CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
PARA O ENSINO MÉDIO
Língua Portuguesa
9
Afogados da Ingazeira – PE
A
5
W
B
3
Eduardo Henrique Accioly Campos
GOVERNADOR
DO
ESTADO
DE
PERNAMBUCO
Danilo Jorge de Barros Cabral
SECRETÁRIO
DE
EDUCAÇÃO
DO
ESTADO
Nilton da Mota Silveira Filho
CHEFE
DE
GABINETE
Margareth Costa Zaponi
SECRETÁRIA EXECUTIVA
DE
GESTÃO
DE
REDE
Aída Maria Monteiro da Silva
SECRETÁRIA EXECUTIVA
DE
DESENVOLVIMENTO
DA
EDUCAÇÃO
Cantaluce Mércia Ferreira Paiva de Barros Lima
Gerente de Políticas Educacionais do Ensino Médio
Idealização:
Cecília Maria Peçanha Esteves Patriota
GESTORA DA GERÊNCIA REGIONAL
Olegária Maria de Oliveira
GERENTE DA UNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO – UDE
Organização:
Aldineide Lelian de Souza
Jany-Cléa Alves Xavier Gomes
Maria de Lourdes Souza
TÉCNICAS DE ENSINO
Apoio da Equipe:
Rosângela Oliveira Cruz Pimenta
Sônia Virginia Martins Pereira
TÉCNICAS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA DA GERÊNCIA
DE
POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO ENSINO MÉDIO
Caro(a) aluno(a),
Esta coletânea de atividades de leitura e compreensão de textos é mais um suporte
didático que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento de competências
comunicativas que se intenta construir ao longo da Educação Básica.
Nesse sentido, pretende elevar o desempenho lingüístico, bem como oportunizar
aprendizagens que contribuirão para o prazer da interação texto x homem x mundo, gerando
avanços na construção do saber.
Bom trabalho!
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério
Carlos Drummond de Andrade
03
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 1
Mídia de época
Poucas coisas surgiram juntamente com a descoberta do Brasil.
A propaganda é uma delas. Ou a carta de Pero Vaz de Caminha
para o rei Dom Manuel não era um baita de um “reclame” bem
bolado — muito mais que um mero relato jornalístico? Para
alguns trata-se de uma das melhores malas diretas da história.
Não satisfeito, Caminha ainda criou nosso primeiro slogan: “Em
se plantando, tudo dá”. De lá para cá, surgiram os mascastes, a
imprensa, os anúncios classificados, o rádio, a televisão, as
agências de publicidade, a Internet...
O texto acima trata do jornalismo e da publicidade também por causa das palavras que usa,
como, por exemplo,
(A) carta e descoberta do Brasil.
(B) slogan e Pero Vaz de Caminha.
(C) slogan e mala direta.
(D) carta e Dom Manuel.
QUESTÃO 2
“O único espaço público que temos é o bar. Não temos outras
áreas de lazer”.
Folha de S. Paulo, 15/5/2006.
A fala acima é do produtor cultural e poeta Sérgio Vaz. Ele coordena o projeto COPERIFA
(Cooperativa Cultural da Periferia), em que poetas da periferia da Zona Sul da cidade de São
Paulo reúnem-se no boteco do Zé Batidão, para realizar saraus de poesias, que chegam a reunir
400 pessoas. Com o projeto, o bar tornou-se um espaço que oferece à comunidade local de
acesso
(A) à arte e ao entretenimento.
(B) às notícias e informações.
(C) à escolarização formal.
(D) a postos de trabalho
05
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 3
Raiz do cabelo
“Cabelo duro é lindo”, concluiu o antropólogo Raul Lody ao final
do seu livro Cabelos de Axé (SENAC), que explica a simbologia
dos penteados afro desde os primórdios até os dias atuais. (...)
Está lá escrito que nos desenhos pré-históricos, pintados em
cavernas, já se representava o homem com cabelos exuberantes.
No antigo Egito, havia o hábito de se raspar a cabeça, para assim
homens e mulheres poderem usar perucas com penteados
especiais, ornados com ouro e pedras preciosas que, pela sua
abundância ou não, revelavam a posição na hierarquia social.
O Globo, 27/11/2004 (com adaptações).
O texto acima
(A) informa sobre a história dos penteados afro.
(B) mostra que o cabelo afro é algo da nossa época.
(C) mostra novas tendências de beleza para o cabelo afro.
(D) vende um produto para usar nos penteados afro.
QUESTÃO 4
Pinturas pré-históricas de dançarinos foram encontradas em
paredes de cavernas na África e no sul da Europa. Nessas
pinturas, que podem ter mais de vinte mil anos, a dança aparece
ligada a celebrações religiosas..
O texto acima indica que a dança
(A) foi desenvolvida pelo homem moderno.
(B) faz parte da religiosidade contemporânea.
(C) está presente nos primeiros registros da história.
(D) perdeu a importância como manifestação de cultura.
06
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 5
Nada impede que a mulher grávida pratique esportes, desde que
moderadamente. Sem forçar o ritmo, a grávida pode e deve
praticar exercícios que a ajudem a viver melhor a gestação ou a
fortaleçam para o parto. A partir do quarto mês, no entanto, ela
deve evitar exercícios em posição deitada de costas. Para
descansar no intervalo dos exercícios, sugere-se que se deite de
lado.
Viva em forma o ano todo: manual prático de saúde e bem-estar.
Associação Pro-Teste Consumidores (com adaptações)..
A prática de atividades físicas é uma orientação reconhecida para a melhoria da qualidade de
vida e da saúde das pessoas. No entanto, conforme as orientações do texto acima, uma
gestante deve
(A) fazer exercícios a partir do 5.º mês de gestação.
(B) realizar atividades físicas com alguns cuidados.
(C) deitar-se de costas para fazer exercícios físicos.
(D) forçar o ritmo das atividades para ter mais força.
QUESTÃO 6
São Bernardo
Graciliano Ramos
Faz dois anos que Madalena morreu. Dois anos difíceis. E
quando os amigos deixaram de vir discutir política, isto se
tornou insuportável.
Foi aí que me surgiu a idéia esquisita de, com o auxílio de
pessoas mais entendidas que eu, compor esta história. (...)
Desde então procuro descascar fatos, aqui sentado à mesa da
sala de jantar, (...) à hora em que os grilos cantam e a folhagem
das laranjeiras se tinge de preto.
Vivina de A. Viana. Graciliano Ramos: seleção de textos, notas, estudos
biográfico, histórico e crítico. São Paulo: Abril Educação. 1981, p. 25-6.
07
ENSINO MÉDIO
No texto, o personagem afirma que vai escrever sobre a sua própria história. O trecho que
mostra essa intenção é
(A) “Desde então procuro descascar fatos”.
(B) “e a folhagem das laranjeiras se tinge de preto”.
(C) “E quando os amigos deixaram de vir discutir política”.
(D) “Faz dois anos que Madalena morreu”.
QUESTÃO 7
Pronominais
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Jorge Schwartz. Oswald de Andrade: seleção de textos, notas, estudos
biográfico, histórico e crítico. São Paulo: Abril Educação, 1980, p. 22-3.
O texto mostra os diferentes usos da língua portuguesa. Depois de lê-lo, concluímos que
(A) a gramática do aluno é a mesma do bom branco da Nação Brasileira.
(B) a gramática usada pelo professor mostra a língua falada pelo brasileiro.
(C) o bom negro fala diferente do que a gramática manda.
(D) o mulato sabido fala como o bom negro.
08
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 8
Dia das mães
Mãe argentina
30.000 filhos desaparecidos
(entre eles 400 crianças)
(...)
Mãe brasileira
144 filhos desaparecidos
Mãe latino-americana
90.000 filhos desaparecidos
Achei liquidificadores, achei batedeiras de bolo, brincos e
colares, televisores em cores e mesmo flores. Mas em nenhuma
loja ou magazine encontrei um só filho seu pra dizer: presente!
Henfil. Diretas já. Rio de Janeiro: Record, 1984, p. 51-2.
O verdadeiro “presente” para as mães citadas no texto, segundo Henfil, é
(A) ganhar liquidificadores e batedeiras.
(B) ganhar qualquer coisa, mesmo que flores.
(C) ter os seus filhos de volta.
(D) ter os seus filhos vivos, com televisores.
QUESTÃO 9
Mas não era eu! Eram as botas que falavam entre si, suspiravam
e riam, mostrando, em vez de dentes, umas pontas de tachas
enferrujadas. Prestei o ouvido; eis o que diziam as botas:
BOTA ESQUERDA — Ora, pois, mana, respiremos e filosofemos
um pouco.
BOTA DIREITA — Um pouco? Todo o resto da nossa vida, que
não há de ser muito grande...
ASSIS, Machado de. Filosofia de um par de botas.
In: O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 23/abril/1878.
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ENSINO MÉDIO
O texto é o fragmento de um diálogo entre dois personagens inanimados apresentados por
um narrador. A expressão que introduz estes personagens para o leitor é:
(A) “... eis o que diziam as botas...”
(B) “Mas não era eu...!”
(C) “...umas pontas de tachas enferrujadas...”
(D) “... filosofemos um pouco...”
QUESTÃO 10
Traído pelo vinho do padre
O desempregado Francimar Lima Lira, morador da cidade
paulista de Sorocaba, aproveitou que uma das igrejas da cidade
estava às escuras, medida para racionar energia, e decidiu
roubá-la. Era meia-noite quando ele entrou na sacristia.
Alegrou-se ao ver um aspirador de pó e um retroprojetor ao
alcance de suas mãos, e alegrou-se mais ainda ao deparar com
duas garrafas de vinho que o padre utiliza na missa. Um gole
aqui, outro ali, ele enxugou as duas garrafas. Ficou bêbado e foi
preso. “O vinho tonteia mesmo porque é muito licoroso”, disse o
pároco, Camilo Munnaro.
Istoé, n.º 1.653, 6/6/2001.
Este texto tem a finalidade de
(A) contrapor idéias acerca dos crimes nas igrejas.
(B) demonstrar o efeito do vinho usado nas missas.
(C) denunciar roubos ocorridos em igrejas às escuras.
(D) narrar um fato que teve um desfecho inesperado.
QUESTÃO 11
Lenda do diamante
Antes, muito antes de 1500, o Brasil chamava-se Pindorama e
vivia à sombra de mil palmeiras.
Foi nessa época que o índio Oiti, valente entre os mais valentes,
se despediu de Potira, sua esposa, e desceu o rio para dar
combate a uma tribo inimiga.
Nair Starling. Nossas Lendas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1968.
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Pela leitura do texto acima é possível afirmar que o nome indígena Pindorama significa
(A) terra das palmeiras.
(B) terra de tribo inimiga.
(C) terra do homem branco.
(D) terra de valentes.
QUESTÃO 12
Recado ao senhor 903
Vizinho.
Quem fala aqui é o homem do 1.003. Recebi outro dia,
consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que
o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. (...)
Peço-lhe desculpas — e prometo silêncio.
Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e com outro
mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse:
“Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa.
Aqui estou”. E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come de
meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e
cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela”.
Rubem Braga.100 Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1953.
A reação do autor do texto acima diante da reclamação que lhe foi feita é de
(A) cordialidade.
(B) indiferença.
(C) animosidade.
(D) antipatia.
QUESTÃO 13
Texto I
Segundo o dicionário Aurélio, luxo é um modo de vida
caracterizado por grandes despesas supérfluas e pelo gosto da
ostentação e do prazer. Mas, na cartilha do mercado, o luxo é um
segmento comercial que movimenta cerca de US$ 400 bilhões
anuais no mundo, aproximadamente US$ 2,3 bi no Brasil. Gera
11
ENSINO MÉDIO
emprego e renda e, como atividade econômica que é, cresce
independentemente das diferenças sociais porque está calcado
na aspiração e nos desejos que todo ser humano tem.
Juliana Dapieve Grossi. Mercado precioso. Jornal Pampulha, Belo Horizonte:
semanário 8 a 14/4/2006. Internet: www.jornalpampulha.com.br/cad_primeiro1a.html
(com adaptações).
Texto II
Glamoroso, inacessível, exclusivo. Tudo isso é o luxo. Mas, nesse
mundo supérfluo, não só os ímpetos de consumo somam pontos.
É preciso ter atitude. “Para mim, luxuoso é saber apreciar a
natureza, principalmente se você puder estar em um lugar
privilegiado”, diz a publicitária Sissy Lopes Cançado. Luxuoso
também é respeitar as pessoas, ser agradável sempre e não
tentar galgar uma posição ou conquistar espaços prejudicando
os outros. “É praticar a gentileza, sempre.”
Juliana Dapieve Grossi. Ter e não poder. Belo Horizonte: semanário 8 a
14/4/2006. Internet: www.jornalpampulha.com.br/cad_primeiro1a.html
(com adaptações).
Com base nos textos 1 e 2, é correto afirmar que
(A) ambos tratam do luxo como algo indispensável.
(B) apresentam conceitos opostos em relação ao luxo.
(C) associam luxo a privilégios e superficialidades.
(D) focalizam dois temas distintos um do outro.
QUESTÃO 14
(...)
—“Não Desmatarás” — foi criado de maneira irreverente, há
pouco mais de vinte anos, aqui mesmo no Brasil.”
JB Ecológico. O 11.º. Mandamento da Natureza Humana, nov./2005, p. 7.
O texto acima traduz uma preocupação em
(A) fazer uso racional das florestas.
(B) preservar riquezas minerais.
(C) proteger animais em extinção.
(D) promover a despoluição do ar.
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 15
Cientistas europeus, americanos e japoneses vão clonar animais
extintos há cerca de 15 mil anos e colocá-los em um parque
aberto ao público. (...) Esse projeto animou outros cientistas a
desenvolver simultaneamente um plano alternativo: reunir os
descendentes desses animais em diversos parques que
funcionarão como unidades de preservação. (...) Essa versão
contemporânea da Arca de Noé encontra resistência entre
autoridades de saúde pública, organizações de defesa dos
animais e, quem diria, até ecologistas. Para eles, há riscos de
transmissão de doenças, disseminação de pragas, e de um
desequilíbrio ecológico irreversível.
Istoé, 10/5/2006.
No trecho de reportagem acima, observa-se que o fato relatado é visto
(A) com entusiasmo, pela maioria das pessoas.
(B) com apreensão, por uma parte das pessoas.
(C) como improvável, pela maioria das pessoas.
(D) como engraçado, por uma parte das pessoas.
QUESTÃO 16
Economia, Horácio
(...)
Minha filha é uma universitária; mas sempre que me escreve, do
Rio, onde está morando, inicia invariavelmente suas cartas por
aquele mesmo breve “Oi !” que eu, entretanto — em obediência
a um velho hábito e para satisfazer antigas e obsoletas praxes do
meu tempo de rapaz — traduzo mentalmente por “meu querido
pai”. E vai ver que quer dizer isso mesmo.
O Estado de S. Paulo, 26/9/1972.
13
ENSINO MÉDIO
O comentário feito sobre o emprego de “Oi!” indica que seu uso é próprio da linguagem
(A) informal.
(B) escrita.
(C) profissional.
(D) erudita.
QUESTÃO 17
MOSQUITO DO BEM
Inseto transgênico é a nova arma contra malária.
Istoé, 19/04/2006.
Este texto é o título e subtítulo de uma reportagem veiculada recentemente na mídia. O uso da
expressão DO BEM, uma gíria utilizada pelos jovens atuais, reforça
(A) a possibilidade de existência de novas armas letais.
(B) o conceito de transgênico, algo inovador na ciência.
(C) a existência de doenças, ainda em processo de cura.
(D) o desenvolvimento de técnicas modernas na área da saúde.
QUESTÃO 18
Imagem de alta definição, som límpido, sinal estável, vários
canais e a possibilidade de se conectar com a Internet através da
televisão. Estas são algumas das vantagens da TV digital — um
sistema de transmissão, recepção e processamento de sinais de
alta definição, compactados em formato digital, que podem ser
enviados via satélite, microondas, cabos e terrestre.
Internet: www.faperj.br
De acordo com o texto acima, a TV digital é vantajosa porque
(A) incentivará a criação de novas emissoras.
(B) tornará os modelos de televisores compactos.
(C) permitirá melhor definição de som e imagem.
(D) oferecerá acesso gratuito à Internet.
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 19
O ouvinte imagina visualmente aquilo que o ______está
transmitindo. O imaginar é algo personalizado, único, pessoal,
intransferível. O ouvinte ouve a voz e a partir de experiências
pessoais constrói a forma física, reelabora os seus desejos. Já a
_____________ oferece algo pronto. É mais impositiva.
Ricardo Alexino Ferreira. Internet: radio.unesp.br.
O texto acima compara dois meios de comunicação e informação, que são
(A) o telegrama e a revista impressa.
(B) o jornal impresso e a Internet.
(C) o rádio e a televisão.
(D) o telefone e a carta.
QUESTÃO 20
O comércio eletrônico deve faturar R$ 140 milhões com o dia
das Mães (...). O valor representa aumento de 50% em relação
aos R$ 92 milhões registrados no ano passado. Os R$ 140
milhões referem-se às vendas realizadas entre 29 de abril e 13
de maio. A lista de produtos favoritos é composta por CDs, livros,
câmeras digitais e telefones celulares.
Folha Online Informática, 5/5/2006.
Com base nas informações oferecidas no texto acima é correto afirmar que
(A) os produtos mais vendidos para o dia das mães foram do setor vestuário.
(B) o comércio eletrônico vem tendo mais participação em nossa economia.
(C) os consumidores preferem comprar pela Internet eletrodomésticos.
(D) o ano passado foi mais vantajoso para o comércio pela Internet.
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ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 21
(in http://sunhill-phuket.com/phuket_hotel_gallery/)
Observe a imagem:
O logotipo acima é da rede hoteleira Sun Hill, na Tailândia. Ele
trabalha formas que sugerem elementos da paisagem
_______________. Os traços dessas formas e os das letras são
________________, evocando a imagem do (a)_______________.
Qual a alternativa que completa as lacunas?
(A) campestre, arredondados, lua.
(B) marítima, irregulares, mar.
(C) campestre, irregulares, vegetação.
(D) marítima, arredondados, sol.
QUESTÃO 22
Leia:
Comunicação contra o preconceito
Imagine assistir, na TV, a uma história infantil em que o príncipe
se apaixona por uma dama do “Palácio dos Macacos”. Ela é
representada por uma atriz branca com o rosto inteiramente
pintado de preto. Ao ser beijada pelo príncipe, selando a união
sob as benções do rei, ela se transforma: some a tinta preta e ela
agora é uma princesa toda branca.
O estarrecedor preconceito manifesto na história não foi
veiculado em programa humorístico (o que não o tornaria menos
condenável), nem em uma produção estrangeira pobre e
inconseqüente, nem em produção independente brasileira. Foi
levado ao ar na maior rede de televisão da América Latina, umas
das maiores do mundo, em um dos programas infantis de maior
audiência do Brasil.
(Fonte: LORENZO, Aldé. Sessão Opinião do Jornal Educação
Pública,19/11/2003)
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Os termos de concessão de emissoras no Brasil prevêem compromissos com a educação, a
informação e o entretenimento. A leitura do texto permite afirmar que a emissora
(A) educou para a igualdade entre as etnias.
(B) informou sobre a cultura afro-brasileira.
(C) incorreu em manifestação de preconceito.
(D) esclareceu sobre a diversidade étnica.
QUESTÃO 23
Leia:
Gingado Geométrico
“Todos em roda, bate o pandeiro, soa atabaque, vibram os
berimbaus. É capoeira. No meio, dois jogando. Um pé aqui,
outro ali. Aquele para o lado, o segundo mais atrás. Gira, lenta,
uma estrela no ar. Geometria pura!? A professora carioca
Adriana de Souza Lima encontrou na capoeira e, também, na
geometria que ela desenha no chão e no ar o caminho para
conquistar uma turma de 26 crianças da escola municipal
Jônatas Serrano, no Rio de Janeiro, pela Matemática”.
Revista Nova Escola, Agosto 2002. Pp /28 /29
A partir do texto acima, depreende-se que
(A) um bom professor de capoeira utiliza a Matemática para explicar seus movimentos.
(B) a música da capoeira estimula o aprendizado da Matemática.
(C) é possível aprender Matemática a partir dos desenhos dos movimentos da capoeira.
(D) o rigor dos movimentos da capoeira tem por base os estudos da Geometria.
QUESTÃO 24
... A prática esportiva profissional exige do atleta moderno
uma postura muito mais rigorosa que a exigida na década de
70. Programas cientificamente elaborados garantem que o
corpo trabalhe com aproveitamento máximo.
17
ENSINO MÉDIO
O aperfeiçoamento das técnicas de condicionamento foi impulsionado em conseqüência da
(A) sofisticação dos padrões esportivos tradicionais.
(B) propagação de formas de lazer mais apuradas.
(C ) metamorfose ocorrida na esfera sociocultural.
(D) difusão globalizada dos eventos esportivos.
QUESTÃO 25
O texto abaixo é parte de uma entrevista de Tarcísio Barros
concedida a Drauzio Varella.
Profissionais propensos a problemas de coluna
Drauzio – De acordo com sua experiência pessoal, quais profissões
favorecem o aparecimento de problemas na coluna?
T. Barros – Carregadores de peso, como os estivadores, por
exemplo, acabam apresentando mais problemas porque expõem
a coluna à sobrecarga contínua. Por paradoxal que pareça,
pessoas que trabalham paradas na mesma posição sem relaxar a
musculatura, como os caixas de bancos ou quem fica horas em
frente do computador, também representam uma população de
risco. Nesse caso, é recomendável levantar-se a cada 40 ou 50
minutos, andar um pouco e colocar um tablado para erguer
alternadamente os pés e relaxar a musculatura. Motoristas de
veículos pesados também se incluem no grupo de risco. Há um
estudo interessante mostrando que quem dirige carros mais
velhos tem mais problemas de coluna do que quem dirige carros
novos e em melhores condições mecânicas.
(Entrevista de Tarcísio Barros, médico e professor de Ortopedia da USP a Dráuzio
Varella, in http://www.drauziovarella.com.br/entrevistas/barros_coluna8.asp)
A entrevista indica atitudes que diminuem as causas de problemas na coluna. Qual das opções
abaixo indica uma dessas atitudes?
(A) Dirigir com mais atenção os carros em más condições mecânicas.
(B) Descansar os pés sobre um tablado, após andar por mais de 40 minutos.
(C) Intercalar movimentos no período em que se trabalha sentado.
(D) Aumentar a resistência da coluna com o levantamento de pesos.
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 26
“(...) no começo de 1937, utilizei num conto a lembrança de um
cachorro sacrificado na Maniçoba, interior de Pernambuco, há
muitos anos. Transformei o velho Pedro Ferro, meu avô, no
vaqueiro Fabiano; minha avó tomou a figura de Sinhá Vitória,
meus tios pequenos, machos e fêmeas, reduziram-se a dois
meninos (...)”
(fragmento de carta de Graciliano Ramos a João Conde, 1944,
in http://www.navedapalavra.com.br)
Sinhá Vitória, Fabiano, Baleia e os dois meninos são personagens do romance Vidas Secas
(1938). A carta acima é de seu autor, Graciliano Ramos (1892- 1953). Ela nos informa que,
para compor a identidade das personagens citadas, o escritor
(A) fez pesquisas em livros de história.
(B) recriou elementos de suas memórias.
(C) entrevistou parentes e amigos.
(D) inspirou-se em outros romances.
QUESTÃO 27
Leia:
dia nublado
e no peito do sabiá
sol do meio-dia
(RUIZ, Alice in Revista Entrelivros, setembro/05)
Haikai é uma forma de poesia vinda do Japão. Em rigor, compõe-se de dezessete sílabas,
distribuídas em três versos, e não possui título. No haikai de Alice Ruiz, duas palavras possuem
sentidos contrários. São elas:
(A) dia e peito.
(B) sol e sabiá.
(C) nublado e sol.
(D) sabiá e meio-dia.
19
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 28
Leia:
És pura beleza
num solidário chão
num céu azulado
em toda natureza
desse meu torrão
tão grande e amado.
Neuza Costa - Gaivota
No quinto verso do fragmento do poema Gaivota, o eu lírico expressa seu sentimento usando a
palavra “torrão”. Dependendo do contexto, uma palavra pode possuir significados diferentes.
Neste contexto, o termo ressaltado significa
(A) pedra de açúcar.
(B) lugar ignorado.
(C) terra natal.
(D) pedaço de doce.
QUESTÃO 29
“Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado
no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias entorpecentes”
(Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069/90)
A finalidade do texto acima é assegurar
(A) a segurança a todos os cidadãos no território nacional.
(B) a permanência dos jovens ao lado de pessoas que usam entorpecentes.
(C) que a criança e o adolescente sejam responsabilidade de toda a sociedade.
(D) o direito da criança e do adolescente ao convívio familiar, em ambiente saudável.
20
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 30
Observe a história em quadrinhos:
(Fonte: Angeli. Folha de S. Paulo, 25/4/93.)
A disposição das personagens frente a frente e o diálogo demonstram que entre os personagens há
(A) aproximação e felicidade.
(B) afastamento e ternura.
(C) distanciamento e alegria.
(D) intimidade e incompreensão.
QUESTÃO 31
Leia:
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas inexatas,
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
(Vinícius de Moraes)
21
ENSINO MÉDIO
O poema de Vinícius de Moraes (1913-1980) foi musicado na década de 70 pelo grupo Secos e
Molhados. Em seus versos, constrói-se um apelo para que não seja esquecida a
(A) situação econômica de um país bombardeado.
(B) potência destrutiva de uma bomba nuclear.
(C) falta de alimento nos países em desenvolvimento.
(D) presença de mulheres nas guerras mundiais.
QUESTÃO 32
Leia:
“Um levantamento feito por um Centro de Medicina Diagnóstica
revelou que a saúde dos executivos vai mal. De acordo com a
análise realizada com 161 profissionais que se submeteram a
um check-up, foi constatado que 66% estavam com excesso de
peso e 40% eram sedentários. Além disso, 42% tinham
colesterol elevado e 13% apresentaram hipertensão”.
Revista Isto É, 24/03/2004, com adaptações.
Pode-se perceber que o texto acima tem um caráter
(A) literário
(B) político.
(C) informativo.
(D) dissertativo.
QUESTÃO 33
Leia o texto:
Se fosse ensinar a uma criança, a arte da leitura não começaria
com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as histórias mais
fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da
fantasia. Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela
quereria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e
sílabas em histórias. É assim. É muito simples.
Rubem Alves é educador, teólogo, psicanalista e escritor. Almanaque Brasil
de Cultura Popular, setembro 2004.
22
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Segundo Rubem Alves,
(A) a escrita é mais importante que a oralidade no processo inicial do ensino /
aprendizagem.
(B) por meio da oralidade, a criança pode aprender a arte da leitura.
(C) contar histórias atrapalha a criança no processo de aquisição da escrita.
(D) a arte da leitura é uma fantasia que passa como um toque de mágica.
QUESTÃO 34
Leia:
12 de outubro
12 de outubro de 2001
Dia das Criança
Várias festa espalhada na periferia
No Parque Santo Antônio hoje teve uma festa
Foi bancada pela irmandade, uma organização
Tavam confeccionando roupa lá no Parque Santo
Antônio lá
Lutando
Remando contra a maré
Mas tá lá tá firme
Tinha umas 300 pessoa
No, na festa das criança
(...)
E o moleque era mó revolta, vai vendo
Moleque revolta
E ele tava friozão
Jogando bola lá, tal
Como se nada tivesse acontecido
Ali marcou pra ele
Talvez ele tenha se transformado numa outra pessoa
aquele dia
Vai vendo o barato
Dia das criança
(Racioanais mc's)
23
ENSINO MÉDIO
O rap é um gênero de música popular, em que os versos são declamados rapidamente. A linguagem
segue o padrão falado predominantemente pelos jovens de periferias urbanas. Na composição acima,
os termos destacados indicam uma tendência dessa variedade lingüística, que é
(A) marcar uma só palavra para indicar o plural.
(B) conjugar o verbo na segunda pessoa.
(C) transformar a pronúncia “lh” em “i”.
(D) usar palavras em sentidos figurados.
QUESTÃO 35
Leia:
'Causo' de amor
Boldrin, paulista de São Joaquim da Barra, criado em Guaíra,
perto de Barretos, tem, digamos, um causo de amor com o
Brasil.
(Texto adaptado. Fonte: Jornal do Brasil. Caderno B, 27/07/2005)
Observe a palavra causo, empregada no texto. Ela faz parte de uma variante regional da língua
portuguesa, encontrada especialmente no sertão brasileiro. No texto, retirado de um jornal, ela
aparece entre aspas ('causo') e em itálico (causo).
Esse destaque na redação do termo sugere que o autor quer
(A) afirmar que ele pertence ao grupo de falantes de uma variante regional.
(B) ensinar a forma correta de escrever essa palavra na variante padrão culta.
(C) abolir o uso dessa expressão nos textos publicados pela imprensa escrita.
(D) marcar o uso intencional dessa palavra dentro do texto em norma culta.
QUESTÃO 36
Leia:
“Muitas vezes, cidadãos são marginalizados por não saberem
empregar a norma culta na hora de falar ou de escrever. Esse
comportamento é chamado de preconceito lingüístico.
A língua é viva e sofre modificações de acordo com o contexto.
24
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
É um engano pensar que haja certos ou errados absolutos. Há
razões históricas para que comunidades inteiras se expressem
de uma forma e não de outra. Exigir que todos empreguem a
mesma linguagem é um desrespeito às diferenças.”
(Sarmento, Leila Lauar. Oficina de Redação. São Paulo: Moderna, 2003 vol.
3, 7ª série, pág. 131.)
Seguindo as idéias do texto, podemos concluir que
(A) a língua é morta e não sofre modificações.
(B) a variação lingüística no nosso país é respeitada.
(C) a linguagem culta é a única língua falada no Brasil.
(D) muitos cidadãos são marginalizados por não saberem a norma culta.
QUESTÃO 37
Leia o texto:
Nas Ondas do Rádio
Como tornar o radiojornalismo mais atraente para uma geração
que cresceu com a televisão e a internet?
(Texto adaptado. CLipping PUC, in www.publique.rdc.puc-rio.br , 19/08/2005)
Refletindo sobre o texto acima, é possível afirmar que o radiojornalismo precisa se tornar mais
atraente porque NÃO consegue veicular mensagens em linguagem
(A) visual.
(B) jornalística.
(C) musical.
(D) esportiva.
QUESTÃO 38
Leia:
Bioinformática é parte essencial da genética atual
Toda a pesquisa da moderna biologia molecular não seria
possível sem a computação. Os programas de computador
permitem a comparação das seqüências descobertas com
padrões genéticos já conhecidos e armazenados em bancos de
25
ENSINO MÉDIO
dados disponíveis na Internet. O volume de dados é tão grande
que fazer a comparação “manualmente” torna-se cada dia mais
inviável. Para se ter uma idéia, a quantidade de informação
guardada no maior banco de dados internacional de seqüências
genéticas, o GenBank, quase dobra a cada ano.
(Texto adaptado. Fonte: Com Ciência. Revista Eletrônica de Jornalismo
Científico. Agosto/2005)
De acordo com o texto, a informática tornou-se essencial para os estudos de genética porque
(A) amplia as possibilidades de o pesquisador trocar de emprego.
(B) viabiliza a comparação de grande quantidade de informações.
(C) mantém as informações sob o controle de grupos de pesquisas.
(D) dispensa a contratação de cientistas para o trabalho de campo.
QUESTÃO 39
Leia:
Doação de órgãos via Web levanta polêmica
No Colorado, realiza-se hoje o primeiro transplante de rim no
qual doador e receptor se conheceram pela Internet. A cirurgia
marcará o final feliz de uma história que poderia ter um
desfecho bem diferente. Mesmo assim, a doação de órgãos e a
busca de doadores via Web causa polêmica e é uma questão que
está longe de ser resolvida.
A busca de doadores por meio da Internet é um assunto que
preocupa os médicos há muito tempo. Eles temem que a
escassez de órgãos disponíveis e as longas listas de espera
tornem os transplantes um bazar cibernético e um leilão em que
vence a melhor oferta, não o doente mais necessitado.
(Texto adaptado. Fonte: Sessão Informática do grupo Terra, in
www.terra.com.br, 20/10/2004)
As expressões destacadas sugerem que a busca de doadores de órgãos pela Internet pode virar
uma prática proibida pela legislação brasileira (Lei 9.394/97). Essa prática é a
(A) realização de transplantes.
(B) venda e compra de órgãos.
(C) doação voluntária de córneas.
(D) criação de listas de espera.
26
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 40
Paulo mora em Natal, Ana, em Fortaleza, Carlos, em Teresina. Antes de sair de casa,
essas pessoas resolveram consultar o mapa meteorológico abaixo, publicado em um jornal
diário, para saber se deveriam ou não levar um guarda-chuva.
De acordo com o mapa, deverá usar guarda-chuva
(A) apenas Paulo.
(B) Paulo e Ana.
(C) apenas Carlos.
(D) Carlos e Ana.
QUESTÃO 41
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme
dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete,
água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme
para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias,
sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta,
chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.
RAMOS, R. Circuito Fechado. In: Os melhores contos brasileiros de 1973.
Porto Alegre: Globo, 1974.
27
ENSINO MÉDIO
O texto apresenta, em uma seqüência,
(A) os objetos de uma casa.
(B) uma lista de compras.
(C) as mercadorias de uma loja.
(D) as ações do cotidiano de um homem.
QUESTÃO 42
O pintor Portinari representou em seus
quadros muitos problemas sociais do Brasil
de sua época.
O quadro Café faz uma representação
exagerada dos pés e mãos dos trabalhadores.
Tal exagero cumpre a função de sugerir que
os trabalhadores
(A) ganhavam pouco pelos serviços prestados.
(B) usavam muita força física no trabalho rural.
(C) plantavam e colhiam para seu próprio benefício.
(D) eram solidários na divisão do trabalho.
QUESTÃO 43
Os amigos F. V. S., 17 anos, M. J. S., 18 anos e J. S., 20 anos,
moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa com o
Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de milho e feijão.
Não ganhamos salário, é “de meia”. Metade da produção fica
para o dono da terra e metade para a gente.
Folha de S. Paulo, 1º de junho de 2002.
28
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão ”é de
meia”, e, logo em seguida, explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles
(A) alteram o sentido da expressão.
(B) consideram que o repórter talvez não conheça aquele modo de falar.
(C) dificultam a comunicação com o repórter.
(D) desrespeitam a formação profissional do repórter.
QUESTÃO 44
Em alguns supermercados, é comum observar que produtos como arroz, feijão, leite,
carnes etc. ficam nos últimos corredores. Na entrada e nas laterais, ficam bolachas, biscoitos,
produtos de beleza, artigos importados, bebidas etc.
Essa maneira de organizar o espaço faz parte de uma estratégia comercial que tem por
finalidade
(A) atrair o consumidor para os gêneros de primeira necessidade.
(B) estimular o consumo de produtos que não são de primeira necessidade.
(C) organizar melhor o espaço para que o consumidor se sinta satisfeito.
(D) facilitar as compras do consumidor.
QUESTÃO 45
Os vínculos entre o esporte e as guerras foram muito estreitos.
Há cem anos, na França, sociedades de ginástica, de tiro e de
esgrima se desenvolveram sob o controle rígido do Exército.
Cabia ao esporte preparar os futuros quadros políticos do país.
Atualmente o esporte praticado pelas pessoas está mais
relacionado ao lazer.
Adaptado de RAGACHE, G. Esportes e Jogos. São Paulo: Ática, 2001.
A partir da leitura do texto, pode-se inferir que, na atualidade, a prática esportiva pessoal está
mais relacionada
(A) ao treinamento militar.
(B) à preparação de quadros políticos.
(C) ao interesse pela diversão.
(D) à participação nas Olimpíadas.
29
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 46
É bastante conhecida, no caso brasileiro, a história do povo africano que, vivendo nas
senzalas, inventou a capoeira. Enquanto fingia estar dançando, treinava golpes para defenderse dos seus opressores.
A síntese adequada para esse texto é:
(A) os povos copiam movimentos de outros lugares.
(B) os povos criam movimentos relacionados às suas necessidades.
(C) os povos são incapazes de elaborar movimentos.
(D) os povos limitam-se aos movimentos que já conhecem.
QUESTÃO 47
Comer muito pouco enfraquece; comer demais engorda; muita
atividade, sem descanso, desgasta rápido. Muito descanso, com
pouca atividade, também adoece.
Pensar pouco emburrece; pensar demais enlouquece!
CANALONGA, W. Folha de S. Paulo, 01 de agosto de 2002.
Esse texto, de uma forma bem humorada, sugere que uma vida saudável deve
(A) combinar com equilíbrio a prática de atividades com descanso.
(B) exigir dietas alimentares para não engordar.
(C) pedir muita atividade e pouco descanso.
(D) ser exclusivamente intelectual.
QUESTÃO 48
As pinturas corporais foram sempre muito utilizadas pelos povos indígenas em rituais
de festas, magias e lutos. Atualmente vemos pessoas pintarem os rostos por protesto político,
como foi o caso dos estudantes chamados de “caras pintadas”. Também os torcedores de
futebol pintam no rosto a bandeira de seus times.
Com base nesses exemplos, pode-se concluir que tais gestos representam diferentes formas de
(A) preconceitos.
(B) expressões culturais.
30
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
(C) manifestações esportivas.
(D) sentimentos religiosos.
QUESTÃO 49
Você já deve ter ouvido falar que nos quartéis os soldados fazem
exercícios físicos todos os dias. Também deve saber que os
bailarinos enfrentam horas de treinamento.
A constatação desses fatos nos leva a concluir que
(A) a repetição de movimentos específicos melhora o desempenho.
(B) o bom desempenho independe de treinamento.
(C) o esforço é desnecessário para o bom desempenho.
(D) o talento é o que melhora o desempenho.
QUESTÃO 50
Milagres do Povo
Quem descobriu o Brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente
Ojú Obá ia lá e via
Xangô manda chamar
Obatalá guia
Mamãe Oxum chora
Lágrima alegria
Pétala de Iemanjá
Iansã Oiá ria
Ojú Obá ia lá e via
Ojú Obá ia
Obá
VELOSO, Caetano. Milagres
do Povo. Gravadora Gapa /
Warner Chappell, 1985.
Neste trecho da letra da canção Milagres do Povo, pode-se identificar
(A) a incorporação de elementos da cultura africana pela cultura brasileira.
(B) o contato entre elementos das culturas italiana e brasileira.
(C) a incorporação de elementos da cultura indígena pela cultura brasileira.
(D) o contato entre elementos da cultura asiática e a cultura brasileira.
31
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 51
O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos
moribundos.
? Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o
coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua
desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a
obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo
miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro
precisava chegar, não sabia onde.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 1973.
Em Vidas Secas, publicado em 1938, estão presentes o desamparo e a incerteza do homem
quanto ao próprio destino. A incerteza de Fabiano quanto a seu destino aparece na seguinte
passagem do texto:
(A) O pirralho não se mexeu
(B) ...a obstinação da criança irritava-o.
(C) ...esse obstáculo miúdo... dificultava a marcha
(D) precisava chegar, não sabia onde.
QUESTÃO 52
O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo, Minas Gerais, possui o mais importante conjunto de
obras do artista brasileiro apelidado Aleijadinho.
Lá estão as capelas pintadas com as cenas da paixão de Cristo e as esculturas dos Profetas
bíblicos, destacando o caráter
(A) social da obra de Aleijadinho.
(B) político da obra de Aleijadinho.
(C) econômico da obra de Aleijadinho.
(D) religioso da obra de Aleijadinho.
32
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 53
As crianças do interior do Brasil se vestem de anjos para
comparecer às procissões e festas da Igreja Católica. A pintora
Tarsila do Amaral reproduz no quadro Anjos, de 1924, uma
dessas cenas onde se vêem rostos amorenados,
representando, com isso, a
(A) pobreza do mundo religioso.
(B) tristeza do povo religioso.
(C) mistura de povos no Brasil.
(D) variedade de crenças no Brasil.
QUESTÃO 54
O artista popular Mestre Vitalino modelava em
barro pequenas figuras humanas que contam a vida do
Agreste de Pernambuco.
Esta obra de Mestre Vitalino retrata um
comportamento característico do povo nordestino que,
em época de seca,
(A) permanece no mesmo lugar.
(B) colhe os frutos da lavoura.
(C) molha a terra constantemente.
(D) abandona suas terras.
33
ENSINO MÉDIO
O TEXTO ABAIXO REFERE-SE ÀS QUESTÕES 55 E 56.
Cunhantã
Vinha do Pará
Chamava Siquê.
Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.
Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
Tinha uma cicatriz no meio da testa:
–– Que foi isso Siquê?
Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:
–– Minha mãe (a madrasta) estava costurando
Disse vai ver se tem fogo
Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo
Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa
Riu, riu, riu
Uêrêquitáua.
O ventilador era a coisa que roda.
Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
QUESTÃO 55
Entre as várias características da personagem Siquê presentes no poema, há uma que é feita
por meio de uma comparação, que ocorre no verso:
(A) Tinha uma cicatriz no meio da testa.
(B) Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
(C) Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra.
(D) Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!
QUESTÃO 56
O diminutivo escurinha empregado na primeira estrofe, para caracterizar Siquê, expressa
(A) agressividade.
(B) ironia.
(C) carinho.
(D) indiferença.
34
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 57
Cinto de segurança também no banco de trás. Proteja a vida de
quem você ama.
Considerando esse texto como parte de uma campanha educativa, pode-se afirmar que a sua
função principal é
(A) narrar.
(B) descrever.
(C) relatar.
(D) convencer.
QUESTÃO 58
CANTEIROS
E eu ainda sou bem moço
pra tanta tristeza,
Deixemos de coisa,
cuidemos da vida,
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida.
MEIRELES, Cecília. Canteiros. In: Raimundo Fagner ao vivo. Ed Warner /
Chappel, 2000.
Recentemente, o compositor e intérprete Fagner acrescentou música ao poema Canteiros, de
Cecília Meireles, associando duas manifestações artísticas. Com isso, o compositor
(A) prestigiou tanto a literatura quanto a música popular.
(B) divulgou a temática das belezas naturais do Nordeste.
(C) valorizou aspectos ainda pouco conhecidos da história do país.
(D) prejudicou o valor literário do poema na medida em que o popularizou.
35
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 59
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os
olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. (...)
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma
aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros,
lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que
escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As
mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não
as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço,
que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do
casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o
pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e
esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e
fungando contra as palmas da mão (...).
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço, São Paulo: Ática, 1987.
No romance O Cortiço, enquanto os seres inanimados aparecem humanizados, os humanos
aparecem animalizados. Considerando os trechos grifados no texto, assinale a alternativa em
que isso se manifesta.
(A) o cortiço acordava/fossando e fungando.
(B) do fio de água que escorria/prender as saias entre as coxas.
(C) O chão inundava-se/tostada nudez dos braços.
(D) suspendendo o cabelo todo/metiam a cabeça bem debaixo da água.
QUESTÃO 60
Os jovens acreditam que o Brasil estará em uma situação social,
política e econômica melhor em um médio prazo. Este dado foi
revelado em uma pesquisa realizada, em março, pelo CIEE/SP,
com 500 estudantes paulistas (61% com idade entre 16 e 20
anos). Do total de entrevistados, 78% acreditam que a situação
melhorará num futuro próximo.
Adaptado de O Estado de S. Paulo, 28 de abril de 2002.
36
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
A crença, expressa no texto, de que os jovens têm boas expectativas em relação ao futuro do
Brasil está fundamentada em uma pesquisa realizada com
(A) todos os estudantes brasileiros.
(B) 78% dos jovens estudantes brasileiros.
(C) 61% de jovens com idade entre 16 e 20 anos.
(D) 500 estudantes paulistas.
QUESTÃO 61
Quero me casar
Na noite na rua
No mar ou no céu
Quero me casar.
Procuro uma noiva
Loura morena
Preta ou azul
Uma noiva verde
Uma noiva no ar
Como um passarinho.
Depressa, que o amor
Não pode esperar!
Carlos Drummond de Andrade
Pelas suas características, esse texto é
(A) uma propaganda.
(B) um poema.
(C) um anúncio.
(D) uma notícia.
QUESTÃO 62
1. Deite a vítima de costas sobre uma superfície dura, levantelhe as pernas e apóie-as numa cadeira, por exemplo. Por
vezes, somente esta medida basta para reativar a circulação
do sangue.
37
ENSINO MÉDIO
2. Se a vítima for um adulto, dê dois ou três golpes em seu peito,
com a mão fechada. Também esses golpes podem ser
suficientes para reativar o coração parado.
ATENÇÃO: Nunca dê esses golpes em crianças ou em pessoas
idosas.
Saúde Primeiros Socorros, São Paulo: Editora Nova Cultural, 2001.
O texto acima dá instruções ao leitor sobre o que fazer em caso de ocorrer uma parada
cardíaca. Para isso, utiliza verbos que indicam como o leitor deve agir. Esses verbos são:
(A) deite – levante – apóie – dê.
(B) deite – apóie – reativar – podem.
(C) levante - dê – for – basta.
(D) levante – basta – reativar – podem.
QUESTÃO 63
O empresário moderno não demite mais, faz um “downsizin”, ou
redimensionamento para baixo, em sua empresa. O empregado
pode dizer em casa que não perdeu o emprego, foi downsizeado,
e ainda impressionar os vizinhos.
VERÍSSIMO, Luís Fernando, O Estado de S. Paulo, 12 de outubro de 1997.
A partir da leitura do texto, pode-se dizer que o autor
(A) divulga o emprego com palavras estrangeiras.
(B) ironiza a substituição de palavras em português por palavras estrangeiras.
(C) explica que os patrões devem falar de modo incompreensível.
(D) critica os empregados que usam palavras estrangeiras.
QUESTÃO 64
Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te
liga aí: Aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói
devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem
pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, de primeiro ao
quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jeito, nem reza
brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus (...).
Agência Adag. Realização: TV Cultura, 1988.
38
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
O trecho acima foi tirado de um vídeo exibido na Casa de Detenção de São Paulo e foi produzido
com o objetivo de ensinar aos presos formas de prevenção contra a Aids.
A escolha da linguagem utilizada tem a finalidade de
(A) mostrar a fala do dia-a-dia das pessoas.
(B) imitar a fala de um advogado no tribunal.
(C) expressar proximidade com a fala dos presidiários.
(D) reproduzir a fala de uma determinada região.
QUESTÃO 65
Comecei a trabalhar na roça com 11 anos. Trabalhava até o
meio-dia, ia buscar o almoço do meu pai na cidade e levava para
a roça. Voltava de novo para estudar. Às vezes chegava cansado
do trabalho, não tinha nem coragem para tomar banho, para
almoçar. Aí ia para a escola, chegava lá meio por fora. Achei
melhor parar de estudar. Eu sou pobre, não tenho nada.
Continuei só na roça.
E. F. S., 17 anos, agricultor, Folhateen, Folha de S. Paulo, 01 de junho de 2002.
Entre os problemas enfrentados pelo estudante, E. F. S. reclama especialmente
(A) da distância entre a escola e sua casa.
(B) da sobrecarga de trabalho enquanto estuda.
(C) da falta de amigos na escola.
(D) da falta de apoio de sua família.
QUESTÃO 66
Leia o seguinte aviso colocado em uma empresa.
ATENÇÃO
Com autorização do diretor da empresa, a partir de amanhã, o
horário de entrada dos funcionários será meia hora mais cedo e o
horário de saída será meia hora mais tarde.
Arquimedes Silva
39
ENSINO MÉDIO
O aviso pode ser interpretado pelos funcionários como
(A) uma consulta sobre a mudança de horários.
(B) uma ordem a ser cumprida.
(C) uma idéia a ser discutida.
(D) um questionamento sobre a disponibilidade dos funcionários.
QUESTÃO 67
A mãe diz para a criança:
— Se você tomar seu banho bem direitinho, lavar os cabelos e as
orelhas e depois me deixar cortar suas unhas, à noite vamos
tomar um sorvete de creme com calda de chocolate.
Essa maneira de se expressar indica que a mãe tenta convencer a criança,
(A) fazendo ameaças.
(B) oferecendo vantagens.
(C) demonstrando tristeza.
(D) usando autoridade.
QUESTÃO 68
Em nosso país, o voto é obrigatório para todos os cidadãos que
têm entre 18 e 70 anos.
Assinale a alternativa que apresenta uma idéia contrária ao voto obrigatório.
(A) Impelir o cidadão a votar é procurar tutelar a democracia, é tentar brecar seu
desenvolvimento. (...) Por isso, me animo a dizer que é tão importante votar para
escolher alguém que possa levar a sério a política quanto dar liberdade ao cidadão de
não votar, de não ir às urnas.
(B) ... a partir de amanhã, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) volta a
veicular a campanha Se Liga, 16! — Exercite a Cidadania, em rede nacional de
televisão, para estimular o alistamento eleitoral juvenil.
(C) Estar em situação irregular junto à Justiça Eleitoral acarreta uma série de restrições,
como não poder tirar passaporte, prestar concursos públicos e freqüentar
universidades estatais.
(D) O voto é facultativo para os jovens entre 16 e 18 anos, os maiores de 70 e os
analfabetos. Poderá votar quem fizer 16 anos até outubro.
40
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 69
João estava ensaiando para tocar na banda do colégio. Com a boca no trombone, tocava
sem parar. Sua mãe, já nervosa com tanto barulho, esbravejou com ele. João tentou
argumentar, mas sua mãe mandou que fechasse a boca. Ele pensou à boca miúda que sua mãe
era muito chata.
As expressões em negrito significam respectivamente
(A) soprar um instrumento musical - ficar quieto - em voz baixa.
(B) denunciar - ficar quieto - boca cansada.
(C) instrumento musical - ficar quieto - boca que não faz barulho.
(D) denunciar - calar-se - boca que não disse nada.
QUESTÃO 70
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
ANDRADE, Oswald de. Vício na fala. In: Literatura Comentada, São Paulo:
Abril, 1980.
Esse poema relaciona a forma culta e a popular das palavras milho/mio, pior/pio, telha/teia,
telhado/teiado. Ao contrapor essas duas formas de expressão e terminar dizendo E vão fazendo
telhados, o texto
(A) ironiza a fala das pessoas simples.
(B) ressalta a função social e produtiva dos mais humildes.
(C) procura ensinar a pronúncia e a escrita correta das palavras.
(D) sugere que os telhados não ficarão bem feitos.
QUESTÃO 71
O nome Amazonas foi dado pelo frei espanhol Gaspar de
Carvajal, o primeiro cronista europeu a viajar pelo rio, na
primeira metade do século XVI. O frei afirmou que sua
embarcação foi atacada por mulheres que, como na mitologia
41
ENSINO MÉDIO
grega das amazonas, pretendiam escravizar os homens para
procriar antes de matá-los.
Revista Veja Especial Amazônia, 24 de dezembro de 1997.
Pode-se dizer que este texto foi escrito principalmente para que o leitor seja
(A) convencido sobre a necessidade de preservar a Amazônia.
(B) informado sobre a origem do nome Amazonas.
(C) incentivado a conhecer o rio Amazonas.
(D) esclarecido sobre quem eram os habitantes primitivos da Amazônia.
QUESTÃO 72
E se somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que é a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
MELO NETO, J. C. Morte e vida severina. São Paulo: Aguilar, 1999.
As repetições de palavras e de estruturas presentes neste trecho de Morte e vida Severina são
recursos expressivos que pretendem mostrar que
(A) a vida no sertão nordestino é diferente de pessoa para pessoa.
(B) Severino conhece muitas pessoas com o mesmo nome que o seu.
(C) há muitas mulheres com o nome de Severina no sertão nordestino.
(D) a fome e a miséria atingem muitos habitantes do sertão nordestino.
QUESTÃO 73
Já se criticou com muita razão a proliferação de chavões e
frases-feitas na chamada crônica esportiva. (...) Mas há que
reconhecer o outro lado da questão: o futebol deve muito de sua
42
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
poesia à linguagem que se foi criando ao seu redor (...). Pela
magia das palavras, num campo gramado em que só há atletas
correndo atrás de uma bola, surgem de repente folhas secas,
chapéus, meias-luas, carrinhos, lençóis, pontes, chuveiros,
balões, peixinhos.
SUZUKY, Matinas. Folha de S. Paulo, 17 de outubro de 1996.
O autor evidencia sua opinião sobre a proliferação e frases-feitas na chamada crônica esportiva
ao demonstrar
(A) ser preconceituoso em relação à linguagem usada pelos atletas.
(B) ser indiferente aos chavões e frases-feitas pela crônica esportiva.
(C) desaprovar o uso de expressões poéticas na crônica esportiva.
(D) ter admiração pela linguagem criativa e poética do futebol.
QUESTÃO 74
Quem quer ter acesso a todos os espetáculos em cartaz nos EUA
ou na Inglaterra pode recorrer ao site da TICKETMASTER
(www.ticketmaster.com), maior operadora de ingressos dos
EUA. Há muitas opções: o melhor é pesquisar por título, local ou
data. Cobra uma taxa de US$ 2.50 por ingresso: o ticket é
entregue na própria bilheteria do teatro, mediante apresentação
de uma senha. Atenção: para espetáculos em Londres, clique
em “International”, e depois no mapa da Inglaterra.
Revista Marie Claire, março 2002.
Com base no texto, é correto afirmar que
(A) o site da operadora oferece ingressos para espetáculos em cartaz no Brasil.
(B) nos EUA e na Inglaterra não é possível comprar ingressos para espetáculos na
bilheteria.
(C) o comprador recebe em casa os ingressos que compra para espetáculos no exterior.
(D) podem-se comprar ingressos para espetáculos no exterior mesmo estando no Brasil.
43
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 75
O código de barras, presente em embalagens, tem várias finalidades de informação. Uma delas
é permitir às empresas
(A) controlar o estoque dos produtos.
(B) atrair os consumidores.
(C) ocultar os preços dos produtos.
(D) fazer propaganda dos produtos.
QUESTÃO 76
As grandes cidades possuem câmeras de vídeo instaladas em suas vias principais, cuja
finalidade é acompanhar o trânsito e
(A) reduzir o estresse dos motoristas.
(B) calcular o número exato de veículos.
(C) auxiliar no controle do tráfego.
(D) registrar os índices de poluição.
QUESTÃO 77
A previsão do tempo, divulgada pelos meios de comunicação, é feita a partir de dados
coletados em todo o mundo por meio de
(A) rádio.
(B) repórteres.
(C) satélites.
(D) fotógrafos.
44
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 78
Cândido Portinari, Retirantes. 1944
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai!
Porque tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, Asa Branca.
O pintor brasileiro Cândido Portinari representa, no quadro Retirantes, uma cena brasileira
semelhante ao que expressa a letra da música Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto
Teixeira. Essa cena representa o problema
(A) da falta d'água nas plantações de todo o Brasil.
(B) da seca no nordeste brasileiro.
(C) do incêndio no nordeste brasileiro.
(D) do sofrimento de todas as crianças brasileiras
LEIA ATENTAMENTE O TEXTO ABAIXO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 79 A 82.
Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da
raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa, desapontada,
murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te
curo!...” E em voz alta: - Amigo, venho contar uma grande
novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro,
gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos
andam agora aos beijos, como namorados. Desça desse poleiro e
venha receber o meu abraço de paz e amor. - Muito bem! exclama o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que
beleza vai ficar o mundo, limpo de guerras, crueldades e
traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... como
lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que
também eles tomem parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de
histórias e tratou de pôr-se ao fresco, dizendo:
45
ENSINO MÉDIO
- Infelizmente, amigo co-ri-có-có, tenho pressa e não posso
esperar pelos amigos cães. Fica para outra vez a fresca, sim? Até
logo.
E raspou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.
(Monteiro Lobato)
QUESTÃO 79
“... Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa
árvore...”. Todas as alternativas apresentam sinônimos para a palavra em destaque, EXCETO.
(A) Astuto.
(B) Sabido.
(C) Malandro.
(D) Desatento.
(E) Esperto.
QUESTÃO 80
A esperteza do galo matreiro manifestou-se exatamente no fato de ter dado a impressão de estar
de acordo com a raposa, quando na realidade continuou em desacordo. Essa atitude do galo
matreiro preservou a sua
(A) ação de não ficar no alto.
(B) crença de que a guerra não havia acabado.
(C) existência entre os animais.
(D) crença de que a guerra havia acabado.
(E) ação de esperar os amigos cães.
QUESTÃO 81
“...acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na confraternização.” A expressão
destacada traduz idéia de
(A) comparação
(B) conformidade
(C) finalidade
(D) concessão
(E) proporção
46
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 82
A partir da leitura do enunciado “Contra esperteza, esperteza e meia.” É correto afirmar que
(A) a raposa era esperta.
(B) a raposa enganou o galo
(C) os cães pegaram a raposa
(D) o galo também era esperto.
(E) a esperteza do galo foi superior à esperteza da raposa.
LEIA ATENTAMENTE O TEXTO E RESPONDA ÀS QUESTÕES DE 83 A 87.
Momento no Café
Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida.
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um, no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudavam a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.
(Manuel Bandeira)
QUESTÃO 83
Qual o comportamento dos “homens que se achavam no café”, quando tiraram o chapéu
maquinalmente?
(A) Egoísta.
(B) Desesperado.
(C) Materialista.
(D) Mecânico.
(E) Afetuoso.
47
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 84
Leia as afirmações abaixo.
I. A segunda estrofe em relação à primeira encerra uma reflexão.
II. A segunda estrofe em relação à primeira encerra uma repetição.
III. A segunda estrofe em relação à primeira encerra uma confirmação.
Somente está CORRETO o que se afirma em
(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) I e III.
QUESTÃO 85
Em relação ao sentido da morte, a atitude dos homens “que se achavam no café” (estrofe I) é de
(A) envolvimento
(B) revolta
(C) alheamento
(D) paixão
(E) reflexão.
QUESTÃO 86
Na segunda estrofe, a atitude do homem que “se descobriu” é de
(A) atrevida irreverência.
(B) contida hipocrisia
(C) inflamada ironia
(D) reflexiva reverência.
QUESTÃO 87
Qual dos versos abaixo remete o leitor à idéia de morte expressa no poema?
(A) Os homens que se achavam no café.
(B) Absortos na vida.
(C) A vida é uma agitação feroz e sem finalidade.
(D) Que a vida é traição.
(E) Saudava a matéria que passava liberta para sempre da alma extinta.
48
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 88
GLOSSÁRIO DAS RUAS
Pichação - Desenho sem preocupação estética, feito
basicamente com símbolos e letras de alfabeto criados pelos
pichadores, que só os iniciados conseguem ler. Feita, de
preferência, em locais de difícil acesso.
Grafite - Pintura que nasceu na rua, com letras rebuscadas e
hoje inclui desenhos; tem grande preocupação estética.
Grapicho - Mistura de pichação com grafite.
Decoração - Trabalho de grafite ou pichação feito para casas e
estabelecimentos comerciais.
Revista da Folha, 26/3/2006 (com adaptações).
Esse texto foi escrito com objetivo de
(A) analisar uma realidade.
(B) opinar sobre conceitos.
(C) descrever uma situação.
(D) definir palavras.
QUESTÃO 89
Conservar o produto em temperatura ambiente entre 15 e 30 ºC, protegido da
umidade. O prazo de validade do produto é de 36 meses a partir da data de fabricação impressa
na embalagem. Não utilize medicamento com o prazo de validade vencido.
Da leitura desse texto, impresso em uma bula de remédio, o usuário deve compreender que
(A) o produto vale por 36 meses a partir do dia da compra.
(B) pode guardar o produto perto de torneiras de água corrente.
(C) pode conservar o produto perto do fogão na cozinha.
(D) é preciso conferir na embalagem do produto a data de fabricação.
QUESTÃO 90
A aula ficou mais democrática — quem não quer jogar, toca,
canta ou bate palmas e ainda conhece novos instrumentos
musicais, como o berimbau, o atabaque, o pandeiro e o caxixi.
Para abrir ainda mais o leque de conteúdos, a professora
estimula os estudantes a compor músicas típicas da capoeira.
Araçaí Mulliterno de Almeyda. Revista Nova Escola. agosto/2000, p. 20.
49
ENSINO MÉDIO
A situação descrita pode ser identificada como uma manifestação
(A) publicitária.
(B) esportiva.
(C) social.
(D) cultural.
QUESTÃO 91
Antigamente, quando não havia máquinas e o homem vivia em pequenas tribos, era
grande a luta pela sobrevivência. A fim de manter-se vivo e defender sua família, o homem
necessitava caçar, pescar, colher frutas e guerrear. Com isso, os homens primitivos realizavam
um grande número de atividades físicas. Atualmente, com o avanço tecnológico em todos os
setores, a maior parte das pessoas movimentam-se pouco e acabam ficando prejudicadas por
falta de exercícios físicos.
De acordo com o texto, um fato que contribui para a diminuição da prática de atividade física
pelo homem moderno é
(A) o aumento exagerado de compromissos profissionais.
(B) a necessidade de mudança dos padrões de estética.
(C) a grande competitividade no local de trabalho.
(D) o desenvolvimento tecnológico crescente na sociedade atual.
QUESTÃO 92
Os Jogos Pan-Americanos serão realizados em julho de 2007, na cidade do Rio de
Janeiro. O Pan é um evento esportivo de enorme importância esportiva internacional que exige
um comprometimento financeiro de grande porte, necessário para as reformas ou construções
de instalações apropriadas às práticas esportivas e para alojar e alimentar atletas importantes
pelos seus feitos esportivos. Segundo a manchete publicada no Jornal do Brasil, em
30/4/2006, a Judoca Raquel Silva foi descoberta em projetos sociais e agora busca vaga para o
Pan 2007. A desportista participa de um projeto que atende a 700 jovens.
Além de estimular o investimento financeiro na construção de instalações esportivas, a
realização do Pan gera também benefícios que atuam diretamente na cultura corporal, como,
por exemplo,
(A) o investimento nos programas esportivos.
(B) o aumento de convites para jogos internacionais.
(C) o incentivo às práticas esportivas.
(D) a geração de maior número de esportes de competição.
50
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 93
— Tu tá gozada...
Ela ficou triste. Pedro Bala parou de rir.
— Tu não tá vendo que tu não pode? Que isso não é coisa prá
menina. Isso é coisa prá homem.
— Como se vocês fosse tudo uns homão. É tudo uns menino.
Jorge Amado. Capitães de Areia.
Ao criar personagens cujas falas fogem à norma padrão da língua, o autor pretende
(A) caracterizar seus personagens socialmente.
(B) criticar o uso formal da língua em falas populares.
(C) ironizar os personagens por meio do discurso utilizado.
(D) emocionar o leitor através desse tipo de discurso.
QUESTÃO 94
Menino do Rio
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço.
Caetano Veloso.
O trecho de letra de música acima permite ao leitor criar uma imagem do personagem por meio
dos seguintes elementos:
(A) descrição temporal e sua caracterização.
(B) indicação de sua origem e descrição física.
(C) caracterização do espaço e uso do registro oral.
(D) apresentação de aspectos do espaço e do tempo.
QUESTÃO 95
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor.
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
51
ENSINO MÉDIO
Condão de prodígios, de glória e terror!
Gonçalves Dias. Juca Pirama. In: Poesias Completas. São Paulo: Saraiva, 1950.
Os versos do poema acima apresentam a figura do indígena para
(A) idealizar e valorizar o índio.
(B) criticar a atitude do colonizador.
(C) denunciar o abandono do índio.
(D) mostrar a integração do índio e do branco.
QUESTÃO 96
Volta às aulas. Hora de rever os amigos, contar as histórias das férias, e, também, de
saber que o cinto de segurança é obrigatório e fundamental para todos os passageiros do
veículo.
É importante ficar atento a algumas dicas que evitam acidentes e aborrecimentos.
•?
Nas faixas onde houver semáforo, só atravesse quando o sinal estiver
fechado para os carros.
•
Sempre atravesse na faixa.
•
Sinalize antes de atravessar pela faixa.
•
No ponto de ônibus, só atravesse após a saída do ônibus.
•
Atravesse longe das curvas.
A função predominante do texto acima, retirado de um folheto do Departamento de Trânsito, é
(A) advertir os motoristas.
(B) valorizar os motoristas.
(C) orientar os pedestres.
(D) consultar os pedestres.
QUESTÃO 97
Leia este trecho de uma tentativa de diálogo com a assistência técnica de um provedor
de Internet.
Rapaz: Seu e-mail, por favor.
Moça: Jussara, sublinha, simoes.
Rapaz: Como?
Moça: Jussara, sublinha, simoes.
Rapaz: Jussara, underláine, simoes?
Moça: Não, meu querido, jussara, sublinha, simoes.
52
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Rapaz: É um tracinho embaixo, não é?
Moça: Exatamente, um tracinho embaixo, sublinha.
Rapaz: É underláine ou underscore.
Moça: Não, meu bem, é underláine ou underscore em inglês,
mas eu não estou conversando com você em inglês, estou no
Brasil, estou falando português.
Internet: <www.novomilenio.inf.br/idioma/index.html>
Nesse diálogo, a fala da moça demonstra que ela
(A) despreza vocábulos do idioma nacional
(B) evita termos internacionais de prestígio.
(C) não conhece termos da língua inglesa.
(D) opta por preservar a língua portuguesa.
QUESTÃO 98
A RioLazer, uma loja de móveis para varanda e piscina, apresentou esta propaganda:
Garanta seu lugar ao sol na primeira classe.
É correto afirmar que o texto publicitário tenta convencer o leitor apelando para o seu
sentimento de
(A) solidariedade.
(B) precaução.
(C) patriotismo.
(D) ambição.
QUESTÃO 99
Compare os poemas a seguir.
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
(...)
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
53
ENSINO MÉDIO
Me dá um cigarro
Oswald de Andrade. Pronominais. In: Jorge Schwartz (org). Oswald de
Andrade. São Paulo: Abril Educação, 1980. p. 23.
A minha poesia
seria sem gramática
feita toda de cor
ao som do violão
com as palavras aprendidas na fala do povo.
Jorge Barbosa. Simplicidade. In: Claridade - revista de arte e letras. Praia:
Instituto Cabo-verdiano do Livro e do Disco, 1986, p. 39.
O escritor cabo-verdiano, concordando com Oswald de Andrade, entende que o principal
recurso para fazer poesia é
(A) obedecer à gramática.
(B) associar imagens visuais.
(C) reproduzir a fala popular.
(D) construir um jogo sonoro.
QUESTÃO 100
Produtos ecológicos, como frutas orgânicas, são muito caros.
Tive que rever meu orçamento.
Época. 5/4/2006.
O depoimento acima foi prestado por um jornalista inglês que passou um ano consumindo
apenas produtos que não poluíssem o meio ambiente. Em depoimento revela que a
preocupação com o meio ambiente
(A) não está nunca limitada pelos interesses econômicos.
(B) pode estar em conflito com os interesses econômicos.
(C) determina a maneira de conduzir os interesses econômicos.
(D) não apresenta qualquer relação com os interesses econômicos.
QUESTÃO 101
Em uma reportagem sobre a reprodução e distribuição gratuita
de livros pela Internet, foram encontrados os seguintes
depoimentos: Não é diferente de uma biblioteca convencional
54
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
em que o aluno retira a obra que deseja sem pagar.
Elton Veraga Nunes, Coordenador da biblioteca virtual de uma Universidade.
Na verdade é diferente sim. Numa biblioteca há o empréstimo e
não a cópia. Qualquer uso ou distribuição de cópia não
autorizada é ilícito.
Dalton Morato Filho, Diretor da Associação Brasileira de Direitos Autorais.
Quanto aos dois depoimentos, é correto afirmar que
(A) ambos defendem pontos de vista diferentes, um do lado dos estudantes que querem
ler e o outro, o dos autores que querem seus direitos respeitados.
(B) ambos analisam a questão pelo mesmo ponto de vista, embora defendam posições
diferentes.
(C) só um deles apresenta argumentos capazes de defender seu ponto de vista; o outro,
apenas dá uma opinião seguida de diversos exemplos.
(D) nenhum deles apresenta argumentos para defender seus pontos de vista com clareza.
QUESTÃO 102
O viajante chegou numa cidade e perguntou o que tinha pra se
fazer ali, pra móde distrair um pouquinho. Logo lhe disseram
que havia lá no arrabalde da cidade uma rinha de galo. Lugar
onde colocam os coitados para brigar.
Almanaque Brasil de Cultura Popular, n.º 84, mar/2006.
A expressão empregada pelo autor para registrar uma fala tipicamente caipira é
(A) “pra móde distrair”.
(B) “arrebalde da cidade”.
(C) “'rinha de galo”.
(D) “distrair um pouquinho”.
QUESTÃO 103
Vivo do currá pro mato,
Sou correto e munto izato,
Por farta de zelo e trato
Nunca um bezerro morreu.
Se arguém me vê trabaiando,
A bezerrama curando,
55
ENSINO MÉDIO
Dá pra ficá maginando
Que o dono do gado é eu.
Internet: <www.tanto.com.br/ patativa–clássicos.htm>
Os versos acima são de Patativa do Assaré, poeta popular cearense. Sua linguagem
(A) necessita de correções para ter valor.
(B) é incorreta porque imita a fala do vaqueiro.
(C) representa adequadamente a fala dos vaqueiros
(D) é inadequada para poemas populares.
QUESTÃO 104
Leia este poema de Murilo Mendes.
Os magos janeiram dia 6
Os peixes abrilam dia 1
A Virgem setembra dia 8
Os mortos novembram dia 2.
É correto afirmar que o poeta
(A) emprega palavras existentes na língua portuguesa do Brasil.
(B) inventa novas palavras de acordo com possibilidades da língua.
(C) forma novos verbos a partir de nomes, tornando o poema incompreensível.
(D) é criativo, mas não conhece o idioma para estabelecer comunicação clara.
QUESTÃO 105
Um estudo recente feito no Pantanal dá uma boa idéia de como o
equilíbrio entre as espécies, na natureza, é um verdadeiro quebracabeça. As peças do quebra-cabeça são o tucano-toco, a arara-azul
e o manduvi. O tucano-toco é o único pássaro que consegue abrir o
fruto e engolir a semente do manduvi, sendo, assim, o principal
dispersor de suas sementes. O manduvi, por sua vez, é uma das
poucas árvores onde as araras-azuis fazem seus ninhos.
Até aqui, tudo parece bem encaixado, mas... é justamente o
tucano-toco o maior predador de ovos de arara-azul — mais da
metade dos ovos das araras são predados pelos tucanos. Então,
ficamos na seguinte encruzilhada: se não há tucanos-toco, os
56
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
manduvis se extinguem, pois não há dispersão de suas
sementes e não surgem novos manduvinhos, e isso afeta as
araras-azuis, que não têm onde fazer seus ninhos. Se, por outro
lado, há muitos tucanos-toco, eles dispersam as sementes dos
manduvis, e as araras-azuis têm muito lugar para fazer seus
ninhos, mas seus ovos são muito predados.
Internet: <http://oglobo.globo.com> (com adaptações).
De acordo com a situação descrita,
(A) o manduvi depende diretamente tanto do tucano-toco como da arara-azul para sua
sobrevivência.
(B) o tucano-toco, depois de engolir sementes de manduvi, digere-as e torna-as inviáveis.
(C) a conservação da arara-azul exige a redução da população de manduvis e o aumento da
população de tucanos-toco.
(D) a conservação das araras-azuis depende também da conservação dos tucanos-toco,
apesar de estes serem predadores daquelas.
(E) a derrubada de manduvis em decorrência do desmatamento diminui a disponibilidade
de locais para os tucanos fazerem seus ninhos.
QUESTÃO 106
Em um anúncio sobre as belezas naturais do estado da Paraíba, lê-se a seguinte
advertência:
ATENÇÃO
ESTE ANÚNCIO PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA. PERSISTINDO
OS SINTOMAS, PROCURE SEU AGENTE DE VIAGENS.
(Revista Veja, edição 1869, 1º de Setembro de 2004)
A partir da mensagem do texto, conclui-se que
(A) curar doenças é o papel do agente de viagens.
(B) existe uma proliferação de doenças no estado da Paraíba.
(C) há muitos dependentes de drogas viajando para a Paraíba.
(D) é comum que as pessoas se encantem com belezas naturais da Paraíba.
57
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 107
Observe o mapa:
MAPA 1
deira
pão
an h a
a
i
tál
aI
Ru
Rua Ma
Rua Ja
Praça
do Céu
Rua
Rua P
er
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Fran
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Um Rua
policial
precisa chegar ao
seu local de
Argentina
Praça
l
So
o
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trabalho, situado na Praça do Mar.
Ele está na rua
Rua
Chile
Bolívia e utiliza o caminho assinalado no mapa
s
para chegar anidaseu
passando pelos
Canáriadestino,
Ave
seguintes pontos:
anárias
Avenida C
sp
Rua E
Um policial precisa chegar ao seu local
de trabalho, situado na Praça do Mar.
Ele está na rua Bolívia e utiliza o
caminho assinalado no mapa para
chegar a seu destino, passando pelos
seguintes pontos:
Praça
do Mar
(A) rua Argentina, rua Equador, avenida Canárias e rua da França.
(B) rua Argentina, rua Peru, avenida Canárias e rua Madeira.
(C) avenida Canárias, rua Espanha, rua Madeira e rua Japão.
(D) avenida Canárias, rua Japão, rua Madeira e rua Espanha
QUESTÃO 108
A Capoeira surgiu no Brasil no século XVI. Os escravos trazidos da África
desenvolveram uma dança que, ao som de instrumentos de percussão, treinava golpes de luta.
Dessa forma, foi possível aos capoeristas preparar a resistência física, sem que os Senhores de
Engenho notassem as suas verdadeiras intenções. Quando conseguiam fugir, os escravos
escondiam-se na mata e, se encontrados, lutavam duramente. Daí vem o nome da dança: em
tupi-guarani, “caa” significa mato e “puera”, mato cortado.
De acordo com o texto, a capoeira é uma
(A) luta de origem brasileira levada para a África.
(B) luta dos africanos que resistiram em vir para o Brasil.
(C) dança de autodefesa dos africanos escravizados no Brasil.
(D) dança de origem africana em louvor da vegetação brasileira.
QUESTÃO 109
Leia o texto:
O sedentarismo já é considerado a doença do próximo milênio.
Na verdade, trata-se de um comportamento induzido por hábitos
decorrentes dos confortos da vida moderna. Com a evolução da
58
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
tecnologia e a tendência de substituição das atividades
ocupacionais por facilidades automatizadas, o ser humano
adota, cada vez mais, a lei do menor esforço, reduzindo o
consumo energético de seu corpo.
(Adaptado de Neto, Turíbio Leite Barros. Sedentarismo in
http://emedix.com.br/doe/mes001_1f_sedentarismo.php )
De acordo com o texto, o sedentarismo é um comportamento que tem origem
(A) na diminuição do conforto em casa e no ambiente de trabalho.
(B) na preocupação do homem moderno com o próprio corpo.
(C) no aumento de energia humana na realização do trabalho.
(D) no avanço das tecnologias diminuidoras do esforço humano.
QUESTÃO 110
...Essa avó era muito engraçada, alta, grandona, sempre
escrevendo no computador. Seu nome encantado era Lilibeth.
Ela era um pouco diferente das outras avós, porque era uma
bruxa. Pouca gente sabia disso: era segredo. Mas ela era bruxa
boa, claro, das que fazem feitiço para proteger as pessoas e
assustar as bruxas más...”
(LUFT, Lia. Histórias de Bruxa Boa. Rio de Janeiro: Record, 2004.)
Da leitura do trecho do livro de Lia Luft, identifica-se que o texto é predominantemente
(A) uma descrição, porque apresenta características de uma pessoa.
(B) uma poesia narrativa, pois conta liricamente a história da avó.
(C) uma dissertação, porque fornece argumentos sobre a personalidade da avó.
(D) uma publicidade, pois convence o leitor de que as bruxas são boas.
QUESTÃO 111
Leia o texto abaixo:
“Diz que, em tempos imemoriais, quando este mundo andava
ainda meio incompleto, lá pelas bandas de Ribeirão Preto, um
grupo de amigos reuniu-se para sugerir a Deus Nosso Senhor uma
fruta perfeita. Um era meio preguiçoso, outro bastante tecnocrata,
outro tinha mania de limpeza e diz até que um desdentado havia.
59
ENSINO MÉDIO
Formaram, pois, um grupo de trabalho e, unidos, foram
definindo as características básicas da fruta ideal: docinha,
fácil de descascar, fácil de mastigar, sem espinho que fere, suco
que lambuza, bicho que enoja ou caroço que ocupa espaço. (...)
E Deus olhou e viu que era bom e foi e criou a banana.”
(Carlos Moraes. Revista Ícaro Brasil. RMC Editora, Out/2004)
No trecho “... olhou e viu que era bom e foi e criou a banana”, a repetição da conjunção grifada
foi utilizada com a finalidade de
(A) estabelecer uma relação de condição entre os fatos.
(B) explicar os fatos, para melhor entendimento do leitor.
(C) expressar uma relação de oposição entre os fatos.
(D) indicar a ordem em que os fatos aconteceram.
QUESTÃO 112
Leia o poema:
A natureza é sábia
Mas não compreende um fato
Por que só tem uma mãe
E tanto parente chato?
Millôr Fernandes.
“Por que”, no terceiro verso da estrofe acima, tem como finalidade introduzir
(A) uma contradição.
(B) uma explicação.
(C) um questionamento.
(D) uma finalização.
60
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 113
Fonte: Carta Capital, 2004.
Observe o texto:
Diante das informações contidas na capa desta revista brasileira, podemos afirmar que
(A) o homem retratado na foto está sendo esmagado pelas guerras no Oriente Médio.
(B) a classe média participa cada vez menos da política econômica mundial.
(C) as classes média e baixa estão perdendo seu poder aquisitivo.
(D) a estatura do homem está cada vez menor em conseqüência da precária alimentação.
QUESTÃO 114
A professora entrou na sala e disse aos alunos:
- Não olhem para os lados. Leiam atentamente todos os enunciados da prova.
Concentrem-se nas respostas e boa sorte.
Os verbos usados na fala da professora indicam um
(A) pedido.
(B) comando.
(C) favor.
(D) agradecimento.
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ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 115
PO
ES DE
É G COL
RÁ HER
TIS
Superinteressante, Edição 194,
nov/03 (com adaptações).
Quer uma internet grátis com mais
espaço para armazenar suas mensagens?
Mude para a Click 21
A sentença “pode escolher: é grátis” é usada para convencer o leitor de que
(A) o produto oferecido gratuitamente, um provedor de Internet, é vantajoso para o cliente.
(B) o produto oferecido, um provedor de Internet, ocupa pouco espaço na memória do
computador.
(C) o novo cliente ganhará uma mala ao escolher o provedor de Internet anunciado.
(D) o novo cliente ganhará uma viagem se optar pelo provedor de Internet anunciado.
O TEXTO ABAIXO SE REFERE ÀS QUESTÕES 116 E 117.
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1996.
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 116
Dentre as emoções relacionadas abaixo, a que melhor se aproxima da emoção expressa no
poema é
(A) felicidade.
(B) alegria.
(C) amargura.
(D) inveja.
QUESTÃO 117
O tema do texto é
(A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.
QUESTÃO 118
Leia o seguinte anúncio:
Só aqui você encontra Diadrim.
É só pegar as folhas e fazer o chá.
Cura espinhela caída, mal da pele, tosse,
catarro, problemas sexuais, frieira e mau hálito.
Diadrim cura mesmo.
Comprovado pela medicina.
O argumento de autoridade utilizado pelo anúncio é:
(A) cura espinhela caída.
(B) serve para curar muita coisa.
(C) é um remédio mais barato.
(D) comprovado pela medicina.
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ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 119
Víctor Miranda, 6, dorme um dia na casa da mãe e outro na casa
do pai. Mas não costuma esquentar a cabeça com isso. “Moro
mais na casa do meu pai, mas gosto igual das duas”, fala com
naturalidade. Ele leva roupas e brinquedos de um lado para
outro. “Às vezes, é chato ir pra lá e pra cá”, conta o menino.
Folhinha. Folha de S. Paulo, nº 978.
O uso das aspas, no texto, serve para destacar a fala
(A) do pai do menino.
(B) do menino.
(C) da mãe do menino.
(D) do jornalista.
QUESTÃO 120
O estudante Márcio de Azevedo, de 19 anos, fala a “língua
surfista” e não pensa em mudar. “É uma maneira de preservar
as características de nosso grupo”, diz ele. Para o psicólogo Ruy
de Mathis, especializado em adolescentes, o uso intensivo de
gírias é prejudicial, pois exclui seus integrantes de um grupo
maior.
Adaptado de O Estado de S. Paulo, 03 de julho de 1994.
Podemos concordar com o que o psicólogo diz no final do texto, se considerarmos a gíria
como uma linguagem
(A) inadequada, se for usada em todas as situações.
(B) que deve ser tolerada apenas no grupo dos surfistas.
(C) adequada para qualquer situação.
(D) prejudicial apenas quando usada por pequenos grupos.
QUESTÃO 121
“O homem se tornou lobo para o homem, porque a meta do
desenvolvimento industrial está concentrada num objeto e não
no ser humano. A tecnologia e a própria ciência não respeitaram
os valores éticos e, por isso, não tiveram respeito algum para o
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
humanismo. Para a convivência. Para o sentido mesmo da
existência.
Na própria política, o que contou no pós-guerra foi o êxito
econômico e, muito pouco, a justiça social e o cultivo da
verdadeira imagem do homem. Fomos vítimas da ganância e da
máquina. Das cifras. E, assim, perdemos o sentido autêntico da
confiança, da fé, do amor. As máquinas andaram por cima da
plantinha sempre tenra da esperança. E foi o caos.”
ARNS, Paulo Evaristo. Em favor do homem. Rio de Janeiro: Avenir, s/d. p.10.
De acordo com o texto, pode-se afirmar que
(A) a industrialização, embora respeite os valores éticos, não visa ao homem.
(B) a confiança, a fé, a ganância e o amor se impõem para uma convivência possível.
(C) a política do pós-guerra eliminou totalmente a esperança entre os homens.
(D) o sentido da existência encontra-se instalado no êxito econômico e no conforto.
(E) o desenvolvimento tecnológico e científico não respeitou o humanismo.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 122 E 123.
Piscina
Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de
Freitas, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela piscina.
Pena que a favela, com seus ¹ barracos grotescos se alastrando
pela encosta do morro, comprometesse tanto a paisagem.
Diariamente desfilavam diante do portão aquelas
mulheres silenciosas e magras, lata d´água na cabeça. De vez
em quando, surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos
grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as
próprias mulheres que se detinham e ficavam olhando.
Naquela manhã de sábado, ele tomava seu gim-tônica no
terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à beira da
piscina, quando perceberam que alguém os observava pelo
portão entreaberto.
Era um ser encardido, cujos molambos em forma de saia
não bastavam para defini-la como mulher. Segurava uma lata na
mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um bicho. Por
um instante as duas se olharam, separadas pela piscina.
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ENSINO MÉDIO
De súbito, pareceu à dona da casa que a estranha criatura
se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. Ergueu-se
um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se
aproximava lentamente: já transpusera o gramado, atingia a
piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la
em desafio, e agora colhia água com a lata. Depois, sem uma
palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado,
equilibrando a lata na cabeça – e em pouco tempo sumia-se pelo
portão.
Lá no terraço, o marido, fascinado, assistiu a toda a cena.
Não durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra
como os instantes tensos de silêncio e de paz que antecedem
um combate.
Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.
Fernando Sabino
QUESTÃO 122
O objetivo principal do texto é mostrar o contraste entre
(A) a riqueza de uns e a pobreza dos outros.
(B) a esplêndida residência do casal e os barracos grotescos da favela.
(C) a abundância de água na piscina e a falta de água na favela.
(D) o uso da água para a diversão e o uso da água para as necessidades básicas.
(E) a preocupação dos moradores e a tranqüilidade da mulher da favela.
QUESTÃO 123
“De súbito, pareceu à dona da casa que a estranha criatura se esgueirava, portão adentro,
sem tirar dela os olhos”.
No trecho acima, a palavra em destaque significa
(A) introduzir-se sem pedir licença.
(B) esconder-se silenciosamente.
(C) pular disfarçadamente.
(D) andar ruidosamente.
(E) entrar cautelosamente.
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 124
Crime contra Índio Pataxó comove o país
“(...) Em mais um triste “Dia do Índio”, Galdino saiu à noite com
outros indígenas para uma confraternização na Funai. Ao voltar,
perdeu-se nas ruas de Brasília (...). Cansado, sentou-se num
banco de parada de ônibus e adormeceu.
Às 5 horas da manhã, Galdino acordou ardendo numa grande
labareda de fogo. Um grupo “insuspeito” de cinco jovens de
classe média alta, entre eles um menor de idade, (...) parou o
veículo na avenida W/2 Sul e, enquanto um manteve-se ao
volante, os outros quatro dirigiram-se até a avenida W/3 Sul,
local onde se encontrava a vítima. Logo após jogar combustível,
atearam fogo no corpo. Foram flagrados por outros jovens
corajosos, ocupantes de veículos que passavam no local e
prestaram socorro à vítima. Os criminosos foram presos e
conduzidos à 1ª Delegacia de Polícia do DF onde confessaram o
ato monstruoso. Aí, a estupefação: 'os jovens queriam apenas se
divertir' e 'pensavam tratar-se de um mendigo, não de um índio,'
o homem a quem incendiaram. Levado ainda consciente para o
Hospital Regional da Asa Norte - HRAN, Galdino, com 95% do
corpo com queimaduras de 3º grau, faleceu às 2 horas da
madrugada de hoje.”
Conselho Indigenista Missionário - Cimi, Brasília-DF, 21 abr. 1997.
A notícia sobre o crime contra o índio Galdino leva a reflexões a respeito dos diferentes
aspectos da formação dos jovens.
Com relação às questões éticas, pode-se afirmar que elas devem:
(A) manifestar os ideais de diversas classes econômicas.
(B) seguir as atividades permitidas aos grupos sociais.
(C) fornecer soluções por meio de força e autoridade.
(D) expressar os interesses particulares da juventude.
(E) estabelecer os rumos norteadores de comportamento.
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ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 125
Está em discussão, na sociedade brasileira, a possibilidade de uma reforma política e
eleitoral. Fala-se, entre outras propostas, em financiamento público de campanhas, fidelidade
partidária, lista eleitoral fechada e voto distrital. Os dispositivos ligados à obrigatoriedade dos
candidatos fazerem declaração pública de bens e prestarem contas dos gastos devem ser
aperfeiçoados, os órgãos públicos de fiscalização e controle podem ser equipados e reforçados.
Com base no exposto, mudanças na legislação eleitoral poderão representar, como principal
aspecto, um reforço da
(A) política, porque garantirão a seleção de políticos experientes e idôneos.
(B) economia, porque incentivarão gastos das empresas públicas e privadas.
(C) moralidade, porque inviabilizarão candidaturas despreparadas intelectualmente.
(D) ética, porque facilitarão o combate à corrupção e o estímulo à transparência.
(E) cidadania, porque permitirão a ampliação do número de cidadãos com direito ao voto.
QUESTÃO 126
Leia e relacione os textos a seguir.
TEXTO I
O Governo Federal deve promover a inclusão digital, pois a falta
de acesso às tecnologias digitais acaba por excluir socialmente o
cidadão, em especial a juventude.
(Projeto Casa Brasil de inclusão digital começa em 2004. In: MAZZA,
Mariana. JB online.)
TEXTO II
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Comparando a proposta acima com a charge, pode-se concluir que
(A) o conhecimento da tecnologia digital está democratizado no Brasil.
(B) a preocupação social é preparar quadros para o domínio da informática.
(C) o apelo à inclusão digital atrai os jovens para o universo da computação.
(D) o acesso à tecnologia digital está perdido para as comunidades carentes.
(E) a dificuldade de acesso ao mundo digital torna o cidadão um excluído social.
QUESTÃO 127
TEXTO I
(Laerte. O condomínio)
TEXTO II
(Laerte. O condomínio) (Disponível em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-condomínio.html)
As duas charges de Laerte são críticas a dois problemas atuais da sociedade brasileira, que
podem ser identificados pela crise
(A) na saúde e na segurança pública.
(B) na assistência social e na habitação.
(C) na educação básica e na comunicação.
(D) na previdência social e pelo desemprego.
(E) nos hospitais e pelas epidemias urbanas.
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ENSINO MÉDIO
Pancetti
QUESTÃO 128
O tema que domina os fragmentos poéticos abaixo é o mar.
Identifique, entre eles, aquele que mais se aproxima do quadro de Pancetti.
(A) Os homens e as mulheres
adormecidos na praia
que nuvens procuram
agarrar?
(MELO NETO, João Cabral de. Marinha. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1985. p. 14.)
(B) Um barco singra o peito
rosado do mar.
A manhã sacode as ondas
e os coqueiros.
(ESPÍNOLA, Adriano. Pesca. Beira-sol. Rio de Janeiro: TopBooks, 1997. p. 13.)
(C) Na melancolia de teus olhos
Eu sinto a noite se inclinar
E ouço as cantigas antigas
Do mar.
(MORAES, Vinícius de. Mar. Antologia poética. 25 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984. p. 93.)
(D) E olhamos a ilha assinalada
pelo gosto de abril que o mar trazia
e galgamos nosso sono sobre a areia
num barco só de vento e maresia.
(SECCHIN, Antônio Carlos. A ilha. Todos os ventos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. p. 148.)
(E) As ondas vêm deitar-se no estertor da praia larga...
No vento a vir do mar ouvem-se avisos naufragados...
Cabeças coroadas de algas magras e de estrados...
Gargantas engolindo grossos goles de água amarga...
(BUENO, Alexei. Maresia. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003. p. 19.)
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 129
Jornal do Brasil, 3 ago. 2005
Tendo em vista a construção da idéia de nação no Brasil, o argumento da personagem expressa
(A) a formação da identidade regional.
(B) a fragilização do multiculturalismo global
(C) o ressurgimento do fundamentalismo local.
(D) o esfacelamento da unidade do território nacional.
(E) o fortalecimento do separatismo estadual
QUESTÃO 130
Observe as composições a seguir.
QUESTÃO DE PONTUAÇÃO
(CAULOS. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L & PM, 2001.)
Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);
viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):
o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.
(MELO NETO, João Cabral de. Museu de tudo e
depois. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.)
71
ENSINO MÉDIO
Os dois textos anteriores relacionam a vida a sinais de pontuação, utilizando estes
como metáforas do comportamento do ser humano e das suas atitudes.
A exata correspondência entre a estrofe da poesia e o quadro do texto “Uma Biografia” é
(A) a primeira estrofe e o quarto quadro.
(B) a segunda estrofe e o terceiro quadro.
(C) a segunda estrofe e o quarto quadro.
(D) a segunda estrofe e o quinto quadro.
(E) a terceira estrofe e o quinto quadro.
QUESTÃO 131
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
ANDRADE, Carlos Drummond de.
Alguma poesia. In: Poesia
completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2002, p. 23.
Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem num segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
Mário Quintana
Ao se escolher uma ilustração para esses poemas, qual das obras, abaixo, estaria de acordo
com o tema neles dominante?
Di Cavalcanti
Tarsila do Amaral
Taunay
Manezinho Araújo
Guignard
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
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CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 132
Namoro
O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:
— Desliga você.
— Não, desliga você.
—Você.
—Você.
— Então vamos desligar juntos.
— Tá. Conta até três.
— Um... Dois... Dois e meio...
Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os
apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra?
Eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca.
Gongonha. (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca...
Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras num sofá,
olho no olho, dizendo:
— As dondozeira ama os dondozeiro?
— Ama.
— Mas os dondozeiro ama as dondozeira mais do que as
dondozeira ama os dondonzeiro?
— Na-na-não. As dondozeira ama os dondozeiro mais do que etc.
E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos.
Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.
Depois do ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz
que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro
casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou
para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano
amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que
podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.
E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais
profundos, apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A
gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito
entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes.
Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas.
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio Braziliense. 13/06/1999.)
No texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado
(A) às brigas por amor.
(B) às mentiras inocentes.
(C) às reconciliações felizes.
(D) aos apelidos carinhosos.
(E) aos telefonemas intermináveis.
73
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 133
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os
olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê,
é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de
mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para
compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha.
Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que
experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como
assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o
animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
Boff, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999
A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de
(A) enfatizar a leitura.
(B) incentivar a leitura.
(C) individualizar a leitura.
(D) priorizar a leitura.
(E) valorizar a leitura.
QUESTÃO 134
Canguru
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma língua nativa
australiana e quer dizer “Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o
Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele estranho
animal dando saltos de mais de dois metros de altura, perguntou
a um nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu guugu
yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”.
Desconfiado que sou dessas divertidas origens, pesquisei em
alguns dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala
nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão.
Definição precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge:
Kangarroo; wallaby
74
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são
acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois sons aborígines da
Austrália, significando quadrúpedes.
Portanto, quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores.
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável
lingüista e grande amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo
gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas
acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais
bonitinha”. Também acho.
Millôr Fernandes, 26/02/1999. Internet <http://www.gravata.com/millor>.
Pode-se inferir do texto que
(A) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos lingüistas.
(B) os dicionários etimológicos guardam a origem das palavras.
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e saltadores.
(D) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa.
(E) os nativos desconheciam o significado de canguru.
QUESTÃO 135
O efeito de humor, nos quadrinhos, decorre
(A) da interpretação que a personagem dá à expressão “suas roupas”.
(B) do irritante zumbido produzido pela máquina.
(C) da mudança da expressão facial da personagem.
(D) do fato de se pedir por favor para retirar as roupas.
75
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 136
Senhora | (Fragmento)
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma
desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que
não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses
fúteis inventos. Ao contrário, buscava afastar da conversa o
tema desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a
altivez de coração não lhe consentia queixar-se. Além de que,
ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas pela
posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por
Seixas; e pois toda a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca, era
graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor a
poupara à degradação de um casamento de conveniência, nome
com que se decora o mercado matrimonial, tinha impulsos de
adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica
dedicação, que entretanto assiste calma, quase impassível, ao
declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se
deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um
esforço para reter a ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja
investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda mais o da
mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral.
Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir
nesses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.
O narrador revela uma opinião no trecho
(A) “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
(B) “...buscava afastar da conversa o tema desagradável
(C) “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...”
(D) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...”
(E) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”
76
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 137
?
O comportamento da personagem Pina no terceiro quadrinho sugere
(A) caridade.
(B) entusiasmo.
(C) gratidão.
(D) interesse.
(E) satisfação.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 138 E 139
A sombra do meio-dia
Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance
lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese.
O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um
ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve
discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio
do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe
proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito
senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos
escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da
sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que
fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais
um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos,
tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele
encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como
amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do
77
ENSINO MÉDIO
dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel
vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo
sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e
parágrafos, é a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004.
Ensaio p. 110.
QUESTÃO 138
O texto foi escrito com o objetivo de
(A) conscientizar o leitor.
(B) apresentar sumário de uma obra.
(C) opinar sobre um livro.
(D) dar informações sobre o autor.
(E) narrar um fato científico.
QUESTÃO 139
O fragmento que contém a informação principal do texto é
(A) “A Sombra do Meio-Dia [...] diplomata Sério Danese.”
(B) “O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer.”
(C ) “Não são apenas discursos que ele encomenda.”
(D) “Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo.”
(E) “Na forma de palavras [...] é a alma que põe em continuada venda.”
QUESTÃO 140
Texto I
Carta | (fragmento)
A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à
terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas,
como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado
entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi
o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da
mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855. Texto de domínio
público distribuído pela ONU.
78
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
Texto II
Dicionário de Geografia | (fragmento)
Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a
natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”. E “o
espaço se define como um conjunto de formas representativas
de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura
representada por relações sociais que estão acontecendo diante
dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e
funções”.
GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.
Os dois textos diferem, essencialmente, quanto
(A) à abordagem mais objetiva do texto I.
(B) ao público a que se destina cada texto.
(C) ao rigor científico presente no texto II.
(D) ao sentimentalismo presente no texto I.
(E) ao tema geral abordado por cada autor.
QUESTÃO 141
Quando a separação não é um trauma
A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, acompanhou por
20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a
idade adulta, o índice de problemas emocionais nesse grupo era
equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou
que eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a
média, apesar ou talvez por causa dos divórcios e recasamentos
de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram para conclusões
semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison,
dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam
civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos dos
primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis
emocionalmente quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível
apontar pontos positivos para os filhos de separados. "Eles
amadurecem mais cedo, o que de certa forma é bom, num
mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.
79
ENSINO MÉDIO
No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação dos pais sobre os
filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que
(A) a opinião da socióloga é discordante das outras duas.
(B) a opinião do professor é discordante das outras duas.
(C) as três opiniões são concordantes entre si.
(D) o autor discorda apenas da opinião da socióloga.
(E) o autor discorda apenas da opinião do professor.
QUESTÃO 142
A Ciência é Masculina? | Attico Chassot
Editora Unisinos, RS (51) 590-8239. | 104 págs. R$ 12.
O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos
maiores exemplos que se pode dar dessa situação é o prêmio
Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências foram laureadas
em 202 anos de premiação. O livro apresenta duas hipóteses,
uma histórica e outra biológica, para a possível superação do
machismo em frase como a de Hipócrates (460-400 a.C.)
considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é a
última coisa que morre em uma mulher”.
Revista GALILEU, Fevereiro de 2004
A expressão “dessa situação”, destacada no texto, refere-se ao fato de
(A) a ciência não ser feminina.
(B) a premiação possuir 202 anos.
(C) a língua ser a última coisa que morre em uma mulher.
(D) o pai da medicina ser Hipócrates.
(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.
QUESTÃO 143
O teatro da etiqueta
No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e
a monarquia absoluta na Europa, não havia sequer garfos e
colheres nas mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca
para cortar um naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o
vizinho. Nessa Europa bárbara, que começava a sair da Idade
Média, em que nem os nobres sabiam escrever, o poder do rei
devia se afirmar de todas as maneiras aos olhos de seus súditos
como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta,
80
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só para
servir o vinho ao monarca havia um ritual que durava até dez
minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou
a usar lenço não como simples peça de vestuário, mas para
limpar o nariz, ninguém mais na corte de Versalhes ousou
assoar-se com os dedos, como era costume. Mas todas essas
regras, embora servissem para diferenciar a nobreza dos
demais, não tinham a petulância que a etiqueta adquiriu depois.
Os nobres usavam as boas maneiras com naturalidade, para
marcar uma diferença política que já existia. E representavam
esse teatro da mesma forma para todos. Depois da Revolução
Francesa, as pessoas começam a aprender etiqueta para
ascender socialmente. Daí por que ela passou a ser usada de
forma desigual – só na hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Nesse texto, o autor defende a tese de que
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
QUESTÃO 144
Haverá um mapa para este tesouro?
“Diversidade biológica” significa a variabilidade de organismos
vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas.” (Artigo 2 da Convenção sobre
Diversidade Biológica).
O Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente possui
uma enorme biodiversidade, sendo definida como a maior do
planeta. Possuir muito, e de diferentes fontes, ecoa aos nossos
sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um grande
tesouro. No entanto, todos sabemos que um grande tesouro
escondido em locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os
81
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
garagem, o homem que se aproximou e me avisou que o
comandante do 1º Exército queria falar comigo.
Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada
tinha a falar com o general Sarmento e não acreditava que ele
tivesse alguma coisa a falar comigo.
Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi
já entrava dentro do meu carro, com uma pequena
metralhadora. Naquela mesma hora, a mesma cena se repetia
pelo Brasil afora, o governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o
decreto lido no rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na
vida, e meu amor me chamara e eu não vira a banda passar.
Tantos anos depois, ninguém me chama nem me convida
para falar com o comandante do 1º Exército. O país talvez tenha
melhorado, mas eu certamente piorei.
(CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.)
No texto, o que gera a inquietação do narrador é o fato de ele
(A) constatar que não era um dia importante.
(B) não se lembrar de algo muito importante.
(C) saber que era dia de Santa Luzia.
(D) ver uma grande multidão na Esplanada.
(E) verificar que a igreja estava cheia de fiéis.
QUESTÃO 146
A fadiga da informação | (Fragmento)
Há uma nova doença no mundo: a fadiga da informação.
Antes mesmo da Internet, o problema já era sério, tantos e tão
velozes eram os meios de informação existentes, trafegando nas
asas da eletrônica, da informação, dos satélites. A Internet levou o
processo ao apogeu, criando a espécie dos internautas e
estourando os limites da capacidade humana de assimilar os
conhecimentos e os acontecimentos desse mundo. Pois os
instrumentos de comunicação se multiplicam, mas o potencial de
captação humana – do ponto de vista físico, mental e psicológico –
continua restrito. Então, diante do bombardeio crescente de
informações, a reação de muitos tende a tornar-se doentia: ficam
estressados, perturbam-se e perdem a eficiência no trabalho.
Já não se trata de imaginar como esse fenômeno possa
ocorrer. Na verdade, a síndrome da fadiga da informação está
em plena evidência, conforme pesquisa recente nos Estados
82
ENSINO MÉDIO
nossos olhos, sem que tenhamos possibilidade de enxergá-la,
significa um grande sonho.... e sonhos não costumam tornar-se
realidade... podem até evoluir para pesadelos...
Assim, fica evidente que o conhecimento científico, embasado em
fatos, é essencial para dar suporte a hipóteses que gerem projetos
que permitam expandir esses conhecimentos e servir de partida
para projetos que permitam a aplicação racional e sustentada
dessa riqueza. Todos sabem que a pior atitude é “...matar a galinha
dos ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde vêm os
ovos, e como cuidar da galinha e fazê-la reproduzir para que
possamos transmitir essa riqueza como herança.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência &
Cultura. Julho/agosto/setembro 2003. p. 20.
O trecho “evoluir para pesadelos...” (l . 12) é um argumento para sustentar a idéia de que
(A) a biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
(B) a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
(C) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é problemática.
(D) o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.
(E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
QUESTÃO 145
13 de Dezembro
Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei
aquilo. O motorista me lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, dia de
Santa Luzia. A igreja dela está cheia, ela protege os olhos da gente”.
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o 13 de
dezembro tinha alguma coisa a ver comigo e nada com Santa Luzia
e sua eficácia nas doenças que ainda não tenho. O que seria?
Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, que
tivesse marcado um relacionamento para o bom ou para o pior?
Não lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele
piscava dentro de mim. E as horas se passaram iluminadas pelo
intermitente piscar da luzinha vermelha dentro de mim. 13 de
dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da memória,
vivo em parte dela e não posso ter brancos assim, um dia
importante e não me lembro por quê.
Somente à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao
fechar o livro que estava lendo, de repente a luz parou de piscar
e iluminou com nitidez a cena noturna: eu chegando no prédio
em que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos fundos da
83
ENSINO MÉDIO
Unidos, na Inglaterra e em outros países, junto a 1300
executivos. Entre os sintomas da doença apontam-se a paralisia
da capacidade analítica, o aumento das ansiedades e das
dúvidas, a inclinação para decisões equivocadas e até levianas.
MARZAGÃO, Augusto. In: DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do futuro:
cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Editora Ática, 1999.
A síndrome da fadiga da informação ocorre porque
(A) a internet é muito rápida nas informações que veicula.
(B) a captação humana de informações é restrita e a oferta é infinita.
(C) os meios de informação geram ansiedade em seus usuários.
(D) os instrumentos de comunicação conduzem a decisões erradas.
(E) a capacidade humana se paralisa dado o volume de conhecimento.
QUESTÃO 147
ANEDOTINHAS
De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:
- Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você ir para o
colégio.
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
- Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões:
primeiro, porque eu estou morto de sono; segundo, porque eu
detesto aquele colégio; terceiro, porque eu não agüento mais
aqueles meninos.
E o pai responde lá de fora:
- Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por três razões:
primeiro, porque você tem um dever a cumprir; segundo, porque
você já tem 45 anos; terceiro, porque você é o diretor do colégio.
Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981, p. 8.
No trecho “Acorda, que está na hora de você ir para o colégio” (l . 2), a palavra sublinhada
estabelece relação de
(A) adição.
(B) alternância.
(C ) conclusão.
(D) explicação.
(E) oposição.
84
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 148
A FORMIGA E A CIGARRA
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas.
Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar,
armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou
nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com
os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma
cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de
amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto
sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol,
curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por
vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno
que estava começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua
singela e aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém
chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a
porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga
cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de
visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia
cuidar da minha toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você
conseguiu grana pra ir a Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana
passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato
de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga
deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá,
manda ele pro DIABO QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho
e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do
La Fontaine”.
Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no fato de
(A) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
(B) a formiga trabalhar e possuir uma toca.
(C) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
(D) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
(E) a formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.
85
ENSINO MÉDIO
QUESTÃO 149
O Islã não é só árabe
Religião abrange diversas etnias em todo mundo
Boa parte da população ocidental acredita que o mundo
islâmico é aquela porção de países do Oriente Médio que têm
como idioma oficial o árabe. Por isso, são indevidamente
considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que
têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã
(persa), Afeganistão (pashtu e dari) e Paquistão (urdu e
punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos
no mundo, como são denominados os adeptos do islamismo. A
maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e ganhou o
mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos
passaram para o norte da África - onde foram chamados de
mouros - e parte da Europa. Integraram-se com africanos,
europeus das penínsulas ibérica e itálica e outros povos. Hoje
eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos
e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais
fora do mundo árabe do que no local em que a religião nasceu.
Basta fazer uma comparação: os países islâmicos mais
populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de
habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131
milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes humanos
muito maiores que o Egito (70 milhões), país de maior
população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36
milhões). Até a Índia, majoritariamente hindu, tem
aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.
Revista GALILEU. p. 42. Novembro de 2001.
As aspas empregadas na palavra “apenas” foram usadas para dar a ela um sentido
(A) irônico.
(B) crítico.
(C) metafórico.
(D) coloquial.
(E) técnico.
86
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
QUESTÃO 150
Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente
comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que
é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora
mesmo peguei um pacote de leite - leite em pacote, imagina,
Tereza! - na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado
ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela
embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra
coisa: “líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais
minerais”. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser
humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o único alimento só
alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer
outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só
leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo,
tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou
capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não
gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como?
Nunca tomaram! Múúúúúúú!
Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999.
Ao terminar a crônica com “Múúúúúúú”, o autor ao texto um tom de
(A) formalidade.
(B) humor.
(C) indiferença.
(D) jovialidade.
(E) seriedade.
QUESTÃO 151
Os direitos da criança
Toda criança tem direito à igualdade, sem distinção de
raça, religião ou nacionalidade.
Toda criança tem direito a crescer dentro de um espírito de
solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
87
ENSINO MÉDIO
Toda criança tem direito a um nome, a uma nacionalidade.
Toda criança tem direito ao amor e à compreensão por
parte dos pais e da sociedade.
Toda criança tem direito à educação gratuita e ao lazer
infantil.
Toda criança tem direito à alimentação, moradia e
assistência médica para si e para a mãe.
Toda criança tem direito a ser socorrida em primeiro lugar.
Toda criança física ou mentalmente deficiente tem direito
à educação e a cuidados especiais.
Toda criança tem direito a especial proteção para o seu
desenvolvimento físico, mental e social.
Toda criança tem direito a ser protegida contra o abandono
e a exploração no trabalho.
Cereja, William Roberto & Magalhães, Thereza Cochar. Português:
Linguagens. São Paulo: Atual, 1998. p. 77.
Usando o termo “Toda” no início de cada frase, o texto
(A) enfatiza a idéia de universalidade.
(B) estabelece independência com o termo “criança”.
(C) estabelece maior vínculo com o leitor.
(D) faz uma repetição sem necessidade.
(E) reforça a especificidade de cada idéia.
QUESTÃO 152
Luz sob a porta
- E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior
cantada! Lá, gente, na porta de minha casa! Não é ousadia
demais?
- E você?
- Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou
que eu era?
- Que eu fosse.
- Quem tá de copo vazio aí?
- Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
88
CADERNO DE ATIVIDADES SUPLEMENTARES
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
(A) escrupuloso em ambiente de trabalho.
(B) ajustado às situações informais.
(C) rigoroso na precisão vocabular.
(D) exato quanto à pronúncia das palavras.
(E) contrário ao uso de expressões populares.
89
ENSINO MÉDIO
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BRASIL. MEC/INEP. Matrizes curriculares de referência para o SAEB. Brasília, 1997.
PERNAMBUCO. Secretaria de Educação. Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino
de Pernambuco: Língua Portuguesa / Secretaria de Educação – Recife: SE. 2008.
http://provabrasil.inep.gov.br/index.php?option=com_wrapper&Itemid=148
http://www.inep.gov.br/basica/encceja/provas-gabaritos.htm
90
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