23/10/2015
Empresa de consórcios aplica golpe de R$ 1 mi | Veja Agora:
Empresa de consórcios aplica golpe de R$ 1 mi
Ivanildo Souza
6 dias atrás 0 Sem comentários O escritório da empresa foi abandonado pelos funcionários. (Foto: Amaury Alencar)
Cerca de 100 pessoas registraram queixa na Delegacia Regional de Tauá, nos últimos dois dias,
dizendo que foram vítimas de um golpe aplicado por uma empresa que oferecia consórcios de
motocicletas. As vítimas são de Aiuaba (420Km de Fortaleza), onde mais de 500 pessoas aderiram ao
contrato. A Polícia acredita que os suspeitos tenham arrecadado mais de R$ 1 milhão com a fraude e
diz que as chances do dinheiro ser recuperado são mínimas.
Segundo as vítimas, os representantes da ´Eletrofácil´ passavam de casa em casa oferecendo os
consórcios. A empresa era sediada em Campos Sales e tinha um escritório na Rua Otônio Andrade,
em Aiuaba. Quando os clientes suspeitaram que estavam sendo enganados, o escritório fechou. A
princípio, a proposta parecia boa: os contratantes pagavam parcelas que iam de R$ 100 a 300,
dependendo do tipo de moto que escolhessem, e só pagariam as mensalidades até quando fossem
sorteados. Alguns receberam o bem, mas com o passar do tempo, os prêmios não foram mais
entregues.
A Polícia disse que a fraude está clara e que não se tratava de um consórcio convencional, mas de um
sistema de pirâmide, que já causou outras confusões no comércio. "É claro que no fim iria faltar capital
para movimentar o negócio. Os primeiros receberam as motos para atrair mais gente e os que ficaram
para o fim foram enganados. Quem ficou por último arcou com os prejuízos", explicou o delegado­
adjunto da Delegacia Regional de Tauá, João Pereira.
Ele disse que esteve em Aiuaba e apreendeu documentos e um computador, no escritório que está
abandonado. Segundo o delegado, a quadrilha age também em Campos Sales, Jucás, Assaré e
Potengi. "Quem ainda estiver pagando, pedimos que pare. Eles são criminosos".
João Pereira disse que identificou quatro pessoas que teriam envolvimento com o esquema.
"Pediremos a prisão preventiva deles o mais rápido possível. É muito improvável que o dinheiro seja
recuperado, porque dificilmente estelionatários têm bens em seus nomes, mas vamos detê­los para
que não enganem mais ninguém". O delegado disse que os suspeitos estão sendo investigados por
estelionato e associação criminosa.
Vítimas
O vigia Raimundo Andrade conta que pagou o consórcio durante 44 meses. Seu prejuízo chega a R$ 6
mil. No caso dele, o contrato sequer foi entregue. A única prova que tem de que foi enganado são os
carnês, que pagou em dia. "Uma mulher passou em minha casa oferecendo. Ela leu o contrato para
mim, mas só me entregou o carnê. Ofereceram muitas garantias, parecia um negócio bom. Ela me
explicou que se eu parasse de pagar, receberia o dinheiro no fim do meu grupo, mas com um
desconto de 25%".
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Raimundo Andrade disse que viu que estava em meio a uma fraude quando percebeu que os
inadimplentes do grupo eram sempre os contemplados nos sorteios. Estava previsto no contrato que
se as prestações estivessem atrasadas, o cliente não teria direito à moto. "Vi que eles estavam mesmo
era querendo enganar quem acreditou neles e pagava de boa fé. Fomos usados em uma sujeira muito
grande".
A comerciante Eva Nobre diz que quando as entregas das motos começaram a apresentar problemas,
entrou em contato com a empresa diversas vezes e sempre ouviu dos funcionários que estava tudo
bem. "Diziam que eram boatos da rua, que os sorteios e entregas estavam acontecendo normalmente.
Sempre ouvi as mesmas desculpas", disse.
Ela e outros quatro parentes fizeram o consórcio da ´Eletrofácil´. Somente o prejuízo da comerciante é
de R$ 9 mil, pagos durante 36 meses. "Eles premeditaram tudo, até mesmo o momento de sumir.
Foram embora antes de serem descobertos. Mais de 20 pessoas quitaram os consórcios e não
receberam nem os bens, nem um centavo".
Eva Nobre afirma que vai procurar um advogado e entrará com um ação na Justiça. "Mesmo que nós
tenhamos perdido esse dinheiro, alguma coisa precisa ser feita para que eles parem. Claro que
gostaríamos que nossos prejuízos fossem diminuídos, mas se isto não for possível, queremos que
essas pessoas sejam punidas pelo que fizeram", declarou.
A reportagem tentou contato com os representantes da ´Eletrofácil´ por telefone, mas as ligações não
foram atendidas.
Fonte de informações extraidas do site: Diário do Nordeste
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Cerca de 100 pessoas registraram queixa na Delegacia