contribuído a obrigação que estavam sujeitas as quatro Ordens Militares, expressa na Bula Etsi cuncti, de Calisto III, datada de 15 de Fevereiro de 1456689, de enviar para o Norte de África a terça parte dos seus freires, para aí participarem na luta contra o Infiel. Muito possivelmente, na sequência dos bons serviços prestados no Norte de África, veio a ser privilegiado pelo monarca com uma carta de legitimação para duas filhas naturais, Catarina Faria e Beatriz Faria, altura em que também é referido como comendador de Moura690. Já como comendador do Casal surge-nos em carta datada de 29 de Agosto de 1476, altura em que é beneficiado pelos serviços prestados em África, recebendo isenção em sua vida do pagamento do foro de um casal régio no Paúl da Ota e de casas régias que trazia aforadas em Lisboa691. As restantes presenças de elementos desta linhagem nas Ordens Militares serão oriundos de um outro ramo, nomeadamente dos descendentes de Álvaro Gonçalves de Faria e de Maria de Sousa, filha de D. Lopo Dias de Sousa, mestre que foi na Ordem de Cristo. Contudo, esta presença só irá fazer-se notar passadas que foram cinco gerações, nomeadamente nos filhos de Antão de Faria, camareiro de D. João II e alcaide-mor de Portel e de Palmela e de Leonor Rodrigues de Oliveira. Referimo-nos concretamente a Francisco de Faria II, o qual nos surge mencionado como comendador de Alcácer do Sal e Alcaria Ruiva692 e pertencente aos Treze na Ordem de Santiago693, sendo também referido como alcaide-mor de Palmela, cargo que herdou de seu pai e que terá exercido entre 8 de Outubro de 1510694 e Junho de 1550695. Veio este comendador a casar com Joana de Castro, filha de um comendador da Ordem de Santiago696. Para além deste, refira-se seu irmão Álvaro de Faria V, mencionado como cavaleiro na Ordem de Cristo, o qual manteve uma grande actividade militar no Norte de África, nomeadamente na defesa da cidade de Safim, de que era capitão o seu cunhado Nuno Fernandes de Ataíde697, tendo também 418 A NOBREZA