Paideia
Parte III
Leitura Compartilhada
A literatura tem funções diversas e se
presta a diferentes usos. O motivo básico
de as pessoas lerem obras literárias, no
entanto, é a procura do prazer. Esse
prazer manifesta-se primeiramente como
entretenimento. Mas a Literatura é
diferente de outras formas de diversão.
A Menina que Não Era
Maluquinha (RUTH ROCHA)
•
Maluquinha, eu? Eu não! Não sou nenhuma maluquinha!
Quem me pôs esse apelido foi aquele menino de casacão e panela na cabeça.
Ele me botou esse apelido quando eu fui brincar na casa do Mauricinho. Eu nem
queria ir.
Mas a mãe dele telefonou pra minha mãe, ela disse que o Mauricinho era
muito tímido e que ela queria que ele brincasse com umas crianças mais... Não sei o
que ela disse, acho que ela queria que ele brincasse com umas crianças mais
descoladas...
E aí minha mãe me encheu um pouco e eu acabei indo.
A gente chegou na casa do Mauricinho e foi logo almoçar.
E depois do almoço a mãe dele botou a gente pra fazer a lição.
Eu não me incomodo de fazer lição logo depois do almoço, porque eu fico logo
livre.
Mas a mãe do Mauricinho começou a fazer uns discursos sobre
responsabilidade e coisa e tal, que a gente já era grandinha e tinha que cumprir com
os compromissos... Um saco!
Eu tô careca de saber disso! E então eu fiz minha lição correndo e o
Mauricinho ficou lá toda a vida, ele não acabava mais de fazer a lição dele. Aí eu
comecei a rodar pela casa até que encontrei um gato. Gato não, gata. Chamava
Pom-pom. Ou era Fru-fru... Ou era Bom-Bom, sei lá. E eu peguei a gata e ela estava
meio fedida.
Então eu resolvi dar um banho nela. Gato não gosta de banho, vocês sabem.
•
Mas meu avô tinha me contado que quando ele queria dar banho no gato ele botava
o bicho dentro da banheira e ele não conseguia sair e meu avô dava banho à
vontade!
Mauricinho tinha um banheiro dentro do quarto dele.
Quando eu fui chegando perto da banheira a gata arrepiou toda e eu joguei ela
bem depressa lá dentro e tapei o ralo e enchi de água.
E esfreguei a gata todinha com um shampoo todo perfumado que tinha lá e eu
estava achando que todo mundo ia gostar de ver a gata toda limpinha. A gata estava
muito infeliz e ela miava miaaauuu... e tentava sair do banho, mas meu avô tinha
razão: ela arranhava a parede da banheira, mas não conseguia sair.
Mas acho que aí caiu shampoo no olho da gata, porque ela deu um pulo e
agarrou na minha roupa e conseguiu pular fora e saiu correndo, espalhando espuma
de shampoo por todo lado e nisso a mãe do Mauricinho vinha chegando e levou o
maior susto e caiu sentada e a gata continuou correndo e assustando todo mundo e
respingando tudo de espuma.
Eu não sei quem estava mais assustado: se era o Mauricinho, a mãe dele, a
gata, ou se era eu.
Eu corri atrás da gata, mas ela pulou pela janela, atravessou o jardim, saiu
pela rua e eu atrás.
Só que no meio da rua estava a turma daquele menino, aquele da panela na
cabeça, e a gata passou pelo meio deles todos e eu atrás!
E eles levaram o maior susto, cada um correu para um lado, e atrás de mim
vinha a mãe do Mauricinho e o Mauricinho e a cozinheira e o jardineiro todos
correndo e gritando e eu resolvi correr para a minha casa e me esconder lá.
Mas no dia seguinte... a escola toda já sabia da história e aquele menino,
aquele da panela na cabeça começou a me chamar de maluquinha... Mas eu não
sou maluquinha, não! Só se for a vó dele!
Leia a história a seguir e termine-a
Há muito tempo, num reino distante, viviam
um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa
Branca de Neve. Sua
pele era branca como a neve, os lábios vermelhos
como o sangue e
os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei,
sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira
cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,
para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela
do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha!
— respondia ele.
• A Literatura , em todas as suas formas,
inclusive a infanto-juvenil, não se presta
apenas a fornecer conhecimento . Ela se
presta , fundamentalmente , ao ensino da
linguagem oral e escrita.
Características do leitor infantil e
juvenil
A criança apreende a vida por meio de sensações e
impressões. Tudo que a rodeia, em virtude da animação
que empresta às coisas e ao significado que atribui aos
seres, adquire o sentido da variedade e da
multiplicidade. A vida para ela é um múltipla.
Buscando a conquista e afirmação num mundo em que
seus sentidos e seu entendimento não conseguem
totalmente decifrar, funde e confunde o real e o mágico,
movendo-se num cosmo onde a fantasia transpassa a
vida e a vida toma aspectos de fantasia.
LITERATURA INFANTIL
• A Literatura Infantil com suas fadas e
bruxas; animais que falam e heróis
invencíveis aponta para os interesses e
anseios da criança, mostrando-lhe um
mundo de contornos imprecisos, mas
perfeitamente compreensível e aceitável,
um mundo povoado de seres imaginários,
porém vivos e atuantes dentro da lógica
infantil.
Conto de fadas
O conto de fadas caracteriza-se pela instauração de
um universo próprio, regido por normas que
apresentam um distanciamento e uma ruptura com a
ordem natural. Dotado de um caráter mágico que o
liberta das limitações e contingências do mundo
concreto, seres e situações pertencem ao plano do
maravilhoso, da verdade ilógica aceita sem surpresa ou
hesitação. O “Era uma vez...” com que tem início à
quase totalidade dos relatos coloca-o sob uma
perspectiva de verdades simbólicas, perdendo os fatos
e os seres sua logicidade e adquirindo o fantástico, o
absurdo e o impossível, características de realidade,
veracidade e a fórmula encantatória. “E foram felizes
para sempre...” intensifica o caráter de sonhos do
conto de fadas com a solução de todos os conflitos e
a realização de todos os anseios.
Fábula
A fábula é uma alegoria da condição humana. Relato curto,
freqüentemente em versos, expressa uma sabedoria popular, um imediatismo
moral e político, produto de um determinado contexto histórico. Apresentada
sob uma aparente finalidade lúdica encerra uma filosofia moralista expressa
na crítica de caracteres e costumes humanos.
Seres do mundo zoológico que falam, agem e pensam são seus
personagens
centrais.Participantes de um jogo onde sempre prevalece, a força, a
violência, a astúcia, caracterizam-se os animais por traços distintivos
constantes e por formas padronizadas de comportamento: laboriosidade da
formiga, imprevidência da cigarra, sagacidade da raposa e outros.
Um conflito entre personagens antagônicas determina a ação e conduz
o desfecho.
Popularizada por meio de Esopo e Fedro, encontrou a fábula sua maior
expressão em La Fontaine. Modernamente destacaram-se como fabulistas
Walt Disney e Monteiro Lobato. Disney apresentando animais em seu habitat
natural e Lobato instaurando a ética de situação deram nova perspectiva ao
gênero, libertando-o do moralismo e pedagogismo das fábulas tradicionais
Contos
O conto de aventura fundamenta-se na
fantasia. Esta, ao contrário do que ocorre
no conto de fadas, aproxima-se da
realidade imediata. É o mundo material
ou um cosmo imaginário possível de
concretização, o ponto de partida dos
relatos em busca da aventura, do exótico
e do inusitado.
A LEBRE E A TARTARUGA
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Uma lebre vangloriava-se de sua rapidez, perante os outros animais:
— Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida
comigo.
— Aceito o desafio! Disse a tartaruga calmamente.
— Isto parece brincadeira. Poderia dançar à sua volta, por todo o caminho,
respondeu a
lebre.
A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda
velocidade.
Mais adiante, para demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se cochilou. A
tartaruga continuou
avançando, com muita perseverança. Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho do
ponto final e não
teve tempo de correr, para chegar primeiro.
Moral da história: Com perseverança tudo se alcança.
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ESOPO
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A GANSA QUE PUNHA OVOS
DE OURO
Uma cabra e um asno comiam ao mesmo tempo no estábulo. A
cabra começou a invejar o asno porque acreditava que ele estava
mais bem alimentado, e lhe disse:
— Tua vida é um tormento inacabável. Finge um ataque e deixa-te
cair num fosso para que te dêem umas férias.
Aceitou o asno o conselho, e deixando-se cair, machucou todo o
corpo.
Vendo-o amuado, chamou o veterinário e lhe pediu um remédio
para o pobre. Prescreveu o curandeiro que necessitava uma infusão
com o pulmão de uma cabra, pois era muito eficiente para devolver
o vigor. Para isso então degolaram a cabra e assim curaram o asno.
Moral da história: Em todo plano de maldade, a vítima principal
sempre é seu próprio criador.
Esopo
A Raposa e a Serpente
Havia uma figueira à margem de um caminho.
Uma raposa viu junto a ela uma serpente
adormecida. Vendo aquele corpo tão largo, e
pensando em igualá-lo, se deitou à raposa no
chão, ao lado da serpente, e tentou estirar-se o
quanto pôde, até que por fim, de tanto esforço,
rebentou-se.
Moral da história: Não imites os maiores se não
tens condições de fazê-lo.
Esopo
A Gata e Afrodite
Uma gata que se apaixonara por um fino rapaz pediu a Afrodite
para transformá-la em mulher. Comovida por tal paixão, a deusa
transformou o animal numa bela jovem. O rapaz a viu, apaixonou-se
por ela e a desposou.
Para ver se a gata havia se transformado completamente em
mulher, Afrodite colocou um camundongo no quarto nupcial.
Esquecendo onde estava, a bela criatura foi logo saltando do leito e
pôs-se a correr atrás do ratinho para comê-lo. Indignada, a deusa
fê-la voltar ao que era.
Moral da história: O perverso pode mudar de aparência, mas não de
hábitos.
Esopo
A Raposa e o Lenhador
Uma raposa era perseguida por uns caçadores, quando viu um
lenhador e suplicou que ele a escondesse. O homem então lhe
aconselhou que entrasse em sua cabana.
De imediato chegaram os caçadores, e perguntaram ao lenhador se
havia visto a raposa. Com a voz ele disse que não, mas com sua
mão disfarçadamente mostrava onde havia se escondido.
Os caçadores não compreenderam os sinais da mão e se confiaram
no que disse com as palavras.
A raposa, ao vê-los irem, saiu sem dizer nada.
O lenhador a reprovou porque, apesar de tê-la salvo, não
agradecera, ao que a raposa respondeu:
— Agradeceria se tuas mãos e tua boca tivessem dito o mesmo.
Moral da história: Não negues com teus atos, o que pregas com
tuas palavras.
Esopo
O ADIVINHO
Acomodado em uma praça pública, um adivinho se ocupava em seu
ofício. De repente aproximou-se dele um homem, avisando que as
portas de sua casa estavam abertas e que haviam roubado tudo o
que havia em seu interior. Levantou-se em um salto e correu,
desengonçado e suspirando, para ver o que havia acontecido. Um
dos que ali se encontravam, vendo-o correr lhe disse: — Olhe,
amigo! Tu que dizes prever o que ocorrerá aos outros, por que não
previu o que se sucederia a ti?
Moral da história: Sempre há pessoas que pretendem controlar o
que não lhes corresponde, mas não conseguem administrar suas
próprias coisas.
Esopo
O camelo, o elefante e o macaco
Votavam os animais para eleger um rei. O camelo e o
elefante se puseram a disputar os votos, já que
esperavam ser preferidos por causa de seu tamanho e
sua força. Porém, chegou o macaco e os declararam
incapazes de reinar.
— O camelo não serve - disse - porque não se
encoleriza contra os bandidos e o elefante tampouco
nos serve porque teremos de temer o ataque do
marrano, animal a quem teme o elefante.
Moral da história: A maior fortaleza sempre se mede no
ponto mais fraco.
Esopo
O cão dorminhoco e o lobo
Como estava dormindo à porta de um estábulo, um cão foi
surpreendido por um lobo que se lançou sobre ele, pronto para
devorá-lo. Mas o cão lhe pediu para adiar o sacrifício:
— Agora - disse ele - estou raquítico e doente. Mas espera um
pouco, meus donos estão para comemorar suas núpcias; comerei
muito e, bem gordinho, serei para ti um prato delicioso. O lobo
acreditou nele e se foi. Alguns anos depois, ele voltou e viu que o
cão estava dormindo no andar de cima da casa. De baixo, ele
chamou:
— Lembras de mim - disse ele - daquilo que combinamos?
O cão então falou:
— Ô seu lobo, quando me vires de agora em diante dormir diante
do estábulo, não esperes mais as núpcias.
Moral da história: Uma vez salvo do perigo, o homem sensato se
previne para sempre.
Esopo
O camponês e os cães
Um camponês ficou preso em seu estábulo pela
tempestade. Como não podia sair para procurar
alimento, começou a comer seus carneiros. Como a
tempestade continuasse, devorou as cabras. No terceiro
dia, como não houvesse melhora, matou os bois de
arado. Vendo-o agir assim, os cães falaram entre si:
— Vamos embora, pois se o nosso dono não hesitou em
matar os bois, por que iria nos poupar?
Moral da história: Resguardemo-nos de quem não hesita
em fazer o mal a seus próximos.
Esopo
LOBO EM PELE DE CORDEIRO
Um dia, o lobo teve a idéia de mudar sua aparência para
conseguir comida de uma forma mais fácil. Então, vestiu
uma pele de cordeiro e saiu para pastar com o resto do
rebanho, despistando totalmente o pastor. Para sua
sorte, ao entardecer, foi levado junto com todo o
rebanho para um celeiro. Durante a noite, o pastor foi
buscar um pouco de carne para o dia seguinte.
Chegando no celeiro, puxou a primeira ovelha que
encontrou. Era o lobo fingindo ser um cordeiro.
Moral da história: Sempre que enganamos os outros,
pagamos pelo nosso erro logo em seguida.
Esopo
A Reunião Geral dos Ratos
Há muito tempo, em uma fazenda, um gato, ótimo caçador de ratos, andava fazendo
um grande estrago entre a rataria. Caçava tantos ratos que os sobreviventes
estavam quase morrendo de fome, pois tinham muito medo de sair de suas tocas.
Como o problema havia atingido grandes proporções, os ratos resolveram marcar
uma assembléia para tentar encontrar uma saída.
Esperaram uma noite em que o gato dormiu profundamente no topo da chaminé e
reuniram-se no celeiro. A apreensão era grande, todos estavam nervosos, mas um
rato teve uma idéia e falou:
— A melhor maneira de nos defendermos é pendurarmos um sino no pescoço do
gato.
Assim, quando ele se aproximar, escutaremos o sino e teremos tempo para fugir.
Foi uma grande festa. Todos adoraram a idéia e aprovaram com aplausos. Mas um
rato mais velho, que estava em cima de um saco de milho, pediu a palavra e disse:
— A idéia é muito boa... é boa sim, mas... Quem é que vai pendurar o sino no
pescoço do gato?
Silêncio geral. Um a um, os ratos foram se retirando, e acabou-se a assembléia geral
dos ratos.
Moral da história: Falar é fácil, fazer é difícil!
Esopo, Adaptação de Monteiro Lobato
O patinho feio
Era uma vez uma mamãe pata que pôs cinco ovos. Quatro lindos patinhos saíram
primeiro da casca e, por último, um patinho tão feio que dava dó. - Quando crescer
ficará bonito – pensou esperançosa, a mamãe pata.
O patinho crescia e a mamãe pata ficava mais triste. Ele continuava feio e esquisito.
Os mais velhos o olhavam com pena. Os mais moços zombavam dele chamando-o
de "Patinho Feio".
Pobre patinho! Vivia triste e não brincava com ninguém por causa da sua feiúra. O
patinho preferia ficar sozinho a perto daqueles que riam dele. Um dia, resolveu ir
embora para bem longe.
Andou muito pela floresta, até que anoiteceu. Ele estava cansado, com fome e com
muito medo. Também estava triste com seus amigos e, por isso, venceu o medo e
adormeceu ali mesmo. De manhã, quando acordou, ainda tinha fome. Andou mais
um pouco e ouviu um barulho de água.
Correu e encontrou um lago, onde alguns patos selvagens brincavam alegremente.
Quis falar com eles, mas um barulho de espingarda espantou a todos. E ele ficou
sozinho novamente.
O patinho resolveu ficar ali mesmo, pois tinha muitos peixes para se alimentar. Com
o tempo, foi ficando mais forte e robusto.
A primavera chegou e todos os cisnes resolveram aparecer no lago. Um deles veio
conversar com o patinho. Ele não acreditava que um belo cisne quisesse ser seu
amigo de verdade. - Ora, olhe seu reflexo na água - pediu o cisne.
O patinho viu o reflexo e descobriu que ele também era um cisne! Então, resolveu
juntar-se àqueles lindos e majestosos cisnes e viveu feliz para sempre.
Hans Christian Andersen
O gato de botas
Um velho moleiro, sentindo a morte chegar, dividiu seus bens entre
seus três filhos.
O mais velho herdou o moinho, o segundo um jumento capenga e o
caçula um gato. O gato, vendo o seu novo dono muito desiludido
com a sua parte na herança, disse-lhe:
— Não te entristeças, meu amo, tenhas confiança em mim. Eu te
farei um homem rico.
Preciso somente que tu me dês algumas roupas.
Assim, o rapaz deu ao gato um velho chapéu e um par de botas que
ele havia recuperado noceleiro.
Também lhe fez uma capa e deu-lhe um grande saco.
— Eu te prometo voltar com boas novas - disse o gato a seu amo
quando partiu.
No caminho, encontrou uma bela ovelha e colocou imediatamente
seus projetos em execução. Pulou sobre ela e enfiou-a no saco.
—Majestade, é uma felicidade para mim, oferecer-lhe este humilde presente. Quem
o envia é marquês de Carabás, meu amo - disse ao rei, fazendo uma profunda
reverência.
Nos dias seguintes o monarca continuou recebendo presentes da parte do famoso
marquês que ninguém conhecia...
Alguns dias depois, o gato disse a seu amo:
—Não me faças perguntas, mas faz o que eu digo. Amanhã de manhã, vai tomar
banho no rio e espera que a carruagem do rei passe por ali.
Na manhã seguinte, enquanto o seu amo banhava-se no rio, o rei passou por ali com
a sua filha.
—Socorro, socorro! Meu amo, o marquês de Carabás está se afogando! - gritou o
gato.
O rei parou a carruagem e deu ordem a seus lacaios para socorrer o marquês e
procurar-lhe roupas adequadas. O monarca não tinha esquecido os numerosos
presentes recebidos...
Depois o convidou para subir na carruagem. A princesa logo ficou encantada com o
charme do jovem marquês.
Os campos estendiam-se a perder de vista ao longo do caminho que a carruagem
real percorreria.
— O rei logo vai passar por aqui - disse o gato aos lavradores. Se ele perguntar a
quem pertencem estas terras, respondam-lhe que pertencem ao marquês de
Carabás, caso contrário farei picadinho de vocês!
Os camponeses ficaram amedrontados e obedeceram ao gato de botas. O rei ficou
impressionado com os muitos bens que o amável marquês possuía.
O soberano pensou que jamais encontraria melhor partido para sua filha. E vendo os
olhares que ela dedicava ao jovem marquês, compreendeu que ela já o amava.
Alguns dias mais tarde a princesa e o filho do moleiro se casaram e foram muito
felizes.
http://www.terravista.pt/FerNoronha/2352/
O Resgate dos Filhotes
Sou Pongo e minha esposa Perdita.
Temos quinze lindos filhotes.
Uma noite saímos para dar um passeio, e dois homens maus chamados
Alípio e Leitão roubaram nossos filhotes. Usamos o Latido do Anoitecer
para pedir ajuda a nossos amigos animais.
Logo as notícias se espalharam pelo campo. Um cão de caça chamado
Towser soube das notícias a respeito de nossos filhotes. Ele contou a seus
amigos: Capitão, Coronel e Sargento Neco. Eles decidiram ajudar a
procurar os filhotes.
O Sargento Neco ouviu latidos em uma casa grande e velha. Ele foi
investigar. Encontrou mais de quinze filhotes. Havia noventa e nove!
Quando soubemos das notícias, fomos em direção à casa. Enquanto isso,
nosso amigo, o Sargento Neco, com muita coragem começou a salvar os
filhotes. Perdita e eu entramos em ação assim que chegamos. Os vilões
não tinham nenhuma chance!
Graças a nosso novo amigo, nossos filhotes estavam a salvo.
E levamos também os outros filhotes para nossa casa.
Walt Disney
Robin Hood
— “Escutem! Escutem a história de Robin Hood”.
Ele defende as pessoas pobres e as infelizes, de um príncipe malvado que sempre tira seu
dinheiro.
— “Silêncio ! - diz Robin Hood a seu amigo João pequeno. O que você está escutando?”.
— É o som de um tambor.” Aproxima-se uma grande carruagem puxada por elefantes. O que tem
atrás de suas cortinas fechadas?
— Seguramente, um homem importante!- diz João Pequeno.
— Só pode ser o Príncipe! - responde Robin Hood.
No interior da carruagem, o Príncipe está brincando diante de seu amigo Sir Chio. Ele brinca com
suas moedas de ouro.
— Vamos nos disfarçar de ciganos?- diz Robin para João Pequeno.
O Príncipe viu os ciganos e fez sua carruagem parar.
— Você, pequena, encoberta com um lenço de bolinhas, venha prever o meu futuro". Robin está
dentro da carruagem. . . E João Pequeno está embaixo do cofre. Ele o abre e o esvazia.
João Pequeno escondeu o ouro dentro de seu colete. Ele corre. Hop! Hop! Hop! Tão rápido, que
Robin Hood, encoberto com o lenço de bolinhas, salta da carruagem.
— Ladrões! Ladrões! Socorro!
— Eles me roubaram! - grita o Príncipe.
— Vamos pegá-los!
— Vamos recuperar o roubo!
— Meu ouro! Eles carregam meu tesouro! Roubaram todo meu tesouro!
— Meu ouro! Meu ouro! Onde está meu ouro?
Eis o príncipe deitado no barro, enlameado, sujo
e triste!
— Trala-lá, você caiu por terra! Bem feito para
você! Viva Robin e João Pequeno! -exclamam
as pessoas. Eles vêm nos entregar o dinheiro.
— Cantemos!
— Dancemos!
— Que todos estejam contentes!
— Agora é festa!
Walt Disney
A Bela e a Fera
Era uma vez... um comerciante que morava com sua filha, uma
moça chamada Bela, que gostava muito de ler.
Em certa ocasião, quando o pai voltava de uma viagem muito
distante, anoiteceu e ele perdeu o caminho. Como não sabia o que
fazer, o homem deixou-se guiar pelo cavalo. Depois de um certo
tempo, chegaram a um palácio que parecia abandonado. O
comerciante refugiou-se ali para passar a noite.
No dia seguinte, cortou uma rosa do jardim para levar a sua filha.
Apareceu, então, uma fera rugindo, um ser selvagem e monstruoso
que disse:
— Morrerás por roubar as rosas do meu jardim!
Aterrorizado, o pobre homem suplicou:
— Deixa que me despeça da minha filha.
A Fera concedeu-lhe o pedido. De volta a sua casa, contou o
ocorrido a sua filha.
Sem medo, ela decidiu voltar ao palácio com o pai.
Uma vez no palácio da Fera, Bela tomou coragem e fez uma proposta:
— Deixa meu pai ir embora. Eu ficarei no lugar dele.
Bela tinha medo de morrer, mas podia perceber que a Fera a tratava bem,
permitindo-lhe inclusive ler na biblioteca do castelo.
Com o passar dos dias, o monstro apaixonou-se por Bela, e numa noite
pediu-a em casamento. Bela não aceitou, mas ofereceu sua amizade.
Um dia, Bela pediu permissão à Fera para visitar o seu pai.
— Voltarei logo - prometeu.
A Fera, que nada lhe podia negar, a deixou partir. Bela passou muitos dias
cuidando de seu pai, que estava doente, tinha envelhecido de tristeza
pensando que tinha perdido a filha para sempre.
Quando Bela retornou ao palácio, encontrou a Fera no chão meio morta de
saudade por sua ausência. Então Bela ,soube o quanto era amada.
— Não morras, caso-me contigo - disse-lhe chorando.
Comovida, Bela o beija... ... E, nesse momento, o monstro transformou-se
num belo príncipe. Uma bruxa o havia enfeitiçado até que alguém o
amasse. A verdadeira beleza está no coração.
Clássicos de Ouro
Soldadinho de Chumbo
Era uma vez um menino que tinha muitíssimos brinquedos. Guardava todos no seu
quarto e, durante o dia, passava horas e horas felizes brincando com eles.
Um dos seus brinquedos preferidos era o de fazer a guerra com seus soldadinhos de
chumbo.
Colocava-os uns de frente para os outros e começava a batalha. Quando os ganhou
de presente, se deu conta de que a um deles lhe faltava uma perna por causa de um
defeito de fabricação. Não obstante, enquanto jogava, colocava sempre o soldado
mutilado na primeira linha, diante de todos, incentivando-o a ser o mais valente. Mas,
o menino não sabia que os seus brinquedos durante a noite adquiriam vida e
falavam entre eles, e, às vezes, ao colocar ordenadamente os soldados, colocava
por descuido o soldadinho mutilado entre os outros brinquedos. E foi assim que um
dia o soldadinho pôde conhecer uma gentil bailarina, também de chumbo. Entre os
dois se estabeleceu uma corrente de simpatia e, pouco a pouco, quase sem se dar
conta, o soldadinho se apaixonou por ela. As noites continuavam rapidamente, uma
atrás da outra, e o soldadinho apaixonado não encontrava nunca o momento
oportuno para declarar seu amor.
Quando o menino o deixava no meio dos outros soldados em uma batalha, torcia
para que a bailarina se desse conta do sua coragem pela noite, quando ela lhe
perguntava se tinha tido medo, ele lhe respondia com veemência que não.
Mas, os olhares insistentes e os suspiros do soldadinho não passaram
despercebidos pelo diabinho que estava trancado em uma caixa de surpresas. Cada
vez que, por um passe de mágica, a caixa se abria à meia-noite, um dedo
ameaçador apontava para o pobre soldadinho.
Finalmente, uma noite, o diabo explodiu:
— Hei, você! Deixe de olhar para a bailarina!
O pobre soldadinho ruborizou-se , mas a bailarina, muito gentil, o consolou:
BIBLIOGRAFIA
Site de busca: www.cade.com.br
Conta Conto
Universo das Fábulas
Fábulas de Esopo
Fábulas e Poesias
Fábulas
WAGNER, Elísia. Criança Leitura Livro. Editora Nobel ,1986.
LADEIRA, Julieta de Godoy. Falta de leitura : deu no que deu. A
redução do poder do raciocínio.
São Paulo , Global, 1995.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: teoria e prática.
São Paulo, Ática ,1983.
KHÉDE, Sônia Salomão, org. Literatura Infanto-juvenil: um gênero
polêmico. Petrópolis, Vozes , 1983.
RESENDE , Vânia Maria. Literatura infantil e juvenil: relatos de
experiência na escola. Belo Horizonte, Comunicação, 1983.
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Paideia III