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// Transportes
Reestruturação
dá 9 milhões
de passageiros
a privados
no Norte
Linhas que vão para privados, ou em que estes
ficam dominantes, valem 37 mil passageiros/dia
FILIPE PAIVA CARDOSO
filipe. [email protected]
A redução, suspensão ou adaptação das
ligações da Sociedade de Transportes
Colectivos do Porto (STCP) vai entregar
aos privados da Área Metropolitana do
Porto (AMP) linhas procuradas por 37
mil pessoas em média por dia útil, valor
que num ano equivale a 9,3 milhões de
passageiros, ou 7% do mercado da região
que vale 605 mil passageiros diários.
Em troca, a STCP reduz a oferta para 22
milhões de quilómetros por ano, -25%,
não havendo estimativas da poupança
-
irá originar.
relativos à procura em
cada linha que a STCP vai deixar para
os privados vêm referidos no estudo do
grupo de trabalho sobre a rede de transque a reestruturação
Os números
portes pedido pelo governo. Segundo o
documento,
permitam
"espera-se que as alterações
à STCP melhorar os resulta-
dos" ao mesmo tempo que se aumenta
a rentabilidade dos privados: "Estima-se
como positivo o impacto" para "os operadores privados do recuo da STCP para
a sua área central, em termos de aumento da operação e de rendibilidade".
O estudo encomendado pelo governo
detalha a procura média diária em 16
ligações operadas pela STCP, que valem
um total de 36,9 mil passageiros. Mais
de 56% desta procura concentra-se em
-
-
69, 804, 70 e 55 e todas
quatro ligações
estas deverão ficar da inteira responsabilidade da Empresa de Transportes Gondomarense (ETG).
UNHA 69. BOLHÃO - SEIXO Segundo o estudo, "esta linha apresentava em Maio de
2011 uma procura diária de cerca de 6100
passageiros". Neste particular o grupo de
trabalho
propõe "a entrega da operação
à ETG, empresa que possui a respectiva
concessão", já que a "STCP não tem a concessão da linha", salientando que "não se
justifica a subcontratação que actualmente existe". Assim, as medidas sugeridas
são "acordar a rescisão do contrato entre
a ETG e a STCP", ficando a "ETG a operar nesta linha". Além disso, "o término
desta linha passará a situar-se numa
entrada do Porto, junto ao Metro".
À imagem desta linha, também a 68
[Hosp. São João
Gondomar] e a 70
[Bolhão - Ermesinde], têm o mesmo destino: como a STCP não tem a concessão,
"propõe-se a entrega da operação à empresa que a possui", a ETG. A linha 68 é procurada por 1900 pessoas por dia enquanto a 70 "apresentava em Maio de 2011
uma procura de cerca de 5100 passageiros por cada dia útil", detalha o estudo.
-
agressão, com garantias
UNHA 804. HOSP. S. JOÃO - S. PEDRO Esta
linha "assume um papel importante no
transporte do eixo de S. Roque para a
sendo a única linha que
Circunvalação,
permite esta ligação sem transbordo",
explica o estudo. Para esta ligação é
sugerido quase um pacto de não agressão entre a STCP e a ETG: "A concessão desta linha pertence à STCP", sendo que a ETG "propõe alterar esta linha
em toda a sua extensão, baseada nas
de não replicar ofertas
-
Empresa de Transportes
Gondomarense fica com
56% da procura que
STCP vai abdicar ou 20
mil passageiros por dia
-
que dispõe no mesmo eixo".
Em resultado, e "no sentido de viabilizar a globalidade do acordo, a STCP
suspende a operação desta linha acolhendo a proposta da ETG", que fica
assim com a "procura diária de cerca
de 5600 passageiros" desta ligação. Em
troca "há o compromisso da ETG de
Quanto à linha 55 [Bolhão
Baguim],
esta está hoje dividida entre a ETG e a
STCP. Agora, e "por acordo entre a STCP
e a ETG, aquela suspende a operação no
percurso concessionado" ficando "a ETG
total da operacom a responsabilidade
dia
útil nesta ligaA
ção".
procura por
ção é de 3900 passageiros.
não aumentar redundâncias
linhas da STCP".
AS OUTRAS As restantes
concessões
com as
linhas de que
abdicar valem 16 mil passageiros diários e cinco têm uma procura superior a mil utentes/dia: 503,
505, 507, 508, 707. Nestas, quatro ficarão com a Resende - valem 8300 passageiros/dia - e a outra fica para a Maia
a STCP vai
Acordo entre STCP e
empresa privada prevê
quase um pacto de não
P&R
O plano do
governo além
da poupança
financeira
Entrega de linhas na Área
Metropolitana do Porto
A STCP abdica de várias
ligações na região, que ficam
entregues aos privados. Estas
são sobretudo as linhas que
saem do Porto para
Gondomar ou Maia. Nestas
ligações viajam perto de 37 mil
passageiros a cada dia útil, ou
Transportes. Na linha 503, a STCP abdica de um percurso que vale 44% da procura total entre a Av. Vasco da Gama
e Gatões
para evitar sobreposições de
9,3 milhões de passageiros
por ano valor que não inclui
os fins-de-semana.
-
6100
São os passageiros registados
em média por cada dia útil
na linha 609 da STCR
entre Bolhão e Seixo.
Como a transportadora
não
tem a concessão, rescinde
o contrato e esta linha fica
entregue à Empresa de
Transportes Gondomarense.
Perfil do utilizador de
transportes no Porto
Um estudo de 2003, citado
agora pelo grupo de trabalho,
aponta que o tempo médio de
-
percurso com o operador privado. A
ligação de que a STCP abdica passa
então para a Resende. Também na 508
ocorre o mesmo: a STCP abdica do percurso final, sendo este assumido pela
Resende.
Já nas 505 e 507, que valem seis mil
passageiros, o estudo refere que a STCP
suspende o seu serviço, ficando ambos
nas mãos da Resende que, em troca, deve
reduzir algumas das suas linhas que
entram no interior da cidade do Porto.
A última linha com uma procura
superior a mil passageiros diários de
que a STCP sai é a 707. A STCP "acordou em suspender a operação, passando a mesma para a responsabilidade
da Maia Transportes", já que esta
empresa privada, juntando esta ligação à sua rede, consegue "uma maior
rentabilização de outras linhas que
exploram o local".
espera pelos transportes no
Porto era de 15 minutos e que
cada passageiro viaja cerca de
29 minutos. Além disso, 47%
dos utilizadores do sistema de
transportes da região referiu
efectuar entre 40 e 59 viagens
mensais.
Privados a operar na Área
Metropolitana do Porto
No final de Novembro de
201 1 , contavam-se 34
empresas privadas de
transportes na região, com um
total de 2200 autocarros
e com 3650 trabalhadores.
A oferta destas empresas
ascendia a 132 milhões de
quilómetros por ano. Entre as
34 empresas, nove faziam
concorrência à STCP.
605
É o total de
mil passageiros.
passageiros nos transportes
da Área Metropolitana do
Porto a cada dia do ano. As
empresas de transportes da
região registaram mais de 220
milhões de passageiros em
2010, segundo os dados
recolhidos pelo estudo.
-147
Grupo de trabalho abdicou de
fazer propostas sobre o Metro
do Porto porque concluiu que
"as quatro hipóteses
analisadas" pela empresa
levavam "a agravamentos dos
resultados mensais da
operação entre 55 mil e 147,5
mil euros".
Impacto nos passageiros da
reestmturação da Transtejo
O corte ou redução das
ligações da Transtejo, por
obrigar utentes a procurar
outro meio para efectuar o
percurso, acarreta aumentos
de 1 7% a 1 1 5% no custo por
trajecto a milhares de utentes.
Os mais prejudicados são
mesmo os idosos ou os
Transtejo corta 42,8 mil
viagens num ano
pensionistas,
que arcam com
mais 97% de custos.
Transtejo,
As medidas
propostas pela
e aceites pelo grupo
de trabalho, apresentam uma
redução total de 42 800
64360
Embarques diários no Montijo,
Seixal, Cacilhas, Trafaria e
Barreiro. Barreiro é o que
regista a maior procura, com
31 mil embarques, seguido de
Cacilhas, com 21 ,5 mil. A
viagens por ano, ou seja, um
corte de 23,7% nos lugares
por quilómetro anteriormente
oferecidos pela empresa aos
utentes. A empresa estima
poupar 7,2 milhões de euros
menos 21 % face a 201 0.
Trafaria, segundo o estudo,
conta apenas com 1890
embarques diários.
Modo fluvial. Tarifas
sobem até 115%
com redução da oferta
Só a alteração da linha
Seixal
Cais do Sodré
obriga pensionistas
a pagar mais 97,3%
face ao trajecto actual
-
A Transtejo, com os cortes e
adaptações de oferta com que
avançou no final de Fevereiro,
estima poupar 7,2 milhões de
euros por ano em combustível,
faria
dos transportes,
a supressão ou
redução de frequências da Trans-
tejo tem um forte impacto em
muitos utentes, obrigados a procurar alternativas de percurso
um preço bem mais alto que
até agora. Os exemplos avançados são vários. Na ligação Traa
- Belém
Brandão
to em 16,89% dos passageiros
SUBIDAS INDIRECTAS DA
RENOVAÇÃO DA OFERTA
•
•
•
-
Na ligação Trafaria
Porto
Brandão
Belém, alterações
obrigam passageiros de
perfil normal a pagar mais
16,38%, quase mais 10
euros mensais.
Na ligação Seixal
Cais do
-
pessoal, manutenção e operação de instalações fixas. Para
este valor ser atingido, contudo, uma considerável franja dos
utentes dos serviços fluviais têm
de arcar com subidas de 97%,
103% ou mesmo de 115% face
aos percursos anteriores.
Segundo o estudo do grupo de
trabalho sobre a reestruturação
- Porto
a redução da oferta, diz o grupo de trabalho, deverá ter impac-
-
Sodré, alterações ao fim-de-semana obrigam idosos a
pagar mais 97,31 %, quase
mais 22 euros mensais.
Na ligação Seixalinho
Cais do Sodré, alterações
ao fim-de-semana obrigam
-
passageiros de perfil
normal a pagar mais 49%,
quase mais 25 euros
mensais.
que usam esta linha e "que supor-
tarão subidas nas tarifas na
ordem dos 115,44%, caso optem
pelo tarifário
mais barato actualmente disponível". Um salto que
significa pagar 44,94 euros pelo
que antes custava 20,86 euros.
Em relação aos cortes ao fim-de-semana na ligação Seixal
Cais do Sodré, o grupo de trabalho aponta que "82,69% dos pas-
-
sageiros" desse período acabarão por ver "a sua tarifa média
aumentar em cerca de 29,82%".
Entre os restantes, 9% são idosos e pensionistas
que "terão
um aumento de 97,31%, devido
sobretudo à inexistência de títulos" específicos. Já a redução da
oferta na linha aos dias úteis vai
obrigar 73% dos passageiros a
pagar mais 46% pelos transportes, ao passo que os idosos terão
de pagar mais 88%.
Quanto à ligação entre Seixalinho (Montijo) e Cais do Sodré,
a redução da oferta e de frequências aos fins-de-semana e
dias úteis afecta "cerca de 23%
da procura média mensal" da
linha. Considerando os passa-
geiros registados
ao fim-de-
semana, diz o grupo de trabalho, "cerca de 75,18% (...) verão
a sua tarifa média aumentar
em cerca de 49%", de perto de
50 euros para quase 80 euros,
enquanto idosos e reformados,
ou 13% da procura, terão de
arcar com um aumento de
de pouco mais de 20
86,6%
euros para 40 euros.
Já em relação aos passageiros
que utilizam esta ligação aos
dias de semana, "cerca de 72,9%
-
são passageiros com perfil normal e verão a sua tarifa média
aumentar em cerca de 49,89%".
Já os estudantes e crianças "terão
um aumento médio de 50,9%",
ficando
os idosos
com a cereja:
"Os grupos 3." Idade e Reformados/Pensionistas terão o maior
aumento, cerca de 93,52%, devido à inexistência
de títulos"
espe-
cíficos
nesta linha, detalha o
estudo.
HFC.
-
O estudo
encomendado pelo
governo
detalha a
procura diária média por
dia em 16
ligações
operadas
pela STCP
JOSÉ COELHO/LUSA
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