Recursos naturais: Renováveis versus não renováveis, resiliência e a uso sustentável. Prof° Diego Monteiro Gomes de Campos A preocupação com o meio ambiente e as consequências das ações humanas no planeta Terra são temas cada vez mais constantes em diversos meios de comunicação. Contudo, apesar do aumento da consciência ambiental, percebe-se cada vez mais também o consumismo desenfreado que as sociedades vivem. Esse consumismo visualiza o planeta como um grande recurso natural. Recurso Natural é toda matéria ou energia, oriundos da natureza, úteis para o homem. Exemplo: água, petróleo, madeira, solo, entre outros. Os recursos naturais são divididos em dois tipos: renováveis e não renováveis. Recursos naturais renováveis são aqueles que se renovam em prazo curto comparado com o tempo de vida humano. Alguns exemplos de recursos renováveis são: água, solo, matéria orgânica, biocombustíveis, e vento. Os não renováveis são aqueles que não se renovam em um prazo curto comparado com o tempo de vida humano. Por exemplo: petróleo, carvão mineral, minérios, materiais radioativos e gás natural. A natureza de forma geral pode ser considerada um recurso natural renovável, pois dentro dos ciclos biogeoquímicos existe ciclagem de nutrientes (nitrogênio, oxigênio, carbono, entre outros) em tempo relativamente curto (comparado com o tempo de vida do homem). Analisando sob esse aspecto pode-se concluir realmente que a natureza é um recurso natural renovável. Porém, atualmente, é possível perceber exatamente o oposto. Com a degradação ambiental existente, a natureza deixa de se tornar um recurso natural renovável, pois seus recursos são consumidos de forma muito mais acelerada do que a capacidade de renovação destes. A capacidade de um recurso natural se renovar após algum impacto se chama resiliência. A palavra resiliência está ligada a propriedade de algo, voltar ao estado original, após sofrer alguma alteração. Para exemplificar pode-se imaginar uma floresta no qual se faz uma extração de sementes para venda. O impacto foi a retirada das sementes e a capacidade da floresta de produzir novas sementes é a resiliência. Deste modo, percebe-se que muitos recursos naturais renováveis, têm se tornado não renováveis, devido ao não respeito da capacidade de resiliência deste recurso. Ou seja, retira-se mais do recurso natural, do que a capacidade deste de se renovar. Um exemplo disso é a questão da água. Apesar do planeta Terra possuir uma grande parcela da sua superfície coberta de água, muitas pessoas sofrem com a falta de água, pois a água doce existente muitas vezes está poluída e imprópria para o consumo. Existem diversos outros exemplos de recursos naturais, que devido a degradação ambiental, estão se tornando cada vez mais escassos, o que justifica que a natureza não seja um recurso natural renovável. Deve-se considerar o tempo que o recurso natural leva para se renovar. Por exemplo, uma floresta cujos elementos (madeira, frutos, sementes, entre outros) são retirados em quantidade e velocidade mais alta do que ela pode produzir estaremos tornando a floresta também um recurso não renovável. Essa análise leva a um questionamento: Como garantir que a resiliência de um recurso seja respeitada? Para que a natureza seja renovável deve-se utilizá-la de forma consciente. Esse uso é conhecido como uso sustentável, que significa utilizar, mas garantindo a continuidade deste recurso para as gerações futuras. A garantia dessa continuidade, ou seja, que o recurso renovável continue renovável baseia-se na consideração da sua resiliência, pensando de forma sustentável. Pensar de forma sustentável em meio a uma sociedade consumista é um grande desafio, porém não é algo utópico, pois muito já foi feito no caminho para um mundo mais sustentável e muito ainda pode ser feito.