esportes | pág. 16 entrevista | pág. 9 MST completa 30 anos O Cruzeiro já enviou a lista dos 30 atletas que vão jogar a Libertadores. A equipe começa a disputa pela Taça no dia 12 contra o Real Garcilaso “O saldo das mobilizações de junho é fantástico. Recolocou a política nas ruas e o debate das mudanças necessárias”, aponta João Pedro Stedile da coordenação nacional do MST Edição Em busca da Taça Uma visão popular do Brasil e do mundo Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014| ano 1 | edição 24 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg cidades | pág. 4 O que será do Viaduto Santa Tereza? brasil | pág. 10 Mídia Ninja Diretor de importantes obras como Edifício Master e Cabra marcado para morrer, Eduardo Coutinho morre aos 80 anos e deixa legado ao cinema brasileiro cultura | pág. 14 Pichação muitas vezes foge aos padrões de explicação e é criminalizada. Pesquisadores apontam que jovens buscam se expressar e também sensação de adrenalina minas | pág. 7 Enquanto juízes enviam projeto de lei para aumentar seus benefícios, sindicalista é processado por criticar proposta, que pode gerar impacto de R$ 40 milhões O Viaduto Santa Tereza há mais de 7 anos era ponto de encontro cultural e de atividades políticas. Sem diálogo e sem preocupação com a demanda dos frequentadores, a PBH interditou o local e já derrubou a arquibancada. Prefeitura diz que fará pista de skate, mas não divulga informações precisas minas | pág. 5 minas | pág. 6 Com 70 mil cargos de professores ocupados por temporários, a volta às aulas nas escolas estaduais sofre com falta de professores. Sem chamar os concursados de 2012, 4 mil vagas continuam sem preenchimento Governo Estadual atropela sociedade e institui Comitê de Combate à Tortura composto pelos próprios policiais. “É colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”, afirma o ativista Greg Andrade. O Brasil tem quarta população carcerária do mundo e 10% está em Minas 02 | opinião Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 editorial | Brasil editorial | Minas Gerais Mais um motivo para protestar Em 2010, o senso do IBGE registrou 5 milhões de jovens em todo o estado, cerca de um quarto da população de Minas Gerais. E como está a vida desses jovens? Como vai o futuro de Minas? Pra começar, uma perigosa constatação: hoje, grande parcela da política que atinge os jovens mineiros é elaborada na Secretaria de Estado de Defesa Social, e não na precária Secretaria de Esportes e da Juventude que pouco fez no último período. Sem espaço positivo na agenda governamental, o jovem mineiro é alvo prioritário da Polícia Militar. Para se ter uma noção: entre 2008 e 2012 – anos de gover- Entre 2008 e 2012 – anos de governo compartilhados entre Aécio e Anastasia - o número de detentos de 18 a 24 anos cresceu assustadores 162% no compartilhados entre Aécio e Anastasia - o número de detentos de 18 a 24 anos cresceu assustadores 162%. Hoje, metade da população carcerária em nosso estado é jovem. Como se não bastasse, de acordo com o Mapa da Violência de 2013, entre 2001 e 2011, década de governo tucano em Minas Gerais, o homicídio da população jovem cresceu muito. Enquanto na última década estados do sudeste reconhecidamente violentos, como Rio de Janeiro e São Paulo, apresentaram queda nos homicídios, com baixa de 76% em São Paulo e 44% no Rio, Minas viu sua taxa crescer 84%. É sempre bom lembrar que Aécio e Anastasia inauguraram a primeira penitenciária privada do Brasil, localizada em Ribeirão das Neves. O governo repassa, todo mês, R$ 2.700 por preso para um consórcio de cinco empresas. Nosso governo, em vez de agir para garantir direitos sociais, vê lucro na desgraça alheia. E ainda serão construídos mais 11 presídios neste ano. Não é por aí, governador! Há bons exemplos a serem seguidos. Recentemente, a Argentina lançou um programa chamado “Progressar” - uma tradução possível seria “prosperar” ou “progredir”. O programa oferece remuneração de cerca de meio salário mínimo a 1,5 milhões de jovens que, em troca, trabalharão meio período em melhorias estruturais e projetos sociais nos bairros, e, no outro período, deverão estar estudando - seja no ensino básico, técnico ou superior. Devemos admitir: hoje em dia os hermanos andam mais inspirados que nós, tanto no futebol quanto na política social. Por aqui alguém precisa se inspirar urgentemente. Que sejam os jovens nas ruas ou um governo mais comprometido com o futuro de Minas. A juventude precisa de um projeto de vida. Lições e desafios para a luta social Os participantes das manifestações de junho eram essencialmente jovens, que pela primeira vez saiam às ruas, movidos por reivindicações majoritariamente progressistas, que foram disputadas pelos grandes meios de comunicação e agrupamentos de direita. O dia nacional de lutas, construído pelas centrais sindicais e movimentos sociais em 11 de julho, demonstrou intensa força social, paralisando a produção em importantes centros industriais de todo país. O ato não pôde ser disputado pela direita, pois tinha uma pauta clara e definida. Os grandes meios de comunicação tentaram desqualificá-lo. Precisamos extrair as lições dessa experiência. As contradições da insuportável vida nas grandes cidades e os problemas sociais que levaram os jovens às ruas não foram resolvidos. Além disso, as vitórias obtidas geraram um aumento na autoestima para uma geração que pela primeira vez entrou no cenário político. Os esforços dos movimentos po- Henfil O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado. pulares, da grande mídia e mesmo de agrupamentos de direita deixaram evidente que nenhuma entidade, nem mesmo os meios de comunicação, possuem a capacidade de convocação dos atos. Em junho, o estopim foi a solidariedade com as vítimas da repressão em Porto Alegre e São Paulo. É previsível que ao longo deste ano, tão decisivo em razão das eleições gerais, novos atos com intensa participação jovem voltem a eclodir. Muitos apostam que o calendário da Copa do Mundo proporcionaria a nova fagulha. Todas as forças políticas se preparam de alguma forma para isso. Aprendemos nas jornadas de junho que a direita aprendeu a disputar as manifestações. Esse ensinamento deve ser incorporado na tática dos lutadores populares. Rumos das novas manifestações serão disputados entre todas as forças políticas e ideológicas Neste momento, é impossível prever datas. Mas sabemos que envolverá a disputa entre todas as forças políticas e ideológicas, que utilizarão as suas energias para disputar os rumos e bandeiras do movimento, ainda mais pelos evidentes impactos que terão nas eleições gerais de outubro. O grande desafio é somar os setores organizados da luta popular com a intensa energia da juventude em luta. Como construir uma bandeira que responda a insatisfação e impeça a manipulação? Esse é o sentido de construir a bandeira da Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Essa proposta é clara e abre as portas para pautar o conjunto dos problemas estruturais que conformam o programa de transformações em nosso país. [email protected] para anunciar : [email protected] / (31) 3309 3304 - (11) 2131 0800 conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Dom Hugo, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Lindolfo Fernandes de Castro, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Brigida Barbosa, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Administração: Valdinei Siqueira e Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Luciana Santos Gonçalves Editor-chefe: Nilton Viana (Mtb 28.466). Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010. Contato: [email protected]/ (31) 3309-3314 Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Domingo é dia de Feira ARTESANATO Comerciantes, que expõem seus trabalhos há mais de 30 anos, tiveram que mudar de lugar Ana Malaco Por Ana Malaco Todos os domingos são assim, ainda nem bem amanheceu e os trabalhadores já estão lá, organizando suas barracas para exporem seus produtos. A maioria chega bem cedinho e prepara tudo para mais uma jornada de trabalho, que faz da madrugada entre a Rua da Bahia e a Avenida Carandaí ser bem agitada. A Feira de Artes e Artesanato - mais conhecida como Feira da Afonso Pena e Feira Hippie – já tem 45 anos e faz parte do cenário cultural de Belo Horizonte. No entanto, muitos expositores têm reclamado do descaso da Prefeitura em relação aos trabalhadores. Vai completar três meses que uma mudança no layout da feira gerou muita polêmica. Todos os expositores – cerca de 2500 - foram sorteados para ocupar outros lugares dentro do seu próprio setor. De acordo com Luiza Morgan, a mudança foi feita sem diálogo. Todas as pessoas, que estavam ocupando determinada fila e barraca desde 1991, tiveram que mudar de lugar. “Outras questões deveriam ser priorizadas, como novas barracas para os expositores, ou mais banheiros em toda a feira”, exemplifica Luiza. Como a mudança foi bem próxima ao Natal e muitos expositores não foram encontrados por clientes que já são consolidados, as vendas de fim de ano não tiveram o resultado esperado. Mesmo assim, os feirantes já se acostumam com a mudança. Tradição de pais para filhos A maioria dos feirantes expõem cidades | 03 Pergunta da semana Quem circula diariamente pelo Centro de Belo Horizonte pôde notar as diversas mudanças realizadas no trânsito da região. As alterações são em função do Move (BRT), previsto para 15 de fevereiro. Foram implementadas duas novas mãos inglesas, nas avenidas Silviano Brandão e Carandaí. A rua Padre Rolim, entre as avenidas Francisco Sales e Brasil, passou a operar em mão única, assim como a rua Goiás, entre a Avenida Álvares Cabral e Guajajaras. Além disso, entre outras mudanças, o tráfego passará a operar em mão única também na avenida Oiapoque, abaixo do Viaduto, e em mão única entre as ruas Saturnino de Brito e Curitiba. O que você achou das mudanças no trânsito do Centro? Luiza Morgan dentro da barraca e Stephanie Ferreira, vendedora na barraca de Raquel Recadastramento Todos os anos os expositores renovam sua licença. Neste ano, o recadastramento começou no dia 03 (segunda-feira) e vai até 11 de abril. No entanto, a renovação anual também não é muito funcional. As carteirinhas do ano passado, por exemplo, não foram entregues até hoje aos expositores, de acordo com Luiza. seus produtos desde o começo da feira. Esse é o caso de Raquel Ribeiro e sua família, que já estão na Afonso Pena há mais de 30 anos. Raquel e seu marido venderam a única televisão para comprar as primeiras peças de tecido e, assim, produzir as primeiras bonecas, em 1981. Hoje as bonecas continuam a ser fabricadas de maneira artesanal. A tradição e o amor pelo trabalho artesanal já atinge mais uma geração da família. Luiza Morgan, uma das filhas do casal, formou-se em Design de Produtos e se orgulha muito em poder dar sequência ao trabalho dos pais. “É muito gratificante acompanhar a história das pessoas. Muitos casais que compraram bonecas para seus filhos ainda na barriga da mãe hoje acompanham os filhos na busca de decoração para seus netos”, comenta. “Sabemos que cada uma, dentre as milhares de bonecas que foram vendidas durante todos estes anos, hoje, faz parte de uma história, e é isso que nos incentiva a buscar sempre o aperfeiçoamento”, completa. Eu acho que as mudanças beneficiaram o fluxo de veículos, na Avenida Brasil, principalmente. Lá era bastante complicado, eles adaptaram alguns desvios que valeram a pena. As obras estão causando transtorno, mas acho que é só por questão de adaptação mesmo. Para mim, essas mudanças irão melhorar o trânsito de Belo Horizonte, com certeza. Janaína Araújo, administradora Nova BH: os prejudicados não têm voz Rafaella Dotta A Câmara de Vereadores retomou suas atividades na última segunda (3). No centro dos debates, está o Projeto Nova BH, proposta para reconfigurar a cidade, elaborado no fim de 2013. Desde então, os vereadores da oposição destacaram que a proposta poderia ser aprovada “de um dia para o outro”, sem que a população soubesse o que estava acontecendo. O acordo foi que, antes de ser mandada à Câmara, a proposta deveria ser aprovada pelo Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) e pela IV Conferência Municipal de Política Urbana. Depois da aprovação pelo Com- pur, no dia 30 de janeiro, as plenárias da Câmara estão tratando do assunto. De acordo com Adriano Ventura (PT), existem divergências sobre o momento de colocar a pauta em votação. O vereador Wagner Messias “Preto”, (DEM) junto aos apoiadores da prefeitura, defendeu que o Nova BH já pode ser discutido e encaminhado para a sua aprovação. Já o vereador Arnaldo Godoy, junto à bancada do PT, lembrou que a prefeitura tem um acordo com os representantes dos bairros: aguardar o término da IV Conferência. A IV Conferência Municipal de Política Urbana teve início na segunda-feira (3) e estende-se até 24 de maio. Mas, de acordo com Adriano Ventura, o No- va BH continuará em pauta na Câmara. Para o vereador, o projeto deveria parar de ser discutido imediatamente. “Defendo que esse projeto seja votado no Legislativo Municipal somente depois da Conferência”, afirmou. Promessas quebradas Na opinião do vereador Arnaldo Godoy, a prefeitura de BH pode quebrar o acordo feito com a população e aprovar o Nova BH a qualquer momento. Ele lembrou que o prefeito Marcio Lacerda já quebrou outras promessas. Em novembro do ano passado, ele tinha prometido fazer uma avaliação da situação do transporte na cidade, que até hoje não aconteceu. Falta sinalização no trânsito e informação para os motoristas, porque as pessoas estão muito perdidas. Para o pedestre está bem difícil. Eu tenho carro e quando venho para o Centro me perco, prefiro vir de ônibus. Robson de Souza, motorista carreteiro 04 | cidades Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Viaduto Santa Tereza é fechado sem aviso à população IMPOSIÇÃO Grupos que utilizam o local denunciam que PBH quer excluir atividades Mídia Ninja Maíra Gomes Belo Horizonte tem sido cada vez mais ocupada. Praças e vias públicas se transformam em locais de lazer e manifestação artística. Um grande exemplo disso é a parte de baixo do Viaduto Santa Tereza, onde acontecem apresentações culturais toda semana, além de encontros e debates políticos. No entanto, mal começou 2014 e o espaço já se encontra fechado. A Prefeitura de BH afirma ter iniciado uma obra de reforma e revitalização, o que levou à inutilização do local. A arquibancada, que servia de palco e plateia, foi demolida. Onde antes se viam jovens reunidos em torno da música, apresentações e reuniões, hoje só se encontra um grande muro de tapume. O grupo Família de Rua utiliza o viaduto desde 2007 para apresentação do Duelo de MC’s. Pedro Valentim, integrante do grupo Família de Rua, aponta que não havia nada no local antes da chegada do Due- “É de extrema importância que possamos acompanhar as obras, para garantir que os obstáculos sejam feitos da forma correta. Até agora a prefeitura não abriu esse diálogo” lo. “Há muitos anos não tinha nada lá. Chegamos e ocupamos o espaço. Logo depois o viaduto foi ganhando o gosto da população e outras coisas começaram a acontecer ali”, conta. Atualmente, três grupos se reúnem no local periodicamente: O Duelo, o Samba da Meia Noite e a Assembleia Popular Horizontal, que debate a política na cidade, além de outras atividades esporádicas. Segundo a Prefeitura, a proposta é criar no local o Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza, que deve abarcar uma pista de skate street, um palco, salas multiuso, um minicircuito de bicicleta e banheiros públicos. Apesar de parecer uma boa proposta, Pedro aponta que as obras começaram sem debate com a população. Ele conta que, em 2009, a prefeitura entrou em contato com os grupos para buscar informações Obras já começaram , mas ainda não há informações precisas do que será feito no local sobre a demanda do local. Após uma série de reuniões, o assunto saiu de pauta e voltou apenas em 2012, com propostas já definidas e sem levar em consideração o uso atual do espaço. Tipo de pista Skatista profissional, Tiago Picomano mora em Belo Horizonte, mas viaja o mundo todo pelo es- porte. Ele aponta que há cerca de sete pistas públicas na cidade, mas nada na região central. “A questão é o tipo de pista. Em BH não temos nenhuma que seja no formato skate plaza, que é mais utilizada no mundo todo”, diz. O modelo comporta diversos tipos de esporte urbano como slackline e bicicleta, além de funcionar como uma praça. Ele acredita que este será o tipo de pista montada pela PBH, mas a prefeitura ainda não se posicionou sobre o assunto. “É de extrema importância que possamos acompanhar as obras no local, para garantir que os obstáculos sejam feitos da forma correta. Até agora a prefeitura não abriu esse diálogo”, critica. Grupos criticam falta de informações sobre circuito Os grupos destacam que a proposta do Circuito de Esportes Radicais não atende às necessidades do espaço, que tem sido parte do cenário cultural da cidade. Pedro destaca não há espaço físico suficiente para pista de bicicleta, palco e espaço para as apresentações que já acontecem. “Qual é a demanda para aquele espaço, de quem já vive ali? Se formos inventar algo novo, será que funciona? “, questiona. Joanna Ladeira, do grupo Real da Rua, conta que em reunião realizada em setembro, a Prefeitura informou que seria feita uma grande revitalização no viaduto, que contaria com tinta antipichação, guarda municipal 24 horas e outras medidas. “Julgamos essas propostas arbitrárias e discrepantes com o que acontece ali”, declara. Ela conta que a cada momento a prefeitura dá uma informação diferente sobre a obra, o que gera desconfiança. “Precisamos saber como será a gestão do espaço. Queremos garantir “Queremos uma apresentação clara, saber de onde vem a verba, como será a gestão e o que será feito do espaço” que manifestações culturais espontâneas possam acontecer lá, como tem sido”, defende. Os grupos exigem a abertura do projeto completo, coisa que a PBH ainda não fez. “Queremos uma apresentação clara, saber de onde vem a verba, como será a gestão e o que será feito do espaço”, explica Joanna. O grupo Samba da Meia Noite continuará com suas apresentações no local, já que utiliza uma calçada que não foi fechada. No entanto, o coordenador do grupo Jefferson Gomes declara que percebe uma “varredura no espaço por parte da PBH”. “Por mais que esteja se pensando em melhorias, percebemos uma limpeza do espaço, uma preparação não sei pra quê. Não sabemos o que vai acontecer com os moradores de rua que habitam o local, por exemplo”, diz. Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Juízes de Minas Gerais querem mais benefícios SALÁRIO Outros trabalhadores do Judiciário pedem mais igualdade Ivana Prudente Rafaella Dotta O Poder Judiciário brasileiro é composto por diversos tipos de trabalhadores. Os magistrados, que são juízes e desembargadores, esperam a provação de mais benefícios. Enquanto isso, outros trabalhadores, como os escrivães e contadores, recebem menos do que deveriam. Foram enviados à Assembleia Legislativa dois projetos de leis que mostram essa realidade. O primeiro, o PL 4797, foi elaborado em 2013 e pretende retirar direitos dos servidores da Justiça de 2ª instância. O projeto dificulta a progressão de carreira: os servidores só serão promovidos se houver vagas em cargos “Serão R$ 40 milhões por ano, para beneficiar apenas mil juízes e desembargadores” mais altos, o que é raro acontecer. Já o segundo, o Projeto de Lei Complementar 59/2014, mais conhecido como “PLC dos Penduricalhos”, pretende aumentar os be- Servidores do Judiciário foram impedidos de manifestar solidariedade a colega processado nefícios dos juízes e desembargadores de Minas Gerais. Entre outros, eles passarão a receber: R$ 12 mil por ano para a compra de livros, R$ 25 mil para o caso de mudarem de cidade e bônus para administrarem comarcas. Segundo Luiz Fernando, vice -presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância (Serjusmig), o Estado de Mi- nas Gerais possui várias dívidas e não deveria ter um gasto tão grande com poucos funcionários. “Serão R$ 40 milhões por ano, para beneficiar apenas mil juízes e desembargadores”, declarou. De acordo com o sindicato, os escrivães e contadores estão mais necessitados. Eles trabalham 8 horas por dia, mas recebem apenas por 6. Processado por denunciar penduricalhos Robert França, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância (Sinjus-MG), está sendo processado pelo desembargador Herbert Carneiro, presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis). Segundo a Amagis, em um debate no Programa Chamada Geral, da Rádio Itatiaia, o sindicalista afirmou que os juízes e desembargadores estão “assaltando os cofres do Tribunal de Justiça de Minas Gerais”. O desembargador Herbert Carneiro entrou com processo de calúnia e difamação contra o sindicalista. Em declaração, Robert França afirmou que os juízes e desem- bargadores estão tentando silenciar os sindicatos que são contrários à aprovação da “PLC dos Penduricalhos”. “Essa atitude autoritária é uma tentativa de deslegitimar e censurar o exercício da oposição e da crítica, elementos essenciais à ordem democrática”, afirmou França. minas | 05 De olho na alimentação! Substâncias podem causar alergias e câncer Aditivo é todo ingrediente adicionado aos alimentos sem propósito de nutrir, mas de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais. Assim, eles podem mudar a cor do alimento ou deixá-lo mais doce, por exemplo. Diversos estudos apontam reações desfavoráveis aos aditivos, como alergias, alterações no comportamento e risco para câncer em longo prazo. No Brasil, esses aditivos ainda são amplamente utilizados, inclusive em produtos para crianças, que são mais vulneráveis às reações tóxicas. Segundo a revista Proteste, frases como “o consumo pode acarretar efeitos adversos na atenção e concentração da criança” deveriam ser incluídas em seus rótulos. Os aditivos mais perigosos à saúde são: Amarelo crepúsculo, Amarelo quinoleína, Carmosina (azorrubina), Vermelho allura (vermelho 4), Tartrazina, Ponceau 4 R, Benzoato de sódio. É recomendável o uso de produtos que não contenham os aditivos ou que tenham a menor quantidade possível. Claro que devemos lembrar que o uso dessas substâncias e seus efeitos devem considerar também a frequência com que os aditivos são consumidos. Os principais alimentos aditivados são: biscoitos e bolachas, balas de goma, salgadinhos, refrigerantes, sucos de saquinho e caixinha e sorvetes. (Conteúdo cedido pelos nutricionistas do site www.fechandoziper.com) 06 | minas Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Combate à tortura em Minas fica nas mãos da polícia VIOLÊNCIA Comitê para combater a prática ficará sob responsabilidade da Secretaria de Defesa Maíra Gomes Uma luta que já dura quase três anos poderia ter culminado em uma vitória. Foi aprovada, no dia 17 de janeiro, a criação do Comitê Estadual de Prevenção à Tortura e de Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes em Minas Gerais, para fiscalizar, combater e reprimir a tortura em espaços de privação de liberdade. Mas defensores de direitos humanos criticam a responsabilidade do comitê, que será ligado à Secretaria de Defesa Social, a mesma que gerencia as polícias Militar e Civil, assim como todo o sistema prisional do estado. “A secretaria que administra os presídios e a polícia não deve gerenciar o comitê, porque as maiores denúncias de tortura estão dentro da polícia. E como se investiga uma entidade sobre tortura se você está dentro dela?”, questiona a presidenta do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, Cirlene Lima Ferreira. No entanto, Cirlene frisa que é fundamental a participação da polícia no comitê, justamente por ela ser uma das principais denunciadas. Ela destaca ainda que o Comitê precisa investigar todo e qualquer órgão de privação de liberdade, como os asilos e espaços de interna- Reprodução ção de usuários de drogas. “Por isso é importante que o mecanismo não esteja atrelado apenas à SEDS”, diz. “A secretaria que administra os presídios e a polícia não deve gerenciar o comitê, porque as maiores denúncias de tortura estão dentro da polícia. Como se investga um entidade se você está dentro dela?” Greg Andrade, ativista do Grupo de Amigos e Familiares em Privação de Liberdade e egresso do sistema prisional, participa da luta pela criação do instrumento desde 2011, quando começou esse debate em Minas. Ele explica que o atrelamento do Comitê à SEDS pode torná -lo inoperante. “Seria colocar a raposa pra tomar conta do galinheiro. As polícias Militar e Civil são os maiores torturadores no país, assim como o sistema prisional. Como o mecanismo vai estar atrelado a esse povo?”, critica. Falta de participação Desde 2011, diversos grupos da sociedade promovem palestras, debates e audiências sobre o funcionamento e composição do Comitê de combate à tortura. Desde então, foram escritos dois projetos com ampla participação social. Greg explica que a diferença básica dos dois projetos é justamente a quem estaria atrelado o comitê. “Estávamos nos reunindo para aparar essas diferenças e colocar o projeto em votação. Mas nenhum dos dois apontava para a SEDS. Foi um golpe baixo. Eles não submeteram o que foi aprovado no debate”, diz. Cirlene acredita que a criação do Comitê foi apressada. “Estamos há anos debatendo e, de repente, aparece um projeto aprovado. Ele chegou pronto, para a surpresa de todos que trabalham com Direitos Humanos”, ressalta. A lei aprovada institui também o Programa de Proteção aos defensores de Direitos Humanos. “Fomos surpreendidos pela lei, feita no período de férias. Eles fizeram uma lei frankenstein. Colocaram duas coisas que não têm nada a ver”, aponta Greg, que acredita que a pressa tenha sido proposital. “E por que essa sanha? Porque não querem reverberar o que acontece dentro dos presídios e polícias”, acredita. Tortura no sistema penitenciário Agência Brasil Nos últimos dez anos, o país tem vivido um grande crescimento do encarceramento. São 550 mil presos no Brasil, o que o coloca em quarto lugar no número de população carcerária, atrás de Estados Unidos, China e Rússia. “Só em Minas, estão 10% de toda a população carcerária. Isso significa que temos uma população enorme que precisa ser bem administrada”, destaca Marcelo Costa, Ouvidor do Sistema Penitenciário do Estado de Minas Gerais. A Ouvidoria recebeu, apenas no segundo trimestre do ano passado, 60 denúncias que se encaixam nos termos a serem investigados pelo comitê. Sete foram denúncias de tortura, 32 de maus-tratos e duas de assédio sexual. Greg Andrade, ativista do Grupo de Amigos e Familiares em Privação de Liberdade, relata que foi torturado duas vezes. “Tortura mata a subjetividade do ser humano, mata a alma. Um país que se presta a ser democrático não pode permitir um crime bárbaro desse perpetrado por agentes do Estado”, aponta. Para o ouvidor Marcelo, o serviço público deve ser fiscalizado. “Hoje, podemos ver a tortura de muitas formas. Temos uma superpopulação carcerária, todas as prisões estão acima de sua capacidade, e isso é tortura. Se há dez pessoas em um espaço onde cabem quatro, é tortura”, declara. Em 2007, o Brasil assumiu na Organização das Nações Unidas a responsabilidade de criar uma mecanismo de prevenção à tortura. Cinco anos depois, em agosto de 2013, foi aprovada a lei que institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. A partir de então, cada estado deve criar seu próprio mecanismo de prevenção. Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Dificuldades na volta às salas de aula minas | 07 fatos em foco PBH não se reúne com ocupações urbanas EDUCAÇÃO Estudantes de Minas Gerais começam o ano com falta de professores Rafaella Dotta Os alunos das escolas estaduais de Minas começaram o ano com falta de professores. De acordo com profissionais da rede pública, esse problema acontece há 10 anos em quase todas as escolas do estado e prejudica os estudantes. Como solução, sindicalistas apontam que o governo estadual deveria efetivar mais professores. Michele Albuquerque, de 16 anos, é estudante do 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Três Poderes, em Belo Horizonte. Ela afirma que iniciou o ano de 2013 sem as aulas de filosofia e seguiu por todo o ano sem aulas de inglês, por falta de professores. O pai de Michele, Marcelo de Paula, lembrou que o problema é recorrente. “Entra ano e sai ano, está sempre faltando professor”, afirma. A professora Priscila Araújo, que dá aulas de sociologia no Instituto de Educação de Minas Gerais, confirmou que o problema se repete em 2014. A escola em que dá aulas 14 mil foram aprovados no último concurso, mas 4 mil cargos continuam vazios não tem professores para todas as turmas. “Como o aluno não pode ficar sem aula, estamos nos revezando para cobrir os buracos”, declara Priscila. Apesar do desgaste causado aos profissionais, os mais prejudicados são os alunos, de acordo com a opinião do professor de filosofia Edu- Agência Minas ardo Salatiel. “Por mais que a gente tenha 200 dias letivos, a reposição nem sempre é feita em sala de aula e tem conteúdo que não é dado”, destaca. Por que faltam professores? O governo de Minas Gerais é responsável por contratar mais profissionais para as escolas estaduais. De acordo com o professor Eduardo Salatiel, que trabalha na Escola Estadual Três Poderes, o governo estadual deveria chamar os aprovados do último concurso, realizado em 2012. À época, foram abertas 14 mil vagas para professores, mas 4 mil cargos continuam sem preenchimento. Sem concurso, o governo esta- dual encontrou a forma de contrato para tapar os buracos no quadro de professores. Funciona da seguinte forma: a escola divulga um edital com as vagas, os professores se candidatam e um deles será “contratado” pelo prazo de um ano ou menos. Em nota, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (SindiUTE-MG) informou que, atualmente, 70 mil cargos em Minas Gerais são ocupados por professores temporários. Para o sindicato, a Secretaria de Educação mostra lentidão na nomeação dos professores já aprovados no concurso. Os sindicalistas temem que o governo esteja aguardando até novembro, quando o concurso passa a não ter mais validade. Com Bolsa-Família, educação no país melhorou Da Redação Em relatório, Brasil foi elogiado pelos seus programas sociais. Um estudo, feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), publicado em 29 de janeiro, acompanha o desenvolvimento da educação em 162 países e coloca metas para 2015. O Brasil foi destaque por ter o maior programa de Transferência Monetária Condicionada do mundo. Para a Unesco, o avanço da educação brasileira é consequência da “dobradinha”: mais vagas nas escolas e incentivos financeiros, para que as famílias mantenham seus filhos estudando. O Bolsa Família aparece como ator principal nesta cena. O programa atende a 46 milhões de pessoas, incluindo 16 milhões de crianças. Para receber a bolsa, as famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza precisam garantir a frequência de seus filhos à escola e a postos de saúde. O resultado, segundo o relatório da Unesco, foi a diminuição do abandono da escola. O estudo aponta que as crianças que rece- beram Bolsa Família diminuíram em 75% o abandono aos estudos. O Brasil tem 13,2 milhões de analfabetos, 8,7% da população total com 15 anos ou mais de idade Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012) - IBGE Nos dias 04 e 05, o bloco de ocupações da Região do Isidoro, composta por Rosa leão, Esperança e Vitória, acamparam em frente à Prefeitura de Belo Horizonte. As principais reivindicações foram: suspensão imediata das ordens de despejo e a participação do prefeito na mesa de negociação estabelecida entre os governos estadual e federal, que se reuniu na quarta-feira (5). Apesar de ter assinado um compromisso de participação, a PBH não esteve presente no encontro, que definiu a realização do cadastramento de todas as famílias moradoras das ocupações dentro de 20 dias, a ser realizado pelo governo de Minas Gerais. Está marcada uma próxima reunião para o dia 11 de março, para dar continuidade à negociação. Até lá, está definido que não haverá despejo das ocupações Vitória, Esperança, Vitória e William Rosa. Trabalhadores dos Correios contra privatização da saúde Em greve desde o dia 30 de janeiro em todo o país, trabalhadores dos Correios decidiram pela continuidade da greve, em assembleia realizada na quarta-feira (5). A categoria exige que a empresa cumpra o acordo firmado em 2013, em julgamento de dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST), e não privatize o Correio Saúde, que é um benefício. Com a terceirização, trabalhadores e trabalhadoras passariam a pagar mensalidade, usando ou não o serviço, que se chamaria Postal Saúde. “Um trabalhador que recebe o pior salário do funcionalismo público federal, com piso de R$ 1084, não tem como pagar plano de saúde. É um ataque direto à saúde do trabalhador e não vamos permitir de jeito nenhum”, declara o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MG), Robson Gomes Silva. 08 | opinião Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Acompanhando Foto da semana Mídia NInja Participe Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para [email protected]. Lembre-se de mandar o endereço onde foi registrado o fato e seu contato Na edição 23 ... PBH aumenta lucro de empresas, mas não abaixa tarifa de ônibus Segue viva a luta por moradia em Belo Horizonte. Comunidades Vitória, Rosa Leão e Esperança ocuparam em frente à Prefeitura nos dias 4 e 5. Até quando seguiremos com milhares de famílias tendo como única alternativa a ocupação de terra? Dora Martins Ricardo Gebrim Drama da prostituição infantil Curiosa preocupação da direita Maria tem quase 17 anos e oito meses e mora, com seus dois filhos, de três e dois anos, em uma instituição de acolhimento para mães adolescentes. Ela mal terminou o terceiro ano do ensino básico e fugiu de casa, no início da adolescência. Abandonou a família e foi abandonada pelos parentes. Da vida pelas ruas aos filhos foi um passo e, hoje, prestes a completar 18 anos e ter que deixar o abrigo em que vive, está com medo ante a incerteza do mundo que a espera. A gravidez na adolescência, muitas vezes fruto de violência sexual, é realidade de milhares de meninas brasileiras. E, agora, esse nosso país do “samba (do funk!) e do futebol” prepara-se para o maior evento dos últimos tempos: a Copa do Mundo. Haverá jogos em 12 cidades no Brasil, que são grandes centros e já contabilizam um número expressivo, em torno de 70%, de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Milhares de turistas estão a chegar e muitos imaginam um Brasil de futebol e festas – essas, com conotação sexual. É preciso que a população abra os olhos. Inúmeras ações e campanhas estão sendo desencadeadas. É importante que haja diálogo com os jovens nas escolas, que pai e mãe conversem com seus filhos, que o assunto não fique escondido. Falar de sexo com o filho ou com a filha é difícil? Mais difícil é curar a dor de uma criança que foi forçada a fazer sexo com um adulto. É ver crianças nascerem de mães meninas abandonadas. São marcas de violência física e psicológica que não se desfazem. A prostituição infantil e a violência sexual são uma triste marca do Brasil. Se desconfiar, denuncie, mesmo no anonimato. Disque 100 ou procure o Conselho Tutelar de sua cidade ou bairro. . Dora Martins é Juíza da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de SP Tratados militares sempre ensinam que não é fácil identificar o inimigo, pois parte do seu esforço será sempre de se esconder. É uma lição válida para a luta política. No Brasil, basta ler a revista Veja. Se ela te atacar, saiba que está no caminho certo, mas, caso te elogie, comece a se preocupar. A revista lançou um artigo contra o Plebiscito Popular da Constituinte, no qual ataca a iniciativa de mais de 160 dos principais movimentos sociais e organizações de esquerda em construir um Plebiscito Popular em setembro, com uma única pergunta: “você é a favor da convocação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?”. O curioso é um dos argumentos utilizados. O objetivo do Plebiscito é o de “desviar o foco das manifestações e servir ao projeto de poder do PT.” Estranho. O que seria o “foco” das manifestações? Por que o principal porta-voz da direita está tão preocupado que “não se desvie o foco” das manifestações? Não é preciso muito para perceber que o pavor da direita é que a juventude que saiu às ruas em junho de 2013, com uma clara insatisfação com o atual sistema político brasileiro, assuma uma bandeira clara como a da Constituinte do Sistema Político. Para tanto, utiliza a tese de que a bandeira é um mero jogo do PT para manter-se no governo. Ignoram, propositalmente, que a campanha é muito mais ampla e congrega a maior parte das forças de esquerda. Este será um grande debate político ideológico para as forças de esquerda. A Veja já mostrou a linha política que utilizarão. Nunca, em nenhuma situação histórica, a lógica política da esquerda pode coincidir com a do inimigo. E afinal, como diziam os velhos sábios chineses, quem não sabe contra quem luta, jamais poderá vencer. Ricardo Gebrim é do sindicato dos advogados de São Paulo. ...E AGORA O movimento Tarifa Zero iniciou na quinta-feira (6) uma jornada de lutas em BH. As 10h, foi protocolado um ofício com as reivindicações do grupo, que cobra a abertura das contas dos contratos com empresas de transporte público. Outra exigência é a redução de cinco centavos no valor das passagens de ônibus, referentes ao abatimento da taxa cobrada das empresas. O movimento afirma que serão realizados atos semanais até que o prefeito atenda as exigências. Na edição 3... Em local inapropriado, crianças aguardam construção de creche ...E AGORA Após visita surpresa de membros da comunidade, a Prefeitura de Betim declarou que construção de prédio para atender a demanda do Centro Infantil Municipal Vila Cristina terá início em março. As 262 crianças estudam há quatro anos em uma casa residencial alugada, sem adaptações. Segundo a Secretaria Adjunta de Educação, Izabel Cristina Figueiredo, que recebeu a população na quarta (05), a prefeitura se compromete a entregar cronograma e prestação de contas das obras até o dia 14 de fevereiro. Erramos: - A mostra “Um olhar sobre o Brasil” estreia no dia 26 de fevereiro e fica até o dia 28 de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil. - Quem era prefeito de Unaí na época da chacina era Antério Mânica, e não seu irmão Norberto. - No texto “Existem muitos Douglas na cidade”, a frase correta é: “Com apenas 14 anos, ele passou a frequentar o Mineirão com garotos da mesma idade”. Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 entrevista | 09 “Política foi sequestrada por financiadores de campanha” PERSPECTIVAS João Pedro Stedile analisa as mobilizações de 2013 e aponta desafios para 2014 Por Joana Tavares e Vivian Fernandes Mais de 15 mil trabalhadores rurais de todo o país são esperados na próxima semana em Brasília, para participar do 6º Congresso Nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). João Pedro Stedile, fundador e integrante da coordenação nacional do MST, afirma que a reforma agrária está parada no país com a expansão do modelo do agronegócio. Stedile vê com bons olhos a retomada dos protestos da juventude, mas alerta que a pauta não pode ficar restrita aos gastos com a Copa do Mundo. “O dinheiro que foi gasto nos estádios, em torno de R$ 8 bilhões, poderia ser melhor aplicado, porém representa apenas duas semanas do volume de recursos que o governo passa para os bancos”, afirma. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele defende ainda mudanças na política econômica e a convocação de uma assembleia constituinte exclusiva para transformar o sistema político. Rafael Stédile las empresas estrangeiras. Precisamos priorizar a produção de alimentos, sem agrotóxicos, para que o povo da cidade tenha saúde. Qual a sua opinião sobre os movimentos de juventude? As mobilizações da juventude são uma espécie de termômetro que indica a temperatura de indignação. Apesar dos avanços nos últimos dez anos, os trabalhadores enfrentam ainda graves problemas. A juventude foi para as ruas dizer que “O Brasil nunca teve um programa de reforma agrária que propusesse democratizar o acesso à terra aos pobres do campo” precisamos de transformações sociais e mudanças no regime político, que não representa ninguém. Mudanças na política econômica. E mais Estado e poder público, atendendo às necessidades do povo na saúde, educação e transporte. Brasil de Fato - Qual a situação da reforma agrária no país hoje? João Pedro Stedile - O Brasil nunca teve um programa de reforma agrária, que propusesse democratizar o acesso à terra aos pobres do campo. Então, de acordo com a correlação de forças, às vezes avançamos e conseguimos mais assentamentos. Em outros períodos, o capital avança e impede as desapropriações. Essa é a situação atual. Os processos de conquistas de novos assentamentos estão parados. Há uma especulação dos preços das commodities agrícolas, que aumentou o lucro dos fazendeiros e jogou o preço das terras nas nuvens. As empresas capitalistas estão impondo o agronegócio como única forma de produzir e o governo Dilma tem forte influência desse setor. As manifestações de junho foram uma surpresa pela proporção e impacto que tomaram? Foi uma surpresa pela forma e rapidez como aconteceram. Sabíamos que os problemas nas grandes cidades estavam aumentando e eram latentes. Veja a situação do transporte público: perdem-se horas e horas no trânsito. Ao mesmo tempo, o governo isenta o imposto das multinacionais automobilísticas, incentivando o transporte individual. O atendimento da saúde pública é uma vergonha. Os protestos pelo menos destravaram o programa Mais Médicos, que é uma medida positiva. Na educação, temos graves problemas, como a elevada taxa de analfabetismo, que atinge 18 milhões de adultos. Além disso, 88% da juventude não consegue entrar na universidade. Quais as propostas do MST para o campo? Construímos o programa de reforma agrária popular, que representa as mudanças necessárias para todo o povo e não apenas para os sem-terra. Colocamos a necessidade de fazer desapropriações das grandes fazendas, começando pe- E o quadro político? A política institucional no Brasil foi sequestrada pelos financiadores de campanha, que transformaram os políticos eleitos em reféns de seu poder econômico. O povo e a juventude não se sentem mais representados pela maioria dos parlamentares no atual sistema políti- co. Então, a indignação com esses problemas tomaria forma mais cedo ou mais tarde. Tomou forma como protestos de rua, que é o melhor lugar para se praticar a democracia. Qual o saldo das mobilizações para a luta política no país? Em termos de conquistas reais, foi ainda pequeno, porque barraram apenas o aumento das tarifas do transporte. Mas o saldo político é fantástico. Recolocou a política nas ruas e o debate das mudanças necessárias. “Torço para que as mobilizações de rua comecem logo, pois no período da Copa do Mundo vai confundir a cabeça do povo, que quer ver o torneio” Você acredita que haverá mobilizações durante a Copa do Mundo? Torço para que as mobilizações de rua comecem logo, pois no período da Copa do Mundo vai confundir a cabeça do povo, que quer ver o torneio. Isso pode reduzir as mobilizações, como se fossem apenas um protesto contra os recursos gastos nas obras. O dinheiro gasto nos estádios, em torno de R$ 8 bilhões, poderia ser melhor aplicado, porém representa apenas duas semanas do volume de recursos que o governo passa para os bancos. Então, a cada duas semanas temos uma “Copa do Tesouro” para os bancos, que são os nossos inimigos principais. Precisamos denunciá-los e derrotá-los, dentro e fora do governo. O MST e outros movimentos pretendem lançar alguma bandeira política neste ano? Participamos de uma ampla frente popular, formada por CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e movimentos populares, para juntos lutarmos por uma reforma política. Precisamos mudar as regras do jogo, devolver ao povo o direito de escolher seus verdadeiros representantes e alterar a correlação de forças para que o povo tenha mais poder de decisão. Apenas assim conseguiremos abrir as portas para as mudanças necessárias, como a reforma urbana, a reforma agrária, a reforma educacional, a ampliação dos recursos para saúde e o controle dos juros e do superávit primário. 10 | brasil Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Eduardo Coutinho, um cineasta aberto ao povo HOMENAGEM Documentarista morre no Rio de Janeiro no último domingo (2) deixando legado ao cinema Por Felipe Canova e Thalles Gomes Um dos principais expoentes do documentário nacional, Eduardo Coutinho, deixou uma vasta obra que resistirá ao tempo. Para comprovar isso, basta assistir a filmes como Cabra marcado para morrer, Boca do Lixo, Edifício Master e Peões, alguns realizados há mais de 20 anos e que ainda não perderam a força. Sua obra prima, Cabra marcado para morrer, começou a ser filmada antes do golpe militar de 1964, no sertão da Paraíba. Planejada como uma ficção, que envolveria os camponeses como atores dispostos a retratar o assassinato do líder local João Pedro Teixeira, o filme teve suas gravações interrompidas com o golpe. Coutinho retornou à comunidade 17 anos depois, com a ideia de realizar um documentário para juntar as duas pontas da his- Divulgação tória. O filme mostra um lado da ditadura pouco conhecido ao denunciar a violência dos militares contra os camponeses que lutavam por reforma agrária. Ouvir o outro A forma de trabalho de Eduardo Coutinho era própria. Ele fazia o filme indo a um determinado lugar e tentando entender as pessoas que ali conviviam, através de longas entrevistas em formato de conversa. A câmera, posicionada de forma discreta, ficava em segundo plano. Como ele próprio dizia, depois de “conversar meia hora com uma pessoa, ninguém mais controla se está filmando ou se não está”. Um bom exemplo de sua maestria nessa técnica é o filme Edifício Master, realizado inteiramente em um edifício de classe média de 500 moradores em Copacabana, no qual ele morou com sua equipe para produzir a obra. Nas 37 entrevis- Assista Aos filmes de Coutinho pela internet: Cabra Marcado para Morrer: http://youtu.be/JE3T_R-eQhM Edifício Master: http://youtu.be/BgmfO4CasYw Peões: http://youtu.be/1cSM-dCE0CY Coutinho morre aos 80 anos no Rio de Janeiro tas do filme, Coutinho revela, através dos longos corredores do prédio, a solidão e a inquietude de pessoas comuns e mesmo assim singulares - nas metrópoles. “Creio que a principal virtude de um documentarista é a de estar aberto ao outro”, escreveu Eduardo Coutinho em um de seus raros textos. Seu interesse era a vivência e a palavra das pessoas comuns, retratada de forma precisa e humana. “Eu acho que o documentário deve propor perguntas e que, quanto mais aberto o documentário for, melhor”. O cinema e o povo brasileiro agradecem. Humor para transformar: Henfil completaria 70 anos neste mês Joana Tavares Não foi só Betinho, o irmão do Henfil, que partiu num rabo de foguete, como ficou eternizado na canção de Aldir Blanc e João Bosco. No dia 4 de janeiro do simbólico ano de 1988, o próprio Henrique de Souza Filho morreu no Rio de Janeiro, vítima de uma transfusão de sangue que lhe passou o vírus HIV. Assim como seus irmãos, Henfil sofria de hemofilia. Nascido em 5 de fevereiro de 1944, completaria 70 anos neste 2014. Mineiro de Ribeirão das Neves, passou a infância na periferia de Belo Horizonte, começou a estudar sociologia, foi embalador de queijos, boy de agência de publicidade e jornalista. Morou em Natal, no Rio de Janeiro e se arriscou até em Nova York, onde foi procurar tratamento de saúde, e ficou por dois anos. Mas foi com o humor que ele en- controu seu lugar no mundo. Seus cartuns hoje já são patrimônio do povo brasileiro, e ele ainda escreveu sete livros, editou revistas, produziu peça de teatro, filme – “Deu no New York Times” - e participou de um quadro de TV, o “TV Homem”, dentro da “TV Mulher”. Henfil se engajou profundamente na luta contra a ditadura, mas seu horizonte não se limitava a criticar – feroz e sutilmente – os fardados de então. Sua luta era mais ampla, como ele mesmo diz: “O humor que vale para mim é aquele que dá um soco no fígado de quem oprime”. Personagens Ele fez isso com Zeferino, o sertanejo, cangaceiro, líder do bando formado pelo passarinho pequeno e arretado – a Graúna – e o bode Francisco Orelana, que comia livros, mas nunca fazia nada. Em pleno “milagre econômico”, denuncia com seu povo da caatinga as disparidades regionais do país, o racismo, o clientelismo, a concentração de terra e riqueza. Outros personagens ficaram famosos, os fradins e Ubaldo, o paranoico, que morria de medo de ser preso ou torturado a qualquer hora. Isso sem falar das inúmeras tiras para sindicatos, para campanhas pe- la anistia, e seus textos. As cartas que enviava a sua mãe – dona Maria – foram compartilhadas com os leitores da revista IstoÉ, onde foram publicadas de 1977 a 1984, e depois reunidas em livro. (publicado originalmente no Portal Minas Livre) Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 brasil | 11 Apenas Rio de Janeiro e Boa Vista aumentaram tarifa de ônibus em 2014 MOBILIZAÇÕES Capitais preferem evitar reajustes no ano da Copa e após manifestações Rede Brasil Atual O trauma deixado pelas manifestações de junho e a aproximação do calendário eleitoral parecem ter freado o ímpeto de aumento de tarifas do transporte público nas capitais brasileiras em 2014. Entre todas, apenas Boa Vista e Rio de Janeiro se arriscaram a aumentar o valor das viagens de ônibus neste começo de ano. As demais, mesmo aquelas que reduziram taxas no ano passado, não têm previsão de reajuste até dezembro. Maceió espera decisão judicial para saber se sobe ou mantém o preço do coletivo. Em Boa Vista, onde não havia reajuste há dois anos, a prefeitura subiu o preço da passagem de R$ 2,25 para R$ 2,60 em 2 de janeiro. O anúncio foi acompanhado de protestos, insuficientes, porém, para barrá-lo. No Rio de Janeiro, o aumento passa a vigorar a partir do dia (8) sábado. A tarifa, que custa R$ 2,75, subirá para R$ 3. A tarifa agora será ainda maior do que a administração propunha em 2013, mas, por enquanto, os manifestantes conseguiram apenas sucessos parciais: o recuo do governo estadual em relação ao aumento da tarifa de trem, metrô e barcas, e a extensão da gratuidade, antes restrita a estudantes secundaristas, também para universitários. Pelo menos até agora, nenhum outro governo de capital pretende anunciar reajustes. As demais regiões metropolitanas deverão manter os preços até o final do ano – algumas, com tarifas ainda menores do que havia antes dos protestos de junho. É o caso de Campo Grande, que reduziu o valor da passagem de R$ 2,85 para R$ 2,70. Cuiabá seguiu o mesmo caminho. A tarifa na capital custava R$ 2,85 até o último mês de dezembro, quando passou para R$ 2,60. Manaus é outra cidade que conseguiu reduzir o preço da passagem, não com revisão das planilhas, mas com subsídios. Conseguiram baixar a tarifa de R$ 2,90 para R$ 2,75. Sindicato dos jornalistas critica preconceito de apresentadora Da Redação Um adolescente negro, suspeito de praticar furtos na zona sul do Rio de Janeiro, foi encontrado nu preso a um poste a partir de uma trava de bicicleta, no dia 31 de janeiro. O jovem foi espancado e teve sua orelha decepada por três homens que se denominaram “justiceiros”. A situação foi relatada através das redes sociais pela ativista de direitos humanos Yvone Bezerra. A âncora do jornal SBT Brasil, Rachel Sheherazade, se manifestou a respeito do caso, defendendo ferozmente as ações dos integrantes do grupo, que definiu como “cidadãos de bem”, e se referiu ao garoto como “marginalzinho amarrado ao poste”. Raquel ainda ironizou as pessoas que se revoltaram com a situação do suposto assaltante e, como piada, instigou o lançamento da campanha “Adote um Bandido”. O Sindicado dos Jornalistas do Rio e a Comissão de Ética da entidade divulgaram nota de repú- Solução semelhante foi encontrada em Macapá. Em julho, com uma série de isenções fiscais anunciadas pelos governos municipal, estadual e federal, a tarifa passou de R$ 2,30 para R$ 2,10. Em Florianópolis, um novo edital do sistema de ônibus garantiu a redução das tarifas de R$ 2,90 para R$ 2,80. Em Porto Alegre, a prefeitura Reprodução garante que não há previsão para aumentar a passagem de ônibus, atualmente em R$ 2,80, mesmo enfrentando pressão dos empresários do setor. A cidade passa há 11 dias por uma greve geral dos motoristas, que pedem reajuste salarial. Os empresários condicionam a mudança da remuneração dos trabalhadores à elevação da tarifa. Prioridade na adoção de crianças com deficiência dio contra a atitude da apresentadora. No documento, afirmam que Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência. Também solicitaram à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que “investigue as responsabilidades em casos de violação do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no Brasil”. A presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.955, que estabelece prioridade aos processos de adoção em que a criança ou adolescente tenha deficiência ou doença crônica. Para a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), autora do projeto de lei, a intenção é acelerar o andamento dos processos nos quais o adotado se encontre em uma dessas condições. (Agência Brasil) Crédito: Reprodução | mundo Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Membro (?), brina qualidade, potência do corpo cadeira e desempenho de discente infantil carros para uma montadora Promessa enganadora (bras.) governistas coruja e gambá alcoólica Fluido que emulsifica da piña São usados em varais, gorduras no intestino colada cercas e alambrados R PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS U ©COQUETEL www.coquetel.com.br Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br © Revistas Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 A novela Como ela é Rio que atravessa a Rússia Carimbo Pacto entre partidos Animais (?): morcego, Bebida Língua do (?): morcego, Profissional queLíngua testa Mais Animais Pacto entre partidos Bebida do Profissional que testa Membro Aparelho Émile Zola, governistas e gambá governistas Membropotência alcoólica a qualidade, coruja e gambá coruja alcoólica (?), moderna brin- corpo (?), brina qualidade, potência do corpo cadeira para de da piña São usadosescritor cadeira de do em varais, Fluido que emulsifica da piña e desempenho de e desempenho Fluido que emulsifica São usados em varais, discente infantil Assinado discente carros para uma barbear "Germinal" colada cercas e alambrados gorduras no intestino infantil carros para uma gorduras no intestino colada cercas e alambrados (abrev.) montadora montadora (?) Ryan, Promessa LetraPromessa enganadoatriz símbolo do enganadora (bras.) ra (bras.) tamanho Arma de Rio que caça médio Rio que atravessa atravessa a Rússia Classe priConselho a Rússia vilegiada Carimbo que Carimbo Mais fiscaliza no Antigo Aparelho Émile Zola, Mais anúncios Regime moderna Aparelho Émile Zola, para escritor de moderna Assinado para escritor de e campabarbear "Germinal" Nando (?), Fase daAssinado (abrev.) barbear "Germinal" nhas publiprodução(abrev.) cantor LetraInvestidas (?) Ryan, citárias (?)do Ryan, Letra-Ir pelos (?): de queijos amorosas atriz símbolo atriz símbolo do Arma de Condição explodirtamanho Infinito tamanho Arma de médio caça de Atena Flúor médio caça República Classe priConselho (símbolo) do (?): a Classe priManter vilegiada Conselho que vilegiada Irlanda inque fiscaliza no Antigo sob A nata da fiscaliza no Antigo anúncios Regime dependente controle sociedade anúncios RegimeFase da e campaNando (?), FatorNando estu- (?), e campanhas Fase publi-da produção cantor Investidas nhas publicitárias dado pela produção cantor de queijos amorosas Investidas Ir pelos (?): citárias Geografia de queijos amorosas Condição explodir Ir pelos (?): Infinito de Atena Condição explodir Infinito Cobrir Flúor República variedades | 13 M de Atena Flúor (símbolo) A nata da Fatorsociedade estudado pela Geografia Cobrir Manter sob controle Suporte Manter decorativo sob controle para livros Fator estu- Suporte decorativo para livros Suporte decorativo Pastel de para livros (?), salgado de lanchonetes Principal causa de Pastel de infiltrações (?), salga(emdoparedes) de lanchonetes Principal causa de infiltrações (em paredes) Assim,dado em pela Geografia espanhol Cobrir O pão não fermentado Amapá (sigla) Assim, em Registros espanhol de reuniões O pão não Amapá Pastel de fermentado (sigla) (?), salgaAmapá do de(sigla) lanRegistros chonetes de reuniões Registros Principal de reuniões causa de infiltrações (em paredes) Estilo de António José da Estilo de Silva (Lit.) António Estilo de José da Amigo de Frodo (Cin.) Silva (Lit.) António José da comum Transtorno Amigo de Frodo (Cin.) Silva (Lit.) na viagem por Transtorno comum Amigo de Frodo (Cin.) na viagem por estrada de terra Assim, em espanhol O pão não fermentado R U M M (símbolo) República A natadoda(?): a Irlanda insociedade dependente do (?): a Irlanda independente Fim, em inglês Órgão de insetos Fim, em inglês Órgão O povo deque insetos habitou o sul do AdolesMéxico cente, em inglês Passar o dia vendo novela Acomete a mulher durante a gravidez Acomete a mulher durante a gravidez Acomete a mulher durante a Fim, em Adoles-gravidez inglês cente, em Órgão inglês de insetos O povo que habitou o sul do México O povo que habitou o sul do México Adolescente, em inglês Base do trabalho de doutoradoBase do (?) RavaBase do trabalho che: atuou de douem "Guerra (?) Ravatorado dos Sexos"che: atuou (?) Ravache: atuou em "Guerra dos Sexos" R U trabalho de doutorado Forma do cabo do guardachuva em "Guerra dos Sexos" Forma do cabo do guardaForma do chuva cabo do guardachuva Transtorno comum estrada de terra 3/así — end. 4/teen. 5/conar — forno. 6/sátira — timbre. 10/papo-furado. 3/así — end. 4/teen. 5/conar — forno. 6/sátira — timbre. 10/papo-furado. F O D C G R A U R M A M R E I S F L E E IR E A N T T E N E A N C D O A L I E G Z A Ç A Ã V O A N D Ç E O S S E J C O AMIGA DA saúde de E Jogos 400 + 400 aFie seU aFiepeNsameNto seU aFie seU JogosJogos peNsameNto peNsameNto N C A P O F U R A ND O L E T E P UA PR OA F LU L EA T C E I U UN LG T II M L U U L T RO F UM R A MD EO G I T E C O UN R A A R L M NU O B R E Z A L T I T MO A N I O B R OR MOE I M CSE O G ÇR E SN OA B D R FE E U Z SAA A Ã T Ç R OE O RDR E EE I LES RE V S A F A Ã T E O LP NER AI R TA E L RF E R L OE V A O S I AT S E LIO E I R AEA PN DT PA S ITV AA E Z N AÇD M E E AP MS TEA ANT ITÇ ROE A S RA M A E S N TA T MEO SS I E R R A T E S E I R ESN OE L A J V J I R EN E LL AA VV A A N NC CO O 2 volumes + de 400 2 volumes 2 volumes + de 82 Solução Solução Solução P A P N A I L E O L U O N CA TE O U OTE RC D E U R A E TE R N P OR A R NO A OA ZA VT A I Z A T I A M S A M S S OO 3/así — end. 4/teen. 5/conar — forno. 6/sátira — timbre. 10/papo-furado. Nas baNcas Nas baNcas e livrarias e livrarias Nas baNcas e livrarias 82 82 P I L O G T CO D E P D R O FO V A S S estrada de terra BANCO S BANCO na viagem por BANCO Você sabe quantas novelas são exibidas na TV aberta brasileira? Esta semana, tirei um dia de folga e descobri. Atualmente, são 12 folhetins na telinha. E tem para todos os gostos. Logo depois do almoço, a “novelança” já começa. No SBT, a tarde fica por conta das “famosas” novelas mexicanas. São 4 horas ininterruptas de muito romance, dramas e amor. Eu curto as novelas mexicanas, tirando a dublagem, que parece deixar o tom das histórias mais comovente e trágico. “Café com Aroma de Mulher”, “Por ela sou Eva”, “A Madrasta” e “O Privilégio de Amar” formam o quarteto de histórias de mocinhas e mocinhos apaixonados e que passam pelo “pão que o diabo amassou” para ficarem juntos. E para quem gosta de zapear com o controle remoto, ainda pode contar com a reprise de “Caras e Bocas”, da Globo, no turno vespertino. Pausa para um cafezinho breve (porque acaba uma e começa outra), crianças e adolescentes também estão contemplados com produções do gênero televiso mais famoso do Brasil. Além da já conhecida “Malhação”, vem ganhando o gosto deste público “Chiquititas” (na versão brasileira) e “Rebelde”, apostas do horário nobre da emissora de Sílvio Santos, mas que ainda perdem para “Joia Rara” e a fracassada “Além do Horizonte” – tirem logo esta novela do ar! Já na Record, que nos últimos anos vem tentando aperfeiçoar a habilidade de fazer teledramaturgia, “Pecado Mortal” e sua história de disputa de poder entre duas famílias num morro do Rio de Janeiro concorre com a estreante “Em Família”, que começou devagar, inverossímil e sem sal. Se você quiser passar o dia vendo novela, pode. Se você vai se divertir, aí sinceramente não sei. Qual destas novelas você vê? Conte para mim no [email protected] e aproveite para dizer o que te agrada ou desagrada nelas. Boa semana! Por Joaquim Vela Mande sua dúvida: [email protected] Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Minha filhinha nasceu há 3 meses, mas até hoje está internada porque ela foi muito prematura e deu um problema de pulmão. Ela vai sair do hospital esta semana, mas minha licença maternidade vai acabar em um mês. Eu tenho direito de ficar mais tempo de licença para cuidar melhor dela por causa desse problema? Estou fazendo reposição hormonal, por causa da menopausa. Porém engordei muito. É normal que aconteça isso? Maria Alice, 54 anos, bancária Walesca Mirtes, 32 anos, balconista Cara Walesca, segundo a legislação brasileira, está previsto prorrogação de 15 dias na licença maternidade no caso de risco de morte para o bebê, o que precisa ser atestado por um médico. Infelizmente, grande parte das empresas privadas ainda não aderiram à licença maternidade de 180 dias, mesmo recebendo incentivos ficais para isso. O que nos resta então é recorrer à Justi- ça. Recentemente duas mães em situação semelhante à sua, pela primeira vez em Minas Gerais, conseguiram extensão da licença para 180 dias através de uma liminar julgada pelo Tribunal de Justiça Federal Especial. Querida Maria, a reposição hormonal não costuma engordar porque são utilizados hormônios sintéticos semelhantes aos que o corpo da mulher já produz. Porém, o envelhecimento é uma fase em que as pessoas tendem a engordar e a acu- mular gordura na região abdominal e isso não tem nada a ver com o uso dos hormônios. Procure praticar exercícios físicos regularmente e mantenha uma alimentação saudável, isso irá te ajudar a equilibrar novamente seu peso. Tenho muita alergia a absorventes e não me adaptei ao anticoncepcional que não deixa menstruar. Você tem alguma alternativa pra mim? Sara Angélica, 17 anos, estudante Tem alternativa sim, Sara. O copinho menstrual pode ser uma ótima saída pra você. Apesar de pouco conhecido, o copinho é um artefato de silicone que você introduz na vagina e retira para limpeza a cada 8 horas. Tem um custo bem mais alto que os absorventes, mas ele dura cerca de 10 anos se bem cuidado, o que acaba sendo mais econômico em longo prazo. É possível adquirir o copinho através da internet. Caso você se adapte bem a essa alternativa, além de resolver seu problema de alergia aos absorventes, estará também contribuindo com a preservação do meio ambiente. 14 | cultura Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 Os muros também falam PICHAÇÃO Pesquisadores discutem a polêmica forma de expressão Raíssa Lopes Antes mesmo de existir o conceito de cidade, a pichação já estava presente. Desde a Antiguidade, era uma forma de expressão. Na Idade Média, os padres escreviam em muros de conventos rivais para expor suas ideologias. Na ditadura militar, as pessoas usavam tintas e spray para protestar contra o regime. Com o crescimento do espaço urbano, a prática se desenvolveu e a repressão também. E o tema segue rendendo polêmicas e interpretações de todo tipo. O aluno de Ciências Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador do grupo Cidade e Alteridade Guilher- “Um simples nome pichado em um prédio pode ser uma espécie de questionamento, mas pode não ser também. O fato é que esse tipo de pichação não deixa clara a finalidade, o que gera tanta confusão e repressão” me de Almeida Abu-Jamja explica que existem vários tipos de pichação. Algumas, com frases escritas, são de mais fácil entendimento e podem provocar até simpatia. Outras, como pintar apelidos e nomes de grupos, fogem dos padrões de explicação prévios. “À primeira vista, falando na perspectiva de quem julga a prática como algo ofensivo, aquilo não significa nada. Então, se isso não comunica, não tem função social, a pessoa julga como gratuito, ou ‘puro vandalismo’”, aponta. No entanto, o estudante destaca que a existência em sociedade não se basta na reprodução de formas de funcionar. “Um simples nome pichado em um prédio pode ser uma espécie de questionamento, mas pode não ser também. O fato é que esse tipo de pichação não deixa clara a finalidade, o que gera tanta confusão e repressão”, defende. “É uma medida que questiona o modelo programado de ser e estar, o que a torna uma ameaça ao Estado, à ordem vigente. Então, a saída encontrada é marginalizar cada vez mais a prática”, ressalta. Medidas repressivas Guilherme comenta que o fato de a pichação não ter a relação com o mercado que o grafite possui, e nem, tampouco, o mesmo apelo estético - como o uso de diferentes cores e desenhos - ajuda a entender melhor sua condenação. Hoje, o grafite é permitido desde que seja feito com autorização do responsável legal pelo imóvel, enquanto a pichação é tratada como crime ambiental, que prevê de três meses a um ano de reclusão. Se praticado em dupla ou grupo, pela lei, pode configurar formação de quadrilha. Para o pichador G.G., de 43 anos, o grafite “busca atingir o perfeito na arte”. Já a pichação se resume a letras e frases que batem de frente com o sistema. “Para mim, o único veículo de comunicação que não tem como censurar nem manipular são os muros”, defende. Busca de adrenalina Guilherme acredita que o fenô- Leandro-Mantovani “O único veículo de comunicação que não tem como censurar nem manipular são os muros” meno não pode ser atribuído a determinadas classes sociais. “Você vê por aí muitos discursos que colocam a pichação como ‘o grito dos excluídos’, mas não é necessariamente assim”, reflete. A mestre em sociologia e doutoranda Flávia Soares estudou os “Pichadores de Elite”, grupo mais antigo da capital, que atua até hoje. Ela explica que a maioria dos jovens que compõe o grupo é da periferia, mas também existem pessoas de classe média e alta. “São jovens com diversos tipos de conflitos, que veem na pichação uma forma de extravazar algum tipo de sentimento. Há inclusive variedade de idade, Favela no museu O Museu Inimá de Paula recebe, até o dia 27 de fevereiro, obras produzidas por jovens do projeto Arte Favela nos Becos – Olhares de BH, que fomenta a formação de artistas na periferia belo-horizontina. Em 2013, foram realizadas oficinas sobre a história da cidade nos aglomerados e comunidades, que resultaram nas 30 telas expostas. Os trabalhos exploram, por meio do Grafite, o olhar da juventude sobre o patrimônio cultural da capital e seus diversos problemas sociais. Os próprios adolescentes definiram o movimento artístico que escolaridade e gênero”, comenta. A especialista conta que, ao realizar sua etnografia, na maior parte das vezes, não observou caráter de revolta nas ações dos jovens. “Quando indagados sobre o porquê das pichações, os meninos falavam em lazer, diversão e adrenalina”. Para Flávia, em relação aos jovens de periferias, isso está ligado à falta de políticas públicas. “Lazer é passear. Muitos meninos não têm poder aquisitivo para entrar em boates ou praticar esportes que lhes proporcionem adrenalina, como paraquedas ou asa-delta, então eles sobem muros para extravazar”, argumenta. Reprodução seria trabalhado. O Modernismo, por possuir forte teor de crítica social, foi a técnica escolhida para desenvolver os quadros, que incluem releituras de obras famosas como “Abaporu”, de Tarsila do Amaral e “Os Retirantes”, de Portinari. O beco como galeria de arte As primeiras exibições públicas dos painéis ocorreram de forma itinerante nos becos das comunidades Alto Vera Cruz, Cabana do Pai Tomaz, Jardim Felicidade, Vila Marçola e Vila Presidente Vargas. As fachadas das casas dos morado- res serviram de base para a instalação das telas. Cada barraco possuía um painel. Apesar de o grafite ser a linguagem das ruas, hoje a exposição da favela invade o museu. Em comemoração, o Duelo de MC’s se apresentará no auditório do Inimá de Paula no dia 13, às 19h. A entrada é gratuita. cultura | 15 Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 AGENDA DO FIM DE SEMANA PIQUENIQUE FEMINISTA é tudo de graça! TEATRO A Casca reflete sobre personalidades conceituais através de mulheres como a escrava Chica da Silva; a deusa Afrodite; Eva; Gabriela, de Jorge Amado; Geni, de Chico Buarque e Olga Benário, comunista alemã. Sexta (7) e sábado (8), às 20h30, no Reunião das feministas de BH, somente para Centro de Formação e mulheres, inclusive as transexuais. Domingo (9), Experimentação Digiàs 10h, no Parque Municipal. tal (R. Santo Agostinho, 1441, Horto). LITERATURA WORKSHOP CINEMA Lançamento do livro As Aventuras de Mirandinha, de Antonio Rocha Miranda. Sábado (8), às 10h, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (Rua Carangola, 288, Santo Antônio). O pandeirista Túlio Araújo ministrará aulas para quem deseja aprender a tocar o instrumento. Os interessados deverão se inscrever pelo site aulasdepandeiro.com.br/ workshops e levar seus pandeiros. Domingo (9), de 16 às 19h, na Praça da Liberdade. A mostra Iconoclássicos exibe produções de cineastas brasileiros. Sexta (7) a domingo (9), das 16h às 20h, no Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima , 420, Centro). Segunda a quinta-feira EXPOSIÇÃO ARTESANATO A mostra Seu Lixandre – Narrativas de Catação aborda a trajetória dos catadores de lixo, suas visões de mundo, desafios e conquistas, apresentados a partir de suas próprias narrativas. Até 24/02, no Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade). EXPOSIÇÃO O Jardim de Adelícia retrata trabalhos da mestra do bordado Adelícia Amorim. Até 30/3, na Galeria de Arte GTO do Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420, Centro). Mostra de Artesanato da Associação de Artesãos do Bairro Boa Vista e Convidados. De 10 a 14 de fevereiro, das 8h às 18h, no Espaço Político-Cultural Gustavo Capanema (Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho). RAP CARNAVAL Confecção de máscaras carnavalescas, utilizando a técnica papietagem. Terça (11), das 9h às 11h, no Centro Cultural Padre Eustáquio (Rua Jacutinga, 821, Padre Eustáquio). Duelo de MC’s. Quinta (13), às 19h, no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1201, Centro). esporte | na geral Olimpíadas de Inverno em clima anti-homofóbico Ivan Amorim/CBV Começaram na última quinta (6) as Olimpíadas de Inverno, realizadas em Sochi, na Rússia. A cerimônia de abertura será realizada nesta sexta (7), às 14h, horário de Brasília. A delegação brasileira conta com 13 atletas, que disputarão 7 modalidades (snowboard cross, bobsled, patinação artística, esqui aéreo, esqui alpino, esqui cross-country e biatlo). De olho na evidência que a Rússia ganhou, ocorrem protestos em diversos países contra as recentes medidas homofóbicas do governo russo. Troca de Passes no Paulistão Violência em treino A estratégia de trocar muitos passes até chegar ao gol é uma das características marcantes do futebol do Barcelona. O modo de jogar do clube catalão inspira muitos clubes pelo mundo. É o caso do Audax Grêmio Osasco, que disputa em 2014, de forma inédita, a primeira divisão do campeonato Paulista. Com 515 passes por jogo, o time tem a maior média de troca de passes nas cinco rodadas disputadas até agora. No mesmo Paulista, a média de trocas de bola por time é de 322. No Brasileiro do ano passado, a média de passes por equipe ficou em 331. Segundo a Footstats, o clube acerta 95% de seus passes e apresenta, até agora, o melhor desempenho do Paulista, cujo índice geral de acerto é de 89%. Com 81 finalizações, média de 16,2 por jogo, o clube de Osasco é também quem mais vezes finalizou no campeonato. É ainda o menos faltoso do torneio, com média de 12 infrações por partida e está na segunda posição do grupo B, com oito pontos. Ainda tem muito campeonato pela frente, mas o fato é que Audax já tem destaques de sobra na competição. No último sábado (01) cerca de 200 torcedores da Gaviões da Fiel entraram no Centro de Treinamento do Corinthians para cobrar dos jogadores uma melhor postura em campo. Jogadores acuados, assustados com o comportamento de alguns torcedores, se esconderam nos vestiários, hotel do CT e até em uma casa de máquina do centro de fisioterapia. A PM apurou que, misteriosamente, as câmeras do circuito interno do setor da fisioterapia não estavam funcionando. Soma-se à situação o debate sobre a proibição ou não da presença das torcidas organizadas nos estádios brasileiros, a obscura relação entre diretoria de clubes e suas principais torcidas organizadas. A ameaça de até uma possível extinção dessas agremiações contraria a posição historicamente tomada pelas diretorias dos clubes, a de ceder ingressos, dar dinheiro e facilitar a entrada em vestiários, centro de treinamento para cobrar técnicos e jogadores. Só resta aguardar as investigações e torcer para que o caso não acabe em pizza como todos os outros, afundando ainda mais o futebol brasileiro na lama. Sada Cruzeiro reconquista liderança O Sada Cruzeiro reconquistou a liderança da Superliga, ao vencer o Moda Maringá-PR por 3 sets a 0 (21/17, 21/13 e 21/15) no Ginásio do Riacho, em Contagem, na noite da última terça-feira (4). Com o resultado, os celestes dominam a ponta da tabela, com três pontos a mais que o vice Sesi-SP. Buscando manter a vantagem, os mineiros enfrentam no próximo sábado o Volei Brasil Kirin, em Campinas (SP). ? ?? ? Você Sabia A primeira edição das Olimpíadas de Inverno ocorreu no ano de 1924, na cidade francesa de Chamonix, na qual competiram 258 atletas, de 16 países, em nove modalidades A primeira participação brasileira nos jogos foi em 1992, em Albertville também na França, quando o país foi com sete atletas, todos na modalidade esqui alpino 16 | esporte Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014 OPINIÃO Cruzeiro Qual é o seu número? Reprodução Wallace Oliveira O Cruzeiro enviou à Conmebol a lista dos 30 atletas que jogarão a Libertadores, com a numeração de suas camisas. A provável equipe que iniciará a partida do dia 12, contra o Real Garcilaso, deve ser: 1-Fábio, 2-Ceará, 26-Dedé, 4-B. Rodrigo, 6-Egídio, 16-L. Silva, 5-Souza, 28-Goulart, 17-E. Ribeiro, 11-Dagoberto e 18-Marcelo Moreno. No futebol, a prática de numerar uniformes surgiu num jogo entre o Sydney Leichardt e o HMS Powerfull, em 1911, na Austrália. Em 1928, chegou à Inglaterra e de lá se espalhou pela Europa. O costume veio ao Brasil com uma excursão do Chelsea, em 1929, e aqui ficou. Por décadas, os números mantiveram fortes relações com as funções dos jogadores. Uma numeração que marcou o imaginário brasileiro, associada ao esquema 4-3-3, identifica o goleiro com o número 1, os zagueiros com o 3 e o 4, o número 2 na lateral direita e o 6 na esquerda, os volantes com o 5 e o 8, a camisa 10 num armador ofensivo, o 11 na ponta esquerda, o 7 na direita e o centroavante com a 9. Ultimamente, essas definições têm se enfraquecido. Poucos números ainda indicam uma função específica. O 10, em particular, pode ser um meia ou um atacante. Frequentemente, consiste no jogador mais talentoso do time. Na coleção cruzeirense, o 8 e o 10 têm um significado especial. Tostão, que era atacante, jogou com a 8, mais tarde vestida pelos volantes Zé Carlos e Ramires. Dirceu, vestindo a 10, fazia o clássico meia-armador, técnico e habilidoso, que armava o jogo de uma intermediária à outra. Outro camisa 10, o grande Alex de 2003, jogou na meia-esquerda. Reprodução OPINIÃO América América X Cruzeiro Bráulio Siffert Se, por um lado, o América em 2012 acabou com um jejum de 10 anos e enfim ganhou do Cruzeiro (e logo duas vezes, nas duas semifinais do Mineiro), em 2013, sete anos depois, perdeu de goleada do time azul. Apesar da superioridade do Cruzeiro nos últimos anos, os jogos quase sempre foram disputados de igual para igual, com chances para os dois lados. Certamente, a torcida deles não fica tão tranquila quando o adversário é o Coelhão. Basta lembrar que em 1971, com craques como Pedro Omar e Jair Bala, o América ganhou o Campeonato Mineiro de forma invicta, in- América de 71 ganhou do Cruzeiro de Tostão clusive vencendo o grande time do Cruzeiro de Piazza, Fontana, Tostão e Dirceu Lopes. E o último título nacional de grande importância conquistado pelo profissional do América - a Copa Sul Minas de 2000 - foi também em cima do Cruzeiro, com vitória nas duas finais: 1 a 0 e 2 a 1. É tempo de voltar a fazer história em cima do rival azul. OPINIÃO Atlético Grito de alerta Elmo Alves Rogério Hilário As lavadoras de roupas apresentam dois sistemas de lavagem diferentes: tombamento e agitação. O tombamento é considerado o mais eficiente, pois limpa mais sem danificar o tecido. Porém, algumas pessoas fazem restrição à necessidade de se abaixar para abastecer o cesto ou para retirar as roupas. Também reclamam do custo mais alto das peças de reposição. O certo é que na Europa e nos Estados Unidos o sistema é o mais usado, enquanto no Brasil, por causa do preço, a preferência tem sido pelas máquinas que usam o método da agitação, que tem um tubo circular no meio do cesto. Faço tal introdução didática, do ponto de vista das lavanderias e dos afazeres domésticos, para analisar a derrota do Atlético, na quarta-feira, a partir de uma metáfora. O clube optou pelo tombamento, o sistema mais drástico e mais oneroso para lavar a roupa suja. Ao perder para o Tombense diante de sua torcida, ainda por cima no Independência, o Galo deixou evidente que as coisas não andam bem. Elenco, treinador e massa não se entendem, diferente do que aconteceu em 2013, quando tudo era harmonia, show e festa. Agora, o time atravessa o samba, na sua passarela ou no avenida adversária. Até São Victor falhou, algo inimaginável há poucos meses, quando se consagrou como uma barreira quase intransponível. Diego Tardelli, que vinha se salvando do naufrágio, também contribuiu para a derrota ao desperdiçar um pênalti. Ainda bem que estamos no começo. A recuperação é possível, mas precisa ser rápida. Na próxima semana, já acontece a estreia na Copa Libertadores. Finalmente, Ronaldinho Gaúcho retorna. Mas é bom enxergar: a zaga piorou, o meio-campo fraqueja, os laterais seguem ineficientes e o ataque dá sono. O sinal de alerta está ligado.