História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br Rituais e festas populares na Idade Moderna. Clarissa Kogik Gottfried Graduada no curso de História da UFPR Bacharel em Direito pela Unicuritiba Resumo Neste trabalho será realizada uma abordagem sobre as festas e rituais populares na Europa no período da Idade Moderna. Os principais rituais analisados aqui são o carnaval, o charivari e também um breve estudo sobre a Cocanha, bem como a relação entre estas festividades e a sociedade envolvida, analisando a simbologia destas festividades para o período. Ainda, realizar-se-á também uma análise sobre duas pinturas realizadas no período por Pieter Brueghel, chamadas “Cocanha” e “A luta entre o Carnaval e a Quaresma” também referentes a estes temas, Palavras-chave: festas populares, cocanha, carnaval 1 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br Neste texto será feita uma análise das festas populares e de rituais que ocorriam na idade moderna na Europa por meio de imagens do período e pela historiografia do período, dando um enfoque para as festividades que eram realizadas naquele tempo. Neste sentido, podemos iniciar com a análise do texto de Maurice Aymard, “Amizade e convivialidade”, presente no livro “História da vida privada” (ARIES, 1991), que apresenta alguns aspectos peculiares da vivência e convivência das pessoas naquele período. Um aspecto interessante apresentado por ele é o de que muitas vezes a amizade e o parentesco se confundem no cotidiano das pessoas, ou seja, ao contrário do que ocorre muitas vezes hoje, geralmente os amigos se resumem nos parentes de tal pessoa, uma vez que os casamentos e a convivência diária se dão neste fechado círculo social. Este detalhe da vida cotidiano, o autor aponta que ocorria em diversas áreas da Europa, em especial na região da França Sendo assim, podemos neste sentido analisar outro trecho do mesmo livro que também trata sobre aspectos do cotidiano, escrito por Daniel Fabre, em “Famílias. O privado contra o costume”. Ele apresenta que é justamente no âmbito familiar e da amizade é que ocorrem alguns dos ritos mais comuns neste período, como o charivari, os maios entre outros. Com base neste contexto, portanto, abordaremos aqui as características e peculiaridades dos rituais populares que ocorriam na sociedade européia deste período, mais especificadamente no que se refere às festividades daquele local. Para dar início à esta análise, podemos observar o texto de Michel Vovelle (VOVELLE, 1991) que realiza um estudo sobre a realização das festas e a suas evoluções na sociedade ao longo dos anos. De início, ele afirma que a história e a historiografia nem sempre se importou muito com as festas e manifestações populares do gênero, uma vez que estas eram vistas da mesma forma que as obras de arte, ou seja, como uma mera ilustração, uma mera festividade sem importância histórica, indigna de uma análise mais detalhada. Porém, não é difícil perceber que estes ritos são exatamente uma expressão de como as pessoas de certo período vêem o mundo ao seu redor e como se relacionam com ele, ou ainda, como as relações sociais se dão e quais são suas dificuldades, anseios, desejos e perspectivas sobre o futuro ou o passado. Lembrando ainda que na Idade Moderna, muitos dos motins e revoluções se iniciaram ou terminaram em uma festividade, ou seja, estes rituais celebram o início e o fim de períodos 2 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br conturbados, tendo grande importância ideológica também devido às relações sociais que nestas festas se estabelecem, além da expressão cultural que nelas estão envolvidas. Vovelle demonstra que as festas evoluem e se transformam assim como ocorre na História, e que muitas vezes estas mesmas festas são realizadas em momentos distintos, por sociedades ou grupos sociais diferentes, mas que se utilizam da mesma simbologia e tentam expressar os mesmos sentimentos, ou seja, estas festividades possuem um aspecto ideológico presente não só em uma sociedade, mas sociedades diferentes como também em épocas diferentes. Além disso, ele aponta ainda que Parece-me, com efeito, verificar-se, tanto no campo histórico como nas estruturas atuais da festa, a coexistência de dois modelos que, para simplificar, denominarei: a festa e a antifesta (que é uma outra festa, mesmo que se possa duvidar). Em primeiro lugar, a festa como liturgia institucionalizada, regulada, repousando sobre a ficção da unanimidade, da comunhão sem falhas de uma comunidade. (...) Do lado oposto, está a festa carnavalesca, estrutura fulgurante da inversão e da contestação, tão antiga certamente quanto as liturgias oficiais das quais ela é o oposto. (VOVOLLE, 1991,p.252-253) Assim, Vovelle não só trata a festa como uma expressão popular, mas a trata como uma instituição presente e necessária na convivência das pessoas da idade moderna para a expressão de suas ideias e sentimentos, ou até mesmo, algumas vezes eram representadas como uma forma de controle social, que influencia os pensamentos e ações sociais, assim como as outras instituições presentes no período, como por exemplo a Igreja. Peter Burke afirma que Na cultura popular europeia tradicional, o tipo de cenário mais importante era a festa: festas de família, como casamentos; festas de comunidade, como a festa do santo padroeiro de uma cidade ou paróquia; festas anuais comuns a muitos europeus, como a Páscoa, o Primeiro de Maio, o solstício de verão, os doze dias de Natal, o ano novo e o dia de Reis, e por fim o Carnaval. Eram ocasiões especiais em que as pessoas paravam de trabalhar,e comiam, bebiam, e consumiam tudo o que tinham. (BURKE, 1989, p.202) Inclusive, havia uma preparação para estas festas, em que eram utilizadas as melhores vestimentas, talheres, vasos e etc. Os gastos, em comparação com os outros dias do ano, eram 3 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br enormes. Existia também um aumento no consumo de carne e bebida. O autor afirma ainda que existiam, inclusive, peregrinações entre regiões para a participação nestas festas. Uma abordagem interessante que se deve levar em conta é que estes rituais não eram meras festividades como imaginamos, mas que cada ação possuía um significado, ou seja, cada ação representava uma ideia a ser passada, carregada de uma simbologia para aquelas pessoas que participavam e colaboravam com as festas. Continuando ainda com Burke, ele exemplifica todas estas idéias com o carnaval, que era uma grande festa muito comum no início do ano em cidades na região sul da Europa. Vale ressaltar que o carnaval não era presente em todas as regiões, mas havia festas similares na maioria das cidades. Estas festas, que ocorriam em diversos períodos do ano, eram realizadas para serem comemoradas colheitas, dias de santos, eleições, vitórias, entradas de pessoas de prestigio na cidade e outros. E, apesar de serem por motivos diferentes, todas elas possuíam elementos em comum, como a comida, a bebida e a liberdade sexual, que ocorria no carnaval. Podemos então dizer que cada festa era um pequeno carnaval, pois reunia todos os elementos principais desta festa. Tratando especificadamente do carnaval, Ladurie (LADURIE, 2002) aponta as origens da festa com o festival de inverno feito pelos pagãos, na medida em que (...)reproduz diretamente certos ritos que haviam preexistido ao cristianismo nas festas de inverno pagãs tais como foram amalgamadas ao catolicismo dos humildes quando da cristianização dos campos durante o primeiro milênio, em um tempo prodigioso de bricolagem cultural. Entre esses ritos paganizantes, figuram especialmente as inversões das saturnais, as mascaradas animais e fustigações das lupercais, a cavalgada do asno, etc. (LADURIE, 2002,p.208) Burke divide ainda esta festa em três elementos centrais: o desfile, a competição e a encenação, que estavam sempre presentes nestas festividades, mesmo que com representações diferentes. O primeiro elemento, o desfile, era composto por carros alegóricos e pessoas fantasiadas que desfilavam pelas ruas comemorando e dançando. Já o segundo elemento, a competição, poderia ser uma corrida de cavalo, ou um ringue, ou também, as corridas a pé em que a população participava assistindo ou competindo. E, o outro elemento era a representação, uma peça, ou ainda, existiam também as simulações, de um assalto por exemplo. Aqui, o autor mostra um aspecto peculiar do 4 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br Carnaval, em que ele seria representado por “um homem gordo, pançudo, corado, jovial, muitas vezes enfeitado com comidas (salsichas, aves, coelhos), sentado num barril ou acompanhado de um caldeirão de macarrão.” (LADURIE, 2002,p.209) É notável perceber que esta figura seria exatamente o contrario da figura da Quaresma, representada por “uma velhinha magra, vestida de preto e enfeitada com peixes” (LADURIE, 2002,p.209). Aqui fica mais fácil de entender toda a simbologia das ações do carnaval, que acabou sendo chamado também de “mundo de ponta cabeça”. Nestas representações era muito comum as pessoas trocarem seus papeis, por exemplo, uma mulher se vestindo de homem e vice-versa. Porém, estas trocas não ocorriam somente no âmbito das vestimentas, mas também das ações, ou seja, a mulher controlava o homem, o patrão recebendo ordens de seus serviçais, homens profanos agindo como clérigos e dando sermões, entre outros. Esta idéia de mundo às avessas era muito presente no imaginário europeu da época, que criou a Cocanha, que nada mais era que um lugar utópico em que festas como o carnaval existiam todos os dias e não havia a necessidade de trabalhar para conseguir alimentação ou vestuário. Este local tinha abundância de comida, em especial de carne, e bebidas. Podemos observar então que assim como Burke, Bakhtin mostra o banquete como um elemento essencial nas festas populares. “As imagens do banquete associam-se organicamente a todas as outras imagens da festa popular. O banquete é uma peça necessária a todo regozijo popular. Nenhum ato cômico essencial pode dispensá-lo.” (BAKHTIN, 1999, p.243) Ainda, Bakhtin analisa o banquete de uma forma mais sociológica, afirmando que este costume não é um mero desperdício, mas que as culturas possuem uma crença, uma filosofia por trás desse costume, que não foi só realizado nas festas populares, mas por várias sociedades ao longo da história, como por exemplo, uma forma de agradecer aos deuses, ou ainda, uma forma de disputa entre tribos para se estabelecer sua supremacia na região. Porém, o Carnaval não se resumia meramente em encenações e comidas, existia também as formas de violência e um forte estímulo aos impulsos sexuais. Inclusive, não só as canções, mas as máscaras utilizadas nas festividades tinham forte alusão ao sexo, gerando uma oposição ao cotidiano das pessoas que deveria ser menos violento e sem uma liberdade sexual muito grande. Já no que concerne à violência, acontecia não só a violência física, mas também verbal. Era comum ocorrerem ofensas que, em excesso, geravam brigas e espancamentos. Isso 5 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br tudo ocorria devido justamente à liberdade que o Carnaval dava para as pessoas, com a utilização de máscaras e fantasias e também, devido às encenações, algumas pessoas se privilegiavam disto para até mesmo se vingar de ofensas passadas. Porém, o carnaval não possuía, inicialmente, um caráter de controle e protesto social como ocorre no charivari, que Daniel Fabre apresenta também em seu artigo. Ele demonstra que esse ritual ocorria no momento em que um velho viúvo casava-se com uma moça jovem, e este ritual, seria então uma forma de satirizar e criticar este casamento,considerado inapropriado, ou, de acordo com Levi-Strauss define sendo uma “fratura na continuidade ideal da cadeia das alianças matrimonias” (ARIES apud LEVI-STRAUSS, 1991). Lembrando também que muitas rebeliões surgem por motivo das grandes festas, inclusive, membros da alta sociedade tentam banir esses costumes para que os motins não viessem a ocorrer. Estes eventos eram também organizados e realizados pelos jovens, que, como o jogo de azar e a prostituição, geravam uma maior criminalidade, o que, ao longo do tempo, passou a ser penalizada tanto pela Igreja como pela sociedade e pelos poderes judiciários da época. Ainda, referente ao Carnaval, Bakhtin em seu livro “A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rebelais” demonstra algumas características também interessantes, ao analisar a obra de Goethe sobre esta festa popular. Ele afirma que para o Carnaval acontecer, não pode haver autorizações, controles, ou burocracias, mas apenas o povo festejando, sem que nenhuma autoridade os interrompa, ou seja, esta festa deve ocorrer sem que nenhuma instituição interfira, ou então, ela não se caracterizará como carnaval. 6 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br Podemos então estabelecer uma análise sobre algumas imagens que tratam do tema. Autor: BRUEGhEL, Pieter. A Luta entre o Carnaval e a Quaresma – 1559 - Wien Kunsthistorisches Museum Gemäldegalerie Para ilustrar melhor os aspectos do Carnaval, podemos observar a obra de Pieter Bruegel.1 Assim, em uma análise mais detalhada da obra citada, podemos dividi-la em duas metades, a do lado esquerdo representando o carnaval e a do lado direito, representando a Quaresma. Logo abaixo, no centro da obra, observamos os dois personagens representados da forma como foram descritos por Burke, o “carnaval” sentado em um barril, gordo, corado carregando uma porção de comida, e a “quaresma”, uma senhora, muito magra e pálida; e ambos estão em um tipo de batalha, com armas. Porém, o Carnaval na obra não é só representado por este personagem, mas se observarmos todas as pessoas presente ao lado esquerdo da obra, perceberemos que muitas 1 Este pintor flamenco se destacou muito, pois ao invés de criar obras sob a ótica da beleza greco-romana clássica muito presente no Renascimento, optou por ilustrar a realidade de sua época e a cultura popular. 7 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br estão comendo, festejando, jogando, bebendo e dançando, com vestimentas com cores mais alegres e claras, próximos a um restaurante, que nas palavras de Bakhtin podemos denominar como “tempo alegre”, muito comum nas festividades carnavalescas. Já no lado direito da obra, observamos pessoas muito magras, em trajes escuros próximos a uma igreja, inclusive, existem algumas pessoas mortas, muito provavelmente por inanição. Existem também algumas pessoas rezando e pedindo esmolas, ou seja, realizando atos religiosos que não coincidem com o clima do carnaval. Paira, neste lado da obra, certo ar de tristeza e doença, enquanto no outro lado, a animação, a comida em abundância nos passa um ar de alegria. Autor: BRUEGHEL, Pieter Cocanha – 1567 Outra obra que pode bem ilustrar esses aspectos da festa e da cultura popular é a obra “Cocanha”, do mesmo pintor. Esta obra apresenta exatamente a utopia do país perfeito na concepção da época. Nele, podemos observar pessoas deitadas descansando, com alimentos por toda sua volta, ou seja, eles não precisariam trabalhar para que pudessem obter comida. 8 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br Outro aspecto interessante, é o porco e a galinha presentes no quadro, apesar de estarem vivos, ambos já estão prontos para o consumo, ou seja, o porco está com uma faca em seu lombo e a galinha está em um prato. Outro detalhe é o rio, presente na parte posterior da obra, que, como diz a lenda da Cocanha, seria de leite, ou de vinho, da mesma forma o teto da casa é feito com tortas ou com pães o que representaria justamente a abundância de comida e o espírito do Carnaval, que se diferenciava do dia a dia das pessoas no período. Ainda, Hilário Franco Jr em seu livro ”Cocanha: várias faces de uma utopia” mostra que a visão deste país imaginário durou por muito tempo, desde a Idade Média até século XVII e que se diferenciava de acordo com a região da Europa, por exemplo, o país dos tolos na Alemanha, ou o Fabliau francês, mas em todas estas visões era um país de abundância de comida e descanso, como mostra o trecho a seguir: Aquele é um país maravilhoso, extremamente belo e delicioso, cheio de todos os tipos de prazeres e de luxúria. Foi descoberto apenas no ano do Senhor mil doces, quinhentas panquecas de ovos e quarenta e seis frangos assados, durante o mês da Vindima, na época das festas agradáveis. (FRANCO JÚNIOR, 1998.p.89) Ainda, outro ritual muito comum na época eram os maios, que de acordo com Daniel Fabre Tão logo se torna núbil, a moça é submetida a uma prova que, reconhecendo e celebrando essa mudança, tem lugar em cerimônias realizadas anualmente em datas fixas. Na noite de 30 de abril, maios individuais são plantados diante das moças casatórias – com isso os rapazes em grupo certamente prestam homenagem a cada uma das jovens, porém expressam ainda o juízo que fazem de sua conduta. (ARIES, 1991,p.544) Ou seja, era a forma como os jovens demonstravam olfativamente as qualidades das moças. De acordo com o autor, estas demonstrações poderiam variar desde flores, perfumes, jóias etc. para aquelas em que os rapazes demonstravam certo interesse para casar. Já, para aquelas que eram na concepção dos rapazes, esnobes, ou que sua conduta não os agradava 9 História, imagem e narrativas No 15, outubro/2012 ‐ ISSN 1808‐9895 ‐ http://www.historiaimagem.com.br eram colocados em frente à suas casas cadáveres de animais, fantoches ou eram realizadas encenações. Lembrando que, naquele período, a honra das jovens é o único objeto de censura, e não se limitava apenas à virgindade, mas também a outros aspectos como educação e comportamento. Podemos observar que em todos os aspectos das festas populares, principalmente as carnavalescas, existe uma grande simbologia como representação das necessidades, ideais e vontades do popular da época, em contraposição com o cotidiano, muitas vezes religioso das pessoas na época. Ainda, é interessantes estabelecer uma relação com estas festas e as que perduram hoje, sendo possível observar que muitas perderam o sentido original, ou seja, foram adaptadas para nossa realidade, mas não expressam as mesmas emoções e não buscam representar os mesmos objetivos. Referências bibliográficas ARIÈS, P. DUBY, GEORGE. HISTORIA da vida privada 3: da Renascença ao Seculo das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. BAKHTIN, M. M. A cultura popular na Idade Media e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. 4.ed. São Paulo; Brasilia: HUCITEC: Edunb, 1999. BURKE, Peter. A cultura popular na idade moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. FRANCO JÚNIOR, H. (Org.) . Cocanha, várias faces de uma utopia. São Paulo: Ateliê, 1998. LADURIE, Emanuel Le Roy. O carnaval de Romans. Da candelária à quarta feira de cinzas.1579 – 1580. São Paulo: companhia das letras. THOMPSON, e. P. Costumes em comum, São Paulo. Companhia das letras 1998 VOVELLE, Michel. Ideologias e mentalidades. 2a ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. 10