5:50 da manhã, a estação de boatu está cheia como normalmente, os
vagões estão cheios e todos estão dormindo.
Raiko entra no vagão de sempre, encosta-se numa porta, se afastando
toda vez que o metrô chega numa estação. Coloca seus fones brancos no
ouvido e relaxa.
Chegando à estação de roaku, as 6:15 da manhã, Raiko se afasta e
em cada porta do vagão entram grupos encapuzados não deixando espaço
para que alguém possa sair deles, dois de cada grupo sentam-se em bancos
preferenciais. Entra uma idosa logo depois deles se sentarem, mas a ignoram;
as pessoas que acabam de acordar olham para eles, querendo que dêm lugar
para ela, em vão, pois não se mostram incomodados com seus olhares,
continuando tranquilamente sentados.
Um dos homens encapuzados de preto levanta-se enquanto alguns
deles se encostam nas portas, fazendo com que Raiko saia de seu lugar.
Em cada porta do vagão há quatro homens de preto, misteriosos, e um
de cada grupo continua sentado com seu rosto escondido.
Quando o trem chega à estação de Lion, as portas não são abertas,
fazendo com que as pessoas que deveriam descer ali fiquem com medo.
Os homens sentados tiram seus capuzes, fazendo todos gritarem,
menos Raiko, que está olhando para o chão, distraído.
Seus rostos são feios e assustadores, vermelhos e cheios de feridas,
seus olhos avermelhados, suas bocas têm os cantos rasgados e suas orelhas
são pontiagudas.
Todos que estão encostados nas portas vão tirando seus capuzes, um
com o rosto pior que o outro. Um tem o couro cabeludo repuxado e o
sangue escorre pelo rosto, seus olhos são pequenos e bem pretos; sua pele
escura e grossa.
O outro tem a pele do rosto caindo parecendo uma mascara
derretendo, deixando à vista os nervos; seu sangue escorre pelo chão,
manchando por onde passa.
O primeiro homem que se levantou, é muito alto e tem um andar
elegante, não tira o capuz, enchendo as pessoas de medo por onde ele passa.
Os demais por si só são assustadores, dando olhadas rápidas para as
pessoas; os que estão sentados começam a mexer com as pessoas ao seu
lado, dando risadas macabras, tentando encostar seus dedos sangrentos nelas.
Quem tenta olhar para eles diretamente leva um susto diferente. Os
olhos deles mudam de cor, as cores são estranhas e nem parecem comuns.
Um que está encostado na porta tem um rosto de palhaço, seus olhos
são roxos, sua boca é rasgada nos cantos; uma criança está olhando para ele
e fala para a outra criança ao seu lado:
- este não é assustador, deve ser mascara, está obvio isto!
O palhaço olha para ele, dá um sorriso e fala:
- então puxa, criança‼! Hahahahahahhahahahahahahaha!!
A criança tentou tirar o que parecia ser máscara, mas não saía, ficando
no ar a dúvida se era mesmo seu rosto.
Todas ficam pensando se os outros do grupo também tinham os rostos
como aquele.
Quando o único encapuzado começa a andar pelo vagão de um lado
para o outro, as pessoas ficam com medo. Ele pára de repente quando
chegam à estação de Siton. As portas são abertas, os homens que estavam
sentados, se agacham no chão em duplas, um olhando para o outro no
intervalo entre as portas, suspirando devagar.
Todos colocam seus capuzes novamente e abaixam as cabeças
suavemente, afastando as pessoas que tentam sair do vagão, as pessoas que
entram não conseguem entender porque ninguém sai e porque tem tantas
duplas ajoelhadas na frente das cadeiras em cada parte do vagão.
Os homens nas portas olham para as pessoas que tentam sair e se
comunica mentalmente com elas
- Vocês querem sair? Hahhahaha! Saiam, mas suas famílias morrerão.
Raiko olha para eles quando as portas se fecham, encosta-se a uma
parede perto da porta, tenta entender o que está acontecendo à sua frente.
Os homens encapuzados voltam a ficar encostados nas portas e os que
estavam agachados se levantam, todos tiram seus capuzes, fazendo todos
gritarem, o único que ainda está encapuzado volta a andar de um lado para o
outro, empurrando todos que estão à sua frente.
Ele olha ao seu redor e fala alto, com uma voz rouca:
- Não estou aqui para roubar, nem para vender docinhos…
hahahaha‼
Todos aqueles misteriosos homens riem alto, com risos macabros,
menos um, pois esse tem um riso esganiçado, dá vontade de rir de sua risada,
porém só quem não o conhece, riria, pois ele é um dos mais malvados do
grupo. E o homem continuou a falar:
-… nem para agradar vocês. Estou aqui para matá-los.
Todos caem de susto, as crianças começam a chorar e seus pais
tentam tapar seus ouvidos para que não se assustem Raiko guarda seu fone
de ouvido e olha para todos eles.
Quando chegam à estação de Mil Íons, Raiko olha para o encapuzado
quando este se dirige para todos do grupo, falando bem alto:
- Vocês estão liberados para matar quem quiser, começando agora.
Depois disso todos colocam seus capuzes novamente, tirando suas
armas das costas. Os que estão nas portas arrancam as cabeças das pessoas à
sua volta com um toque da lâmina de sua espada.
Os que estão em pé no intervalo entre as portas empurram as pessoas
que estão próximas, para o chão, rasgam seus corpos com suas lâminas,
arrancam suas cabeças e as comem.
Matam todas as pessoas, fazendo seus sangues escorrerem pelas
janelas do trem. Quando chega à próxima estação, Raiko põe as mãos nos
bolsos e sai tranquilamente, olha para trás e os chama para irem com ele
embora.
O homem mais alto do grupo abraça Raiko, o da risada esganiçada,
pula e também o abraça; Raiko corresponde ao abraço deles.
O único sobrevivente da chacina olha com espanto para aquela cena:
um menino de 15 anos, que parecia tão comum e tão calmo, era o líder
daquele estranho grupo de monstros.
Este sobrevivente sai correndo para sua casa. Depois de muito tempo,
começa a pesquisar sobre eles em livros e descobre que estes monstros são
criados do menino; em 1900 estes monstros foram feitos em laboratório, o
inventor morreu dando sua vida para o chefe deles, o único que ficava
encapuzado. Não tirava o capuz, pois ainda tinha os olhos do inventor: Olhos
humanos!
Raiko, aos 10 anos, filho de um cientista, começa a investigar o tal
laboratório e acaba encontrando estes monstros, pega-os e às escondidas,
começa a cuidar deles; com isso eles entregam suas vidas a ele.
Esses monstros têm o prazer de matar; a maioria das mortes não tem
motivo; no começo eles as escondiam de Raiko, mas quando ele descobriu, se
identificou com isso e começou a participar. Depois de um tempo os
monstros começaram a matar quem Raiko queria e também pessoas que
estavam por perto.
Raiko como é um humano, começa a trabalhar e a estudar, mas as
mortes não acabam, os monstros tem o poder de desaparecer e com isso
andam com o menino sem ninguém os ver. Quando Raiko anda de trem,
pega sempre o mesmo vagão. Dessa vez acaba sem querer, arrumando briga
com um senhor de idade; nervoso combina com seus monstros esse
assassinato, eles esperam o senhor entrar e matam a todos no vagão. Não há
sobreviventes, como sempre.
Depois que o único sobrevivente lê isso percebe que o livro está
desmanchando em sua mão, as luzes de sua casa se apagam aos poucos e
barulhos estranhos vêm dos corredores.
Raiko aparece no escuro, olha para ele e fala:
- Como você viu, nunca há sobreviventes. Laikat, mate-o, por favor.
O monstro da risada esganiçada olha para ele:
-Com prazer, Raiko!
Ele pega sua espada e estraçalha o homem, fazendo o corpo dele voar
por toda parte da casa. Dá uma risada no final. Raiko olha os pedaços no
chão e fala para todos:
- Agora podemos voltar para nossa vida normal… Se entrarem no
nosso caminho novamente, juro que eu mesmo matarei quem estiver
envolvido,
Autora: Janaina Souza
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