JORNAL: O Vale da Eletrônica 1988 VALE da Eletrônica – Um plano que está dando certo. O Vale da Eletrônica, Santa Rita do Sapucaí, 1988. Santa Rita do Sapucaí Vale da Eletrônica – Um plano que está dando certo “VALE DA ELETRÔNICA” UM PLANO QUE ESTÁDANDO CERTO O Prefeito Rogério Rennó e o Vice Paulo Frederico Toledo, estão trabalhando intensamente no sentido de atrair para o município novas indústrias relacionadas com o campo da eletrônica. Sobre este assunto, assim se pronunciou o nosso Vice-Prefeito: — Nesses tempos difíceis que a Nação atravessa, são grandes as nossas preocupações com os reais problemas de Sta. Rita. Vejam por exemplo nossas escolas, es103401 sas grandes escolas que tanto nos orgulham. O Inatel, com capacidade para 1.000 alunos, esta operando com 750, uma faixa sem dúvida apertada. A Eletrônica precisa vender o seu patrimônio, e aqui não vai nenhuma crítica, para que não caia o seu pique de educação. O patrimônio foi feito para sustentação da escola e em época de dificuldades, não se poderia fazer outra coisa senão vender este patrimônio para não perder esta grande escola que temos. A Faculdade de Administração e Informática também trabalha dentro de orçamento reduzido. Imaginemos o absurdo que seria caso essas escolas fossem obrigadas a fechar. Sta. Rita, sem essas escolas, seguramente sofreria um grande prejuízo. Seria um problema sério e triste, com desvalorização total de nossos imóveis — é uma lei básica de oferta e procura. Sem esses grandes amigos, esses estudantes que aqui vem para ter uma profissão, a cidade certamente perderia em todos os setores. Tirando essa conotação pessimista, podemos ver em contrapartida um lado positivo e real - o nosso parque industrial. São poucas as pessoas que sabem disso. Nós estamos com um potencial muito bom no sentido da área de micro e média empresas no ramo da eletrônica, que aliás é o nosso grande porte. As empresas que aqui existem e que poucas pessoas conhecem são de alto nível. A partir desse referencial, fizemos contatos com o Prefeito Rogério Rennó e explicamos a nossa idéia. Imediatamente, ele nos deu total apoio e cobertura. Em seguida, procuramos o nosso Deputado Ronaldo Carvalho que, como sempre, nos recebeu muito bem e se mostrou sensível aos problemas da cidade e, sobretudo, para os dessa dimensão, e pudemos discutir e elaborar um plano para a atração de novas indústrias dentro dessa área. Evidentemente, devemos prestigiar as indústrias já existentes e as escolas que nós já temos e procurar integrá-las neste plano para apoio aquelas que virão. Na realidade, isso foi um sonho de D. Sinhá Moreira, uma mulher extraordinária, de uma visão fantástica, que ria década de 50 imaginou o que seria a eletrônica e encomendou aos padres jesuítas a formação da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa. D. Sinhá Moreira pura e simplesmente vislumbrou o futuro, prevendo o que é hoje a Eletrônica no contexto do mundo. As indústrias da eletrônica não poluem, —- o que é nossa preocupação básica —, geram ICM muito bom e principalmente nos dão a oportunidade de aproveitar a mão-de-obra de alta qualificação já existente em nossa cidade. É nossa intenção formar aqui o Vale da Eletrônica, idéia que com certa imodéstia foi tirada do Vale do Silício nos Estados Uni- 103401 dos. Ai não vai nenhuma pretensão absurda, porque nós temos condições de chegar a isto. Posto e feito isso, entramos em contato com a diretoria do BDMG, através do Deputado Ronaldo Carvalho, conversamos com o Dr. Paulo Eslander, presidente da Telemig, Dr. Flávio Carvalho, presidente do Coetel e com o Governador Hélio Garcia, o apoio que recebemos foi total. Embora tenha respaldo político, o trabalho que desenvolvemos é político. Trata-se de um projeto aberto, lançado inclusive na sociedade dos Amigos de Sta. Rita, que é um órgão sem conotação política. Aceitamos qualquer tipo de colaboração, qualquer crítica construtiva, quaisquer detalhes que venha a facilitar e enriquecer o nosso trabalho. A partir dos contatos feitos a nível estadual, e com o Prefeito facilitando ao máximo, com a doação de terrenos, a infraestrutura, a possibilidade de aluguel por um período de tempo, fomos a São Paulo e procuramos um amigo de infância, o Dr. Sérgio e Dr. Castor, respectivamente presidente e um alto funcionário da MPM, uma das maiores agências de publicidade do pais. Chegando lá, o Dr. Sérgio nos disse que haveria uma feira eletro-eletrônica no Parque do Anhembi. Fizemos ver a ele que não daria tempo de providenciar qualquer tipo de material promocional para que a nossa idéia pudesse ser apresentada já nessa feira. Ele, rindo, disse que era possível. Eram 9 horas da manhã e quando chegou meia-noite, estavam prontos e rodados 5.000 prospectos através da MPM, O Dr. Sérgio fez tudo isso graciosamente e, portanto, Sta. Rita do Sapucaí deve muito a ele, que talvez nem conheça a cidade, mas que se tornou seu grande amigo e benfeitor, pela parcela de colaboração para o nosso progresso.