????? ISSN 1679-0189 o jornal batista – domingo, 25/03/12 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ 1 Ano CXII Edição 13 Domingo, 25.03.2012 R$ 3,20 Pessoas que fazem a diferença O testemunho pessoal de muitas pessoas tem sido o diferencial na vida de outras pessoas. São estas que vivem a missão integral, que educam seus filhos à luz da Bíblia e são exemplos de integridade. Com este foco veja, nas páginas 8 e 9, como o modo de viver pode ser um instrumento para pregação do evangelho. Assim como a experiência de conversão pode ser um grande testemunho da ação de Deus. E também não deixe de compartilhar o que o Senhor tem feito na sua vida. O novo código florestal Série: os dons do Espírito Santo O pastor Olavo Feijó incrementa sua coluna semanal e passa, a partir desta edição, a falar sobre Gotas Bíblicas na Atualidade. Para começar o tema escolhido foi “O novo código florestal”, trazendo aos cristãos a lembrança da responsabilidade dada pelo Senhor ao homens de cuidar de sua criação. E ainda enfatiza que a Palavra do Senhor nos ensina ecologia e nos obriga a cuidar da terra. (Veja na página 4). A partir desta edição a coluna Teologia Prática apresentará uma série de estudos sobre o agir do Espírito Santo, escritas pelo pastor Isaias Andrade Lins Filho, da Bahia. Vá até a página 15 e conheça o foco deste estudo, que tem como primeiro título, “Os crentes batistas e os dons do Espírito Santo”. Num grande momento de agir de Deus, “nada mais justo do que exercermos atitudes cautelosas em muitas e determinadas coisas”, declara o pastor Isaias. 2 o jornal batista – domingo, 25/03/12 reflexão EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Paschoal Piragine Júnior DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Arina Paiva (Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Macéias Nunes David Malta Nascimento Othon Ávila Amaral Sandra Regina Bellonce do Carmo EMAILs Anúncios: [email protected] Colaborações: [email protected] Assinaturas: [email protected] REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Rua Senador Furtado, 56 CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio “D e sorte que nos tornastes modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque, partindo de vós fez-se ouvir a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e na Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se divulgou, de tal maneira que não temos necessidade de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos entre vós, e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro” (1 Tessalonicenses 1.7-9). O êxito do evangelho em Tessalônica e a fidelidade daquela igreja era de tal forma que suas ações eram conhecidas por diversos lugares. A convicção do evangelho por parte da igreja de Tessalônica era tão grande que seus atos falavam por si só, os seus frutos mostravam a glória de Deus. A partir do texto de 1 Tessalonicenses, é possível perceber o quanto esta igreja buscava ser imitadora do Senhor. Querer fazer a vontade de Deus os levou a ter uma postura diferente a outras pessoas daquela época, os levou a deixar seus ídolos e servir a Deus. Era uma igreja que vivia a missão em tempo integral. Ao comparar o modelo exemplar da igreja de Tessalônica com as igrejas de hoje, é perceptível o quanto ainda tem muito o que crescer. O mundo precisa de uma igreja que saiba louvar a Deus, mas também saiba servir, saiba amar, saiba doar seu tempo. O que se vê nas igrejas de hoje são grupos de pessoas que só possuem tempo para si mesmas e não tem nenhuma habilidade para amar. Servir é saber amar a todos, sem poréns. Servir é saber cuidar daqueles que estão dentro das igrejas, sem preconceitos e saber receber aqueles que chegam às igrejas, sejam pais, mães, crianças, jovens, prostitutas, alcoólatras, homossexuais,... A igreja deve ser um lugar de tratamento espiritual, assim como também lugar de louvor a Deus e ensino da Palavra. Igreja que faz a diferença é igreja que busca fazer a vontade de Deus. E fazer a vontade de Deus é cuidar do meio ambiente, como foi ordenado na criação do mundo. “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Êden, para o lavrar e guardar” Gênesis 2.15. Assim como anunciar a salvação através de Jesus Cristo e formar discípulos. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” Mateus 38.19-20. Estudando a Bíblia dia após dia, é possível guardar e entender a vontade do Senhor. É possível gerar tantos frutos que a comunidade em torno na igreja sinta o diferencial. Guardar a mensagem de Deus e ser imitador de Jesus é pensar não somente no espiritual, mas buscar soluções para o social. Abraçar uma comunidade é dever da igreja, é sua missão, trazendo esperança de uma vida digna. Milagres não surgem a partir de homens, mas a partir de Deus, basta os homens deixarem ser instrumentos do próprio Deus. Que os canais de televisão, as redes sociais da internet e os jornais noticiem a diferença que a igreja batista brasileira está fazendo na vida das pessoas. Que o mover de Deus seja mostrado através de pessoas caladas, mas que agem. Que os projetos sociais, os projetos de cuidado do meio ambiente e os projetos missionários sejam o grande foco dos batistas. Que as igrejas batistas não apenas vejam a ação do Senhor, mas também possam ser participantes. o jornal batista – domingo, 25/03/12 reflexão 3 bilhete de sorocaba Julio Oliveira Sanches U ma boa pescaria, num rio piscoso, com excelentes apetrechos e bons companheiros de pesca é uma experiência inesquecível. A Bíblia relata-nos as experiências de vários pescadores. A reação após uma noite de insucesso. Resta apenas o lavar e consertar as redes (Luc 5.2). Por que não lamentar o insucesso? Claro, a culpa foi a fase da lua, a isca usada, quando se pesca com anzol, a temperatura da água. O tempo e várias outras desculpas servem de consolo ao bom pescador. Mas, uma coisa não pode faltar: a esperança. Da próxima pegaremos os peixes desejados. O que dizer de um bom peixe assado sobre brasas após uma sortida infrutífera? O sabor do peixe supera ao preparado pelos melhores chefs. Foi o que vivenciaram os discípulos de Jesus após a ressurreição do Mestre (João 21.9). Aquele peixe assado por Jesus, que continuou a comer peixe após ressurgir dos mortos (Luc 24.41-42), deve ter sido delicioso. Aos que não gostam de peixe, um aviso: Cuidado! No cardápio celeste pode haver peixe, de preferência assado. Mesmo quando o resultado da pescaria não compensa, a amizade e o convívio com os companheiros de pesca suprem todas as desilusões. Os ‘causos’ contados ao redor das barracas. A perda daquele peixe, o maior de todos, quando estava prestes a ser colocado no puçá, não tem preço. Firma-se uma amizade que irmana e prevalece anos seguidos. Guardo excelentes recordações de companheiros de pescarias. Alguns eram insuportáveis com suas choramingas, por causa dos pernilongos e medo dos jacarés. Outros companheirões, cujas amizades o tempo não apaga, são lembrados com saudades, mesmo após terem partido para o lar celestial. Há uma pescaria no rio Miranda, MS, que não consigo esquecer e que me ensinou preciosas lições. A quantidade de peixes foi excelente, uma semana à beira do rio, inesquecível e enriquecedora. Um grupo foi de carro e o grupo maior num caminhão baú, com freezer, fogão a gás, mesas, cadeiras e até um motor que fornecia energia para o freezer e alimentava o chuveiro para banhos, com a água sugada do rio. Coisa de gente rica e feliz. Uma vez instalados começamos a pescaria. Os barcos retornavam sempre cheios, a natureza pródiga encheu o freezer e mais algumas caixas de isopor. Cada peixe maior que o outro. Meu filho adolescente estava encantado. Fisgou vinte e três belos e grandes curimatãs, tornou-se perito em fisgar um peixe que dificilmente se pega com anzol. Claro, tudo foi acondicionado no freezer com o necessário gelo para não estragar. O colega pastor dos irmãos da capital informou que seria difícil entrar em Sorocaba e fazer a divisão dos peixes. Embora sejam apenas treze quilômetros. Como o grupo maior era da capital ocorreu a “aquiescência”. Mas, ele viria à Sorocaba na semana seguinte e traria a parte que cabia a mim e ao meu filho, dividimos as despesas e tudo ficou acertado. O adolescente desconfiado me fez uma pergunta desconcertante. Aquela pergunta de adolescente que não gostamos de ouvir e tampouco de responder. “Pai, o senhor tem certeza que veremos esses peixes outra vez?”. “Claro!”, respondi. “Você não ouviu o pastor dizer que vai almoçar conosco e levar a nossa parte?”. “Ouvi, mas não estou conseguindo acreditar”. “Ora filho, o homem é pastor. Pode confiar”. O tempo passou. Um mês depois o pastor querido apareceu. Trouxe dois curimatãs pequenos e entregou como parte que nos pertencia. Não foi fácil acalmar os ânimos do adolescente. Trabalhar a sua revolta, dizer-lhe que a vida é assim, às vezes somos pegos de surpresa com suas peças. Aceitar a realidade daquilo que não pode ser consertado. Não há como reaver os peixes, o jeito é aprender algumas lições. Nada de pescaria com caminhões e grupos que ultrapassem três companheiros. Não deixar a divisão da presa para o dia seguinte. Não confiar em demasia nos homens, mesmo sendo pastores. Todos temos defeitos e nem sempre somos sábios para administrar cada situação. Uma boa amizade e um amigo valem mais que muitos peixes. Peixes são possíveis de serem pescados na próxima vez. Um amigo verdadeiro, nem sempre pode ser reconquistado. Meu filho entendeu e até esqueceu a pescaria. O que não esqueci foram os bons momentos que compartilhamos como pai e filho à beira rio. Nada substitui o estar com os filhos e usufruir da amizade que cresce a cada dia. Com peixes ou sem peixes nossos filhos são bênçãos que sempre trazem alegria. Dois caminhos que levam ao mesmo lugar, a Palavra de Deus da forma que você precisar. AGORA M TA BÉM EM NOVAS CAPAS E NOVO FORMATO Tenha a versão João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida e a versão NVI juntas. www.geograficaeditora.com.br 4 o jornal batista – domingo, 25/03/12 reflexão GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia O Novo Código Florestal S tamanha coragem. O propóVilmar Paulichen Pastor da PIB Indaiatuba, SP. sito e a coragem daqueles homens e mulheres, arrisudo que fazemos na cando a vida era a CERTEZA igreja tem que ser DA RESSURREIÇÃO. Eles feito com propósi- acreditavam convictamente to. O propósito dá que Jesus Cristo venceu a motivo à missão. Se não há morte, e Sua ressurreição propósito não há missão, e garantia a ressurreição deles. se não há missão toda ação Decididamente acreditavam vira frustração. A falta de na ressurreição. Por estarem unidos com propósito faz da missão um projeto sem sentido. O pro- Jesus Cristo, estavam convicpósito é a garantia de que os tos que ressuscitariam e não envolvidos na menor obra tinham medo de falar que do Reino terão recompensa em Jesus Cristo há ressurreição. Suas palavras faziam (Mateus 10.42). Qual o propósito de Paulo ruir toda falsa religiosidade quando aceitou, junto com e todo discurso vazio. A Barnabé, ser separado pelo verdade também produzia Espírito Santo para a obra inveja e ódio (Atos 13.45). missionária? (Atos 13.2). Por causa da certeza da resQual o propósito de Paulo surreição, não havia ameaça quando decidiu continuar de morte suficientemente evangelizando depois de capaz de intimidá-los a parar ser apedrejado e dado como de falar a Boa Nova. Aqueles homens e mumorto? (Atos 14.19). Qual o propósito de Paulo quando lheres enfrentavam a morte fugiu para não ser assassina- o tempo todo porque acredo numa emboscada? (Atos ditavam na ressurreição (1 9.23-25). Qual o propósito Coríntios 15.30-32). Eram de Paulo ao decidir continu- como ovelhas entregues ao ar testemunhando do Evan- matadouro (Romanos 8.36). gelho mesmo rejeitado em Diariamente experimentaJerusalém? (Atos 22.17-21). vam o extremo da fraqueza, Paulo, Barnabé, Silas, Mar- como se fossem ovelhas, e o cos, Pedro, Estevão, Tiago extremo da crueldade, como e outros, arriscaram a vida se esperassem a morte num por causa de Jesus Cristo matadouro. O propósito ao ajudar (Atos 15.26) e só existe uma explicação possível para aquelas pessoas tinha que T e Adão tivesse pensado duas vezes, provavelmente o jardim do Éden não teria sido condenado a virar deserto. O pecado do homem foi o de dar mais valor ao seu estômago, ao sabor de uma fruta, do que ao Criador dos frutos. Por isso, o Senhor decretou: “Por causa do que você fez, a terra será maldita.” (Gênesis 3.17). O Brasil está às vésperas de reeditar a tragédia do Éden. Caso o Senado e a Presidente aprovem o novo Código Florestal, assim como está, sem proteções categóricas à nossa terra, com mais duas gerações teremos criado outros desertos, além do nosso Nordeste e do norte do Rio Grande do Sul. Recebemos do Criador as maiores florestas e os maiores rios. Eles valem mais do que mais pratos de lentilhas. Ou de soja. Ou de milho. Ou da carne gorda do nosso gado e dos nossos ser a certeza da ressurreifrangos de exportação. ção. Não havia motivo mais Enquanto isso acontece em nobre. A motivação para a Brasília, a população brasiigreja ofertar era a certeza da ressurreição (Filipenses 4.15,18). A oferta supria-os de comida e roupa, transporte, mas era inútil para “comprar” segurança ou garantir vida, pois os incrédulos matavam cristãos pensando que serviam a Deus (João 16.2). A oferta era meio de diminuir as dificuldades para que os missionários levassem a esperança da ressurreição aos mais distantes rincões. A certeza da ressurreição lhes dava perseverança. Deus sempre será louvado mesmo quando a intenção é errada (Filipenses 1.1518). O problema é que a falta de fé e de propósito não dá recompensa (Mateus 23.23). Para Deus, a intenção correta do coração importa mais do que dinheiro. O propósito correto e boa intenção do coração são fundamentais para servir ao Senhor. O propósito errado mortos. Ele nos conquistou desvaloriza a maior oferta, para si mesmo na cruz. A enquanto que o propósito ressurreição oferecida por correto supervaloriza poucas Cristo é motivo mais do que moedinhas (Lucas 21.1-4). O suficiente para que os misverdadeiro valor de qualquer sionários ativos enfrentem oferta depende da intenção a pior ameaça de morte; é do coração. também motivo suficiente Jesus Cristo veio mostrar para que os membros ativos que há ressurreição dos na igreja jamais ofereçam leira não poderia ser mais indiferente. Nossos cidadãos abastados estão preocupados em gastar bilhões de dólares na Meca do capitalismo global. Os brasileiros mais pobres, porque privados das informações que alertam contra as artimanhas do Legislativo, estão pouco ligando para as florestas ou seus códigos. Só que os cristãos, ricos ou pobres não devem esquecer sua fidelidade para com a Bíblia. A Palavra do Senhor nos ensina ecologia e nos obriga a cuidar da terra. A ex-ministra Marina Silva, filha da floresta e, acima de tudo, filha do Senhor das florestas, faz um apelo constante para assumirmos uma cidadania responsável. É hora de os cristãos bíblicos clamarem contra a impiedade florestal. É hora de concretizar nossa revolta, inundando os plenários da Câmara e do Senado com nossas mensagens de protesto. Oração ecológica requer ação ecológica, para destruir a maldição da terra. a Deus o que está sobrando no bolso. A salvação é presente de Deus (Efésios 2.8,9), mas todo sacrifício espiritual de valor tem que nos custar alguma coisa (2 Samuel 24.24), especialmente porque ofertar é nossa maior felicidade (Atos 20.35). o jornal batista – domingo, 25/03/12 reflexão PARÁBOLAS VIVAS 5 João Falcão Sobrinho N Pastor Sérgio Dusilek H á alguns bons meses atrás, ao ser convidado para escrever uma série de lições para uma revista da denominação sobre a vida de Jesus, me deparei com algo que algum tempo não refletia: não sou como Jesus. Pensei então se essa sensação seria só comigo ou com outras pessoas também. Antes que você me condene, se você pensar bem verá que ser como o Mestre não é tão simples: Ser como o Mestre é não ser politicamente correto. É ter o espírito e o pensamento livre. Jesus não aliviou para Herodes, ele o chamou de raposa (Luc 13.32), para aqueles que não gostam de condenação política, nem para os fariseus, nem saduceus. Se sua preocupação é com o “clima” da sociedade, você está longe de ser como Jesus. Jesus tinha simplesmente a coragem de ser. Ser como o Mestre é ter amor profundo pela Igreja que é dele. Alguém que queira o mal daquilo que o Senhor mais quer bem, não pode estar afinado com ele. E essa falta de sintonia com o Mestre, nada mais é do que um distanciamento do coração do Senhor e se traduz em carnalidade. Crente carnal troca a doçura do amor pela acidez. Crente carnal troca a humildade pela arrogância (Fil 2.1-13). Crente carnal vive longe de qualquer orientação espiritual (Tito 3.9-10). 1 2 3 Ser como o Mestre é colocar o seu Reino sobre todas as coisas. Jesus anunciou o Reino (tem gente que acha que ele pregou uma tradição – Mat 15) e os valores do Reino que são, antes de qualquer coisa, norteadores para uma vida plena. Sabe por que muitos relacionamentos não prestam? Porque não se vive os valores do Reino neles: pureza, santidade, misericórdia, verdade, entre outros. Andar como Jesus andou (1João 2.6). Isso implica em acolher o pecador, manifestar graça com aqueles que foram dilacerados pela vida. Andar como Jesus andou é sentar-se a mesa com publicanos (fiscais corruptos) e ministrar o perdão a mulheres de comportamento duvidoso. Será que você está pronto para isso? Semear a Palavra do Reino no meio mais degradante sem se corromper? Ser como Jesus é não se impressionar com a aparência (Mar 12.41-44; Luc 13; Mat 23). O Senhor sempre soube ler o coração e a motivação das pessoas. Por isso hipocrisia não ‘colava’ e não ‘cola’ com ele. Ser como o Cordeiro é ter disposição de sofrer injustiça por amor ao evangelho (1Ped 2.19-25). Aí me pergunto: se hoje as pessoas não querem ouvir a Palavra de Jesus, mas somente aquilo que lhes apraz, será que estarão dispostas a sofrer pelo Evangelho? Sinceramente, acho que não. Ser como a resplandecente estrela da manhã (Apoc 22.16) é brilhar e dar 4 5 6 7 bom testemunho de Jesus (2Cor 2) onde quer que estejamos, servindo inclusive, debaixo do completo uso de Deus, como norteadores e aconselhadores para aqueles que estão perdidos e sem direção. Ser como o Pastor (João 10) é denunciar que há muitos lobos com capa de cordeiro andando ao redor do rebanho. E isso é extremamente difícil porque a visão turva das ovelhas (as águias têm visão espetacular, as ovelhas não) faz com que elas enxerguem somente a capa. Ser como Jesus no ministério é exortar o povo dele a tomar cuidado com o “fermento” de fariseus (Luc 12.1-3) e com a incredulidade dos saduceus que faziam com que adorassem um Deus morto (Mar 12.18-27). Ser como Jesus é ser incompreendido, porque anunciar o Reino é algo que está para além da faculdade humana. O Reino não é tangido pela razão, mas pela fé. O Reino não é tocado pela ciência, mas vivenciado pela graça. Desde aquele momento de estudo e reflexão pessoal, reencontrei-me e resolvi ser como Jesus. Tenho procurado servir o meu Mestre e ouvir o meu Pastor. Hoje tenho a consciência de que estou buscando ser como Jesus. É por isso que não me preocupo com o que falam de mim, e sim com o que Jesus diz sobr e e para mim. Quer vida mais livre do que essa (João 8)? E você, tem procurado ser igual a quem? 8 9 ossa querida irmã Josefina Bortoleto Kaeser, aos 94, quase 95 anos de idade, no dia 12 de fevereiro último, ao terminar o culto da noite na Igreja Batista Memorial de Mar de Espanha, Minas Gerais, despediu-se do pastor Paulo e junto com outra irmã atravessou a rua para voltar para casa. Ela já estava do outro lado da via, quando um carro subiu na calçada e atropelou as duas senhoras. A irmã Josefina morreu ali mesmo. Sua companheira foi hospitalizada. Em carta dirigida à família, o pastor Levi Penido, sobrinho da irmã Josefina, escrevendo dos Estados Unidos, disse que sua tia “saiu da igreja direto para o céu”. Bastou atravessar a rua e ela já estava do outro lado do rio, andando em ruas de ouro, com Jesus. Apesar da idade avançada, segundo depoimento dos filhos, dona Josefina era muito lúcida, não perdia um culto da sua igreja e não desperdiçava oportunidade para falar de Jesus. Sua história é muito cativante. Ela só veio a se converter a Cristo após a conversão dos seus três filhos mais velhos. Em seguida, seus outros sete filhos todos aceitaram Jesus, dois deles são pastores, João e Jaci Kaeser. Com um dos seus filhos, Joel, tenho uma amizade pessoal há mais de 30 anos. Membro da Igreja Batista da Liberdade, no Rio de Janeiro, de temperamento pacífico, humilde e fiel como todos os seus irmãos, Joel trabalhou por muitos anos como funcionário do Colégio Batista Shepard, no Rio. Dona Josefina deixa dez filhos, 18 netos e 7 bisnetos. Dos que já alcançaram a idade para uma decisão, todos são crentes fiéis cooperando com igrejas no Rio e em Minas Gerais. Viúva há 10 anos, mantinha uma ativa agenda de oração em favor dos filhos, noras, genros, netos e fazia questão que seus horários de devoção pessoal fossem respeitados. Conheci pessoalmente o pastor Jaci Kaeser quando ele era pastor da Segunda Igreja da Pavuna, aqui no Rio. Homem conhecido pela bem-aventurança da mansidão, firme nas doutrinas bíblicas, preferia sofrer com os que sofriam a atacar, castigar, e punir os que erravam. Sua especialidade como pastor era ajudar os que precisavam de ajuda. Jaci refletia, como seus irmãos, a vida piedosa que herdara da mãe. Como é grande, é imensa, a dívida das nossas igrejas para com mulheres como a irmã Josefina Kaeser, mais que uma parábola da vida cristã, uma verdadeira serva do Senhor. Sem alarde, sem vanglória, quase anônimas, elas criaram seus filhos nos caminhos de Deus e os ensinaram a fazer valer seu compromisso com Cristo em quaisquer circunstâncias. Os Kaeser que conheço não são apenas cristãos. São homens e mulheres salvos identificados com Jesus. Hoje em dia, nestes tempos de modernismo teológico e desenfreamento moral, como as nossas igrejas precisam de mães que vivam a verdadeira piedade, mulheres apaixonadas pelo viver cristão, dedicadas decididamente ao ministério da oração. Na modernidade, as mulheres andam tão ocupadas com tantas coisas que mal lhes sobra tempo para se curvarem diante de Deus em oração, seguindo o exemplo da irmã Josefina Kaeser. Desejo aqui transmitir ao querido amigo Joel Kaeser e a todos os seus irmãos, bem como à Igreja Batista Memorial de Mar de Espanha, a minha solidariedade que mescla a gratidão por uma vida tão preciosa agora diante do trono da graça, com o sentimento de perda de uma vida tão preciosa que tinha ainda muito que orar, muito que falar de Jesus e adorá-lo junto com sua Igreja. 6 o jornal batista – domingo, 25/03/12 Samuel Amaro dos Santos Pastor da IB em Laje do Muriaé S e fizermos essa perg unta pa ra alguns crentes esses imediatamente responderiam: Claro que não, a igreja é melhor que o Facebook. Mas não é isso que muitos estão provando. Pois uma coisa é o que falamos outra coisa é o que fazemos. Para muitos crentes o Facebook é sim melhor do que a igreja. Provas: Crentes que no horário do culto estão no Facebook. E isso é muito fácil de saber. Crentes que ficam no Facebook fazendo piada, defendendo com unhas e dentes seu time, conversando fiado, falando de novela, e não falam de sua igreja, não a defendem, não promovem suas programações. Crentes e até líderes de igreja que passam 1, 2, 5, 10 e pasmem até 15 horas 1 2 3 no Facebook e não vão aos cultos da igreja que duram 1h ou 1h30. Crentes que trocam a comunhão da igreja, o aperto de mão, o sorriso, o abraço, o orar juntos, o ouvir o irmão, o falar com o irmão, o perdoar, a cura nos relacionamentos para ficar sozinho em um ambiente com um computador, um mouse, um teclado, um monitor, etc. Crentes que compartilham várias coisas menos a sua fé, crentes que curtem várias coisas só não curtem a igreja. Crentes que adicionam em sua lista de amigos pessoas que nunca viram, mas que não conhecem nem os membros de sua igreja, seus irmãos em Cristo. Amados, não tenho nada contra o Facebook, na verdade gosto muito. Mas queridos, para mim o Facebook nunca será melhor do que a igreja. Nunca trocarei a igreja pelo Facebook. Facebook não é melhor do que igreja. 4 5 6 reflexão Francisco Mancebo Reis Colaborador de OJB H á poucos dias, num ônibus, ofereci um folheto a quem estava ao meu lado. Hesitou em aceitá-lo. No decorrer do diálogo, alegou visão deficitária e acrescentou: comedor de feijão. Embora me parecendo fácil interpretar essa expressão sintomática, dei uma de ingênuo e perguntei o que ele queria comunicar. Foi bem franco: “São os falsos profetas; começam pedindo um milhão, depois baixam a quantia”. Respeitei sua sensibilidade e informei que a Bíblia denuncia os comerciantes da fé. Recordei 2Coríntios 2.17, onde consta a reprovação aos que mercadejam a palavra de Deus. Na NTLH, da Sociedade Bíblica do Brasil, está as- sim: “Nós não somos como muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus como fazendo um negócio qualquer”. Que nos ensina 1Timóteo 6.5? Chama às contas “homens cuja mente é perversa e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro”. É a religião como fator de enriquecimento. A propósito, Ezequiel 34.2 adverte: “Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos! Não apascentam os pastores as ovelhas?”. Na linguagem de hoje: “Ai de vocês, pois cuidam de vocês mesmos, mas nunca tomam conta do rebanho!”. A revista VEJA (fevereiro 2011) inseriu um artigo depreciando a formação acadêmica que facilita aprovação de alunos incapazes de coordenar pensamentos e escrevê-los, neste tempo em que é cada vez mais ausente a reprovação escolar. Adiciona uma acusação ao Oriente de substituir a filosofia (grega) pela religião, a religião pela ideologia e a ideologia pelo consumismo. Pus-me a pensar se essas colocações podem ter algo a ver com o que estou expondo, e creio que sim. Primeiro: por mais aprimorada e séria que seja, a formação acadêmica não evita distorções e fraudes no exercício da profissão, porque as intenções escondidas e inconfessáveis extrapolam a sala de aula. Por acaso o rigor de um curso teológico isenta o púlpito de uma pregação desvirtuada? Segundo: o consumismo tenta alimentar os líderes ambiciosos e famélicos, que jamais se fartam e sempre pleiteiam maior conforto na mesa, ainda que à custa dos pobrezinhos. Haja feijão para matar a fome dos inescrupulosos glutões. o jornal batista – domingo, 25/03/12 missões nacionais 7 Mais igrejas plantadas Vida é restaurada em no Rio Grande do Norte Comunidade C Terapêutica O antes e depois de Vânia A pós longos anos de envolvimento com drogas pesadas como cocaína e crack, a jovem Vânia Pereira Gomes, de 27 anos, pode finalmente se ver livre e recuperada. Seu tratamento durou um ano e nove meses, na Comunidade Terapêutica Águas de Meribá, liderada pelos missionários Sergio e Marcia Grycuk, em Goiás. Agora, ela estuda no Seminário Batista Goiano e trabalha como mentora no mesmo lugar que a ajudou a ter uma nova vida. Fora isso, Vânia teve a alegria de se casar com Bruno, seu companheiro que também se encontra liberto do domínio do vício. Juntos, eles poderão criar o filho de 6 anos de idade, dentro dos caminhos do Senhor. “Hoje estou empregada e tenho a alegria de ver meu filho na escola, acompanhando o seu desenvolvimento”, comemora Vânia. Vencer a batalha contra a dependência foi possível porque ela teve um encontro com Cristo. Ela conta que no início não aceitava internação e tinha dificuldade de convivência por ter um comportamento agressivo. “Mas comecei a ter interesse pela Bíblia e oração, iniciando um processo de renúncia e cura da alma”. Na infância, ela chegou a frequentar a igreja com seus pais, mas após os 9 anos de idade, abandonou a fé e pagou pela escolha errada. A restauração de sua vida, bem como de seu esposo, provam a importância de continuar investindo no alcance de pessoas que ainda estão presas às drogas. O trabalho de nossas comunidades terapêuticas e das Cristolândias, tem rendido muitos frutos e cremos que mais pessoas serão resgatadas até que o Brasil seja completamente sarado por Jesus. inco igrejas já foram plantadas pelos missionários Marcolino e Elizabeth de Pontes, no estado do Rio Grande do Norte. Começando no município de Santo Antônio, onde fica a sede, a obra se expandiu, levando a Palavra para outras cidades como Passa e Fica, Lagoa d’Anta, Serrinha e Espírito Santo. Ciente de que não existe multiplicação de igrejas, sem multiplicação de líderes, pastor Marcolino tem investido nos obreiros locais que são colocados à frente de cada um dos trabalhos que abre, sempre dando apoio contínuo. Além das novas igrejas abertas, outro motivo de celebração é que a sede em Santo Antônio já possui templo construído e as obras das capelas de Serrinha e Lagoa d’Anta já foram iniciadas e, em breve, estarão concluídas. Segundo o missionário, N Obras adiantadas em Lagoa d’Anta igrejas como a PIB de Mogi das Cruzes (SP), PIB do Lote XV – de Duque de Caxias (RJ) e a PIB no Éden – de São João de Meriti (RJ), bem como a Convenção Batista Rio Grandense e outros irmãos têm colaborado efetivamente com seu ministério. Recentemente, irmãos da PIB no Éden visitaram o campo e promoveram evangelismo e um impacto que abençoou crianças e adultos, gerando ainda mais frutos em cidades como Serrinha e Espírito Santo. Certamente, este trabalho de multiplicação continuará avançando e, para isso, os missionários contam com as orações e apoio de cada batista. “Nós realmente precisamos sentir compaixão por essas pessoas, de verdade, precisamos olhar nos olhos e dizer que ainda há esperança. Precisamos olhar para o Brasil e chorar como Jesus chorou por Jerusalém”, afirmou pastor Marcolino. Nova Turma do Radical Brasil o Rio de Janeiro, já estão instalados no Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM) os integrantes de mais uma turma de Radicais que serão treinados para atuar nas Cristolândias do país. A turma é formada por 54 pessoas que aceitaram o desafio de ser luz em meio aos dependentes químicos. Do grupo, 33 entendem bem a realidade em que vivem os “nóias”, uma vez que vieram da Missão Batista Cristolândia (SP). Na próxima segunda-feira (26) às 19h, acontecerá a Aula Inaugural na capela do CIEM e você é nosso convidado para participar. A turma do Radical Amazônia se aproxima do fim de seu treinamento, adaptando- Foto: Selio Morais -se ao estilo de vida dos ribeirinhos, povo a ser alcançado por meio do trabalho dos Radicais. A rotina começa cedo e entre as atividades tem até aula de direção, mas de barcos a remo e rabetas (pequenos barcos a motor). “É maravilhoso estar aqui, vivendo como vive o ribeirinho”, declarou Rafael Migowski, missionário da JMN que participa do treinamento. Ore pela turma de radicais, pela adaptação cultural e pelas comunidades para as quais o Senhor os levará para falar de Seu amor. Estas duas turmas (Amazônia e Rio de Janeiro) são as turmas do primeiro semestre de 2012. No segundo semestre teremos novas turmas para ambos os projetos. Se você deseja saber mais sobre eles, visite nosso site www. missoesnacionais.org.br ou entre em contato por e-mail: [email protected] 8 o jornal batista – domingo, 25/03/12 notícias do brasil batista Pessoas que faz Arina Paiva Redação de OJB O número de pessoas que tem vivido missões de forma integral, graças ao Senhor, tem crescido cada vez mais. É possível ver o testemunho de familiares ou amigos que declaram com autoridade a respeito de vidas transformadas a partir de pessoas comuns, que muitas vezes não possuem títulos, mas mesmo assim conseguem fazer a diferença. São estas pessoas que criam filhos e netos dentro da Palavra de Deus, e destas famílias nascem pastores, diáconos, líderes e servos fiéis. É através de pessoas simples, mas com a alma rica de sabedoria, que se pode perceber o quanto a vida dentro do evangelho vale a pena. São 99 anos ou 100 anos de vida e exemplo cristão. Também existem pessoas como a senhora Maria Francisca, de Goiás, que carrega em sua vida uma marca tão grande do agir de Deus, que consegue afirmar com convicção que sua história foi escrita pelo próprio Senhor. Leia abaixo o testemunho do mover de Deus através de três vidas que deixaram ser usadas pelo Senhor, que escolheram viver a vida em Cristo, que a Palavra foi usada como instrumento de lapidação da integridade e que o exemplo e testemunho de missão integral fez, e faz, a diferença na vida de outras pessoas. Também não deixe de contar para OJB o seu testemunho de conversão; ou o testemunho de vida íntegra, de acordo com o ensino da Palavra de Deus; ou ainda conte como Deus tem agido através de alguma pessoa ou de alguma igreja. Mande seu testemunho para [email protected]. Minha Vida: Uma História Escrita por Deus Maria Francisca Ferreira Membro da PIB em Iporá/Goiás M inha vida sempre foi marcada pelo agir de Deus, dirigindo e operando pelo seu infinito amor e misericórdia mesmo antes do meu nascimento. Quando minha mãe estava grávida de seis meses fez uma promessa a São Sebastião pedindo a cura de meu irmão que estava gravemente enfermo, fazendo o pacto de entregar a minha vida em meu nascimento, pois todos diziam: “Essa é do santo, não vai viver. Todos ficaram perplexos quando nasci saudável”. Aos três anos de idade adoeci, foram colocadas velas em minhas mãos anunciando que era chegada a hora do pagamento da dívida, mas eu fui curada. Minha família, muito católica, celebrou uma novena onde fui vestida de anjinho e colocada a venda no leilão em honra a São Sebastião, e meu pai pagou o preço mais alto confirmando o pacto com o santo efetuando o resgate por meio de uma foto minha trajada de anjo e do dinheiro ofertado por minha vida. Se mamãe me entregou ao nascer, agora meu pai confirmava com este ato que minha vida não era minha, mas de um ídolo. 25 anos se passaram quando tive um sonho em que vi Jesus Cristo em meio a uma luz que brilhava intensamente e, no sonho, uma pessoa me entregava um convite. Logo pela manhã uma senhora veio ao meu encontro convidando para ir a um culto na Igreja Batista. Fiquei surpresa quando percebi que aquele lugar era o mesmo do meu sonho, ali fui alcançada por Jesus, que em glória, abria os braços e me convidava a ir ao seu encontro. E em lágrimas, naquela noite, eu o aceitei como meu Senhor e Salvador pessoal. Foi a melhor noite da minha vida, porém Satanás luta até o fim contra a tentativa de se salvar uma alma e saquear o reino das trevas, e na noite seguinte fui assaltada por pesadelos malignos que me diziam: “Você vai morrer... Já está passando da hora!”. Por dez anos fui cercada por esse pesadelo, procurei ajuda e conselhos a uma amiga que indagou que assim como havia sido feito um pacto público quando meus pais me consagraram a São Sebastião, era necessário confessar publicamente, diante dos homens e de Deus, que Jesus Cristo era o Senhor e o autor de minha vida e de minha história. Isto eu fiz em um Congresso de Senhoras, ao orar, queimei a foto que tinha sido posta aos pés do santo e o fiz simbolizando que Jesus Cristo era o meu libertador. Elias Coelho dos Santos Aos 99 anos sabe como adorar ao Deus vivo com a vida Edalva Barreto Antunes dos Santos De Conceição de Macabu/RJ F alar sobre a vida do meu sogro pai, Sr. ELIAS COELHO DOS SANTOS não me é nada difícil por conviver com ele por muitos anos ouvindo suas histórias, vendo seu testemunho de servo fiel a Cristo, bom esposo, pai, sogro, avô, bisavô e sincero amigo, fez com que nos tornássemos verdadeiros confidentes como sogro e nora. A gente se entende só pelo olhar. Ele é uma pessoa ímpar. No dia 1 de março de 2012, Sr. Elias completou 99 anos, com lucidez, saudável, inteligente, muito amado por todos os filhos, noras, genros netos, bisnetos, irmã e sobrinhos. Nós, enquanto núcleo familiar, procuramos atendê-lo em todas as suas necessidades e vontades e uma delas foi a de comemorar os seus 99 anos no dia certo. “Nada de comemorar em outro dia, eu nasci em primeiro de março de 1913 e é nesse dia que quero a festa, mesmo que faça outra no sábado, com quem não puder vir na quinta-feira”. Assim foi feito. Foi muito homenageado por amigos da cidade de Conceição de Macabu onde mora há 69 anos. A mídia da cidade lhe rendeu homenagem, as rádios municipais lhe homenagearam com palavras próprias e hinos do Cantor Cristão, os quais ele ama cantar, e com muita força de voz. Fala bem alto, o que nos surpreende pelo avançar da idade, mas ele tem uma filosofia bem peculiar “eu não sou velho, tenho muita idade”. Todos os dias, ao chegarmos em sua casa, ele está reverentemente lendo a Bíblia e o Manancial e de tão concentrado que fica, às vezes nem nos vê chegar. Aos domingos não falta a EBD e nos cultos da noite se faz sempre presente, logicamente acompanhado por um dos filhos ou netos que moram próximo. Assim, no dia 1, comemoramos os seus 99 anos com um culto em sua própria casa, louvando a Deus com alegria, entusiasmo, fervor, características do verdadeiro cristão num culto muito significativo. Onde estavam presentes muitos amigos, vizinhos, autoridades municipais, pastores amigos tanto de Conceição de Macabu quanto de outras cidades do estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Muitos sobrinhos de longe se fizeram presentes e alegraram muito o seu coração, contando ainda que fizemos um caderno o jornal batista – domingo, 25/03/12 notícias do brasil batista 9 zem a diferença para anotar quantos telefonemas ele recebeu além das assinaturas dos que afluíram à festa. Nos 97 anos contamos 97 assinaturas, nos 98 anos também, e agora ultrapassou um pouco, mas o interessante é que ele ficava querendo saber quantos telefonemas chegavam, se havíamos registrado, enfim, sabia até quem não tinha ligado ainda. Realmente ele participa muito dos seus aniversários e já está fazendo planos para o centenário, se Deus permitir. Existe uma qualidade muito importante na vida do Sr Elias. Ele sonha muito, programa passeios, quer convidar vários pastores para pregar em qualquer época na igreja, está sempre a pensar, elaborar ideias e sempre deseja realizá-las. Tem uma história na municipalidade macabuense bem importante, pois foi vereador por três gestões, diretor da Escola Agrícola Rego Barros (atual FIA), na vida denominacional além de diácono foi diretor do Acampamento Batista em Rio Bonito. É bom ressaltar que o Sr. Elias organizou em sua própria casa quando morava na antiga Escola Agrícola Rego Barros, uma congregação com a participação dos seus cunhados e irmãos Sebastião Vieira da Silva e Ruth dos Santos Vieira, para que pudessem cultuar com seu filhos ainda crianças. Uma vez que naquela época a condução para a cidade era muito difícil e assim proclamou entre os vizinhos e alunos a Palavra de Deus. Assim foi crescendo o número de participantes e muitos se converteram. Depois de um certo tempo as reuniões aconteciam no quintal de sua casa sob a sombra de uma mangueira que sua esposa, D. Maria, plantara. Naquela congregação, hoje organizada em igreja, 4ª igreja Batista de Conceição de Macabu/RJ, onde ele é membro, muitas almas foram ganhas para Cristo. Inclusive alguns pastores dali saíram e hoje exercem o ministério com seriedade e fé. No dia 3 de março realmente fizemos nova comemoração com os netos e bisnetos presentes e sua única irmã com 94 anos, Tia Esther, que veio de Niterói com seus filhos para alegrá-lo mais. Nesse dia depois dos cânticos, leitura da Bíblia, oração e meditação, cada neto foi bem pertinho dele para lhe falar palavras que brotavam do coração de cada um, relembrando os tempos de infância em que ele só fazia vontades características dos avós, bem como da nossa saudosa Dona Maria, que só falava assim: “Elias não faz isso não, pode adoecer as crianças”. Até ouço o som suave da sua meiga voz. Isso porque oferecia aos netos uma série de brincadeiras: banhos de chuva, passear fora de hora, levar para passear numa Rural Willys que ele tinha, chupar laranjas no pomar, comer todo tipo de fruta que havia no quintal, chupar picolé em qualquer hora, não havia problema se a roupa ficasse suja. Criou enfim uma brincadeira que nenhum neto esquece e até passam para os bisnetos, chamava todos os netos que sentados ao chão da sala ou da varanda participavam de “Uma hora de Arte”. Título que ele deu para essa brincadeira, onde inventava músicas, histórias próprias para a criançada e que nossos filhos não abriam mão. Se escondiam na proteção saudável do avô, para nós mães só restava aceitar. Cada neto então resolveu recordar isso, lembrando que ninguém falou a mesma coisa, cada um recordou coisas boas e que depois se tornaram comuns refrescando a ideia de todos. Foram momentos encantadores e uma festa de 99 anos que parecia de uma criança bem brincalhona, pois ele participou de tudo, sem se importar com a hora. Sr. Elias Coelho dos Santos, nasceu em Aperibé/RJ, foi criado em Macuco/ RJ, é filho do saudoso pastor Joaquim Coelho do Santos e de D. Emerentina Coelho dos Santos. Na Igreja Batista de Macuco/RJ, passou sua infância, adolescência e juventude sendo membro da mesma por muitos anos e depois de casado fixou residência na cidade de Conceição de Macabu. Ama profundamente as duas cidades. Para cada uma delas tem histórias interessantes. Louvo a Deus pela vida do Sr Elias, que tem sido para nós seus familiares, um exemplo de vida cristã. Somos contabilizados em um número de 85 descendentes, todos instruídos nos caminhos do Senhor, conhecendo a sã doutrina por ele e D. Maria orientada. E assim podemos afirmar como o profeta Isaías: “Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna” (Isaías 26.4). Que na nossa mente de filhos, netos e bisnetos do Sr Elias, possamos aceitar que foi essa a sua atitude: Confiou no Senhor perpetuamente e até hoje confia. Esse é o segredo da sua longevidade. Que Deus seja exaltado e adorado. Pastor José dos Santos Filho comemora 100 anos Cláudio Ludgero Pastor da IB da Transfiguração/RJ E m Tocantis, no município de Ubá em Minas Gerais, nasceu José dos Santos Filho no dia 5 de março de 1912, filho de José Anastácio dos Santos e Ambrosina Maria dos Santos. Convertido aos 29 anos, na Igreja Presbiteriana de Nova Iguaçu, ali serviu ao Senhor por seis anos, experimentando as primeiras bênçãos ao ver almas se dedicando ao Senhor através do seu trabalho. Fez sua opção pela Igreja Batista por convicção doutrinária no que se refere ao batismo consciente e por imersão e pela forma de governo da igreja. Sempre serviu a Cristo e a denominação com muito amor. Sentindo uma ardente chamada para o ministério pastoral, embora tendo que trabalhar para o sustento da sua família, constituída à época de sua esposa Bárbara e cinco filhos: Amauri, Adilson, Alcyr, Arlete e Aricy. Foi recomendado ao Seminário Betel, em 1946, pela Igreja Batista em Figueira onde exercia a função de evangelista. Vale ressaltar que durante o período de seminário foi agraciado com a benção do sexto filho, que hoje é o pastor Araúna, nome sugerido no próprio seminário. No tempo que foi evangelista em Figueira teve o privilégio de ser o fundador do primeiro trabalho batista em Tinguá, no pé da serra da antiga Estrada União Indústria. Por benção divina, foi membro fundador da Primeira Igreja Batista em Vila de Cava. Foi ordenado ao ministério pastoral em 2 de dezembro de 1950 na PIB de Nova Iguaçu. Assumindo como o primeiro pastor da Igreja Batista no Bairro da Luz. No desempenho do seu ministério pastoral, teve o privilégio e alegria de pastorear várias igrejas contribuindo para a expansão do Reino de Deus: I.B. do Grotão, na Penha; foi o primeiro pastor da I.B. da Transfiguração, em Olaria, pastoreando-a por 11 anos; I.B. Nova Betânia, em Bonsucesso, da qual é pastor honorário; SIB de Vigário Geral; por duas vezes pastoreou a PIB de Piranema, sendo que a primeira vez de forma interina e a segunda de forma efetiva; I.B. Nova Esperança, na Penha; SIB de Braz de Pina, tudo pela graça de Deus. Ao longo de 33 anos de ministério pastoral adquiriu terrenos e construiu templos, encaminhou seis obreiros ao ministério e conduziu milhares de vidas até Cristo. Aos 72 anos deixou o ministério pastoral, ainda em pleno uso de suas faculdades de raciocínio, mas tendo consciência que não poderia fazer tanto como outrora e como a igreja de Cristo necessitava. Sua preocupação era não prejudicar o Reino de Deus. Diante dessa decisão escreveu: “Ao afastar-me da atividade pastoral, por já serem poucas as minhas forças físicas e precária a minha saúde, digo ao Senhor com muita alegria e profunda reverência: Obrigado, Senhor, por teres usado este teu humilde e fraco servo para coisas tão grandiosas no teu Reino. Como o salmista digo; ‘Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade’ (Sal 115.1). Relativamente, poderia também dizer como Paulo: ‘Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé’. Sou muito grato ao meu Deus pelas suas misericórdias e pelas inumeráveis bênçãos que pude contemplar na longa caminhada”. Em 29 de outubro de 1994 foi homenageado pela Associação Batista Leopoldinense que reconheceu os seus relevantes serviços prestados. Em 3 de março de 1996 a Igreja Batista da Transfiguração o nomeia Pastor Emérito. Já havia sido homenageado nessa mesma igreja em 1975, como patrono da Embaixada. Porém, Deus ainda tinha planos para o seu servo e, aos 84 anos, no dia 2 de março de 1997 sentiu de novo a chamada, agora para ministrar a Terceira Idade em Transfiguração, convite feito pelo então pastor Eduardo Souza de Abreu. Sua posição foi “eis-me aqui, Senhor!”. Enquanto teve saúde e vigor, trabalhou com determinação e amor nesse novo ministério, realizando congressos, caminhadas de oração, passeios, festas da primavera e muitas outras atividades envolvendo não somente os “jovens” da terceira idade, mais toda a igreja. Ao completar os 100 anos de existência, pedido que por várias vezes fizera ao Senhor, sua vida ainda é uma inspiração e motivação a todos. Sua fé em Deus é inabalável. Sua vida entregue totalmente a Vontade do Pai. Juntos sua família, sua igreja, irmãos e amigos, a uma só voz, afirmam: “Obrigado, Senhor!”. 10 o jornal batista – domingo, 25/03/12 notícias do brasil batista Crentes se unem em oração por Missões Mundiais Willy Rangel Redação de Missões Mundiais O Dia de Oração por Missões Mundiais mobilizou crentes espalhados pelo Brasil e pelo mundo no dia 7 de março. Foi um dia inteiramente dedicado a interceder ao Senhor pela obra missionária mundial. Desde o início do dia até o começo da noite, os colaboradores da JMM se revezaram em pequenos grupos de oração e cobriram todo o horário de expediente em oração por Missões Mundiais e pelos missionários. No fim da tarde, todos se reuniram no auditório da sede da JMM, no Rio de Janeiro, para contar as experiências vividas nos grupos e compartilhar mais PIB Janaúba (MG) se mobilizou para participar do Dia de Oração por Missões Mundiais pedidos de oração. Pelo Brasil, várias igrejas se mobilizaram em torno do Dia de Oração por Missões Mundiais. Na página que mantém no Facebook (facebook.com/ MissoesMundiais), a JMM recebeu depoimentos de pessoas e igrejas que prepararam uma programação especial para esse dia reservado para falar com Deus. Igrejas compartilharam esta ideia Segundo Gláucia Barbosa, membro da PIB Mangaratiba/ RJ, os irmãos organizaram períodos de oração no templo das 14h às 19h30, quando a igreja realizou um culto especial em prol de Missões Mundiais. “Foram períodos em grupo de uma hora cada. Muito abençoador para todos nós enquanto igreja, corpo de Cristo”, disse. A IB em Jardim Boa Vista/ SP realizou um momento missionário e um culto de oração. Em Minas Gerais, a PIB de Janaúba se programou para orar das 6h à meia-noite, com grupos de oração de 30 minutos. No Paraná, a IB em Vila Sete, em Maringá, seguiu a dica da JMM e organizou grupos de dez minutos, cobrindo um dia inteiro de oração por Missões Mundiais. Segundo a irmã Carmen Real, o culto de oração foi todo dedicado à obra missionária mundial. “Foi uma bênção, com muitos testemunhos dos jovens que pegaram os horários da madrugada para orar”, conta. A IB Memorial em Naviraí/ MS realizou um culto de oração na noite de 7 de março. No interior de São Paulo, a IB em Duartina reuniu a igreja para orar por Missões Após um dia inteiro se revezando em grupos de oração, colaboradores da JMM realizaram um culto no auditório da sede, no Rio de Janeiro Mundiais. “Foi realmente um momento especial”, diz a irmã Maria Rosa Rodrigues no mural da JMM no Facebook. Missionários da JMM também se mobilizaram no Dia de Oração por Missões Mundiais. O casal Lyubomyr e Natasha Matveyev, que atua em Kiev, capital da Ucrânia, mobilizou a igreja e passou um dia maravilhoso com os irmãos em Cristo. “Fizemos um culto de oração pela JMM e por Missões no mundo. Foram momentos lindos e inesquecíveis”, conta Lyubomyr. “Também envolvemos todos os missionários da terra ucranianos neste dia de oração”, acrescenta. A gerente de Comunicação e Marketing da JMM, Jaci Madsen, disse ser grata a Deus pelo Dia de Oração por Missões Mundiais e a todos que divulgaram esta mobili- zação entre amigos e igrejas. “Pessoas de todas as partes do Brasil entraram em nossa página no Facebook, curtiram e comentaram os pedidos e desafios de oração postados diariamente”, afirmou Jaci. Por todo o envolvimento no Dia de Oração por Missões Mundiais, a JMM agradece ao Senhor a participação de todos que, de alguma forma, se esforçaram para interceder pela expansão da obra missionária no mundo. Convocação da Assembleia Anual da Ufmbc Em cumprimento ao que preceitua o artigo 6º, parágrafo 1º, do Capítulo IV do Estatuto em vigor, convoco as representantes das igrejas batistas da cidade do Rio de Janeiro para a 83ª Assembleia Anual da União Feminina Missionária Batista Carioca (UFMBC) a realizar-se no dia 14 de abril de 2012, no horário de 8h30 às 18h, no templo da Primeira Igreja Batista de Jacarepaguá, situada na Estrada do Pau Ferro, 24, Pechincha, Rio de Janeiro, RJ. Márcia Fernandes Kopanyshyn Presidente o jornal batista – domingo, 25/03/12 missões mundiais Jeevan Sach: uma missão para levar amparo a meninas vítimas da exploração sexual no Sul da Ásia administrada por um casal Marcia Pinheiro Redação de Missões Mundiais missionário da JMM, aprenderão a viver a realidade de o Sul da Ásia há uma família, tendo acesso à um grupo mar- educação, escola, hospital, ginalizado pela lazer e ao Evangelho de sociedade e que Cristo, a Paz que liberta. precisa da verdadeira paz Uma triste realidade que só Jesus proporciona. O casal missionário responEle é formado por mulheres que, desde pequenas, são ex- sável por este projeto, Raul e ploradas sexualmente. Uma Júlia, já desenvolveu trabalho forma que Missões Mundiais parecido no Sul da Ásia, com encontrou para demonstrar população de maioria hindu, o amor de Cristo naquela re- onde atuou durante 6 anos. gião é o Projeto Jeevan Sach. Eles se emocionam ao lemEm fase de implantação, brar como aquelas meninas o Jeevan Sach tem como são maltratadas. “Elas são traficadas a partir objetivo abrigar meninas de 5 a 12 anos, recolhidas dos 5 anos de idade para sede áreas de prostituição por rem exploradas sexualmente. autoridades locais. As me- Em muitos casos, a própria nores que chegarem à casa, família vende suas meninas N a aliciadores. Filhas de prostitutas viram moeda de troca nas mãos desses traficantes de pessoas. Quando órfãs, elas são forçadas a ficarem nos prostíbulos para saldarem as dívidas de suas mães”, diz o missionário Raul. Muitas garotas também são oferecidas como prostitutas cultuais, quando os homens que abusam delas alegam ter um canal de comunicação com o divino ao manterem relações sexuais com as mesmas. A sobrevida de uma moça, quando começa a se prostituir, é, em média, de cinco anos. Quando adquirem o HIV, elas são dispensadas e acabam indo morar nas ruas, onde acabam morren- Missionário fala da paz que os muçulmanos ainda não conhecem ções da lei islâmica. Nesse sistema, o conceito de paz é bem diferente da que é proposta aos que realmente sep a s t o r D a w e i , guem Jesus Cristo, o Senhor missionário da e Salvador. Junta de Missões JMM: A maioria da popuMundiais no Sudeste da Ásia, tem mais de lação ocidental costuma asuma década de experiência sociar os muçulmanos a atos na evangelização de povos terroristas, e alguns passam muçulmanos. A seguir, ele a odiá-los. O que o senhor encoraja os batistas brasilei- pensa a esse respeito? ros a apresentarem aos muDawei: Desde os atos terroçulmanos o caminho reto, o ristas ocorridos em Nova IorReino de Paz. que, em setembro de 2001, JMM: Pastor, como é re- e das guerras no Oriente almente esse povo ao qual Médio e no Afeganistão, ouprecisamos alcançar com a vimos um pouco mais sobre os países de maioria muçulpaz de Jesus Cristo? mana. Ter notícias daquela Dawei: Os muçulmanos parte do mundo não significa são pessoas como nós. Po- que estamos ouvindo verdarém, infelizmente, existe uma des absolutas. Tenho vários minoria que, por meio de amigos e não tenho medo de escolas de pensamentos ra- afirmar que a maioria muçuldicais, tem promovido um mana, nos mais de 50 países grande barulho em muitas considerados islâmicos, não partes do mundo. Entendo quer a guerra, mas deseja que a nossa luta é contra o trabalhar, educar seus filhos sistema islâmico, comandado e ter uma vida digna. pelo inimigo, e não contra os JMM: E o que o senhor tem muçulmanos. Estes, afinal, têm sofrido debaixo desse feito para levar a eles Cristo, sistema, que não oferece se- a paz que liberta? gurança para as famílias e em Dawei: Creio que nenhum momento garante a salvação, mesmo que sejam u m d o s m o d o s realizadas todas as obriga- mais eficientes de Marcia Pinheiro Redação de Missões Mundiais O compartilhar as Boas Novas entre os seguidores do islã é através da atitude pacificadora. Deus está perto; Ele ama os que ainda não estão no caminho reto, ao contrário do islamismo, onde Alá ama somente os não-transgressores e não tem interesse em se relacionar com os seres humanos. Em algumas situações eu uso trechos do próprio Corão para mostrar que Maomé ouviu o Evangelho de verdadeiros cristãos e faço deles pontes para iniciar uma conversa com muçulmanos. O que faço é, com a ajuda do Espírito Santo, conduzir muçulmanos ao Reino de Deus. Eles podem entrar no Reino, por intermédio de Jesus, abandonando o pecado e sendo nova criatura, mas sem a necessidade de mudarem suas vestimentas, sua cultura, entre outros hábitos. Como é compensador presenciar um muçulmano experimentar a verdadeira paz, a paz que somente em Jesus é possível encontrar. do de tuberculose ou outras doenças. Para colocar o Jeevan Sach em prática o mais rápido possível, a fim de evitar que mais vidas se percam sem a salvação de Cristo, os missionários oram para que sejam supridas necessidades como uma casa para a família, outra para receber, inicialmente, 10 meninas; um escritório e um veículo. 11 12 Policiais Militares são homenageados pela PIB em Arthur Nogueira o jornal batista – domingo, 25/03/12 notícias do brasil batista Cleverson Pereira do Valle Pastor da PIB em Artur Nogueira D ia 6 de março a Primeira Igreja Batista em Artur Nogueira teve a alegria de receber Policiais Militares de Engenheiro Coelho, Artur Nogueira e Cosmópolis e seus respectivos comandantes. Prestigiou o evento também o presidente do Conseg Artur Nogueira, senhor Renato Mancinelli, capelão Abel e o capitão Joel Rocha presidente dos PMs de Cristo. O pastor da PIB em Arthur Nogueira, Cleverson Pereira do Valle, deu início ao culto fazendo a composição da mesa e em seguida todos Homenagem entoaram o Hino Nacional Brasileiro. A programação foi abrilhantada com uma participação musical através de instrumentos de sopro e voz. Foi lido 1Timóteo 2 e Romanos 13 onde foi falado da importância de honrar as Pastor de PIB em Arthur Nogueira ora por policiais militares autoridades. O pastor enfatizou que os policiais são alvos da oração da Igreja. A mensagem foi proclamada pelo Capitão Pastor Joel Rocha, presidente dos PMs de Cristo, que afirmou a necessidade que temos de buscar a Deus. O Comandante Sub Tenente Marcelo Ribeiro testemunhou do que Deus fez na sua vida e pediu oração por colegas enfermos. No encerramento cada policial recebeu um Novo Testamento de bolso e um livro de meditação diária chamado Pão Diário personalizado. A PIB em Artur Nogueira através do departamento feminino preparou um delicioso café a todos os presentes. Louvamos a Deus por mais uma oportunidade de mostrar o amor de Cristo. Jubileu de Pérola - 30 anos a serviço do Reino Suelen Flores Giacomin Silva N este mês de março o pastor Sérgio Giacomin está comemorando 30 anos de ministério. Desde que sentiu o chamado para a obra nunca exitou em servir ao Senhor com excelência. Com a família de tradição católica, esse catarinense, cresceu numa família totalmente contrária ao evangelho, por isso quando se converteu seu pai o expulsou de casa. Mas isso não o intimidou em seguir a Cristo. Um ano após sua conversão, que aconteceu em Concórdia/SC duran- te um projeto da TRANS da JMN, foi estudar no Seminário Batista Fluminense, em Campos/RJ, onde conheceu a sua esposa. Seu primeiro ministério foi na PIB de Joinvilhe/SC, onde esteve por 2 anos e meio e plantou duas congregações. Depois deste tempo foi para Espigão d’Oeste/RO, como missionário da JMN. Seu ministério neste lugar durou quase seis anos. Foram momentos de muitos desafios em meio a floresta Amazônica, junto dos ribeirinhos. Mas Deus esteve ao seu lado e de sua família. O pastor Sérgio é casado há 30 anos com Dilcilene Flores Giacomin, pai de Érica F. Giacomin Sentinelli e Suelen F. Giacomin Silva, ambas já casadas e avô de Pedro Giacomin Silva. Sua filha mais nova, Suelen, seguiu seu legado, juntamente com seu esposo estão pastoreando em Joaçaba, Santa Catarina. Hoje ele está como pastor da Igreja Batista de Catimbau Pequeno/Rio Bonito, RJ, há mais de 22 anos, lutando por esta obra, amando aquele povo e lugar. O pastor Sérgio é um homem que Deus escolheu para fazer a Sua vontade, pois demonstra isso em tudo o que faz. Ama missões e vive Pastor Sergio Giacomin (camisa vermelha) junto com sua família sempre disposto a cooperar. Quando se aposentar pretende tirar alguns meses do ano para fazer missões fora do Brasil. Não quer parar! Tem deixado o exemplo que servir a Cristo vale a pena e que o amor a missões é o combustível que move a vida cristã. Parabéns ao meu PAIstor. 103 anos da PIB em Cachoeiro de Itapemirim João Luiz de Sá Melo Pastor da PIB em Cachoeiro de Itapemirim/ES N o dia 17 de janeiro de 2012 a Primeira Igreja Ba tista em Cachoeiro de Itapemirim/ES completou 103 anos de organização, como uma João Luiz de Sá Melo, pastor da PIB em Cachoeiro de Itapemirim Comunidade Cristã Evangélica Batista, fundada em 1909. Comunidade porque entendemos que igreja é feita de gente, organismo vivo, corpo de Cristo, e temos focado o ministério nesses últimos 3 anos na implantação dos Pequenos Grupos, para que através de relacionamentos haja pastoreio mútuo e também a evangelização efetiva dessa cidade, do estado, do país e do mundo. Afirmamos a fé cristã evangélica, pois o direcionamento espiritual desta comunidade está fundamentado biblicamente no Evangelho de Jesus Cristo, devidamente alinhada à história da cristandade. E somos batistas porque aceitamos e adotamos a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, cooperando com as demais igrejas coirmãs para evangelização mundial. Servindo nessa amada igreja há mais de 6 anos, posso declarar que conheço e participo um pouco dessa bela história mais que centenária e quero, antes de tudo, declarar que todo louvor, toda honra e toda glória sejam dados somente a Deus. Gostaria também de parabenizar a todos os membros, como também aos ex-membros e ex-pastores por terem permitido a ação do Espírito Santo em suas vidas nesse tempo. Assim, mesmo que 2012 seja para muitos religiosos e místicos, baseados em previsões maias, egípcias e celtas, o ano do fim do mundo, preferimos confiar nas palavras de Jesus, quando diz que “ninguém sabe nem o dia nem a hora em que Celebração de domingo na PIB em Cachoeiro de Itapemirim tudo isso vai acontecer [...] somente o Pai” (Mat 24.36). Convidamos a todos a que celebrem a Deus todos os dias desse ano, e em especial nos dias 24 e 25 de março conosco, pelos 103 anos desta amada Igreja. “Eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador. O Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro” (Hab 3.18,19). o jornal batista – domingo, 25/03/12 ponto de vista 13 OBITUÁRIO Uma guerreira que ganhou a batalha e recebeu a coroa de glória Lídice Maria de Mattos Gramacho Feitosa Ycléa Cervino Professora no Seminário de Educação Cristã / Recife C onforme os anos passam, os papéis são mudados, quem está em cima pode ficar em baixo e quem está em baixo pode estar em cima. Isto aconteceu comigo! Conheci Lídice Maria de Mattos Gramacho Feitosa quando ela chegou ao Seminário de Educação Cristã para estudar em 1962 e, em 1964 tive o privilégio de ser sua professora. Quando se formou em l965 foi convidada para ser funcionária da Casa da Amizade do SEC, tornando-se minha colega de trabalho, depois coordenadora para assuntos acadêmicos de 1974 a 1977, e em 1980 foi minha diretora, como reitora do SEC, aliás a primeira reitora brasileira. Porém, não ficou só ai, Lídice era inteligente, empreendedora, fez mestrado e doutorado, voltando como minha professora no mestrado do SEC. Tive portando a honra de compartilhar com ela importantes momentos da nossa vida. Sempre como grandes amigas. Lídice nasceu na Bahia, filha de Dellor Gramacho, um diácono envolvido na obra de evangelização, que morreu de acidente ainda jovem em plena atividade. Sua mãe, Judite Mattos Gramacho, também crente fiel, como viúva teve que criar sozinha seus quatro filhos e ainda adotou duas meninas, dando a todos um bom ensinamento do Evangelho. Lídice, embora sendo a terceira filha, desde cedo demonstrou seu dom de liderança, guiando os irmãos nas brincadeiras e estudos. Foi batizada na Primeira Igreja Batista de Salvador aos 17 anos, participou liderando todas as organizações da igreja, desde a Sociedade Juvenil até a União Feminina Missionária. Fez o curso pedagógico em Salvador, e depois foi recomendada para estudar no SEC, com a assinatura do pastor Hercílio Arandas. Sempre teve notas brilhantes, e por isto foi agraciada com a bolsa Edna Taylor, e na formatura recebeu o broche de ouro por alcançar a maior nota nos quatro anos de estudos. Quando chegou ao Recife, foi encaminhada à Igreja Batista da Concórdia, onde trabalhou por 22 anos. Depois foi comissionada por Deus para ajudar em uma pequena congregação no bairro de Candeias, onde teve o privilégio de ser membro fundadora da Igreja no ano de 1985. Também, ainda como formanda do SEC, participou com a colega Terezinha Brito em um projeto social e evangelístico no bairro de Santo Amaro, que resultou na organização da Igreja Batista da Amizade. Labutou incansavelmente na denominação Batista como membro de várias juntas, oradora em convenções, congressos e acampamentos, sempre com uma palavra vibrante e entusiasmada. Quando funcionária da Casa da Amizade participou ativamente na Campanha das Américas em 1969: Cristo é a Única Esperança. Era evangelista com uma palavra segura e firme. Na vida familiar casou-se com o diácono Oscar Feitosa de Lima e adotou duas filhas, Doris e Adriana, levando-as para estudar nos Estados Unidos da América onde receberam uma educação aprimorada. Lídice era muito inteligente e gostava de estudar, depois do curso do SEC, fez Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal de Pernambuco, Mestrado em Psico-Pedagogia na PUC do Rio de Janeiro, Doutorado em Missiologia no Southwest Baptist Theological Seminary em North Carolina, USA, sendo a primeira mulher brasileira a obter este título. Com tão rico currículo pode compartilhar ensinando nos diversos Seminários da denominação Batista, de Norte a Sul do Brasil, ensinou na UFPE, na Universidade Católica de Pernambuco, e na Academia Cristã, em Recife. Foi uma guerreira, batalhadora, dinâmica, entusiasmada pelo que fazia, de estatura pequena, mas de grande força e coragem. Acometida de diabetes e AVC por diversas vezes internada em hospitais do Recife, até que Jesus a chamou para receber a merecida coroa de glória. O culto fúnebre aconteceu no dia 8 de setembro de 2011 na IB Emanuel em Boa Viagem, dirigido pelo pastor Alberto Cristiano de Freitas, onde compareceram as organizações da igreja local e toda a liderança dos Batistas Pernambucanos, dando o último adeus aquela serva fiel e batalhadora e agradecendo a Deus por sua vida. Termino transcrevendo as palavras da própria Lídice, escritas em 1986, quando foi homenageada pelo SEC: “Esse caminho traçado por Deus para minha vida não foi tão fácil de ser palmilhado como parece. Houveram muitas vitórias e muitas bênçãos porque Deus na sua infinita misericórdia capacitou a sua serva para vencer as dificuldades, os problemas e as crises enfrentadas. Ao Senhor Deus toda honra e glória pelas vitórias alcançadas”. Passou para o Senhor Geny Sardenberg, a grande declamadora Ebenézer Soares Ferreira Diretor do Seminário Teológico Batista de Niterói P assou para o Senhor, no dia 13 de março, a irmã Geny Sardenberg, que foi uma das maiores declamadoras evangélicas. Declamar é grande arte. Geny era uma grande artista. Ela sabia interpretar as poesias, dando-lhe vida, já com o sentimento que era capaz de fazer todos sentirem, já com seus gestos, seus movimentos, sua expressão facial, seu timbre de voz modulado conforme exigia o momento. Durante quatro anos, estudara a arte de declamar com a professora Maria Sabina. Geny era sempre requisitada para declamar as belas poesias de Mário Barreto França, Gióia Júnior, Myrthes Matias, Jônatas Braga, e outros poetas. Geny Sardenberg Viveu solteira a vida toda — 71 anos. Ela se casou com a Musa da Declamação. O Brasil evangélico perdeu a presença corporal da deslumbrante declamadora, mas pode ainda ouvi-la declamar por meio dos DVDs que Geny deixou gravados. Praza aos céus que sua memória seja sempre honrada por todos com quem conviveu. 14 o jornal batista – domingo, 25/03/12 N o âmbito da verdadeira democracia há liberdade religiosa, de expressão a partir de uma consciência livre. Nos países com governos totalitários, não. Especialmente no mundo muçulmano, não há liberdade religiosa e pode haver até morte para os que insistem em viver a sua fé em Cristo e proclamá-la como o Senhor mesmo determinou na Sua Grande Comissão (Mat 28.1820; Mar 16.15). É interessante que os muçulmanos entram nos países, testemunham a crença deles e querem ter liberdade. Sabemos que são dois pesos e duas medidas. Na verdade, falta Cristo no coração dessa gente tão intolerante e violenta. Paulo nos ensina que foi para a liberdade (principalmente a liberdade em Cristo) que Cristo nos libertou (Gal 5.1). Aqui o apóstolo fala de uma liberdade para fazer toda a vontade de Deus em Cristo Jesus com a chancela do Espírito. Liberdade interior, do coração que só Cristo pode dar. Liberdade para obedecer ao nosso Pai. Na verdade, é a circuncisão (cortar em círculo) do coração amarrado pelo egocentrismo, ponto de vista Liberdade religiosa pela velha natureza que escraviza e infelicita o homem. É a liberdade conquistada na cruz em contraposição à escravidão imposta pelo inimigo das nossas almas a partir do Éden, caracterizada por arrogância, tradicionalismo, preconceito e legalismo religiosos. A liberdade em Cristo não é convivente com o erro e nem condena à morte quem quer que seja por pensar diferente de nós. Fomos libertados por Cristo para sabermos os nossos limites e respeitarmos as opiniões alheias. A verdade é Cristo, mas não podemos impô-la a quem quer que seja. Jesus mesmo disse: “Se alguém quiser vir após mim...” (Mat 16.24). Há opção, escolha à luz da revelação do evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rom 1.16). A liberdade religiosa é um dos princípios do cristianismo autêntico. Ela não é comprada, negociada, mas conquistada debaixo da soberania de Deus. O nosso Pai soberano revelou o evangelho de Cristo, Seu Filho, para que todo homem conheça e decida. Paulo lembra a Timóteo que Deus quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade (1Tim 2.4). Que Deus maravilhoso temos, que dá ao homem a chance de escolher entre palmilhar o caminho estreito que conduz à vida eterna ou o caminho largo, o caminho da perdição ou morte eterna. O nosso Deus é o Deus das oportunidades, que nos ama profundamente em Cristo Jesus (Rom 5.8). A nossa Declaração Doutrinária declara: “Deus e somente Deus é o Senhor da consciência (Gên 1.27; 2.7). A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais do homem, inerente à sua natureza moral e espiritual (Jos 24.14,15; 1Ped 2.15,16). Por força dessa natureza, a liberdade religiosa não deve sofrer ingerência de qualquer poder humano (Dan 3.15-18; At 4.920). Cada pessoa tem o direito de cultuar a Deus, segundo os ditames de sua consciência, livre de coações de qualquer espécie (At 19.35-41). A Igreja e o Estado devem estar separados por serem diferentes em sua natureza, objetivos e funções (Mat 22.21; Rom 13.1-7). É dever do Estado garantir pleno gozo e exercício da liberdade religiosa, sem favorecimento a qualquer grupo ou credo (At 19.34-41). O Estado deve ser leigo e a Igreja livre. Reconhecendo que o governo do Estado é de ordenação divina para o bem-estar dos cidadãos e a ordem justa da sociedade, é dever dos crentes orar pelas autoridades, bem como respeitar as leis, obedecer a elas e honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade e à lei de Deus (Dan 6.7-10; 1Ped 2.13-17)”. É sabido de todos que nós, batistas, comungamos com os princípios da Reforma: “A não secularização da Igreja e a não clericalização do Estado”. Igreja e Estado devem ser independentes. Somos conhecidos, em nossa origem, como o povo da liberdade de consciência porque é assim que a Bíblia preceitua. Infelizmente, a Igreja tem se envolvido em questões que não lhe compete e o Estado se envolve e quer fazer leis que ferem a Igreja seja como organização e como organismo. Um caso recente é a homofobia. Movimentos sociais com apoio do governo querem considerar crime o fato da igreja pregar contra o homossexualismo. Ora, é um preceito bíblico e da Constituição ter liberdade de opinar desde que não use de violência para com a pessoa. Amamos o homossexual, mas somos visceralmente contra o homossexualismo. Odiamos o pecado, mas amamos o pecador. Se os homossexuais têm o direito de agir como agem nas suas práticas imorais que, cremos, são contrárias ao caráter e a Palavra de Deus, nós, por outro lado, temos o direito de expressar que somos contra tais praticas. Se eles têm o direito de rejeitar o que a Bíblia ensina acerca dessa conduta, nós temos o direito de pregar contra ela. Há outros assuntos que o Estado quer controlar, mas a Igreja de Cristo há de se levantar contra todo o erro. Sempre foi assim na História do Cristianismo. Homens e mulheres perderam suas vidas por causa da sua coerência bíblica, dentro da vontade do Pai Soberano. Exerçamos a nossa liberdade religiosa sempre dentro dos princípios do evangelho de Cristo para a glória de Deus, nosso Pai e Soberano Senhor, que há de julgar todos os homens segundo o Seu evangelho. observatório batista LOURENÇO STELIO REGA Igreja versão 2.0 N ão somente Deus e o cristão, mas a igreja também tem passado por um upgrade em sua natureza, mas, à semelhança dos efeitos do antigo upgrade do Windows Vista para seus usuários, os resultados deste upgrade eclesiástico têm trazido enormes prejuízos ao reino de Deus, pois a igreja que temos hoje se distancia em larga escala de seus objetivos bíblicos. Neste upgrade temos igrejas se organizando com requintes de uma empresa a tal ponto de chegar a propor honorários pastorais a partir de um índice de produtividade, como se lidar com vidas pode ser quantificado e mensurado. A comunhão é substituída pela produção, a igreja como corpo vivo de Cristo se transformou em mailing list, o mundo perdido em clientela ou mercado, a conversão em adesão, as bênçãos em produtos simbólicos ou bens religiosos, a fidelidade a Deus em satisfação ou bem estar pessoal, os pastores em empreendedores, a celebração e o culto em show e performance. A igreja versão 2.0 enfoca sistemas de organização em vez de enfocar a comunidade, enfoca uma filosofia fabril com performance na produtividade no lugar de investimento em vidas e no processo de crescimento pessoal. Focaliza o disponível no caixa da igreja e as obras materiais que podem ser realizadas, em vez de investir em vidas, em vocações. Os resultados começam a se concretizar, pois pessoas são trocadas por programas, relacionamentos por tarefas que precisam ser cumpridas, o encorajamento e o provisionamento de vidas é substituído pela produtividade para que os propósitos sejam alcançados custe o que custar, busca lucro ou manter o caixa da igreja em vez de focalizar pessoas. Os relatórios são repletos unicamente de números, estatística, atividades, em vez de mostrar também como estão sendo nutridas as vidas. As vidas como modelo e promotoras da publicidade são substituídas pela promoção e marketing. A amizade e convivência, que deveriam gerar avenidas de comunicação, são trocadas por índices de produtividade. Assim o gerente pastor tem de tratar as pessoas como objetos, como mão de obra útil, meios para atingir fins, deve ficar preocupado com o funcionamento de estruturas, programas e sistemas em vez de cuidar de vidas, de buscar o encorajamento do rebanho. O pastoreio, que originalmente é um ministério orientado para vidas, tem agora de ser orientado para o management. O pastor, que deveria conhecer as pessoas pelo nome, buscando o seu crescimento, deve agora tratá-las como bens de produção focalizando programas que precisam ser cumpridos custe o que custar, afinal o “show” necessita continuar. Na igreja versão 2.0 os cultos, no lugar de contrição e adoração, passam a ser agitação, uma espécie de “aeróbica gospel”. Domingo, o dia de celebração e de descanso se transforma em dia de cansaço. A igreja versão 2.0 é guiada por modelos empresariais, construídos sobre fundamentos psicológicos e sociológicos, em vez de ser guiada por um modelo bíblico a partir de Cristo como o Bom Pastor. É a igreja apenas organização, sem muito toque de organismo. A igreja foi transformada em atividade e isso se tornou um fim em si mesmo. o jornal batista – domingo, 25/03/12 ponto de vista 15 Teologia Prática Isaias Andrade Lins Filho Pastor da IB dos Mares, Salvador, BA Texto: 1Coríntios 12.1-11 N ão há como negar, seja o povo batista ou não, o Senhor Deus está realizando uma grande obra, e, de algum tempo para cá, estamos vivendo um grande “mover do Espírito Santo”. Isto porque, não tenham dúvidas, o Senhor, à luz da Sua Palavra, está promovendo no meio do seu povo “um grande avivamento espiritual”. Numa época como esta, nada mais justo do que exercermos atitudes cautelosas em muitas e determinadas coisas. Como pastor desde meus 20 anos de idade, ordenado na Igreja Batista da Encruzilhada em Recife, hoje com 65 anos de idade, portanto, 45 anos de ministério, exercendo o ministério atualmente na Igreja Batista dos Mares em Salvador onde já estou há mais de 27 anos, sempre ouvi, estudei e aprendi dos grandes mestres e professores. De livros que eram recomendados e em diversos estudos dirigidos, as muitas coisas que foram ministradas e ensinadas, e, principalmente nas edições que eram preparadas pela gráfica batista, chamadas de “Pontos Salientes” usadas na Escola Bíblica Dominical. Lições que costumeiramente eram ministradas nas nossas igrejas e, os fundamentos de coisas que eram escritas, eram os seguintes:”os dons cessaram”; “não mais haveria a necessidade de manifestações dos dons”; e “as manifestações dos dons eram necessárias naquela época apostólica para o povo poder crer”. Todavia, queridos leitores, nós sabemos que não é nada disto, os dons do Espírito Santo são uma evidência clara no meio do povo de Deus e, os dons do Espírito Santo, não são de propriedades exclusivas de nossos amados irmãos em Cristo, pentecostais ou assembleianos (a quem amamos e respeitamos), ou dos neopentecostais (aos quais também amamos), hoje tantos, mas, os “Dons do Espírito Santo” são sim, também, uma clara evidência no meio do povo batista, no Brasil e no mundo, numa demonstração inequívoca, de que a Palavra do Senhor é a mesma de on- tem e será eternamente, pois o Senhor assim ministrou: “Passarão os céus e a terra, mas, as minhas palavras não haverão de passar ...” (Mateus 24.35). Não sei por que, tanta gente tem medo de tratar deste assunto e de ministrar ao povo batista, a grande verdade, de que o Senhor Deus continuou, e ainda está a realizar grandes maravilhas no seio do Povo chamado Batista e, que o “mover do seu Espírito” é, hoje, uma realidade que ninguém pode negar. E o será até quando, como diz a Bíblia, “vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado...” (1Coríntios 13.8-11). Não tenham dúvidas, que é por causa desta omissão do líder batista de não querer se expor, e dizer claramente ao povo que nós os batistas cremos também nos dons do Espírito Santo e, sabemos que, como diz a Bíblia Sagrada, “o Espírito Santo opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer ...” (1Coríntios 12.11). E, que, a “manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil ...” (1Coríntios 12.7), portanto, se não for para ser útil, não será dada a manifestação nem será dado o dom. É sim, por causa desta omissão, que ainda estamos vendo tanta distorção doutrinária no meio do povo batista. Humilde e submisso à vontade do Senhor é que pretendo voltar a escrever uma série de estudos sobre o assunto “Dons do Espírito Santo”. E para tanto, estarei orando e pedindo as orações dos irmãos em Cristo, não só da Igreja Batista dos Mares da qual sou o pastor, para que orem por mim, pois o que desejo, nada mais é do que expor com sinceridade e humildade o que consta na Palavra de Deus. E em outros próximos estudos, tratarei de adentrar e comentar, de maneira direta numa análise à luz da Bíblia, sobre os “dons espirituais” e, pasmem, até sobre os “dons de línguas” incontestavelmente um tabu no meio do povo batista mas, uma realidade insofismável na vida do povo de Deus, contudo, ensinaremos que ao ser exercido, mediante a dádiva do Espírito Santo, o é para edificação própria, pois o que “fala em língua estranha edifica-se a si mesmo” (1Coríntios 14.4). E este texto fala mesmo da “variedade de línguas, isto é, línguas que não correspondem a nenhuma língua conhecida por aquele que fala o idioma...”, conforme está explicado no rodapé da Bíblia de Estudos Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil, às páginas 252, do Novo Testamento, edição de 1999, Barueri, São Paulo. Mas ninguém se espante, porque também iremos dizer que “o amor” além de ser superior aos dons, é sem dúvida o elemento legitimador do uso dos dons na edificação do povo de Deus. E o amor não deixa o crente presunçoso, orgulhoso, achando que é superior aos demais e, nem “orando para que os outros crentes se convertam”, pois, quem recebeu a Jesus e permanece fiel ao Senhor, dia após dia, não tem que se converter de novo, nem, porque participou de qualquer “encontro tremendo” e, por causa de tal encontro, agora é que se converteu. Cuidado! É bom ter calma, prudência, mas que Deus está fazendo uma grande obra, está! Pois bem, “agindo Deus, quem impedirá?” (Isaías 43.13). Deus os abençoe ricamente. Adote este projeto: (21) 2122-1901 Cidades com DDD 21 0800 709 1900 Demais localidades [email protected] Rua Senador Furtado, 71 Praça da Bandeira, RJ CEP: 20270-021