Princípios e características de redes de empresas: uma estratégia
competitiva
Yslene Rocha Kachba (UTRPR) [email protected]
Caroline Vaz Rodrigues (UTFPR) [email protected]
Kazuo Hatakeyama (UTFPR) [email protected]
Resumo: No cenário atual de produção e manufatura a competição das micro e pequenas
empresas tem aumentado nos mercados nacionais e internacionais. Esta realidade causa uma
determinada “pressão competitiva”, que direciona as empresas a desenvolver produtos com
maior grau de diversidade, menor custo e alta produtividade. Este se perpetua através de
uma maior busca de eficiência nas suas operações e nos processos de gestão. O desafio deste
cenário de produção e manufatura se constitui em produzir com maior flexibilidade,
qualidade, inovação em menor espaço de tempo. Neste sentido o presente artigo traz uma
revisão bibliográfica sobre os tipos de empresas existentes como: distritos industriais,
cadeias produtivas, aglomerados produtivos, clusters e arrajos produtivos locais. Mapeando
suas caracteristicas e princípios em relação a níveis de participação de agentes e
cooperação.
Palavras-chave: Redes de empresas; Cooperação; Competitividade.
1. Introdução
O processo de globalização alterou o mercado competitivo local para o âmbito
internacional. Este fato teve como consequência nas indústrias brasileiras, a necessidade de
um pleno acolhimento de expectativas e necessidades dos clientes para sobreviver no
ambiente de intensa rivalidade. Atualmente, no intuito de sobreviver no mercado competitivo,
as pequenas e médias empresas (MPEs) efetuam como estratégia a cooperação entre
empresas. Esta união é chamada de rede de empresas, na qual, houve um interesse dos
governos e mercados focados das MPEs, pelo fato de que as mesmas podem ter grande
influência na reestruturação produtiva, como também no crescimento econômico regional.
As MPEs passaram a ser reconhecidas como geradoras de emprego e formadora de
enquadramentos setoriais de maior produtividade da indústria. Após este reconhecimento há
uma necessidade de maior organização da MPEs, entre si, e com agentes externos, como
universidades, centros de capacitação e governos, entre outros.
Existem seis tipos de redes de empresas encontradas na revisão bibliografica, estas se
denominam: consórcio de empresas; distritos industriais; cadeias produtivas; aglomerados
produtivos; clusters e arranjos produtivos locais (APLs). Porém, esta diversidade de modelo
acaba confundido a classificação das redes de empresas em determinadas situaçãos. Neste
contexto a presente pesquisa tem como objetivo de construir uma pesquisa bibliográfica para
classificar os tipos de redes de empresa diferentes e suas características e quais os requisitos
para a sua organização.
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2. Metodologia
Para Gil (2002) como uma pesquisa bibliográfica, por ser elaborada a partir de
material publicado anteriormente, principalmente livros, artigos de periódicos e materiais
disponibilizados na Internet. Lakatos e Marconi (2006), afirmam que a pesquisa é um
apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados e disponibilizados de grande
importância.
A pesquisa desenvolvida é classificada como exploratória e aplicada, envolvendo a
revisão de literatura pertinente ao tema. A análise e discussão da aplicação dos conhecimentos
levantados na revisão de literatura, nos diversos modelos de redes MPEs brasileiras. Quanto à
metodologia, foi de caráter exploratório e descritivo, realizada através de pesquisa
bibliográfica e documental.
3.0 Redes de empresas
Cassiolato e Lastres (2003) definem redes de empresas por formatos organizacionais,
deliberados a partir de um conjunto de articulações entre as empresas. Este envolve a
realização de transações ou intercâmbios de informações e conhecimentos entre os agentes,
não implicando necessariamente na proximidade espacial dos integrantes. Redes são
conjuntos de empresas entrelaçadas por meios de relacionamentos formais ou simplesmente
negócios, no qual se pode ou não determinar em um espaço regional (CASAROTTO e
PIRES, 2001).
O conceito de rede de empresas é a união ou entrelaçamento, formal ou informal de
organismos (empresas), com o objetivo de promover troca de conhecimentos e informações.
Esta, sem uma coordenação e região definida, no entnanto que traga algum benéfico para
ambos os organismos (GEROLAMO, 2007).
A união deste organismo, ou seja, as redes de empresas, para Balestrin, Vargas e
Fayard (2005), apresentam as seguintes características:
a)
b)
c)
d)
e)
União de um grupo de empresa geograficamente próximas;
O mesmo segmento no mercado;
São formadas para sobreviver em um determinado espaço de tempo;
Devem prevalecer relações mútuas entre as empresas;
São estruturadas com os mínimos instrumentos contratuais para garantir regras
básicas para sua coordenação.
O componente confiança é o fator indispensável em relações de interdependência. A
confiança, é uma relação que não possa ser criada e sim conquistada, mas pode ser encorajada
através de uma estrutura ou um contexto adequado. Para Balestri, Vargas e Fayard (2005),
existem algumas características na conjuntura de MPEs que se desenvolve uma atmosfera
apropriada para a geração de veracidade entre empresas, tais como:
a) As empresas dão início a compartilhar e discutir informações sobre mercados,
tecnologias e lucratividades;
b) Há uma grande similaridade entre processos e técnicas das empresas, desta forma,
cada uma poderá entender e analisar o comportamento das outras;
c) Relações estabelecidas em longo prazo;
d) Onde existe pouca diferença de tamanho, poder ou posição estratégica;
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e) Quando há uma repetitiva rotação de lideranças para representar o conjunto de
empresas;
f) Quando há semelhante gratificação financeira para as empresas e empregados;
g) Onde há um alcance de vantagem competitiva a partir da experiência coletiva das
empresas, pelo aumento das vendas e pelos ganhos marginais.
Mesmo com o grande número de dificuldades encontradas, para Masutti (2005), um
modelo de organização em rede de pequenas e médias empresas possui inúmeras vantagens,
na qual se pode incluir diversas fatores, para mostrar esses, segue a figura 1.
Maior
flexibilidade
Divisão
de riscos.
Rede de
MPEs
Know
How
Cooperação
instituições de
ensino.
Fonte:Masutti (2005,p.13).
Figura 1: Vantagens da organização de redes de MPEs.
As vantagens de se organizar em redes de empresas consiste em: divisão do risco de
compartilhamento de recursos, para impedir a geminação dispendiosa de esforço
independente; maior flexibilidade; maior entrada ao know how e aos subsídios por meio de
relações entre os colaboradores; as universidades e instituições educacionais podem exercer
um papel expressivo, como um dos mais respeitáveis colaboradores no desenvolvimento e
suporte de redes de empresas.
O conceito e a ação de redes de empresas é uma forma de um grupo de empresas
conseguirem maior conhecimento para formular suas estratégias no mercado. Entretanto,
grupo caracterizado de redes de empresas sem definição de lideranças, ações para a
disseminação deste conhecimento, não há um formato para concorrer no mercado competitivo
atual.
3.1 Consórcios de empresas
Nas organizações de redes de empresas existem mecanismos de gestão, entre os mais
importantes deles estão os consórcios. Estes mecanismos, para Casarotto e Pires (2001), são
utilizados com grande eficiência e eficácia na ascensão da capacitação e na base de empresas,
nas mais diferentes variáveis estratégicas e gerenciais para a conquista de vantagens
competitivas duradouras. Entre elas está a inovação tecnológica de produto e processo,
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modernização gerencial, institucionalização de relações de colaboração e co-produção, busca
e análise informativa e a intercionalização do mercado.
As principais características de consórcios se constituem em versatilidade, capacidade
de adaptação às novas condições ambientais nacionais e dos mercados internacionais, como
referência utiliza-se uma estrutura operacional mínima. Esta estrutura necessita de poucos
colaboradores, mas grande capacidade técnica e relacional. No entanto, estes precisam
conhecer as empresas participantes dos consórcios, seu ambiente de ação, mercado de
produtos, tecnologias e serviços relacionados. Há três principais tipos de consórcios de acordo
com Casarotto e Pires (2001), como mostra a figura 2.
Consórcio
Setorial
Consórcio
Territorial
Consórcio
Específico
Fonte: Cassaroto e Pires (200,p.54).
Figura 2: Tipos de consórcios de empresas.
a) Consórcio setorial: um consórcio no qual as empresas são competidoras e
complementares. Unidas às empresas e instituições que constituem a cadeia de
valor de cada setor, realiza-se um contrato que permite o ganho de competitividade
dos agentes pela transmissão de informações e pela complementaridade produtiva
das pequenas e médias empresas;
b) Consórcio territorial: as pequenas e médias empresas de todos os setores e
atividades de um território e tomam-se principalmente as atividades informativas e
de promoção do conjunto dessa empresas e do território de inserção;
c) Consórcio específico: acentua sua ação em ações específicas para chegar a um
objetivo preciso determinado. Os mais clássicos exemplos são os consórcios de
exportação, que atuam na promoção das empresas e no ganho de competitividade
apontado para a penetração em exclusivos mercados externos.
Consórcio de empresas é um meio de ação de atingir mercados para uma rede de
cooperação voltada para atingir mercados específicos, podem ser estes nacionais ou
internacionais. Este, de acordo com a literatura adotada por Casarotto e Pires (2001), os
pontos fortes são flexibilidade e capacidade de adaptação em novos ambientes, que são
fatores básicos para a manutenção de pequenas e médias empresas no mercado atual.
O consórcio tem em si, tem como maior objetivo, entender e se inserir em um
determinado mercado. No entanto, este trabalha com marca única em todo o consórcio, como
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por exemplo os queijos Grana Padano na Itália, conhecido mundialmente pela marca
conjunta.
Casarotto e Pires (2001) traçam um caminho especifico para a formação de qualquer
tipo de consórcio, mas estes podem ser utilizados para qualquer forma de redes de empresas:
determinação de objetivos do consórcio; identificação das empresas (concorrentes e
complementares); diagnósticos e análise das necessidades de serviços; determinação dos
serviços (tipos e níveis); definição de tipos e formas de associação; constituição da base
informativa; desenho da “antena” de mercado; definição dos mecanismos de difusão interna e
externa; capacitação mínima das empresas; inserção na estrutura relacional.
A Itália é pródiga em consórcio de valorização de produtos, segundo Casarotto e Pires
(2001) como, por exemplo, os consórcios dos queijos Reggiano Parmeggiano e Grana
Padano. O procedimento de organização da Itália é uma forma a ser adotada, porque todas as
organizações privadas e órgãos públicos com desempenho regional carecem voltar à atenção e
direcionar seus atos para Fóruns de Desenvolvimento Locais, no intuíto de receber destas,
orientações voltadas a influência mútua de suas atividades a um plano de organização
participativa e integração regional. No contexto da organização Italiana da valorização de
determinados produtos, da sua origem até o estágio de pólo de excelência, transcorreu-se meio
milênio de história, mesmo espaço de tempo dos dias atuais até o descobrimento do Brasil.
3.2 Distrito Industrial
Distrito Industrial (DI) são aglomerações de empresas, que apresentam alto grau de
especialização e interdependência, seja de caráter horizontal (entre empresas de um mesmo
segmento, ou seja, que realizam atividades similares) ou vertical (entre empresas que
desenvolvem atividades complementares em diferentes estágios da cadeia produtiva)
(CASAROTTO e PIRES, 2001).
O termo distrito industrial foi inserido por Marshall apud Chiochetta e Hatakeyama
(2005) e procede de um modelo de organização comum na Inglaterra em fins do século XX,
onde pequenas e médias empresas especializadas na produção de produtos específicos
aglomeram-se em centros produtores. A figura 3 ilustra o modelo clássico de DI.
Alto grau de
especialização
Distrito
Industrial
Troca de
informações
entre agentes
Sistemas de
comercialização
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Mão-de-obra
qualificada
Fornecedores
locais de
insumos
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Fonte:Chiochetta e Hatakeyama (2006,p.24).
Figura 3: modelo clássico de distrito industrial.
O DI se apresenta em uma mesma localidade com uma especialização alta e uma
grande divisão do trabalho, entretanto este restringe seu mercado em produtos especificos
com grandes dificuldades de diferenciação e sem a participação de atores, públicos e privados,
para o fomento das MPEs empresas instaladas no distrito.
Casarotto e Pires (2001) ressaltam que na Itália, as redes de empresas ou aglomerados
originam os DIs, no entanto nos dias atuais há uma crítica a esses distritos, visto que é
somente um grupo de empresas instaladas na mesma área. Os autores mostram uma definição
mais moderna de vila produtiva em substituição dos DIs que aponta a integração entre
empresas e os vínculos de solidariedade e caráter comunitário como fatores, no qual oferecem
vantagens maiores que simplesmente economias de agrupamento.
O conceito de DI é necessário para entender a evolução das redes de cooperação, mas
atualmente, de acordo com a literatura, não é o mais eficaz, pois é somente um aglomerado de
empresas em um mesmo ambiente, sem a participação de agentes externos e uma organização
definida em estratégias.
3.3 Cadeias Produtivas
Cadeias produtivas é um conceito que se diferencia de todas as redes de cooperação
descritas até agora. Estas não são definidas por um território especifico, mas tem um objetivo
especifico entre todos os membros da cadeia produtiva.
A relação de cadeias produtivas para Gerolamo (2007) é muito observada e instigada
entre fornecedores e clientes no transcorrer de toda cadeia produtiva. Esta não se limita a
somente uma região ou aglomeração de empresas. Em função das tendências atuais de
descentralização e desverticalização, o conceito de cadeias produtivas começa a ter uma maior
autoridade.
Cadeia produtiva é a ligação de atividades econômicas pelas quais atravessam e são
modificados e transferidos os vários insumos, abrangendo desde as matérias-primas,
máquinas e equipamentos, produtos intermediários até o processo final, sua distribuição e
comercialização. Deriva e implica em crescimento e divisão do trabalho, na qual cada agente
ou conjunto de agentes especializa-se em etapas distintas do processo produtivo. Uma cadeia
produtiva pode ser de âmbito local, regional, nacional ou mundial (CASAROTTO e PIRES,
2001).
Este modelo se reduz em somente dar suporte para o processo produtivo, sem uma
organização especifica de negócios como um todo. Não tem uma visão fora da necessidade
básica de produtividade, falta uma cultura de estratégias de competitividade em relação a
mercado.
Somente as relações entre empresas e fornecedores, têm como objetivo a convergência
do arrolamento em lucro e competitividade na produção. Esta exige uma forma de
coordenação diferente da hierarquia tradicional, se observar que as MPEs empresas vêm se
desverticalizando (GEROLAMO, 2007).
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Cadeia produtiva é uma proposta interessante para rede de empresas de cooperação
com dificuldades de confiança e organização entre seus membros. Essa tem um diferencial no
mercado a partir da parceria com grandes fornecedores, por exemplo, a compra de um produto
em grande quantidade tem um custo menor que o do mercado, como consequência o custo
deste produto se torna menor para todas as empresas envolvidas na cadeia produtiva. Fator
este que Gerolamo (2007) classifica como benéficos de lucro e competitividade.
3. 4 Aglomerações produtivas
Uma forma de caracterizar uma rede de cooperação é como um aglomerado de
empresas. Em um determinado ambiente ou região geográfica de empresas ou organizações se
concentram, com a produção de um mesmo segmento de mercado. O significado da palavra
aglomerar, já vem de encontro com a classificação deste, na rede de empresa, no a qual tem o
sentido de reunir, ajuntar ou amontoar uma quantidade de empresas.
Aglomeração, seja esta produtiva, científica, tecnológica e inovativa, tem como
aparência central o prenúncio territorial de agentes econômicos, políticos e sociais. A
associação a esse termo, é a concepção de economias de aglomeração, ou seja, as vantagens
originárias da proximidade geográfica dos agentes, abrangendo acesso a matérias-primas,
equipamentos, mão-de-obra e outros. Considera-se que a aglomeração de empresas estenda-se
suas oportunidades de sobrevivência e aumento, constituindo-se em relevante fonte causadora
de vantagens competitivas. Isto é particularmente expressivo no caso de micro e pequenas
empresas (CASAROTTO e PIRES, 2001).
As aglomerações produtivas têm um vasto desenho de redes de cooperação entre
empresas. As configurações de empresas atuais têm apresentado um maior relevo é a dos
arranjos de forma flexível de empresas que atuam em um mesmo setor. Em decorrência de
serem de pequeno e médio porte, estas têm a competência de se vincular para empregar uma
gama de finalidades, como a divisão do trabalho, aproveitando as capacidades técnicoadministrativas, em razão da busca por novos mercados, dentro de outras oportunidades
(GRAPEGGIA e LEZANA, 2006).
A maior caracterização de aglomerações produtivas é o território, ou seja, só é
aglomerado produtivo uma rede de empresas em uma determinada região. Que procuram
desenvolver aquele local, a ser conhecido pela sociedade, como o ponto que produz
determinado produto, ou seja, quando o consumidor pensar em vinho, por exemplo, ele deve
lembrar de uma determinada região. Na qual há várias marcas de vinho conhecidas pelo seu
grande número de produção daquele produto.
Ao contrário de consórcios industriais, que é uma marca só para todo o consórcio, as
empresas do aglomerado têm a identidade de um trabalho em equipe para render a elas
mesmas, bons fornecedores, mão-de-obra especializada em um mesmo setor e principalmente,
são MPEs, unidas em um determinado local, com o objetivo de se tornar uma força no
mercado.
Chiochetta e Hatakeyama (2005) mencionam a característica principal dos aglomerados
produtivos, a participação dos atores, na afirmação das demais organizações é denotada a
respeitável participação de instituições de ensino, seja elas públicas ou privadas, órgãos
governamentais e instituições financeiras. Com o papel de qualificar as empresas de o
aglomerado produtivo inovar e dar apoio financeiro para estas.
V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
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O aglomerado produtivo ainda não evidência uma organização que delineia estratégias
e objetivos a serem atingidos com seus agentes. Com a ausência de uma estratégia definida
para atingir um objetivo, de qual o objetivo o aglomerado produtivo deseja alcançar? Qual o
caminho a percorrer para chegar a este objetivo final? Quais os pontos cruciais, a serem
atingidos? Nos quais princípios devem ser levadas em consideração às características
culturais, as dificuldades de confiança em um ambiente de negócios em que cada empresa tem
uma visão do lucro individual.
3.5 Clusters
Cluster é um dos conceitos mais utilizados para redes de cooperação, no entanto o mais
confuso em relação as suas organizações. Há uma visão diferenciada de cluster entre os
autores brasileiros e internacionais, para conceituar esta dificuldade demonstram-se as
definições de autores brasileiros conceituados como Casarotto e Pires, Cassiolato e Lastres,
Michael Porter e a instituição européia European Commission.
O conceito de cluster em um formato genérico refere-se a aglomerados territoriais de
empresas, aumentando atividades semelhantes. No decorrer de seu desenvolvimento, o
conceito ganhou diversas formas de interpretação. A mais utiliza é o conceito demonstrado
por Porter (1999).
Porter (1999), em seus trabalhos sobre competitividade a partir de redes de empresas e
estratégias competitivas, empregou o conceito de cluster para enfatizar a importância da
imediação geográfica, não apenas de fornecedores, mas também de empresas rivais e clientes.
Para a ampliação empresarial dinâmica, argumentando que as estratégias competitivas na
economia global decorrem de uma junção de fatores locais que apóiam o dinamismo das
empresas líderes.
No entanto, Cassiolato e Lastres (2003) discordam da essência da estratégia de Porter,
pois este depositou mais ênfase no aspecto de concorrência entre empresas, como estimulador
da competitividade, do que a idéia de cooperação em redes de empresas.
No contexto de cluster definido por Cassiolato e Lastres (2003), mostram a importância
da ênfase na concorrência entre as empresa do que a cooperação. Deixa claro que há algumas
das abordagens sobre cluster que perfilham a importância da tecnologia e da inovação, mas da
exaltação que são vistas, de maneira simplificada, por exemplo, como mera aquisição de
equipamentos.
As definições dos autores brasileiros, Cassiolato e Lastres e Casarotto Filho e Pires,
entram em contradição em relação à participação de agentes de governo e intuições privadas
nos clusters e a cultura voltada para um processo de inovação tecnológica. Principalmente
quando Cassiolato e Lastres afirmam que pela cultura disseminada por Porter os clusters
tendem a ser competitivos e não cooperativos, com pouca inovação e tecnologia.
O estar organizado em cluster para European Commission (2008), são grupos de
empresas independentes de instituições associadas, estas são: de natureza colaborativa e
competitiva; geograficamente concentradas em uma ou mais regiões, mesmo que clusters têm
extensões globais; especializadas em uma área especificas, agregadas por tecnologias e
destrezas comuns; podem ser de bases comuns ou tecnológicas; podem estar no ato de
institucionalização ou não institucionalizadas. Estes mesmos autores continuam,
caracterizando impactos positivos de cluster, como: inovação; competitividade; formação e
habilidades ou de base tecnológica; crescimento; e dinâmica de negócios.
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Todos os outros mecanismos de redes discutidos (consórcios industriais, distrito
industrial, cadeias produtivas, clusters/aglomerados produtivos) são redes de cooperação,
estes desenvolvem uma ação em comum com o intuito de beneficiar a todos.
Cada mecanismo tem sua ação, mas em comum à intenção de como uma determinada
união se tornar mais competitiva no mercado, tendo a característica de MPEs. Alguns deles
têm ações mais concretas que envolvem vários agentes, como o aglomerado produtivo ou
clusters. Com características regionais ou não, voltadas somente a uma estratégia de produção
como o mecanismo de cadeia produtiva. Os DIs, para alguns autores, são relatados como uma
rede de cooperação que já foi evoluída por outras, principalmente em realidades italianas.
A partir do contexto da literatura é necessário encontrar um mecanismo de redes de
empresas de cooperação que tenham estratégias definidas, e como consequência destas, uma
organização de liderança participativa. A cooperação com atores como de instituições de
ensino, sejam elas públicas ou privadas, órgãos governamentais e instituições financeiras. E
planos de ação e desenvolvimento para seus objetivos com o intuito de desenvolver uma
região ou até mesmo com uma visão mais romântica do processo da economia de um país.
Este mecanismo é chamado de Arranjos Produtivos Locais.
3.5 Arranjos Produtivos Locais
A base de origem ou hipótese de origem de Arranjos Produtivos Locais (APL) está na
adoção de inovações profundas para o processo organizacional. Compatível às condições
locais que tem a capacidade criar novos paradigmas de produção e economias superiores a
escalas existentes. Este processo só pode acontecer através de união ou arranjos de micro,
pequenas e médias empresas e outros agentes externos.
APL é a evolução de aglomerações produtivas, na qual, não se demonstra significativa
articulação entre os agentes. Dessa forma, se faz necessário a articulação desses
“aglomerados” com sua efetiva organização, aumentam sua competitividade de forma
globalizada. Esta articulação é o conceito de APL (CHIOCHETTA e HATAKEYAMA,
2005).
No entanto, a conotação sobre APL de Casarotto e Pires (2001), é uma rede de
empresas com mecanismo de aglomerado produtivo, com alta articulação entre agentes e
autores. No qual, entra em controversa, com os autores Cassiolato e Lastres e Chiochetta e
Hatakeyama. O presente trabalho toma como definição a de Casarotto e Pires, onde APL
como uma rede organizada para a formação de MPEs competitivas no mercado a partir da
união.
O formato de organização de um mecanismo de redes de cooperação de empresas, que
com espírito de confiança entres os agentes, e uma articulação através de uma liderança
participativa é a definição pontual para APL.Consiste em sua identidade a cooperação de
atores, como de instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas, órgãos
governamentais e instituições financeiras, para fomentar o objetivo, de tornar MPEs ativas no
mercado. Planos de ação e comunicação são fatores necessários para a execução de objetivos,
com estratégias bem definidas no APL. Com o intuito de desenvolver uma região ou até
mesmo o crescimento da economia de um país. Este é o significado do mecanismo de redes de
cooperação no formato de APL.
V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
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Dentro da organização de APL há a configuração de sistemas produtivos e inovativos
locais. Estes são arranjos produtivos com interdependência, articulação e vínculos fortes que
derivam em interação, cooperação e a confiança entre ao atores, os organismo de APLs com
uma organização melhor engajada tornam-se um sistema (CASSIOLATO e LATRES, 2003).
Uma forma de sistema que tem a característica que melhor aperfeiçoa e organiza os APLs
voltados principalmente à tecnologia e inovação.
Em um contexto internacional cluster em sua tradução significa aglomerado,
Greenbook e European Commission analisam este, como um contexto de aglomeração com a
participação de todos os agentes e com um alto grau de busca em conjunto de inovação e
tecnologia. No entanto, os autores brasileiros conceituam os clusters ou aglomerado produtivo
articulados com atores, conhecimento e inovação tecnológica um APL. Este trabalho respeita
o contexto europeu de termos clusters ou aglomerado produtivo, mas adota APL como o
conceito dos autores brasileiros neste trabalho pesquisado.
No APL pode existir característica de outros mecanismos como característica de
parcerias de fornecedores como em cadeias produtivas, de marcas em comum como nos
consórcios de empresas, a participação de atores em identidade de aglomerados produtiva ou
clusters.
Sua maior característica é procurar sempre a organização entre os agentes com o intuito
de disseminar o conhecimento e a inovação por toda a rede. No entanto, não pode ser
escondida a história de evolução do APL, quais foram os atores que ajudaram nesta evolução
e o nível de conhecimento da sociedade ou do próprio mercado.
Nos APLs, identificam-se distintos tipos de cooperação, para Cassiolato e Lastres
(2002), compreender-se a cooperação produtiva, dispor-se à aquisição de economias de escala
e de escopo, bem como a progresso dos índices de qualidade e produtividade; e a cooperação
inovativa, que decorre na redução de riscos, custos, tempo e, principalmente, no aprendizado
interativo, dinamizando o potencial inovativo do APL. A cooperação tem capacidade de
ocorrer por meio de diversos intercâmbios e interações como mostra a figura 4.
Intercâmbio
Sistemático
Integração de
competências
Interações
variadas
Fonte:autores (2009).
Figura 4: Interação para APLs.
V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
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O intercâmbio sistemático traz para as MPEs informações produtivas, tecnológicas e
mercadológicas (com clientes, fornecedores, concorrentes e outros). Interação de vários tipos,
envolvendo empresas e outras organizações, por meio de programas comuns de treinamento,
realização de eventos/feiras, cursos e seminários, entre outros. Integração de competências,
por meio da realização de projetos conjuntos, incluindo desde melhoria de produtos e
processos até pesquisa e desenvolvimento propriamente dita, entre empresas e destas com
outras organizações.
Os APLs operam com diversos fatores organizacionais internos e externos, realizados
por um conjunto de empresas e entidades. Com o desígnio de ampliar um setor em um
determinado território, com o mesmo tipo de produto e afinidades, no qual este se torne mais
competitivo. Estes giram em uma política de produção de novas técnicas de inserção de
inovação, novos conhecimentos, cooperação e com a finalidade de elevarem-se na posição
competitiva de empresas, regiões e países.
Existem esforços necessários para o desenvolvimento de APL, onde se procuram
potencializar atividades de promoção de desenvolvimento, atuando de forma complementar às
regiões, em consequência, maior desenvolvimento do próprio país. O foco de ação é no
sentindo de dirigir-se iniciativas institucionais locais de configuração a tornar mínima a
variedade de esforços, otimizando-se a alocação de recursos, promovendo-se o
compartilhamento de objetivos comuns e a consolidação de boas práticas de desenvolvimento
local (CHIOCHETTA e HATAKEYAMA, 2005).
A importância de estar organizado em APL se dissemina como uma cultura de
fortalecimento da dinâmica local e economia local da região a qual o Arranjo se localiza.
Essas as características de redes de cooperação organizada são reconhecidas pela sociedade
interna e externa ao APL.
4.0 Considerações finais
As diferenças que definem as redes de empresas é o nível de cooperação entre os
empresários e os agentes externos. Percebe-se que este vem se efetivando a partir das
estruturas de APLs ou clusters. Pois a organização como conjunto de empresas é caracterizada
como uma rede de empresas, mesmo que não haja um objetivo em comum de acordo com a
literatura, mas nem toda rede de empresa é uma rede de cooperação. Para a rede de empresa
se tornar uma rede de cooperação, é necessário ter na essência, que mesmo com pensamentos
e objetivos independentes, eles combinam seus recursos e esforços em uma ação em comum.
Assim, as estruturas de redes de empresas, mesmo com as nomenclaturas confusas,
como aglomerados produtivos, clusters e APL, o primeiro encontra-se somente como um
aglomerado de empresas, sem estratégias e cooperação. Muitos autores defendem clusters
como mesmo conceitos de APL, entretanto, esta se assemelha com os aglomerados produtivos
do que com a especificações de APL. Porém não importa o tipo de rede de cooperação a ser
efetuada em uma região, e sim a vantagem competitiva que esta traz para as MPEs e para a
economia local, na qual esta se inseri.
Agradecimento. A primeira autora agradece a CAPES pelo suporte financeiro para a
realização de Curso de Mestrado no PPGEP da UTFPR.
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Referências
BALESTRIN, A.; VARGAS, L. M.; FAYARD, P. Criação de conhecimento nas redes de cooperação
interorganizacional. RAE - Revista de Administração de Empresas. São Paulo, vol. 45 n. 03, p. 52-64, jul/set.
2005.
CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M.; MACIEL, M. L. (orgs.) O foco em arranjos produtivos e inovativos
locais de micro e pequenas empresas. In: “Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local”. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 2003.
CASARROTO F.N.; PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: Estratégias
para a conquista da competitividade. 2° ed. São Paulo: Atlas, 2001.
CHIOCHETTA, J. C.; HATAKEYAMA, K. Uma possível modelagem para a implementação de um APL: o
caso do setor metal mecânico da região sudoeste. CAP- Accounting and Management.Pato Branco, vol.1 n.01,
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Disponível em: http://ec.europa.eu/enterprise/ enterprise_policy/analysis/observatory_en.htm. Acesso 30 de maio
2008.
GEROLAMO, M. C. Gestão de desempenho em clusters e redes regionais de cooperação de pequenas e médias
empresas: Estudos de casos brasileiros e alemães e proposta de um modelo de análise. 2007.227p. Tese
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V ENCONTRO MINEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
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YSLENE Artigo redes de empresas[1]