O profissional de Relações Internacionais Profª. Mariana Dalalana Corbellini Ao longo de quatro anos, o futuro Bacharel em Relações Internacionais aprofunda seus conhecimentos em economia, direito, política internacional, história, geografia, idiomas. Isso porque o Analista Internacional (também conhecido como Analista de Relações Internacionais ou Internacionalista), como o próprio nome já diz, precisa estar apto a analisar fenômenos internacionais, propor soluções e respostas e saber negociá-las. Pode ser um conflito na África ou no Oriente Médio, uma empresa multinacional produzindo a baixos custos na Tailândia (ou atenta aos danos causados ao meio ambiente na Europa), ou mesmo os protestos de alguma organização não-governamental contra a caça de baleias no Japão; não importa. O Internacionalista deve ser capaz de compreender a situação, propor soluções e, se chamado à ação, negociá-las. Por esse motivo, acima de tudo, o profissional de Relações Internacionais é alguém atento ao que acontece no mundo! Onde trabalhar? Se os temas internacionais são os mais variados possíveis, os meios de atuação também são. O mais comum, ao conversar com futuros Analistas Internacionais que recém ingressaram na faculdade, é vê-los interessados em seguir a carreira diplomática. Mas o que faz, afinal, um Diplomata? O Diplomata nada mais é que um Internacionalista (ainda que alguns não sejam formados em Relações Internacionais), pois é responsável por pesquisar e analisar informações sobre o país onde está lotado, e utilizá-las em prol dos interesses do Brasil. Ele pode também representar o Brasil em organismos internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas), onde negocia os mais variados temas internacionais, sempre levando em conta as diretrizes da política externa brasileira, formuladas pelo Ministério das Relações Exteriores. Com o tempo e a ascensão na carreira, o Diplomata pode, inclusive, vir a se tornar um dos formuladores da política externa do Brasil! Mas, para que tudo isso possa acontecer, precisa antes ter o Ensino Superior completo, passar em um concurso público federal e fazer o curso de formação do Instituto Rio Branco. O que poucos sabem é que a diplomacia não é o único caminho para quem deseja trabalhar junto ao governo. Tanto a nível federal quanto estadual (e às vezes até mesmo municipal) existem Departamentos e Assessorias de Relações Internacionais, onde são colhidas informações e estabelecidas políticas de atuação internacional referentes ao tema tratado pela instituição. O Ministério do Trabalho, por exemplo, tem uma Área Internacional, que cuida, entre outros, das políticas do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) voltadas ao trabalho. O mesmo acontece em diversos outros Ministérios, Secretarias etc. Hoje em dia, com a internacionalização crescente dos principais temas e processos, nem mesmo as agências governamentais podem optar por não ter em conta o que acontece no resto do mundo! Ainda próximo às atividades de governança, o Internacionalista pode assessorar partidos políticos e parlamentares. Durante as eleições, por exemplo, são os assessores de assuntos internacionais os responsáveis por estruturar as diretrizes de política externa dos candidatos. O mesmo pode acontecer ao longo dos mandatos dos parlamentares, já que o Congresso Nacional possui uma Comissão de Relações Exteriores, responsável pelos pareceres dos congressistas no que tange à atuação internacional do Brasil. Um ramo muito interessante e pouco explorado é o chamado “funcionalismo público internacional”. Os “funcionários públicos internacionais” são aqueles que trabalham nas organizações internacionais, como a ONU e a OEA (Organização dos Estados Americanos) e nos organismos de integração regional, como o MERCOSUL e a UE (União Europeia). Nessas instituições, o Internacionalista atua como analista em sua área de conhecimento (ou seja, na sua área de estudo, pois o nível mínimo exigido é o de Mestrado) e, muitas vezes, vai a campo negociar soluções para os problemas sob tutela da organização. O auxílio prestado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), por exemplo, é feito dessa forma. São realizadas pesquisas e implantados diversos projetos em países em desenvolvimento, sempre coordenados por profissionais com as características do Analista Internacional. Outro ramo de atividade é junto ao Terceiro Setor. O Terceiro Setor é composto por organizações da sociedade civil. As mais comuns são as ONGs (organizações não-governamentais), sejam elas nacionais ou internacionais. Nas ONGs internacionais, como o Greenpeace e a Cruz Vermelha, o Internacionalista pode atuar como representante da organização em determinado país ou perante outras entidades (nacionais e internacionais) que trabalhem com o mesmo tema. Nas ONGs nacionais, o trabalho do Analista de Relações Internacionais também é possível, atuando como assessor ou consultor em assuntos internacionais. Afinal, é impossível discutir um tema como Diretos Humanos ou Meio Ambiente tendo em conta apenas o que acontece dentro do país, não é? Existe ainda a possibilidade do Internacionalista aprofundar seus estudos e se tornar professor e pesquisador, trabalhando junto aos cursos de Relações Internacionais das Universidades, sejam elas públicas ou privadas – ou comunitárias, como a UNISC. As próprias Universidades costumam manter, também, Assessorias de Relações Internacionais, por meio das quais acontecem muitos dos intercâmbios internacionais! O que se pode perceber é que o trabalho básico do Analista de Relações Internacionais costuma ser o de assessoria (interna) e consultoria (externa). Isso fica ainda mais evidente quando o foco é o setor privado. A atuação, nesse campo, costuma se dar por meio de assessorias e consultorias para empresas que querem exportar – ou que já são exportadoras de seus produtos – ou mesmo que querem internacionalizar sua produção e produto – ou que já o fazem. Para que isso seja possível, a empresa precisa de um profissional que não apenas conheça os processos da empresa e entenda das práticas de exportação e importação, mas que também saiba fazer uma análise do mercado no qual o produto está/será inserido, das leis às quais sua empresa e seus produtos estão/serão submetidos, das dificuldades culturais que poderão ser encontradas no caminho. Em empresas multinacionais de grande porte, em que os processos de exportação e internacionalização já estão consolidados, o trabalho do Internacionalista vai além, e ele atua como Diplomata Corporativo, que tem a mesma função do Diplomata de carreira: formular, promover e representar a política externa, só que da empresa. Como escolher? Com tantas possibilidades, fica a pergunta: que caminho escolher? A opção se dá ao longo do curso, de acordo com as preferências de cada aluno. Pode ser o gosto por um determinado tema, por um determinado país, ou mesmo por um determinado ramo de atuação. O que mais influencia, no entanto, ainda é a empregabilidade e, nesse caso, o curso de Relações Internacionais da UNISC trabalha com um diferencial importante: está voltado para a preparação de Diplomatas Corporativos e pessoas aptas a trabalhar no setor privado, que ainda é o que mais emprega e de mais fácil acesso. Isso, somado ao perfil da região, que é altamente internacionalizada e conta com a presença de diversas empresas multinacionais e/ou com capacidade de internacionalização, leva a uma fórmula de sucesso. Ainda assim, para os que não pensam em seguir pelo setor privado, não há com o que se preocupar. O profissional de Relações Internacionais é preparado para transitar pelos mais diversos temas e ramos, o que lhe proporciona uma capacidade de atuação maior que a dos profissionais de outras áreas. O Internacionalista é, acima de tudo, o profissional do futuro!