefina deixa dez filhos, 18
netos e 7 bisnetos. Dos que já
alcançaram a idade para uma
decisão, todos são crentes
fiéis cooperando com igrejas
no Rio e em Minas Gerais.
Viúva há 10 anos, mantinha
uma ativa agenda de oração
em favor dos filhos, noras,
genros, netos e fazia questão
que seus horários de devoção
pessoal fossem respeitados.
Conheci pessoalmente o pastor Jaci Kaeser quando ele
era pastor da Segunda Igreja
da Pavuna, aqui no Rio. Homem conhecido pela bem-aventurança da mansidão,
firme nas doutrinas bíblicas,
preferia sofrer com os que
sofriam a atacar, castigar, e
punir os que erravam. Sua
especialidade como pastor
era ajudar os que precisavam
de ajuda. Jaci refletia, como
seus irmãos, a vida piedosa
que herdara da mãe.
Como é grande, é imensa,
a dívida das nossas igrejas
para com mulheres como a
irmã Josefina Kaeser, mais
que uma parábola da vida
cristã, uma verdadeira serva
do Senhor. Sem alarde, sem
vanglória, quase anônimas,
elas criaram seus filhos nos
caminhos de Deus e os ensinaram a fazer valer seu
compromisso com Cristo em
quaisquer circunstâncias. Os
Kaeser que conheço não são
apenas cristãos. São homens
e mulheres salvos identificados com Jesus. Hoje em dia,
nestes tempos de modernismo teológico e desenfreamento moral, como as nossas
igrejas precisam de mães que
vivam a verdadeira piedade,
mulheres apaixonadas pelo
viver cristão, dedicadas decididamente ao ministério
da oração. Na modernidade,
as mulheres andam tão ocupadas com tantas coisas que
mal lhes sobra tempo para
se curvarem diante de Deus
em oração, seguindo o exemplo da irmã Josefina Kaeser.
Desejo aqui transmitir ao
querido amigo Joel Kaeser e
a todos os seus irmãos, bem
como à Igreja Batista Memorial de Mar de Espanha,
a minha solidariedade que
mescla a gratidão por uma
vida tão preciosa agora diante do trono da graça, com o
sentimento de perda de uma
vida tão preciosa que tinha
ainda muito que orar, muito
que falar de Jesus e adorá-lo
junto com sua Igreja.
6
o jornal batista – domingo, 25/03/12
Samuel Amaro dos Santos
Pastor da IB em Laje do
Muriaé
S
e fizermos essa perg unta pa ra alguns
crentes esses imediatamente responderiam: Claro que não, a igreja
é melhor que o Facebook.
Mas não é isso que muitos
estão provando. Pois uma
coisa é o que falamos outra
coisa é o que fazemos. Para
muitos crentes o Facebook é
sim melhor do que a igreja.
Provas:
Crentes que no horário
do culto estão no Facebook. E isso é muito fácil de
saber.
Crentes que ficam no
Facebook fazendo piada, defendendo com unhas e
dentes seu time, conversando
fiado, falando de novela, e
não falam de sua igreja, não
a defendem, não promovem
suas programações.
Crentes e até líderes de
igreja que passam 1, 2,
5, 10 e pasmem até 15 horas
1
2
3
no Facebook e não vão aos
cultos da igreja que duram
1h ou 1h30.
Crentes que trocam a
comunhão da igreja, o
aperto de mão, o sorriso, o
abraço, o orar juntos, o ouvir
o irmão, o falar com o irmão,
o perdoar, a cura nos relacionamentos para ficar sozinho
em um ambiente com um
computador, um mouse, um
teclado, um monitor, etc.
Crentes que compartilham várias coisas menos a sua fé, crentes que
curtem várias coisas só não
curtem a igreja.
Crentes que adicionam
em sua lista de amigos
pessoas que nunca viram,
mas que não conhecem nem
os membros de sua igreja,
seus irmãos em Cristo.
Amados, não tenho nada
contra o Facebook, na verdade gosto muito. Mas queridos, para mim o Facebook
nunca será melhor do que a
igreja. Nunca trocarei a igreja
pelo Facebook. Facebook
não é melhor do que igreja.
4
5
6
reflexão
Francisco Mancebo Reis
Colaborador de OJB
H
á poucos dias,
num ônibus, ofereci um folheto a
quem estava ao
meu lado. Hesitou em aceitá-lo. No decorrer do diálogo,
alegou visão deficitária e
acrescentou: comedor de
feijão. Embora me parecendo
fácil interpretar essa expressão sintomática, dei uma de
ingênuo e perguntei o que
ele queria comunicar. Foi
bem franco: “São os falsos
profetas; começam pedindo um milhão, depois baixam a quantia”. Respeitei
sua sensibilidade e informei
que a Bíblia denuncia os
comerciantes da fé. Recordei
2Coríntios 2.17, onde consta
a reprovação aos que mercadejam a palavra de Deus.
Na NTLH, da Sociedade
Bíblica do Brasil, está as-
sim: “Nós não somos como
muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus
como fazendo um negócio
qualquer”. Que nos ensina
1Timóteo 6.5? Chama às
contas “homens cuja mente
é perversa e privados da verdade, supondo que a piedade
é fonte de lucro”. É a religião
como fator de enriquecimento. A propósito, Ezequiel
34.2 adverte: “Ai dos pastores que se apascentam a si
mesmos! Não apascentam
os pastores as ovelhas?”. Na
linguagem de hoje: “Ai de
vocês, pois cuidam de vocês
mesmos, mas nunca tomam
conta do rebanho!”.
A revista VEJA (fevereiro
2011) inseriu um artigo depreciando a formação acadêmica que facilita aprovação de alunos incapazes de
coordenar pensamentos e
escrevê-los, neste tempo em
que é cada vez mais ausente
a reprovação escolar. Adiciona uma acusação ao Oriente
de substituir a filosofia (grega) pela religião, a religião
pela ideologia e a ideologia
pelo consumismo. Pus-me a
pensar se essas colocações
podem ter algo a ver com o
que estou expondo, e creio
que sim. Primeiro: por mais
aprimorada e séria que seja,
a formação acadêmica não
evita distorções e fraudes no
exercício da profissão, porque as intenções escondidas
e inconfessáveis extrapolam a
sala de aula. Por acaso o rigor
de um curso teológico isenta
o púlpito de uma pregação
desvirtuada? Segundo: o consumismo tenta alimentar os
líderes ambiciosos e famélicos, que jamais se fartam e
sempre pleiteiam maior conforto na mesa, ainda que à
custa dos pobrezinhos. Haja
feijão para matar a fome dos
inescrupulosos glutões.
o jornal batista – domingo, 25/03/12
missões nacionais
7
Mais igrejas plantadas
Vida é
restaurada em no Rio Grande do Norte
Comunidade C
Terapêutica
O antes e depois de Vânia
A
pós longos anos
de envolvimento
com drogas pesadas como cocaína
e crack, a jovem Vânia Pereira Gomes, de 27 anos,
pode finalmente se ver livre
e recuperada. Seu tratamento durou um ano e nove
meses, na Comunidade Terapêutica Águas de Meribá,
liderada pelos missionários
Sergio e Marcia Grycuk, em
Goiás. Agora, ela estuda no
Seminário Batista Goiano e
trabalha como mentora no
mesmo lugar que a ajudou
a ter uma nova vida. Fora
isso, Vânia teve a alegria
de se casar com Bruno, seu
companheiro que também
se encontra liberto do domínio do vício. Juntos, eles
poderão criar o filho de 6
anos de idade, dentro dos
caminhos do Senhor.
“Hoje estou empregada e
tenho a alegria de ver meu
filho na escola, acompanhando o seu desenvolvimento”, comemora Vânia.
Vencer a batalha contra a
dependência foi possível
porque ela teve um encontro com Cristo. Ela conta
que no início não aceitava
internação e tinha dificuldade de convivência por ter
um comportamento agressivo. “Mas comecei a ter interesse pela Bíblia e oração,
iniciando um processo de
renúncia e cura da alma”.
Na infância, ela chegou
a frequentar a igreja com
seus pais, mas após os 9
anos de idade, abandonou
a fé e pagou pela escolha
errada. A restauração de
sua vida, bem como de seu
esposo, provam a importância de continuar investindo
no alcance de pessoas que
ainda estão presas às drogas. O trabalho de nossas
comunidades terapêuticas
e das Cristolândias, tem
rendido muitos frutos e
cremos que mais pessoas
serão resgatadas até que o
Brasil seja completamente
sarado por Jesus.
inco igrejas já foram plantadas pelos
missionários Marcolino e Elizabeth
de Pontes, no estado do Rio
Grande do Norte. Começando no município de Santo
Antônio, onde fica a sede, a
obra se expandiu, levando a
Palavra para outras cidades
como Passa e Fica, Lagoa
d’Anta, Serrinha e Espírito
Santo. Ciente de que não
existe multiplicação de igrejas, sem multiplicação de
líderes, pastor Marcolino tem
investido nos obreiros locais
que são colocados à frente de
cada um dos trabalhos que
abre, sempre dando apoio
contínuo.
Além das novas igrejas
abertas, outro motivo de celebração é que a sede em
Santo Antônio já possui templo construído e as obras das
capelas de Serrinha e Lagoa
d’Anta já foram iniciadas e,
em breve, estarão concluídas. Segundo o missionário,
N
Obras adiantadas em Lagoa d’Anta
igrejas como a PIB de Mogi
das Cruzes (SP), PIB do Lote
XV – de Duque de Caxias
(RJ) e a PIB no Éden – de
São João de Meriti (RJ), bem
como a Convenção Batista
Rio Grandense e outros irmãos têm colaborado efetivamente com seu ministério.
Recentemente, irmãos da PIB
no Éden visitaram o campo e
promoveram evangelismo e
um impacto que abençoou
crianças e adultos, gerando
ainda mais frutos em cidades
como Serrinha e Espírito Santo. Certamente, este trabalho
de multiplicação continuará
avançando e, para isso, os
missionários contam com
as orações e apoio de cada
batista. “Nós realmente precisamos sentir compaixão
por essas pessoas, de verdade, precisamos olhar nos
olhos e dizer que ainda há
esperança. Precisamos olhar
para o Brasil e chorar como
Jesus chorou por Jerusalém”,
afirmou pastor Marcolino.
Nova Turma do
Radical Brasil
o Rio de Janeiro, já
estão instalados no
Centro Integrado
de Educação e Missões (CIEM) os integrantes de
mais uma turma de Radicais
que serão treinados para atuar
nas Cristolândias do país. A
turma é formada por 54 pessoas que aceitaram o desafio
de ser luz em meio aos dependentes químicos. Do grupo,
33 entendem bem a realidade
em que vivem os “nóias”, uma
vez que vieram da Missão Batista Cristolândia (SP).
Na próxima segunda-feira
(26) às 19h, acontecerá a
Aula Inaugural na capela do
CIEM e você é nosso convidado para participar.
A turma do Radical Amazônia se aproxima do fim de
seu treinamento, adaptando-
Foto: Selio Morais
-se ao estilo de vida dos ribeirinhos, povo a ser alcançado
por meio do trabalho dos
Radicais. A rotina começa
cedo e entre as atividades
tem até aula de direção, mas
de barcos a remo e rabetas
(pequenos barcos a motor).
“É maravilhoso estar aqui,
vivendo como vive o ribeirinho”, declarou Rafael Migowski, missionário da JMN
que participa do treinamento.
Ore pela turma de radicais,
pela adaptação cultural e
pelas comunidades para as
quais o Senhor os levará para
falar de Seu amor.
Estas duas turmas (Amazônia e Rio de Janeiro) são as
turmas do primeiro semestre
de 2012. No segundo semestre teremos novas turmas
para ambos os projetos. Se
você deseja saber mais sobre
eles, visite nosso site www.
missoesnacionais.org.br ou
entre em contato por e-mail:
[email protected]
8
o jornal batista – domingo, 25/03/12
notícias do brasil batista
Pessoas que faz
Arina Paiva
Redação de OJB
O
número de pessoas que tem vivido missões de forma integral, graças ao Senhor, tem crescido cada vez mais. É possível ver o testemunho de familiares ou amigos que declaram
com autoridade a respeito de vidas transformadas a partir
de pessoas comuns, que muitas vezes não possuem títulos, mas mesmo
assim conseguem fazer a diferença. São estas pessoas que criam filhos
e netos dentro da Palavra de Deus, e destas famílias nascem pastores,
diáconos, líderes e servos fiéis. É através de pessoas simples, mas com
a alma rica de sabedoria, que se pode perceber o quanto a vida dentro
do evangelho vale a pena. São 99 anos ou 100 anos de vida e exemplo
cristão. Também existem pessoas como a senhora Maria Francisca, de
Goiás, que carrega em sua vida uma marca tão grande do agir de Deus,
que consegue afirmar com convicção que sua história foi escrita pelo
próprio Senhor.
Leia abaixo o testemunho do mover de Deus através de três vidas que
deixaram ser usadas pelo Senhor, que escolheram viver a vida em Cristo,
que a Palavra foi usada como instrumento de lapidação da integridade
e que o exemplo e testemunho de missão integral fez, e faz, a diferença
na vida de outras pessoas.
Também não deixe de contar para OJB o seu testemunho de conversão;
ou o testemunho de vida íntegra, de acordo com o ensino da Palavra de
Deus; ou ainda conte como Deus tem agido através de alguma pessoa
ou de alguma igreja. Mande seu testemunho para [email protected].
Minha Vida:
Uma História Escrita por Deus
Maria Francisca Ferreira
Membro da PIB em Iporá/Goiás
M
inha vida sempre foi marcada pelo agir de Deus, dirigindo e
operando pelo seu infinito amor e misericórdia mesmo antes
do meu nascimento.
Quando minha mãe estava grávida de seis meses fez uma promessa a São Sebastião pedindo a cura de meu irmão que estava gravemente
enfermo, fazendo o pacto de entregar a minha vida em meu nascimento,
pois todos diziam: “Essa é do santo, não vai viver. Todos ficaram perplexos
quando nasci saudável”.
Aos três anos de idade adoeci, foram colocadas velas em minhas mãos
anunciando que era chegada a hora do pagamento da dívida, mas eu fui
curada. Minha família, muito católica, celebrou uma novena onde fui vestida
de anjinho e colocada a venda no leilão em honra a São Sebastião, e meu
pai pagou o preço mais alto confirmando o pacto com o santo efetuando o
resgate por meio de uma foto minha trajada de anjo e do dinheiro ofertado
por minha vida. Se mamãe me entregou ao nascer, agora meu pai confirmava
com este ato que minha vida não era minha, mas de um ídolo.
25 anos se passaram quando tive um sonho em que vi Jesus Cristo
em meio a uma luz que brilhava intensamente e, no sonho, uma pessoa me entregava um convite. Logo pela manhã uma senhora veio
ao meu encontro convidando para ir a um culto na Igreja Batista. Fiquei surpresa quando percebi que aquele lugar era o mesmo do meu
sonho, ali fui alcançada por Jesus, que em glória, abria os braços e
me convidava a ir ao seu encontro. E em lágrimas, naquela noite, eu
o aceitei como meu Senhor e Salvador pessoal. Foi a melhor noite
da minha vida, porém Satanás luta até o fim contra a tentativa de se
salvar uma alma e saquear o reino das trevas, e na noite seguinte fui
assaltada por pesadelos malignos que me diziam: “Você vai morrer...
Já está passando da hora!”.
Por dez anos fui cercada por esse pesadelo, procurei ajuda e conselhos a
uma amiga que indagou que assim como havia sido feito um pacto público
quando meus pais me consagraram a São Sebastião, era necessário confessar
publicamente, diante dos homens e de Deus, que Jesus Cristo era o Senhor
e o autor de minha vida e de minha história. Isto eu fiz em um Congresso
de Senhoras, ao orar, queimei a foto que tinha sido posta aos pés do santo
e o fiz simbolizando que Jesus Cristo era o meu libertador.
Elias Coelho dos Santos
Aos 99 anos sabe como adorar
ao Deus vivo com a vida
Edalva Barreto Antunes dos Santos
De Conceição de Macabu/RJ
F
alar sobre a vida do meu sogro pai, Sr. ELIAS COELHO DOS SANTOS não me é nada difícil por conviver com ele por muitos anos
ouvindo suas histórias, vendo seu testemunho de servo fiel a Cristo,
bom esposo, pai, sogro, avô, bisavô e sincero amigo, fez com que
nos tornássemos verdadeiros confidentes como sogro e nora. A gente se
entende só pelo olhar. Ele é uma pessoa ímpar.
No dia 1 de março de 2012, Sr. Elias completou 99 anos, com lucidez,
saudável, inteligente, muito amado por todos os filhos, noras, genros netos,
bisnetos, irmã e sobrinhos. Nós, enquanto núcleo familiar, procuramos
atendê-lo em todas as suas necessidades e vontades e uma delas foi a de
comemorar os seus 99 anos no dia certo. “Nada de comemorar em outro
dia, eu nasci em primeiro de março de 1913 e é nesse dia que quero a festa,
mesmo que faça outra no sábado, com quem não puder vir na quinta-feira”.
Assim foi feito. Foi muito homenageado por amigos da cidade de Conceição
de Macabu onde mora há 69 anos. A mídia da cidade lhe rendeu homenagem, as rádios municipais lhe homenagearam com palavras próprias e
hinos do Cantor Cristão,
os quais ele ama cantar, e
com muita força de voz.
Fala bem alto, o que nos
surpreende pelo avançar
da idade, mas ele tem
uma filosofia bem peculiar
“eu não sou velho, tenho muita idade”.
Todos os dias, ao chegarmos em sua casa, ele está reverentemente lendo
a Bíblia e o Manancial e de tão concentrado que fica, às vezes nem nos vê
chegar. Aos domingos não falta a EBD e nos cultos da noite se faz sempre
presente, logicamente acompanhado por um dos filhos ou netos que moram
próximo. Assim, no dia 1, comemoramos os seus 99 anos com um culto em
sua própria casa, louvando a Deus com alegria, entusiasmo, fervor, características do verdadeiro cristão num culto muito significativo. Onde estavam
presentes muitos amigos, vizinhos, autoridades municipais, pastores amigos
tanto de Conceição de Macabu quanto de outras cidades do estado do Rio
de Janeiro e Espírito Santo. Muitos sobrinhos de longe se fizeram presentes
e alegraram muito o seu coração, contando ainda que fizemos um caderno
o jornal batista – domingo, 25/03/12
notícias do brasil batista
9
zem a diferença
para anotar quantos telefonemas ele recebeu além das assinaturas dos que
afluíram à festa. Nos 97 anos contamos 97 assinaturas, nos 98 anos também,
e agora ultrapassou um pouco, mas o interessante é que ele ficava querendo
saber quantos telefonemas chegavam, se havíamos registrado, enfim, sabia
até quem não tinha ligado ainda. Realmente ele participa muito dos seus
aniversários e já está fazendo planos para o centenário, se Deus permitir.
Existe uma qualidade muito importante na vida do Sr Elias. Ele sonha muito,
programa passeios, quer convidar vários pastores para pregar em qualquer
época na igreja, está sempre a pensar, elaborar ideias e sempre deseja realizá-las. Tem uma história na municipalidade macabuense bem importante, pois
foi vereador por três gestões, diretor da Escola Agrícola Rego Barros (atual FIA),
na vida denominacional além de diácono foi diretor do Acampamento Batista
em Rio Bonito. É bom ressaltar que o Sr. Elias organizou em sua própria casa
quando morava na antiga Escola Agrícola Rego Barros, uma congregação com
a participação dos seus cunhados e irmãos Sebastião Vieira da Silva e Ruth dos
Santos Vieira, para que pudessem cultuar com seu filhos ainda crianças. Uma
vez que naquela época a condução para a cidade era muito difícil e assim
proclamou entre os vizinhos e alunos a Palavra de Deus. Assim foi crescendo o número de participantes e muitos se converteram. Depois de um certo
tempo as reuniões aconteciam no quintal de sua casa sob a sombra de uma
mangueira que sua esposa, D. Maria, plantara. Naquela congregação, hoje
organizada em igreja, 4ª igreja Batista de Conceição de Macabu/RJ, onde ele
é membro, muitas almas foram ganhas para Cristo. Inclusive alguns pastores
dali saíram e hoje exercem o ministério com seriedade e fé.
No dia 3 de março realmente fizemos nova comemoração com os netos
e bisnetos presentes e sua única irmã com 94 anos, Tia Esther, que veio de
Niterói com seus filhos para alegrá-lo mais. Nesse dia depois dos cânticos,
leitura da Bíblia, oração e meditação, cada neto foi bem pertinho dele para
lhe falar palavras que brotavam do coração de cada um, relembrando os
tempos de infância em que ele só fazia vontades características dos avós,
bem como da nossa saudosa Dona Maria, que só falava assim: “Elias não faz
isso não, pode adoecer as crianças”. Até ouço o som suave da sua meiga voz.
Isso porque oferecia aos netos uma série de brincadeiras: banhos de chuva,
passear fora de hora, levar para passear numa Rural Willys que ele tinha,
chupar laranjas no pomar, comer todo tipo de fruta que havia no quintal,
chupar picolé em qualquer hora, não havia problema se a roupa ficasse suja.
Criou enfim uma brincadeira que nenhum neto esquece e até passam para
os bisnetos, chamava todos os netos que sentados ao chão da sala ou da
varanda participavam de “Uma hora de Arte”. Título que ele deu para essa
brincadeira, onde inventava músicas, histórias próprias para a criançada e
que nossos filhos não abriam mão. Se escondiam na proteção saudável do
avô, para nós mães só restava aceitar.
Cada neto então resolveu recordar isso, lembrando que ninguém falou
a mesma coisa, cada um recordou coisas boas e que depois se tornaram
comuns refrescando a ideia de todos. Foram momentos encantadores e
uma festa de 99 anos que parecia de uma criança bem brincalhona, pois
ele participou de tudo, sem se importar com a hora.
Sr. Elias Coelho dos Santos, nasceu em Aperibé/RJ, foi criado em Macuco/
RJ, é filho do saudoso pastor Joaquim Coelho do Santos e de D. Emerentina
Coelho dos Santos. Na Igreja Batista de Macuco/RJ, passou sua infância, adolescência e juventude sendo membro da mesma por muitos anos e depois de
casado fixou residência na cidade de Conceição de Macabu. Ama profundamente as duas cidades. Para cada uma delas tem histórias interessantes.
Louvo a Deus pela vida do Sr Elias, que tem sido para nós seus familiares,
um exemplo de vida cristã. Somos contabilizados em um número de 85
descendentes, todos instruídos nos caminhos do Senhor, conhecendo a sã
doutrina por ele e D. Maria orientada. E assim podemos afirmar como o profeta Isaías: “Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma
rocha eterna” (Isaías 26.4). Que na nossa mente de filhos, netos e bisnetos
do Sr Elias, possamos aceitar que foi essa a sua atitude: Confiou no Senhor
perpetuamente e até hoje confia. Esse é o segredo da sua longevidade. Que
Deus seja exaltado e adorado.
Pastor José dos Santos Filho
comemora 100 anos
Cláudio Ludgero
Pastor da IB da Transfiguração/RJ
E
m Tocantis, no município de Ubá em Minas Gerais, nasceu José dos
Santos Filho no dia 5 de março de 1912, filho de José Anastácio dos
Santos e Ambrosina Maria dos Santos. Convertido aos 29 anos, na
Igreja Presbiteriana de Nova Iguaçu, ali serviu ao Senhor por seis anos,
experimentando as primeiras bênçãos ao ver almas se dedicando ao Senhor
através do seu trabalho. Fez sua opção pela Igreja Batista por convicção doutrinária no que se refere ao batismo consciente e por imersão e pela forma de
governo da igreja. Sempre serviu a Cristo e a denominação com muito amor.
Sentindo uma ardente chamada para o ministério pastoral, embora tendo
que trabalhar para o sustento da sua família, constituída à época de sua esposa
Bárbara e cinco filhos: Amauri, Adilson, Alcyr, Arlete e Aricy. Foi recomendado ao Seminário Betel, em 1946, pela Igreja Batista em Figueira onde exercia
a função de evangelista. Vale ressaltar que durante o período de seminário
foi agraciado com a benção do sexto filho, que hoje é o pastor Araúna, nome
sugerido no próprio seminário. No tempo que foi evangelista em Figueira teve
o privilégio de ser o fundador do primeiro trabalho batista em Tinguá, no pé
da serra da antiga Estrada União Indústria. Por benção divina, foi membro
fundador da Primeira Igreja Batista em Vila de Cava.
Foi ordenado ao ministério pastoral em 2 de dezembro de 1950 na PIB de
Nova Iguaçu. Assumindo como o primeiro pastor da Igreja Batista no Bairro
da Luz. No desempenho do seu ministério pastoral, teve o privilégio e alegria
de pastorear várias igrejas contribuindo para a expansão do Reino de Deus:
I.B. do Grotão, na Penha; foi o primeiro pastor da I.B. da Transfiguração,
em Olaria, pastoreando-a por 11 anos; I.B. Nova Betânia, em Bonsucesso,
da qual é pastor honorário; SIB de Vigário Geral; por duas vezes pastoreou
a PIB de Piranema, sendo que a primeira vez de forma interina e a segunda
de forma efetiva; I.B. Nova Esperança, na Penha; SIB de Braz de Pina, tudo
pela graça de Deus.
Ao longo de 33 anos de ministério pastoral adquiriu terrenos e construiu
templos, encaminhou seis obreiros ao ministério e conduziu milhares de vidas
até Cristo. Aos 72 anos deixou o ministério pastoral, ainda em pleno uso de
suas faculdades de raciocínio, mas tendo consciência que não poderia fazer
tanto como outrora e como a igreja de Cristo necessitava. Sua preocupação
era não prejudicar
o Reino de Deus.
Diante dessa decisão
escreveu:
“Ao afastar-me da
atividade pastoral,
por já serem poucas
as minhas forças físicas e precária a
minha saúde, digo
ao Senhor com
muita alegria e profunda reverência:
Obrigado, Senhor, por teres usado este teu humilde e fraco servo para coisas
tão grandiosas no teu Reino. Como o salmista digo; ‘Não a nós, Senhor, não
a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua
fidelidade’ (Sal 115.1). Relativamente, poderia também dizer como Paulo:
‘Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé’. Sou muito grato
ao meu Deus pelas suas misericórdias e pelas inumeráveis bênçãos que pude
contemplar na longa caminhada”.
Em 29 de outubro de 1994 foi homenageado pela Associação Batista Leopoldinense que reconheceu os seus relevantes serviços prestados. Em 3 de
março de 1996 a Igreja Batista da Transfiguração o nomeia Pastor Emérito.
Já havia sido homenageado nessa mesma igreja em 1975, como patrono da
Embaixada. Porém, Deus ainda tinha planos para o seu servo e, aos 84 anos,
no dia 2 de março de 1997 sentiu de novo a chamada, agora para ministrar
a Terceira Idade em Transfiguração, convite feito pelo então pastor Eduardo Souza de Abreu. Sua posição foi “eis-me aqui, Senhor!”. Enquanto teve
saúde e vigor, trabalhou com determinação e amor nesse novo ministério,
realizando congressos, caminhadas de oração, passeios, festas da primavera
e muitas outras atividades envolvendo não somente os “jovens” da terceira
idade, mais toda a igreja.
Ao completar os 100 anos de existência, pedido que por várias vezes fizera
ao Senhor, sua vida ainda é uma inspiração e motivação a todos. Sua fé em
Deus é inabalável. Sua vida entregue totalmente a Vontade do Pai.
Juntos sua família, sua igreja, irmãos e amigos, a uma só voz, afirmam:
“Obrigado, Senhor!”.
10
o jornal batista – domingo, 25/03/12
notícias do brasil batista
Crentes se unem em oração por
Missões Mundiais
Willy Rangel
Redação de Missões Mundiais
O
Dia de Oração
por Missões Mundiais mobilizou
crentes espalhados pelo Brasil e pelo mundo
no dia 7 de março. Foi um dia
inteiramente dedicado a interceder ao Senhor pela obra
missionária mundial.
Desde o início do dia até
o começo da noite, os colaboradores da JMM se revezaram em pequenos grupos
de oração e cobriram todo
o horário de expediente em
oração por Missões Mundiais
e pelos missionários. No fim
da tarde, todos se reuniram
no auditório da sede da JMM,
no Rio de Janeiro, para contar
as experiências vividas nos
grupos e compartilhar mais PIB Janaúba (MG) se mobilizou para participar do Dia de Oração por Missões Mundiais
pedidos de oração.
Pelo Brasil, várias igrejas se
mobilizaram em torno do Dia
de Oração por Missões Mundiais. Na página que mantém
no Facebook (facebook.com/
MissoesMundiais), a JMM
recebeu depoimentos de pessoas e igrejas que prepararam
uma programação especial
para esse dia reservado para
falar com Deus.
Igrejas compartilharam
esta ideia
Segundo Gláucia Barbosa,
membro da PIB Mangaratiba/
RJ, os irmãos organizaram
períodos de oração no templo
das 14h às 19h30, quando
a igreja realizou um culto
especial em prol de Missões
Mundiais. “Foram períodos
em grupo de uma hora cada.
Muito abençoador para todos
nós enquanto igreja, corpo de
Cristo”, disse.
A IB em Jardim Boa Vista/
SP realizou um momento
missionário e um culto de
oração. Em Minas Gerais, a
PIB de Janaúba se programou
para orar das 6h à meia-noite,
com grupos de oração de 30
minutos.
No Paraná, a IB em Vila
Sete, em Maringá, seguiu a
dica da JMM e organizou grupos de dez minutos, cobrindo
um dia inteiro de oração por
Missões Mundiais. Segundo
a irmã Carmen Real, o culto
de oração foi todo dedicado
à obra missionária mundial.
“Foi uma bênção, com muitos testemunhos dos jovens
que pegaram os horários da
madrugada para orar”, conta.
A IB Memorial em Naviraí/
MS realizou um culto de oração na noite de 7 de março.
No interior de São Paulo,
a IB em Duartina reuniu a
igreja para orar por Missões
Após um dia inteiro se revezando em grupos de oração, colaboradores da JMM realizaram um
culto no auditório da sede, no Rio de Janeiro
Mundiais. “Foi realmente um
momento especial”, diz a
irmã Maria Rosa Rodrigues no
mural da JMM no Facebook.
Missionários da JMM também se mobilizaram no Dia
de Oração por Missões Mundiais. O casal Lyubomyr e
Natasha Matveyev, que atua
em Kiev, capital da Ucrânia,
mobilizou a igreja e passou
um dia maravilhoso com os
irmãos em Cristo. “Fizemos
um culto de oração pela JMM
e por Missões no mundo. Foram momentos lindos e inesquecíveis”, conta Lyubomyr.
“Também envolvemos todos
os missionários da terra ucranianos neste dia de oração”,
acrescenta.
A gerente de Comunicação e Marketing da JMM,
Jaci Madsen, disse ser grata a
Deus pelo Dia de Oração por
Missões Mundiais e a todos
que divulgaram esta mobili-
zação entre amigos e igrejas.
“Pessoas de todas as partes
do Brasil entraram em nossa
página no Facebook, curtiram
e comentaram os pedidos e
desafios de oração postados
diariamente”, afirmou Jaci.
Por todo o envolvimento no
Dia de Oração por Missões
Mundiais, a JMM agradece
ao Senhor a participação de
todos que, de alguma forma,
se esforçaram para interceder
pela expansão da obra missionária no mundo.
Convocação da
Assembleia Anual da Ufmbc
Em cumprimento ao que preceitua o artigo 6º, parágrafo 1º, do Capítulo
IV do Estatuto em vigor, convoco as representantes das igrejas batistas
da cidade do Rio de Janeiro para a 83ª Assembleia Anual da União Feminina Missionária Batista Carioca (UFMBC) a realizar-se no dia 14 de
abril de 2012, no horário de 8h30 às 18h, no templo da Primeira Igreja
Batista de Jacarepaguá, situada na Estrada do Pau Ferro, 24, Pechincha,
Rio de Janeiro, RJ.
Márcia Fernandes Kopanyshyn
Presidente
o jornal batista – domingo, 25/03/12
missões mundiais
Jeevan Sach: uma missão para
levar amparo a meninas vítimas da
exploração sexual no Sul da Ásia
administrada por um casal
Marcia Pinheiro
Redação de Missões Mundiais missionário da JMM, aprenderão a viver a realidade de
o Sul da Ásia há uma família, tendo acesso à
um grupo mar- educação, escola, hospital,
ginalizado pela lazer e ao Evangelho de
sociedade e que Cristo, a Paz que liberta.
precisa da verdadeira paz
Uma triste realidade
que só Jesus proporciona.
O casal missionário responEle é formado por mulheres
que, desde pequenas, são ex- sável por este projeto, Raul e
ploradas sexualmente. Uma Júlia, já desenvolveu trabalho
forma que Missões Mundiais parecido no Sul da Ásia, com
encontrou para demonstrar população de maioria hindu,
o amor de Cristo naquela re- onde atuou durante 6 anos.
gião é o Projeto Jeevan Sach. Eles se emocionam ao lemEm fase de implantação, brar como aquelas meninas
o Jeevan Sach tem como são maltratadas.
“Elas são traficadas a partir
objetivo abrigar meninas
de 5 a 12 anos, recolhidas dos 5 anos de idade para sede áreas de prostituição por rem exploradas sexualmente.
autoridades locais. As me- Em muitos casos, a própria
nores que chegarem à casa, família vende suas meninas
N
a aliciadores. Filhas de prostitutas viram moeda de troca
nas mãos desses traficantes
de pessoas. Quando órfãs,
elas são forçadas a ficarem
nos prostíbulos para saldarem as dívidas de suas mães”,
diz o missionário Raul.
Muitas garotas também
são oferecidas como prostitutas cultuais, quando os
homens que abusam delas
alegam ter um canal de comunicação com o divino ao
manterem relações sexuais
com as mesmas.
A sobrevida de uma moça,
quando começa a se prostituir, é, em média, de cinco
anos. Quando adquirem o
HIV, elas são dispensadas
e acabam indo morar nas
ruas, onde acabam morren-
Missionário fala da paz
que os muçulmanos ainda
não conhecem
ções da lei islâmica. Nesse
sistema, o conceito de paz é
bem diferente da que é proposta aos que realmente sep a s t o r D a w e i , guem Jesus Cristo, o Senhor
missionário da e Salvador.
Junta de Missões
JMM: A maioria da popuMundiais no Sudeste da Ásia, tem mais de lação ocidental costuma asuma década de experiência sociar os muçulmanos a atos
na evangelização de povos terroristas, e alguns passam
muçulmanos. A seguir, ele a odiá-los. O que o senhor
encoraja os batistas brasilei- pensa a esse respeito?
ros a apresentarem aos muDawei: Desde os atos terroçulmanos o caminho reto, o
ristas ocorridos em Nova IorReino de Paz.
que, em setembro de 2001,
JMM: Pastor, como é re- e das guerras no Oriente
almente esse povo ao qual Médio e no Afeganistão, ouprecisamos alcançar com a vimos um pouco mais sobre
os países de maioria muçulpaz de Jesus Cristo?
mana. Ter notícias daquela
Dawei: Os muçulmanos parte do mundo não significa
são pessoas como nós. Po- que estamos ouvindo verdarém, infelizmente, existe uma des absolutas. Tenho vários
minoria que, por meio de amigos e não tenho medo de
escolas de pensamentos ra- afirmar que a maioria muçuldicais, tem promovido um mana, nos mais de 50 países
grande barulho em muitas considerados islâmicos, não
partes do mundo. Entendo quer a guerra, mas deseja
que a nossa luta é contra o trabalhar, educar seus filhos
sistema islâmico, comandado e ter uma vida digna.
pelo inimigo, e não contra os
JMM: E o que o senhor tem
muçulmanos. Estes, afinal,
têm sofrido debaixo desse feito para levar a eles Cristo,
sistema, que não oferece se- a paz que liberta?
gurança para as famílias e em
Dawei: Creio que
nenhum momento garante a
salvação, mesmo que sejam u m d o s m o d o s
realizadas todas as obriga- mais eficientes de
Marcia Pinheiro
Redação de Missões
Mundiais
O
compartilhar as Boas Novas
entre os seguidores do islã
é através da atitude pacificadora. Deus está perto; Ele
ama os que ainda não estão
no caminho reto, ao contrário do islamismo, onde
Alá ama somente os não-transgressores e não tem
interesse em se relacionar
com os seres humanos.
Em algumas situações eu
uso trechos do próprio Corão para mostrar que Maomé ouviu o Evangelho de
verdadeiros cristãos e faço
deles pontes para iniciar
uma conversa com muçulmanos. O que faço é, com
a ajuda do Espírito Santo,
conduzir muçulmanos ao
Reino de Deus. Eles podem
entrar no Reino, por intermédio de Jesus, abandonando o pecado e sendo nova
criatura, mas sem a necessidade de mudarem suas
vestimentas, sua cultura,
entre outros hábitos. Como
é compensador presenciar
um muçulmano experimentar a verdadeira paz, a paz
que somente em Jesus é possível encontrar.
do de tuberculose ou outras
doenças.
Para colocar o Jeevan
Sach em prática o mais
rápido possível, a fim
de evitar que mais vidas se percam sem
a salvação de Cristo, os missionários
oram para que
sejam supridas
necessidades
como uma
casa para a família, outra
para receber, inicialmente, 10
meninas;
um escritório e
um veículo.
11
12
Policiais Militares são homenageados pela
PIB em Arthur Nogueira
o jornal batista – domingo, 25/03/12
notícias do brasil batista
Cleverson Pereira do Valle
Pastor da PIB em Artur
Nogueira
D
ia 6 de março a Primeira Igreja Batista
em Artur Nogueira
teve a alegria de
receber Policiais Militares
de Engenheiro Coelho, Artur
Nogueira e Cosmópolis e seus
respectivos comandantes.
Prestigiou o evento também
o presidente do Conseg Artur Nogueira, senhor Renato
Mancinelli, capelão Abel e o
capitão Joel Rocha presidente
dos PMs de Cristo.
O pastor da PIB em Arthur
Nogueira, Cleverson Pereira
do Valle, deu início ao culto
fazendo a composição da
mesa e em seguida todos
Homenagem
entoaram o Hino Nacional
Brasileiro. A programação
foi abrilhantada com uma
participação musical através
de instrumentos de sopro e
voz. Foi lido 1Timóteo 2 e
Romanos 13 onde foi falado
da importância de honrar as
Pastor de PIB em Arthur Nogueira ora por policiais militares
autoridades. O pastor enfatizou que os policiais são alvos
da oração da Igreja. A mensagem foi proclamada pelo
Capitão Pastor Joel Rocha,
presidente dos PMs de Cristo,
que afirmou a necessidade
que temos de buscar a Deus.
O Comandante Sub Tenente Marcelo Ribeiro testemunhou do que Deus fez na
sua vida e pediu oração por
colegas enfermos. No encerramento cada policial recebeu
um Novo Testamento de bolso e um livro de meditação
diária chamado Pão Diário
personalizado. A PIB em Artur
Nogueira através do departamento feminino preparou
um delicioso café a todos os
presentes. Louvamos a Deus
por mais uma oportunidade
de mostrar o amor de Cristo.
Jubileu de Pérola - 30 anos a serviço do Reino
Suelen Flores Giacomin Silva
N
este mês de março o pastor Sérgio Giacomin está
comemorando 30
anos de ministério. Desde
que sentiu o chamado para a
obra nunca exitou em servir
ao Senhor com excelência.
Com a família de tradição católica, esse catarinense, cresceu numa família totalmente
contrária ao evangelho, por
isso quando se converteu
seu pai o expulsou de casa.
Mas isso não o intimidou em
seguir a Cristo. Um ano após
sua conversão, que aconteceu em Concórdia/SC duran-
te um projeto da TRANS da
JMN, foi estudar no Seminário Batista Fluminense, em
Campos/RJ, onde conheceu
a sua esposa.
Seu primeiro ministério foi
na PIB de Joinvilhe/SC, onde
esteve por 2 anos e meio e
plantou duas congregações.
Depois deste tempo foi para
Espigão d’Oeste/RO, como
missionário da JMN. Seu ministério neste lugar durou quase seis anos. Foram momentos
de muitos desafios em meio a
floresta Amazônica, junto dos
ribeirinhos. Mas Deus esteve
ao seu lado e de sua família.
O pastor Sérgio é casado há
30 anos com Dilcilene Flores
Giacomin, pai de Érica F.
Giacomin Sentinelli e Suelen
F. Giacomin Silva, ambas já
casadas e avô de Pedro Giacomin Silva. Sua filha mais
nova, Suelen, seguiu seu
legado, juntamente com seu
esposo estão pastoreando em
Joaçaba, Santa Catarina. Hoje
ele está como pastor da Igreja
Batista de Catimbau Pequeno/Rio Bonito, RJ, há mais
de 22 anos, lutando por esta
obra, amando aquele povo
e lugar.
O pastor Sérgio é um homem que Deus escolheu para
fazer a Sua vontade, pois
demonstra isso em tudo o
que faz. Ama missões e vive
Pastor Sergio Giacomin (camisa vermelha) junto com sua família
sempre disposto a cooperar.
Quando se aposentar pretende tirar alguns meses do ano
para fazer missões fora do
Brasil. Não quer parar! Tem
deixado o exemplo que servir
a Cristo vale a pena e que o
amor a missões é o combustível que move a vida cristã.
Parabéns ao meu PAIstor.
103 anos da PIB em Cachoeiro de Itapemirim
João Luiz de Sá Melo
Pastor da PIB em Cachoeiro
de Itapemirim/ES
N
o dia 17 de janeiro de 2012 a
Primeira Igreja
Ba tista em Cachoeiro de Itapemirim/ES
completou 103 anos de
organização, como uma
João Luiz de Sá Melo, pastor da
PIB em Cachoeiro de Itapemirim
Comunidade Cristã Evangélica Batista, fundada em
1909. Comunidade porque
entendemos que igreja é
feita de gente, organismo
vivo, corpo de Cristo, e
temos focado o ministério
nesses últimos 3 anos na
implantação dos Pequenos
Grupos, para que através de
relacionamentos haja pastoreio mútuo e também a
evangelização efetiva dessa
cidade, do estado, do país
e do mundo. Afirmamos a
fé cristã evangélica, pois o
direcionamento espiritual
desta comunidade está fundamentado biblicamente
no Evangelho de Jesus Cristo, devidamente alinhada
à história da cristandade.
E somos batistas porque
aceitamos e adotamos a
Declaração Doutrinária da
Convenção Batista Brasileira, cooperando com as
demais igrejas coirmãs para
evangelização mundial.
Servindo nessa amada
igreja há mais de 6 anos,
posso declarar que conheço e participo um pouco
dessa bela história mais que
centenária e quero, antes
de tudo, declarar que todo
louvor, toda honra e toda
glória sejam dados somente
a Deus. Gostaria também
de parabenizar a todos os
membros, como também
aos ex-membros e ex-pastores por terem permitido a
ação do Espírito Santo em
suas vidas nesse tempo.
Assim, mesmo que 2012
seja para muitos religiosos
e místicos, baseados em
previsões maias, egípcias e
celtas, o ano do fim do mundo, preferimos confiar nas
palavras de Jesus, quando
diz que “ninguém sabe nem
o dia nem a hora em que
Celebração de domingo na PIB em Cachoeiro de Itapemirim
tudo isso vai acontecer [...]
somente o Pai” (Mat 24.36).
Convidamos a todos a
que celebrem a Deus todos
os dias desse ano, e em especial nos dias 24 e 25 de
março conosco, pelos 103
anos desta amada Igreja.
“Eu darei graças ao Senhor
e louvarei a Deus, o meu
Salvador. O Senhor Deus é
a minha força. Ele torna o
meu andar firme como o de
uma corça e me leva para
as montanhas, onde estarei
seguro” (Hab 3.18,19).
o jornal batista – domingo, 25/03/12
ponto de vista
13
OBITUÁRIO
Uma guerreira que
ganhou a batalha e
recebeu a coroa de glória
Lídice Maria de Mattos
Gramacho Feitosa
Ycléa Cervino
Professora no Seminário de
Educação Cristã / Recife
C
onforme os anos
passam, os papéis
são mudados, quem
está em cima pode
ficar em baixo e quem está em
baixo pode estar em cima. Isto
aconteceu comigo! Conheci
Lídice Maria de Mattos Gramacho Feitosa quando ela chegou ao Seminário de Educação
Cristã para estudar em 1962 e,
em 1964 tive o privilégio de
ser sua professora. Quando
se formou em l965 foi convidada para ser funcionária
da Casa da Amizade do SEC,
tornando-se minha colega de
trabalho, depois coordenadora
para assuntos acadêmicos de
1974 a 1977, e em 1980 foi
minha diretora, como reitora
do SEC, aliás a primeira reitora
brasileira. Porém, não ficou
só ai, Lídice era inteligente,
empreendedora, fez mestrado
e doutorado, voltando como
minha professora no mestrado
do SEC. Tive portando a honra
de compartilhar com ela importantes momentos da nossa
vida. Sempre como grandes
amigas.
Lídice nasceu na Bahia, filha de Dellor Gramacho, um
diácono envolvido na obra de
evangelização, que morreu de
acidente ainda jovem em plena atividade. Sua mãe, Judite
Mattos Gramacho, também
crente fiel, como viúva teve
que criar sozinha seus quatro
filhos e ainda adotou duas meninas, dando a todos um bom
ensinamento do Evangelho.
Lídice, embora sendo a terceira filha, desde cedo demonstrou seu dom de liderança, guiando os irmãos nas
brincadeiras e estudos. Foi
batizada na Primeira Igreja
Batista de Salvador aos 17
anos, participou liderando todas as organizações da igreja,
desde a Sociedade Juvenil até
a União Feminina Missionária.
Fez o curso pedagógico em
Salvador, e depois foi recomendada para estudar no SEC,
com a assinatura do pastor
Hercílio Arandas. Sempre teve
notas brilhantes, e por isto foi
agraciada com a bolsa Edna
Taylor, e na formatura recebeu
o broche de ouro por alcançar
a maior nota nos quatro anos
de estudos.
Quando chegou ao Recife, foi encaminhada à Igreja
Batista da Concórdia, onde
trabalhou por 22 anos. Depois
foi comissionada por Deus
para ajudar em uma pequena
congregação no bairro de Candeias, onde teve o privilégio
de ser membro fundadora da
Igreja no ano de 1985. Também, ainda como formanda
do SEC, participou com a colega Terezinha Brito em um
projeto social e evangelístico
no bairro de Santo Amaro,
que resultou na organização
da Igreja Batista da Amizade.
Labutou incansavelmente na
denominação Batista como
membro de várias juntas, oradora em convenções, congressos e acampamentos, sempre
com uma palavra vibrante e
entusiasmada. Quando funcionária da Casa da Amizade
participou ativamente na Campanha das Américas em 1969:
Cristo é a Única Esperança. Era
evangelista com uma palavra
segura e firme.
Na vida familiar casou-se
com o diácono Oscar Feitosa
de Lima e adotou duas filhas,
Doris e Adriana, levando-as
para estudar nos Estados Unidos da América onde receberam uma educação aprimorada.
Lídice era muito inteligente e
gostava de estudar, depois do
curso do SEC, fez Licenciatura
em Pedagogia na Universidade Federal de Pernambuco,
Mestrado em Psico-Pedagogia
na PUC do Rio de Janeiro,
Doutorado em Missiologia no
Southwest Baptist Theological
Seminary em North Carolina,
USA, sendo a primeira mulher
brasileira a obter este título.
Com tão rico currículo pode
compartilhar ensinando nos
diversos Seminários da denominação Batista, de Norte
a Sul do Brasil, ensinou na
UFPE, na Universidade Católica de Pernambuco, e na
Academia Cristã, em Recife.
Foi uma guerreira, batalhadora, dinâmica, entusiasmada
pelo que fazia, de estatura
pequena, mas de grande força
e coragem.
Acometida de diabetes e
AVC por diversas vezes internada em hospitais do Recife,
até que Jesus a chamou para
receber a merecida coroa de
glória. O culto fúnebre aconteceu no dia 8 de setembro
de 2011 na IB Emanuel em
Boa Viagem, dirigido pelo
pastor Alberto Cristiano de
Freitas, onde compareceram
as organizações da igreja local
e toda a liderança dos Batistas
Pernambucanos, dando o último adeus aquela serva fiel e
batalhadora e agradecendo a
Deus por sua vida.
Termino transcrevendo as
palavras da própria Lídice, escritas em 1986, quando foi
homenageada pelo SEC: “Esse
caminho traçado por Deus para
minha vida não foi tão fácil de
ser palmilhado como parece.
Houveram muitas vitórias e
muitas bênçãos porque Deus
na sua infinita misericórdia capacitou a sua serva para vencer
as dificuldades, os problemas
e as crises enfrentadas. Ao Senhor Deus toda honra e glória
pelas vitórias alcançadas”.
Passou para o
Senhor Geny
Sardenberg,
a grande
declamadora
Ebenézer Soares Ferreira
Diretor do Seminário
Teológico Batista de Niterói
P
assou para o Senhor,
no dia 13 de março,
a irmã Geny Sardenberg, que foi uma das
maiores declamadoras evangélicas. Declamar é grande
arte. Geny era uma grande
artista. Ela sabia interpretar
as poesias, dando-lhe vida,
já com o sentimento que era
capaz de fazer todos sentirem, já com seus gestos, seus
movimentos, sua expressão
facial, seu timbre de voz
modulado conforme exigia
o momento. Durante quatro
anos, estudara a arte de declamar com a professora Maria Sabina. Geny era sempre
requisitada para declamar
as belas poesias de Mário
Barreto França, Gióia Júnior,
Myrthes Matias, Jônatas Braga, e outros poetas.
Geny Sardenberg
Viveu solteira a vida toda
— 71 anos. Ela se casou com
a Musa da Declamação. O
Brasil evangélico perdeu a
presença corporal da deslumbrante declamadora, mas
pode ainda ouvi-la declamar por meio dos DVDs que
Geny deixou gravados. Praza
aos céus que sua memória
seja sempre honrada por todos com quem conviveu.
14
o jornal batista – domingo, 25/03/12
N
o âmbito da verdadeira democracia
há liberdade religiosa, de expressão a partir de uma consciência livre. Nos países com
governos totalitários, não.
Especialmente no mundo
muçulmano, não há liberdade religiosa e pode haver até
morte para os que insistem
em viver a sua fé em Cristo e
proclamá-la como o Senhor
mesmo determinou na Sua
Grande Comissão (Mat 28.1820; Mar 16.15). É interessante
que os muçulmanos entram
nos países, testemunham a
crença deles e querem ter
liberdade. Sabemos que são
dois pesos e duas medidas.
Na verdade, falta Cristo no
coração dessa gente tão intolerante e violenta. Paulo
nos ensina que foi para a
liberdade (principalmente a liberdade em Cristo) que Cristo
nos libertou (Gal 5.1). Aqui o
apóstolo fala de uma liberdade para fazer toda a vontade
de Deus em Cristo Jesus com
a chancela do Espírito. Liberdade interior, do coração que
só Cristo pode dar. Liberdade
para obedecer ao nosso Pai.
Na verdade, é a circuncisão
(cortar em círculo) do coração
amarrado pelo egocentrismo,
ponto de vista
Liberdade religiosa
pela velha natureza que escraviza e infelicita o homem. É a
liberdade conquistada na cruz
em contraposição à escravidão imposta pelo inimigo das
nossas almas a partir do Éden,
caracterizada por arrogância,
tradicionalismo, preconceito
e legalismo religiosos.
A liberdade em Cristo não
é convivente com o erro e
nem condena à morte quem
quer que seja por pensar diferente de nós. Fomos libertados por Cristo para sabermos
os nossos limites e respeitarmos as opiniões alheias. A
verdade é Cristo, mas não
podemos impô-la a quem
quer que seja. Jesus mesmo
disse: “Se alguém quiser vir
após mim...” (Mat 16.24). Há
opção, escolha à luz da revelação do evangelho de Cristo,
que é o poder de Deus para
a salvação de todo o que
crê (Rom 1.16). A liberdade
religiosa é um dos princípios
do cristianismo autêntico. Ela
não é comprada, negociada,
mas conquistada debaixo
da soberania de Deus. O
nosso Pai soberano revelou
o evangelho de Cristo, Seu
Filho, para que todo homem
conheça e decida. Paulo lembra a Timóteo que Deus quer
que todos os homens sejam
salvos e venham ao conhecimento da verdade (1Tim
2.4). Que Deus maravilhoso
temos, que dá ao homem
a chance de escolher entre
palmilhar o caminho estreito
que conduz à vida eterna ou
o caminho largo, o caminho
da perdição ou morte eterna.
O nosso Deus é o Deus das
oportunidades, que nos ama
profundamente em Cristo
Jesus (Rom 5.8).
A nossa Declaração Doutrinária declara: “Deus e somente Deus é o Senhor da
consciência (Gên 1.27; 2.7).
A liberdade religiosa é um
dos direitos fundamentais do
homem, inerente à sua natureza moral e espiritual (Jos
24.14,15; 1Ped 2.15,16). Por
força dessa natureza, a liberdade religiosa não deve sofrer
ingerência de qualquer poder
humano (Dan 3.15-18; At 4.920). Cada pessoa tem o direito
de cultuar a Deus, segundo os
ditames de sua consciência,
livre de coações de qualquer
espécie (At 19.35-41). A Igreja
e o Estado devem estar separados por serem diferentes
em sua natureza, objetivos
e funções (Mat 22.21; Rom
13.1-7). É dever do Estado
garantir pleno gozo e exercício da liberdade religiosa,
sem favorecimento a qualquer
grupo ou credo (At 19.34-41).
O Estado deve ser leigo e a
Igreja livre. Reconhecendo
que o governo do Estado é de
ordenação divina para o bem-estar dos cidadãos e a ordem
justa da sociedade, é dever
dos crentes orar pelas autoridades, bem como respeitar as
leis, obedecer a elas e honrar
os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à
vontade e à lei de Deus (Dan
6.7-10; 1Ped 2.13-17)”.
É sabido de todos que nós,
batistas, comungamos com
os princípios da Reforma: “A
não secularização da Igreja
e a não clericalização do
Estado”. Igreja e Estado devem ser independentes. Somos conhecidos, em nossa
origem, como o povo da
liberdade de consciência
porque é assim que a Bíblia
preceitua. Infelizmente, a
Igreja tem se envolvido em
questões que não lhe compete e o Estado se envolve
e quer fazer leis que ferem a
Igreja seja como organização
e como organismo. Um caso
recente é a homofobia. Movimentos sociais com apoio do
governo querem considerar
crime o fato da igreja pregar
contra o homossexualismo.
Ora, é um preceito bíblico
e da Constituição ter liberdade de opinar desde que
não use de violência para
com a pessoa. Amamos o
homossexual, mas somos
visceralmente contra o homossexualismo. Odiamos o
pecado, mas amamos o pecador. Se os homossexuais têm
o direito de agir como agem
nas suas práticas imorais que,
cremos, são contrárias ao
caráter e a Palavra de Deus,
nós, por outro lado, temos
o direito de expressar que
somos contra tais praticas. Se
eles têm o direito de rejeitar
o que a Bíblia ensina acerca
dessa conduta, nós temos o
direito de pregar contra ela.
Há outros assuntos que o
Estado quer controlar, mas
a Igreja de Cristo há de se
levantar contra todo o erro.
Sempre foi assim na História
do Cristianismo. Homens e
mulheres perderam suas vidas por causa da sua coerência bíblica, dentro da vontade
do Pai Soberano. Exerçamos
a nossa liberdade religiosa
sempre dentro dos princípios
do evangelho de Cristo para
a glória de Deus, nosso Pai
e Soberano Senhor, que há
de julgar todos os homens
segundo o Seu evangelho.
observatório batista
LOURENÇO STELIO REGA
Igreja versão 2.0
N
ão somente Deus
e o cristão, mas
a igreja também
tem passado por
um upgrade em sua natureza, mas, à semelhança dos
efeitos do antigo upgrade
do Windows Vista para seus
usuários, os resultados deste
upgrade eclesiástico têm trazido enormes prejuízos ao
reino de Deus, pois a igreja
que temos hoje se distancia
em larga escala de seus objetivos bíblicos.
Neste upgrade temos igrejas se organizando com requintes de uma empresa a
tal ponto de chegar a propor
honorários pastorais a partir
de um índice de produtividade, como se lidar com
vidas pode ser quantificado
e mensurado. A comunhão
é substituída pela produção,
a igreja como corpo vivo de
Cristo se transformou em
mailing list, o mundo perdido em clientela ou mercado,
a conversão em adesão, as
bênçãos em produtos simbólicos ou bens religiosos, a
fidelidade a Deus em satisfação ou bem estar pessoal,
os pastores em empreendedores, a celebração e o culto
em show e performance.
A igreja versão 2.0 enfoca
sistemas de organização em
vez de enfocar a comunidade, enfoca uma filosofia
fabril com performance na
produtividade no lugar de
investimento em vidas e no
processo de crescimento
pessoal. Focaliza o disponível no caixa da igreja e as
obras materiais que podem
ser realizadas, em vez de
investir em vidas, em vocações.
Os resultados começam a
se concretizar, pois pessoas
são trocadas por programas,
relacionamentos por tarefas
que precisam ser cumpridas, o encorajamento e o
provisionamento de vidas é
substituído pela produtividade para que os propósitos
sejam alcançados custe o
que custar, busca lucro ou
manter o caixa da igreja em
vez de focalizar pessoas. Os
relatórios são repletos unicamente de números, estatística, atividades, em vez de
mostrar também como estão
sendo nutridas as vidas. As
vidas como modelo e promotoras da publicidade são
substituídas pela promoção
e marketing. A amizade e
convivência, que deveriam
gerar avenidas de comunicação, são trocadas por índices
de produtividade.
Assim o gerente pastor tem
de tratar as pessoas como
objetos, como mão de obra
útil, meios para atingir fins,
deve ficar preocupado com
o funcionamento de estruturas, programas e sistemas
em vez de cuidar de vidas,
de buscar o encorajamento
do rebanho. O pastoreio, que
originalmente é um ministério orientado para vidas, tem
agora de ser orientado para o
management. O pastor, que
deveria conhecer as pessoas pelo nome, buscando o
seu crescimento, deve agora
tratá-las como bens de produção focalizando programas
que precisam ser cumpridos
custe o que custar, afinal o
“show” necessita continuar.
Na igreja versão 2.0 os cultos, no lugar de contrição
e adoração, passam a ser
agitação, uma espécie de
“aeróbica gospel”. Domingo,
o dia de celebração e de descanso se transforma em dia
de cansaço.
A igreja versão 2.0 é guiada
por modelos empresariais,
construídos sobre fundamentos psicológicos e sociológicos, em vez de ser guiada
por um modelo bíblico a
partir de Cristo como o Bom
Pastor. É a igreja apenas organização, sem muito toque
de organismo. A igreja foi
transformada em atividade e
isso se tornou um fim em si
mesmo.
o jornal batista – domingo, 25/03/12
ponto de vista
15
Teologia Prática
Isaias Andrade Lins Filho
Pastor da IB dos Mares,
Salvador, BA
Texto: 1Coríntios 12.1-11
N
ão há como negar, seja o povo
batista ou não, o
Senhor Deus está
realizando uma grande obra,
e, de algum tempo para cá,
estamos vivendo um grande
“mover do Espírito Santo”.
Isto porque, não tenham dúvidas, o Senhor, à luz da Sua
Palavra, está promovendo
no meio do seu povo “um
grande avivamento espiritual”. Numa época como esta,
nada mais justo do que exercermos atitudes cautelosas
em muitas e determinadas
coisas.
Como pastor desde meus
20 anos de idade, ordenado na Igreja Batista da Encruzilhada em Recife, hoje
com 65 anos de idade, portanto, 45 anos de ministério, exercendo o ministério
atualmente na Igreja Batista dos Mares em Salvador
onde já estou há mais de 27
anos, sempre ouvi, estudei e
aprendi dos grandes mestres
e professores. De livros que
eram recomendados e em
diversos estudos dirigidos,
as muitas coisas que foram
ministradas e ensinadas, e,
principalmente nas edições
que eram preparadas pela
gráfica batista, chamadas de
“Pontos Salientes” usadas na
Escola Bíblica Dominical.
Lições que costumeiramente
eram ministradas nas nossas
igrejas e, os fundamentos
de coisas que eram escritas, eram os seguintes:”os
dons cessaram”; “não mais
haveria a necessidade de
manifestações dos dons”; e
“as manifestações dos dons
eram necessárias naquela época apostólica para o
povo poder crer”.
Todavia, queridos leitores,
nós sabemos que não é nada
disto, os dons do Espírito Santo são uma evidência clara no
meio do povo de Deus e, os
dons do Espírito Santo, não
são de propriedades exclusivas de nossos amados irmãos
em Cristo, pentecostais ou
assembleianos (a quem amamos e respeitamos), ou dos
neopentecostais (aos quais
também amamos), hoje tantos, mas, os “Dons do Espírito
Santo” são sim, também, uma
clara evidência no meio do
povo batista, no Brasil e no
mundo, numa demonstração
inequívoca, de que a Palavra
do Senhor é a mesma de on-
tem e será eternamente, pois
o Senhor assim ministrou:
“Passarão os céus e a terra,
mas, as minhas palavras não
haverão de passar ...” (Mateus 24.35).
Não sei por que, tanta gente tem medo de tratar deste
assunto e de ministrar ao
povo batista, a grande verdade, de que o Senhor Deus
continuou, e ainda está a
realizar grandes maravilhas
no seio do Povo chamado
Batista e, que o “mover do
seu Espírito” é, hoje, uma
realidade que ninguém pode
negar. E o será até quando,
como diz a Bíblia, “vier o
que é perfeito, então o que é
em parte será aniquilado...”
(1Coríntios 13.8-11).
Não tenham dúvidas, que
é por causa desta omissão
do líder batista de não querer
se expor, e dizer claramente
ao povo que nós os batistas
cremos também nos dons
do Espírito Santo e, sabemos
que, como diz a Bíblia Sagrada, “o Espírito Santo opera
todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um
como quer ...” (1Coríntios
12.11). E, que, a “manifestação do Espírito é dada a cada
um para o que for útil ...”
(1Coríntios 12.7), portanto,
se não for para ser útil, não
será dada a manifestação
nem será dado o dom. É sim,
por causa desta omissão, que
ainda estamos vendo tanta
distorção doutrinária no meio
do povo batista.
Humilde e submisso à
vontade do Senhor é que
pretendo voltar a escrever
uma série de estudos sobre
o assunto “Dons do Espírito
Santo”. E para tanto, estarei
orando e pedindo as orações
dos irmãos em Cristo, não só
da Igreja Batista dos Mares
da qual sou o pastor, para
que orem por mim, pois o
que desejo, nada mais é do
que expor com sinceridade e
humildade o que consta na
Palavra de Deus. E em outros
próximos estudos, tratarei de
adentrar e comentar, de maneira direta numa análise à
luz da Bíblia, sobre os “dons
espirituais” e, pasmem, até
sobre os “dons de línguas”
incontestavelmente um tabu
no meio do povo batista
mas, uma realidade insofismável na vida do povo de
Deus, contudo, ensinaremos
que ao ser exercido, mediante a dádiva do Espírito
Santo, o é para edificação
própria, pois o que “fala em
língua estranha edifica-se a
si mesmo” (1Coríntios 14.4).
E este texto fala mesmo da
“variedade de línguas, isto
é, línguas que não correspondem a nenhuma língua
conhecida por aquele que
fala o idioma...”, conforme
está explicado no rodapé da
Bíblia de Estudos Almeida,
da Sociedade Bíblica do Brasil, às páginas 252, do Novo
Testamento, edição de 1999,
Barueri, São Paulo.
Mas ninguém se espante, porque também iremos
dizer que “o amor” além
de ser superior aos dons,
é sem dúvida o elemento
legitimador do uso dos dons
na edificação do povo de
Deus. E o amor não deixa o
crente presunçoso, orgulhoso, achando que é superior
aos demais e, nem “orando
para que os outros crentes
se convertam”, pois, quem
recebeu a Jesus e permanece
fiel ao Senhor, dia após dia,
não tem que se converter de
novo, nem, porque participou de qualquer “encontro
tremendo” e, por causa de
tal encontro, agora é que se
converteu. Cuidado! É bom
ter calma, prudência, mas
que Deus está fazendo uma
grande obra, está! Pois bem,
“agindo Deus, quem impedirá?” (Isaías 43.13).
Deus os abençoe ricamente.
Adote este projeto:
(21) 2122-1901
Cidades com DDD 21
0800 709 1900
Demais localidades
[email protected]
Rua Senador Furtado, 71
Praça da Bandeira, RJ
CEP: 20270-021
Download

Pessoas que fazem a diferença - Convenção Batista Brasileira