Cassi Ação Especial PUBLICAÇÃO DA ANABB www.anabb.org.br ANO XXIII - MAIO 2009 Ações detalhadas Leia entrevistas com os Diretores Douglas Scortegagna e Denise Vianna, que falam sobre as mudanças ocorridas na Cassi nos últimos anos Cassi em debate A Presidente do Conselho Deliberativo, Graça Machado, discute assuntos polêmicos da Cassi Raio-x Você sabe o que está acontecendo com a Cassi? Veja qual a situação da Central de Atendimento, da rede credenciada e os projetos da Diretoria de Saúde. O Ação Especial explica os principais problemas da entidade e as mudanças realizadas para melhorar a Caixa de Assistência impresso O Presidente da ANABB, Valmir Camilo, apresenta a posição da entidade sobre os vários temas relacionados à Cassi Cassi Ação Especial EDITORIAL Quando o assunto é saúde, é comum que as pessoas desejem atendimento rápido, melhores serviços e médicos capacitados. A regra não é diferente na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Por conta da demanda, a Cassi precisa enfrentar os problemas com agilidade. E, por isso, as pessoas que a comandam também precisam estar preparadas. Nos últimos anos, a Cassi enfrentou dificuldades que só foram resolvidas quando representantes do funcionalismo tiveram coragem de fazer transformações profundas. Uma delas foi a mudança do estatuto. De 2006 para cá, a entidade saiu de uma situação de déficit, que se arrastava há nove anos no Plano de Associados, para realidade bem mais otimista e tranquila. Em 2007, as mudanças tiveram efeito e o Plano de Associados fechou com superávit de R$ 35 milhões. Já em 2008, o resultado foi melhor e o plano fechou com R$ 98,6 milhões de superávit. A Cassi vem se solidificando com o tempo e, neste momento, percorre caminho mais seguro e tranquilo. As decisões são tomadas com maior agilidade, critério fundamental quando o assunto é saúde. Os representantes eleitos vestiram a camisa da entidade, assumiram o compromisso de mudar, para melhor, a Caixa de Assistência e trabalham na solução dos diversos problemas. A ANABB participou dos momentos importantes da Cassi. A atuação da Associação foi determinante, principalmente, na condução das ações, das negociações com o Banco e do pleno esclarecimento aos associados. DIRETORIA EXECUTIVA Valmir Camilo Presidente William josé ALVES BENTO Diretor Administrativo e Financeiro Nilton Brunelli de Azevedo Diretor de Comunicação e Desenvolvimento Emílio Santiago Ribas Rodrigues Diretor de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência Elaine Michel Diretora de Relações Externas e Parlamentares CONSELHO DELIBERATIVO Antonio Gonçalves (Presidente) Alcir Augustinho Calliari Ana Lúcia Landin Antilhon Saraiva Armando César Ferreira dos Santos Augusto Carvalho Cecília Garcez Denise Vianna Douglas Scortegagna Élcio Bueno Genildo Ferreira dos Reis Graça Machado Inácio da Silva Mafra Isa Musa José Antônio Diniz de Oliveira José Branisso José Sampaio de Lacerda Júnior Luiz Antonio Careli Mércia Pimentel Romildo Gouveia Vitor Paulo Camargo Gonçalves CONSELHO FISCAL A ANABB reafirma seu papel. Assim como nos momentos difíceis, motivou o debate e manteve os associados informados, nesta situação atual, de estabilidade, também quer continuar mantendo a comunicação. Por isso, sentiu a necessidade de elaborar o Ação – Especial Cassi. Isso para que os associados tenham acesso a informações verdadeiras e saibam exatamente como está o funcionamento da Caixa de Assistência. Os Diretores Denise Vianna e Douglas Scortegagna e a conselheira deliberativa Graça Machado foram entrevistados. Eles falam sobre temas ligados às áreas financeira e política, modernização da Cassi, fortalecimento da Estratégia Saúde da Família (ESF), melhores profissionais e rede credenciada. Também foi feita análise sobre questões importantes do dia-a-dia da Caixa, como a melhoria da central de atendimento, a carência de médicos, a criação das CliniCassi, o processo de autorização e a saúde dos funcionários da ativa. Por fim, o Presidente da ANABB, Valmir Camilo, faz um balanço sobre as conquistas e aponta soluções para alguns problemas da Cassi. Diretoria da ANABB 2 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI Cláudio José Zucco (Presidente) Antônio José de Carvalho Saul Mário Mattei Maria do Céu Brito Tereza Cristina Godoy Moreira Santos Vera Lúcia de Melo Diretores Estaduais Ivan Pita de Araújo (AL) Ângelo Raphael Celani Pereira (AM) Olivan de Souza Faustino (BA) Maria José Faheina de Oliveira (Mazé) (CE) Elias Kury (DF) Sebastião Ceschim (ES) Saulo Sartre Ubaldino (GO) Solonel Campos Drumond Júnior (MA) Ivan Demetri Silva (MT) Edson Trombine Leite (MS) Wagner Cardoso de Mesquita (MG) Fábio Gian Braga Pantoja (PA) Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB) Moacir Finardi (PR) Carolina Maria de Godoy Matos (PE) Francisco Carvalho Matos (PI) Marcelo Antonio Quaresma (RJ) Hermínio Sobrinho (RN) Paulo Edgar Trapp (RS) Sidnei Celso da Silva (RO) Carlos Francisco Pamplona (Chico Pamplona) (SC) José Antônio Galvão Rosa (SP) Almir Souza Vieira (SE) Saulo Antônio de Matos (TO) ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF Atendimento ao associado: (61) 3442.9696 Site: www.anabb.org.br Redação: Ana Cristina Padilha, Priscila Mendes e Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro E-mail: [email protected] Revisão: Cida Taboza Editoração: Éclat! Comunicação Tiragem: 150 mil Banco de Imagem: Photos to Go Impressão: Gráfica Positiva Fotolito: Rainbow Capacidade de atendimento duplicada A quantidade de serviços e informações prestadas pela Cassi só tem aumentado, sem contar com a ampliação da cobertura dos planos, o que também acarretou aumento de ligações para a Central de Atendimento. Como as linhas disponibilizadas pela Central eram limitadas, muitas ligações eram desconectadas e não chegavam nem a entrar na fila de espera. Isso porque a Central tem capacidade para até 105 atendimentos simultâneos e a fila de espera comporta apenas 13 pessoas. Se a demanda for maior que esta, as pessoas não entram na fila e a ligação cai. Em dezembro de 2008, a Cassi concluiu a aquisição de nova tecnologia para modernizar de vez a Central. Esses equipamentos duplicarão a capacidade de atendimento. Também será realizada a automação e a segmentação de diversos tipos de processos que não irão mais concorrer com pedidos de autorização de exames, cirurgias e procedimentos de emergência. A solução não é simples nem rápida e necessita de desenvolvimento constante. Mesmo sem se ter concluído o desenvolvimento dos sistemas e funcionalidades, os presta- dores e usuários da Cassi notarão imediatamente grande diferença: a imagem da Cassi vai mudar definitivamente. O projeto de modernização da Central, com a implantação de todas as funcionalidades da nova tecnologia, será concluído em junho de 2009. Estratégia Saúde da Família não pode ser apenas uma ideologia A Estratégia Saúde da Família é o modo como a Cassi administra seu sistema de saúde nas CliniCassi, nome definido, no fim do ano passado, para indicar todos os serviços assistenciais administrados diretamente pela entidade. Esta estratégia vem sendo cada vez mais adaptada às reais necessidades da população assistida. O objetivo da Cassi é ampliar o número de associados que terá acesso a esses Serviços Próprios e, consequentemente, aos benefícios da Estratégia Saúde da Família. Para tanto, foram definidos novos critérios para garantir a instalação de CliniCassi em cidades com pelo menos 800 associados e 1.200 participantes. Nestes locais, a representação da Cassi será menor, mais enxuta e discreta, porém em condições de resolver a maioria dos problemas dos beneficiários e, nos casos mais complexos, encaminhá-los a profissionais e instituições da rede credenciada. Essas CliniCassi de porte reduzido serão localizadas em pontos estratégicos, de fácil acesso aos associados, e contarão com pelo menos um médico de família, um médico de pronto atendimento para consultas diversas, um enfermeiro e um auxiliar administrativo. Passados 12 meses, serão avaliados cada um desses novos Serviços de Saúde para saber se atingiram os objetivos ou se precisam de adaptações. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 3 aumento do rol de cobertura do Plano de Associados No segundo semestre de 2008, foram incluídos aproximadamente 200 procedimentos que fazem parte do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e não tinham cobertura no Plano de Associados. A obrigatoriedade de inclusão era apenas para planos de mercado, ficando por conta do Conselho Deliberativo da Cassi a decisão pelo aumento da cobertura. Entre os vários procedimentos que hoje fazem parte do Plano de Associados, os mais solicitados pelos participantes são: ressonância magnética da mama, corbiopsia, vasectomia e histerectomia. Cassi passa de 46 para 66 Clinicassi Na nova estrutura da Cassi ficou definido que, em 2009, todos os 26 estados e o Distrito Federal terão pelo menos uma unidade própria da Cassi em sua capital, além de novos serviços que serão abertos no interior. No total, a Cassi terá aumento de 20 pontos de atendimento, passando de 46 para 66 CliniCassi. Estas unidades estão sendo dotadas de melhores condições de funcionamento. Todas as CliniCassi com portes semelhantes irão dispor de um mesmo critério para dotação de funcionários, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de outros cargos administrativos. Central 0800: em reforma A Central de Atendimento da Cassi foi instalada em 1997 com capacidade para atender 40 mil ligações por mês. Hoje, recebe mensalmente mais de 200 mil ligações, e o equipamento e o sistema utilizados não possibilitavam sequer segmentação do atendimento para priorizar autorizações de procedimentos, internações e exames. Não é difícil constatar o altís- 4 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI simo nível de ineficiência. Todo o esforço para melhorar a qualidade da Central passava pela modernização do 0800, com investimentos significativos em equipamentos, sistemas, pontos de atendimento e dotação de pessoal qualificado. A solução começou a ser implementada em julho de 2008, com o restabelecimento da situação econômica e financeira da Cassi. ENTREVISTA DOUGLAS SCORTEGAGNA Por um melhor atendimento à saúde Por Tatiane Lopes Foto Tico Fonseca Quando entrou no Banco do Brasil, em 1976, Douglas José Scortegagna não imaginava que a carreira de bancário alcançaria uma das áreas mais importantes para o funcionalismo do BB. O atual Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi tem orgulho de ter sido escolhido para ocupar o cargo com mais de 42 mil votos dos associados. O economista, nascido em Cruz Alta (RS), tomou posse na Cassi em 2006. Mas sua relação com as entidades ligadas aos funcionários do Banco é anterior. A atuação foi legitimada em postos ocupados na Diretoria da ANABB por 13 anos, como Diretor Administrativo e Financeiro, de Comunicação e de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência. Ação: Quando tomou posse, qual era a real situação da Cassi? Douglas: Tinha a percepção de que a Cassi era uma empresa extremamente organizada, mas, ao tomar conhecimento da situação, vi que faltavam compromisso e direcionamento. Por exemplo, não havia cobrança de metas dos gestores das uni- dades. Então, negociamos e implantamos um Acordo de Trabalho com eles. Detectamos uma série de dificuldades para as pessoas realizarem as tarefas, porque muitos não sabiam que direção a Cassi queria seguir. Ação: Uma das dificuldades era em relação à motivação dos funcionários? Douglas: Sim. Para reconhecer a dedicação e a capacidade dos colaboradores da nossa Diretoria, por exemplo, efetivamos processo de adequação dos quadros da Gerência de Saúde. Elaboramos proposta de arquitetura mais adequada para responder aos desafios da consolidação da Estratégia Saúde da Família em nossos Serviços Próprios, até agora implantados em 46 cidades brasileiras de médio e grande portes. A configuração atual de funcionários é mais equilibrada e conta com três níveis de analistas de saúde – antes era um só e superdimensionado −, o que permite promoção e ascensão funcional. Agora, com estrutura mais enxuta, sem perda na qualidade dos processos de trabalho e gerando expressiva economia de recursos para a Cassi, é possível contratar, promover e reter os talentos. Ação: Foram necessárias duras medidas? Douglas: Adotamos uma série de medidas de contenção de gastos, pois encontramos absurdos. Viagens a serviço eram despesas exageradamente altas. Por exemplo, em 2005, foram gastos nesta rubrica R$ 2.200.000,00 só na Diretoria de Saúde. Em 2007, primeiro ano inteiro da nossa gestão, estes gastos foram reduzidos para pouco mais de R$ 860.000,00. Uma economia fantástica para a Cassi, sem deixarmos de fazer o que é importante, urgente e necessário. Ação: Surgiram algumas críticas que falam em esvaziamento da Cassi. Em que isso interfere na administração de sua Diretoria? Douglas: Críticas são sempre bemvindas. Dizer que estamos esvaziando a Cassi é uma irresponsabilidade, pois alguns dos que criticam são os mesmos que estão ajudando a decidir. Adequamos a Cassi à sua atual realidade, ao priorizar ações e otimizar nosso quadro de pessoal para termos colaboradores mais comprometidos com a instituição. O que fizemos foi conferir parâmetro lógico para cada unidade em seu respectivo porte. Ação: Como será o Congresso de Saúde da Família? Douglas: O I Congresso de Saúde da Família − Saúde com Qualidade: em Busca da Excelência acontecerá de 21 a 24 de setembro de 2009 e reunirá cerca de 400 profissionais de saúde da Cassi, ligados diretamente à Estratégia Saúde da Família. O Congresso tratará exclusivamente da Estratégia Saúde da Família da Cassi, seus problemas, suas expectativas. Com certeza, trará melhores resultados para todos. É assim que vamos fazer que a Estratégia Saúde da Família deixe de ser apenas uma peça ideológica e retórica para, de fato, se traduzir em resultados positivos para os participantes e para a Cassi. Ação: A expansão da Estratégia Saúde da Família também é ponto forte para o aperfeiçoamento da estratégia da Cassi? Douglas: Foi com muito diálogo que estamos perto da unificação do conhecimento e do discurso sobre o Modelo de Atenção Integral à Saúde. Isso para conduzir as ações focadas no aperfeiçoamento e na expansão da Estratégia Saúde da Família, especialmente no interior do país, que mais carece de estrutura assistencial. Realizamos extenso levantamento da situação de todas as CliniCassi e conseguimos definir importantes indicadores de performance, considerados valiosos subsídios para a mensuração do custo versus efetividade desses Serviços de Saúde, administrados integralmente pela Cassi. Em 2009, deverão ser 66 CliniCassi em funcionamento, distribuídas nas capitais e no interior. Ação: E onde não houver CliniCassi? Douglas: Os associados terão à disposição a rede credenciada, cujo processo de renovação e atualização se iniciou no fim do ano passado. Esta rede, especialmente nas cidades do interior, deve resolver os problemas básicos de saúde dos participantes e será dimensionada de acordo com o perfil de saúde dos assistidos. Ação: Perenidade é palavra-chave para dar agilidade a todas essas mudanças? Douglas: Nosso objetivo maior é prestar a melhor assistência possível à saúde do associado. O que ele espera da Cassi é que, quando precisar, a entidade atenda às suas necessidades. Temos a convicção de que, com nosso trabalho, estas mudanças devem oferecer mais tranquilidade aos associados, ao melhorar a qualidade do atendimento prestado nas CliniCassi e na rede credenciada. Desejamos ser lembrados como o melhor plano de autogestão do país e, para isso, lutamos incansavelmente nos limites de nossas possibilidades. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 7 Brasil: um país com carência de médicos Mais de 8% das cidades brasileiras não possuem saúde em trabalhar em zonas periféricas, afetadas pela médicos. Isso sem contar as carências de especialistas violência e pela estrutura precária. De um total de 5.564 municípios, 455 cidades brasileiem diversas regiões do país. A divulgação dos dados é do Ministério da Saúde. Foram consultados 420 hospitais ras não possuem médicos. O maior problema está no Norem todas as regiões do país. Na região Nordeste, 42% deste. Do total de cidades existentes, 117 não possuem dos hospitais alegaram dificuldade para contratar anes- médicos para atender a população. No Sudeste, são 111 tesistas e pediatras. No Sul, 25% dos hospitais também pequenas cidades sem profissionais de saúde. alegaram a mesma dificuldade. No Sudeste, a maior carência é de peCarência de especialistas diatras. Dos hospitais consultados, Região Anestesistas Pediatras Psiquiatras Intensivistas 32% não conseguem preencher as Centro-Oeste 18,80% 32,10% 37,50% 42,90% vagas existentes nesta especialidade. A falta de médicos no inteNordeste 42,20% 42,30% 33,30% 16,70% rior se deve a uma tendência de Norte 29,40% 21,10% 50% 40% se concentrarem em determinadas Sudeste 30,30% 32,50% 31% 8,20% regiões tecnologias mais complexas Sul 25,40% 25,90% 20% 22,60% e desinteresse dos profissionais de Ministério da Saúde 8 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI revisão dA rede credenciada da Cassi Os problemas que a Cassi enfrenta com sua rede credenciada são muitos, desde a concentração de profissionais na área de saúde em grandes centros urbanos até a inexistência de especialistas no interior do país. Os problemas estruturais da Cassi, muitas vezes ocasionam o desinteresse do prestador pelo credenciamento e são alvos de críticas. Até o tamanho da entidade e a atuação em todo o território brasileiro prejudicam o controle mais efetivo sobre esta rede, que hoje passa de 38 mil credenciados, entre profissionais, hospitais e clínicas. A Diretoria de Planos de Saúde realizou, no segundo semestre de 2008, estudo minucioso sobre a carência de prestadores. Mas an- tes de atuar diretamente, abrindo o credenciamento em todo o país, procurou ouvir seus associados. Enviou e-mails para funcionários e entidades de aposentados e disponibilizou no site da Cassi uma pesquisa sobre a qualidade da rede, possibilitando que o pesquisado indicasse prestadores para credenciamento ou descredenciamento. A revisão da rede vai ser realizada por partes, para que os gerentes das CliniCassi possam acompanhar e apresentar serviço de qualidade. O incentivo ao credenciamento de profissionais foi iniciado no interior do país e, até junho de 2009, será aberto também nos grandes centros em que houver carência. De acordo com a Diretora de Planos de Saúde, Denise Vianna, o credenciamento é só o começo de um processo extenso de revitalização da rede credenciada. “Na verdade, a Cassi tem de oferecer algumas facilidades e produtos para tornar o credenciamento mais atrativo, além de melhorar os prazos de pagamento e o atendimento oferecido na Central 0800.” Ela também ressalta que “a Cassi não paga aos prestadores honorários e taxas inferiores aos demais planos e operadoras de saúde. Os sucessivos déficits ao longo dos últimos anos impediu que a entidade investisse em modernização de controles e pagamentos, o que, muitas vezes, desgasta o relacionamento com nossos prestadores de serviços”. Incentivo aos prestadores da rede credenciada A Cassi é um plano de saúde com atuação nacional. Esta condição acarreta algumas fragilidades na formação de sua rede credenciada, pois existe carência de profissionais de saúde, hospitais e leitos. Em cidades onde a população não é expressiva, ou há pouca oferta de médicos e especialistas, o interesse no credenciamento é quase nulo. O caminho pode ser a realização dos chamados “Convênios de Reciprocidade” com outras entidades de autogestão e a criação de diferenciais para tornar o credenciamento atrativo. Algumas cooperativas de médicos, por exemplo, oferecem diversos serviços e produtos a seus cooperados. São vantagens que, muitas vezes, pesam na decisão de filiação a estas cooperativas. A Cassi também pode oferecer algo a mais e ter relação mais estreita com seus prestadores. Para isso, foi solicitado ao Banco do Brasil que desenvolva produtos com preços diferenciados, como seguros, planos de previdência, empréstimos, adiantamento de recebíveis e plano de saúde para os prestadores da rede credenciada. É uma grande oportunidade de conseguir a fidelização de bons profissionais e empresas de saúde para a Cassi. Esta solicitação foi realizada no fim de 2008 e a Cassi aguarda a resposta do BB. A iniciativa pode representar ganho de qualidade no serviço prestado pela entidade e mais rentabilidade para o patrocinador. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 9 ENTREVISTA DENISE VIANNA Cassi: mudanças na casa para melhor A Diretora de Planos de Saúde da Cassi, Denise Lopes Vianna, participou de perto das dificuldades vivenciadas pela entidade. Quando tomou posse no Conselho Deliberativo da Caixa de Assistência em 2004, Denise encontrou uma entidade paralisada em investimentos e projetos. Havia superávit no Plano Cassi Família, mas o Plano de Associados estava em total desequilíbrio. Foram sucessivos déficits operacionais provocados por anos de receita congelada, decorrente da falta de reajuste salarial e redução das contribuições do BB relativas aos proventos dos funcionários pós-1998. As negociações foram abertas com o Banco do Brasil e, em 2007, os problemas de custeio que se arrastaram durante anos foram finalmente solucionados. Denise assumiu a Diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, em junho de 2008, e debruçou-se sobre as dificuldades da área. Aos poucos, ela espera colocar a casa em ordem. 10 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI Ação: Qual era a situação da entidade quando assumiu como diretora? Denise: Antes de tomar posse como diretora, participei do Conselho Deliberativo da Cassi durante quatro anos. Vivenciei os problemas da entidade e as dificuldades econômicas que paralisaram os investimentos em melhorias nos serviços prestados pela nossa Caixa. A Cassi estava parada no tempo e precisava urgentemente de investimentos tanto na área tecnológica como na melhoria dos salários de seus colaboradores.Tomei posse como diretora em uma situação financeira bem diferente daquela vivenciada como conselheira. Ação: Qual foi a primeira providência? Denise: Tudo era importante, mas duas questões tinham de ser vistas rapidamente. Era necessário aprovar na Diretoria mais de 200 procedimentos que estavam no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar e não tinham cobertura no Plano de Associados e nem era obrigado ter. A segunda era rever toda a tecnologia da Central de Atendimento da Cassi. Já fizemos todos os levantamentos para a modernização da Central, mas a simples aquisição de novos equipamentos não resolve todos os problemas. A solução passa pelo desenvolvimento de sistemas, o que requer algum tempo. Ação: Como estão as negociações para a implantação do plano odontológico? Denise: Em meados de 2008, iniciamos um processo de prospecção de empresas para oferecer um plano odontológico de qualidade, como merecem os associados da Cassi. Este serviço seria oferecido também aos detentores do Plano Cassi Família. Diversas empresas, com longa experiência na administração de planos odontológicos, foram contatadas e apresentaram propostas. Em outubro, o BB assinou acordo coletivo com as entidades sindicais, comprometendo-se a oferecer aos associados da Cassi um plano odontológico com adequada coparticipação dos usuários, cujo início está previsto para junho de 2009. Até o momento, o BB não apresentou proposta oficial para análise da Diretoria da Cassi. Ação: Quando os associados poderão vivenciar mudanças objeto de investimentos na Cassi? Denise: Acredito que algumas coisas vão aparecer ra- Vamos também incrementar o ‘Fale com a Cassi’. A intenção é oferecer respostas mais rápidas e efetivas a associados e credenciados. Esperamos ainda aperfeiçoar a rede credenciada com melhor dimensionamento por região pidamente. A Central de Atendimento, que vem atendendo com dificuldade, vai atender com mais rapidez. A Cassi já possui grande parte de seus prestadores no autorizador eletrônico. Com isso, vamos melhorar nossa relação com os prestadores de serviços. Vamos também incrementar o “Fale com a Cassi”. A intenção é oferecer respostas mais rápidas e efetivas a associados e credenciados. Esperamos ainda aperfeiçoar a rede credenciada com melhor dimensionamento por região. A última reavaliação da rede com credenciamento amplo de prestadores aconteceu há mais de dez anos. Precisamos de profissionais que nos atendam com qualidade e certa rapidez. Associados e clientes da Cassi precisam conseguir horário na agenda dos profissionais credenciados e ter atendimento de melhor qualidade. Ação: Qual vai ser o grande desafio da Cassi? Denise: Depois de arrumar a casa, o grande desafio da Cassi vai ser decidir que tamanho queremos ter e o que queremos ser. Muitas empresas que operam no mercado de saúde estão investindo em hospitais e criando unidades próprias para melhorar custos e viabilizar serviços de melhor qualidade a seus clientes. Os dirigentes da Cassi vão ter de fazer esta avaliação e, se for o caso, passar a investir também em serviços próprios mais completos, podendo inclusive se valer de parcerias com outras empresas. A hora é de colocar a mão na massa. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 11 Relação de credenciados A Cassi recebe constantemente pedidos para reeditar o livro de credenciados. Esta ideia sempre foi muito questionada. Um dos argumentos para a não impressão era a desatualização dos livros em curto tempo, além dos gastos desnecessários com papel e correio, já que a relação por estado está disponível no site da Cassi. No entanto, o motivo que mais pesou para a edição da publicação foi a dificuldade de diversos participantes em navegar na internet e a quantidade de telefonemas recebidos pela Central de Atendimento solicitando indicação ou informação sobre prestadores credenciados. A ideia é aguardar apenas o projeto de credenciamento que está em andamento e editar o livro por estado. Para evitar desperdícios, os livros poderão ser en- caminhados apenas para aposentados e para aqueles que optarem por recebê-lo em casa. Para obter um exemplar, o participante deve ser recadastrado na Cassi. Valores do Cassi Família COMPARADOS AOS demais planos do mercado Durante todo o ano de 2008, o Plano Cassi Família II não teve reajuste nem correção do Fipe Saúde. Já o Cassi Família I teve apeFaixa etária Cassi Família II nas a correção do Fipe Saúde. A ideia é tornar os planos cada vez mais competitivos, limitados ao equilíbrio financeiro entre despesas e Amil Assefaz Plus XI receitas. O quadro abaixo apresenta comparação entre os preços praticados pela Cassi e os demais preços do mercado. Medial Ouro Premium Unimed Paulista 0 a 18 anos 162,25 165,00 183,03 196,34 384,40 19 a 23 anos 166,05 214,50 202,79 245,42 492,04 24 a 28 anos 175,53 235,95 275,45 274,88 522,79 29 a 33 anos 230,58 257,19 376,43 304,31 538,16 34 a 38 anos 246,15 282,91 394,48 333,77 588,14 39 a 43 anos 276,84 311,20 423,44 363,21 672,70 44 a 48 anos 387,41 404,25 486,85 481,00 941,79 49 a 53 anos 454,71 464,89 614,76 633,91 1.260,84 54 a 58 anos 580,76 581,11 801,80 883,48 1.414,60 59 anos ou mais 973,16 990,00 1.098,25 1.178,04 2.306,41 Notas: 1. Os parâmetros apresentados são da cidade de São Paulo, tendo em vista a atuação expressiva das empresas de saúde no Estado. 2. Os planos apresentados são individuais. Isso explica a ausência de valores das empresas SulAmérica e Bradesco Saúde, que não mais comercializam este produto individualmente. 3. Os preços apresentados da operadora Amil e Medial Saúde são atuais, sendo que os planos anteriores não são mais comercializados. 4. Os valores apresentados da Cassi são exclusivos do Plano Cassi Família II. O Plano Cassi Família I não é mais comercializado. 12 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI Autorizações na Cassi: um processo que tem de ser desburocratizado Em dezembro de 2008, a Diretoria da Cassi decidiu rever todos os normativos de procedimentos, eventos, autorizações de medicamentos e materiais. A intenção era desburocratizar o máximo possível sem perder o controle sobre aqueles procedimentos que são alvo de abusos por parte dos prestadores e representam altos custos para a entidade. A Diretoria quer tornar mais ágil o processo de autorização de procedimento, mudando também o foco da regulação e da auditoria. Segundo a Diretora Denise Vianna, em vez de direcionar a regu- lação para o usuário, o ideal é passar a acompanhar mais de perto os prestadores que apresentam desvio de custo em comparação com os demais prestadores. Desde julho de 2008, a Cassi atua em alguns hospitais verificando os prontuários e fechando as contas no próprio local. São hospitais que apresentam faturamento com valor significativo. Em 2009, esta prática vai ser intensificada, com investimento em auditoria hospitalar, negociações de pacotes de procedimentos e tecnologia. Projetos prioritários na Diretoria de Saúde De acordo com o Diretor Douglas Scortegagna, os principais processos da área de saúde que estão sendo desenvolvidos em 2009 são: vigilância de risco, especialmente de pacientes crônicos; terapia comunitária, para auxiliar os pacientes da saúde mental; e maior acessibilidade dos participantes que necessitam utilizar a política farmacêutica. A Diretoria de Saúde pretende apresentar inovações. O objetivo é tornar as CliniCassi referência aos participantes quando o assunto for saúde, encaminhando os casos mais complexos para a rede de especialistas, em parceria com os melhores profissionais e instituições credenciadas da Cassi. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 13 ENTREVISTA GRAÇA MACHADO Participação que faz a diferença Tico Fonseca Graça Machado, Presidente do Conselho Deliberativo da Cassi, tem longa experiência na entidade. Em seu segundo mandato no cargo, a conselheira participou ativamente dos grandes momentos da Caixa de Assistência. A experiência e a dedicação desta nordestina fazem a diferença. Graça apresenta ao Ação Especial assuntos polêmicos da entidade. Ação: Denúncias de internautas alegam que a Cassi encolheu. A entidade foi reestruturada? Graça: A reestruturação da Cassi foi iniciada com estudo da Consultoria Deloit e, posteriormente, houve adequação das diversas áreas da Caixa de Assistência. Assim, foi elaborada proposta de arquitetura mais adequada para a Estratégia Saúde da Família. As unidades foram divididas em portes de 1 a 5. Também foram adotados critérios mínimos para a instalação de unidades próprias, entre eles a existência na localidade de, pelo menos, 1.200 participantes de todos os planos administrados pela Cassi e, no mínimo, 800 do Plano de Associados. Desta forma, foram desativados os pontos de atendimento que não se enquadravam aos critérios estabelecidos, o que acabou gerando descontentamento das populações atendidas por estes pequenos núcleos. No entanto, não há como trabalhar sem critérios mínimos. Existem lugares com uma população expressiva que exigia a presença local da Cassi, com um ponto de atendimento. E outros em que a população existente não justificava um núcleo da Cassi, pelo alto custo envolvido. É importante ressaltar que este processo foi aprovado por unanimidade na Diretoria e também no Conselho Deliberativo da Caixa de Assistência. Ação: Como essas mudanças deram mais agilidade à Cassi? Graça: A reforma estatutária não trouxe apenas mais recursos financeiros à Cassi. Grande parte das decisões que estavam centralizadas no Conselho Deliberativo hoje é conduzida pela Diretoria Executiva. O Conselho responsabilizou-se apenas pelo que é realmente estratégico. Estas mudanças foram primordiais para a agilidade da tomada de decisões na entidade. O que anteriormente aguardava reuniões do Conselho Deliberativo para que houvesse uma decisão, hoje é tratado pelas áreas operacionais da entidade. Ação: Por que aconteceram demissões na Cassi? Graça: As auditorias internas da Cassi foram implantadas em abril de 2005. Elas são essenciais na identificação de falhas e processos que apresentam riscos e necessitam de fiscalização e normatização. Em 2008, o comitê de auditoria iniciou os trabalhos nas unidades da Cassi, analisando os processos de aquisição de materiais especiais e de implantes. Infelizmente, este trabalho apontou, em algumas unidades, diversas falhas e irregularidades, como aquisições sem processos licitatórios, pagamentos sem notas fiscais ou com valores divergentes dos totais descritos nas notas, descumprimento de normas e alçadas, entre outros problemas. Os processos foram conduzidos pelos auditores internos da Cassi, que ouviram todos os envolvidos e, ao fim, propuseram correções e normatizações nos processos geridos pelas unidades. Nos casos mais graves, a auditoria recomendou sanções, com advertências e demissões de gestores e funcionários. Resultado positivo em 2008 A Cassi encerrou o ano de 2008 com superávit de R$ 262,3 milhões, sendo R$ 98,6 milhões referentes ao Plano de Associados. Parte deste resultado é decorrente da Números da Cassi (Dados de 31/12/2008) Total de participantes: 775.373 405.600 participantes no Plano de Associados, sendo: - 232.002 funcionários do BB e dependentes - 149.818 aposentados e dependentes - 18.142 pensionistas - 5.638 dependentes indiretos 275.313 participantes do Cassi Família 89.779 participantes dos Convênios de Reciprocidade 4.681 participantes do Plano FunciCassi Rede credenciada 21.783 prestadores − pessoa física 10.272 clínicas 3.162 laboratórios 2.610 hospitais 243 outros tipos de prestadores − assistência domiciliar, cooperativa de anestesistas, empresas de remoção, entre outros Serviços próprios 46 CliniCassi 139.871 participantes cadastrados na Estratégia Saúde da Família (ESF) 672.634 atendimentos realizados pelas equipes de Saúde da Família 44.969 participantes inscritos nos programas de saúde − Plena Idade, Atenção Domiciliar, Viva Coração e Bem Viver 16 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI contribuição extraordinária do Banco do Brasil − R$ 52,7 milhões em 2008 e R$ 150 milhões em 2007 −, em razão da negociação realizada com a reforma estatutária da entidade. Desconsiderando estes valores extraordinários aportados pelo BB, o resultado positivo líquido do Plano de Associados totalizou R$ 45,8 milhões. Os números poderiam ter sido ainda mais positivos. A Cassi, em 2008, foi obrigada a regularizar contribuições previdenciárias referentes aos anos de 2003 a 2006, no total de R$ 20,9 milhões. A dívida refere-se às contribuições de INSS sobre a coparticipação de 30%, pagas pelos associados em consultas médicas. Até 2006, a Cassi recolhia o tributo considerando apenas os valores de consulta pagos por ela, ou seja, 70%. Revolução tecnológica que pode ajudar a Cassi O autorizador eletrônico na Cassi veio para ficar. Ele substitui o preenchimento de guias e torna mais fácil o controle dos procedimentos realizados e o pagamento dos prestadores. Antes, a Cassi não tinha como impedir o atendimento de consultas e exames de baixa complexidade de participantes do Cassi Família que estavam em débito com a entidade. Hoje, com o autorizador eletrônico, ou via web, é mais fácil evitar fraudes e identificar utilizações indevidas. O autorizador vem sendo desenvolvido desde 2007, mas o projeto é progressivo e ainda há muito a ser implementado. A implantação em consultórios, clínicas e hospitais está avançando e facilita o faturamento, evitando fraudes e despesas indevidas. Saúde dos funcionários da ativa Desde 2006, a Cassi vem batendo recordes de realização dos Exames Periódicos de Saúde (EPS) para os funcionários do Banco do Brasil em atividade. O mérito deste feito vai para as áreas gestoras da Saúde do Trabalhador na Sede e nas unidades Cassi. “Graças ao comprometimento de todos os envolvidos, foi possível chegar à marca histórica de quase a totalidade de funcionários examinados em 2007”, afirma o Diretor Douglas Scortegagna. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 17 ENTREVISTA VALMIR CAMILO Tranquilidade na Cassi Por Ana Cristina Padilha e Tatiane Lopes Quando muitas pessoas falavam que a Cassi iria acabar, o Presidente da ANABB, Valmir Camilo, enfrentou o debate. Ao lado do Banco do Brasil e de representantes do funcionalismo, Camilo discutiu os principais problemas, fez negociações e marcou a história da Caixa de Assistência. Para Camilo, um dos grandes méritos da conquista foi a tranquilidade que a Cassi alcançou. Nesta entrevista, o presidente relembra o período difícil, o relacionamento da Cassi com o Banco, a implantação do plano odontológico e o que deve ser modificado para que a Cassi continue prosperando. Ação: Como a experiência adquirida na ANABB pode ajudar o trabalho dos dirigentes na Cassi? Valmir: Não dá para fazer disputa ideológica com a saúde. A ANABB percebeu que ficar no jogo político com projetos que não saíam do papel estava acabando com a Cassi. Ter dois diretores experientes na Cassi que atuaram na ANABB ajuda e muito. Existe também a contribuição de pessoas com experiência em outras entidades e que levaram isso para os Conselhos Deliberativo e Fiscal. O próprio Banco resolveu fazer mudanças e passou a indicar pessoas para o Conselho Fiscal, o que trouxe melhorias. Hoje, a Cassi conta com uma diretoria que trabalha de forma harmônica. O novo modelo de governança é melhor para a entidade e, com o tempo, os grandes problemas irão desaparecer. Ação: Qual a importância da reforma estatutária para a melhoria da Cassi? Valmir: Em 2007, a ANABB tomou a decisão de enfrentar o debate 18 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI da mudança estatutária da Cassi, pois do jeito que estava não poderia continuar. Acredito que as mudanças atuais são fruto da decisão tomada pelo funcionalismo, que teve a coragem de mudar um normativo atrasado. As coisas começaram a acontecer, embora não com a velocidade que esperávamos, pois tudo relacionado ao Banco é mais demorado. Ação: Você pode explicar melhor essa relação entre o Banco e a Cassi? Valmir: A Diretora Denise, quando assumiu a Diretoria de Planos de Saúde, sentiu necessidade de modernizar a central de atendimento. Havia uma central subdimensionada com capacidade de atendimento de 40 mil ligações/mês, enquanto a demanda passava de 200 mil ligações. Para aquisição de novos equipamentos e sistemas, foi necessária a concordância de todos os diretores, inclusive os indicados pelo Banco. Além disso, foi necessário cumprir todos os processos licitatórios. Tudo é muito fiscalizado e deve ser assim, mas isso torna o processo mais lento. Ação: Que mudanças na Cassi, desde a reforma do estatuto, merecem destaque? Valmir: O funcionalismo precisa perceber que nós trouxemos tranquilidade para a Cassi. Há dois anos, falávamos que a Cassi quebraria. Ninguém fala mais isso hoje. Nada tinha solução, agora estamos apontando as soluções. Mais de 200 novos procedimentos foram incluídos no rol de serviços da Cassi, mesmo sem a exigência da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Há planos de saúde que não oferecem isso na totalidade dos serviços prestados. Este é o papel da ANABB na Cassi: dar tranquilidade. A ANABB entrou nesta luta, assumiu a responsabilidade e o risco e fez o trabalho com competência e seriedade, contando com a ajuda dos representantes do Banco. Ação: A estrutura de atendimento que a Cassi está aperfeiçoando é adequada para atender a demanda no país? Valmir: A Cassi procura estabelecer parâmetros para investir em estruturas físicas. Não dá para bancar estrutura onde não há usuário e não ter estrutura onde há usuário. Na Diretoria, as demandas são tratadas no atacado, afinal, ela administra mais de 750 mil vidas. É bem possível que, em determinada localidade, alguém não tenha acesso aos melhores médicos, hospitais e tratamentos. Tentar construir esta rede com competência é uma tarefa que não se esgota nesta gestão. Hoje, a Cassi tem mais velocidade. Precisa vencer algumas barreiras naturais por conta até das carências do mercado de saúde e da sua relação com o Banco. O BB é lento, mas não é ineficiente. Às vezes, demora para fazer, mas, quando faz, faz bem feito. Ação: Como você vê as negociações para a implantação do plano odontológico da Cassi? Valmir: Quando apoiamos a primeira chapa da Cassi, há mais de dez anos, defendíamos o plano odontológico na entidade. A ANABB implantou seu próprio plano, o OdontoANABB, no fim de 2007, por absoluta incapacidade de continuar discutindo o assunto com o Banco. Como nosso plano foi criado com sucesso, o movimento sindical pressionou o Banco e, durante as negociações do último acordo, colocou a cláusula de que a Cassi implantará um plano odontológico até a metade deste ano. O que nos surpreende é a forma como o plano está sendo estruturado. Ação: Quais são as falhas na estruturação do plano odontológico na Cassi? Valmir: Quando a ANABB decidiu oferecer plano odontológico aos seus associados, fez trabalho de prospecção. Buscamos no mercado a empresa com o menor preço, a melhor rede, a maior eficiência, as maiores opções de procedimentos, e a escolha foi bem-sucedida. Encontramos uma empresa que tinha aproximadamente 11 mil prestadores de serviço e, com a ajuda da ANABB e do funcionalismo, passou a ter 14 mil. Estes critérios têm de ser levados em consideração. A posição da ANABB é a de que nenhuma prestadora de serviço odontológico, que tenha plano de saúde, possa ser contratada pela Cassi. O Banco apresentou uma empresa que atende pouco mais de 100 mil pessoas e tem, em média, 900 dentistas credenciados. Esta dimensão não atende aos participantes da Cassi. Ação: Qual a solução para o problema? Valmir: Se depender dos dirigentes eleitos, a Cassi não vai aceitar uma empresa sem qualidade. Isso cria um impasse que não tem ligação nenhuma com o OdontoANABB. Se o movimento sindical aceitar a idéia de levar o plano odontológico para um plano de saúde que é concorrente da Cassi, ele terá de assumir a responsabilidade. Se entregarmos o plano odontológico para uma empresa qualquer, ela pode, em seguida, vender seu plano de saúde para os associados do Cassi Família. A minha responsabilidade como dirigente é maior. Nenhuma empresa entrega uma base de clientes de 350 mil participantes para um concorrente. Especial CASSI | Ação Maio 2009 | 19 Conheça quem representa você na Cassi Conselho Fiscal eleito Conselho Deliberativo eleito Graça Machado Roosevelt Rui dos Santos Ana Lúcia Landin Gilberto Antônio Vieira Francisco Henrique P. Ellery Marcel Juviniano Barros Maria do Carmo Trivizan Milton dos Santos Rezende Ubaldo Evangelista Neto Luiz Roberto Alarcão Claúdio Barbirato Tavares Íris Carvalho Silva Marcos José O. Louzada Marcelo de Andrade Ribeiro Suplente Suplente Suplente Suplente Conselheiros deliberativos indicados pelo BB: Carlos Frederico Tadeu Gomes, Jandira Pacheco Barbosa (suplente), Solon Coutinho de Lucena Filho, João Vagnes de Moura (suplente), Fernando Sabbi Melgarejo, Carlos Célio de Andrade Santos (suplente). 20 | Ação Maio 2009 | Especial CASSI Suplente Suplente Suplente Conselheiros fiscais indicados pelo BB: Marcelo Gonçalves Farinha, Wagner de Siqueira Pinto (suplente), Sérgio Iunes Brito, Marco Antônio Resende (suplente), Flávio Alexandre Ferreira Medeiros, Elington José de Morais (suplente).