esportes | pág. 16
entrevista | pág. 9
MST completa
30 anos
O Cruzeiro já enviou a lista dos 30 atletas
que vão jogar a Libertadores. A equipe
começa a disputa pela Taça no dia 12
contra o Real Garcilaso
“O saldo das mobilizações de
junho é fantástico. Recolocou
a política nas ruas e o debate
das mudanças necessárias”,
aponta João Pedro Stedile da
coordenação nacional do MST
Edição
Em busca
da Taça
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014| ano 1 | edição 24 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg
cidades | pág. 4
O que será do Viaduto
Santa Tereza?
brasil | pág. 10
Mídia Ninja
Diretor de importantes obras como Edifício Master e Cabra marcado para morrer, Eduardo Coutinho morre aos 80 anos e deixa legado ao cinema brasileiro
cultura | pág. 14
Pichação muitas vezes foge aos
padrões de explicação e é criminalizada. Pesquisadores apontam
que jovens buscam se expressar e também sensação de adrenalina
minas | pág. 7
Enquanto juízes enviam projeto de lei para aumentar seus benefícios, sindicalista é processado
por criticar proposta, que pode
gerar impacto de R$ 40 milhões
O Viaduto Santa Tereza há mais de 7 anos era ponto de encontro cultural e de atividades políticas. Sem diálogo e
sem preocupação com a demanda dos frequentadores, a PBH interditou o local e já derrubou a arquibancada.
Prefeitura diz que fará pista de skate, mas não divulga informações precisas
minas | pág. 5
minas | pág. 6
Com 70 mil cargos de professores ocupados por temporários, a
volta às aulas nas escolas estaduais sofre com falta de professores.
Sem chamar os concursados de
2012, 4 mil vagas continuam sem
preenchimento
Governo Estadual atropela sociedade e institui Comitê de Combate
à Tortura composto pelos próprios
policiais. “É colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”, afirma o ativista Greg Andrade. O Brasil tem quarta população carcerária
do mundo e 10% está em Minas
02 | opinião
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
editorial | Brasil
editorial | Minas Gerais
Mais um motivo para
protestar
Em 2010, o senso do IBGE registrou 5 milhões de jovens em todo o
estado, cerca de um quarto da população de Minas Gerais. E como
está a vida desses jovens? Como
vai o futuro de Minas?
Pra começar, uma perigosa
constatação: hoje, grande parcela da política que atinge os jovens
mineiros é elaborada na Secretaria
de Estado de Defesa Social, e não
na precária Secretaria de Esportes
e da Juventude que pouco fez no
último período. Sem espaço positivo na agenda governamental, o
jovem mineiro é alvo prioritário da
Polícia Militar.
Para se ter uma noção: entre 2008 e 2012 – anos de gover-
Entre 2008 e 2012 – anos de
governo compartilhados
entre Aécio e Anastasia
- o número de detentos
de 18 a 24 anos cresceu
assustadores 162%
no compartilhados entre Aécio e
Anastasia - o número de detentos
de 18 a 24 anos cresceu assustadores 162%. Hoje, metade da população carcerária em nosso estado é
jovem.
Como se não bastasse, de acordo com o Mapa da Violência de
2013, entre 2001 e 2011, década de
governo tucano em Minas Gerais,
o homicídio da população jovem
cresceu muito. Enquanto na última década estados do sudeste reconhecidamente violentos, como
Rio de Janeiro e São Paulo, apresentaram queda nos homicídios,
com baixa de 76% em São Paulo
e 44% no Rio, Minas viu sua taxa
crescer 84%.
É sempre bom lembrar que Aécio e Anastasia inauguraram a primeira penitenciária privada do
Brasil, localizada em Ribeirão das
Neves. O governo repassa, todo
mês, R$ 2.700 por preso para um
consórcio de cinco empresas. Nosso governo, em vez de agir para
garantir direitos sociais, vê lucro
na desgraça alheia. E ainda serão
construídos mais 11 presídios neste ano.
Não é por aí, governador! Há
bons exemplos a serem seguidos.
Recentemente, a Argentina lançou um programa chamado “Progressar” - uma tradução possível
seria “prosperar” ou “progredir”. O
programa oferece remuneração de
cerca de meio salário mínimo a 1,5
milhões de jovens que, em troca,
trabalharão meio período em melhorias estruturais e projetos sociais nos bairros, e, no outro período, deverão estar estudando - seja no ensino básico, técnico ou superior.
Devemos admitir: hoje em dia os
hermanos andam mais inspirados
que nós, tanto no futebol quanto
na política social. Por aqui alguém
precisa se inspirar urgentemente.
Que sejam os jovens nas ruas ou
um governo mais comprometido
com o futuro de Minas. A juventude
precisa de um projeto de vida.
Lições e desafios para a luta
social
Os participantes das manifestações de junho eram essencialmente jovens, que pela primeira
vez saiam às ruas, movidos por reivindicações majoritariamente progressistas, que foram disputadas
pelos grandes meios de comunicação e agrupamentos de direita.
O dia nacional de lutas, construído pelas centrais sindicais e movimentos sociais em 11 de julho, demonstrou intensa força social, paralisando a produção em importantes centros industriais de todo
país. O ato não pôde ser disputado
pela direita, pois tinha uma pauta
clara e definida. Os grandes meios
de comunicação tentaram desqualificá-lo.
Precisamos extrair as lições dessa experiência. As contradições da
insuportável vida nas grandes cidades e os problemas sociais que levaram os jovens às ruas não foram
resolvidos. Além disso, as vitórias
obtidas geraram um aumento na
autoestima para uma geração que
pela primeira vez entrou no cenário político.
Os esforços dos movimentos po-
Henfil
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições
regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos
fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
pulares, da grande mídia e mesmo
de agrupamentos de direita deixaram evidente que nenhuma entidade, nem mesmo os meios de comunicação, possuem a capacidade
de convocação dos atos.
Em junho, o estopim foi a solidariedade com as vítimas da repressão em Porto Alegre e São Paulo. É
previsível que ao longo deste ano,
tão decisivo em razão das eleições
gerais, novos atos com intensa participação jovem voltem a eclodir.
Muitos apostam que o calendário da Copa do Mundo proporcionaria a nova fagulha. Todas as forças políticas se preparam de alguma forma para isso. Aprendemos
nas jornadas de junho que a direita aprendeu a disputar as manifestações. Esse ensinamento deve ser
incorporado na tática dos lutadores populares.
Rumos das novas
manifestações serão
disputados entre todas as
forças políticas e ideológicas
Neste momento, é impossível
prever datas. Mas sabemos que envolverá a disputa entre todas as forças políticas e ideológicas, que utilizarão as suas energias para disputar os rumos e bandeiras do movimento, ainda mais pelos evidentes
impactos que terão nas eleições gerais de outubro.
O grande desafio é somar os setores organizados da luta popular
com a intensa energia da juventude em luta. Como construir uma
bandeira que responda a insatisfação e impeça a manipulação?
Esse é o sentido de construir a
bandeira da Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
Essa proposta é clara e abre as portas para pautar o conjunto dos problemas estruturais que conformam
o programa de transformações em
nosso país.
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para anunciar : [email protected] /
(31) 3309 3304 - (11) 2131 0800
conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristina Bezerra,
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Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010.
Contato: [email protected]/ (31) 3309-3314
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Domingo é dia de Feira
ARTESANATO Comerciantes, que expõem seus trabalhos há mais de 30 anos, tiveram que
mudar de lugar
Ana Malaco
Por Ana Malaco
Todos os domingos são assim,
ainda nem bem amanheceu e os
trabalhadores já estão lá, organizando suas barracas para exporem seus produtos. A maioria chega bem cedinho e prepara tudo para
mais uma jornada de trabalho, que
faz da madrugada entre a Rua da
Bahia e a Avenida Carandaí ser bem
agitada. A Feira de Artes e Artesanato - mais conhecida como Feira da
Afonso Pena e Feira Hippie – já tem
45 anos e faz parte do cenário cultural de Belo Horizonte. No entanto, muitos expositores têm reclamado do descaso da Prefeitura em relação aos trabalhadores.
Vai completar três meses que
uma mudança no layout da feira gerou muita polêmica. Todos os expositores – cerca de 2500 - foram sorteados para ocupar outros lugares dentro do seu próprio setor. De
acordo com Luiza Morgan, a mudança foi feita sem diálogo. Todas as
pessoas, que estavam ocupando determinada fila e barraca desde 1991,
tiveram que mudar de lugar. “Outras questões deveriam ser priorizadas, como novas barracas para os
expositores, ou mais banheiros em
toda a feira”, exemplifica Luiza.
Como a mudança foi bem próxima ao Natal e muitos expositores
não foram encontrados por clientes
que já são consolidados, as vendas
de fim de ano não tiveram o resultado esperado. Mesmo assim, os feirantes já se acostumam com a mudança.
Tradição de pais para filhos
A maioria dos feirantes expõem
cidades | 03
Pergunta da semana
Quem circula diariamente pelo Centro de Belo Horizonte pôde notar as diversas mudanças realizadas no trânsito da região. As
alterações são em função do Move (BRT), previsto para 15 de fevereiro. Foram implementadas duas
novas mãos inglesas, nas avenidas Silviano Brandão e Carandaí.
A rua Padre Rolim, entre as avenidas Francisco Sales e Brasil, passou a operar em mão única, assim
como a rua Goiás, entre a Avenida
Álvares Cabral e Guajajaras. Além
disso, entre outras mudanças, o
tráfego passará a operar em mão
única também na avenida Oiapoque, abaixo do Viaduto, e em mão
única entre as ruas Saturnino de
Brito e Curitiba.
O que você achou das
mudanças no trânsito do
Centro?
Luiza Morgan dentro da barraca e Stephanie Ferreira, vendedora na barraca de Raquel
Recadastramento
Todos os anos os expositores renovam sua licença. Neste ano, o recadastramento começou no
dia 03 (segunda-feira) e vai até 11 de abril. No entanto, a renovação anual também não é muito
funcional. As carteirinhas do ano passado, por exemplo, não foram entregues até hoje aos expositores, de acordo com Luiza.
seus produtos desde o começo da
feira. Esse é o caso de Raquel Ribeiro e sua família, que já estão na
Afonso Pena há mais de 30 anos.
Raquel e seu marido venderam a
única televisão para comprar as
primeiras peças de tecido e, assim,
produzir as primeiras bonecas, em
1981. Hoje as bonecas continuam
a ser fabricadas de maneira artesanal.
A tradição e o amor pelo trabalho artesanal já atinge mais uma
geração da família. Luiza Morgan,
uma das filhas do casal, formou-se
em Design de Produtos e se orgulha muito em poder dar sequência
ao trabalho dos pais. “É muito gratificante acompanhar a história das
pessoas. Muitos casais que compraram bonecas para seus filhos ainda na barriga da mãe hoje acompanham os filhos na busca de decoração para seus netos”, comenta. “Sabemos que cada uma, dentre as milhares de bonecas que foram vendidas durante todos estes anos, hoje, faz parte de uma história, e é isso
que nos incentiva a buscar sempre
o aperfeiçoamento”, completa.
Eu acho que as mudanças beneficiaram o fluxo de veículos, na
Avenida Brasil, principalmente. Lá era bastante complicado,
eles adaptaram alguns desvios
que valeram a pena. As obras
estão causando transtorno, mas
acho que é só por questão de
adaptação mesmo. Para mim,
essas mudanças irão melhorar o
trânsito de Belo Horizonte, com
certeza.
Janaína Araújo,
administradora
Nova BH: os prejudicados não têm voz
Rafaella Dotta
A Câmara de Vereadores retomou
suas atividades na última segunda (3).
No centro dos debates, está o Projeto
Nova BH, proposta para reconfigurar a
cidade, elaborado no fim de 2013.
Desde então, os vereadores da oposição destacaram que a proposta poderia ser aprovada “de um dia para o outro”, sem que a população soubesse o
que estava acontecendo. O acordo foi
que, antes de ser mandada à Câmara, a proposta deveria ser aprovada pelo Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) e pela IV Conferência
Municipal de Política Urbana.
Depois da aprovação pelo Com-
pur, no dia 30 de janeiro, as plenárias
da Câmara estão tratando do assunto.
De acordo com Adriano Ventura (PT),
existem divergências sobre o momento
de colocar a pauta em votação.
O vereador Wagner Messias “Preto”,
(DEM) junto aos apoiadores da prefeitura, defendeu que o Nova BH já pode ser discutido e encaminhado para a sua aprovação. Já o vereador Arnaldo Godoy, junto à bancada do PT,
lembrou que a prefeitura tem um acordo com os representantes dos bairros:
aguardar o término da IV Conferência.
A IV Conferência Municipal de Política Urbana teve início na segunda-feira (3) e estende-se até 24 de maio. Mas,
de acordo com Adriano Ventura, o No-
va BH continuará em pauta na Câmara.
Para o vereador, o projeto deveria parar
de ser discutido imediatamente. “Defendo que esse projeto seja votado no
Legislativo Municipal somente depois
da Conferência”, afirmou.
Promessas quebradas
Na opinião do vereador Arnaldo Godoy, a prefeitura de BH pode quebrar o
acordo feito com a população e aprovar o Nova BH a qualquer momento.
Ele lembrou que o prefeito Marcio Lacerda já quebrou outras promessas. Em
novembro do ano passado, ele tinha
prometido fazer uma avaliação da situação do transporte na cidade, que até
hoje não aconteceu.
Falta sinalização no trânsito e
informação para os motoristas,
porque as pessoas estão muito perdidas. Para o pedestre está bem difícil. Eu tenho carro e
quando venho para o Centro
me perco, prefiro vir de ônibus.
Robson de Souza,
motorista carreteiro
04 | cidades
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Viaduto Santa Tereza é fechado
sem aviso à população
IMPOSIÇÃO Grupos que utilizam o local denunciam que PBH quer excluir atividades
Mídia Ninja
Maíra Gomes
Belo Horizonte tem sido cada vez
mais ocupada. Praças e vias públicas se transformam em locais de
lazer e manifestação artística. Um
grande exemplo disso é a parte de
baixo do Viaduto Santa Tereza, onde acontecem apresentações culturais toda semana, além de encontros e debates políticos.
No entanto, mal começou 2014 e
o espaço já se encontra fechado. A
Prefeitura de BH afirma ter iniciado uma obra de reforma e revitalização, o que levou à inutilização
do local. A arquibancada, que servia de palco e plateia, foi demolida.
Onde antes se viam jovens reunidos em torno da música, apresentações e reuniões, hoje só se encontra um grande muro de tapume.
O grupo Família de Rua utiliza o
viaduto desde 2007 para apresentação do Duelo de MC’s. Pedro Valentim, integrante do grupo Família
de Rua, aponta que não havia nada
no local antes da chegada do Due-
“É de extrema importância
que possamos acompanhar
as obras, para garantir que
os obstáculos sejam feitos
da forma correta. Até agora
a prefeitura não abriu esse
diálogo”
lo. “Há muitos anos não tinha nada lá. Chegamos e ocupamos o espaço. Logo depois o viaduto foi ganhando o gosto da população e outras coisas começaram a acontecer
ali”, conta. Atualmente, três grupos
se reúnem no local periodicamente: O Duelo, o Samba da Meia Noite e a Assembleia Popular Horizontal, que debate a política na cidade,
além de outras atividades esporádicas.
Segundo a Prefeitura, a proposta
é criar no local o Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza, que deve
abarcar uma pista de skate street,
um palco, salas multiuso, um minicircuito de bicicleta e banheiros
públicos.
Apesar de parecer uma boa proposta, Pedro aponta que as obras
começaram sem debate com a população. Ele conta que, em 2009, a
prefeitura entrou em contato com
os grupos para buscar informações
Obras já começaram , mas ainda não há informações precisas do que será feito no local
sobre a demanda do local. Após
uma série de reuniões, o assunto
saiu de pauta e voltou apenas em
2012, com propostas já definidas e
sem levar em consideração o uso
atual do espaço.
Tipo de pista
Skatista profissional, Tiago Picomano mora em Belo Horizonte, mas viaja o mundo todo pelo es-
porte. Ele aponta que há cerca de
sete pistas públicas na cidade, mas
nada na região central. “A questão
é o tipo de pista. Em BH não temos
nenhuma que seja no formato skate plaza, que é mais utilizada no
mundo todo”, diz.
O modelo comporta diversos tipos de esporte urbano como slackline e bicicleta, além de funcionar como uma praça. Ele acredita
que este será o tipo de pista montada pela PBH, mas a prefeitura ainda
não se posicionou sobre o assunto. “É de extrema importância que
possamos acompanhar as obras no
local, para garantir que os obstáculos sejam feitos da forma correta.
Até agora a prefeitura não abriu esse diálogo”, critica.
Grupos criticam falta de informações sobre circuito
Os grupos destacam que a proposta do Circuito de Esportes Radicais não atende às necessidades do
espaço, que tem sido parte do cenário cultural da cidade. Pedro destaca não há espaço físico suficiente
para pista de bicicleta, palco e espaço para as apresentações que já
acontecem. “Qual é a demanda para aquele espaço, de quem já vive
ali? Se formos inventar algo novo,
será que funciona? “, questiona.
Joanna Ladeira, do grupo Real da
Rua, conta que em reunião realizada em setembro, a Prefeitura informou que seria feita uma grande revitalização no viaduto, que contaria com tinta antipichação, guarda municipal 24 horas e outras medidas. “Julgamos essas propostas
arbitrárias e discrepantes com o
que acontece ali”, declara. Ela conta que a cada momento a prefeitura dá uma informação diferente sobre a obra, o que gera desconfiança.
“Precisamos saber como será a gestão do espaço. Queremos garantir
“Queremos uma
apresentação clara, saber
de onde vem a verba, como
será a gestão e o que será
feito do espaço”
que manifestações culturais espontâneas possam acontecer lá, como
tem sido”, defende.
Os grupos exigem a abertura do
projeto completo, coisa que a PBH
ainda não fez. “Queremos uma
apresentação clara, saber de onde
vem a verba, como será a gestão e
o que será feito do espaço”, explica
Joanna.
O grupo Samba da Meia Noite continuará com suas apresentações no local, já que utiliza uma
calçada que não foi fechada. No entanto, o coordenador do grupo Jefferson Gomes declara que percebe
uma “varredura no espaço por parte da PBH”. “Por mais que esteja se
pensando em melhorias, percebemos uma limpeza do espaço, uma
preparação não sei pra quê. Não sabemos o que vai acontecer com os
moradores de rua que habitam o
local, por exemplo”, diz.
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Juízes de Minas Gerais
querem mais benefícios
SALÁRIO Outros trabalhadores do Judiciário pedem mais igualdade
Ivana Prudente
Rafaella Dotta
O Poder Judiciário brasileiro é
composto por diversos tipos de trabalhadores. Os magistrados, que
são juízes e desembargadores, esperam a provação de mais benefícios. Enquanto isso, outros trabalhadores, como os escrivães e contadores, recebem menos do que deveriam.
Foram enviados à Assembleia
Legislativa dois projetos de leis que
mostram essa realidade. O primeiro, o PL 4797, foi elaborado em 2013
e pretende retirar direitos dos servidores da Justiça de 2ª instância.
O projeto dificulta a progressão de
carreira: os servidores só serão promovidos se houver vagas em cargos
“Serão R$ 40 milhões
por ano, para beneficiar
apenas mil juízes e
desembargadores”
mais altos, o que é raro acontecer.
Já o segundo, o Projeto de Lei
Complementar 59/2014, mais conhecido como “PLC dos Penduricalhos”, pretende aumentar os be-
Servidores do Judiciário foram impedidos de manifestar solidariedade a colega processado
nefícios dos juízes e desembargadores de Minas Gerais. Entre outros, eles passarão a receber: R$ 12
mil por ano para a compra de livros, R$ 25 mil para o caso de mudarem de cidade e bônus para administrarem comarcas.
Segundo Luiz Fernando, vice
-presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância (Serjusmig), o Estado de Mi-
nas Gerais possui várias dívidas e
não deveria ter um gasto tão grande com poucos funcionários. “Serão R$ 40 milhões por ano, para beneficiar apenas mil juízes e desembargadores”, declarou.
De acordo com o sindicato, os escrivães e contadores estão mais necessitados. Eles trabalham 8 horas
por dia, mas recebem apenas por 6.
Processado por denunciar
penduricalhos
Robert França, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da
Justiça de 2ª Instância (Sinjus-MG),
está sendo processado pelo desembargador Herbert Carneiro, presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis).
Segundo a Amagis, em um debate no Programa Chamada Geral, da
Rádio Itatiaia, o sindicalista afirmou
que os juízes e desembargadores
estão “assaltando os cofres do Tribunal de Justiça de Minas Gerais”.
O desembargador Herbert Carneiro entrou com processo de calúnia e
difamação contra o sindicalista.
Em declaração, Robert França afirmou que os juízes e desem-
bargadores estão tentando silenciar os sindicatos que são contrários à aprovação da “PLC dos Penduricalhos”. “Essa atitude autoritária é uma tentativa de deslegitimar e censurar o exercício da oposição e da crítica, elementos essenciais à ordem democrática”,
afirmou França.
minas | 05
De olho na
alimentação!
Substâncias
podem causar
alergias e
câncer
Aditivo é todo ingrediente adicionado aos alimentos sem propósito de nutrir, mas de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais.
Assim, eles podem mudar a cor
do alimento ou deixá-lo mais doce, por exemplo.
Diversos estudos apontam reações desfavoráveis aos aditivos, como alergias, alterações no
comportamento e risco para câncer em longo prazo. No Brasil, esses aditivos ainda são amplamente utilizados, inclusive em produtos para crianças, que são mais
vulneráveis às reações tóxicas.
Segundo a revista Proteste, frases como “o consumo pode acarretar efeitos adversos na atenção
e concentração da criança” deveriam ser incluídas em seus rótulos. Os aditivos mais perigosos
à saúde são: Amarelo crepúsculo, Amarelo quinoleína, Carmosina (azorrubina), Vermelho allura
(vermelho 4), Tartrazina, Ponceau 4 R, Benzoato de sódio.
É recomendável o uso de produtos que não contenham os aditivos ou que tenham a menor
quantidade possível. Claro que
devemos lembrar que o uso dessas substâncias e seus efeitos devem considerar também a frequência com que os aditivos são
consumidos.
Os principais alimentos aditivados são: biscoitos e bolachas,
balas de goma, salgadinhos, refrigerantes, sucos de saquinho e
caixinha e sorvetes.
(Conteúdo cedido pelos nutricionistas do site www.fechandoziper.com)
06 | minas
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Combate à tortura em Minas fica
nas mãos da polícia
VIOLÊNCIA Comitê para combater a prática ficará sob responsabilidade da Secretaria de Defesa
Maíra Gomes
Uma luta que já dura quase três
anos poderia ter culminado em
uma vitória. Foi aprovada, no dia
17 de janeiro, a criação do Comitê
Estadual de Prevenção à Tortura e
de Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes em Minas Gerais, para fiscalizar, combater e reprimir a tortura em espaços
de privação de liberdade. Mas defensores de direitos humanos criticam a responsabilidade do comitê,
que será ligado à Secretaria de Defesa Social, a mesma que gerencia
as polícias Militar e Civil, assim como todo o sistema prisional do estado.
“A secretaria que administra os
presídios e a polícia não deve gerenciar o comitê, porque as maiores denúncias de tortura estão dentro da polícia. E como se investiga
uma entidade sobre tortura se você
está dentro dela?”, questiona a presidenta do Conselho Estadual de
Defesa dos Direitos Humanos, Cirlene Lima Ferreira. No entanto, Cirlene frisa que é fundamental a participação da polícia no comitê, justamente por ela ser uma das principais denunciadas.
Ela destaca ainda que o Comitê
precisa investigar todo e qualquer
órgão de privação de liberdade, como os asilos e espaços de interna-
Reprodução
ção de usuários de drogas. “Por isso
é importante que o mecanismo não
esteja atrelado apenas à SEDS”, diz.
“A secretaria que
administra os presídios e a
polícia não deve gerenciar o
comitê, porque as maiores
denúncias de tortura estão
dentro da polícia. Como
se investga um entidade se
você está dentro dela?”
Greg Andrade, ativista do Grupo
de Amigos e Familiares em Privação de Liberdade e egresso do sistema prisional, participa da luta pela
criação do instrumento desde 2011,
quando começou esse debate em
Minas. Ele explica que o atrelamento do Comitê à SEDS pode torná
-lo inoperante. “Seria colocar a raposa pra tomar conta do galinheiro. As polícias Militar e Civil são os
maiores torturadores no país, assim
como o sistema prisional. Como o
mecanismo vai estar atrelado a esse povo?”, critica.
Falta de participação
Desde 2011, diversos grupos da
sociedade promovem palestras, debates e audiências sobre o funcionamento e composição do Comitê
de combate à tortura. Desde então,
foram escritos dois projetos com
ampla participação social.
Greg explica que a diferença básica dos dois projetos é justamente a quem estaria atrelado o comitê. “Estávamos nos reunindo para
aparar essas diferenças e colocar o
projeto em votação. Mas nenhum
dos dois apontava para a SEDS. Foi
um golpe baixo. Eles não submeteram o que foi aprovado no debate”,
diz.
Cirlene acredita que a criação
do Comitê foi apressada. “Estamos
há anos debatendo e, de repente,
aparece um projeto aprovado. Ele
chegou pronto, para a surpresa de
todos que trabalham com Direitos
Humanos”, ressalta.
A lei aprovada institui também o
Programa de Proteção aos defensores de Direitos Humanos. “Fomos
surpreendidos pela lei, feita no período de férias. Eles fizeram uma lei
frankenstein. Colocaram duas coisas que não têm nada a ver”, aponta
Greg, que acredita que a pressa tenha sido proposital. “E por que essa sanha? Porque não querem reverberar o que acontece dentro dos
presídios e polícias”, acredita.
Tortura no sistema penitenciário
Agência Brasil
Nos últimos dez anos, o país tem
vivido um grande crescimento do
encarceramento. São 550 mil presos no Brasil, o que o coloca em
quarto lugar no número de população carcerária, atrás de Estados
Unidos, China e Rússia.
“Só em Minas, estão 10% de toda a população carcerária. Isso significa que temos uma população
enorme que precisa ser bem administrada”, destaca Marcelo Costa,
Ouvidor do Sistema Penitenciário
do Estado de Minas Gerais.
A Ouvidoria recebeu, apenas no
segundo trimestre do ano passado,
60 denúncias que se encaixam nos
termos a serem investigados pelo
comitê. Sete foram denúncias de
tortura, 32 de maus-tratos e duas
de assédio sexual.
Greg Andrade, ativista do Grupo de Amigos e Familiares em Privação de Liberdade, relata que foi
torturado duas vezes. “Tortura mata a subjetividade do ser humano,
mata a alma. Um país que se presta a ser democrático não pode permitir um crime bárbaro desse perpetrado por agentes do Estado”,
aponta.
Para o ouvidor Marcelo, o serviço público deve ser fiscalizado.
“Hoje, podemos ver a tortura de
muitas formas. Temos uma superpopulação carcerária, todas as prisões estão acima de sua capacidade, e isso é tortura. Se há dez pessoas em um espaço onde cabem
quatro, é tortura”, declara.
Em 2007, o Brasil assumiu na Organização das Nações Unidas a responsabilidade de criar uma mecanismo de prevenção à tortura. Cinco anos depois, em
agosto de 2013, foi aprovada a lei que institui o Sistema Nacional de Prevenção
e Combate à Tortura. A partir de então, cada estado deve criar seu próprio mecanismo de prevenção.
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Dificuldades na volta às
salas de aula
minas | 07
fatos em foco
PBH não se reúne com
ocupações urbanas
EDUCAÇÃO Estudantes de Minas Gerais começam o ano com falta de professores
Rafaella Dotta
Os alunos das escolas estaduais
de Minas começaram o ano com
falta de professores. De acordo com
profissionais da rede pública, esse
problema acontece há 10 anos em
quase todas as escolas do estado e
prejudica os estudantes. Como solução, sindicalistas apontam que o
governo estadual deveria efetivar
mais professores.
Michele Albuquerque, de 16
anos, é estudante do 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Três
Poderes, em Belo Horizonte. Ela
afirma que iniciou o ano de 2013
sem as aulas de filosofia e seguiu
por todo o ano sem aulas de inglês, por falta de professores. O pai
de Michele, Marcelo de Paula, lembrou que o problema é recorrente.
“Entra ano e sai ano, está sempre
faltando professor”, afirma.
A professora Priscila Araújo, que
dá aulas de sociologia no Instituto
de Educação de Minas Gerais, confirmou que o problema se repete
em 2014. A escola em que dá aulas
14 mil foram aprovados no
último concurso, mas 4 mil
cargos continuam vazios
não tem professores para todas as
turmas. “Como o aluno não pode ficar sem aula, estamos nos revezando para cobrir os buracos”, declara
Priscila.
Apesar do desgaste causado aos
profissionais, os mais prejudicados
são os alunos, de acordo com a opinião do professor de filosofia Edu-
Agência Minas
ardo Salatiel. “Por mais que a gente tenha 200 dias letivos, a reposição nem sempre é feita em sala de
aula e tem conteúdo que não é dado”, destaca.
Por que faltam professores?
O governo de Minas Gerais é responsável por contratar mais profissionais para as escolas estaduais.
De acordo com o professor Eduardo Salatiel, que trabalha na Escola
Estadual Três Poderes, o governo
estadual deveria chamar os aprovados do último concurso, realizado em 2012. À época, foram abertas
14 mil vagas para professores, mas
4 mil cargos continuam sem preenchimento.
Sem concurso, o governo esta-
dual encontrou a forma de contrato para tapar os buracos no quadro
de professores. Funciona da seguinte forma: a escola divulga um edital
com as vagas, os professores se candidatam e um deles será “contratado” pelo prazo de um ano ou menos.
Em nota, o Sindicato Único dos
Trabalhadores da Educação (SindiUTE-MG) informou que, atualmente, 70 mil cargos em Minas Gerais são
ocupados por professores temporários. Para o sindicato, a Secretaria de
Educação mostra lentidão na nomeação dos professores já aprovados no
concurso. Os sindicalistas temem que
o governo esteja aguardando até novembro, quando o concurso passa a
não ter mais validade.
Com Bolsa-Família, educação no país melhorou
Da Redação
Em relatório, Brasil foi elogiado
pelos seus programas sociais. Um
estudo, feito pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), publicado em 29 de janeiro,
acompanha o desenvolvimento
da educação em 162 países e coloca metas para 2015.
O Brasil foi destaque por ter o
maior programa de Transferência Monetária Condicionada do
mundo. Para a Unesco, o avanço da educação brasileira é consequência da “dobradinha”: mais
vagas nas escolas e incentivos financeiros, para que as famílias
mantenham seus filhos estudando.
O Bolsa Família aparece como
ator principal nesta cena. O programa atende a 46 milhões de
pessoas, incluindo 16 milhões de
crianças. Para receber a bolsa, as
famílias em situação de pobreza
ou extrema pobreza precisam garantir a frequência de seus filhos
à escola e a postos de saúde.
O resultado, segundo o relatório da Unesco, foi a diminuição
do abandono da escola. O estudo
aponta que as crianças que rece-
beram Bolsa Família diminuíram
em 75% o abandono aos estudos.
O Brasil tem 13,2 milhões
de analfabetos, 8,7% da
população total com
15 anos ou mais de idade
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad 2012) - IBGE
Nos dias 04 e 05, o bloco de ocupações da Região do Isidoro,
composta por Rosa leão, Esperança e Vitória, acamparam em
frente à Prefeitura de Belo Horizonte. As principais reivindicações foram: suspensão imediata das ordens de despejo e a participação do prefeito na mesa de
negociação estabelecida entre
os governos estadual e federal,
que se reuniu na quarta-feira (5).
Apesar de ter assinado um compromisso de participação, a PBH
não esteve presente no encontro,
que definiu a realização do cadastramento de todas as famílias
moradoras das ocupações dentro
de 20 dias, a ser realizado pelo governo de Minas Gerais. Está marcada uma próxima reunião para o
dia 11 de março, para dar continuidade à negociação. Até lá, está
definido que não haverá despejo
das ocupações Vitória, Esperança, Vitória e William Rosa.
Trabalhadores dos
Correios contra
privatização da saúde
Em greve desde o dia 30 de janeiro
em todo o país, trabalhadores dos
Correios decidiram pela continuidade da greve, em assembleia realizada na quarta-feira (5). A categoria exige que a empresa cumpra
o acordo firmado em 2013, em julgamento de dissídio no Tribunal
Superior do Trabalho (TST), e não
privatize o Correio Saúde, que é
um benefício. Com a terceirização, trabalhadores e trabalhadoras passariam a pagar mensalidade, usando ou não o serviço, que
se chamaria Postal Saúde. “Um
trabalhador que recebe o pior salário do funcionalismo público federal, com piso de R$ 1084, não
tem como pagar plano de saúde.
É um ataque direto à saúde do trabalhador e não vamos permitir de
jeito nenhum”, declara o presidente do Sindicato dos Trabalhadores
dos Correios (Sintect-MG), Robson Gomes Silva.
08 | opinião
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Acompanhando
Foto da semana
Mídia NInja
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Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para [email protected]. Lembre-se de mandar o endereço onde foi registrado o fato e seu contato
Na edição 23 ...
PBH aumenta lucro de empresas, mas não abaixa tarifa de ônibus
Segue viva a luta por moradia em Belo Horizonte. Comunidades Vitória, Rosa Leão e Esperança ocuparam em
frente à Prefeitura nos dias 4 e 5. Até quando seguiremos com milhares de famílias tendo como única alternativa a ocupação de terra?
Dora Martins
Ricardo Gebrim
Drama da prostituição infantil
Curiosa preocupação da direita
Maria tem quase 17 anos e oito meses e mora, com
seus dois filhos, de três e dois anos, em uma instituição de acolhimento para mães adolescentes. Ela mal
terminou o terceiro ano do ensino básico e fugiu de
casa, no início da adolescência.
Abandonou a família e foi abandonada pelos parentes. Da vida pelas ruas aos filhos foi um passo e,
hoje, prestes a completar 18 anos e ter que deixar o
abrigo em que vive, está com medo ante a incerteza
do mundo que a espera.
A gravidez na adolescência, muitas vezes fruto de
violência sexual, é realidade de milhares de meninas
brasileiras. E, agora, esse nosso país do “samba (do
funk!) e do futebol” prepara-se para o maior evento
dos últimos tempos: a Copa do Mundo.
Haverá jogos em 12 cidades no Brasil, que são grandes centros e já contabilizam um número expressivo,
em torno de 70%, de casos de violência sexual contra
crianças e adolescentes. Milhares de turistas estão a
chegar e muitos imaginam um Brasil de futebol e festas – essas, com conotação sexual.
É preciso que a população abra os olhos. Inúmeras ações e campanhas estão sendo desencadeadas. É
importante que haja diálogo com os jovens nas escolas, que pai e mãe conversem com seus filhos, que o
assunto não fique escondido.
Falar de sexo com o filho ou com a filha é difícil?
Mais difícil é curar a dor de uma criança que foi forçada a fazer sexo com um adulto. É ver crianças nascerem de mães meninas abandonadas. São marcas de
violência física e psicológica que não se desfazem.
A prostituição infantil e a violência sexual são uma
triste marca do Brasil. Se desconfiar, denuncie, mesmo no anonimato. Disque 100 ou procure o Conselho
Tutelar de sua cidade ou bairro.
.
Dora Martins é Juíza da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de SP
Tratados militares sempre ensinam que não é fácil identificar o inimigo, pois parte do seu esforço será sempre de se esconder. É uma lição válida para a
luta política. No Brasil, basta ler a revista Veja. Se ela
te atacar, saiba que está no caminho certo, mas, caso te elogie, comece a se preocupar. A revista lançou
um artigo contra o Plebiscito Popular da Constituinte, no qual ataca a iniciativa de mais de 160 dos principais movimentos sociais e organizações de esquerda em construir um Plebiscito Popular em setembro,
com uma única pergunta: “você é a favor da convocação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?”.
O curioso é um dos argumentos utilizados. O objetivo do Plebiscito é o de “desviar o foco das manifestações e servir ao projeto de poder do PT.” Estranho. O que seria o “foco” das manifestações? Por que
o principal porta-voz da direita está tão preocupado
que “não se desvie o foco” das manifestações?
Não é preciso muito para perceber que o pavor da
direita é que a juventude que saiu às ruas em junho de
2013, com uma clara insatisfação com o atual sistema
político brasileiro, assuma uma bandeira clara como a
da Constituinte do Sistema Político.
Para tanto, utiliza a tese de que a bandeira é um
mero jogo do PT para manter-se no governo. Ignoram,
propositalmente, que a campanha é muito mais ampla e congrega a maior parte das forças de esquerda.
Este será um grande debate político ideológico para as forças de esquerda. A Veja já mostrou a linha política que utilizarão. Nunca, em nenhuma situação
histórica, a lógica política da esquerda pode coincidir com a do inimigo. E afinal, como diziam os velhos
sábios chineses, quem não sabe contra quem luta, jamais poderá vencer.
Ricardo Gebrim é do sindicato dos advogados de
São Paulo.
...E AGORA
O movimento Tarifa Zero iniciou na quinta-feira (6) uma jornada de lutas em BH. As 10h,
foi protocolado um ofício com
as reivindicações do grupo,
que cobra a abertura das contas dos contratos com empresas de transporte público. Outra exigência é a redução de cinco centavos no valor das passagens de ônibus, referentes ao
abatimento da taxa cobrada das
empresas. O movimento afirma
que serão realizados atos semanais até que o prefeito atenda as
exigências.
Na edição 3...
Em local inapropriado, crianças aguardam construção de
creche
...E AGORA
Após visita surpresa de membros da comunidade, a Prefeitura de Betim declarou que construção de prédio para atender
a demanda do Centro Infantil Municipal Vila Cristina terá
início em março. As 262 crianças estudam há quatro anos em
uma casa residencial alugada,
sem adaptações. Segundo a Secretaria Adjunta de Educação,
Izabel Cristina Figueiredo, que
recebeu a população na quarta
(05), a prefeitura se compromete a entregar cronograma e prestação de contas das obras até o
dia 14 de fevereiro.
Erramos:
- A mostra “Um olhar sobre o Brasil” estreia
no dia 26 de fevereiro e fica até o dia 28 de
abril, no Centro Cultural Banco do Brasil.
- Quem era prefeito de Unaí na época da
chacina era Antério Mânica, e não seu irmão Norberto.
- No texto “Existem muitos Douglas na cidade”, a frase correta é: “Com apenas 14
anos, ele passou a frequentar o Mineirão
com garotos da mesma idade”.
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
entrevista | 09
“Política foi sequestrada por
financiadores de campanha”
PERSPECTIVAS João Pedro Stedile analisa as mobilizações de 2013 e aponta desafios para 2014
Por Joana Tavares e
Vivian Fernandes
Mais de 15 mil trabalhadores rurais de todo o país são esperados na
próxima semana em Brasília, para participar do 6º Congresso Nacional do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra).
João Pedro Stedile, fundador e integrante da coordenação nacional do
MST, afirma que a reforma agrária
está parada no país com a expansão do modelo do agronegócio. Stedile vê com bons olhos a retomada dos protestos da juventude,
mas alerta que a pauta não pode ficar restrita aos gastos com a Copa
do Mundo. “O dinheiro que foi gasto nos estádios, em torno de R$ 8 bilhões, poderia ser melhor aplicado,
porém representa apenas duas semanas do volume de recursos que o
governo passa para os bancos”, afirma.
Em entrevista ao Brasil de Fato,
ele defende ainda mudanças na política econômica e a convocação de
uma assembleia constituinte exclusiva para transformar o sistema político.
Rafael Stédile
las empresas estrangeiras. Precisamos priorizar a produção de alimentos, sem agrotóxicos, para que
o povo da cidade tenha saúde.
Qual a sua opinião sobre os movimentos de juventude?
As mobilizações da juventude
são uma espécie de termômetro
que indica a temperatura de indignação. Apesar dos avanços nos últimos dez anos, os trabalhadores enfrentam ainda graves problemas. A
juventude foi para as ruas dizer que
“O Brasil nunca teve um
programa de reforma
agrária que propusesse
democratizar o acesso à
terra aos pobres do campo”
precisamos de transformações sociais e mudanças no regime político, que não representa ninguém.
Mudanças na política econômica. E
mais Estado e poder público, atendendo às necessidades do povo na
saúde, educação e transporte.
Brasil de Fato - Qual a situação da
reforma agrária no país hoje?
João Pedro Stedile - O Brasil nunca
teve um programa de reforma agrária, que propusesse democratizar o
acesso à terra aos pobres do campo. Então, de acordo com a correlação de forças, às vezes avançamos e
conseguimos mais assentamentos.
Em outros períodos, o capital avança e impede as desapropriações.
Essa é a situação atual. Os processos de conquistas de novos assentamentos estão parados. Há uma especulação dos preços das commodities agrícolas, que aumentou o lucro dos fazendeiros e jogou o preço
das terras nas nuvens. As empresas
capitalistas estão impondo o agronegócio como única forma de produzir e o governo Dilma tem forte
influência desse setor.
As manifestações de junho foram
uma surpresa pela proporção e
impacto que tomaram?
Foi uma surpresa pela forma e
rapidez como aconteceram. Sabíamos que os problemas nas grandes cidades estavam aumentando
e eram latentes. Veja a situação do
transporte público: perdem-se horas e horas no trânsito. Ao mesmo
tempo, o governo isenta o imposto
das multinacionais automobilísticas, incentivando o transporte individual. O atendimento da saúde pública é uma vergonha. Os protestos
pelo menos destravaram o programa Mais Médicos, que é uma medida positiva. Na educação, temos
graves problemas, como a elevada taxa de analfabetismo, que atinge 18 milhões de adultos. Além disso, 88% da juventude não consegue
entrar na universidade.
Quais as propostas do MST para o
campo?
Construímos o programa de reforma agrária popular, que representa as mudanças necessárias para todo o povo e não apenas para
os sem-terra. Colocamos a necessidade de fazer desapropriações das
grandes fazendas, começando pe-
E o quadro político?
A política institucional no Brasil
foi sequestrada pelos financiadores de campanha, que transformaram os políticos eleitos em reféns
de seu poder econômico. O povo e
a juventude não se sentem mais representados pela maioria dos parlamentares no atual sistema políti-
co. Então, a indignação com esses
problemas tomaria forma mais cedo ou mais tarde. Tomou forma como protestos de rua, que é o melhor
lugar para se praticar a democracia.
Qual o saldo das mobilizações
para a luta política no país?
Em termos de conquistas reais,
foi ainda pequeno, porque barraram apenas o aumento das tarifas
do transporte. Mas o saldo político é fantástico. Recolocou a política nas ruas e o debate das mudanças necessárias.
“Torço para que as
mobilizações de rua
comecem logo, pois no
período da Copa do Mundo
vai confundir a cabeça
do povo, que quer ver o
torneio”
Você acredita que haverá mobilizações durante a Copa do Mundo?
Torço para que as mobilizações
de rua comecem logo, pois no período da Copa do Mundo vai confundir a cabeça do povo, que quer
ver o torneio. Isso pode reduzir as
mobilizações, como se fossem apenas um protesto contra os recursos
gastos nas obras. O dinheiro gasto
nos estádios, em torno de R$ 8 bilhões, poderia ser melhor aplicado, porém representa apenas duas semanas do volume de recursos
que o governo passa para os bancos. Então, a cada duas semanas temos uma “Copa do Tesouro” para
os bancos, que são os nossos inimigos principais. Precisamos denunciá-los e derrotá-los, dentro e fora
do governo.
O MST e outros movimentos pretendem lançar alguma bandeira
política neste ano?
Participamos de uma ampla
frente popular, formada por CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABI (Associação
Brasileira de Imprensa), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e
movimentos populares, para juntos
lutarmos por uma reforma política.
Precisamos mudar as regras do jogo, devolver ao povo o direito de escolher seus verdadeiros representantes e alterar a correlação de forças para que o povo tenha mais poder de decisão. Apenas assim conseguiremos abrir as portas para as
mudanças necessárias, como a reforma urbana, a reforma agrária, a
reforma educacional, a ampliação
dos recursos para saúde e o controle dos juros e do superávit primário.
10 | brasil
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Eduardo Coutinho, um cineasta
aberto ao povo
HOMENAGEM Documentarista morre no Rio de Janeiro no último domingo (2) deixando legado ao cinema
Por Felipe Canova
e Thalles Gomes
Um dos principais expoentes do
documentário nacional, Eduardo
Coutinho, deixou uma vasta obra
que resistirá ao tempo. Para comprovar isso, basta assistir a filmes
como Cabra marcado para morrer,
Boca do Lixo, Edifício Master e Peões, alguns realizados há mais de
20 anos e que ainda não perderam
a força.
Sua obra prima, Cabra marcado
para morrer, começou a ser filmada antes do golpe militar de 1964,
no sertão da Paraíba. Planejada como uma ficção, que envolveria os
camponeses como atores dispostos
a retratar o assassinato do líder local João Pedro Teixeira, o filme teve suas gravações interrompidas
com o golpe. Coutinho retornou à
comunidade 17 anos depois, com a
ideia de realizar um documentário
para juntar as duas pontas da his-
Divulgação
tória. O filme mostra um lado da ditadura pouco conhecido ao denunciar a violência dos militares contra
os camponeses que lutavam por reforma agrária.
Ouvir o outro
A forma de trabalho de Eduardo
Coutinho era própria. Ele fazia o filme indo a um determinado lugar e
tentando entender as pessoas que
ali conviviam, através de longas entrevistas em formato de conversa.
A câmera, posicionada de forma
discreta, ficava em segundo plano. Como ele próprio dizia, depois
de “conversar meia hora com uma
pessoa, ninguém mais controla se
está filmando ou se não está”.
Um bom exemplo de sua maestria nessa técnica é o filme Edifício Master, realizado inteiramente
em um edifício de classe média de
500 moradores em Copacabana, no
qual ele morou com sua equipe para produzir a obra. Nas 37 entrevis-
Assista Aos filmes de Coutinho pela internet:
Cabra Marcado para Morrer: http://youtu.be/JE3T_R-eQhM
Edifício Master: http://youtu.be/BgmfO4CasYw
Peões: http://youtu.be/1cSM-dCE0CY
Coutinho morre aos 80 anos no Rio de Janeiro
tas do filme, Coutinho revela, através dos longos corredores do prédio, a solidão e a inquietude de pessoas comuns e mesmo assim singulares - nas metrópoles.
“Creio que a principal virtude de um documentarista é a
de estar aberto ao outro”, escreveu Eduardo Coutinho em um de
seus raros textos. Seu interesse
era a vivência e a palavra das pessoas comuns, retratada de forma
precisa e humana. “Eu acho que
o documentário deve propor perguntas e que, quanto mais aberto o documentário for, melhor”. O
cinema e o povo brasileiro agradecem.
Humor para transformar: Henfil completaria 70
anos neste mês
Joana Tavares
Não foi só Betinho, o irmão do
Henfil, que partiu num rabo de foguete, como ficou eternizado na canção de Aldir Blanc e João Bosco. No
dia 4 de janeiro do simbólico ano de
1988, o próprio Henrique de Souza
Filho morreu no Rio de Janeiro, vítima de uma transfusão de sangue
que lhe passou o vírus HIV. Assim como seus irmãos, Henfil sofria de hemofilia. Nascido em 5 de fevereiro
de 1944, completaria 70 anos neste
2014.
Mineiro de Ribeirão das Neves,
passou a infância na periferia de Belo
Horizonte, começou a estudar sociologia, foi embalador de queijos, boy
de agência de publicidade e jornalista. Morou em Natal, no Rio de Janeiro e se arriscou até em Nova York, onde foi procurar tratamento de saúde,
e ficou por dois anos.
Mas foi com o humor que ele en-
controu seu lugar no mundo. Seus
cartuns hoje já são patrimônio do
povo brasileiro, e ele ainda escreveu
sete livros, editou revistas, produziu
peça de teatro, filme – “Deu no New
York Times” - e participou de um
quadro de TV, o “TV Homem”, dentro
da “TV Mulher”.
Henfil se engajou profundamente na luta contra a ditadura, mas seu
horizonte não se limitava a criticar –
feroz e sutilmente – os fardados de
então. Sua luta era mais ampla, como ele mesmo diz: “O humor que vale para mim é aquele que dá um soco
no fígado de quem oprime”.
Personagens
Ele fez isso com Zeferino, o sertanejo, cangaceiro, líder do bando formado pelo passarinho pequeno e arretado – a Graúna – e o bode Francisco Orelana, que comia livros, mas
nunca fazia nada. Em pleno “milagre
econômico”, denuncia com seu povo
da caatinga as disparidades regionais
do país, o racismo, o clientelismo, a
concentração de terra e riqueza.
Outros personagens ficaram famosos, os fradins e Ubaldo, o paranoico, que morria de medo de ser
preso ou torturado a qualquer hora. Isso sem falar das inúmeras tiras
para sindicatos, para campanhas pe-
la anistia, e seus textos. As cartas que
enviava a sua mãe – dona Maria – foram compartilhadas com os leitores
da revista IstoÉ, onde foram publicadas de 1977 a 1984, e depois reunidas
em livro. (publicado originalmente
no Portal Minas Livre)
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
brasil | 11
Apenas Rio de Janeiro e Boa Vista
aumentaram tarifa de ônibus em 2014
MOBILIZAÇÕES Capitais preferem evitar reajustes no ano da Copa e após manifestações
Rede Brasil Atual
O trauma deixado pelas manifestações de junho e a aproximação do calendário eleitoral parecem ter freado o ímpeto de aumento de tarifas do transporte público nas capitais brasileiras em
2014. Entre todas, apenas Boa Vista e Rio de Janeiro se arriscaram a
aumentar o valor das viagens de
ônibus neste começo de ano. As
demais, mesmo aquelas que reduziram taxas no ano passado, não
têm previsão de reajuste até dezembro.
Maceió espera decisão judicial para saber se sobe ou mantém o preço do coletivo. Em Boa
Vista, onde não havia reajuste há
dois anos, a prefeitura subiu o preço da passagem de R$ 2,25 para R$
2,60 em 2 de janeiro. O anúncio foi
acompanhado de protestos, insuficientes, porém, para barrá-lo. No
Rio de Janeiro, o aumento passa a
vigorar a partir do dia (8) sábado.
A tarifa, que custa R$ 2,75, subirá
para R$ 3.
A tarifa agora será ainda maior
do que a administração propunha
em 2013, mas, por enquanto, os
manifestantes conseguiram apenas sucessos parciais: o recuo do
governo estadual em relação ao
aumento da tarifa de trem, metrô
e barcas, e a extensão da gratuidade, antes restrita a estudantes secundaristas, também para universitários.
Pelo menos até agora, nenhum
outro governo de capital pretende anunciar reajustes. As demais
regiões metropolitanas deverão
manter os preços até o final do ano
– algumas, com tarifas ainda menores do que havia antes dos protestos de junho. É o caso de Campo Grande, que reduziu o valor da
passagem de R$ 2,85 para R$ 2,70.
Cuiabá seguiu o mesmo caminho. A tarifa na capital custava R$
2,85 até o último mês de dezembro, quando passou para R$ 2,60.
Manaus é outra cidade que conseguiu reduzir o preço da passagem, não com revisão das planilhas, mas com subsídios. Conseguiram baixar a tarifa de R$ 2,90
para R$ 2,75.
Sindicato dos jornalistas critica
preconceito de apresentadora
Da Redação
Um adolescente negro, suspeito
de praticar furtos na zona sul do Rio
de Janeiro, foi encontrado nu preso
a um poste a partir de uma trava de
bicicleta, no dia 31 de janeiro. O jovem foi espancado e teve sua orelha decepada por três homens que
se denominaram “justiceiros”. A situação foi relatada através das redes sociais pela ativista de direitos
humanos Yvone Bezerra.
A âncora do jornal SBT Brasil,
Rachel Sheherazade, se manifestou
a respeito do caso, defendendo ferozmente as ações dos integrantes
do grupo, que definiu como “cidadãos de bem”, e se referiu ao garoto como “marginalzinho amarrado
ao poste”. Raquel ainda ironizou as
pessoas que se revoltaram com a situação do suposto assaltante e, como piada, instigou o lançamento da
campanha “Adote um Bandido”.
O Sindicado dos Jornalistas do
Rio e a Comissão de Ética da entidade divulgaram nota de repú-
Solução semelhante foi encontrada em Macapá. Em julho,
com uma série de isenções fiscais
anunciadas pelos governos municipal, estadual e federal, a tarifa passou de R$ 2,30 para R$ 2,10.
Em Florianópolis, um novo edital do sistema de ônibus garantiu a
redução das tarifas de R$ 2,90 para R$ 2,80.
Em Porto Alegre, a prefeitura
Reprodução
garante que não há previsão para aumentar a passagem de ônibus, atualmente em R$ 2,80, mesmo enfrentando pressão dos empresários do setor. A cidade passa há 11 dias por uma greve geral
dos motoristas, que pedem reajuste salarial. Os empresários condicionam a mudança da remuneração dos trabalhadores à elevação
da tarifa.
Prioridade na adoção de
crianças com deficiência
dio contra a atitude da apresentadora. No documento, afirmam que
Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do
Adolescente e fez apologia à violência. Também solicitaram à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que “investigue as responsabilidades em casos de violação do
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no Brasil”.
A presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.955, que estabelece
prioridade aos processos de adoção em que a criança ou adolescente tenha deficiência ou doença crônica. Para a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), autora do projeto de lei, a intenção é acelerar o andamento dos
processos nos quais o adotado se encontre em uma dessas condições.
(Agência Brasil)
Crédito: Reprodução
| mundo
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
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Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
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controle
Suporte
Manter
decorativo
sob
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livros
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Suporte
decorativo
para livros
Suporte
decorativo
Pastel
de
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Principal
causa
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Principal
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Geografia
espanhol
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O pão não
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Registros
espanhol
de reuniões
O pão não
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fermentado
(sigla)
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Principal
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causa de
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António
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António
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Irlanda independente
Fim, em
inglês
Órgão
de insetos
Fim, em
inglês
Órgão
O povo
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habitou o
sul do
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cente, em
inglês
Passar o dia vendo novela
Acomete
a mulher
durante a
gravidez
Acomete
a mulher
durante a
gravidez
Acomete
a mulher
durante a
Fim, em Adoles-gravidez
inglês cente, em
Órgão inglês
de insetos
O povo que
habitou o
sul do
México
O povo que
habitou o
sul do
México
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inglês
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em "Guerra
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do
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Transtorno comum estrada de terra
3/así — end. 4/teen. 5/conar — forno. 6/sátira — timbre. 10/papo-furado.
3/así — end. 4/teen. 5/conar — forno. 6/sátira — timbre. 10/papo-furado.
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BANCO
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BANCO
na viagem por
BANCO
Você sabe quantas novelas são exibidas na TV aberta brasileira? Esta semana, tirei um dia de folga e descobri. Atualmente, são 12 folhetins na telinha. E tem para todos os gostos.
Logo depois do almoço, a “novelança” já começa. No SBT, a tarde
fica por conta das “famosas” novelas mexicanas. São 4 horas ininterruptas de muito romance, dramas e amor. Eu curto as novelas mexicanas, tirando a dublagem, que parece deixar o tom das histórias mais
comovente e trágico. “Café com Aroma de Mulher”, “Por ela sou Eva”,
“A Madrasta” e “O Privilégio de Amar” formam o quarteto de histórias
de mocinhas e mocinhos apaixonados e que passam pelo “pão que
o diabo amassou” para ficarem juntos. E para quem gosta de zapear
com o controle remoto, ainda pode contar com a reprise de “Caras e
Bocas”, da Globo, no turno vespertino.
Pausa para um cafezinho breve (porque acaba uma e começa outra), crianças e adolescentes também estão contemplados com produções do gênero televiso mais famoso do Brasil. Além da já conhecida “Malhação”, vem ganhando o gosto deste público “Chiquititas” (na
versão brasileira) e “Rebelde”, apostas do horário nobre da emissora
de Sílvio Santos, mas que ainda perdem para “Joia Rara” e a fracassada “Além do Horizonte” – tirem logo esta novela do ar!
Já na Record, que nos últimos anos vem tentando aperfeiçoar a habilidade de fazer teledramaturgia, “Pecado Mortal” e sua história de
disputa de poder entre duas famílias num morro do Rio de Janeiro
concorre com a estreante “Em Família”, que começou devagar, inverossímil e sem sal.
Se você quiser passar o dia vendo novela, pode. Se você vai se divertir, aí sinceramente não sei.
Qual destas novelas você vê? Conte para mim no [email protected] e aproveite para dizer o que te agrada ou desagrada nelas.
Boa semana!
Por Joaquim Vela
Mande sua dúvida: [email protected]
Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde
Minha filhinha nasceu há 3 meses, mas até hoje
está internada porque ela foi muito prematura e
deu um problema de pulmão. Ela vai sair do hospital esta semana, mas minha licença maternidade vai acabar em um mês. Eu tenho direito de ficar mais tempo de licença para cuidar melhor dela por causa desse problema?
Estou fazendo reposição hormonal, por causa
da menopausa. Porém engordei muito. É normal
que aconteça isso?
Maria Alice, 54 anos, bancária
Walesca Mirtes, 32 anos, balconista
Cara Walesca, segundo a legislação brasileira, está previsto prorrogação de 15 dias na licença
maternidade no caso de risco de
morte para o bebê, o que precisa
ser atestado por um médico. Infelizmente, grande parte das empresas privadas ainda não aderiram à licença maternidade de
180 dias, mesmo recebendo incentivos ficais para isso. O que
nos resta então é recorrer à Justi-
ça. Recentemente duas mães em
situação semelhante à sua, pela primeira vez em Minas Gerais,
conseguiram extensão da licença para 180 dias através de uma
liminar julgada pelo Tribunal de
Justiça Federal Especial.
Querida Maria, a reposição hormonal não costuma engordar
porque são utilizados hormônios sintéticos semelhantes aos
que o corpo da mulher já produz. Porém, o envelhecimento é uma fase em que as pessoas tendem a engordar e a acu-
mular gordura na região abdominal e isso não tem nada a
ver com o uso dos hormônios.
Procure praticar exercícios físicos regularmente e mantenha
uma alimentação saudável, isso irá te ajudar a equilibrar novamente seu peso.
Tenho muita alergia a absorventes e não me
adaptei ao anticoncepcional que não deixa
menstruar. Você tem alguma alternativa pra
mim?
Sara Angélica, 17 anos, estudante
Tem alternativa sim, Sara. O copinho menstrual pode ser uma ótima
saída pra você. Apesar de pouco
conhecido, o copinho é um artefato de silicone que você introduz na
vagina e retira para limpeza a cada
8 horas. Tem um custo bem mais alto que os absorventes, mas ele dura
cerca de 10 anos se bem cuidado, o
que acaba sendo mais econômico
em longo prazo. É possível adquirir
o copinho através da internet. Caso
você se adapte bem a essa alternativa, além de resolver seu problema
de alergia aos absorventes, estará
também contribuindo com a preservação do meio ambiente.
14 | cultura
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
Os muros também falam
PICHAÇÃO Pesquisadores discutem a polêmica forma de expressão
Raíssa Lopes
Antes mesmo de existir o conceito de cidade, a pichação já estava presente. Desde a Antiguidade, era uma forma de expressão. Na
Idade Média, os padres escreviam
em muros de conventos rivais para expor suas ideologias. Na ditadura militar, as pessoas usavam tintas
e spray para protestar contra o regime. Com o crescimento do espaço
urbano, a prática se desenvolveu e a
repressão também. E o tema segue
rendendo polêmicas e interpretações de todo tipo.
O aluno de Ciências Sociais da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador do grupo Cidade e Alteridade Guilher-
“Um simples nome
pichado em um prédio
pode ser uma espécie de
questionamento, mas pode
não ser também. O fato é
que esse tipo de pichação
não deixa clara a finalidade,
o que gera tanta confusão e
repressão”
me de Almeida Abu-Jamja explica que existem vários tipos de pichação. Algumas, com frases escritas, são de mais fácil entendimento
e podem provocar até simpatia. Outras, como pintar apelidos e nomes
de grupos, fogem dos padrões de
explicação prévios. “À primeira vista, falando na perspectiva de quem
julga a prática como algo ofensivo,
aquilo não significa nada. Então, se
isso não comunica, não tem função
social, a pessoa julga como gratuito,
ou ‘puro vandalismo’”, aponta.
No entanto, o estudante destaca que a existência em sociedade
não se basta na reprodução de formas de funcionar. “Um simples nome pichado em um prédio pode
ser uma espécie de questionamento, mas pode não ser também. O fato é que esse tipo de pichação não
deixa clara a finalidade, o que gera
tanta confusão e repressão”, defende. “É uma medida que questiona o
modelo programado de ser e estar,
o que a torna uma ameaça ao Estado, à ordem vigente. Então, a saída
encontrada é marginalizar cada vez
mais a prática”, ressalta.
Medidas repressivas
Guilherme comenta que o fato
de a pichação não ter a relação com
o mercado que o grafite possui, e
nem, tampouco, o mesmo apelo estético - como o uso de diferentes
cores e desenhos - ajuda a entender
melhor sua condenação.
Hoje, o grafite é permitido desde que seja feito com autorização
do responsável legal pelo imóvel,
enquanto a pichação é tratada como crime ambiental, que prevê de
três meses a um ano de reclusão. Se
praticado em dupla ou grupo, pela lei, pode configurar formação de
quadrilha.
Para o pichador G.G., de 43 anos,
o grafite “busca atingir o perfeito
na arte”. Já a pichação se resume a
letras e frases que batem de frente
com o sistema. “Para mim, o único
veículo de comunicação que não
tem como censurar nem manipular
são os muros”, defende.
Busca de adrenalina
Guilherme acredita que o fenô-
Leandro-Mantovani
“O único veículo de comunicação que não tem como censurar nem manipular são os muros”
meno não pode ser atribuído a determinadas classes sociais. “Você
vê por aí muitos discursos que colocam a pichação como ‘o grito dos
excluídos’, mas não é necessariamente assim”, reflete.
A mestre em sociologia e doutoranda Flávia Soares estudou os “Pichadores de Elite”, grupo mais antigo da capital, que atua até hoje.
Ela explica que a maioria dos jovens que compõe o grupo é da periferia, mas também existem pessoas
de classe média e alta. “São jovens
com diversos tipos de conflitos, que
veem na pichação uma forma de
extravazar algum tipo de sentimento. Há inclusive variedade de idade,
Favela no museu
O Museu Inimá de Paula recebe,
até o dia 27 de fevereiro, obras produzidas por jovens do projeto Arte
Favela nos Becos – Olhares de BH,
que fomenta a formação de artistas
na periferia belo-horizontina. Em
2013, foram realizadas oficinas sobre a história da cidade nos aglomerados e comunidades, que resultaram nas 30 telas expostas. Os
trabalhos exploram, por meio do
Grafite, o olhar da juventude sobre
o patrimônio cultural da capital e
seus diversos problemas sociais.
Os próprios adolescentes definiram o movimento artístico que
escolaridade e gênero”, comenta.
A especialista conta que, ao realizar sua etnografia, na maior parte das vezes, não observou caráter de revolta nas ações dos jovens.
“Quando indagados sobre o porquê
das pichações, os meninos falavam
em lazer, diversão e adrenalina”.
Para Flávia, em relação aos jovens de periferias, isso está ligado
à falta de políticas públicas. “Lazer é passear. Muitos meninos não
têm poder aquisitivo para entrar
em boates ou praticar esportes que
lhes proporcionem adrenalina, como paraquedas ou asa-delta, então
eles sobem muros para extravazar”,
argumenta.
Reprodução
seria trabalhado. O Modernismo,
por possuir forte teor de crítica social, foi a técnica escolhida para desenvolver os quadros, que incluem
releituras de obras famosas como
“Abaporu”, de Tarsila do Amaral e
“Os Retirantes”, de Portinari.
O beco como galeria de arte
As primeiras exibições públicas dos painéis ocorreram de forma itinerante nos becos das comunidades Alto Vera Cruz, Cabana do
Pai Tomaz, Jardim Felicidade, Vila
Marçola e Vila Presidente Vargas.
As fachadas das casas dos morado-
res serviram de base para a instalação das telas. Cada barraco possuía um painel.
Apesar de o grafite ser a linguagem das ruas, hoje a exposição da
favela invade o museu. Em comemoração, o Duelo de MC’s se apresentará no auditório do Inimá de
Paula no dia 13, às 19h. A entrada
é gratuita.
cultura | 15
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
AGENDA DO FIM DE SEMANA
PIQUENIQUE FEMINISTA
é tudo de graça!
TEATRO
A Casca reflete sobre
personalidades conceituais através de mulheres como a escrava
Chica da Silva; a deusa
Afrodite; Eva; Gabriela,
de Jorge Amado; Geni,
de Chico Buarque e Olga Benário, comunista
alemã. Sexta (7) e sábado (8), às 20h30, no
Reunião das feministas de BH, somente para
Centro de Formação e
mulheres, inclusive as transexuais. Domingo (9), Experimentação Digiàs 10h, no Parque Municipal.
tal (R. Santo Agostinho,
1441, Horto).
LITERATURA
WORKSHOP
CINEMA
Lançamento do livro
As Aventuras de Mirandinha, de Antonio
Rocha Miranda. Sábado (8), às 10h, na
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (Rua Carangola, 288, Santo
Antônio).
O pandeirista Túlio
Araújo ministrará aulas para quem deseja
aprender a tocar o instrumento. Os interessados deverão se inscrever pelo site aulasdepandeiro.com.br/
workshops e levar seus
pandeiros. Domingo
(9), de 16 às 19h, na
Praça da Liberdade.
A mostra Iconoclássicos exibe produções
de cineastas brasileiros. Sexta (7) a domingo (9), das 16h
às 20h, no Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima , 420, Centro).
Segunda a quinta-feira
EXPOSIÇÃO
ARTESANATO
A mostra Seu Lixandre – Narrativas de Catação aborda a trajetória dos catadores de lixo, suas visões de mundo, desafios e conquistas, apresentados a partir de suas próprias narrativas. Até 24/02, no Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade).
EXPOSIÇÃO
O Jardim de Adelícia retrata trabalhos
da mestra do bordado
Adelícia Amorim. Até
30/3, na Galeria de Arte GTO do Sesc Palladium (Avenida Augusto
de Lima, 420, Centro).
Mostra de Artesanato da Associação
de Artesãos do Bairro Boa Vista e Convidados. De 10 a 14
de fevereiro, das 8h
às 18h, no Espaço Político-Cultural Gustavo
Capanema (Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo
Agostinho).
RAP
CARNAVAL
Confecção de máscaras carnavalescas, utilizando a técnica papietagem. Terça (11), das
9h às 11h, no Centro
Cultural Padre Eustáquio
(Rua Jacutinga, 821, Padre Eustáquio).
Duelo de MC’s. Quinta
(13), às 19h, no Museu
Inimá de Paula (Rua da
Bahia, 1201, Centro).
esporte |
na geral
Olimpíadas de Inverno em
clima anti-homofóbico
Ivan Amorim/CBV
Começaram na última quinta
(6) as Olimpíadas de Inverno, realizadas em Sochi, na Rússia. A cerimônia de abertura será realizada nesta sexta (7), às 14h, horário
de Brasília. A delegação brasileira conta com 13 atletas, que disputarão 7 modalidades (snowboard cross, bobsled, patinação artística, esqui aéreo, esqui alpino,
esqui cross-country e biatlo). De
olho na evidência que a Rússia
ganhou, ocorrem protestos em
diversos países contra as recentes medidas homofóbicas do governo russo.
Troca de Passes no Paulistão
Violência em treino
A estratégia de trocar muitos passes até chegar ao gol é uma das características marcantes do futebol do
Barcelona. O modo de jogar do clube catalão inspira muitos clubes pelo mundo. É o caso do Audax Grêmio Osasco, que disputa em 2014, de
forma inédita, a primeira divisão do
campeonato Paulista. Com 515 passes por jogo, o time tem a maior média de troca de passes nas cinco rodadas disputadas até agora. No mesmo Paulista, a média de trocas de
bola por time é de 322. No Brasileiro do ano passado, a média de passes por equipe ficou em 331. Segundo a Footstats, o clube acerta 95% de
seus passes e apresenta, até agora,
o melhor desempenho do Paulista,
cujo índice geral de acerto é de 89%.
Com 81 finalizações, média de 16,2
por jogo, o clube de Osasco é também quem mais vezes finalizou no
campeonato. É ainda o menos faltoso do torneio, com média de 12 infrações por partida e está na segunda
posição do grupo B, com oito pontos.
Ainda tem muito campeonato pela
frente, mas o fato é que Audax já tem
destaques de sobra na competição.
No último sábado (01) cerca de
200 torcedores da Gaviões da Fiel entraram no Centro de Treinamento do
Corinthians para cobrar dos jogadores uma melhor postura em campo.
Jogadores acuados, assustados com
o comportamento de alguns torcedores, se esconderam nos vestiários,
hotel do CT e até em uma casa de
máquina do centro de fisioterapia. A
PM apurou que, misteriosamente, as
câmeras do circuito interno do setor
da fisioterapia não estavam funcionando. Soma-se à situação o debate
sobre a proibição ou não da presença das torcidas organizadas nos estádios brasileiros, a obscura relação entre diretoria de clubes e suas principais torcidas organizadas. A ameaça
de até uma possível extinção dessas
agremiações contraria a posição historicamente tomada pelas diretorias
dos clubes, a de ceder ingressos, dar
dinheiro e facilitar a entrada em vestiários, centro de treinamento para
cobrar técnicos e jogadores. Só resta
aguardar as investigações e torcer para que o caso não acabe em pizza como todos os outros, afundando ainda mais o futebol brasileiro na lama.
Sada Cruzeiro reconquista liderança
O Sada Cruzeiro reconquistou a liderança da Superliga, ao vencer o Moda Maringá-PR por 3 sets a 0 (21/17,
21/13 e 21/15) no Ginásio do Riacho,
em Contagem, na noite da última terça-feira (4). Com o resultado, os celestes dominam a ponta da tabela, com
três pontos a mais que o vice Sesi-SP.
Buscando manter a vantagem, os mineiros enfrentam no próximo sábado
o Volei Brasil Kirin, em Campinas (SP).
?
??
?
Você
Sabia
A primeira edição das Olimpíadas de Inverno ocorreu no ano de 1924, na cidade francesa de Chamonix, na
qual competiram 258 atletas, de 16 países, em nove modalidades A primeira participação brasileira nos jogos foi em 1992,
em Albertville também na França, quando
o país foi com sete atletas, todos na modalidade esqui alpino
16 | esporte
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
OPINIÃO Cruzeiro
Qual é o seu número?
Reprodução
Wallace Oliveira
O Cruzeiro enviou à Conmebol a lista dos 30 atletas que jogarão a Libertadores, com a numeração de suas camisas. A provável
equipe que iniciará a partida do
dia 12, contra o Real Garcilaso, deve ser: 1-Fábio, 2-Ceará, 26-Dedé,
4-B. Rodrigo, 6-Egídio, 16-L. Silva,
5-Souza, 28-Goulart, 17-E. Ribeiro,
11-Dagoberto e 18-Marcelo Moreno.
No futebol, a prática de numerar
uniformes surgiu num jogo entre o
Sydney Leichardt e o HMS Powerfull, em 1911, na Austrália. Em
1928, chegou à Inglaterra e de lá se
espalhou pela Europa. O costume
veio ao Brasil com uma excursão
do Chelsea, em 1929, e aqui ficou.
Por décadas, os números mantiveram fortes relações com as funções dos jogadores. Uma numeração que marcou o imaginário brasileiro, associada ao esquema 4-3-3,
identifica o goleiro com o número
1, os zagueiros com o 3 e o 4, o número 2 na lateral direita e o 6 na esquerda, os volantes com o 5 e o 8, a
camisa 10 num armador ofensivo, o
11 na ponta esquerda, o 7 na direita
e o centroavante com a 9.
Ultimamente, essas definições
têm se enfraquecido. Poucos números ainda indicam uma função
específica. O 10, em particular, pode ser um meia ou um atacante.
Frequentemente, consiste no jogador mais talentoso do time.
Na coleção cruzeirense, o 8 e o 10
têm um significado especial. Tostão, que era atacante, jogou com a
8, mais tarde vestida pelos volantes
Zé Carlos e Ramires. Dirceu, vestindo a 10, fazia o clássico meia-armador, técnico e habilidoso, que armava o jogo de uma intermediária
à outra. Outro camisa 10, o grande Alex de 2003, jogou na meia-esquerda.
Reprodução
OPINIÃO América
América X Cruzeiro
Bráulio Siffert
Se, por um lado, o América em
2012 acabou com um jejum de 10
anos e enfim ganhou do Cruzeiro (e logo duas vezes, nas duas semifinais do Mineiro), em 2013, sete
anos depois, perdeu de goleada do
time azul. Apesar da superioridade do Cruzeiro nos últimos anos, os
jogos quase sempre foram disputados de igual para igual, com chances para os dois lados. Certamente,
a torcida deles não fica tão tranquila quando o adversário é o Coelhão.
Basta lembrar que em 1971, com
craques como Pedro Omar e Jair
Bala, o América ganhou o Campeonato Mineiro de forma invicta, in-
América de 71 ganhou do Cruzeiro de Tostão
clusive vencendo o grande time do
Cruzeiro de Piazza, Fontana, Tostão
e Dirceu Lopes. E o último título nacional de grande importância conquistado pelo profissional do América - a Copa Sul Minas de 2000 - foi
também em cima do Cruzeiro, com
vitória nas duas finais: 1 a 0 e 2 a 1.
É tempo de voltar a fazer história
em cima do rival azul.
OPINIÃO Atlético
Grito de alerta
Elmo Alves
Rogério Hilário
As lavadoras de roupas apresentam dois sistemas de lavagem diferentes: tombamento e agitação. O
tombamento é considerado o mais
eficiente, pois limpa mais sem danificar o tecido. Porém, algumas
pessoas fazem restrição à necessidade de se abaixar para abastecer
o cesto ou para retirar as roupas.
Também reclamam do custo mais
alto das peças de reposição. O certo
é que na Europa e nos Estados Unidos o sistema é o mais usado, enquanto no Brasil, por causa do preço, a preferência tem sido pelas máquinas que usam o método da agitação, que tem um tubo circular no
meio do cesto.
Faço tal introdução didática, do
ponto de vista das lavanderias e dos
afazeres domésticos, para analisar
a derrota do Atlético, na quarta-feira, a partir de uma metáfora. O clube optou pelo tombamento, o sistema mais drástico e mais oneroso
para lavar a roupa suja. Ao perder
para o Tombense diante de sua torcida, ainda por cima no Independência, o Galo deixou evidente que
as coisas não andam bem. Elenco, treinador e massa não se entendem, diferente do que aconteceu
em 2013, quando tudo era harmonia, show e festa.
Agora, o time atravessa o samba,
na sua passarela ou no avenida adversária. Até São Victor falhou, algo inimaginável há poucos meses,
quando se consagrou como uma
barreira quase intransponível. Diego Tardelli, que vinha se salvando
do naufrágio, também contribuiu
para a derrota ao desperdiçar um
pênalti.
Ainda bem que estamos no começo. A recuperação é possível,
mas precisa ser rápida. Na próxima semana, já acontece a estreia
na Copa Libertadores. Finalmente,
Ronaldinho Gaúcho retorna. Mas
é bom enxergar: a zaga piorou, o
meio-campo fraqueja, os laterais
seguem ineficientes e o ataque dá
sono. O sinal de alerta está ligado.
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O que será do Viaduto Santa Tereza?