6613 Trabalho 2345 - 1/3 POLUIÇÃO AMBIENTAL E ASSOCIAÇÃO DELETÉRIA À SAÚDE: REVISÃO DE LITERATURA ARAÚJO, Valéria Dantas1; PIRES, Maria Helena Araújo Barbosa1; LOPES, Polyana Figueiredo Fernandes1; FONSECA, Patrícia de Cássia Bezerra2 INTRODUÇÃO: O crescimento da poluição do ar provocado pela indústria, por veículos automotivos, e pelo fumo do cigarro, sem contar outras fontes poluentes, tem elevado os índices atuais de poluição ambiental. Esse fato tem incentivado pesquisadores de todo o mundo a produzirem estudos acerca da qualidade do ar respirado. Por isso, os estudos epidemiológicos junto à toxicologia, fisiologia, entre outras áreas, são de fundamental importância para a estimativa do número de doenças e mortes atribuíveis à poluição do ar. Além disso, são ferramentas fundamentais para a implementação de políticas públicas educacionais e medidas legislativas que visem um melhor controle da qualidade deste. OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca da provável ação deletéria da poluição ambiental sobre a saúde da população humana. E, a incidência de doenças cardiopulmonares provocadas pela ação e pelo acúmulo de partículas finas espalhadas na atmosfera, além da exposição ambiental ao ozônio. MATERIAIS E MÉTODOS: Na presente pesquisa foram definidas palavraschave com o intuito de descrever a ocorrência de doenças cardiopulmonares e sua provável etiopatogênese na poluição do ar. Os descritores de pesquisa utilizados no MEDLINE foram: “air pollution” e vários outros cruzamentos (“health”, “ozone”, “environment”, “fine particulate” e “PM2.5”) que tenham sido alvo de estudos atuais. RESULTADOS: Como resultado da pesquisa obtivemos 97 artigos entre revisão de literatura e artigo original e destes selecionamos 20 para o presente estudo. Foi citado nas referidas pesquisas que existe associação entre o aumento da concentração do ozônio com o risco de doenças por causas respiratórias. O modelo PM2.5, ou material particulado, tem diâmetro aerodinâmico menor ou igual a 2,5µm, e foi adotado pela Environmental Protection Agency em 1997. Essa partícula, estudada em diferentes concentrações, é associada a dano vascular endotelial, estresse 1 Acadêmica de Enfermagem da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. 2 Mestre em Enfermagem, Professora da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Endereço de Correspondência: [email protected] 6614 Trabalho 2345 - 2/3 oxidativo e conseqüente indução de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio (IAM), arritmias cardíacas, entre outras. Outros poluentes como dióxido de enxofre (SO2), óxido nítrico (NO2), monóxido de carbono (CO) também têm efeito potencialmente patogênico no trato respiratório, podendo induzir asma, bronquite, edema pulmonar, fibrose (a nível alveolar), entre outros. Tais pesquisas têm mostrado que a exposição em longo prazo aos poluentes aumenta o risco cumulativo de morte por doenças pulmonares e cardiovasculares. CONCLUSÃO: Desde a Revolução Industrial no século XIX, na América do Norte e Europa, diversos episódios trágicos relacionados com aumento da incidência de poluição do ar têm ocorrido. Dentre eles, o fatídico caso ocorrido em Londres em dezembro de 1952, onde um acidente ocorrido em uma fábrica ocasionou ao longo de quatro dias, o aumento das concentrações atmosféricas de PM (material particulado) e SO2 (dióxido de enxofre). Nesse caso os níveis atmosféricas de PM oscilaram entre 1,98 e 2,65µg/m3 e de SO2 entre 0,94 e 1,26ppm. Tal fato foi acompanhado por 4.000 mortes, número muito superior ao esperado na mesma época, em virtude principalmente pelo agravamento de doenças respiratórias. Com a crescente industrialização a poluição ambiental gerada vem chegando a níveis alarmantes em vários lugares e carreando efeitos adversos a saúde de diferentes populações. Diante do exposto, existe então a necessidade da criação de políticas públicas direcionadas ao controle desses poluentes na atmosfera, educação da população em geral sobre tais medidas preventivas e de controle. Cabe então a enfermagem e demais componentes da equipe multiprofissional o conhecimento dos casos para a divulgação de medidas educativas que visem a prevenção. Pois, o avanço da poluição acarreta não somente danos à saúde da população, mas também gera aumento das despesas hospitalares por internação e afastamentos dos indivíduos das suas atividades produtivas. Tais informações associadas ao conhecimento do quadro clínico das patologias que podem ser desencadeadas pela poluição do ar, direcionam a um diagnóstico preciso com atendimento especializado e de qualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1 Acadêmica de Enfermagem da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. 2 Mestre em Enfermagem, Professora da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Endereço de Correspondência: [email protected] 6615 Trabalho 2345 - 3/3 Ware JH. Particulate Air POllution and Mortality – Clearing the Air. N Engl J Med 2002; 343 (24): 1798-99. R, Hassan MN, Ibrahin NA. Review of air pollution and health impacts in Malaysia. Environ Res 2003; 92 (2): 71-77 Hong YC, Lee JT, Kim H, Kwom HJ. Air pollution: a new risk factor in ischemic stroke mortality. Stroke 2002; 33: 2165-69. Santos UP, Braga ALF, Giorgi DMA, et al. Effects of air pollution on blood pressure and heart rate variability: a panel study of vehicular traffic controllers in the city of São Paulo. European Heart Journal 2005; 26 (2): 193-200. Oliveira, R.C. Efeito da composição do material particulado fino , PM2,5 e “residual oil fly ash” (ROFA), como determinante do potencial mutagênico e tóxico celular: um estudo em bioensaios animais e vegetais. 2006. 354f. Dissertação (doutorado). Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, USP, São Paulo. Descritores: poluição ambiental, enfermagem, cuidados de enfermagem. 1 Acadêmica de Enfermagem da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. 2 Mestre em Enfermagem, Professora da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Endereço de Correspondência: [email protected]