2 PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL – PPI 2.1 Concepção O Projeto Pedagógico Institucional deve ser elaborado com base na ideia de um conjunto de diretrizes que norteiem as práticas acadêmicas da instituição de ensino superior em toda sua amplitude. Ele também tem a função de tornar exeqüíveis as relações com a comunidade externa e com a pesquisa, se assim for a necessidade da IES. O que lhe confere sentido é sua característica pedagógica, Isto é, seu caráter dinâmico de um conceito de ensino e de aprendizagem que se efetiva em uma relação dialética. Ele se configura em um processo permanente de reflexão sobre o cotidiano das ações acadêmicas da instituição. Assim concebido, ou seja, como algo em construção, ele permite alterações que sejam provenientes do coletivo institucional, sobretudo as propostas decorrentes das discussões do coletivo de alunos e professores. Ele representa a síntese do que podemos definir como a base da dinâmica de formação acadêmico-profissional da IES. Portanto, sua amplitude atinge entre outros aspectos que permeiam a educação superior, os seguintes: Relacionar o compromisso social da IES com sua história, seus cursos, sua propostas curriculares, seus métodos, o conjunto de seus atores internos e seu modo de vida; Refletir sobre o processo acadêmico em permanente atualização; Consolidar e otimizar os planos de ação da IES, cujas metas e prioridades são transformadas e ressignificadas na medida em que são alcançadas e em que se altera o contexto social; Apresentar propostas de resolução de situações próprias em determinados contextos; Praticar a autonomia e o engajamento da comunidade acadêmica nos propósitos, decisões e ações da Universidade no sentido do cumprimento de sua missão e de seus objetivos. 2.2 Princípios, fundamentos, objetivos e práticas do PPI O principio norteador do Projeto Pedagógico Institucional da Faculdade Morumbi Sul é a formação profissional dos egressos consolidada na competência técnica e na ação reflexiva a respeito do seu papel na sociedade. O Projeto ressalta a autonomia intelectual de alunos e professores, bem como a interação entre os membros que compõem a comunidade interna. As principais prerrogativas do documento são: Estimular as relações interpessoais e intergrupais, visando o desenvolvimento do espírito crítico reflexivo e construtor; Proporcionar um ambiente favorável ao desempenho de ações voltadas para a formação de indivíduos capazes de exercer sua cidadania em um contexto social pluralista; Incentivar uma formação profissional voltada para a prática consciente de seu papel no conjunto das relações de trabalho; Cultuar a visão crítica para a integridade dos sistemas ecológicos, fundados na bioética, sobretudo no que se refere à diversidade biosocial e dos processos naturais que sustentam a vida. Assim entendidas, as prerrogativas que sustentam o Projeto Pedagógico Institucional da Faculdade Morumbi Sul, apresentamos as finalidades do documento: Apresentar os princípios filosóficos da instituição, assim como sua identidade e seus objetivos; Explicitar a maneira como se configura o compromisso com a formação humanística e profissional dos alunos, ancoradas em princípios éticos e nos valores morais; Estabelecer, de forma coerente, uma estruturação acadêmica pedagógica e administrativa que represente a multiplicidade de cursos e ações voltadas à prestação de serviços aos alunos e à comunidade externa. Dessa maneira, a Faculdade Morumbi Sul acredita que a construção participativa e democrática de alunos e professores no Projeto Pedagógico Institucional, possibilita a garantia de uma formação profissional e social com seriedade, qualidade e respeito ao ser, aos direitos humanos. Assim, o Projeto reverbera-se nos pilares filosóficos, éticos, políticos e sociais que reforçam e lhe dão sustentação. Tais pilares são os princípios essenciais da prática educativa que visa à formação tal como definimos na missão da instituição. 2.2.1 Princípios filosóficos e éticos Um dos princípios filosóficos inerentes à educação é o exercício da reflexão crítica, rigorosa e ampla do homem, da natureza e da sociedade. É essa atitude que subsidia a prática da interdisciplinaridade na sala de aula. Ela é responsável pela associação das diversas disciplinas e áreas do conhecimento necessárias para uma formação de qualidade. O ensino interdisciplinar confere solidez ao processo de formação pessoal e profissional dos estudantes, além fornecer uma base para a comunidade universitária no que tange à consecução dos seus objetivos institucionais. A IES que desenvolve suas atividades ancorada nos seus princípios filosóficos e tende a realizar sua tarefa formadora de maneira competente e dinâmica. O resultado é uma formação profissional e pessoal permeada pela competência cognitiva, que se revela nas habilidades técnicas, bem como nas expressões afetivas do egresso. Como conseqüência podemos esperar um cidadão que agrega valor à sua existência social e profissional. Nesse sentido, é que enfatizamos a importância de uma educação amparada por uma concepção humanista, que possibilite à IES o cumprimento de sua missão e de seus objetivos. Então, podemos considerar que a Faculdade Morumbi Sul tem como filosofia educacional uma orientação voltada para a ação educativa centrada no ser humano em processo de desenvolvimento, voltado para a prática da cidadania. Nossa filosofia da educação pretende ser uma prática reflexiva e crítica sobre a ação pedagógica de excelência do ensino e da humanização do sujeito. Ela é concebida como instrumento de humanização das relações do indivíduo com o meio, com seus semelhantes e consigo mesmo. A Faculdade Morumbi Sul entende que a cidadania deve ser exercida como exercício de qualidade para a convivência que se desdobra em um contexto histórico, cultural e social. Assim, o aluno é visto como um ser social que atua em um determinado tempo histórico, bem como em um contexto social, no qual mantém relações afetivas, simbólicas e construtivas. No contexto universitário há uma tríade que norteia o desenvolvimento do processo de formação que são a antropologia, a epistemologia e a axiologia. As práticas educacionais assim consideradas baseiam-se na própria existência dos seres humanos, cuja terminologia de estudo se resume nas antropologias; assim como na sua relação com o conhecimento. isto é, na epistemologia e nos valores inerentes às suas práticas sociais, uma axiologia. A ideia de educação não pode ser restrita ao ambiente da sala de aula, mas abrange a sociedade na qual o individuo está inserido. Essa concepção sustenta o paradigma universitário de uma formação voltada para as práticas sociais. Embora o processo de formação seja individual, a construção do aluno como cidadão requer o exercício de práticas concretas, reais e coletivas. É na práxis que ele constrói seu conhecimento, pois ao mesmo tempo em que recebe a influência do meio, atua sobre o mesmo de maneira intencional. Dessa maneira, a formação da pessoa é articulada pela autonomia, que é o principio da aprendizagem. Com base em uma matriz de análise antropológica afirmamos que o processo de formação desenvolvido pela Faculdade Morumbi Sul visa a reforçar o papel ativo do aluno na elaboração do seu conhecimento, e do professor como mediador da aprendizagem, além de destacar a cultura humanística como base para um ensino que engloba várias disciplinas, com vistas a conscientizar o aluno para o significado de seu papel social. O paradigma ético-filosófico deste Projeto Pedagógico Institucional, portanto, está em consonância com uma concepção humanista de educação, cujos valores repousam no próprio ser humano. Um ser livre e autônomo em suas escolhas. Um sujeito que assume as responsabilidades por suas ações. Essa é uma ética que rompe com o individualismo, tão presente nas sociedades contemporâneas, e que se projeta como ápice de sucesso. Ao contrario, pretendemos contribuir para a formação de um individuo solidário, que compartilhe as dificuldades e resultados dos bens produzidos pelo conjunto da humanidade. Um sujeito que aceite o outro, as diferenças dos seus semelhantes, que tolere as atitudes derivadas da ignorância cultural, um sujeito que exerça seu papel no combate à exclusão e injustiça, bem como pela garantia de seus direitos, a fim de promover a dignidade do ser humano. Um indivíduo que se oriente pelos valores humanos essenciais. Esta é a marca deste Projeto Pedagógico Institucional. 2.2.2 Fundamentos políticos, sociais e culturais O conceito de política, nesse documento, extrapola o lugar comum que é dado ao termo no atual contexto social. Entendemos a expressão no sentido em que foi cunhada pelos gregos antigos, isto é, de polis, de cidade. De relações entre pessoas com vistas ao estabelecimento de um convívio social. Assim, os fundamentos políticos aqui denotam uma prática social, obviamente norteada por uma ideologia que visa alcançar objetivos de amplo espectro social. Assim, podemos considerar que os fundamentos políticos presentes em nossa ação educativa são aqueles cujo interesse baseia-se na coletividade, no trabalho em equipe, mas sem descaracterizar a identidade dos alunos e dos demais membros que compõem a comunidade acadêmica. Os fundamentos sociais e culturais estão ancorados em uma concepção de sociedade multicultural, com diferenças étnicas e com uma diversidade de valores e crenças que dão sentido às ações humanas. Uma sociedade que está aprendendo a resgatar sua memória e manter suas tradições. Nesse sentido, a educação escolar deve contribuir para a compreensão da necessidade de cultivar valores com o recurso da modernidade. Nesta relação, entre tradição e modernidade, auxilia o individuo a transformar a si próprio e o mundo. Esse é o fundamental da socialização e humanização. A relação entre cultura e educação é singular e se materializa nas práticas dos alunos no interior da escola. Essa ação, antropológica da cultura revela a identidade do sujeito pertencente a um determinado contexto social. Seu mundo, o mundo cultural, é representado por um sistema de significados já estabelecidos por outros, de modo que um indivíduo, ao nascer, já está inserido em uma comunidade com seus valores. Por meio da influência que este mundo exerce sobre o indivíduo se desencadeia o processo de socialização: o homem é mediado e mediador da sua cultura. As relações que estabelece com os outros é o elemento básico da produção cultural. Assim, o grande desafio da Faculdade Morumbi Sul é revelar a sociedade e sua cultura para os estudantes que vivem sua cultura apenas pelo que observam dos meios de comunicação, isto é, como uma reprodução pura e simples. Distante da análise crítica da realidade, quase sempre mal retratada, distorcida, sincrética, desconectada do pensamento emergente do aluno. A Faculdade Morumbi Sul tem a consciência dessa forma de apropriação cultural, e considera como uma de suas tarefas a elevação do pensamento crítico com o propósito de incentivar uma visão diferenciada da cultura, para além dos muros dos meios de comunicação. Assim, a instituição deve sempre tentar formas de desenvolver o espírito crítico para estabelecer um elo entre o cotidiano acadêmico universitário e a globalidade de vida, garantindo a continuidade dos processos pedagógicos, em ciclo de retro alimentação, cumulativo e extremamente rápido, entre a inovação e sua aplicação. Favorecer uma relação mais harmônica entre a rapidez das informações e os avanços dos processos educativos, superando o risco da fragmentação na construção do conhecimento, a partir da atitude transdisciplinar que contribui para atender aos quatro pilares da educação. 2.3 Objetivos Educacionais Os objetivos educacionais da Faculdade Morumbi Sul estão em conformidade com os princípios da sua Missão. Assim, tanto os objetivos gerais e como os específicos relativos à educação, compõem um todo, mas são identificados pela sua particularidade em relação ao âmbito de sua designação. 2.3.1 Objetivo Geral Oferecer formação profissional inicial e continuada de qualidade para o ingresso e permanência no mercado de trabalho, bem como contribuir para a formação da consciência crítica para a atuação social de maneira ética e solidária. 2.3.2 Objetivos Específicos Aprimorar a qualidade do ensino oferecido nos cursos de graduação e de pós-graduação, com o recurso de palestras, semanas culturais, encontros, simpósios e seminários relativos aos cursos oferecidos; Incentivar o aprimoramento da qualidade das práticas pedagógicas e promover a difusão dos trabalhos realizados pelos alunos e professores; Expandir a oferta de cursos e consolidar os de pós-graduação, no âmbito da especialização, voltados para o contexto da região; Estabelecer meios de comunicação entre a comunidade acadêmica, no sentido de otimizar as relações e os processos de formação; Promover ações que propiciem a relação entre as ideias e as práticas sociais. Fortalecer o vínculo entre professores e alunos, bem como entre esses e a instituição; Incentivar as práticas acadêmicas autônomas e a responsabilidade dos alunos para com sua formação profissional. 2.4 Gestão do Ensino A Faculdade Morumbi Sul é uma instituição de ensino superior isolada, portanto, seu compromisso maior está voltado para o ensino de graduação. Não obstante, já caminha no sentido de oferecer cursos de pós-graduação em nível de especialização – lato sensu. Assim, começamos a estruturar a instituição para a composição de cursos stricto sensu. Além disso, já realizamos atividades de extensão como cursos de curta duração para a comunidade interna e externa, bem como outras ações de interesse social, com vistas a contribuir com a sociedade e subsidiar as discussões e práticas acadêmicas de professores e alunos. Dessa maneira, abrangemos os princípios apresentados em nossa missão e concretizamos os objetivos propostos pela instituição para a consecução dos seus fins educacionais. Nossa preocupação com o ensino vai além da efetivação do processo de disseminação e apreensão do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade. Embora esse conhecimento seja patrimônio de todos, e que, portanto, deve estar à disposição, não o compreendemos como um dado rígido e imperecível, ao contrário, acreditamos que deva ser questionado e reavaliado constantemente, à luz das novas configurações e exigências da sociedade e das pessoas, sobretudo do mundo da produção e do trabalho intelectual e material. Não há avanço social e científico sem a democratização e autonomia de produção do saber. É nesse sentido, que a Faculdade Morumbi Sul administra sua relação com o ensino. Entendemos que ele deve criar as condições para que professor e aluno sejam estimulados a se apropriar criticamente dos conhecimentos específicos de cada área, relacionando-os com outros conhecimentos, visando à estruturação das bases para a produção de um novo conhecimento. Essa é a forma como pensamos a prática do ensino, em uma perspectiva que aponta a indissociabilidade entre o conhecimento estabelecido e a crítica transformadora desse conhecimento. Essa prática deve ser permeada pela ética e pelo aprofundamento no estudo das questões relevantes para a formação do aluno. Sabemos que a prática de um ensino investigativo se faz com o recurso da pesquisa. Embora não tenhamos o compromisso legal com essa atividade, ela está em nosso horizonte de realização, não só pela relevância social, mas pela necessidade de fortalecimento da instituição em sua atividade junto aos alunos, professores e a sociedade. Entendemos a pesquisa como um processo de produção de conhecimento re-significado a partir de substratos fornecidos pela própria ciência ou pelo senso comum. Assim, uma metodologia adequada sempre deve ter como base o propósito e relevância da pesquisa. Nessa visão não podemos esquecer que os professores e os alunos são partícipes fundamentais dessa prática, e é dessa maneira que atuaremos em um futuro breve. Nossa prática de extensão está vinculada ao ensino de graduação e futuramente à pesquisa. No atual momento, as atividades desse segmento acadêmico estão voltadas para o oferecimento de cursos de curta duração e atividades de atendimento social. Elas envolvem professores e alunos e se destinam ao publico interno e externo à instituição. Não se trata de assistencialismo, no que se refere ao atendimento à comunidade, mas uma forma de atuação dos alunos, em suas especificidades acadêmicas, com a orientação de professores. 2.5 Prática Pedagógica A prática pedagógica que consubstancia a visão de educação e formação acadêmicoprofissional da Faculdade Morumbi Sul pode ser vislumbrada nas ações que visam apresentar um conhecimento de caráter significativo ao contexto de atuação do egresso; que possibilita entender as necessidades do mercado de trabalho; que respeita o aluno em suas potencialidades e limites cognitivos e axiológicos; que inova e cria situações de experiência e exercício profissional; que agrega valores, responsabilidades e princípios éticos; que estimula o potencial criativo e construtivo do ser humano; que não se furta à avaliação e cobrança do desempenho e reconhece a necessidade da competência técnica. O desenvolvimento das competências e habilidades é fundamental ao bom desempenho profissional, bem como para a capacidade de transformar a realidade. Entendemos que a articulação dessas capacidades deve orientar o trabalho de ensino e de extensão em nossa instituição. 2.6 Práticas Acadëmico-Administrativas A Faculdade Morumbi Sul, a partir da sua Diretoria Acadêmica, em conjunto com as Coordenações de Cursos e Colegiado dos Professores, planeja e executa ações acadêmicoadministrativas com vista ao aperfeiçoamento dos seus processos de ensino de graduação e pós-graduação (lato sensu) e extensão. Nesse sentido, as principais questões relativas a essas atividades são discutidas e encaminhadas pelos três níveis hierárquicos que compõem as instâncias de decisão e/ou consulta sobre decisão. As discussões pertinentes a esse grupo dizem respeito ao projeto pedagógico dos cursos, à titulação e capacitação docente, aos cursos de pós-graduação (lato sensu) e a extensão. 2.6.1 Projeto Pedagógico dos Cursos de Graduação Os cursos de graduação da Faculdade Morumbi Sul representam a maior fatia dos serviços oferecidos pela instituição, eles é que dão legitimidade a ela. Dessa maneira a preocupação maior se justifica com essa atividade. Os cursos existentes são estruturados com base em um projeto pedagógico que delineia sua forma de execução. As diretrizes que norteiam os projetos são as estabelecidas pelo órgão oficial da educação nacional, e nesse caso específico do ensino superior o INEP/MEC. Ao elaborarmos nossos projetos pedagógicos, de cada curso, com o coletivo dos professores, observamos a legislação vigente, com uma atenção maior para a organização didático-pedagógica, constituição do corpo docente e instalações físicas e infra-estrutura material e humana. No que se refere ao aspecto da organização didático-pedagógica, atentamos para a questão da administração acadêmica; a coordenação do curso; a organização técnica e administrativa; aos alunos que serão atendidos; ao projeto do curso, no que concerne à sua concepção, currículo e avaliação; às práticas acadêmicas, que devem prever a participação dos alunos, as atividades complementares, o estágio supervisionado e o trabalho de finalização do curso. Quanto ao corpo docente, a preocupação recai não só na formação acadêmica, como na profissional, ou seja, acreditamos que é importante a experiência do professor, sobretudo em cursos de caráter mais técnico. Assim, sua prática no mercado de produção material aliada à sua visão acadêmica compõem o perfil desejado. As condições de trabalho na instituição na forma de jornada também é item relevante, além do programa de formação continuada que deve estar na pauta de responsabilidade da instituição. Também é fundamental que a instituição planeje ações de verificação de atuação e desempenho do docente no ensino e nas demais atividades de extensão. As Instalações físicas e a infra-estrutura material constituem o terceiro aspecto de alta relevância na estruturação do projeto pedagógico dos cursos. Esse item revela uma preocupação com o ambiente destinado à biblioteca e aos laboratórios específicos, bem como com o acervo, os materiais para manipulação e os profissionais capacitados para o atendimento e auxilio nas atividades de ensino. Boa parte das instalações, assim como da infra-estrutura e dos recursos materiais e humanos, no caso da Faculdade Morumbi Sul, é utilizada de maneira comum pelos alunos e professores dos diferentes cursos. Esse é o caso da biblioteca, dos recursos de informática etc. Segue a isso que, no que se refere à gestão acadêmica, o que for estabelecido para as atividades de um curso serve para outros. Portanto, as particularidades de cada curso restringem-se aos aspectos conceituais de cada projeto, que deve ser contemplado na sua elaboração. 2.7 Titulação e Capacitação Docente Uma das preocupações centrais da administração acadêmica e que envolve direção, coordenação e professores, diz respeito à titulação e a atualização do corpo docente. A observância à titulação remete não somente ao atendimento à legislação do ensino superior, mas, sobretudo à competência do professor. Contratar docente com titulação ou mesmo incentivar que ele conclua o mestrado ou doutorado é uma tarefa que se revela não muito fácil. Primeiro porque nem sempre há disponibilidade de profissionais titulados no mercado, segundo, porque o incentivo para os estudos depende muito mais do professor que da instituição. Não obstante, a Faculdade Morumbi Sul, ao contratar, privilegia aqueles que possuam maior titulação, além de incentivar que os atuais professores do seu quadro façam mestrado e doutorado. Também promove a realização e financia participação dos docentes em cursos, encontros, palestras e debates relativos ao seu campo de estudo, com o objetivo de contribuir para a formação continuada visando, conseqüentemente, a melhoria do ensino que oferece aos seus alunos. 2.7.1 Qualificação e Capacitação Docente A política de qualificação do corpo docente tem como propósito estimular o aperfeiçoamento e atualização dos professores incentivando-os a produzir e divulgar o seu conhecimento e o da instituição, através de participação em congressos, encontros científicos, culturais e tecnológicos. Esta política visa fundamentalmente à qualidade de seu trabalho com os alunos. Após a quinta aplicação, será oportuno empreender uma revisão da política adotada, com o objetivo de facilitar o acesso aos benefícios e implementar procedimentos de mensuração dos impactos de sua concessão. 2.8 Pós-Graduação A Faculdade Morumbi Sul iniciou suas atividades acadêmicas no âmbito do ensino de graduação no ano 2000. Após a conclusão da primeira turma, ou seja, aproximadamente 5 anos depois, com os cursos regularmente autorizados e reconhecidos pelo órgão competente, ela iniciou seus cursos de pós-graduação – especialização – lato sensu. Consideramos que essa margem de tempo foi necessária para aprofundar algumas diretrizes do ensino de graduação e compreender a dinâmica das atividades no ensino superior. Neste momento, estamos tentando consolidar nossas práticas acadêmicas na pós-graduação lato sensu, com vistas estruturar os futuros cursos de mestrado. 2.8.1 Cursos de pós-graduação – especialização (lato sensu) Os cursos de pós-graduação oferecidos pela faculdade Morumbi Sul têm como proposta a formação profissional continuada daqueles que estão atuando ou pretendem inserir-se no mercado de trabalho. Seu objetivo é ampliação, atualização e capacitação daqueles que procuram a instituição de ensino superior. Atualmente os cursos oferecidos são Administração em Recursos Humanos, Auditoria Financeira e Psicopedagogia. Os cursos são propostos por um grupo de professores, ou solicitados pela direção acadêmica ao colegiado de curso de graduação e levado para apreciação e aprovação do Conselho Superior. 2.9 Extensão As realizações da Faculdade Morumbi Sul no que se refere às atividades de extensão estão circunscritas ao oferecimento de cursos de curta duração para a comunidade interna e externa e ações de interesse mais social, porém sem perder o foco na principal atividade da instituição, ou seja, o ensino de graduação. Os cursos oferecidos são propostos e ministrados por professores do quadro permanente, com a anuência da coordenação de curso e da direção acadêmica. Os cursos variam de acordo com o semestre e dependem da disponibilidade e proposição do corpo docente. A carga horária varia de 20 a 40 horas e geralmente são realizados aos sábados. Alguns cursos já realizados são Português e Inglês Instrumental, Ortografia, Arte de Contar Historia, Matemática Financeira no Excel, Sexualidade e o Amor no Cenário Escolar e LIBRAS. Além das atividades de extensão, há outras voltadas, particularmente, para o público externo como Alfabetização de Jovens e Adultos, executada por alunos da licenciatura com a supervisão de professores; o Trote Solidário, que visa angariar alimentos destinados a instituição de ação social, prática visa conscientizar para a realidade e despertar a espírito crítico e solidário. 2.10 Avaliação Avaliar é ato que faz parte do nosso cotidiano, tanto de maneira espontânea, quanto formal. Com grande representatividade e significados específicos, a prática da avaliação está incorporada ao universo de professores, estudantes e escola de tal forma que é geralmente considerada uma exclusividade das instituições educativas. Não obstante, exames avaliativos para serviços públicos já eram realizados há mais de dois mil anos na China e na Grécia. Entretanto, é no campo educacional que a avaliação ganhou destaque. Daí a necessidade de criar uma cultura de avaliação que subsidie o trabalho acadêmico com vistas a auxiliar o processo de formação do aluno. Nossa proposta de avaliação, baseada no entendimento acima, foi edificada no sentido de utilizá-la com o intuito de estabelecer uma relação entre os conhecimentos acadêmicos e as práticas profissionais e sociais, assim, ao âmbito interno do processo, incluímos questões do contexto real. Essa perspectiva nos colocou a tarefa de iniciar uma ampla discussão interna com a comunidade acadêmica – professores, alunos e funcionários, visando a promover um fórum para discussões a respeito dos fundamentos da avaliação. Elegemos alguns textos para leituras sobre avaliação, tanto aquela que se refere ao processo de ensino e de aprendizagem, quanto a institucional. Dentre a bibliografia privilegiada está Dias Sobrinho (2000; 2003), Belloni (2003), e Ristoff (2003). 2.10.1 Avaliação do Processo de Ensino e de Aprendizagem A concepção de avaliação do processo que envolve o ensino e a aprendizagem da Faculdade Morumbi Sul está alicerçada em uma concepção piagetiana de que o conhecimento é uma construção particular de cada individuo, que se utiliza e interage com a realidade numa atribuição de sentido às situações. Assim, privilegiamos um modelo de avaliação caracterizado pela relação dialética entre os saberes acadêmicos e as práticas sociais e profissionais que executam em seu cotidiano. Dessa maneira, os momentos de avaliação representam situações de investigação e reflexão crítica das teorias e da realidade. A essa sistemática de avaliação denominamos Avaliação Contextualizada. Essa prática representa uma concepção de academia como espaço de crítica e construção de saberes e conhecimentos. Uma construção que, embora subjetiva, é realizada em um espírito de coletividade. Um ambiente em que os conflitos e as contradições originadas pelos saberes e pelas diferenças sociais e científicas possuem um papel de instigadores do processo de formação do futuro profissional. Com essa perspectiva, o processo de avaliação se constitui em uma investigação crítica de uma dada situação que permite, de forma contextualizada, compreender e interpretar os confrontos teóricos e práticos, as diferentes representações dos envolvidos, e as implicações na reconstrução do objeto em questão. Nessa visão de avaliação foi necessário reavaliar o próprio currículo dos cursos, bem como a metodologia de trabalho dos professores, o que implicou um novo planejamento envolvendo os aspectos técnicos e estruturais do currículo, além do componente ético e político, com vista à realização plena dos fundamentos sociais. Uma nova postura em relação à avaliação também colocou o desafio de conceber uma nova postura para o processo de ensino e de aprendizagem. Assim, consideramos que deve ser materializado na expressão de uma síntese concreta da participação ativa e pessoal do aluno e a necessária intervenção do professor, cuja avaliação deve primar por: Orientar o aluno em seu processo acadêmico; Apresentar, ao longo do percurso, estudos e discussões, informações úteis para verificar a qualidade da aprendizagem; Identificar as dificuldades dos alunos e auxiliá-los na superação; Envolver os alunos em situações de pesquisa; Reconhecer que o aluno é autônomo; 2.10.2 Avaliação Institucional Nossa visão é a de que a avaliação institucional visa indicar caminhos para a busca contínua da excelência da Instituição, fornecendo indicadores e estratégias para atingir os objetivos propostos, bem como para a implantação de ações eficientes, eficazes e de utilidade social. Para tanto, a avaliação deve ser entendida como um processo de auto-avaliação (Belloni, 2003). Como resultado, o que se pretende é a transformação contínua, a partir da reavaliação dos resultados obtidos, que devem, conseqüentemente, gerar novas estratégias, novos procedimentos e o estabelecimento de metas e diretrizes — primeiramente pedagógicas, mas sempre vinculadas às necessidades e demandas da comunidade. Assim, a avaliação institucional que realizamos abrange o conjunto de atividades de ensino e de aprendizagem desenvolvido na e pela Instituição, englobando os seguintes aspectos: avaliação de curso, avaliação de disciplina, avaliação do desempenho docente, avaliação do desempenho discente, avaliação da infra-estrutura física e técnica e avaliação da extensão social. Avaliar qualquer um desses aspectos implica, necessariamente, avaliar os demais. É por esse motivo que estabelecemos como ponto de partida a missão e o objetivo da instituição, que é “Promover a educação superior e suas áreas correlatas, com o aprimoramento da relação ensino-aprendizagem e a prestação de serviços à sociedade, efetivada por meio de uma gestão profissional que visa a contínua melhoria de processos e atividades, tendo como condicionante a viabilidade financeira, e como objetivo final a melhoria da condição social dos indivíduos e a satisfação plena de seus parceiros internos e externos”. Nossa proposta de avaliação institucional está baseada na ideia proposta por Belloni (2003), sustentada em uma perspectiva de avaliação formativa, orientada para a mudança. Acreditamos que a matriz apresentada pela autora é capaz de evidenciar a qualidade, mediante a identificação de acertos e dificuldades, conscientizando a instituição sobre si mesma. Por conceber essa avaliação como diagnóstico substantivo, nossa meta é o autoconhecimento e a tomada de decisão, que visam o aperfeiçoamento da instituição. O modelo sugerido por Belloni (2003), apresenta a avaliação institucional ancorada em duas dimensões: atividades-fim e atividades-meio. A primeira está relacionada à missão da instituição e a segunda se refere à gestão da IES. Esses dois pólos, segundo a autora, expressam o funcionamento de uma instituição de ensino superior e facilitam a comunicação, além de evidenciar a estreita relação entre ambos. Assim, entendemos que a avaliação representa uma necessidade e não um instrumento puramente meritocrático – voltado para a regulação, controle e estabelecimento de normas e padrões de status e excelência. Sua legitimação reside na capacidade de apontar transformações em direção à conquista permanente da qualidade.