ESTUDO QUÍMICO, TOXICIDADE E ATIVIDADE
ANTIBACTERIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE OCIMUM
GRATISSIMUM
Autor: Janaina Esmeraldo Rocha
Orientador: Fabíola Fernandes Galvão Rodrigues
Coautor(es): Vandbergue Santos Pereira, Stephanie Martins Ferreira Bandeira, Maria Karollyna do Nascimento
Silva
Modalidade: poster
Área: Saúde
INTRODUÇÃO
Os membros da família Lamiaceae têm sido usados há séculos na medicina popular, sendo o
Ocimum gratissimum L, conhecido popularmente como alfavaca, utilizado naturalmente no
tratamento de diversas doenças, pois possui em sua composição química substancias ativas,
biologicamente sintetizadas que podem ser utilizadas direta ou indiretamente como
medicamentos, provocando no organismo humano, reações como a cura ou abrandamento de
doenças. Mas, apesar do uso de plantas para fins terapêuticos ser muito difundido, as pessoas
desconhecem o fato de que elas podem apresentar toxicidade tanto para o homem quanto para
os animais, assim é importante avaliar o grau toxicológico do óleo de O. gratissimum, pois
mesmo possuindo atividades medicinais, sendo tóxico, seu uso se tornará inviável. Diversos
estudos científicos investigam moléculas antimicrobianas naturais presentes em plantas, com
resultados muito promissores na busca de novas substâncias bioativas, uma vez que a
utilização de substâncias antimicrobianas representam um dos maiores avanços da
farmacoterapia. Apesar destas substâncias estarem entre os fármacos mais utilizados,
reduzindo drasticamente a incidência de doenças infecciosas, muitas infecções causadas por
microrganismos continuam sem opções terapêuticas efetivas devido aos diversos efeitos
colaterais produzidos. Diante disso, esse estudo teve como objetivo estabelecer a atividade
antibacteriana e toxicológica do óleo de O. gratissimum.
METODOLOGIA
A extração do óleo essencial das folhas frescas (360g) de O. Gratissimum, coletadas no horto
de plantas medicinais e aromáticas do campus Pimenta da Universidade Regional do Cariri
(URCA) foi realizada pelo método de hidrodestilação utilizando o aparelho tipo Clevenger. A
caracterização química do óleo essencial ocorreu por Cromatografia Gasosa acoplada a
Espectrometria de Massas (CG/EM). Os ensaios in vitro para a verificação da toxicidade
frente a A. salina ocorreram de acordo com o método proposto por Meyer et al. (1982),
realizados em triplicata, com variações de concentrações entre 1000 g/mL a 10 g/mL. Após
24 horas foi realizada a contagem do número de larvas mortas e o resultado foi usado para o
cálculo da CL50 pelo método de regressão linear. Para os testes antimicrobianos de
concentração inibitória mínima foi utilizado o método da microdiluição em caldo. Para se
chegar à concentração de 1024 g/mL a ser utilizada nos testes, obteve-se inicialmente uma
concentração de 10 mg/mL do óleo em 1 mL de dimetilsulfóxido (DMSO), que em seguida
foi diluída em água destilada. Foram utilizadas as bactérias gram positivas (S. aureus ATCC
12624 e sua linhagem multirresistente, S. aureus 358) e as gram negativas (P.vulgaris 13315,
P. aeruginosa ATCC 15442, E. coli ATCC 25923 e sua linhagem multirresistente E. coli 27).
O inóculo foi diluído em BHI 10% chegando-se a uma concentração de 105 UFC/mL. Foram
distribuídos 100 L do BHI e inóculo em cada poço de uma placa de 96 poços e em seguida
procedeu-se a microdiluição seriada com a solução de 100 L do óleo, variando nas
concentrações de 512 a 8g/mL. As placas foram incubadas por 24 horas a 35 ºC e a revelação
da CIM bacteriana foi feita utilizando-se a resazurina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificados oito constituintes químicos na análise do óleo essencial por CG/EM,
representando 98,34%. Como constituintes majoritários foram identificados: cineol (20,86%)
e eugenol (62,87%). Os resultados dos ensaios de toxicidade mostraram CL50 de 1,4 g/m,
indicando que há um considerado potencial tóxico para Artemia Salina. Nos testes de
Concentração Inibitória Mínima (MIC), realizados contra as linhagens bacterianas, o óleo de
O. gratissimum não apresentou atividade de relevância clínica, sendo necessária uma
concentração 1024 g/mL para inibir o crescimento bacteriano.
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados demonstram que se fazem necessários estudos e testes mais
detalhados para que dessa forma a eficácia da toxicidade e a atividade antibacteriana possam
ser estabelecidas e o óleo essencial de O. gratissimum possa ser utilizado de forma mais
específica com relação a estas atividades.
REFERÊNCIAS
BENINI, P.C.; SCHWAN-ESTRADA, K.R.F.; KLAIS, E.C.; CRUZ, M.E.S.; ITAKO, A.T.;
MESQUINI, R.M.; STANGARLIN, J.R.; JÚNIOR, J.B. Tolentino. Efeito in vitro do óleo
essencial e extrato aquoso de Ocimum gratissimum colhido nas quatro estações do ano sobre
fitopatógenos. Arq. Inst. Biol., v.77, n.4, 2010.
FRANCO, Ana L. P.; OLIVEIRA, Tiago B.; FERRI, Pedro H.; BARA, Maria Teresa F.; DE
PAULA, José R. Avaliação da composição química e atividade antibacteriana dos óleos
essenciais de Aloysia gratissima (Gillies & Hook) Tronc. (ALFAZEMA), Ocimum
gratissimum L. (ALFAVACA-CRAVO) E Curcuma longa L. (AÇAFRÃO). Revista
Eletrônica de Farmácia, v.4, n.2, 2007.
MBATA T.I.; SAIKIA, A. Antibacterial Activity of Essential oil from Ocimum gratissimum
on Listeria monocytogenes. Internet Journal of Food Safety, v.5, n.7, 2001.
MEYER B.N, FERRIGNE N.R, PUTNAM J.E, JACOBSEN L.B, NICHOLS D.E,
MCLAUGHLIN J.E. Brine shrimp: A convenient general bioassay for active plant
constituents. Planta Med., v.4, n.1, 1982.
MORAIS-BRAGA, Maria Flaviana B.; SOUZA, Teógenes M.; SANTOS, Karla K.A.;
GUEDES, Gláucia M.M.; ANDRADE, Jaqueline C.; TINTINO, Saulo R.; COSTA, José
Galberto M.; MENEZES, Irwin R.A.; SARAIVA, Antonio Á. F.; COUTINHO, Henrique
D.M. Atividade antibacteriana, antifúngica e moduladora da atividade antimicrobiana de
frações obtidas de Lygodium venustum SW. Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas
Medicinales y Aromáticas, v.12, n.1, 2013.
Download

Clique aqui para realizar o do arquivo