Simulado Extensivo 19/05/07 Gabarito Português – 2ª Etapa Resposta Sugerida Simulado Extensivo Português Caderno 1 Questão 01 Por erro ou má-fé, prefeitos que deixaram contas em desordem podem até acabar na cadeia. (Época, 10 de janeiro de 2005.) Redigir um texto de no máximo 10 linhas que, após a leitura do fragmento acima, contemple todos os itens abaixo. a)A posição em que se encontra o trecho em destaque cria uma ambigüidade no texto. Explique em que consiste essa ambigüidade. b) Qual é a circunstância que esse trecho expressa? c) Qual é o dado fornecido pelo fragmento que, pelo sentido, se mostra coerente com a informação contida no trecho? d) Reescreva o fragmento, colocando o trecho destacado em posição adequada para desfazer a ambigüidade. Resposta Sugerida: O trecho em destaque tanto pode se referir ao verbo deixar da oração subordinada quanto ao da oração principal acabar. O trecho apresenta a circunstância de causa. O fato de os prefeitos deixarem as contas em desordem leva à conclusão de que eles agiram de má-fé ou cometeram um erro o que consequentemente os levaria `a cadeia. Prefeitos que deixaram contas em desordem, por erro ou má-fé, podem até acabar na cadeia. Questão 02 Era no tempo que ainda os portugueses não haviam sido por uma tempestade empurrados para a terra de Santa Cruz. Esta pequena ilha abundava de belas aves e em derredor pescava-se excelente peixe. Uma jovem tamoia, cujo rosto moreno parecia tostado pelo fogo em que ardia-lhe o coração, uma jovem tamoia linda e sensível, tinha por habitação esta rude gruta, onde ainda então não se via a fonte que hoje vemos. Ora, ela, que até os quinze anos era inocente como a flor, e por isso alegre e folgazona como uma cabritinha nova, começou a fazer-se tímida e depois triste, como o gemido da rola; a causa disto estava no agradável parecer de um mancebo da sua tribo, que diariamente vinha caçar ou pescar à ilha, e vinte vezes já o havia feito sem que de uma só desse fé dos olhares ardentes que lhe dardejava a moça. O nome dele era Aoitin; o nome dela era Ahy. A pobre Ahy, que sempre o seguia, ora lhe apanhava as aves que ele matava, ora lhe buscava as flechas disparadas, e nunca um só sinal de reconhecimento obtinha; quando no fim de seus trabalhos, Aoitin ia adormecer na gruta, ela entrava de manso e com um ramo de palmeira procurava, movendo o ar, refrescar a fronte do guerreiro adormecido. Mas tantos extremos eram tão mal pagos que Ahy, de cansada, procurou fugir do insensível moço e fazer por esquecê-lo; porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe e nem o esqueceu. Desde então tomou outro partido: chorou. Ou porque a sua dor era tão grande que lhe podia exprimir o amor em lágrimas desde o coração até os olhos, ou porque, selvagem mesmo, ela já tinha compreendido que a grande arma da mulher está no pranto, Ahy chorou. MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. São Paulo: Ática, 1997, p. 6263. O texto afirma que a grande arma da mulher está no pranto. a) Explique essa afirmação do texto. 2 linhas b) Nos dias de hoje, isso continua verdadeiro? Justifique sua resposta. 10 linhas Resposta sugerida: No texto, a afirmação indica que a mulher se utiliza do choro para atingir seus principais objetivos, especialmente quando eles envolvem o homem. No caso, Ahy chorou com o objetivo de atrair a atenção de Aoitin, de conquistá-lo. Quanto à segunda parte da questão, a resposta é livre, desde que a argumentação seja coerente. Questão 03 “Esta ilustração que fiz para os versos do Carlos Drummond de Andrade quase provocou a prisão do poeta. Tive um trabalho danado para convencer o general de Censura que publiquei o desenho sem pedir autorização do poeta.” (Jaguar) Redija um texto explicativo de no máximo 10 linhas, contextualizando o momento apresentado pelo cartunista Jaguar e estabelecendo a relação entre a linguagem não-verbal e o fragmento do poema “E agora, José?” de Carlos Drummond de Andrade, na construção de sentido desse novo texto de Jaguar: AVANTE SELEÇÃO. Resposta Sugerida: O texto de Jaguar discute a contradição entre a euforia pela vitória da seleção de futebol (“avante seleção”) e a realidade política do país em 1970 (as feições de pobreza dos personagens, a posição da bandeira brasileira, as condições de moradia), apontando a falta de perspectiva quanto ao futuro, centrada na pergunta: “E agora, José?”.