JC&Cia Carreiras Editor // Vinicius Medeiros B-8 • Jornal do Commercio • Sexta-feira e fim de semana, 26, 27 e 28 de junho de 2015 CHEFIA Dicas de Português As características que formam um bom gestor Pesquisa revela que 54% dos trabalhadores apontam a honestidade do chefe como requisito essencial para um bom ambiente de trabalho; autoritarismo é a mais rejeitada DIVULGAÇÃO » ANA PAULA SILVEIRA [email protected] N ão existe fórmula pronta para se tornar um bom gestor, mas alguns comportamentos do líder e as políticas que ele cria para gerenciar a equipe influenciam no cotidiano dos profissionais e modelam suas posturas. Prova disso é o estudo inusitado sobre liderança realizado pela LeadPrix que revela que para 54% dos trabalhadores a característica que mais valorizam em um chefe é a de ele ser honesto e justo. Já a segunda opção é a velha “ busca pela disponibilidade para escutar”, com 26,7%, seguido de ser “flexível” e “inspirador”, com 24,6% e 23,1%, respectivamente. Na contramão, as características negativas mais repugnadas pelos entrevistados foram “autoritário”, com 22,58% e “tem descaso com a equipe” com 22,36%. E ainda completam a lista em terceiro e quarto lugar “arrogante” e “egoísta”, com 21,74% e 21,22%. No mercado corporativo, segundo o economista e diretor-executivo da LeadPix, Wiliam Kerniski, a falta de postura e carisma do gestor podem resultar na desmotivação da equipe. “O papel do líder vai além de servir como um elemento importante na condução dos caminhos e processos de uma empresa ou atividade, ele têm o papel de estimular os seus colaboradores para buscar resultados, e incentivar a formação de novos talentos”, explica. Ainda segundo Kerniski é preciso ter consciência de que esta posição “exige conhecimento e respeito pelas pessoas, afinal não se faz um líder por mérito próprio e sim esforço do coletivo”, completa. As características pessoais do líder se sobrepõem às competências técnicas. É necessário o entendimento de que a liderança não se reduz apenas à convenção de um título ou posição, mas sim, à soma de determinadas habilidades exercidas por alguém que através do próprio exemplo, exerce influência, conquista admiração e respeito e desperta o desejo de ser seguido, diz a coach e consultora de carreiras Waleska Farias. “O bom ser humano precede o bom líder. Trata-se de uma nova consciência no processo da gestão de Especialista Carlos Eduardo Pereira diz que líderes são influentes O papel do líder vai além de servir como um elemento importante na condução dos caminhos e processos de uma empresa ou atividade, ele têm o papel de estimular os seus colaboradores para buscar resultados, e incentivar a formação de novos talentos” Wiliam Kerniski Economista e diretor-executivo da LeadPix pessoas. Quer se tornar um bom líder? Torne-se uma pessoa melhor”, afirma. A conduta do gestor pode interferir significativamente na conduta de um profissional na empresa ou até mesmo em sua saída e em sua carreira, diz o especialista em carreiras Carlos Eduardo Pereira. “O líder direto normalmente é quem mais interfere nas ideias e conceitos dos seus colaboradores. Proponho um teste, pergunte a qualquer pessoa para descrever seu histórico profissional. Frequentemente veremos a descrição do personagem de um chefe que o influenciou negativamente ou positivamente, por isso é grande a responsabilidade”, afirma. A questão da honestidade do chefe aparecer em primeiro lugar na pesquisa, segundo Pereira se refere ao fato de que ninguém gosta de ser enganado e a confiança é a base de qualquer relacionamento humano saudável.”Todas estas variáveis apontam para habilidades de se considerar a importância do colaborador. As pessoas precisam se sentir importantes. Então, um bom líder deve ter estas características, o que refeltirá no bom andamento do trabalho e da equipe”, diz. Em contrapartida, as características consideradas mais negativas apontam para quesitos que desconsideram a existência do outro. “Quando se tem uma postura arrogante, autoritária e descaso com a equipe, não se trabalha a existência, a importância do outro e quando isto acontece, a importância de time deixa de existir. E o reflexo disto provavelmente é a queda de produção da equipe e da empresa, impactando diretamente no faturamento da mesma”, completa. O coach e gestor de mudanças Júlio Correia Neto cita que um ambiente se torna mais leve e de maior produtividade quando existe transparência, franqueza e honestidade por parte um líder no trato com os seus liderados, pares e superiores. “Desta forma se removem as barreiras do medo. Por outro lado, o líder não deve fingir ser algo que realmente não é ou que não está sendo. As pessoas sabem quando está sendo dita a verdade ou não. O melhor, nestes casos, quando se tratar de assuntos estratégicos, pecar pela omissão, do que pela invenção, pela inverdade ou mentira”, afirma. Em locais onde alguns gestores seguem a cartilha do ‘quem manda aqui sou eu’ e marcado pela repressão, e desrespeito geram além de um clima negativo, com medo e insegurança e uma equipe desmotivada com pessoas doentes física, psíquica e emocionalmente falando, embora, em alguns casos, com resultados financeiros extraordinários para o negócio. “Chefes que possuem tais características geralmente possuem pontos emocionais a serem desenvolvidos, tratados. O autoritarismo, o egoísmo, a arrogância e a prepotência escondem por detrás um baixo desenvolvimento humano e emocional, sendo verdadeiro câncer no ventre das corporações”, cita. Com a chegada da geração y ao mercado de trabalho e às posições de liderança, a gestora de treinamentos e liderança Camila Pires destaca que os trabalhadores vivem uma mudança de paradigma e a pesquisa confirma isso. “Esta é uma geração que visa unir trabalho e propósito, deseja ser ouvida, precisa ser envolvida nas decisões para que se sinta estimulada. A conduta do gestor deva estar alinhada a essas características para não haver perda de talentos”, afirma. Os profissionais que são bons apenas tecnicamente têm sido menos valorizados do que aqueles que têm as chamadas competências comportamentais. “O cargo não é suficiente para obter respeito dos jovens profissionais. Eles valorizam quem os valoriza e dá espaço para suas contribuições”, avalia Camila. por Dad Squarise [email protected] Blog da Dad www.correiobraziliense.com.br RECADO "Um autor só é autor no momento em que escreve. Depois, passa a ser um leitor a mais da própria obra." Autran Dourado Casadinho sofisticado "Eu nunca usei ponto e vírgula e nunca me fez falta." Quem fez o depoimento? Ninguém menos que Luiz Fernando Verissimo. Ele tem razão. Podemos viver muito bem sem a duplinha. Mas, com ela, ganhamos um recurso a mais pra enriquecer o texto. E, de quebra, ficamos pra lá de bem na foto. O verso de Mário Quintana serve de prova: "A Maria Eugênia é uma moça muito inteligente. Ela sabe usar ponto e vírgula". Você sabe? O casadinho tem dois empregos. Nenhum deles é bicho de sete cabeças. Quer ver? 1º emprego O ponto e vírgula separa os itens de uma enumeração: São funções do Banco Central: a. emitir moeda; b. fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional; c. controlar o crédito e o capital estrangeiros; e d. representar o governo brasileiro perante governos estrangeiros. 2º emprego O casadinho detesta confusão e mal-entendidos. Por isso, separa vírgulas concorrentes. João estuda francês, Pedro estuda inglês, Paulo estuda alemão, Juca estuda russo, Bia estuda árabe, Consuelo estuda espanhol. A frase está correta. Mas tem um senão. Repete muito o e s t u d a . O q u e f a ze r ? Us a r o v e r b o n a p r i m e i ra oração e, depois, substituí-lo por vírgula: João estuda francês, Pedro, inglês, Paulo, alemão, Juca, russo, Bia, árabe, Consuelo, espanhol. Pior a emenda que o soneto, verdade? O período ficou confuso. Misturou dois bicudos. Um, a vírgula que separa as orações (aquela que estava presente no primeiro exemplo). O outro, a que substitui o verbo. O que fazer? Ser chique. Fazer o que a maioria das pessoas não sabe. Usar o ponto e vírgula em lugar da vírgula que separa orações. Assim você acabará com a rivalidade das vírgulas concorrentes: João estuda francês; Pedro, inglês; Paulo, alemão; Juca, russo: Bia, árabe; Consuelo, espanhol. Mais exemplos João trabalha no Rio, Pedro trabalha em São Paulo. ( João trabalha no Rio; Pedro, em São Paulo.) Maria terminou a pesquisa ontem, Mauro terminou anteontem. (Maria terminou a pesquisa ontem; Mauro, anteontem.) Beatriz trabalha no MEC, Gilma trabalha no Itamaraty. (Beatriz trabalha no MEC; Gilda, no Itamaraty.) É isso. Há vírgulas empregadas por causas diferentes no mesmo período? Olho vivo. É confusão certa. Separe a oração por ponto e vírgula. Sabia? "Quero vencer o deficit habitacional", disse Dilma. O Vocabulário Ortográfico registra deficit e défice. É só escolher. Curiosidade Corão ou Alcorão dão nome à Bíblia muçulmana. Corão, Alcorão e Bíblia têm o mesmo significado — o livro. O al que aparece em Alcorão é o mesmo que aparece em algodão e álcool. Trata-se do artigo árabe. Equivale ao o (a) em português: o guia, a vida. Doença espaçosa Enfarte, enfarto, infarto — o trio merece banda de música e tapete vermelho. Mas fique bem longe de nós. Xô! LEITOR PERGUNTA Ora leio diabete. Ora, diabetes. Qual é forma nota 10? CELENE SILVA, PORTO ALEGRE O diabete, a diabete, o diabetes, a diabetes? Tanto faz. Mas o s não é signo de plural. Mesmo com ele, a palavra é singular: o diabetes sacarino, a diabetes sacarina.