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política
A GAZETA
CUIABÁ, SÁBADO, 26 DE NOVEMBRO DE 2011
COBRANÇA DE Sessão dura 14 horas e decisão foi por
PROPINA 7 votos a 3 seguindo parecer do relator
Sorriso cassa os
3 vereadores que
foram acusados
TÉO MENESES
DA REDAÇÃO
Por 7 votos a 3, a Câmara Municipal de Sorriso (a
420 km de Cuiabá) cassou na noite de ontem os vereadores Chagas Abrantes (PR), Gerson Frâncio Jaburu
(PSB) e Roseane Amorim (PR). Eles são acusados de
falta de decoro por cobrar propina para votar a favor do
prefeito Chicão Bedin (PMDB). A acusação partiu de
gravações divulgadas com exclusividade por A Gazeta.
Os vereadores foram cassados por volta das
21h30, ou seja, mais de 14 horas
após o início da sessão plenária de
ontem. Tudo foi muito aplaudido
por populares que lotaram o prédio
e a entrada do Legislativo municipal. A decisão atende parecer apresentado pelo vereador-relator da
Comissão Processante da Câmara
de Sorriso, João Matos. Ele alega
que existem muitos indícios contra
os parlamentares.
A demora da sessão de ontem se deve ao trâmite
regimental. O presidente da Câmara, Luiz Fábio Marchioro (PDT), alega que todos as exigências legais devem ser respeitadas. A maior preocupação da Mesa Diretora é não permitir questionamentos futuros após o julgamento. Os 3 parlamentares, no entanto, devem recorrer à Justiça.
Jaburu, Chagas e Roseane insistiram na tese de
que são inocentes. Chegaram até a acusar representantes
do Ministério Público Estadual (MPE) de perseguição e
cobraram provas que justifiquem eventual cassação. Nos
corredores da Câmara, que ficou lotada e contou com
inúmeras manifestações populares dentro e fora do prédio, a perda de mandato era defendida principalmente
diante da grande exposição que o município teve com a
divulgação do escândalo.
Jaburu, Chagas e Roseane garantem que foram assediados e teriam levado adiante das conversas na tentativa de provar o oferecimento de dinheiro por parte de
aliados do prefeito. O problema é que assessores de Bedin acusaram primeiro a cobrança e foram os únicos a
apresentar a gravação. O prefeito nega qualquer envolvimento no caso. O escândalo veio à
tona depois que a Câmara reprovou
a prestação de contas do município
referente a 2009, mesmo tendo parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A cassação ocorreu depois de
muito vai-e-vem, já que suplentes
tiveram que assumir vagas para dar
legalidade aos procedimentos. A decisão, histórica na Câmara Municipal de Sorriso, fará com que na vaga de Chagas assuma
suplente Jane Delalibera, enquanto Elias Maciel ficará
com a cadeira de Jaburu e Elias Marcelo Lincoln herdará o mandato de Chagas Abrantes. Todos os cassados ficam inelegíveis até 2020.
Jaburu, Chagas e Roseane chegaram a ser afastados dos cargos por decisão judicial. Eles aparecem em
gravações divulgadas por A Gazeta cobrando até R$ 400
mil para deixar de fazer oposição ao prefeito. Jaburu pede até uma casa popular entregue pelo município para
ser dada para Roseane.
‰
Gravações foram
divulgadas por
A Gazeta em março
Marcus Vaillant/Arquivo
Vereadores Chagas Abrantes (foto), Roseane Amorim e Gerson Francio, devem recorrer à Justiça
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Sorriso cassa os 3 vereadores que foram acusados