VIDA EM ABUNDÂNCIA
CELEBRANDO PEQUENAS VITÓRIAS
Por José Eduardo Teixeira
Texto Base: João 10:10 “…Vim para que tenham vida e a tenham em abundância”
INTRODUÇÃO
Existem perguntas solenes com as quais todos nós nos temos debatido ao longo da nossa caminhada
cristã.
* Quem é que nunca se humilhou diante do Senhor, possivelmente até com lágrimas, por continuar, vez
após vez, a exteriorizar alguns dos velhos hábitos e comportamentos, apesar de haver uma ENORME
vontade de transformar qualquer traço de caráter dissemelhante ao de Cristo?
* Qual de nós é que não vive com alguma inquietação, ou mesmo um velado sentimento de culpa, por não
estar a partilhar com outros o evangelho que nos foi confiado?
* Quem é que não tem refletido, com tristeza, pela pouca disponibilidade que tem manifestado para os
assuntos do Senhor, sobre as em questões relacionadas com o de tempo, e mesmo sobre as em questões
financeiras? Ou acerca da pouca disponibilidade para aceitar as orientações de Deus no campo da
saúde?
Paradoxalmente, Cristo afirmou: “…Vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, João 10:10. A
vida abundante que Jesus promete aqui, não é propriamente a vida eterna, mas sim uma vida com muito
mais qualidade na nossa existência aqui nesta Terra.
Como conciliar estas duas maneiras de pensar ou, se preferirmos, como conciliar estas duas formas de
viver o cristianismo?
I – SIGNIFICADO DE VIDA ABUNDANTE
Apesar de parecerem contraditórias, se forem compreendidas no seu verdadeiro sentido e vividas com
grande equilíbrio, até podem ser complementares.
Visão Desvirtuada de Condenação
É verdade que a tendência humana mais generalizada do cristão é a auto-condenação, por não conseguir
viver de acordo com os parâmetros divinos. Assim, as perguntas iniciais poderão ser, e são muitas vezes,
interpretadas desta forma. Se assim for, são claramente contraditórias à afirmação de Jesus. Ninguém
pode viver uma vida abundante, desfrutando com alegria essa vida, se viver constantemente com este
peso da auto-condenação sobre si próprio.
Visão Inspiradora de Confiança
Mas também podemos ter uma visão que nos inspire confiança. Elas podem ser analisadas como uma
reflexão séria, com o único e claro objectivo de examinar e corrigir a rota da nossa vida, a fim de nos
apropriarmos da vida abundante prometida por Cristo.
Se seguirmos este ponto de vista, já podemos celebrar uma “pequena... grande”
vitória: a certeza de que o Espírito do Senhor está a orientar a nossa caminhada,
porque nos ama e nos quer resgatar para a vida eterna a Seu lado.
O grande desejo de Deus para o homem, enquanto estiver nesta Terra, pode resumir-se nas palavras
de Cristo no supracitado texto: “Vim para que tenham vida, e vida em abundância”.
Alguém dizia: “Todos os homens morrem. Nem todos os homens vivem.” A grande questão é:
Quantos de nós estamos realmente vivos? Quantos de nós estamos a viver o objectivo de vida para o
qual Deus nos chamou? Estamos nós hoje a experimentar a vida abundante, da qual Cristo falou?
Algumas das frases mencionadas a seguir, podem servir de barómetro para refletirmos sobre algumas
facetas da nossa existência, a fim de compreender se já estamos a banquetear-nos com o tipo de
vida abundante que Deus nos quer oferecer:
 Paz interior para além da compreensão humana.
 Tranquilidade, mesmo perante as maiores adversidades.
 Descansar completamente na certeza de que Deus sabe o que é melhor para nós, aceitando
sem reservas mesmo as respostas que nunca gostaríamos de ter.
 Seguir alegremente as orientações de Deus a todos os níveis, apenas porque conhecemos a
sua origem, ainda que não entendamos todas as razões teológicas, filosóficas ou científicas.
 Ser capaz de amar aqueles que nos fazem mal, reconhecendo que a nossa luta não é contra a
carne e o sangue.
 Sentir e irradiar uma alegria interior, difícil de exprimir em termos humanos.
 Conhecer o amor de Deus de tal forma que seja afastado todo o temor e ansiedade.
 Viver a esperança e a alegria da salvação pelos méritos de Cristo.
 Experimentar diariamente a transformação de vida à imagem e semelhança de Deus.
II – OBJETIVO DOS ESTATUTOS, MANDAMENTOS E LEIS DO SENHOR
Será possível viver esta vida abundante? Tenho de afirmar que sim, porque se não fosse possível,
Jesus não o teria dito. Como? Só há um caminho: através de um conhecimento vivencial e um
profundo relacionamento com Deus, a fim de conhecermos o verdadeiro significado das Suas
orientações.
Deuteronómio 30:19, 20 confirma as palavras de Cristo e aponta o caminho: “O céu e a terra tomo
hoje por testemunhas contra ti que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição;
escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, (Como?) amando ao Senhor teu
O amar ao Senhor e a lealdade para com Ele são a única solução
para se viver a vida abundante prometida por Cristo!
Deus, obedecendo à Sua voz, e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e a tua
longevidade”.
Esta certeza foi dada por Deus quando instruía o povo de Israel. Os Seus estatutos e as Suas leis
foram entregues ao homem, não para serem um fardo, não para cumprirem uma autoridade despótica
da parte de Deus, mas para satisfazerem um só objetivo: Para que o Seu povo - e através dele
toda a humanidade - vivesse uma Vida Abundante.
O grande propósito de Deus era que o Homem tivesse
uma vida mais longa, mais feliz, mais saudável,
mas, acima de tudo uma vida plena de significado.
Foram muitas as vezes que o Senhor, pela Sua boca, afirmou essa realidade ao entregar essas leis
ao povo de Israel. Analisemos cuidadosamente a tónica em algumas dessas declarações:
 Deuteronómio 4:1 - “Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para
os cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR Deus de vossos
pais vos dá”.
 Deuteronómio 4:40 – “E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno
hoje para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e para que prolongues os dias na
terra que o SENHOR teu Deus te dá para todo o sempre”.
 Deuteronómio 5:33 – “Andareis em todo o caminho que vos manda o SENHOR vosso Deus, para
que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.”
 Deuteronómio 6:3 – “Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e
muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus pais, na terra que mana leite e
mel.”
 Deuteronómio 6:17-18 – “Diligentemente guardareis os mandamentos do SENHOR vosso Deus,
como também os seus testemunhos, e seus estatutos, que te tem mandado. E farás o que é reto
e bom aos olhos do SENHOR, para que bem te suceda, e entres, e possuas a boa terra, a qual
o SENHOR jurou dar a teus pais.”
 Deuteronómio 6:24 – “E o SENHOR nos ordenou que cumpríssemos todos estes estatutos, que
temêssemos ao SENHOR nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em
vida, como no dia de hoje.”
Depois num misto de súplica e desabafo, como que atónito por não entender como é que o Seu povo
ainda não tinha chegado a essa conclusão, Deus conclui:
 Deuteronómio 5:29 – “Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e
guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a
eles e a seus filhos para sempre.”
Observemos que neste texto Deus faz uma alusão a “todos” os mandamentos. Aqui estão incluídos:
A lei de Deus; os as padrões de higiene; os as princípios de saúde; os preceitos relacionados com os
dízimos e ofertas; as indicações, quanto ao relacionamento de uns para com os outros, em suma,
uma entrega sem reservas ao Senhor, do nosso ser, dos nossos talentos, do nosso tempo e das
nossas posses.
Stephen Post, um homem que se tem notabilizado nos E.U.A. pelos seus estudos, realizados nas
principais universidades, “confirma de forma cabal os benefícios trazidos à vida pela preocupação,
benevolência e compaixão que se sentem em relação aos outros. As novas pesquisas mostram que
quando temos um comportamento generoso, especialmente quando iniciado na juventude, tudo é
afectado, desde a realização pessoal à saúde física: a mortalidade é retardada, a depressão diminui e
o bem-estar aumenta. No seu novo livro, “Porque Acontecem Coisas Boas às Pessoas Boas”, os
autores conjugam a ciência emergente do amor e da generosidade com histórias reais comoventes,
que mostram como a generosidade abre as portas a uma vida saudável, feliz e mais longa.” 1
Repararam no que este estudo diz a respeito de termos “um comportamento generoso, especialmente
quando iniciado na juventude?” Comparemos com o que diz Deus em Deut. 6:4-7 “Ouve, Israel, o
SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração,
e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu
coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e ao deitar e ao levantar.”
Há muitos anos atrás, Deus já tinha dito que os Seus mandamentos e estatutos deveriam ser
ensinados e reensinados desde a mais tenra idade para seu benefício.
O estudo continua: “Nestas incríveis novas pesquisas está incluído um estudo realizado ao longo de
50 anos que mostra que as pessoas que são generosas desde a adolescência gozam de uma melhor
saúde física e mental ao longo do resto da vida. Outros estudos revelam que os idosos que praticam
o ato de dar vivem mais do que aqueles que não o fazem. Comprovou-se que ajudar os outros traz
1
Stephen Post – Jill Neimark, Porque Acontecem Coisas Boas às Pessoas Boas, Sinais de Fogo – Publicações, Lda, 2008,
Contra Capa
benefícios a quem sofre de doenças crónicas. Os estudos revelam ainda que as pessoas que ajudam
os outros com regularidade, mesmo de forma modesta, se sentem mais felizes.” 2
É espantoso como a ciência divina já dizia tudo isto há mais de 3.000 anos
III – CONCLUSÃO: CELEBRANDO PEQUENAS VITÓRIAS
Sim, queridos irmãos, com esta certeza no coração, de que todos os mandamentos, juízos e estatutos
de Deus são para nosso o bem presente e futuro, porque não nos debruçarmos mais sobre eles para
os compreendermos ainda melhor a fim de vermos cumprida em nós a promessa de Cristo de uma
vida mais abundante?
O segredo do sucesso desta nossa caminhada passa por tomar pequenas decisões na nossa vida. Seria
negativo querer assumir todas as mudanças de que necessitamos, de um momento para o outro. Vamos
suplicar sabedoria a Deus para saber onde começar. Se não estamos a dedicar nenhum tempo para Deus
ao longo da semana, porque não começar a separar 15 ou 20 minutos diários para o Senhor. Depois,
devemos celebrar essa vitória com louvor ao Senhor por termos conseguido alcançar o objetivo a que nos
propusemos.
Se o nosso problema é o testemunho, porque não orar com intensidade ao Senhor para Ele pôr no nosso
caminho alguém que esteja interessado em conhecer Deus. Estejamos atentos à resposta do Senhor e
Louvemos o Rei pela possibilidade de falar d’Ele.
Se o nosso problema está relacionado com a dificuldade de promover bons hábitos alimentares, tomemos
a decisão, com Deus, de corrigir um desses hábitos e louvemos a Deus por essas pequenas vitórias.
Se o nosso problema passa pelo egoísmo tomemos a decisão, com Deus, de começar a ser mais
generosos nas nossas ofertas a Deus e ao próximo.
Se empreendermos esta batalha com o Senhor, podemos, desde já, saborear as vitórias que o Senhor nos
irá conceder, e sentir que a nossa vida cristã se aproxima cada vez mais da vida abundante que Cristo
prometeu, e da coerência de vida com que há muito sonhamos para nós, a nossa família e nossa iIgreja.
Porque não fazer, agora mesmo, um compromisso com Deus numa das áreas em que o Espírito nos tem
impressionado e nos impressionou esta manhã e nas quais ainda que não estamos a viver ainda essa
vida abundante.

Convite à oração silenciosa, no sentido de que cada um se consagre a Deus, suplicando
fervorosamente por uma “pequena” (falta texto) no objetivo a que nos propusemos.

Terminar com uma oração de consagração de toda a iIgreja e súplica poderosa ao Senhor pelos
pedidos que foram colocados no trono de Deus, invocando a oração de Daniel 9:18 e 19
Que o misericordioso Deus nos abençoe copiosamente, Amém
2
Idem