Tópico Especial Barra Palatina Palatal Arch Resumo Adilson Luiz Ramos Maurício T. Sakima A barra palatina (PB) tem sido utilizada em muitas situações clínicas. Isto se deve a sua fácil confecção, possibilidade de controle tridimensional e variedade de opções mecânicas. Este artigo apresenta as aplicações mais freqüentes deste aparelho. São comentadas e ilustradas a rotação, expansão, torque, distalização e ancoragem . Além disto, os momentos gerados em algumas ativações são discutidos. Introdução Freqüentemente nos estágios finais da fase de fechamento de espaços, os primeiros molares superiores tendem a apresentar desajustes de posicionamento em relação aos antagonistas, decorrente da rotação para mesial, provocada pelo momento de força do componente elástico da retração na técnica do deslizamento. Esta situação também pode estar presente quando elásticos intermaxilares de Classe III são utilizados. Uma das maneiras apropriadas para prevenir este desajuste, além do clássico aparelho extrabucal, é o emprego da barra palatina (BP) nos primeiros molares superiores encaixa- Unitermos: Barra palatina; Rotação dos molares; Distalização; Expansão; Intrusão; Ancoragem; Torque; Acidentes com aparelho ortodôntico. da em tubos linguais soldados nas bandas destes dentes. Este dispositivo vem sendo aplicado na mecânica ortodôntica de forma crescente pela característica de fácil construção, possibilidade de controle tridimensional, ampla gama de opções de ativação e aplicabilidade clínica. Desde que GOSHGARIAN10 patenteou a barra palatina (1972), poucos artigos foram publicados sobre as possibilidades clínicas deste dispositivo. BURSTONE, KOENIG4 (1981), BALDINI, LUDER (1982)3 relataram as possibilidades mecânicas e correspondentes modos de ativação. CETLIN, TEN HOEVE(1983)8 recomendaram a barra palatina nos casos sem extrações e LAZZARA(1976) 11 e WEISENBERG (1976)18 relataram os efeitos deste aparelho sobre as funções linguais. Em seu livro sobre o tratamento da dentição mista, McNAMARA13 descreveu o uso da barra palatina soldada. As principais aplicações da barra palatina são: • Correção da rotação dos molares • Correção da inclinação dos molares (sentido mesiodistal). Adilson Luis Ramos A Maurício Tatsuei Sakima B Ary dos Santos Pinto C Lídia Parsekian Martins D Dirceu B. Raveli E A B C D E Mestre pela USP - Bauru - Doutorando em Ortodontia pela UNESP - Araraquara, Professor de Ortodontia do Departamento de Odontologia da UEM - Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da AMO - ABO - Maringá. Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP. Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP. Professora Assistente do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP. Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1. p.75-100 - jan./fev. - 2000 75 • Distalização dos molares (associado a um sistema de ancoragem) • Auxiliar de ancoragem • Controle de erupção dos primeiros molares - intrusão relativa • Expansão ou contração do segmento posterior superior • Controle de torque dos molares. Na fase do diagnóstico e planejamento, deve-se atentar para a posição dos primeiros molares permanentes, que se apresentam freqüentemente girados para mesial, principalmente nos casos de Classe II (LEMONS, HOLMES 1961). Ao se corrigir esta rotação, torna-se possível a obtenção de 1 a 2 mm no perímetro do arco, além de uma parcial correção da Classe II. (FIG. 1) Quando ANGLE2 estabeleceu sua classificação, não determinou com mui- ta precisão o detalhe de posicionamento dentário. Com relação a posição do primeiro molar superior permanente, ANDREWS1 descreveu três pontos de contato para a oclusão normal. 1. A superfície distal da cúspide distovestibular deve contactar a superfície mesial da cúspide mesiovestibular do segundo molar inferior. 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar permanente deve ocluir entre as cúspides mesiovestibular e distovestibular do primeiro molar inferior. 3. A cúspide mesiolingual do primeiro molar superior deve ocluir na fossa central do primeiro molar inferior. Para que estes pontos sejam atingidos, os molares não deverão apresentar rotações. Numa vista oclusal, alguns parâmetros tornam mais fácil a tarefa de se identificar a rotação. RICKETTS (1974)17 observa que para uma oclusão ideal, uma linha que passa pelas cúspides mesiolingual e distovestibular do primeiro molar permanente, deve coincidir com a ponta da cúspide do canino do lado oposto ou até 4 mm por distal (FIG. 2). Na maioria dos casos de Classe II , esta linha estará passando na área dos pré-molares, evidenciando a rotação do molar. Outro critério observado por CETLIN 8, menciona a relação de paralelismo que as superfícies vestibulares dos primeiros molares permanentes devem apresentar entre si (FIG. 3). DAHLQUIST et al9 (1996) acreditam que os molares possam estar em oclusão ideal um pouco aquém da posição mencionada por RICKETTS17 e CETLIN8, FIGURA 1 – Com a rotação dos molares torna-se possível a obtenção de até 2mm de espaço. FIGURA 2 – Segundo RICKETTS17, a linha que passa sobre a ponta da cúspide DV e MP do primeiro molar superior deve coincidir ou passar até 4mm por distal da cúspide do canino oposto. FIGURA 3 – CETLIN 8 observou que deve haver um paralelismo entre as faces vestibulares dos primeiros molares, para que estejam bem posicionados. FIGURA 4 – Rotação distal bilateral. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 76 já que num estudo recente constataram um pouco menos de paralelismo e a linha de RICKETTS passando em média 11mm por distal da ponta de cúspide do canino. Porém, a amostra era de indivíduos na fase da dentadura mista e não permanente como relatado por RICKETTS17 e CETLIN8. Constatando-se a rotação dentária, a barra palatina oferece uma excelente capacidade de correção. A rotação pode ser corrigida simetricamente ou unilateralmente, o que demandará observação das resultantes mesiodistais (FIG. 4, 5, 6, 7). Uma vez bem posicionados, os molares podem ser eficazmente estabilizados com a utilização da barra palatina ajustada de forma passiva. Esta unidade de ancoragem oferece uma capacidade moderada podendo ser utilizada na maioria dos casos com extração para evitar a rotação, quando se procede a retração com cadeias elastoméricas apoiadas sobre os molares. Entretanto, nos casos com ancoragem crítica, o aparelho extrabucal deve ser associado. A barra palatina também pode ser utilizada como mantenedora de espaço, nos casos de perda precoce dos segundos molares decíduos. CETLIN (1992) appud 13 McNAMARA descreveu ser possível a distalização dos molares utilizandose a barra palatina com ativações unilaterais alternadas. Entretanto, para um correto sistema de forças MELSEN (1996)14 recomenda a utilização da barra palatina estaticamente ativada. A barra palatina estaticamente ativada apresenta o encaixe em somente um dos lados, devendo o lado aposto ser amarrado por vestibular. Deste modo, a ativação não resultará em momentos indesejáveis no lado a ser distalizado (FIG. 8). Para maior segurança uma correta unidade de ancoragem deve ser planejada. DAHLQUIST et al9 (1996) chamam a atenção que se houver uma distribuição incorreta da ativação, o molar com maior momento sofrerá mesialização. PANHÓCA, LIMA15 recomendam o controle de rotação do molar a ser distalizado, mediante aplicação de uma pequena ativação de rotação (50% em relação ao lado oposto) (FIG. 9). Quando as dobras de primeira ordem das presilhas são desiguais, haverão componentes de força mais expressivas para mesial ou distal de acordo com a dobra. Por exemplo, FIGURA 5 – Rotação mesial bilateral. FIGURA 6 – Rotação distal unilateral com distalização no lado oposto. FIGURA 7 – Rotação mesial unilateral com mesialização no lado oposto. FIGURA 8 – Barra palatina estaticamente ativada para rotação e com distalização (sem momentos) do lado oposto, segundo MELSEN14 . Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 77 num caso onde há o molar direito girado para mesial (em classe I) e o molar esquerdo em Classe II, uma dobra aguda no lado direito e manutenção da dobra passiva no lado esquerdo, comporá um sistema que corrigirá a rotação do lado direito, bem como promoverá pequena distalização do lado esquerdo (exemplo clínico II). A componente mesial no lado a ser girado vai encontrar a ancoragem dos dentes do segmento anterior. Quando os dois molares estão em Classe II, pode-se realizar alternadamente as ativações sobre a barra, associando-se um sistema de força (como um extrabucal) para que a correção da Classe II ocorra bilateralmente de modo mais rápido do que somente com um extrabucal isoladamente (exemplo clínico III). Quando se deseja rotação e/ou movimento mesial de um dos molares (ou ambos alternadamente associando-se a um sistema de ancoragem) o mesmo mecanismo pode ser utilizado, somente invertendo-se a direção da dobra da presilha, e controlando a ancoragem. Devido ao sistema ser composto por dois binários interligados, tornase fundamental a visualização da forma ativada, em posição neutra (i. e., posição de inserção e liberação dos momentos), e da geometria de força gerada, para que se possa associar um sistema de ancoragem contra os efeitos colaterais indesejados, ainda que pequenos. Torques linguais ou vestibulares podem ser produzidos pela barra, observando-se a rotação da presilha em relação ao encaixe lingual. O movimento resultante pode ser estimado observando-se a colocação de um dos lados e avaliação do lado oposto. (FIG. 10, 11, 12, 13). Pequenos graus de expansão do arco dentário superior podem ser obtidos com a barra palatina, entretanto segundo McNAMARA13, quantidade acima de 2 mm, requerem outros tipos de aparelhos para melhores resultados (FIG. 14). Do mesmo modo a constricção do arco pode ser obtida com a ativação no sentido contrário (FIG. 15). Aumentando-se simetricamente a distância entre as presilhas da BP, resultará num movimento para vestibular de ambos os molares. Este efeito de expansão será acompanhado de inclinação vestibular das coroas caso FIGURA 9 – Compensação da ativação segundo PANHÓCA e LIMA 15 . FIGURA 10 – Torque lingual bilateral. FIGURA 11 – Torque vestibular bilateral. FIGURA 12 – Torque lingual unilateral com resultante de extrusão no lado oposto. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 78 não se compense o momento de inclinação, mediante pequena torção das presilhas em sentido contrário. Muitas vezes a inclinação é desejada. Da mesma forma, só que em sentido contrário, a diminuição da distância inter-molares pode ser conseguida diminuindo a distância inter-presilhas. Os mesmos cuidados devem ser tomados quanto a inclinação resultante lingual que tenderá a acontecer. Na constricção, deve-se atentar para o possível trauma sobre a mucosa do palato após a liberação da força. Este trauma pode ser evitado afastando-se um pouco mais a barra do palato. A barra palatina compreende uma maneira bem controlada de correção da rotação e expansão unilateral dentária, já que podemos compor em bloco de ancoragem do lado oposto, dis- tribuindo a resultante sobre os dentes cruzados (exemplo clínico I e exemplo clínico IV). A extrusão dos molares pode ser evitada e até mesmo contribuir para uma intrusão. Segundo CETLIN appud McNAMARA13, com a confecção de um “looping” maior e direcionado para mesial, permitirá a atuação da língua distribuindo forças intrusivas sobre os molares (FIG. 16) Entretanto, LAZZARA11 avaliou a pressão lingual sobre a barra em 11 jovens com padrão vertical e observou apenas pequenas forças distribuídas. E WEISEBERG18 demonstrou que a barra não afeta significantemente a posição da língua. Mas clínicamente podemos lançar mão da barra palatina para este controle vertical, que nos parece eficaz (exemplo clínico III). McNAMARA13 relata que a barra palatina transformou-se numa rotina em sua clínica privada, tanto para pacientes em fase de dentadura mista, como permanente. Além dos casos com e sem extrações, os casos cirúrgicos também se beneficiam dos efeitos deste aparelho. Entretanto, não recomenda para os casos com Classe II e extração apenas dos primeiros pré-molares superiores, pois atrapalharia o fechamento adequado dos espaços. E também na maioria dos casos Classe III não cirúrgicos, onde a camuflagem da má-oclusão necessita de uma movimentação um pouco mesial dos molares superiores . Na correção da classe II subdivisão, uma ativação unilateral da barra com uma dobra de 2ª ordem compreende um auxiliar interessante (FIG. 17A e 17B). FIGURA 13 – Torque vestibular unilateral com intrusão no lado oposto. FIGURA 14 – Expansão do vestibularização dos molares. FIGURA 15 – Constricção do arco com pequena lingualização dos molares. FIGURA 16 – A pressão da língua sobre o “looping” da barra pode conter a extrusão, ou até provocar pequena intrusão dos molares. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 arco com pequena 79 A barra palatina pode ser removível ou soldada. O fio utilizado pode ser 0.8 ou 0.9 mm, que deve receber as dobras nas extremidades para encaixe e fixação com amarrilho ou elastômero, no tubo palatino (FIG. 18A a 18K), ou somente soldada sobre as bandas previamente adaptadas. Várias marcas comercializam barras pré-fabricadas em alguns tamanhos, o que diminui o tempo de adaptação. BURSTONE5,6 recomenda a utilização de um fio de secção FIGURA 17A – Ativação de 2a ordem. FIGURA 17B – Resultado da ativação de 2a ordem, quando todo bloco oposto está ancorado. A B D E C F G H I J K FIGURA 18 – A) Barra palatina, B) Encaixes linguais, C) Vista oclusal do posicionamento do tubo (encaixe) lingual, D) Barra palatina passiva encaixada, E-H) Presilha fixada no tubo com amarrilho, I-K) Presilha fixada no tubo em elastômero. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 80 retangular, o que dispensaria a confecção de dobras para o encaixe no acessório palatino. Também apresentou um excaixe próprio, o “hing cap”, para facilitar a fixação das extremidades da barra7. Quando não se dispõe da BP préfabricada, pode-se confeccioná-la facilmente utilizando-se o fio escolhido (0.8mm, 0.9mm ou TMA) e os alicates 139 (universal) e o conformador de presilha (410). Primeiramente confecciona-se o “looping” de ajuste com o alicate 139. Em seguida realiza-se duas dobras oblíquas para a adaptação ao palato. Afastando-se aproximadamente 1 a 2mm da mucosa palatina(FIG. 19), registra-se as marcações equivalentes aos tubos linguais. Em seguida confecciona-se as presilhas, utilizando-se o alicate apropriado (410). Após a BP estar pronta, deve-se fazer com que fique passiva, ou seja, com a inserção alternada das presilhas em cada lado. Ajusta-se a BP de modo que a extremidade não encaixada fique paralela ao tubo, em seguida, insere-se a outra presilha e verifica-se se a oposta também está paralela, ou passiva. Esta conferência somente é possível inserindo-se uma presilha de cada vez, pois seria muito difícil determinar se a BP está passiva inserindo-se as duas presilhas ao mesmo tempo. Obtida a confecção da BP passiva, segue-se para a ativação, conforme o efeito clínico desejado . Embora a determinação dos efeitos precisos dos dois binários distribuídos FIGURA 19 – Posicionamento da barra palatina 1 a 2 mm afastado do palato. A pela BP sejam complexos (pois envolvem a resistência periodontal, forças antagonistas e adjacentes da oclusão, outros dispositivos ortodônticos associados), alguns efeitos são mais previsíveis e simples de serem aplicados, como ilustrados anteriormente. Torna-se prudente visualizar as ativações sobre o modelo. As direções resultantes verticais, ântero-posteriores, rotacionais e transversais devem estar bem planejadas para construir um sistema controlado. Quando da utilização de um aparelho encaixado, torna-se fundamental a imobilização prendendo-o com elastômero ou fio de amarrilho 0,30mm. Desta forma haverá maior segurança. O desprendimento da barra palatina poderá ocasionar intercorrências desagradáveis como a deglutição, que implicará na monitoração radiográfica até ser eliminada (FIG. 20A). Como outra intercorrência menos grave e mais freqü ente, poderá haver lesão da mucosa gengival próxima ao tubo lingual (FIG. 20B). Embora nem todas as possibilidades da BP tenham sido citadas, as mais utilizadas foram descritas. E o conhecimento da mecânica básica da BP como qualquer outro aparelho, permite que o clínico criativamente aplique em diversas situações desejadas. B FIGURA 20A e B – A) Radiografia da região ilíaca evidenciando uma barra palatina num caso de monitoração após deglutição, B) Lesão gengival após desprendimento da presilha da barra palatina. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 81 EXEMPLO CLÍNICO I A B FIGURA 21 A,B – Fotos frente e perfil de um jovem com 13 anos, padrão vertical, apresentando biprotrusão e ausência de selamento labial. A B C FIGURA 22 A-C – Fotos Intrabucais denotando Classe II bilateral com apinhamento acentuado superior e inferior. Mordida cruzada posterior unilateral esquerda e desvio da linha média inferior (1,5mm). A B FIGURA 23 A,B – Para correção da mordida cruzada unilateral dentária, foi composta uma maior ancoragem do lado direito e empregada a barra palatina ativada simetricamente para expansão. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 82 A C B FIGURA 24 A-C – Aspectos intrabucais após a correção da mordida cruzada posterior. A B C FIGURA 25 A-C – Após a correção transversal procedeu-se a montagem do restante do aparelho, e seguiu-se uma mecânica de arco segmentado, iniciando a retração inicial dos caninos com molas “T” (fio TMA .017x.025) mantendo-se a barra palatina como ancoragem. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 83 A B FIGURA 26 A,B – No arco inferior foi realizado intrusão do segmento anterior mediante uma mola de intrusão (como “cantilever”) apoiada no segmento de fio anterior. A B C FIGURA 27 A-C – A retração dos segmentos ântero-superior e ântero-inferior foi obtida com molas “T”. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 84 A B FIGURA 28 A,B – Fotos de frente e perfil após o tratamento. A biprotrusão foi reduzida bem como o selamento labial reestabelecido. A B C D E FIGURA 29 A-E – Vistas intrabucais finais. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 85 A B FIGURA 30 A,B – Fotos de frente e perfil, 5 anos após o tratamento. A B C D E F FIGURA 31 A-F – Vista intrabucais 5 anos após o tratamento. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 86 EXEMPLO CLÍNICO II A B FIGURA 33 A,B – Fotos de frente e perfil de uma jovem com 16 anos. A B C FIGURA 33 A-C – Aspectos intrabucais demonstrando relação da Classe II 1/2 do lado direito e um pouco mais de 1/4 de Classe II do lado esquerdo. A B FIGURA 34 A,B – Vistas oclusais, denotando rotação mesial dos molares superiores, principalmente do 16. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 87 A C B FIGURA 35 A-C – A correção das rotações dos molares, com conseqüente obtenção de espaços por mesial, foi obtida com a ativação das presilhas da barra palatina. A B C FIGURA 36 A-C – Após a liberação das ativações houve pequena intrusão do 16, associada à correção da rotação, enquanto o 26 vestibularizou, junto à correção da rotação. Provavelmente decorrente de um desajuste do torque durante as reativações. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 88 A B FIGURA 39 A,B – A Classe II foi corrigida utilizando-se o espaço decorrente das rotações dos molares, e seguiu-se o alinhamento e nivelamento dos arcos. Observe que o degrau entre o 16 e 15 foi gradualmente corrigido por uma dobra no fio. A B C FIGURA 38 A-C – Fase adiantada do nivelamento e alinhamento. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 89 A B FIGURA 39 A,B – Fotos frente e perfil no final do tratamento. A B C FIGURA 40 A-C – Aspectos intrabucais ao final do tratamento. A B FIGURA 41 A,B – Vistas Oclusais ao final do tratamento. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 90 EXEMPLO CLÍNICO III A B FIGURA 42 A,B – Fotos de frente e perfil de um jovem com 10 anos, com padrão facial vertical. A B C FIGURA 43 A-C – Vistas intrabucais evidenciando a mordida aberta anterior, Classe II e mordida cruzada posterior. A B FIGURA 44 A,B – Aspectos oclusais demonstrando a atresia maxilar e a notória rotação mesial dos molares superiores. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 91 B A FIGURA 45 A,B – A expansão rápida da maxila, por meio de um aparelho tipo Haas modificado, foi o primeiro passo do tratamento. A B FIGURA 46 A,B – Resultado da disjunção maxilar. A B FIGURA 47 A,B – Após 4 meses de contenção com o próprio disjuntor, foi empregada a barra palatina que serviu como contenção, bem como para correção das rotações dos molares. A B C FIGURA 48 A-C – Sem que tivesse sido utilizado qualquer aparelho recordatório, a mordida aberta apresentou redução. Provavelmente associado a melhora respiratória pós-expansão. Somado a isto, parece ter havido uma restrição vertical na área dos 1os molares superiores. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 92 A B FIGURA 49 A,B – Aspecto facial frontal e lateral na fase intermediária do tratamento (4 meses expansão + 6 meses - Barra palatina). A B FIGURA 50 A,B – Os braquetes foram colados e procedeu-se o início do alinhamento e nivelamento. A A C FIGURA 51 A-C – Estado atual, onde o paciente encontra-se numa fase intermediária do nivelamento demonstrando progresso na correção vertical, bem como redução da Classe II. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 93 EXEMPLO CLÍNICO IV A B C FIGURA 52 A-C – Fotos extrabucais iniciais de um jovem com 11 anos. A B C FIGURA 53 A-C – Fotos intrabucais demonstrando Classe II com falta de espaço para o 15. A B FIGURA 54 A,B – Aspectos oclusais. Nota-se a completa falta de espaço para o 2º pré-molar superior (15), com rotação mesial do 1º molar do mesmo lado. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 94 A B C FIGURA 55 A-C – Inicialmente foi instalado a barra palatina para correção da rotação do 16. Observa-se a ativação de ambos os lados (sendo mais para o lado que se deseja a correção da rotação). A B C FIGURA 56 A-C – Progresso da distalização e correção da rotação associando-se AEB e Barra Palatina. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 95 A B B FIGURA 57 A,B – Foi empregada tração extrabucal cervical (16h/dia), associada à barra palatina. A B C D E FIGURA 58 A-E – Progresso da distalização e correção da rotação associando-se AEB e Barra Palatina. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 96 A B C D E F FIGURA 60 A-F – Para mesialização do 1º pre-molar e sobrecorreção do molar, procedeu-se uma mecânica com mola de secção aberta. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 97 A B C FIGURA 60 A-C – Após a obtenção de espaço e num estágio avançado do nivelamento (fio 020) tracionou-se o 2º pré-molar por meio de amarrilho preso a um botão colado. A B C FIGURA 61 A-G – Continuação página seguinte. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 98 D E F G FIGURA 61 A-G – Fase atual: Quando o pré-molar apresentou-se próximo ao arco, o botão foi substituido pelo braquete e incluíndo no nivelamento e alinhamento. EXEMPLO CLÍNICO V A B C FIGURA 62 A-C – Utilização da barra palatina para correção unilateral de um 2º molar permanente, posicionando-o no lugar do 1º (ausente). Todo o bloco oposto (do 15 ao 26) foi ancorado. A barra recebeu ativação para expansão e rotação do 17. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 99 Abstract The palatal arch have been used in many clinical situations. Its due to their easier confecction, tridimensional control possibility and varity mecanical options. This article presents the most frequent application of that appliance. The possibility of rotation, expansion, torsion, distalization, anchorage an intrusion are coments and illustrated. Furthermore, the moments gerated with some ativations are discussed. Uniterms: Palatal arch; molar rotation, Distalization; Expansion; Instrusion; Anchorage; Torsion; Orthodontic Appliance; Accidents. Referências Bibliográficas 01 - ANDREWS,L.A. - The six keys of normal occlusion. Am J Orthod, v.62, p.296-309, 1972. 02 - ANGLE, E.H. - Treatment of Malocclusion of the Teeth. 7 ed. S.S.White Dental Manufacturiong Co., Philadelphia, 1907. 03 - BALDINI,G.;LUDER,H.U. - Influences of arch shape on the transverse effects of transpalatal arches of the Goshgarian type during application of buccal root torque. Am J Orthod, v.81, p.202-8, 1982. 04 - BURSTONE,C.J.; KOENIG, H.A. Precision adjustment of the transpalatal lingual arch: computer arch form determination. Am J Orthod, v.79, p.115-33, 1981. 05 - BURSTONE, C.J. Precision lingual arch – passive applications. J Clin Orthod, v.22, p.444-451, 1988. 06 - BURSTONE, C.J. Precision lingual arch – active applications. J Clin Orthod, v.23, p.101-109, 1989. 07 - BURSTONE, C.J. - The precision lingual arch: Hinge cap attachment. J Clin Orthod, v.28, p.151-58, 1994 08 - CETLIN , N.M. & TEN HOEVE, A. - Non extraction treatment. J Clin Orthod, v.17, p.396-413, 1983. 09 - DAHLQUIST, A ; GEBAUER,U.; INGERVALL, B. - The influence of transpalatal arch for the correction of first molar rotation. Eur J Orthod, v.18, n.3, p.257-67, 1996. 10 - GOSHGARIAN,R.A. Orthodontic Palatal Arche Wires. United States Governmente Patent office, 1972. 11 - LAZZARA, D.J . Lingual force on the goshgarian palatal bar. Chicago: Loyola Universit, 1976. (Master Thesis) - Loyola University apud McNAMARA13. 12 - LEMONS, F.F. & HOLMES, C.W. - The problem of the rotated maxillary first permanent molar. Am J Orthod, v.47, p.246-72, 1961. 13 - McNAMARA Jr,J. A.; BRUDON,W.L. – Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 Orthodontic and orthopedic treatament in the mixed dentition. Ann Arbor, Needham Press, 1993. p.179, 1993. 14 - MELSEN, B.; BONETTI, G. ; GIUNTA, D. Statically determinated Transpalatal arches. J Clin Orthod, v.28, n.10, 1994. 15 - PANHÓCA, V.H.; LIMA, R.S. – Barra Transpalatina: aplicações e seus efeitos. Rev Straight Wire Brasil, v3, n.5, 1994. 16 - REBELLATO, J. Sistemas de aparelhos ortodônticos com dois binários: arcos transpalatinos in atualidades em ortodontia. Colômbia: Ed. Premier, 1997. p.43. 17 - RICKETTS,R.M. – Occlusion – the medium of dentistry. J Prosthetic Dentistry, V.21, p.39-60, 1969. 18 - WEISENBERG, M.J. The influence of the goshgarian palatal bar on the anterior-posterior positioning of the tongue. Chicago: Loyola University, 1976. (Master Thesis) - Loyola University apud McNAMARA13. 100