Arquiteta Artista
As art
Seu trabalho estará no
calendário Bayer 2004,
juntamente com outros
onze finalistas
E
m setembro de 2003, Fernanda Assumpção mostrou o
talento jovem no concurso do
calendário Bayer 2004, do qual foi
uma das 12 finalistas, entre 140 participantes. Juntamente com outros
11 artistas teve o privilégio de ver
sua obra veiculada no calendário da
multinacional, a ser distribuído em
toda a América Latina este ano. O
trabalho consistiu em interpretar 12
fotografias, referentes aos meses do
ano. Para fazer sua composição, a
arquiteta graduada em 2000 pela
FAU – Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie – baseou-se em
fotografias de um profissional venezuelano, utilizando tinta acrílica,
com percepção e estilo para assinalar a obra. Recentemente a mackenzista recebeu outra boa notícia.
Teve seu trabalho fotográfico “Mesmo em dia de Sol não podemos esquecer da chuva” classificado entre
os 30 melhores, no X Salão do
Museu de Arte Moderna da Bahia,
concorrendo com 1.535 inscritos.
“Ela sempre foi aluna que trabalhou com alta condição criativa, ou
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Mackenzie
seja, em todos os projetos que fazia
aqui acrescentava sempre uma novidade,trabalhava as relações humanas.
Está constantemente preocupada em
trazer o belo, em fazer coisas agradáveis”, lembra o professor Márcio
Lupion, que leciona Projeto, Projeto
III e Expressão no Plano na FAU.
Fernanda explica que a idéia apresentada no MAM nasceu após observar os sinais que ficam após um dia
de chuva – vidros com gotículas, folhas na piscina, grama molhada, piso
com poças ou umidade.
A arquiteta, que cursou fotografia no Diretório Acadêmico da
Faculdade de Arquitetura Mackenzie – DAFAM –, captou na lente
de sua câmera fotográfica um dia
com tais aspectos. Depois... Bem,
ela mesma conta: “Peguei as fotos
com sinais de chuva e fotografei
num quadro maior, colorido, de um
dia de sol”. A foto da foto, resultante do experimento da mackenzista, ficou tão boa que foi parar no
X Salão, escolhida entre outras três
da mesma autora, conforme pedia
o regulamento.“O que me levou a
fazer o trabalho foi a percepção de
que quando você está em um lugar
ele é como você sente. Se você está triste, o lugar parece frio, se está
feliz, o espaço se transforma em
outro, embora seja o mesmo. A sua
percepção transforma-o.” Justifica:
“Não estou impondo a visão. Essa é
a minha leitura”. Lupion destaca
que a aluna – hoje na Anastassíadis, um dos maiores escritórios de
arquitetura do Brasil – carregava a
característica muito forte de ouvir
os conselhos dos professores e de
ter definido meta clara, criativa e
original para seguir carreira. E o
diferencial provavelmente é o que
a está levando a outras posturas de
carreiras, como artes plásticas,
design. Ela trabalha com arquitetura de interiores.
A inspiração
“Sempre tive vontade de trabalhar com arte e a arquitetura me
incentivou muito”, comenta a
mackenzista que, em sua trajetória, sofreu a inf luência de
artistas e arquitetos, entre os
quais destaca os nomes importantes da brasileira Regina Silveira e
do norte-americano Frank Gehry.
Sobre a primeira, diz: “É a artista
cujo trabalho eu amo. E ela
assume que tem muita ligação
com arquitetura”. Interessada no
que viu, Fernanda pesquisou o
portfólio de Regina antes de se
lançar no MAM e despontar como
tes de Fernanda
Os concursos
À esquerda o trabalho
de Fernanda que ganhou o
concurso Calendário Bayer 2004.
Ela interpretou com aquarela
a foto da igreja, em preto
e branco. Explica
o trabalho abaixo: "Peguei as
fotos com sinais de chuva e
fotografei num quadro maior,
colorido, de um dia de sol. A
foto da foto ficou tão boa que foi parar no X Salão, escolhida entre
outras três, conforme pedia o regulamento. O que me levou a fazer o
trabalho foi a percepção de que um lugar é como você o sente.
Embora seja o mesmo, o espaço se transforma em outro – parece frio
se você está triste, alegre se está feliz."
Mackenzie
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Mundo
Mack
Lupion: "Fernanda não faz
parte de trabalho de massas.
Ela pensa para fazer".
revelação. De acordo com a
mackenzista, a formação em arquitetura não torna essa a única opção
do profissional. Depois, recorre ao
trabalho do polêmico Gehry, que,
entre outros, assina o projeto do
Museu Guggenheim todo concebido em titânio, na cidade basca
de Bilbao, Espanha, para justificar
seu ponto de vista: “Você olha o
projeto dele e acha que é uma
escultura. Só que ele obedece rigorosamente a todas as necessidades da construção arquitetônica”. Aconselha: “O diferencial de
uma boa arquitetura é exatamente
você se desprender das normas”.
Lupion endossa e diz que o que a
mackenzista cria é diferente: “Ela
não faz parte de um trabalho de
massas, mas coloca-se e é exatamente a diferença de quem pensa
para fazer. Que é nossa proposta
dentro da universidade – ensinar as
pessoas a pensar e, dentro dessa
condição, se transformarem em
pessoas criativas”, conclui. Quando
aluna do Mackenzie, Fernanda participou do projeto Cem Muros, da
Rua Matheus Grow, montou instalações e expôs no Prédio 9, da FAU,
a convite do DAFAM. Mais tarde
participou da intervenção em relógio urbano, exposto durante um
mês na Praça Vilaboim, em Higienópolis, São Paulo.
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Mackenzie
“A Paulicéia
em debate”
Discute-se a arquitetura e o urbanismo da cidade
rquitetura e urbanismo" foi o
tema do sexto programa da
série SP 450 Anos - A Paulicéia em
Debate, realizado em 16 de fevereiro
de 2004, às 20 horas, no auditório
Ruy Barbosa da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Participaram
do evento a arquiteta Nádia Somekh,
presidente da Empresa Municipal de
Urbanismo (Emurb) e docente de
Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo, (UPM), o arquiteto,
pesquisador e professor Antonio
Cláudio Pinto da Fonseca, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Mackenzie, além dos arquitetos
Paulo Mendes da Rocha (UPM),
Carlos Alberto Cerqueira Lemos
(USP) e do geógrafo Aziz Ab'Saber
(USP). A mediação foi dos jornalistas
Alberto Gaspar - TV Globo, e
"A
Alessandra Pereira - TV Mackenzie.
A série procurou discutir a cidade
e os aspectos de urbanização, entre
os quais a ampliação de áreas verdes, formas de ocupação, perfis
habitacionais, contrastes, violência,
transportes, enchentes. Nádia Somekh afirmou que a construção de
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