ANOTAÇÕES DA SEÇÃO INTERATIVA
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
SEÇÃO INTERATIVA:
Azia
Data de Publicação: Setembro 2003
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE : AZIA
Informações
Transcrição
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Visão Geral
A azia é um dos principais sintomas da DRGE, sigla que diz respeito à Doença do
Refluxo Gastresofágico. A DRGE é também conhecida como Refluxo Ácido. Em
primeiro lugar, este curso explica o processo da digestão e, depois, descreve as
causas da DRGE. Finalmente ele discute o que pode ser feito com relação a DRGE,
com ou sem medicamentos, e a importância do controle dessa patologia.
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ORIENTAÇÕES AO PACIENTE : AZIA
1. O processo digestivo normal
Introdução
Antes de discutirmos as causas da DRGE, é importante entender como ocorre o
processo digestivo normal. Esta lição apresenta os componentes-chave do sistema
digestivo responsáveis pelo transporte do alimento desde a boca até o estômago.
Transcrição
A digestão do alimento tem início na boca onde ocorre a sua trituração mecânica
através da mastigação. A mastigação também mistura o alimento com a saliva,
lubrificando-o e tornando-o mais fácil de ser deglutido.
O alimento mastigado e misturado à saliva é chamada de bolo. A língua compacta
o bolo de alimento e inicia a deglutição, levando-o da boca através da garganta
para o esôfago. O esôfago é um tubo de cerca de 25 cm de comprimento que vai
da garganta até o estômago. Apesar da maior parte do esôfago estar localizada na
cavidade torácica, sua extremidade inferior passa pelo diafragma, abaixo do qual
ele se une ao estômago.
O esôfago é separado da garganta e do estômago por anéis de tecido semelhantes
a válvulas, conhecidos como esfíncteres. O esfíncter, que separa a garganta da
extremidade superior do esôfago é denominado esfíncter esofágico superior ou EES,
e o esfíncter que separa o estômago da extremidade inferior do esôfago é
conhecido como esfíncter esofágico inferior, ou EEI.
Quando não há alimento a ser transportado da boca para o estômago, ambos os
esfíncteres ficam fechados. Quando o alimento é deslocado para a parte posterior
da boca, o esfíncter esofágico superior se abre e o bolo alimentar é empurrado para
dentro do esôfago pela língua. O alimento é impulsionado através do esôfago por
ondas sucessivas de contração muscular conhecidas como movimentos
peristálticos. Na extremidade inferior do esôfago, o efeito combinado d a força física
e do peso do bolo faz com que o esfíncter esofágico inferior se abra, permitindo que
o alimento ingerido entre no estômago.
O esfíncter esofágico inferior desempenha um importante papel na proteção do
esôfago contra danos que resultariam de uma exposição ao conteúdo altamente
ácido do estômago.
O estômago é um órgão semelhante a um saco, localizado logo abaixo do
diafragma. Ele possui um formato típico em “J”. Quando o alimento chega ao
estômago, ele produz sucos digestivos e ácido gástri co. O ácido gástrico é
também conhecido como suco gástrico. A mistura de alimento, sucos digestivos, e
ácido é denominada quimo.
A partir do estômago, o quimo passa para o restante do sistema gastrintestinal,
onde é acrescido de outros sucos digestivos, e todos os nutrientes são absorvidos
pela corrente sangüínea.
Passe o cursor sobre cada tópico para rever a estrutura e obter mais informações.
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2. O que é DRGE ?
Introdução
Esta lição define e descreve a DRGE, ou Doença do Refluxo Gastroesofágico.
Transcrição
Em condições normais, quando o bolo alimentar passa do esôfago para o estômago,
o EEI abre -se para permitir a passagem do alimento, fechando-se em seguida para
evitar que qualquer conteúdo acidificado do estômago volte para o esôfago.
Qualquer conteúdo acidificado que por acaso retornar para o esôfago é levado de
volta pelo movimento físico do esôfago e neutralizado pela saliva na deglutição.
Em pacientes portadores de DRGE, alguns ou mesmo todos estes eventos não
ocorrem de uma maneira normal, e o ácido reflui para dentro do esôfago. Isto
também é conhecido como refluxo ácido. O ácido é erosivo e irrita o delicado
revestimento interno do esôfago. Já o estômago possui um revestimento protetor
que resiste a qualquer dano provocado pelo ácido.
O sintoma mais comumente associado à DRGE é a azia, uma sensação
desconfortável de queimação na parte posterior do esterno, que ocorre geralmente
após a refeição. Praticamente todas as pessoas já sofreram deste distúrbio em
algum momento de sua vida. Entretanto, em alguns indivíduos, este refluxo é
suficientemente freqüente ou severo para causar problemas mais significativos,
sendo neste caso considerado uma doença. Portanto, a DRGE é uma condição
clínica que ocorre quando o refluxo do ácido gástrico desloca -se para o interior do
esôfago, sendo suficientemente severa para causar um impacto negativo na vida do
paciente e agressão ao esôfago.
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3. Quais as causas e fatores desencadeantes da DRGE?
Introdução
Existem várias e diferentes causas fisiológicas para a DRGE. Algumas ou todas
estas causas podem ser responsáveis pela DRGE em um paciente. Esta
apresentação aborda as principais causas e também relaciona os diversos fatores
de estilo de vida, tais como dieta e tabagismo, que podem desencadear a DRGE.
Transcrição
Diversas alterações fisiológicas podem levar ao refluxo do ácido gástrico para o
interior do esôfago. Passe o cursor sobre cada tópico para visualizar a explicação.
Ao terminar clique em “Continuar”.
Produção reduzida de saliva:
A saliva é um componente crítico do mecanismo anti-refluxo normal porque ela
neutraliza o ácido no esôfago. Uma produção reduzida de saliva aumenta a duração
da exposição do esôfago ao ácido.
EEI debilitado
O esfíncter esofágico inferior é mais fraco em alguns indivíduos e “cede” quando a
pressão no estômago aumenta (por exemplo, quando ele está cheio). Isto permite
que o ácido gástrico retorne (reflua) para o esôfago. Este mecanismo é
responsável por uma minoria de casos.
Relaxamento inadequado do EEI
O esfíncter esofágico inferior relaxa de forma inadequada por até 30 segundos de
cada vez. Isto é tempo suficiente para que o conteúdo do estômago retorne ao
esôfago. A razão específica porque isto ocorre é desconhecida. Este mecanismo
explica o refluxo na maioria das pessoas.
Esvaziamento demorado do estômago:
O esvaziamento demorado do estômago pode causar refluxo ácido ao aumentar o
volume do estômago causando um enchimento mais rápido. Isto leva à presença
de uma quantidade maior de ácido perto do EEI aumentando, portanto, a
quantidade de refluxo ácido. Acredita-se que este mecanismo seja responsável por
uma pequena porcentagem dos episódios de GERD.
O refluxo esofágico pode ser iniciado ou agravado por uma série de outros fatores
desencadeantes, conforme mostrado nesta tabela.
Passe o cursor sobre cada fator desencadeante para maiores detalhes.
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4. Quais são os sintomas da DRGE ?
Introdução
A maioria dos médicos se baseia na presença de sintomas sugestivos de refluxo
para diagnosticar a DRGE. Esta apresentação descreve alguns dos sintomas típicos
e atípicos associados à DRGE. Se você acha que pode estar com DRGE, responda
as seguintes perguntas.
Transcrição
A maioria dos pacientes com Doença do Refluxo apresenta sintomas similares, os
quais geralmente incluem azia, regurgitação ácida, dificuldade na deglutição, e dor
epigástrica.
Passe o cursor sobre cada sintoma para rever a descrição destes sintomas. Ao
terminar a leitura, clique em “Continuar”.
Se você sofre ou acha que sofre de DRGE, responda as perguntas mostradas. Ao
final do exercício, você poderá rever todas as suas respostas. Quando você tiver
terminado de responder todas as perguntas clique em “Continuar”.
Existem também diversos outros sintomas menos comuns, que podem tornar mais
difícil o diagnóstico da DRGE. Estes sintomas atípicos incluem dor torácica, queixas
de tosse e dificuldade de respirar, e problemas de ouvido, nariz e garganta.
Passe seu cursor sobre cada sintoma para rever a descrição destes sintomas. Clique
em “Continuar” quando tiver terminado a leitura.
Responda as seguintes perguntas. Quando você tiver terminado, clique em
“Continuar” para visualizar e imprimir um resumo de suas respostas.
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ORIENTAÇÕES AO PACIENTE : AZIA
5. O que pacientes com DRGE podem fazer?
Introdução
Como o estilo de vida de um paciente pode influenciar a freqüência e severidade
dos sintomas da DRGE, determinadas mudanças no estilo de vida podem oferecer
algum alívio. Esta lição mostra uma situação hipotética de um paciente,
customizada para mostrar todas as medidas que podem ser tomadas pelo paciente
para reduzir os seus sintomas. Se os sintomas forem freqüentes e não melhorarem
com estas medidas, a pessoa deverá procurar conselho médico sobre como lidar
com a doença.
Transcrição
Apresentamos aqui um programa diário para uma pessoa hipotética, o Sr.Silva,
indivíduo com DRGE. O Sr.Silva sai para o trabalho cedo, ao redor das 9 horas. Ele
geralmente almoça no restaurante da empresa e volta para casa por volta das 8
horas da noite. Ele janta vendo televisão, toma uma bebida alco ólica e fuma um
cigarro antes de se deitar por volta das 9 horas. Atualmente, o Sr.Silva está
fumando menos porque está utilizando um adesivo de nicotina para controlar o
desejo de fumar. Ele geralmente toma seus medicamentos para hipertensão
imediatamente antes de deitar.
Passe o cursor sobre os itens para visualizar como o Sr.Silva pode reduzir seus
sintomas de DRGE.
Se os sintomas do Sr.Silva forem freqüentes e não melhorarem com estas medidas,
ele deverá procurar conselho médico sobre como lidar co m a doença.
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6. Por que é importante controlar a DRGE ?
Introdução
A DRGE por tempo prolongado pode causar outras complicações e doenças. Este
módulo descreve estas complicações, e explica por que é importante controlar os
sintomas dessa patologia.
Transcrição
Se não tratada, a DRGE pode resultar em complicações sérias. As principais
complicações incluem esofagite erosiva, bloqueios denominados estenoses, e
esôfago de Barrett que, numa pequena porcentagem de casos, pode levar ao
câncer.
A esofagite erosiva está relacionada a danos no revestimento do esôfago,
resultante de repetidos episódios de refluxo ácido. O revestimento do esôfago é
literalmente corroído, tornando-se vermelho e cheio de pequenas fissuras e
cicatrizes.
Estenose é o termo médico utilizado para descrever o estreitamento de um tubo
como o esôfago, que ocorre devido ao dano em suas paredes. O dano prolongado
causado pelo refluxo ácido pode resultar na formação de cicatrizes que diminuem o
diâmetro interno do esôfago resultando em problemas como dificuldade na
deglutição.
Cerca de 10% dos pacientes com DRGE por tempo prolongado apresentam esôfago
de Barrett. Nesta condição, o revestimento do esôfago é alterado, tornando-se
parecido com o revestimento do estômago. O esôfago de Barrett pode levar a
câncer do esôfago. De fato, o risco de câncer no esôfago distal em pacientes com
esôfago de Barrett é 30 a 50 vezes mais elevado que na população em geral, da
mesma faixa etária.
Para prevenir a ocorrência de todas estas complicações severas, é importante
controlar a DRGE.
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7.
Que medicamentos estão disponíveis?
Introdução
Uma vez que o principal agente nocivo da DRGE é o ácido estomacal, a maioria dos
medicamentos procura combater a doença, tentando reduzir a quantidade de ácido
estomacal. Esta lição descreve os medicamentos comuns atualmente disponíveis.
Transcrição
A maioria dos medicamentos para DRGE tem como alvo a produção do ácido
estomacal.
O ácido gástrico é produzido pelas células parietais do estômago. O estômago
humano contém aproximadamente um bilhão de células parietais, as quais
produzem entre 2 e 3 litros de ácido por dia.
A parte específica que produz o ácido na célula parietal é denominada bomba de
prótons.
Três diferentes substâncias químicas regulam a atividade da bomba de prótons da
célula parietal: acetilcolina, gastrina, e histamina. Cada uma destas substâncias
químicas pode aumentar a produção de ácido com base nos sinais recebidos do
cérebro. Em cada caso, a substância química liga-se a um sítio na célula parietal, e
transmite um sinal para que seja produzido mais ácido.
A inibição da ação destas substâncias químicas diminui a produção de ácidos,
reduzindo assim os sintomas da DRGE. Existem duas classes de medicamentos que
podem fazer isto. Um grupo inibe a ação da histamina, e é conhecido como
antagonistas dos receptores de histamina. Estes medicamentos reduzem a
produção de ácido através do bloqueio de uma das três principais vias para a
produção de ácido.
Um segundo grupo, denominado inibidores da bomba de prótons, são os melhores
medicamentos disponíveis até o momento. Estes agentes reduzem a produção do
ácido gástrico, interferindo diretamente com a atividade da bomba de prótons. Ao
terem como alvo a etapa final da produção de ácido, os inibidores da bomba de
prótons bloqueiam a secreção de ácido, independentemente da natureza do sinal,
atuando sobre a célula parietal.
Os inibidores da bomba de prótons não apenas tratam os sintomas da Doença do
Refluxo Gastroesofágico, mas também reparam o dano causado pelo ácido no
esôfago dos pacientes com DRGE
Clique em “Continuar” quando você estiver pronto para avançar.
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Esperamos que você tenha achado esta Seção Interativa interessante. Se você
acredita que você ou alguém que você estima apresenta esta condição, consulte
seu médico.
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