PÉROLAS DE INSPIRAÇÃO Como disse Thomas Edison: gênio é inspiração e 99transpiração. O mesmo serve para a ciência. de vez em quando, mesmo o trabalho incessante, um progresso científico é provocado pela dupla catalisadorcriatividade e oportunidade. Aconteceu com o Dr. Richard Decker em 1972, quando um simples colar de pérolas o inspirou a perseguir uma ideia. Uma ideia que reduziria o risco de contaminação de hepatite B em bancos de sangue, e mudaria todo o modelo de muitos testes de diagnóstico. A história começa um ano antes, em 1971. O vírus da hepatite B era uma ameaça crescente à saúde pública global. Normalmente causada por transfusões de sangue contaminado e pelo uso de agulhas não esterilizadas, a infecção da hepatite B toma conta do fígado, onde o vírus rapidamente se multiplica antes de propagar-se para a corrente sanguínea. Se não tratada, a hepatite B pode causar danos irreversíveis ao fígado e até a morte. A propagação da doença era um problema, especialmente para os bancos de sangue em todo o mundo, que estavam extremamente conscientes dos perigos que representavam para receptores de transfusão. Na época, o exame de sangue mais amplamente utilizado para detectar a hepatite era uma simples difusão em gel de agar que, embora fácil de executar, carecia de precisão. Havia uma necessidade mundial por uma solução melhor. Dr. George Dawson, virologista da Abbott orientado por Richard Decker, conta a história de como Richard, o bioquímico Ghung-Mei Ling e o virologista Lacy Overby trabalharam juntos para encontrar a solução. “Naquela época, a taxa de mortalidade por hepatite relacionada à transfusão chegava perto de 1%”, diz George. “Então os três decidiram: ‘Vamos fazer algo, vamos desenvolver um teste.’” E eles fizeram. Em 1972, criaram um produto inovador: um teste projetado meticulosamente, altamente sensível e preciso que chamaram de AUSRIA-125. “Eles o submeteram a FDA (agencia reguladora de alimentos e dos EUA) conseguiram aprová-lo e estava pronto. O exame mais sensível existente na época”, diz George. Na realidade, o exame era aproximadamente 10.000 vezes mais sensível do que o método de gel de agar. O passo seguinte foi enviar o kit para consultórios médicos em todo os EUA. Foi um sucesso instantâneo. Quase sucesso demais. Em apenas três curtos meses foi vendido todo o estoque do produto, que havia sido planejado para durar um ano inteiro. Enquanto isso, bancos de sangue de regiões remotas do mundo estavam começando a solicitá-lo. “Boa notícia para a administração, mas não para a produção”, lembra Richard, agora aposentado. Parecia impossível produzir AUSRIA suficiente para atender à demanda. Médicos e bancos de sangue não conseguiriam obter os kits de teste que precisavam. Os pacientes não poderiam fazer o exame. E tudo isso devido a uma etapa lenta, trabalhosa e, infelizmente, muito necessária do processo: o revestimento de milhares de tubos plásticos com anticorpos. Frustrados, eles continuaram a buscar uma resposta. Uma noite, durante o jantar, Richard estava descrevendo para os outros convidados seu obstáculo. A forma dos tubos era o problema, explicou. Como eram ocos, tinham que ser preenchidos com o revestimento. E demorava muito para fazer isso. Cuidadosamente, uma convidada tirou as pérolas do seu pescoço e as colocou contra a luz. “Que tal revestir estas aqui?”, ela arriscou. Eureca. Por que não? Richard, sabendo que algumas vezes a melhor solução é aquela que literalmente quebra paradigmas, ficou imediatamente intrigado. Ele ponderou que um objeto revestido externamente seria muito mais fácil de preparar. “Tudo o que você teria que fazer seria colocar a pérola em uma solução.” Parecia simples demais para funcionar. Mas ele levou a ideia a seus colegas da Abbott e eles também ficaram entusiasmados com as possibilidades. Uma rápida ligação para um fabricante de Chicago, e eles desenvolveram contas para experimentar o novo conceito. Após mergulhar as contas na solução de anticorpo, eles percorreriam através do sistema AUSRIA. “E funcionou muito bem”, diz Richard, com um sorriso largo. Na verdade, os resultados foram extraordinários. O sistema aprimorado permitiu que eles revestissem 100.000 contas de uma vez em uma tarde. Agora poderiam aumentar drasticamente a produção para ser enviada para todo o mundo. Assim começou a produção em massa de AUSRIA II. Além do progresso com a produção mais rápida, o novo kit apresentou resultados mais rápidos para exame e um aumento significativo da sensibilidade. Isso significava que a Abbott podia enviá-lo para bancos de sangue em grades quantifdades. Em um ano, mais de 70% do sangue doado para transfusão nos Estados Unidos estava sendo testado com o kit AUSRIA II, sendo adotado também na Europa e na Ásia. Mais de quatro décadas depois, Richard acredita que o impacto da sua inovação ecoou entre gerações. Embora os componentes do exame tenham mudado com o tempo – as contas foram substituídas por micropartículas bem menores, o sistema evoluiu em eficiência e sensibilidade – a influência por trás do projeto original do AUSRIA II ainda pode ser visto nos exames de diagnóstico de hepatite B atuais. Ainda maior que o impacto da própria inovação é o impacto causado em vidas humanas, dos receptores de transfusão a pessoas diagnosticadas com hepatite B que puderam buscar tratamento mais rapidamente. Este artigo contém referências históricas de produtos que não estão mais disponíveis, nem são comercializados pela Abbott. Consulte o site da afiliada local da Abbott para obter as informações apropriadas sobre produtos para seu país. o [Infográfico da Grade da Direita n 1] 1972 UM SIMPLES COLAR DE PÉROLAS INSPIROU UMA IDEIA o [Infográfico da Grade da Direita n 2] 10.000x MAIS EFICAZ o [Infográfico da Grade da Direita n 3] +70% dO sangue testado com o kit em um ano,à PRIMEIRA PRODUÇÃO As informações fornecidas são para fins de antecedentes gerais e não pretendem substituir diagnóstico ou tratamento médico por um profissional qualificado. Você deve sempre consultar seu médico sobre qualquer questão de saúde especialmente antes de tentar uma nova medicação, dieta, programa de condicionamento físico ou abordagem para questões de saúde.