1 PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO Wellington Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Antonio José Medeiros COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes SUPERITENDÊNTE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO Eliane Mendonça DIRETOR DO CENTRO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO José Augusto de Carvalho Mendes Sobrinho COORDENADOR DE ADMINISTRAÇÃO – PROJETO PILOTO Raimundo José Cunha Araújo COODENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira DIAGRAMAÇÃO Diego Albert Copyright © 2007. Todos os direitos desta edição estão reservados à Universidade Federal do Piauí (UFPI). Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, do autor. BRITO, Antonia Edna Fundamentos Teóricos-Metodológico da Pesquisa II/ Antonia Edna Brito UFPI/UAPI 2009. 91p. Inclui bibliografia 1 - A Estrutura do Projeto de Pesquisa 2 - Construindo a introdução do projeto de pesquisa 3 - Delineando a revisão de literatura 4 - Descrevendo a trajetória metodológica da pesquisa 5 - Esquematizando o projeto de pesquisa 6 Deflexões sobre o trabalho de conclusão de curso – TCC CDU: 2 O presente texto destina-se aos estudantes vinculados ao Programa de Educação a Distância da Universidade Aberta do Piauí (UAPI), vinculada ao consórcio formado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí (UESPI), com o apoio do governo do Estado do Piauí, através da Secretaria de Educação. Dentro deste contexto, o material Fundamentos TeóricoMetodológicos da Pesquisa II, integrante de um projeto formativo de administradores, tem como propósito central contribuir com a formação de um profissional crítico, competente e autônomo, capaz de produzir conhecimentos a partir da vivência da investigação científica no cotidiano de suas práticas. Mais ainda, o material em referência postula a formação de um profissional com competências para planejar e desenvolver pesquisas na área de administração, observando as peculiaridades compreender a da pesquisa natureza do científica. Isso conhecimento implica científico, reconsiderando os processos formais de sua produção. A pesquisa científica, nesta acepção, é concebida como prática que oportuniza desvendar as múltiplas realidades através dos processos de apreensão, transmissão e produção de conhecimentos. Este texto, portanto, proporciona ao leitor o acesso a reflexões sobre a formalização do projeto de pesquisa, como “[...] instrumento flexível, pronto a ser ele mesmo reconstituído ao longo do próprio caminho a ser percorrido pelo pesquisador [...]” (BARROS, 2007 p.10). 3 O planejamento da pesquisa, a partir do exposto, especifica o caminho a ser percorrido no desenvolvimento da investigação. É o processo de sistematização da pesquisa, perspectivando garantir a eficiência da investigação no alcance dos objetivos estabelecidos. A partir do exposto, ratificamos que o desenvolvimento deste estudo fundamenta-se em reflexões que situam a pesquisa científica como processo de desvelamento da realidade na perspectiva da produção do conhecimento e, consequentemente, do desenvolvimento da ciência. Assim, o material de estudo é composto por diferentes textos, focalizando temáticas pertinentes à pesquisa científica, bem como atividades e sites para que você invista no aprofundamento do estudo. É importante a leitura dos textos propostos, buscando a bibliografia indicada para ampliar seus conhecimentos. É importante, também, que você realize as atividades propostas, que partilhe suas experiências e conhecimentos com os parceiros do curso, participando ativamente dos fóruns e dos chats. Objetivando subsidiar o processo de formalização do projeto de pesquisa, o material Fundamentos Teóricos Metodológicos da Pesquisa II apresenta os conteúdos de estudo organizados em quatro unidades, conforme descrição a seguir: UNIDADE I – A Estrutura do Projeto de Pesquisa Apresenta de forma detalhada a elaboração do projeto de pesquisa, explorando as diferentes fases do processo de formalização do referido projeto. 4 UNIDADE II – Construindo a Introdução do Projeto de Pesquisa Analisa a construção da introdução do projeto de pesquisa, demarcando os elementos da parte introdutória do projeto em referência. UNIDADE III – Delineando a Revisão da Literatura Nesta parte do estudo, caracterizamos o processo de construção do referencial teórico da pesquisa, destacando a especificidade dos atos de estudar, ler e escrever textos. Destacamos, ainda, aspectos relativos à normalização bibliográfica, notadamente no que concerne às citações. UNIDADE IV – Descrevendo a Trajetória Metodológica da Pesquisa Esta parte do texto traz orientações referentes à construção da metodologia da pesquisa, focalizando a definição do tipo de pesquisa, o contexto da investigação, sujeitos do estudo, entre outros. UNIDADE V – Reflexões sobre o Trabalho de Conclusão de Curso As reflexões empreendidas nesta parte do estudo contemplam a especificidade do trabalho de Conclusão de Curso, apresentando tanto a caracterização da Monografia, quanto os diferentes elementos de sua estrutura e apresentação gráfica. A partir das orientações contidas nesta unidade você terá elementos para construir o seu TCC (Monografia), tomando como roteiro orientador o projeto de pesquisa construído na vivência desta disciplina. 5 No desenvolvimento das diferentes unidades do conteúdo procuramos articular teoria e prática, através das proposições de atividades de estudo. Essas atividades estão descritas em cada unidade, objetivando o aprofundamento das leituras e aprendizagem efetiva na vivência desse estudo.. Finalmente, esperamos que você tenha sucesso nesta empreitada, lembrando-se de que a leitura é muito importante em sua formação. BOM PROVEITO! 6 UNIDADE 1: A Estrutura do Projeto de Pesquisa 1.1 Objetivos do Projeto de Pesquisa 1.2 Atividade 9 14 UNIDADE 2 – CONSTRUINDO A INTRODUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 2.1. Como Delimitar o Tema da Pesquisa 2.2. Elementos da Introdução 2.2.1. Justificativa 2.2.2. Delimitação do Problema 2.2.3. Objetivos da Pesquisa 2.2.4. Aportes Teórico-metodológicos da Pesquisa 17 21 24 26 28 28 UNIDADE 3: DELINEANDO A REVISÃO DE LITERATURA 3.1 A Organização da Revisão de Literatura 3.2 Aspectos Essenciais na Constituição do Referencial Teórico da Pesquisa 3.2.1. Sobre Estudar 3.2.2. Sobre Ler 3.2.3 Sobre Escrever 33 34 35 36 UNIDADE 4 – DESCREVENDO A TRAJETÓRIA METODOLÓGICA DA PESQUISA 4.1. Abordagem da Pesquisa 4.2. O Contexto da Pesquisa 4.3. Interlocutores da Pesquisa 4.4. A Produção dos Dados da Pesquisa 4.5. Análise dos Dados 4.6. Cronograma 40 41 41 43 45 46 UNIDADE 5: ESQUEMATIZANDO O PROJETO DE 7 31 PESQUISA 5.1 Esquema para Apresentação do Projeto de Pesquisa 5.2 Formatação do Projeto Atividade 5.3 Referências e Citações 53 59 67 UNIDADE 6: REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC 6.1 Monografia: Caracterização 6.2 Estrutura da Monografia 6.3 Apresentação Gráfica da Monografia Atividade Referencias 70 73 77 86 87 8 50 Unidade 1 REVISITANDO A ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA Nas leituras realizadas na disciplina Fundamentos Teóricos Metodológicos da Pesquisa I você percebeu que existem diferentes formas de conhecimento, cada uma com sua validade e especialidade. Recorrendo a Moreira (2008), podemos ressaltar que o conhecimento da O projeto de pesquisa.... realidade pode ocorrer de forma especulativa ou científica. O conhecimento especulativo prescinde da sistematização, sendo decorrente das experiências cotidianas que o homem vivencia no mundo “[...] É um conhecimento subjetivo e não-sistemático (MOREIRA, 2008, p.189). O conhecimento científico, entretanto, requer uma sistematização através do planejamento da pesquisa. Esse planejamento, conforme discussões anteriores, caracteriza-se como a definição dos caminhos da serem trilhados para conhecer uma dada realidade. O pesquisador, para ser bem sucedido na atividade científica, necessita de um bom planejamento, de um projeto de pesquisa bem elaborado, explicitando as ações e a trajetória das pesquisas. Em seu caso específico, para a elaboração do TCC, é necessário, como ponto de partida, desenvolver um projeto de pesquisa, focalizando um tema de seu interesse. A escolha do tema é muito importante na construção do projeto de pesquisa e, de modo especial, na elaboração do TCC (Monografia). O tema deve ser selecionado dentro de uma área de seu interesse, ou seja, ele deve mobilizar sua curiosidade. Tendo estas reflexões sobre o processo de produção do conhecimento científico, apresentamos, nesta parte do estudo, os objetivos e as diferentes partes do projeto de pesquisa 9 UNIDADE 1: A Estrutura do Projeto de Pesquisa 1.1 Objetivos do Projeto de Pesquisa 1.2 Atividade 10 9 14 UNIDADE 1: A ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA 1.1 Objetivos do Projeto de Pesquisa O processo de produção do conhecimento científico apresenta exigências relativas ao delineamento dos procedimentos que serão desenvolvidos no transcurso da investigação, sistematizando de forma objetiva e racional as diferentes fases da pesquisa. O projeto de pesquisa, de acordo com essa análise, evita a improvisação, assegurando definir A definição de um objeto de pesquisa requer muita leitura de livros, revistas especializadas, entre outras. com segurança os rumos da pesquisa. Sem um projeto bem elaborado, o objeto de estudo parece fluído, sem objetividade. • Revelar as intenções do pesquisador; • Esclarecer ao pesquisador; • Sistematizar o desenvolvimento da pesquisa, delineando claramente as diferentes fases do processo de produção • • para que o pesquisador do conhecimento; • A leitura contribui construa um Estabelecer o diálogo científico entre os pesquisadores, uma vez que fazer a pesquisa implica também na socialização do conhecimento; Aperfeiçoar a utilização de recursos e o alcance dos objetivos propostos; Prever o caminho a ser trilhado na investigação. Podemos dizer, portanto, que a elaboração do projeto de pesquisa contribui para: Para ler sobre a estrutura do projeto de pesquisa, acesse: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm Você Sabia? Toda pesquisa começa com uma dúvida, uma inquietação ou um problema [...] (CALEFFE; MOREIRA, 2006, p. 21). 11 relevante problema de pesquisa. SINTETIZANDO: Leia: BARROS, J. D’ Assunção. O projeto de pesquisa em História: da escolha do tema ao quadro teórico. Petrópolis/RJ: Vozes, 2007. Fazer pesquisa é tarefa que reclama pensar no avanço da ciência e isso exige do pesquisador conhecimento acerca do tema a ser investigado, considerando como fases importantes neste processo: Fases da pesquisa Preparação da pesquisa Elaboração do projeto de investigação. Desenvolvimento da investigação Processo de produção dos dados. Elaboração do relatório de pesquisa Produção do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) 12 Para Reflexão [...] No mundo acadêmico da construção do conhecimento, da pesquisa, da elaboração de um TCC, uma monografia [...], podemos perceber que o resultado final só poderá ser bem-sucedido se na sua origem contou com um planejamento bem elaborado (MEDEIROS, 2008, p.190). Além das fases mencionadas a respeito da elaboração do projeto de pesquisa, segundo Minayo (1999), é importante considerar aspectos de natureza: O projeto de pesquisa, de acordo com o exposto, representa uma previsão racional do que vai ser desenvolvido no processo de investigação. A previsão das trajetórias da pesquisa, contudo, deve levar em conta as complexas situações que são peculiares às ciências humanas e, por isso, é importante um planejamento cuidadoso, indicando claramente o problema, o eixo teórico metodológico, entre outros aspectos. “[...] O projeto é um guia, uma orientação que indica aonde o pesquisador quer chegar e os caminhos que pretende tomar”. (ALVESMAZZOTTI; GEWANDSNAJDER, 1998, p. 149). Para saber mais sobre a importância do projeto de pesquisa, acesse o site: http://www.uniritter.edu.br/w2/editora/downloads/Cadern o_Academico-vol_4.pdf 13 A partir da leitura, responda: O que significa o projeto na pesquisa científica? Em que aspectos o conhecimento científico difere do conhecimento especulativo? Deposite suas respostas no fórum para partilhar suas idéias com outros cursistas. Para Recordar... O projeto de pesquisa deve conter as seguintes partes: Tema da pesquisa Introdução: deve conter a delimitação do tema, os objetivos e a justificativa. Revisão Bibliográfica Metodologia: descreve como os dados serão produzidos Cronograma Referências Atividade A definição do tema de pesquisa implica na delimitação do objeto de estudo. Para tanto, é necessário que você pense na área de estudo de seu interesse. Pense e responda: • Qual o tema de seu interesse para desenvolver seu projeto de pesquisa? • Que leituras você tem sobre o tema de seu interesse? • Registre no fórum as suas respostas para analisá-las de forma coletiva e compartilhada. Sobre delimitação do tema de pesquisa, leia: SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conhecimento. Rio de Janeiro: DP8A, 1999. GONSALVES, E. P. Iniciação à pesquisa científica. Campinas/SP: Alínea, 2003. 14 15 UNIDADE 2 – CONSTRUINDO A INTRODUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 2.1. Como Delimitar o Tema da Pesquisa 2.2. Elementos da Introdução 2.2.1. Justificativa 2.2.2. Delimitação do Problema 2.2.3. Objetivos da Pesquisa 2.2.4. Aportes Teórico-metodológicos da Pesquisa 16 17 21 24 26 28 28 UNIDADE 2 – CONSTRUINDO A INTRODUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 2.1 COMO DELIMITAR O TEMA DA PESQUISA As reflexões que desenvolvemos neste estudo realçam que pensar um tema de pesquisa é indicar um assunto de nosso interesse. A seleção do tema de pesquisa, segundo Gonçalves (2003), pode ser decorrente de várias situações, tais como: • Observação do cotidiano: neste caso, a reflexão sobre/no cotidiano pode indicar interessantes problemas de pesquisa. • Vida profissional: a vivência da prática profissional apresenta situações problemáticas que podem ser objeto da pesquisa científica. • Contato com especialistas: as trocas de experiências, a participação em eventos científicos, entre outros, revelam questões atuais que interessam à comunidade científica. • Estudo da literatura especializada: a leitura de determinado tema nos revela as peculiaridades do estudo na área, explicitando “[...]controvérsias e lacunas que precisam ser preenchidas (GONSALVES, 2003, p. 26-27). • Da criatividade: muitos elementos nos possibilitam uma leitura crítica da realidade. A partir dessa leitura podemos descobrir questões tratamento científico. 17 que merecem um Para delimitar o tema da pesquisa é necessário focalizar apenas um aspecto da realidade Vale lembrar que ao definirmos o tema da pesquisa, focalizamos, inicialmente, uma temática ampla. Por essa razão, chamamos sua atenção para a necessidade de delimitar o tema da pesquisa, pois muitas vezes o pesquisador iniciante, ao pensar o tema da pesquisa, não apresenta o “recorte” do objeto de estudo. Por falar em tema de pesquisa, apresentamos alguns exemplos para ilustrar nossas reflexões. Podem ser apresentados como temas de pesquisa: -Marketing -Empreendedorismo -Tecnologia -Gestão ambiental Considerando os exemplos apresentados, observamos que focalizam temáticas amplas e, por isso, precisam de um recorte. Por exemplo, ao apontarmos como tema de estudo Gestão ambiental, indicamos um assunto abrangente. É necessário pensar nos limites da temática estudada, pois a gestão ambiental pode ser compreendida como a grande área de interesse do pesquisador. Neste caso, compete indagar: Que aspecto/recorte dentro da área de gestão ambiental interessa ao pesquisador?Desenvolvimento sustentável ?Responsabilidade social ? 18 Para saber mais Tema:Gestão ambiental Delimitação do tema: As práticas de desenvolvimento sustentável desenvolvidas no processo de formação dos administradores e suas contribuições para aprendizagem desses profissionais. Na delimitação do tema de seu interesse, considerando que seu projeto de pesquisa dará origem ao Trabalho de Conclusão de Curso – TCC (Monografia), é importante que você leve em conta, entre outros, os seguintes aspectos: o que mobiliza seu interesse para estudar a temática; as áreas de estudo dos prováveis orientadores; a produção teórica na área; e a familiaridade com o tema. Ademais, é imprescindível que, ao pensar em um tema de pesquisa, observemos as proposições de Minayo (1999), ao recomendar que o pesquisador se questione acerca da relevância do tema e de sua exequibilidade. Na escolha de um tema de pesquisa, a opção ideal é unir uma grande motivação com certa familiaridade (GONSALVES, 2003 p.28). CHAT 01 Você sabe que o chat constitui espaço interativo que possibilita trocas de conhecimento, partilhamento de idéias, entre outras coisas. Nesta perspectiva, propomos o chat 01, para que você socialize com os outros cursistas e com seu tutor suas reflexões sobre: • O que é um tema de pesquisa? • Como delimitar o tema da pesquisa? • O que pode ocorrer se o pesquisador não delimitar bem o tema de seu estudo? 19 Fórum A partir das discussões vivenciadas no chat, registre no fórum: Tema de estudo: _______________________________ Delimitação do tema:___________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ Esperamos que, ao pensar no tema de pesquisa e delimitálo, você esteja apresentando um objeto de estudo de seu real interesse, pois, como já afirmamos anteriormente, o seu projeto de pesquisa originará seu TCC (Monografia). Desse modo, é recomendável que, ao responder às questões de estudo, focalize um tema que desperte a sua curiosidade. LEMBRETE É importante destacar também que você deve considerar para a seleção de um tema a sua área de especialidade. O que isso significa? Significa que aconselho você a não escolher um tema sobre o qual não tenha nenhuma aproximação ou referência, pois isso poderá dificultar ou mesmo impedir a execução do seu trabalho. O pesquisador Como fazer a introdução? deve ter certa familiaridade com o tema escolhido, pois isso tende a facilitar a busca pela bibliografia disponível (GONSALVES, 2003 p. 28). 20 2.2. Partes da Introdução A introdução, conforme Gil (2007), constitui a primeira parte do projeto de pesquisa e deve descrever com clareza e objetividade os propósitos do estudo, a justificativa para seu desenvolvimento, e o enfoque teórico-metodológico que o orienta. Nesta parte do projeto, procedemos à contextualização da temática da pesquisa, estabelecendo relações com o conhecimento produzido na área. Uma introdução elaborada de forma adequada propicia ao leitor a compreensão da proposta do estudo. Dessa forma, é necessário observar que a introdução, como primeira seção do projeto, deverá ser estruturada de modo que revele a especificidade da proposta, o público ao qual se destina, na perspectiva de despertar o interesse do leitor. Barros (2007), ao caracterizar a introdução, acentua que no projeto de pesquisa frequentemente encontramos dois tipos de introdução. Assim, se o projeto não tiver uma seção para delimitação do tema, a introdução apresentará e discutirá, de forma profunda, o tema proposto para a pesquisa. Numa outra configuração, caso o projeto tenha um item específico para a delimitação do tema, a introdução consistirá em um resumo, através do qual, com objetividade, o pesquisador revelará o conteúdo do projeto. LEMBRETE A elaboração da introdução do projeto de pesquisa deve tomar referência, além das contribuições dos diferentes autores que discutem a temática, as orientações propostas pela ABNT. 21 PARTES DE UMA INTRODUÇÃO → Fonte: GIL (2007) JUSTIFICATIVA (POR QUE FAZER?) → Apresentação da proposta da pesquisa, revelando a relação do estudo com as experiências vivenciadas. Nesta parte, o autor realça a relevância da pesquisa nos âmbitos social, científico e profissional. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA (O QUE FAZER?) → O pesquisador deve explicitar o problema da pesquisa, indicando a questão a ser respondida no desenvolvimento do estudo. Ao delimitar o problema, é importante deixar claro os termos centrais do problema. [...] tenho observado, de uns anos para cá, que há certa predisposição dos alunos em não elaborar o projeto de pesquisa. Alguns consideram até perda de tempo debruçar-se sobre ele. evidentemente está correto. Um O que projeto de pesquisa bem elaborado significa meio caminho andado na consecução do trabalho de pesquisa (PEREIRA, 2005 p. 44). OBJETIVOS (QUAL O PROPÓSITO DA PESQUISA?) → A introdução, como primeira seção do projeto, deve apresentar os objetivos da pesquisa. REVISÃO DA LITERATURA (QUAIS OS FUNDAMENTOS DO ESTUDO?) → De forma sucinta, o pesquisador esclarece acerca da vinculação teórica da pesquisa, ou seja, indica os pressupostos teóricos do estudo a ser desenvolvido. METODOLOGIA (COMO FAZER?) → Informar, de forma sucinta, a natureza do estudo. 22 DICA IMPORTANTE Na elaboração da parte introdutória do projeto, é relevante considerar o que apresentamos no esquema, mas ressaltamos que essa construção é flexível, podendo ser alterada, desde que atenda à lógica do trabalho científico a ser realizado. Fórum Tema: Discutindo a introdução do projeto de pesquisa. Questões orientadoras: → Quando elaborar a introdução? → O que deve conter uma boa introdução? [...] a introdução identifica a questão da preocupação que gera a pesquisa, ao transmitir informações sobre um problema de pesquisa. Como essa é a passagem inicial em um estudo ou em uma proposta, deve-se tomar muito cuidado ao redigi-la. Infelizmente, muitos autores não identificam claramente o problema de pesquisa, deixando o leitor decidir por si mesmo a importância da questão que motiva o estudo (CRESWELL, 2007, p. 89). Pesquisar implica penetrar no mundo das palavras e se deixar impregnar por elas, compreendendo que cada uma tem, dependendo do contexto, significados. 23 múltiplos Partes da introdução (de acordo com CRESWELL, 2007, p.90): * O problema da pesquisa * Estudos que abordam o tema * Deficiências nos estudos * A importância do estudo para um público * A declaração do objetivo 2.2.1 Justificativa Por que realizar a pesquisa? Qual sua contribuição no âmbito da temática proposta? Ao propor um estudo, o pesquisador tem um público-alvo e, por isso, deve ter o cuidado de justificar a pesquisa, informando acerca de sua relevância e das contribuições que poderá trazer na produção do conhecimento. A justificativa do projeto, portanto, consiste em “[...] convencer os seus leitores da sua importância, da sua relevância acadêmica e social, da viabilidade da sua realização, da A justificativa pertinência do tema proposto (BARROS, 2007 p.68). Nesta deve acepção, a justificativa apresenta razões convincentes para o convencer o desenvolvimento da pesquisa. Segundo Santos (1999, p.70), o leitor da conteúdo da justificativa deve focalizar a: relevância e necessidade de realização da pesquisa. [...] importância ou relevância do tema; abrangência do assunto, isto é, o relato do interesse da comunidade humana, especialmente no presente, em relação ao tema que se quer pesquisar. Lembrete: ao escrever a justificativa do projeto, lembre-se de focalizar, entre outros, os seguintes aspectos: 24 Relevância social: enfatizar a importância do estudo no contexto social; Relevância científica: contribuições que podem trazer em determinada área de conhecimento; Pertinência do tema: realçar a convergência do estudo com a produção na área. Para evidenciar a relevância do estudo, compete ao pesquisador realçar suas contribuições no âmbito da produção do conhecimento científico (1999), compreendendo que a justificativa deve explicitar a motivação de ordem teóricoprática que justifica o desenvolvimento da pesquisa. Na elaboração da justificativa não há um modelo a ser seguido; contudo, ao escrever a justificativa, o pesquisador deve focalizar os seguintes pontos: Experiências vivenciadas em relação ao objeto de estudo Elaboração do problema a ser estudado Contribuições da pesquisa Produção existente na área Para saber mais sobre a justificativa acesse: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/ 25 FÓRUM Tomando como referência o tema que você elegeu para sua pesquisa, escreva, em três parágrafos, a justificativa de seu interesse pela temática. Registre seu texto no fórum. 2.2.2 Definindo o problema O tema da pesquisa deve ser abordado pelo pesquisador na perspectiva de situá-lo diante do conhecimento científico produzido na área. A contextualização do tema permite a compreensão do que tem sido produzido, bem como indica prováveis lacunas na abordagem teórica do objeto de estudo. A partir dessa contextualização e problematização, o pesquisador tem clareza quanto ao que pretende investigar. É preciso deixar claro que o tema é diferente do problema, porém, a discussão do tema possibilita a especificação do problema. Com base nessas considerações, compreendemos ser relevante que o pesquisador procure conhecer de forma aprofundada o objeto que pretende investigar para definir com segurança o problema de pesquisa. Sobre essa questão, Alves-Mazzotti (2001, p. 150) faz a seguinte análise: O conhecimento da literatura pertinente ao problema que nos interessa (relatos de pesquisa, teorias utilizadas para explicálo) é indispensável para identificar ou definir com mais precisão os problemas que precisam ser investigados em uma dada área. 26 Parada Obrigatória Para saber mais sobre tema e problema de pesquisa, leia: Richardson (1999). Após a leitura, estabeleça a diferença entre os dois termos. Registre no fórum a sua resposta. Falar de problema de pesquisa não é novidade para você, pois já teve oportunidade de estudar sobre o assunto. Por exemplo, entende que nem todo problema constitui problema científico. É bom lembrar que neste estudo o foco de interesse é o problema de pesquisa. Embora o termo seja polissêmico, podemos dizer que o problema de pesquisa dá norte à pesquisa e, mais especificamente, podemos dizer que o problema de pesquisa é: “[...] qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento (GIL, 2006, p.49). DICAS PARA ELABORAR O PROBLEMA DE PESQUISA (GIL, 2006) O problema deve ser formulado em forma de questionamento O problema deve ser bem definido, apresentando um recorte do tema de estudo O problema deve se elaborado de forma clara O problema deve explicitar os pressupostos teóricos de sua orientação 27 Como elaborar o projeto de pesquisa? 2.2.3 Objetivos da pesquisa Com qual propósito a pesquisa será realizada? A introdução, como seção inicial do projeto de pesquisa, deve esclarecer o leitor em relação aos objetivos da pesquisa, contextualizando o estudo a ser desenvolvido. 2.2.4 Aportes Teórico-Metodológicos da Pesquisa Na introdução do projeto de pesquisa comporta informar acerca da orientação teórico-metodológico da pesquisa, justificando a opção, tanto no âmbito da metodologia, quanto em relação à base teórica da pesquisa. 28 29 UNIDADE 3: DELINEANDO A REVISÃO DE LITERATURA 3.1 A Organização da Revisão de Literatura 3.2 Aspectos Essenciais na Constituição do Referencial Teórico da Pesquisa 3.2.1. Sobre Estudar 3.2.2. Sobre Ler 3.2.3 Sobre Escrever 30 31 33 34 35 36 UNIDADE 3: DELINEANDO A REVISÃO DE LITERATURA 3.1 A Organização da Revisão de Literatura Ao pensarmos na organização do quadro teórico da pesquisa, nos inspiramos em Teixeira (2007), quando se refere ao ofício do pesquisador e do aluno. Neste entorno, a autora demarca os papéis desses atores no processo de produção do conhecimento. Em relação ao pesquisador, compreende que seu ofício é contribuir para que os alunos desenvolvam competências nos atos de estudar, ler e escrever. No tocante ao aluno, registra que seu ofício: [...] É aprendido no dia a dia, ao longo dos meses e anos em que estamos dentro e fora da escola, na infância e na adolescência, bem como por toda vida (TEIXEIRA, 2007, p. 22). Partindo dessa compreensão, consideramos a complexidade inerente à produção do quadro teórico da pesquisa, lembrando que, na maioria dos casos, o estudante de graduação não tem muita intimidade com a pesquisa e seus meandros. Aliado a isso, a experiência docente tem mostrado que o ato de escrever constitui tarefa complicada para o estudante na elaboração do projeto de pesquisa e, de modo particular, na elaboração do TCC. Por essa razão, recorremos a Teixeira (2007) na análise do que denomina “três atos acadêmicos”: estudar, ler e escrever. A produção do conhecimento, na vivência da pesquisa, articula-se, em nossas análises, aos atos de estudos, ler e escrever. Notadamente, no processo de elaboração do quadro teórico da pesquisa, é necessário que o pesquisador, iniciante ou não, tenha sólido conhecimento da temática do estudo para 31 justificar sua relevância e pertinência na pesquisa. Razão por que inserimos nesta parte do estudo a discussão do tema em referência. A perspectiva é de que você, ao organizar o referencial teórico de sua pesquisa, dinamize seu processo de estudo, tornando proveitosas as leituras feitas para o desenvolvimento de seu projeto de pesquisa. Para saber mais acesse: http://www.ess.ips.pt/_downloads/trab_cientificos.pdf http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met01.htm Para produzir a revisão de literatura em seu projeto, é necessário que você tenha conhecimento do que foi produzido acerca do tema de estudo. Significa que você irá dialogar com vários autores que escreveram/escrevem sobre seu objeto de estudo. Neste processo é importante buscar fontes diversificadas (livros, periódicos, sites, entre outros) que focalizem seu problema de pesquisa. Significa, também, que a sua leitura deverá ser crítico-analítica, de modo que possa acrescentar suas reflexões, contribuindo com a produção do conhecimento. A revisão de literatura consiste no levantamento e na análise do que foi publicado acerca do problema de pesquisa. “[...] a revisão tem papel essencial no trabalho científico, pois através dela seu trabalho se insere nas discussões sobre a temática. A revisão de literatura mostra sua familiaridade com o tema de estudo”. 32 Ao produzir a revisão de literatura o pesquisador [...] deverá realizar uma criticamente interpretação as diversas do fenômeno, concepções e analisando perspectivas apresentadas, mediante referência a tudo o que se escreve sobre ele (RICHARDSON, 1999, p.60). Nesta parte do trabalho é indispensável que o pesquisador explicite o seu pensamento, suas idéias e conhecimentos acerca do objeto de estudo, tendo como referências o que foi produzido na área. A tarefa de produzir o referencial teórico da pesquisa carece de aprofundamento de estudos para que o pesquisador defina de forma precisa seu objeto de estudo. Atenção! A má qualidade da revisão de literatura compromete todo o estudo, uma vez que esta não se constitui uma seção isolada, mas, ao contrário, tem por objetivo iluminar o caminho a ser seguido pelo pesquisador, desde a definição do problema até a interpretação dos resultados (ALVES MAZZOTTI, 2006, p.26). 3.2. Aspectos Essenciais na Construção do Referencial Teórico da Pesquisa: Estudar, Ler e Escrever Ao longo do estudo desenvolvido nesta seção, evidenciamos que a revisão de literatura resulta do estudo aprofundado do tema pesquisado. Neste processo, o pesquisador, para construir uma revisão de literatura de qualidade, envolve-se numa contínua busca do conhecimento através do estudo e da leitura. No caso específico do pesquisador iniciante, construir o referencial teórico da pesquisa parece uma tarefa bastante árdua. Cabe assinalar que o estudo aprofundado do tema, alicerçado em assegurar ao fontes diversas pesquisador o pode, progressivamente, desenvolvimento 33 de suas capacidades de análise e de teorização sobre o seu problema de pesquisa. Para refletir Acreditamos, portanto, que os atos de estudar, ler e escrever merecem atenção especial na formação de profissionais da administraçaõ. Por isso, permitimo-nos recorrer às reflexões de Teixeira (2007), no que concerne aos atos de estudar, ler e escrever. A intenção é oferecer ao leitor/cursista subsídios para selecionar de modo competente a literatura relevante para sua pesquisa. 3.2.1. Sobre estudar É comum os estudantes afirmarem que estudam bastante e não conseguem aprender. Essa situação parece revelar que o ato de estudar requer do sujeito que estuda habilidades de organização e de disciplina, uma vez que o sujeito estuda para aprender. Implica, pois, pensar as situações de estudo de modo que sejam proveitosas e representem espaços para compreender e refletir sobre o conhecimento. Teixeira (2007, p.25) analisa três aspectos importantes para disseminar o estudar e o aprender: ESTUDAR E APRENDER Atenção: refere-se à capacidade de concentração. Memória: a memorização constitui processo que possibilita a reorganização do conhecimento. Associação de idéias: “[...] capacidade que possibilita ao estudante relacionar e evocar fatos e idéias [...].” 34 Na vivência acadêmica, particularmente através da pesquisa, o ato de estudar proporciona familiaridade com os temas investigados, assim como o desenvolvimento da maturidade na relação com o conhecimento. Para tanto, é preciso construir o hábito do estudo como estratégia para fortalecer sua relação com a pesquisa e com a produção do conhecimento. Nesta direção, Teixeira (2007) sugere que o estudante planeje o tempo e o local de estudo, criando rotinas organizadas que resultarão no aprofundamento do conhecimento. Na elaboração de seu projeto de pesquisa, organize suas rotinas de estudo, estabelecendo diariamente o tempo de estudo, organizando o local e o material necessário. Construir o referencial teórico da pesquisa é produzir conhecimentos. 3.2.2. Sobre ler A leitura constitui atividade essencial na produção do conhecimento. Escrever um texto, freqentemente, tem sido apontado no meio acadêmico como uma tarefa bastante difícil. De fato, escrever pode tornar-se tarefa penosa e complicada se você dispensar a produzir um texto sem fazer/ter leitura aprofundada do tema. Sua leitura deve ser crítica para ATENÇÃO Necessitamos, para produzir qualquer trabalho, desenvolver a técnica de leitura compreender o pensamento do autor, a validade [...]. A leitura envolve a prática de dar ou equívocos no significado ao mundo que nos cerca [...]. conteúdo (TEIXEIRA, 2007, p.27) abordado. 35 A leitura, como prática social, tem diferentes finalidades. Por exemplo, lemos para nos divertir, para entreter, para nos informar, para aprender, entre outros. A leitura, segundo os propósitos deste texto, deve configurar-se como atividade intencional e planejada de busca do conhecimento. Desse modo, requer o desenvolvimento do ato de ler de forma críticoanalítica. Azevedo (2001) afirma que ler para entender supõe: • Conhecer o texto (pré-leitura); • Perceber o sentido do texto; • Identificar através da leitura aspectos importantes ao tema estudado; • Analisar o conteúdo. Para saber mais leia: AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica para trabalhos acadêmicos. São Paulo: Agnos, 2001. Para saber mais Procure informações na ABNT em relação a: - citação; - referências bibliográficas; - digitação de textos científicos. 3.2.3 Sobre Escrever A redação do texto científico deve ocorrer observando as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Escrever um texto é uma aprendizagem, e consolida-se através do estudo, da leitura. O texto científico, a exemplo dos demais, requer clareza, embasamento teórico e foco na questão 36 estudada. Azevedo (2001, p. 21), ao discutir a redação de textos científicos, analisa dez princípios que asseguram a boa comunicação. À guisa de ilustração, analisaremos apenas cinco, deixando o convite para que você busque a leitura da obra referenciada. Clareza: Devemos lembrar que escrevemos para ser lido e, Inteligível por isso, a nossa escrita deve ser inteligível para facilitar a interpretação. Dessa forma, o texto torna-se agradável, mobilizando o leitor. Correção: Ao escrever um texto é importante observar os aspectos gramaticais para produzir uma linguagem correta. Encadeamento: O texto não é feito de frases soltas. Deve haver uma ligação dinâmica entre frases, parágrafos. Precisão: É recomendável evitar frases e palavras ambíguas para evitar não comprometer a comunicação. Originalidade: Original é um texto criativo que envolve o leitor, evitando frases feitas. Para saber mais acesse: http://www.dqi.ufms.br/~mestrado/guia2.html http://www2.unemat.br/rhycardo/download/redacao_cientifica.p df 37 Claro Transparente 38 UNIDADE 4 – DESCREVENDO A TRAJETÓRIA METODOLÓGICA DA PESQUISA 4.1. Abordagem da Pesquisa 4.2. O Contexto da Pesquisa 4.3. Interlocutores da Pesquisa 4.4. A Produção dos Dados da Pesquisa 4.5. Análise dos Dados 4.6. Cronograma 39 40 41 41 43 45 46 4.1. ABORDAGEM DA PESQUISA Ao caracterizar o percurso metodológico da pesquisa é necessário esclarecer acerca do tipo de estudo que se pretende desenvolver, informando se realizar-se-á um estudo qualitativo, quantitativo ou quali-quantitativo. É importante, ainda, esclarecer quanto ao delineamento da investigação, classificando a pesquisa quanto aos objetivos do estudo (A pesquisa é descritiva? Explicativa? Exploratória?). Para ilustrar, apresentamos o recorte de uma metodologia de pesquisa O CAMINHO METODOLÓGICO A pesquisa Descrever o caminho metodológico de uma pesquisa significa revelar a relação entre o objeto de investigação e a natureza da pesquisa a ser desenvolvida. Por isso, nossa proposta de pesquisa, considerando as peculiaridades do objeto de estudo, insere-se no paradigma qualitativo. Assim, optamos, dentro dessa modalidade de investigação, pelo estudo de caso. A respeito da pesquisa qualitativa, Lüdke e André (1986) pontuam que esta deverá ter como fonte de dados o ambiente natural, requerendo que o pesquisador mantenha, através de trabalho de campo, contato direto e intensivo com o ambiente e a situação investigada. Corroborando essa análise, Triviños (1992) reconhece a adequação da pesquisa qualitativa às investigações cujos dados não podem ser quantificados. Considera que neste tipo de pesquisa o pesquisador tem um importante papel, e situa o estudo de caso como um dos tipos mais relevantes, no âmbito da pesquisa qualitativa. Entendemos que o estudo de caso se adequa à nossa proposta de estudo por possibilitar (segundo Lüdke e André, 1986): • A apreensão do objeto de estudo de forma contextualizada: o problema é estudado no ambiente natural onde se situa. 40 • A revelação da multidimensionalidade do problema: o problema não é visto de forma isolada, mas sim, a partir de suas várias dimensões. • A utilização de fontes variadas de informação: o pesquisador poderá fazer a coleta de dados utilizando técnicas variadas, coletando as informações em momentos e situações diferentes. 4.2. O Contexto da Pesquisa Nesta parte você irá descrever o contexto institucional da pesquisa. Trata-se de informar onde a pesquisa será realizada, justificando sua decisão em relação a este aspecto. A esse respeito, recomendamos apresentar os critérios para escolha do lócus da pesquisa. O acesso ao contexto da pesquisa deve ser negociado através da apresentação dos objetivos de estudo. Dica importante Acesse, para ler mais sobre pesquisa: http://www.scielo.br/pdf/cp/n115/a05n115.pdf 4.3. Interlocutores da Pesquisa Nesta seção informamos sobre a população-alvo da pesquisa, discriminando os critérios utilizados para selecioná-la. Na pesquisa qualitativa pesquisador e pesquisados mantém uma relação interativa e, por essa razão, o contato inicial com os interlocutores da pesquisa constitui espaço-tempo para apresentar o objeto de estudo, solicitando a adesão à pesquisa (ver termo de consentimento). 41 TERMO DE CONSENTIMENTO Eu,..........................................................................................., Identidade RG n. .................................. SSP/....., e CPF n. ................................................, voluntariamente, da concordo pesquisa: em ................., participar, tendo pleno conhecimento das informações que li ou que foram lidas para mim, pertinentes ao trabalho de pesquisa citado. Também ficaram devidamente claros para mim quais são os propósitos do trabalho de pesquisa, os procedimentos a serem realizados, bem como as garantias referentes ao caráter confidencial de minha identidade. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas. Por fim, estou ciente de que a utilização das informações por mim prestadas ficará restrita à mencionada pesquisa. Teresina – PI, .......... de ..................................... de 2009 Assinatura: ............................................................................. Pense... Invente... Você pode criar um modelo de termo de consentimento adequado à sua pesquisa. Use a criatividade. Como é possível perceber, pensar a definição/seleção dos interlocutores do estudo exige considerar os objetivos da pesquisa. Neste sentido, é válido questionar: 42 Com quem dialogar no estudo, considerando a natureza do problema da pesquisa? Que critérios utilizar para selecionar os sujeitos do estudo? Vamos desenvolver pesquisa com ou sobre os sujeitos? 4.4. A Produção dos Dados da Pesquisa Nesta parte do estudo informamos sobre as técnicas e instrumentos a serem utilizados na pesquisa, descrevendo como serão empregados e com qual finalidade. É interessante fazer uma descrição pormenorizada do processo de produção dos dados. Por exemplo, se você utilizar a entrevista, deverá explicar o tipo de entrevistas que fará e com qual objetivo será utilizada na pesquisa. [...] É importante deixar claro os critérios de escolha dos instrumentos, assim como que informações você pretende obter a partir da utilização deles. É interessante destacar também como será aplicado o instrumento escolhido (GONSALVES, 2003, p. 71-72). Sites importantes: http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp http://www.prossiga.br/ PARA EXEMPLIFICAR Coleta de dados Os dados desta investigação serão coletados a partir da conjugação de técnicas de observação e de entrevista, buscando a apreensão dos fatos, contemplando as diferentes situações em que ele poderá ocorrer 43 Observação A opção pela técnica de observação tem como suporte a idéia de que ao realizar a observação, o observador partilha de diferentes situações vivenciadas no locus da pesquisa, acompanhando as experiências dos sujeitos envolvidos no estudo. Essa técnica representa um espaço em que se efetiva o contato direto do pesquisador com a situação investigada e com o ambiente da pesquisa. Daí entendermos ser importante o desenvolvimento de observação na escola e, particularmente, dentro da sala de aula, destacando-se os aspectos relevantes e pertinentes ao objeto de estudo. Entrevista A entrevista constitui-se importante meio de coleta de dados, permitindo que, de forma objetiva, haja a captação dos dados pertinentes ao estudo. Para o desenvolvimento desta pesquisa, pretendemos empregar a entrevista semi-estruturada. DICA Ao definir técnicas e instrumento da pesquisa, explicite os critérios que utilizar ao selecioná-los. Chat Para participar do chat, analise os seguintes aspectos referentes à elaboração do projeto de pesquisa: • Importância da elaboração do projeto na pesquisa científica; • Elementos constitutivos da introdução do projeto de pesquisa; • Aspectos a serem considerados na elaboração da revisão de literatura. Sugestão A pesquisa e o diário de bordo O diário de bordo pode ser utilizado como um recurso para coletar dados na pesquisa, mas, também, pode servir para o pesquisador registrar 44 suas observações. Neste caso, sugerimos que no desenvolvimento da pesquisa, utilize o diário de bordo para registro das situações observadas, das leituras feitas e do desenrolar da pesquisa. A partir de suas anotações no diário de bordo será mais fácil e mais proveitoso escrever o relatório de pesquisa (TCC). ATIVIDADE 2 Para a realização da atividade 2, sugerimos a seguinte leitura: SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conhecimento, Rio de Janeiro: DP8A, 1999. Questões propostas: →Tomando como referência seu item de pesquisa, elabore um texto, explicitando: →Tipo de estudo que pretende desenvolver; →O contexto de desenvolvimento da pesquisa (onde pretende realizar a pesquisa); →Sujeitos da pesquisa (com quem pretende dialogar); →Como os dados da pesquisa serão produzidas (que métodos, técnicas e instrumentos irá utilizar). Deposite a atividade na base de dados. 4.5. Análise dos dados Nas reflexões empreendidas neste estudo realçamos a pesquisa como um processo racional e sistemático que requer planejamento cuidadoso em suas diferentes etapas. Na etapa de análise de dados, por exemplo, o pesquisador vivencia diferentes momentos que envolvem: 45 Organização dos dados produzidos na pesquisa: esta etapa exige leituras e releituras dos dados. Definição do tipo de tratamento que terão os dados. O processo de análise dos dados, segundo Pádua (1996, p. 74), deve considerar os seguintes aspectos: Pertinência: verificar se os dados produzidos correspondem aos objetivos da pesquisa; Relevância: observar se os dados produzidos são, de fato, relevantes para o estudo; Autenticidade: autores e obras consultadas devem ter relação com o tema. A pesquisa deve buscar informações originais e atualizadas. Na literatura sobre pesquisa científica (RICHARDSON, 1999) você encontra vasta discussão referente ao processo de análise dos dados. Trata-se de um importante momento da pesquisa, que pode ocorrer de forma paralela à produção dos dados. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010015742002000100005 &script=sci_arttext 4.6. Cronograma O processo de planejamento da pesquisa exige a delimitação do tempo de desenvolvimento do estudo. Para tanto, é necessário elaborar um cronograma, sequenciando as diferentes atividades a serem vivenciadas no transcurso da pesquisa. 46 Aspectos a serem contemplados no cronograma: • Revisão do projeto; • Revisão da literatura; • Elaboração de instrumentos da pesquisa; • Testagem dos instrumentos; • Produção dos dados; • Análise dos dados; • Elaboração do relatório da pesquisa. 47 48 UNIDADE 5: ESQUEMATIZANDO O PROJETO DE PESQUISA 5.1 Esquema para Apresentação do Projeto de Pesquisa 5.2 Formatação do Projeto Atividade 5.3 Referências e Citações 49 50 53 59 67 UNIDADE 5: DESCREVENDO A TRAJETÓRIA METODOLÓGICA DA PESQUISA 5.1 Esquema para Apresentação do Projeto de Pesquisa O projeto deve conter: a) Título; b) Introdução, constando problemática do estudo, justificativa e objetivos; c) Referencial teórico; d) Metodologia; e) Cronograma; e f) Referências. A forma gráfica de apresentação do projeto não se orienta por modelo padrão. Desse modo, é provável que você se defronte com modelos diversificados. No contexto deste estudo, sugerimos uma forma de organização do projeto, conforme descrição a seguir: Instituição CAPA Título/subtítulo Nome A capa de conter informações referentes a: → Instituição; → Título e subtítulo do trabalho (se houver); → Nome do Autor; →Local e ano. Local Ano 50 AUTOR Folha de rosto Contém informações relativas ao projeto e as TÍTULO suas finalidades. Projeto de pesquisa junto a como requisito para... Orientador SUMÁRIO TEMA ______________________________ 01 INTRODUÇÃO _______________________ 02 Indica a estrutura do OBJETIVOS _________________________ 08 trabalho, informando a REVISÃO DE LITERATURA______________10 sequenciação das diferentes seções que o METODOLOGIA_______________________ 10 compõem. CRONOGRAMA_______________________11 REFERÊNCIAS_______________________ 13 INTRODUÇÃO Apresentação do problema investigado e seu relacionamento com outros trabalhos; explicita os aspectos que justificam a pesquisa. Nesta parte encontramos a formulação do problema (dúvida ou Uma introdução informação) e a delimitação dos bem escrita é um convite à leitura objetivos. do trabalho. 51 OBJETIVOS Referem-se aos resultados que se espera conseguir com a investigação. O problema vincula-se ao objetivo geral da pesquisa. REVISÃO DE LITERATURA - Visa a subsidiar a interpretação dos dados e informações a serem apresentados no decorrer do trabalho; A revisão da literatura deve contemplar a literatura produzida na área, indicando o estado da arte. METODOLOGIA No projeto a metodologia Refere-se às atividades necessárias indica o caminho para a produção dos dados da a ser trilhado. pesquisa. Cabe ao pesquisador realizar uma descrição completa da metodologia utilizada. 52 CRONOGRAMA Quanto tempo Estabelece relação entre as atividades do projeto e o tempo de para realizar a pesquisa? sua realização. REFERÊNCIAS Relação de bibliográficas citadas no referências das texto. publicações Devem ser Seguir as orientações da ABNT. ordenadas em ordem alfabética, observando a Norma NBR 6023 (2000). 5.2 Formatação do Projeto IMPRESSÃO E DIGITAÇÃO DO PROJETO O projeto deve ser impresso em folha A4, de dimensões 21,0 x 29,7 cm. É aconselhável o uso do papel branco, devendo utilizar-se apenas um dos seus lados e tinta de cor preta. A fonte utilizada pode ser escolhida entre Times New Roman e Arial, com tamanhos 12. 53 Sobre o espacejamento: - Entre as linhas do texto: espaço 1,5 cm; - Entre as linhas das referências bibliográficas, notas de rodapé e citações textuais longas: espaço simples. Sobre as margens: - Superior: 3,0 cm; - Esquerda: 3,0 cm; - Direita: 2,5 cm; - Inferior: 2,5 cm; - De parágrafos: 2,0 cm, a partir da margem esquerda; - De citação longa: 4,0 cm, a partir da margem esquerda; e 1,0 cm de parágrafo. 5.3 Referências e citações O que são Referências? Conjunto padronizado de elementos descritivos retirados de um documento que permitem a sua identificação individual (NBR 6023, 2002, p.2). O trabalho científico, de acordo com as reflexões desenvolvidas neste estudo, fundamenta-se em estudos desenvolvidos acerca do problema da pesquisa, visando a conhecer o que tem sido produzido na área ou revelando as prováveis lacunas do conhecimento construído sobre a temática. A partir dessa lógica, ao redigir um trabalho acadêmico-científico, o autor deve referenciar as obras citadas no texto, observando o disposto na NBR 6023, 2002. 54 No que concerne à organização das referências, sugerimos organizá-las em ordem alfabética. Para que você compreenda a elaboração de referências, apresentamos alguns exemplos ilustrativos, organizando-os de acordo com o tipo de referência pertinente às citações existentes no texto científico. Formatos das Referências: → Monografia no todo (livros, dissertações, teses, entre outros) Autor. Título: Subtítulo. Ano e número de folhas ou volumes. (Grau e área de concentração). Edição. Local: editora e data. Exemplo: COLLIS, Jill: HUSSEY,Roger.Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2 ed. Porto Alegre: Bookman,2005. → Publicações em Periódicos Autor do artigo. Título do artigo. Título da revista. Local de publicação. Número do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, mês e ano. Exemplo: GODOY, Arida Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.35, n.3, p.20-29, mai/jun,1995. 55 → Livro no todo com um autor Autor. Título. Edição. Local de publicação: editora, ano. Paginação ou volume. Exemplo: ROESCH, Sylvia Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudo de caso. 3. Ed., São Paulo: Atlas. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005 Observação importante: Para autoria de até três autores, todos devem ser colocados, seguindo as mesmas orientações indicadas no exemplo anterior e separados por ponto e vírgula. No caso de mais de três autores, colocar o nome do primeiro seguido de et. al. Referência com dois autores Exemplos: BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria Netto (orgs). Bússola de escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertaçõess. Florianóppolis: UFSC; São Paulo: Coortez, 2002 Referência com mais de três autores HAIR JR., Joseph F. et al. Fundamentos de métodos de pesquisa emm administração. Porto Alegre: Bookman, 2005. 56 → Capítulo de livro Autor. Título/do capítulo. In: referência da obra no todo. Paginação. Exemplo BRITO, Antonia Edna. Formar Professores: rediscutindo o trabalho e os saberes docentes. In: MENDES SOBRINHO, José Augusto de Carvalho; CARVALHO, Marlene Araújo de (Org). Formação de professor e práticas docentes: olhares contemporâneos. São Paulo: Autêntica, 2006. p. 40-53. → Documentos Eletrônicos Autor. Título EXEMPLO ou descrição genérica do conteúdo. Endereço eletrônico. Data de acesso. LAMPERT, Magdalene. How do teachers manage to teach?: Perspectives on problems in practice. Harvard Educational Review, v 55 (2), may 1985, p. 178-194. Disponível em: <http: // www.personal.umich.edi/~mlampert/lampert/publications.htm.> Acesso em: 04 jun. 2005: 15:30:10 CONSELHO ÚTIL Procure ampliar seus conhecimentos sobre como fazer citações e referências, acessando: http://www.bu.ufsc.br/home982.PDF http://www.prto.mpf.gov.br/pub/geral/normas_cit.pdf http://biblioteca.escolarosaviterbo.pt/normas.pdf 57 Como fazer uma citação? O que são citações? A citação é “[...] menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte (NBR 10520: 2002), podendo aparecer no corpo do texto ou em nota de rodapé. A citação apresenta-se em três formatos: → Citação direta: apresenta o conteúdo original do texto, ou seja, é uma transcrição literal das idéias do autor. Em seu formato, a citação direta pode ser longa ou curta. A citação curta (até três linhas) permanece incorporada ao parágrafo, sendo destacada por aspas. A citação longa deve ser posta em novo parágrafo, começando a 4 cm da margem esquerda, em letra menor que a do texto, sem aspas. Exemplo de citação curta: Na acepção de Imbernón (2000), o conhecimento profissional docente é de natureza polivalente, dinâmico, construído e reconstruído de forma permanente no percurso profissional dos professores, na relação teoria/prática. Situa o conhecimento profissional docente como vital no processo de profissionalização docente e afirma: “Existe, é claro, um conhecimento pedagógico especializado unido à ação e, portanto, é um conhecimento prático [...]”. Exemplo de citação longa: Dessa forma, resgata a importância de se considerar o professor em sua própria formação, num processo de autoformação, de reelaboração dos saberes iniciais em confronto com a prática vivenciada. Assim, seus saberes vão se constituindo a partir de uma reflexão na e sobre a prática. Essa tendência reflexiva vemse apresentando como um novo paradigma na formação de professores [...] (NUNES, 2001, p. 30). 58 → Citação indireta: corresponde à paráfrase; contém a idéia do autor traduzida nas palavras de quem escreve o texto, por exemplo: A educação para a cabeça bem-feita transcende a acumulação de conhecimentos, é um processo longo que responde aos desafios da sociedade complexa e globalizada (MORIN, 2004). → Citação da citação: corresponde a citação da obra cujo acesso foi impossível. Emprega-se, neste caso, a expressão apud, que significa “citado por”. Exemplo: O professor é a pessoa. E uma parte da pessoa é o professor (NIAS apud NÓVOA, 1992, p. 25). http://www.ufrgs.br/faced/setores/biblioteca/citacoes.html http://www.unifev.edu.br/canais/alunos/abnt/ABNT%20%20CITACAO.pdf Atividade prática (Fórum) (A atividade deve ser realizada com a orientação do tutor) Leia o texto complementar, apresentado a seguir, analisando-o a partir dos seguintes aspectos: - Objetivo do estudo; - Relevância do estudo; 59 - Adequação à ABNT no que refere a Referências e citações; - Partes que compõem o texto; - Origem do estudo; - Contribuições nas análises sobre a temática abordada. Registre suas análises no Fórum. 60 PENSAR A FORMAÇÃO DOCENTE CONSIDERANDO A COMPLEXIDADE DA PRÁTICA DE ENSINAR Antonia Edna Brito – UFPI Maria da Glória Soares Barbosa Lima – UFPI A sociedade contemporânea está envolta em diversificados e complexos processos de transformações. A rigor, essas transformações afetam a maneira como nos organizamos, como trabalhamos, como nos relacionamos social e profissionalmente e, por que não, até mesmo a forma como aprendemos e como ensinamos. Implica, dessa forma, assimilar que essas transformações afetam a educação dos seus homens, requerendo, nessa perspectiva, uma ressignificação da formação de docente. Consequentemente, essas mudanças refletem mais intensamente sobre duas importantes vertentes: no ambiente educacional escolar, que formalmente é encarregado de formar nossos cidadãos e cidadãs para conviverem e atuarem no contexto dessa nova ordem social que está posta; e, por decorrência natural, em direção às agências formadoras de professores, alertando-as acerca da responsabilidade que lhes compete de tomarem a si, diante das atuais circunstâncias, a complexa tarefa de redefinição da docência enquanto profissão, o que segundo Imbernón (2000, p. 9), requer outros pontos fundamentais: [...] uma nova forma de ver a instituição educativa, as novas funções do professor, uma nova cultura profissional e uma mudança nos posicionamentos de todos os que trabalham na educação e, é claro, uma maior participação social do docente. 61 É necessário, pois, considerar essa problemática e os fatores que a envolvem, partindo do exercício da reflexão crítica do próprio professor sobre si mesmo e sobre o papel dessa formação como algo que transcende apenas a idéia de mera preparação formal para assumir a docência, encarando-a na perspectiva de desenvolvimento profissional, ou seja, numa dimensão mais abrangente. Segundo Simões e Ralha Simões, conceber a formação nessa dimensão: [...] implica, dentre outros fatores, uma reformulação da própria identidade psicossocial e inclui, além dos elementos de ordem individual, as circunstâncias contextuais decorrentes de um determinado quadro formativo (1997, pág. 48). A concepção de formação assim perspectivada, a partir de referencial de complexidade, traduz-se como um processo de produção do desenvolvimento de habilidades, atitudes pessoais e profissionais, bem como de um campo de conhecimentos próprios à tarefa de ensinar. Ademais, configura o docente como profissional cuja tarefa vai além da mera transmissão de conteúdos produzidos por outrem. No caso, referimo-nos às competências e aos saberes inerentes (necessários) ao ofício docente. Percebemos, nesse contexto, que a formação de professores tem sido alvo de muitos estudos, de muitas pesquisas e de muitos debates, tendo como um dos importantes objetos de reflexão a racionalidade dos saberes docentes, as competências e as habilidades requeridas ao educador para vivenciar de modo competente o exercício da docência. Dessa forma, pensar a formação docente exige investir na construção de propostas formativas que extrapolem 62 a racionalidade instrumental e tecnocrática. O exercício da docência, nessa análise, requer muito mais que domínio de saberes cristalizados na tradição pedagógica. Constitui-se numa atividade que requer profissionais como sujeitos políticos e, portanto, capazes de construir uma prática reflexiva e politizada. Assim, falar sobre formação docente demanda considerar que a realidade social acentua os desafios quanto à identidade profissional do(a) professor(a), relevando a necessidade de que esta se efetive numa perspectiva multirreferencial para “dar conta” da complexidade e da especificidade do trabalho docente. Portanto, a formação profissional do professor deve ter como referência tanto as condições sociais e históricas da profissão quanto a natureza/especificidade do ato de ensinar. É nessa perspectiva que as análises/reflexões aqui empreendidas, resultantes de nossos estudos empíricos, voltam-se para realçar que a formação profissional do professor deve ser tecida articulando, numa mediação reflexiva, os processos formativos às peculiaridades do trabalho docente, potencializando que nesses processos ocorra a construção de saberes significativos para o desenvolvimento das práticas de ensinar. Assim ocorrendo, a referida formação poderá ampliar a capacidade criativa do professor, possibilitando a construção de habilidades para pensar soluções criativas e eficientes no enfrentamento da problemática inerente ao seu exercício profissional. 63 Nessa compreensão, o professor está no patamar de sujeito de interações que concretiza, no diálogo, nas relações com a prática, a construção de saberes que podem subsidiar sua ação no âmbito da sala de aula. Compreendemos, pois, que a formação docente, articulada à realidade da prática de ensinar, demarca que a docência constitui-se numa atividade que envolve uma gama de diversificados objetivos, requerendo do professor a posse de saberes plurais e contextualizados. Além dessa compreensão, realçamos, por um lado, o entendimento de que a formação inicial do professor não se encerra com a conclusão de um curso, mas essa formação é percebida como processo dinâmico e contínuo que se amplia e se ressignifica na vivência da profissão, espaço em que/onde os saberes da formação são retraduzidos. Por outro lado, entendemos que discutir sobre formação de professores implica revisar e ampliar a compreensão de prática pedagógica. Significa refletir sobre a necessidade de articulação entre teoria e prática, compreendendo a trajetória profissional, vivenciada no contexto da sala de aula, como uma via possibilitadora de aprendizagens significativas sobre a profissão. Representa, ainda, entender que a experiência docente configura-se como importante elemento no processo de desenvolvimento pessoal e profissional do professor. No entanto, a esse respeito, Guarnieri (2000) alerta que esses pressupostos não são suficientes para se evitar a unilateralidade e os reducionismos sempre presentes quando se trata a questão da formação do professor, ora dando-se excessivo peso ao conhecimento teórico-acadêmico, ora às questões postas pela prática pedagógica. 64 Na acepção de Imbernón (2000), o conhecimento profissional docente está relacionado à especificidade da profissão docente. Em sua análise, esse conhecimento é de natureza polivalente, dinâmica, construída e reconstruída de forma permanente no percurso profissional dos professores, na relação teoria/prática. Situa o conhecimento profissional docente como vital no processo de profissionalização docente e afirma: Existe, é claro, um conhecimento pedagógico especializado unido à ação e, portanto, é um conhecimento prático, que é o que diferencia e estabelece a profissão e que precisa de um processo concreto de profissionalização. Acreditamos que a formação de professores, nesse e em outros momentos da educação brasileira, representa um grande desafio. Em razão desse fato, os estudos sobre formação docente têm avançado e apontam novas questões para investigação, sugerindo, inclusive, que os processos formativos devem incorporar o diálogo com as práticas docentes desenvolvidas nas escolas. Assim, atualmente as pesquisas sobre formação docente estão marcadas por enfoques que privilegiam a prática docente e os saberes dos professores, despontando na literatura estudos que valorizam os saberes da experiência, apresentando como novo paradigma formativo a perspectiva reflexiva. Nunes (2001, p. 30), ao discutir sobre os saberes docentes e a formação de professores, reconhece que pensar num modelo de professor demanda realçar a contextualização dos saberes docentes, bem como demanda observar as condições históricas e sociais de exercício profissional, considerando que 65 Dessa forma, resgata a importância de se considerar o professor em sua própria formação, num processo de autoformação, de reelaboração dos saberes iniciais em confronto com a prática vivenciada. Assim, seus saberes vão se constituindo a partir de uma reflexão na e sobre a prática. Essa tendência reflexiva vem-se apresentando como um novo paradigma na formação de professores, sedimentando uma política de desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e das instituições escolares. É certo, enfim, que se manifesta a necessidade de pensarmos a formação docente como um desafio possível. Trata-se de pensar o professor como sujeito de um fazer, de um pensar, e de um saber. Trata-se, também, de entender como eixo principal na formação docente a articulação teoria/prática, reconhecendo que os professores aprimoram suas práticas através das experiências cotidianas. Pressupomos, conforme argumenta (DIAS-da-SILVA, 1998), que há necessidade de formar professores(as) preparados para construção da cidadania no âmbito da sala de aula, abertos às transformações da sociedade e da escola, sendo, portanto, intelectuais críticos e reflexivos. Certamente o momento é para realçarmos que a formação docente não se concretiza no vazio. Toda formação possui uma intencionalidade política ou epistemológica. Diante do exposto, entendemos que tal formação necessita extrapolar a simples preparação técnica para o exercício da docência. Em nosso entendimento, ela deverá formar um profissional tendo como referência o caráter multirreferencial do fenômeno educativo e das práticas de ensinar. É preciso, portanto, aprofundar e reconstruir a formação profissional docente. 66 REFERÊNCIAS DIAS-DA-SILVA, M. H. G. F. O professor e seu desenvolvimento profissional: superando a concepção do algoz incompetente. Cadernos CEDES, nº. 44, abril, 1998. GUARNIERI, Regina (Org.). Aprendendo a ensinar: o caminho nada suave da docência. Campinas, SP: Autores Associados, 2000. IMBERNÓN, Francisco. Formação docente profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2000. NUNES, Célia Maria Fernandes. Saberes docentes e formação de professores: um breve panorama da pesquisa brasileira. Educação & Sociedade, nº. 74, Campinas: Cedes, 2001. SIMÕES, Carlos M. e RALHA SIMÕES, Helena. Maturidade pessoal, dimensões da competência e desenvolvimento profissional. In: SÁ-CHAVES, Idália (org.). Percursos de formação e desenvolvimento profissional. Porto: Porto Editora, 1997. 67 68 UNIDADE 6: REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC 6.1 Monografia: Caracterização 6.2 Estrutura da Monografia 6.3 Apresentação Gráfica da Monografia Atividade Referencias 69 70 73 77 86 87 UNIDADE 6: REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC 6.1 MONOGRAFIA: caracterização Este capítulo, como anunciado, apresenta um estudo sobre Monografia. Descreve, por conseguinte, sobre o que é, em que consiste, como se estrutura e se desenvolve um texto monográfico dentro da pesquisa científica. A monografia inclui-se em um grupo de textos escritos denominados “textos acadêmicos e científicos”. São formatos textuais que primam pelo rigor no que concerne ao emprego de métodos e técnicas de pesquisa, assim como são extremamente cuidadosos e exigentes no que se refere à sua produção e apresentação gráfica (SANTOS, 2004). Podemos dizer, portanto, que Monografia designa um tipo particular de trabalho científico, correlativo à dissertação de mestrado ou à tese de doutorado (que também são textos monográficos), diferenciando-se destes pelo alcance e profundidade da discussão e, obviamente, pela dimensão do texto escrito. Na verdade, é como expressa Hübner (1998, p. 19): “[...] de praxe, é esperado que as monografias sejam mais simples, mais genéricas e menos profundas e especializadas do que as dissertações de mestrado e teses de doutorado”. Mas por que a denominação monografia? Porque sua abordagem concentra-se em um assunto específico. Porque se trata de um “[...] estudo por escrito de um só tema exaustivamente estudado e bem delimitado” (HÜBNER, 1990, p. 249), configurando-se, desse modo, como diz esse autor, a sua origem etimológica do grego monos (que quer dizer um só) + graphein (que quer dizer escrever) = monografia. Ou seja, 70 compreende-se o termo monografia “como o estudo por escrito de um só tema cientificamente trabalhado e bem delimitado” (COSTA et al, 2006, p. 32). O que é e em que consiste elaborar uma monografia? Para responder a esta indagação, buscou-se apoio teórico em Costa et al (2005, p.32), que traça a seguinte explicitação: Escrever uma monografia é elaborar um texto científico (uma redação) baseada numa pesquisa, seja de campo, seja bibliográfica. Significa que a investigação é uma atividade paralela à elaboração da monografia. A esse respeito, é como refere Salomon (1994, p. 212): tanto a investigação quanto a elaboração do texto monográfico revelam-se “[...] partes integrantes de um mesmo trabalho [...]. São dois processos intercambiáveis”. Segundo Salomon (1977), a literatura traz em seus registros que historicamente, o termo monografia origina-se em Le Play (1806-1882), desenvolveu estudos um sobre engenheiro fenômenos de minas que mineralógicos, aplicando, para tanto, processos metodológicos, como requer um verdadeiro método científico. Nesse sentido, acrescenta o autor: Localizamos na origem histórica da monografia aquilo que até hoje caracteriza essencialmente esse tipo de trabalho científico: a especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Mantém-se, assim, o sentido etimológico: monos (um só) e graphein (escrever): dissertação a respeito de um assunto único (SALOMON, 1977, p. 219). Hübner (1990) concebe a monografia como um eficiente meio de pesquisa que inicia o aluno na reflexão acerca do conhecimento científico, cuja essência é a “posse” 71 do saber. Nessa perspectiva, depreende-se que o conhecimento apresenta-se além dos fatos, o que implica dizer que há momentos em que deixa de lado os fatos, em outros momentos cria fatos novos, explicando-os, como assim o concebe Bunge (2001). A propósito, cita-se Demo ao referir-se a questões relativas à produção do conhecimento científico. Para esse autor “[...] o conhecimento é a habilidade de desvendar desafios e realidades, de questionar o que se sabe para refazer o saber, de criar horizontes próprios da informação, de reciclarse continuamente” (1993, p. 216). A monografia é o relatório de pesquisa que se apresenta, geralmente, de forma escrita, como exigência final de uma disciplina ou mesmo de um curso. A finalidade desse relatório, segundo Goldenberg (2005), é publicizar a pesquisa, isto é, comunicá-la a um público mais amplo. Nesse sentido, pode-se definir a monografia como um trabalho científico, sistemático e completo, cuja finalidade precípua é apresentar resultados de pesquisa desenvolvida. Sintetizando e reforçando o exposto, acrescentamos que a monografia representa um trabalho escrito, sistemático e completo com tema específico de uma área do conhecimento. No cursos de pós-graduação lato sensu, a monografia é a etapa final para obtenção do título de especialista e nos cursos de graduação (o curso de Pedagogia, por exemplo) recebe a denominação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), caracterizando-se como uma atividade curricular obrigatória, portanto, um pré-requisito para a conclusão do curso e, conseqüentemente, para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 72 Para discutir no chat No início desta unidade procuramos explicar em que consiste a monografia. Para tanto, recorremos a vários autores. Partindo das reflexões suscitadas através das leituras feitas, comente a seguinte pensamento: Escrever uma monografia é elaborar um texto científico (uma redação) baseada numa pesquisa, seja de campo, seja bibliográfica. Significa que a investigação é uma atividade paralela à elaboração da monografia. 6.2 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA Do ponto de vista estrutural e organizacional, o desenvolvimento de uma monografia segue todas as normas exigidas na elaboração de trabalhos acadêmicos, com destaque para o aspecto redacional, pois como explica Boaventura (1993, p. 7), saber expressar o pensamento é uma arte. A arte de bem ordenar as idéias é que confere clareza à comunicação. Com base nesse entendimento, cita Jean Guitton e seu segredo acerca da arte de bem exprimir as idéias, associada a três momentos: Partindo daí, eu ensinava aos meus alunos que o segredo de toda a arte de se expressar consiste em dizer a mesma coisa três vezes. Anuncia-se; desenvolve-se; finalmente, resume-se em poucas palavras. Em seguida, passa-se a outra idéia [...]. As monografias, a exemplo dos demais textos científicos da mesma natureza, seguem num formato estrutural que deve seguir determinadas regras para sua construção. Na verdade, essas regras objetivam, mais concretamente, apoiar e orientar a produção textual perspectivando a escrita de um texto coerente e relevante cientificamente. 73 Uma monografia acadêmica apresenta-se num modelo organizacional formal para atender aos requisitos do gênero. Assim, o desenvolvimento de uma monografia segue a clássica estrutura tripartida de estudos acadêmico-científicos: a) introdução; b) desenvolvimento; c) conclusão. a) A introdução, compreendida como a primeira parte da monografia, deve conter em seu teor redacional os seguintes requisitos: justificativa, ou seja, explicação da importância do alcance social do tema, isto é, sua importância para a sociedade da investigação; apresentação sintética da questão de pesquisa; indicação do quadro teórico- metodológico utilizado na pesquisa, realçando sua pertinência com o objeto de estudo; indicação dos materiais empregados; alusão aos principais resultados da pesquisa; registro sucinto das principais conclusões do estudo (AZEVEDO, 2001). Na verdade, para bem redigir este item, vale seguir as indagações de Boaventura (1993, p.16): “Como se faz, então, uma boa introdução? Quais os requisitos? São os elementos de uma futura teoria do anúncio. Resumindo... Na introdução, devem constar: •Delimitação do assunto; •Justificativa da escolha do tema; •Referencial teórico-metodológico subjacente à pesquisa; •Procedimentos adotados (fontes, problemas, hipóteses, técnica de coleta e análise dos lados); •Limitações à realização do trabalho; •Forma como o texto (desenvolvimento) está organizado. b) O desenvolvimento de uma monografia (ou TCC) compreende a segunda parte da monografia e refere-se aos tópicos e subtópicos que abordam o tema em discussão. 74 Portanto, não tem um título específico, porém, um título relacionado ao desenvolvimento dos tópicos a serem abordados, discutidos ao longo da seção referente ao desenvolvimento. Esta, inclusive, é uma das razões pelas quais se recomenda não empregar como título da segunda parte da monografia o termo “desenvolvimento”. Bezzon (2004, p.15) assim discorre sobre o item desenvolvimento: Trata-se do corpo do trabalho. É a parte em que serão realizadas todas as discussões e reflexões referentes ao tema proposto para estudo. Deverá sempre ser dividida em partes ou capítulos para melhor organização geral do trabalho. O conjunto dos capítulos forma o que estamos chamando de desenvolvimento. Para melhor estruturação dessa parte, podemos considerar três fases necessárias: explicação, discussão e demonstração. Resumindo... No desenvolvimento devem constar: •Título do capítulo; •Epígrafe do capítulo; •Preâmbulo do capítulo; •Subdivisões. c) A conclusão, configurada como a terceira parte da monografia, correlativamente à introdução e ao desenvolvimento, mostra-se em termos estruturais/reducionais com características peculiares a esse item. Assim, na conclusão “[...] são retomadas, de forma sintética, as principais argumentações apresentadas nas primeiras partes do trabalho, estabelecendo correlações entre as idéias até o resultado final” (BEZZON, 2004, p.15). 75 Implica dizer que uma boa conclusão, como recomenda Hübner (1998), deve configurar, interrelacionadamente, todos os principais pontos discutidos no trabalho, contemplando, inclusive, resposta à questão central do estudo. Nessa perspectiva, acrescenta o autor em referência: [...] é necessário retomar os aspectos da Introdução e Desenvolvimento, apontando em quais pontos houve respostas positivas, negativas ou dúvidas ainda em relação à questão inicial, se novas relações entre os assuntos podem ser estabelecidas etc. (HÜBNER, 1998, p.24). Como informação final, reiteramos: dois elementos são essenciais para a conclusão; síntese das principais idéias e parágrafo conclusivo (ou conclusão propriamente dita). Resumindo... Na conclusão, devem constar: •Recapitulação em que os capítulos são sintetizados; •Autocrítica, em que o autor faz um balanço crítico do seu próprio trabalho; •Sugestões, em que o autor elenca temas e aspectos que podem ser explorados em relação ao objeto estudado. Atividade do Fórum A partir da leitura do tópico: ESTRUTURA DA MONOGRAFIA, elabore um mapa textual, caracterizando as diferentes partes da monografia. Para ampliar seus conhecimentos, procure informações em fontes diversificadas sobre o papel do orientador. Não deixe de registrar suas respostas no fórum. fórum 76 6.3 APRESENTAÇÃO GRÁFICA DA MONOGRAFIA A elaboração de um trabalho acadêmico demanda cuidados especiais, notadamente no que se refere à questão redacional. A propósito, é como nos diz Costa et al (2001, p. 39), ao citar Azevedo (1992), registra que, conforme seja a natureza do trabalho realizado, é fundamental, quando da sua escritura, atentar para os seguintes objetivos: • discutir idéias e fatos relevantes relacionados a um determinado assunto, a partir de um marco teórico bem fundamentado; • seguir orientações técnicas e metodológicas necessárias à elaboração de um trabalho científico, adotando um estilo claro, evitando o verbalismo desnecessário e o sentimentalismo; • abordar o assunto de forma reconhecível e clara, com correção gramatical e ortográfica, utilizando uma linguagem científica e logicidade na expressão do raciocínio; • indicar com clareza os procedimentos utilizados, especialmente os objetivos pretendidos e as hipóteses com que se trabalhou a pesquisa; • demonstrar o domínio do assunto escolhido e a capacidade de sistematização, de recriação e de crítica do material coletado; • documentar com rigor os dados fornecidos, de modo a permitir a clara identificação das fontes utilizadas; • considerar a utilidade, seja para a ciência, seja para a comunidade. Sintetizando e reforçando o exposto, acrescenta-se que a monografia representa um trabalho escrito, sistemático e 77 completo com tema específico de uma área do conhecimento. Nos cursos de pós-graduação lato sensu, a monografia é a etapa final para obtenção do título de especialista e nos cursos de graduação (o curso de Pedagogia, por exemplo) recebe a denominação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), caracterizando-se como uma atividade curricular obrigatória, pré-requisito para conclusão do curso e, consequentemente, para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Conforme Pereira (2005), ao produzir um texto científico, no caso uma monografia, faz-se necessário seguir algumas recomendações: • seu texto deve ser claro e de fácil compreensão, exigindo, portanto, linguagem clara e precisa; • lembre-se de que você está produzindo um texto para um virtual leitor e não para você, logo, não comporta suas suposições, seus pensamentos, seus pontos de vista; • evite o emprego de gírias, assim como não exagere no emprego de citações, tabelas e gráficos; • procure elaborar parágrafos curtos, visto que um parágrafo mais alongado pode confundir o leitor; • proceda a uma revisão gramatical, antes de dar por concluída a sua monografia (se necessário, recorra aos serviços de um bom professor de Língua Portuguesa). Monografia / Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) A escrita e a apresentação de textos acadêmicos e científicos exigem cuidados especiais, por conseguinte, exigem rigor no emprego de técnicas, de métodos de pesquisa e uma produção e apresentação gráfica do texto, pautada em normas 78 científicas. Desse modo, a título de ilustração, elencamos, a seguir, os elementos principais que estruturam a monografia. Elementos estruturais A) Elementos PréB) Elementos Textuais textuais Capa Folha de rosto Folha de aprovação Epígrafe Dedicatória Agradecimentos Resumo Lista de figuras Lista de tabelas Lista de siglas Lista de anexos Lista de abreviaturas Sumário Introdução Desenvolvimento Conclusão C) Elementos Pós-textuais Referências Anexo (s) Apêndices A) Elementos Pré-Textuais Capa Folha de rosto (Elemento Obrigatório) (Elemento Obrigatório) Nome da Instituição (opcional) Nome do Autor Título Subtítulo (se houver) Nome do Autor Título Subtítulo (se houver) Natureza do trabalho; objetivo pelo qual o trabalho foi feito, nome da Instituição, área de concentração. Nome do professor orientador Local Ano Local Ano 79 DEDICATÓRIA (Elemento opcional) Nome do autor Título Subtítulo (se houver) Natureza do trabalho; objetivo pelo qual o trabalho foi feito, nome da Instituição, área de concentração Texto, geralmente curto, no qual o autor presta uma homenagem ou dedica seu trabalho a alguém. (FRANÇA, 2007, p. 41) Apresentada em ___ de _____- de ______. BANCA EXAMINADORA _____________________ Nome do(a) Orientador (a) _____________________ Nome do(a) Examinador(a) _____________________ AGRADECIMENTO(S) (Elemento opcional) EPÍGRAFE (Elemento opcional) Manifestação de agradecimento a pessoas e Instituições que, de alguma forma, colaboraram para a execução do trabalho. (FRANÇA, 2007, p. 41) Citação de um pensamento que, de certa forma, embasou a gênese da obra. (FRANÇA, 2007, p. 41) Leia mais sobre a estrutura da monografia em: BEZZON, Lara C. Guia prático de monografias, dissertações e teses: elaboração e apresentação. Campinas, SP: 2004. CERVO, Amado L. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. FRANÇA, Júnia L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007. 80 RESUMO (Elemento obrigatório) ABSTRACT/RESUMEN/RÉSUMÉ O título RESUMO vem escrito em maiúscula, negrito e centralizado. Segue-se o texto (parágrafos devem ser evitados) em fonte tamanho 12, alinhamento justificado e espaço entrelinhas simples. Ao final do resumo, vêm as palavras-chave do trabalho, precedidas da expressão Palavras-chave: em negrito. (BEZZON, 2004, p. 33) LISTA DE ILUSTRAÇÕES (Elemento opcional) São desenhos, gravuras, fotografias, quadros, plantas, organogramas, esquemas, gráficos, entre outros. A lista de ilustrações é feita de acordo com a ordem apresentada no trabalho, com a indicação da página onde se encontra cada uma das ilustrações. (BEZZON, 2004, p. 33) LISTA DE ABREVIATURAS (Elemento opcional) Relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas na publicação, seguidas das palavras ou expressões a que correspondem, escritas por extenso (FRANÇA, 2007, p. 41) Para saber mais, acesse: http://w3.ufsm.br/eco/mdt.pdf http://www.inf.ufrgs.br/gpesquisa/bdi/links/misc/Monografia1. pdf 81 SUMÁRIO (Elemento obrigatório) Contém a enumeração das principais divisões ou partes da tese, isto é, a enumeração dos capítulos e suas divisões, com a respectiva paginação. B) Elementos textuais INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO 82 CONCLUSÃO A “Introdução” deve dar ao leitor a informação necessária para entender de que assunto trata a sua tese, sem precisar recorrer a outras fontes. Para ajudar você a escrever a “Introdução”, aqui estão algumas perguntas que, se bem respondidas, darão forma a esse capítulo (VIEIRA, 1998, p. 12) a) De que assunto trata a sua monografia? b) Por que é importante tratar esse assunto? c) Como você tratou o assunto? d) Qual é o seu objetivo? Em resumo, na “Introdução” devem constar os seguintes aspectos, segundo Azevedo (2001, p. 57): Delimitação do assunto; 83 Justificativa da escolha do tema; Referencial teórico-metodológico subjacente à pesquisa; Procedimentos adotados (fontes, problemas, hipóteses, técnica de coleta e análise dos dados); Limitações à realização do trabalho; Forma como o texto (desenvolvimento) está organizado. O “Desenvolvimento” corresponde à parte mais extensa do trabalho, chamada também corpo do assunto. Visa a comunicar os resultados da pesquisa. (CERVO, 1978, p. 64) Compreende a demonstração lógica de todo o trabalho de pesquisa, podendo ser dividido, se necessário, nas seguintes partes: capítulos, seções, subseções, cuidando, no entanto, de não perder de vista a unidade, isto é, a exposição objetiva da fundamentação teórica (KÖCHE, 1997). A “Conclusão” retoma “[...] o problema inicial lançado na Introdução, revendo as principais contribuições que trouxe à pesquisa. [...] Apresenta o resultado final, global da investigação, avaliando-se os pontos fracos ou positivos através da reunião sintética das principais idéias desenvolvidas (KÖCHE, 1997, p. 146-147). C) Elementos pós-textuais REFERÊNCIAS (Elemento obrigatório) APÊNDICE(S) (Elemento opcional) Organizada em ordem alfabética do(s) sobrenomes do(s) autor(es). São elaborações autônomas do autor com a função de acrescentar, complementar, ilustrar o próprio raciocínio, sem prejuízo para a unidade do corpo do trabalho (LUCKESI, 1989, p. 198) 84 ANEXO(S) (Elemento opcional) São, geralmente, documentos, não necessariamente do próprio autor, cuja função é complementar o trabalho enquanto fundamentação para a eventual pesquisa que se faz. (LUCKESI, 1989, p. 198) Ao elencarmos algumas dicas e recomendações sobre a escrita de textos científicos, sentimos a necessidade de registrar, por meio de ilustrações, a estrutura e as partes da monografia, a exemplo do que fizemos em relação ao projeto. O que apresentamos constitui apenas uma amostra. Cabe a você a tarefa de ampliar o que começamos. Anexos Referências Conclusão Resultados Metodologia Rev. de Literatura Introdução Sumário Folha de rosto Capa 85 Ler é fundamental para a ampliação do conhecimento e para adquirir desenvoltura na escrita. Para saber mais, acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monografia http://www.abnt.org.br/default.asp?resolucao=1024X768 ATIVIDADE 3 – Trabalho Final Para nortear a realização da atividade 3, fundamente-se nas leituras desenvolvidas na disciplina, tendo em vista que ao longo do estudo você foi pensando em seu projeto de pesquisa: Questão Proposta Organize seu projeto de pesquisa, observando as discussões empreendidas na disciplina, assim com o esquema sugerido em nosso estudo. 86 → Para elaboração final de seu projeto não se esqueça de recorrer à ABNT. Para encerrar a conversa.... Ao planejarmos a disciplina, refletimos sobre a natureza de um curso a distância e, por esse motivo, procuramos produzir um material que convidasse à leitura. Não sei se conseguimos. Acreditamos que você aprende com prazer os conteúdos de seu interesse e que a disciplina e a autonomia são fundamentais em um curso a distância. Acreditamos, também, na importância da interação, através de fóruns, chats e nos encontros com os tutores, para consolidar as aprendizagens. A partir dessa compreensão, recomendamos que as atividades propostas se revelem ferramentas desafiadoras de sua curiosidade. REFERÊNCIAS ALVES-MAZZOTT, A. J. GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa qualitativa e quantitativa. São Paulo, Pioneira, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10522: abreviação na descrição bibliográfica. Rio de Janeiro: ABNT, out. 2002. _____ . NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002. _____ . NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 2 ed. Piracicaba: Unimep, 1993. 87 BOAVENTURA, Edivaldo. Paulo: Ática, 1993. Como ordenar as idéias. São BARROS, A. de J. P.; LEHFELD, N. de A. de S. projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990. BEZZON, Lara Crivelaro (Org.). Guia prático de monografias, dissertações e teses: elaboração e apresentação. Campinas, SP: Editora Alínea, 2004. BUNGE, Mario Augusto. La ciencia, su método y su filosofía. Buenos Aires: Eudeba, 2001. CERVO, Amado L. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. COSTA, Ana Rita Firmino et al. Orientações metodológicas para produção de trabalho acadêmicos. 7. ed. Maceió: EDUFAL, 2006. DUARTE, Rosália. Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Caderno de Pesquisa. [online]. 2002, n. 115, pp. 139-154. ENRICONE, Délcia. Os desafios da pesquisa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996. FRANÇA, Júnia L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 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O livro analisa aspectos teóricos relativos à produção científica e, de modo especial, detalha procedimentos de elaboração de projeto de pesquisa científica. GONSALVES, E. P. Iniciação à pesquisa científica. Campinas/SP: Alínea, 2003. O livro orienta a elaboração e desenvolvimento de pesquisas científicas, apresentando noções básicas no que concerne à estruturação de trabalhos científicos. haja vista que focaliza o planejamento de pesquisa, preocupando-se em apresentar diferentes tipos de pesquisas em suas bases teórico-metodológicas. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999. Este livro analisa diferentes métodos de pesquisa, apresentando orientações acerca do planejamento, desenvolvimento de pesquisa e sobre elaboração de relatórios científicos. Possibilita ao leitor compreender a natureza da pesquisa científica, bem como perceber as peculiaridades do método científico. 90 SOBRE A AUTORA ANTONIA EDNA BRITO Possui graduação em Plena em Licenciatura Pedagogia, pela Universidade Federal do Piauí (1983); Mestrado em Educação, pela Universidade Federal do Piauí (1997); e Doutorado em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2003). Atualmente, é professora adjunta da Universidade Federal do Piauí, ministrando aulas nas áreas de Didática, Prática de Ensino, Alfabetização e Prática de Pesquisa. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: alfabetização, formação de professores, prática pedagógica, saberes docentes e prática pedagógica. 91