24 desporto TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013 Desde 1952 perto do mar e dos madeirenses www.clubenavaldofunchal.com PUB Atualidade O jet ski que nos eleva Os pilotos do Naval, Tiago Sousa e Rui Sousa, continuam a elevar o nome do clube aos lugares de topo, quer nas provas nacionais, quer nas competições internacionais. Tem sido assim nos últimos, prova que estamos perante os melhores valores do jet ski português. No início de agosto, em Viverone (Itália), Tiago sagrou-se, pelo segundo ano consecutivo, Campeão da Europa na classe Ski GP1, numa prova em que não deu hipóteses à concorrência. Um título que lhe deu ainda maior confiança para acelerar no Campeonato do Mundo, que teve início no fim de semana passado, precisamente naquele lago da “bota da Europa”. A prova não correu como esperado, fruto de vicissitudes diversas, mas Tiago tem ainda mais três etapas, na China, Dubai e Qatar, para mostrar o seu valor e o emblema do Naval. Já o seu irmão, Rui Sousa, optou por este ano concentrar o seu esforço apenas na competição nacional e o resultado foi erguer, pelo oitavo ano seguido, o título de Campeão. Também neste caso, de uma forma que não deixou dúvidas a ninguém. Embora as dificuldades sejam reais e transversais a todos os setores, estes resultados dão-nos alento para continuar a apostar no jet ski e na formação de jovens pilotos, também como outra forma de rentabilizar o espetacular mar que temos entre nós, e que já foi palco de grandes provas. Acreditamos que essas imagens, que muitos guardam na retina, podem voltar a espalhar-se pelo mundo. Bom fim de semana Mafalda Freitas Presidente Conheça Melhor os Atletas do Naval - Bruno Freitas e o Micro Magic do Naval «A base de tudo é o convívio» Olhava para as pequenas embarcações telecomandadas como brinquedos, as mesmas que o conduziram a provas internacionais. Antigo praticante de pólo aquático, Bruno Freitas nunca imaginou que, aos 33 anos, fosse um dos acérrimos velejadores do micro magic regional. O que antes chamava de brincadeira, é agora alvo de grande dedicação, que até já o levou a ser tripulante numa embarcação da classe cruzeiro. O que o levou ao comando de uma micro embarcação? Começou como uma brincadeira. Olhava para o micro magic como um brinquedo, até que fui com um amigo, que tinha um barco de 1 metro [IOM], e experimentei. Logo a seguir comprei também um IOM e comecei a participar nas provas. Lembro-me até que vencei uma delas, mas nessa altura não havia verdade desportiva, porque os barcos eram diferentes, até que, por iniciativa do Omar Vieira [outro dos elementos da primeira equipa navalista], a classe uniformizou-se, aplicaram-se as regras e a modalidade começou a crescer. Afinal, é uma brincadeira ou não? (risos) É um desporto competitivo, muito tático, que exi- ge boa afinação, etc. De brincadeira tem pouco, até porque quem pretende obter resultados necessita de muita dedicação. Eu sou o exemplo perfeito disso, porque na altura em que estive muito envolvido na modalidade, nos treinos e etc., foi quando participei nas provas internacionais. No Mundial da Suécia, parti com o objetivo de ficar nos 25.º lugar (entre 50 velejadores) e acabei em 16.º lugar. Neste momento, por razões pessoais, não me dedico tanto e os resultados refletem isso. O Ricardo Sales [atleta do Naval], por exemplo, tem evoluído muito graças ao tempo que passa na água. Como nas outras modalidades, aqui não há segredos, conta a dedicação. O convívio é parte forte do micro magic… É fundamental, é a base do micro magic. Isto é como uma família, telefonamo-nos uns aos outros para combinar convívios e treinos, partilhamos as ‘descobertas’ técnicas, táticas, de afinação. É graças a este espírito que a modalidade sobrevive, especialmente nesta altura de crise, em que torna-se complicado fazer qualquer investimento. Está quase a começar a temporada. Quais os objetivos? Tal como na época passada, decidi não participar a nível nacional, o que, à partida, torna as coisas menos aliciantes, digamos assim, embora estejamos a estudar a participação numa prova no estrangeiro. De qualquer modo, os velejadores madeirenses estão entre os melhores a nível nacional, pelo que chegar ao topo do regional já é bom. A frota é coesa e uniforme, tudo é possível. Cirilo Borges