ITENS PARA FUNDAMENTAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
1. TÍTULO DO PROJETO
O título, que a primeira vista pode parecer sem muita importância, serve para
anunciar ou sugerir a intenção principal da pesquisa, além de poder significar um
primeiro atrativo para a leitura do trabalho. O título deve ser pensado após a clareza a
respeito do problema construído. Isso significa dizer que ele precisa ser refletido com
cuidado porque deve indicar a delimitação da investigação.
2. FORMULAÇÃO DO TEMA (PROBLEMATIZAÇÃO)
Apesar de guardar a possibilidade e o dever de ser retomado, o projeto de
pesquisa tem um eixo fundamental: O PROBLEMA. O problema é que tudo define,
sobre ele se assenta tudo, desde a forma de ler, de discutir, de escrever, de levantar
bibliografia até a forma de delimitar o âmbito de discussão e a estruturação da
argumentação. Neste sentido o problema deve ser algo bem refletido, claramente
explicitado. Todos os elementos formais dependem dele.
O problema também define a natureza da pesquisa, por exemplo, um problema
de natureza sociológica determinará uma pesquisa sociológica, um matemático, uma
pesquisa matemática, um filosófico, uma pesquisa filosófica.
A primeira idéia que se deve ter em mente para a formulação de um tema é de
que existe uma problemática – questões a serem explicitadas – que o envolvem. Assim
ele deve ser abordado de forma interrogativa, isto é, através de questionamentos
que melhor o caracterizam. De fato é a tais questões que se vão buscar respostas no
desenvolvimento do trabalho – elaboração da monografia. O tema estará sendo mais
bem delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo e das possíveis
relações delas entre si.
Em outros termos, pode-se afirmar que a formulação do tema é a porta do
projeto de pesquisa. O tema é um problema delimitado, explicitado, indicado o mais
claramente possível. Enfatizando: do problema dependem todos os outros passos do
projeto isso em termos de organização do pensamento como em termos de
explicitação escrita dos tópicos. Quanto maior a clareza reflexiva sobre o problema
maior a capacidade de fundamentação escrita dos tópicos. O cuidado na utilização das
palavras é fundamental em todo o projeto de pesquisa mas sobretudo aqui, pois um
termo mal empregado pode prejudicar a compreensão da problemática. É importante
aqui discorrer sobre o assunto geral que envolve o problema, para depois explicitá-lo.
Perguntas podem ajudar na orientação da explicitação do problema, mas isso não é
uma regra única, existem vários modos de apresentar um tema, o que implica na
capacidade de criação argumentativa de cada um. O importante é a atenção máxima à
clareza e ao rigor conceituais.
Como também foi dito, o problema, além de dar o caráter científico ao projeto de
pesquisa, tem a função de delimitar seu âmbito fundamental. Assim é necessário aqui
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explicitar os aspectos delimitadores deste. É importante formular com clareza os limites
do trabalho. Falar dos limites significa precisar também a linha de pesquisa sob a qual
se pretende enveredar (sociologia, literatura, filosofia, comunicação etc.) uma vez que
as questões por vezes se misturam; significa delimitar os autores, ou os textos ou as
tendências por onde a investigação irá caminhar, dentre outras coisas. A delimitação
também deve ser feita tendo em mente os elementos que poder-se-ia chamar
“históricos”, tais como tempo disponível, capacitação pessoal mínima para empreender
a pesquisa, bibliografia disponível etc. Dado às exigências formais da execução do
projeto de pesquisa, é preciso ser prudente quanto às pretensões investigativas do
mesmo, para assim poder ser
estudada uma temática precisa de forma
adequadamente rigorosa, profunda e satisfatória.
Enfim, é necessário ressaltar: Este é o coração do trabalho, tudo o que foi
dito anteriormente sobre o problema (formulação do tema) deve ser levado em
consideração porque dele depende o êxito da pesquisa.
3. JUSTIFICATIVA
O elemento “convicção” é que dá credibilidade ao projeto. Em termos práticos
isto se faz justificando a escolha do tema e a maneira escolhida para desenvolvê-lo. O
pesquisador deverá explicitar a importância do tema para si próprio, assim como a
relevância de se estudá-lo no contexto mais amplo do campo de conhecimento em que
ele se insere. É preciso então que o pesquisador ressalte o “porque” que ele julga
importante abordar o tema escolhido, isto é, porque pretende desenvolver
a
investigação a partir de determinada abordagem.
Neste item deve-se mostrar porque o estudo de tal tema e, conseqüentemente,
a problematização proposta é importante, deve procurar mostrar sua relevância
acadêmica. A justificativa é então o espaço de convencimento da importância do
projeto ao leitor, é “vender o seu peixe” em relação ao assunto (problematizado)
escolhido. Pode-se fazer referência sobre os estudos já realizados e como se supõe
que a pesquisa pode contribuir para o avanço da compreensão do tema. Além disso
pode-se ter como estratégia de justificação a apresentação dos motivos teóricos e
pessoais, o elenco de inquietações que levam a projetar um determinado estudo,
demonstrando assim a importância da pesquisa para o processo de formação do
pesquisador. Por fim, outros possíveis argumentos que justificam a abordagem são a
atualidade do tema e a necessidade de se desenvolver uma discussão mais ampla a
respeito do mesmo.
4. OBJETIVOS
Nesse tópico indica-se com maior clareza e delimitação o que se pretende com
a pesquisa. Devem ser expostos com certa sistematicidade e organização, a partir da
relevância que têm no todo do trabalho. A redação inicia-se com um verbo na forma
infinitiva.
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Os objetivos indicam a meta do exercício de pesquisa (que será complementado
com a monografia). Eles devem ser gerais e específicos. Todos os objetivos devem
estar diretamente de acordo com a formulação do tema.
O objetivo geral pretende definir o que se pretende alcançar com a execução da
pesquisa, procura então apresentar uma visão geral e abrangente, traçando as
principais metas que nortearão o pesquisador no desenvolvimento de seu trabalho. Já
os específicos têm um nível de detalhamento maior, pois procuram definir as metas de
uma seção, de um subtema ou parte do estudo, razão pela qual eles geram os
capítulos. São constituídos a partir de uma aplicação do objetivo geral a situações
particulares. Recomenda-se então um número não muito grande de objetivos
específicos para que não exista o risco de se perder o “fio condutor” da investigação.
A definição dos objetivos de um trabalho determina com maior clareza o que se
pretende fazer e, com isso, o problema pode ficar ainda mais explícito. Para que haja
uma definição mais clara quanto aos objetivos, o pesquisador deve sempre ter em
mente “o para quê está estudando determinado tema”, ou seja, com que finalidade
ele faz seu trabalho.
5. CRONOGRAMA
É a divisão das tarefas que serão realizadas no tempo disponível para a
pesquisa. O cronograma é importante porque auxilia a dimensionar realisticamente as
pretensões teóricas da pesquisa com os prazos exigidos para o término do trabalho de
execução da monografia. Ele também serve para disciplinar e organizar de modo amplo
o trabalho cotidiano. Podem ser relacionados alguns passos mais gerais para a
execução da monografia:
a)
b)
c)
d)
Levantamento, leitura e fichamento bibliográfico;
crítica, articulação pormenorizada das idéias;
redação do texto;
correção e digitação do texto.
Estes passos aparecem apenas como sugestões, ficando na responsabilidade
do pesquisador indicar seus próprios modos e respectivos períodos para a realização
da pesquisa.
6. BIBLIOGRAFIA
A pesquisa bibliográfica impõe-se em função de três necessidades. A primeira
refere-se à necessidade de definir a questão conceitual. É preciso definir corretamente
os termos, evitando incorreções e ambigüidades de interpretação. A segunda é de
caráter prático, isto é, pode-se evitar percorrer caminhos já percorridos, e a definição da
bibliografia auxilia quanto a seleção do que será lido. E, como terceiro aspecto, está o
fato da necessidade em situar o trabalho de pesquisa dentro de um contexto teórico do
domínio de conhecimento a que se pertence, ou seja, ter ciência sobre o que diversas
teorias e/ou escolas disseram acerca do tema.
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A indicação de textos significa quase que exclusivamente a única fonte de
pesquisa em se tratando de reflexão tipicamente filosófica. Deste modo, textos,
ensaios, artigos, livros etc representam o instrumental a ser trabalhado na elaboração
da pesquisa. É aconselhável distinguir a bibliografia primária ou básica - que são
textos básicos ou principais da pesquisa - da bibliografia secundária ou complementar,
que são comentários de outros autores ou obras conexas que auxiliarão nas reflexões
sobre os textos e problemas a serem pesquisados.
A bibliografia deve ser apresentada em ordem alfabética de sobrenome dos
autores de acordo com as normas de referência bibliográfica da ABNT. O importante,
independentemente de uma divisão de bibliografia primária ou básica, secundária ou
complementar, é que todos os livros apresentados como fontes de pesquisa e até
mesmo aqueles que provavelmente serão adotados, sejam indicados neste item.
Concluído este tópico, o pesquisador terá uma referência teórica muito bem
definida que deverá contribuir para que alcance êxito no trabalho de investigação
científica.
ASPECTOS FORMAIS DE UM PROJETO DE PESQUISA:
Capa.
Folha de Rosto.
Termo de aprovação.
Sumário.
Desenvolvimento ( os oito itens que compõem o projeto).
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Bibliografia:
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normalização de trabalhos
acadêmicos. – Brasília, 2000.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª ed. – São Paulo : Atlas,
1991. ISBN 85224-0724-X.
HUHNE, Leda Miranda (org.) Metodologia científica: cadernos de textos e técnicas. 3ª
ed. – Rio de Janeiro : Agir, 1992. ISBN 85-220-0320-3.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia
Científica. 3ª ed. – São Paulo : Atlas, 1991. ISBN 85-224-0714-2.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Estrutura de um projeto de pesquisa.
Cadernos da Católica – Série Filosofia. – Brasília, n.º 02, 1996.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Normas para apresentação de trabalhos. 5ª
ed. – Curitiba : Ed’UFPR, vols. 5, 6 e 7, 1996. ISBN 85-85132-71-X.
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