E THE DAY AFTER Já se passaram alguns dias do término do XVII CONGRESSO LATINO AMERICANO DE QUIMICA TEXTIL, realizado sob a responsabilidade da ABQCT, na cidade de São Paulo, portanto, com muita isenção, pois o calor dos acontecimentos já se dissipou, podemos afirmar que foi um grande sucesso. Analisada a repercussão, seja de onde for, não há dúvidas de que foi um sucesso TOTAL. D Sucesso este que podemos creditar à nossa Associação, pois se creditássemos a alguém ou a um grupo específico cometeríamos injustiças seguramente, porque, de fato, foi o resultado do trabalho de muitos, de todos aqueles que têm simpatia pela Química Têxtil e, principalmente, entenderam a sua importância no contexto econômico e social de nosso País. I A ABQCT, neste contexto, representa a todos que direta ou indiretamente contribuíram para esse estrondoso sucesso, mas como sempre ressaltei, antes e durante o evento, destaco a participação incondicional dos patrocinadores. Sem eles a realização desse grandioso evento seria impossível. Não devemos esquecer também da disposição sempre presente dos representantes da FLAQT, que não pouparam esforços para facilitar tudo que era possível. T R I Hoje, com base nas repercussões nacional e internacional e na pesquisa de satisfação, é possível concluir que felizmente atingimos todos os objetivos com a performance sonhada, deixando no ar a sensação agradável de "quero mais". O Em meados de 2001, quando começamos a ensaiar os primeiros passos na estruturação de um grande time, que fosse capaz de levar a bom termo o desafio que nos cabia num momento tão difícil de nossa economia, tínhamos em mente algumas metas bem definidas do que queríamos para esse evento, que eram: - foco específico na Química Têxtil; - alto teor científico; - atender às necessidades de atualização técnica; - reforçar a imagem do Brasil; - fornecer qualidade de informação a baixo custo; - muita organização e muito profissionalismo. A mensagem que fica é de que devemos aproveitar a sinergia criada em tono desse evento para nos motivar a organizar outros com a mesma qualidade. L Antonio Ajudarte Lopes FilhO Presidente da ABQCT A Muito obrigado a todos vocês que acreditaram que seria possível e se juntaram à nossa querida ABQCT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICOS E COLORISTAS TÊXTEIS Membro titular FLAQT AATCC Corporate Member site: www.abqct.com.br CORRESPONDÊNCIA DIRETORIA NACIONAL Presidente: Antônio Ajudarte Lopes Filho Vice-Presidente: José Clarindo de Macedo 1º Secretário: Calil Hafez Neto 2º Secretário: Haroldo Castanho Pedro 1º Tesoureiro: Agostinho de Souza Pacheco 2º Tesoureiro: Tiago J. Fonseca Diretor Técnico: Frits V. Herbold Núcleo Santa Catarina At. Dr. LUÍS GALAGGI Av. dos Anjos Têxteis, nº 86. Paraíso - Céu. Meu caro amigo, Dr. Luís Galaggi. Escrevo-te porque sinto muita falta de você, da solicitude com a qual me recebia, da atenção com a qual me ouvia, da presteza com a qual recebia as amostras dos produtos novos e dos catálogos que te trazia, das tuas avaliações sempre sérias, profundas e incontestáveis. Sinto falta das visitas que te fazia à 6:30hs da manhã e do café que tomávamos juntos e apressadamente porque você tinha sempre muito o que fazer. Sinto falta das discussões técnicas que tratávamos sobre máquinas, processos, produtos e corantes. Sinto falta do teu sorriso maroto e do brilho dos teus olhos azuis quando vislumbravas uma solução técnica insólita que não queria me revelar. Que péssimo jogador de pocker você teria sido!!! Mas você decidiu ir embora, freqüentar outro mundo e deixar este mundo têxtil brasileiro mais pobre. Que pena para todos nós que aqui ficamos!!! Entretanto, para quem te conheceu pessoalmente ou por ouvir falar (e foram muitos) você deixou uma filosofia de vida profissional e pessoal que será copiada e seguida. Pode ter certeza! Onde você estiver, receba um grande abraço de teu amigo. Luciano Migliaccio. SUMÁRIO Editorial .............................................................................................. 3 Mais de 600 congressistas participaram do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil ................................................................... 5 Panorama atual dos efeitos antimicrobianos na indústria têxtil (Comissão de Auxiliares Têxteis do CIT - INTI) ............................................... 24 Biodegradação de efluente têxtil e nove corantes técnicos utilizando fungos basidiomicetos (Luciana Antonelli Rosolen, Regina T. R. Monteiro, Priscila M. Dellamatrice, Hélio M. Kamida) ........................................................................................... 44 Elaboração de receitas de tingimento visando uma melhor qualidade do artigo e economia de processo Coordenador Geral: Carlos Eduardo E. Ferreira Amaral Vice-Coordenador: Clovis Riffel Secretário: Wilson França de Oliveira Filho Tesoureiro: Gilmar Jadir Bressanini Suplente: Lourival Schütz Junior Núcleo Rio de Janeiro Coordenador Geral: Francisco José Fontes Vice-Coordenador: Francisco Romano Pereira Secretário: Ricardo Gomes Fernandes Tesoureiro: Emanuel de Andrade Santana Suplente: Antonio Wilson Coelho Núcleo Rio Grande do Sul Coordenador Geral: Clóvis Franco Eli Vice-Coordenador: Eugênio José Witriw Secretária: Maria Julieta E. Biermann Tesoureiro: José Ariberto Jaeger Suplente: João Alfredo Bloedow CORPO REVISOR A revista Química Têxtil conta com uma equipe técnica para revisar os artigos que são publicados. Os autores devem enviar seus artigos para publicação com pelo menos 3 meses de antecedência. A equipe é formada pelos seguintes profissionais: Abrão Jorge Abrahão Antônio Ajudarte Lopes Filho Ivonete Oliveira Barcellos Luiz Cláudio R. de Almeida Úrsula Axt Martinelli Vidal Salem IPT Rosset FURB SENAI/CETIQT FURB VS Consultoria EXPEDIENTE Química Têxtil é uma publicação da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis. Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade dos autores. Periodicidade: Trimestral (mar./ jun./ set./ dez.) e-mail: [email protected] ISSN 0102-8235 Distribuição: mala-direta: associados da ABQCT, indústrias têxteis, tinturarias e entidades filiadas à FLAQT e AATCC. (Vitor Alexandre dos Santos) ......................................................... 54 Circulação: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Rio G. do Sul, Ceará e Paraná. Degradação de soluções aquosas de corantes reativos utilizando-se processo de co-precipitação seguido de fotocatálise heterogênea Jornalista Responsável: Solange Menezes (MTb 14.382) e-mail: [email protected]/telefax 3735.3727 (Kely V. Souza, Elaine L. Tiburtius, Fernando Wypych, Sandra G. Moraes, Francisco A. Camargo, Nelson Durán e Patrício P.Zamora) ........................... 58 Microemulsão: A nova tecnologia na remoção da cor de efluentes (Leocádia T.C. Beltrame, Tereza N.C. Dantas, Afonso A. Dantas Neto, José H. Nascimento.) ............................................................................................ 64 Produtos & Serviços ...................................................................... 76 4 Produção Editorial: Evolução Comunicações Impressão: Ipsis Gráfica Administração e Depto. Comercial: ABQCT C.G.C. 48.769.327/0001-59 - Inscr. Est. isento Praça Flor de Linho, 44 - Alphaville 06453-000 Barueri SP - Tel. (11) 4195.4931 Fax (11)4191.9774 - e-mail: [email protected] Mais de 600 congressistas participaram do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil Solange Menezes Depois de dois anos de preparativos, os organizadores do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil puderam respirar aliviados, pois os resultados superaram suas expectativas. O evento, que aconteceu de 4 a 7 de agosto em São Paulo SP, contou com mais de 600 congressistas de vários países da América Latina e Europa, que disputaram as poltronas dos auditórios nas 39 conferências e três painéis apresentados. As palestras migraram de temas atualmente aplicados nas indústrias, como estamparia e tingimento, para objeto de estudos acadêmicos, como a nanotecnologia. "Essas novas tecnologias são coisas que as pessoas ainda não acreditam mas que vão chegar, sem dúvida", prevê Vidal Salem, consultor têxtil. "É um tema que ainda está na linha de pesquisa, mas com certeza vai chegar muito rápido à nossa realidade". A nanotecnologia tem por objetivo adicionar funcionalidade à superfície das fibras. Essa técnica é particularmente atraente pela espessura, homogeneidade e seqüência de camadas que podem ser precisamente controladas pela arquitetura molecular, estrutura e interações eletrostáticas. Ela oferece a possibilidade de criar na construção de fibras ou acabamentos um fenômeno capaz de armazenar energia e informações, detectar os problemas e corrigi-los através da tecnologia nanomolecular. “Gostei muito dos seminários, mas alguns temas estão muito distantes da realidade do Perú. Minha área de interesse é o meio ambiente, pois o problema de conta- Painel de Nanotecnologia minação no meu país é muito grande”, disse o peruano Eduardo Guerreiro, especialista em Índigo da Cia. Nuevo Mundo S.A. Ele não estava sozinho com sua preocupação, pois as conferências que abordaram temas relacionados a racionalização e reaproveitamento de recursos naturais foram bastante concorridas. Uma opção apresentada para a preservação do meio ambiente foi o Color Fast Finish, na conferência de Markus Ringelsbacher, do Departamento de Química Têxtil Enrique Meltzer, Secretário Executivo da FLAQT Antonio Ajudarte, Presidente da ABQCT 5 da BASF - Alemanha. Nesse processo, a coloração e o acabamento são feitos de uma só vez, economizando água, produtos químicos, energia e tempo, uma vez que não requer tratamento posterior. Outra apresentação que teve como tema a preservação dos recursos naturais foi a de Manoel Zauberman, da Inpal S/A Indústrias Químicas, que falou sobre Engomagem, Preparação e Meio Ambiente. Segundo ele, por estar integrada na linha completa de produção, sua empresa pode trazer à indústria, produtos e processos que permitem uma engomagem com melhores eficiências na tecelagem, facilmente removíveis, permitindo uma preparação econômica, sem agredir as fibras, além de ser compatíveis aos tratamentos de efluentes. "Eu vivo em Portugal e tenho conhecimento da realidade européia e americana, mas com a globalização essas tecnologias são adequadas a qualquer país, embora uns sejam mais competitivos que outros", ressalta o professor Mahomed Ussman, da Universidade da Beira Interior, Covilhã - Portugal. Segundo ele, essas inovações são aplicadas ao mercado a medida que são solicitadas, o que torna Paulo Skaf, Presidente da ABIT, durante cerimônia de abertura o processo lento, pois as indústrias e o mercado nem sempre estão preparados para receber novas tecnologias. “Muitas novidades apresentadas ao mercado pelas empresas já eram conhecidas dos pesquisadores há muito tempo, mas estavam aguardando o momento certo de serem absorvidas pelo mercado. Mas é certo que quem chega com o produto primeiro no mercado estará sempre na frente”, diz Mahomed. Odair Bathke, coordenador comercial da Albrecht Equipamentos Industriais Ltda., concorda com as colocações do professor Mahomed quando diz o Congresso facilitou o contato com os clientes. “Estamos vendo as necessidades, as dificuldades que eles têm, e isso norteia os fabricantes para saber qual rumo tomar”, informa. Durante o evento, ele percebeu que existe uma necessidade muito grande de trocar informações entre os congressistas latino americanos, principalmente sobre processos, novos tecidos - como elastano - e tecidos especiais. “Existe uma ansiedade de saber como o outro está fazendo”. Os auditórios lotaram em todas as palestras. As questões levantadas pelo público mostram o grau de interesse pelos temas apresentados 6 A expressiva participação de acadêmicos brasileiros e de outros países no Congresso mostrou que o mercado está receptivo a novas tecnologias e as universidades estão ativas no desenvolvimento delas. “É uma surpresa muito boa ver a participação de tantos profissionais de outros países e tenho certeza de que eles estão se beneficiando com essas informações”, diz Kelson dos Santos Araújo, consultor inMahomed Ussman, da UBI - Portugal dependente em Ciências das Cores e Colorimetria. “Tenho certeza que os técnicos, industriais e os profissionais aqui presentes estão muito satisfeitos com o nível das conferências”. Jürgen Andreaus, da FURB - Brasil Markus Ringelsbacher, da BASF - Alemanha Kelson dos Santos Araújo, Consultor independente - BR 8 O professor José Valldeperas Morell, do Instituto de Pesquisa Têxtil da Universidade de Tarraça Espanha, também ficou muito satisfeito com o resultado do Congresso, não só pela grande participação de profissionais e acadêmicos de vários países latino-americanos, mas também pela pertinência dos temas abordados. "A recuperação da indústria têxtil fez com que passasse o desânimo e o Congresso coincidiu com esse momento", observa. "Estão abordando temas de grande interesse por sua novidade, como estamparia digital, nanotecnologia e teci- dos inteligentes, mas também tem o aperfeiçoamento da tecnologia tradicional, acompanhando o momento de transição da indústria". Segundo ele, a maior parte das palestras tiveram origem nas universidades porque, infelizmente, os grandes centros de pesquisa das grandes multinacionais já não estão tão atuantes como há 20 anos, mas por outro lado há uma integração maior entre empresas e universidades. “Acho que as universidades estão aqui Presença feminina no Congresso: no alto, Julie Clemmons, da para mostrar novos coNovozymes - EUA. Acima, Leocádia Beltrame, nhecimentos que vão da UFRN - Brasil dar frutos daqui a quatro ou cinco anos; mas também podemos ver técnicas desenvolvidas há quatro ou cinco anos que estão dando frutos agora”, diz ele, acrescentando que o equilíbrio do Congresso está na apresentação desses dois pólos. “Tem temas de grande interesse por sua novidade, como estamparia digital, nanotecnologias e tecidos inteligentes - que são ponta de lança - mas também tem a tecnologia tradicional. Nem tudo é mal na tecnologia já conhecida e nem tudo é para amanhã nas novas tecnologias. Tudo tem sua importância, porque as indústrias precisam preparar sua infra-estrutura para essas novas tecnologias e esse período de transição tem que se balancear em todos os aspectos”. Com o final do evento, o Brasil passa para a Argentina a responsabilidade de preparar a próxima edição do Congresso Latino Americano de Química Têxtil. Desde já estamos torcendo pelo sucesso do evento. MISSÃO CUMPRIDA. POR ORA!!! Gastão Leonidas de Camargo Presidente da FLAQT A FLAQT, a ABQCT e a Comissão Organizadora, no sábado, dia 08, concluíram com um jantar festivo o XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil. É uma etapa, não o término de um trabalho. Foram quase 3 anos de muita atividade, preocupações, dúvidas, sacrifícios pessoais, esquemas frustrados, porém, sem nunca perdemos a fé, a coragem e a força de luta pelo objetivo maior, que era o nosso Congresso. Nos últimos meses, somando-se a tudo isso, pequenas vitórias e acertos iam dando forma a um horizonte mais promissor, antevendo uma realização vencedora. Estamos convencidos que o foi. Conferencistas e congressistas, falando e escutando, ensinando e aprendendo, trocando informações, comentando resultados obtidos, formaram uma irmandade tão coesa que, em muitos casos, o tempo para conferências x debates tornou-se pequeno demais, exigindo continuidade nos corredores. Números: Números significativos não podem deixar de ser mencionados: - Conferências: ......................................................... 39 - Painéis: .................................................................. 03 - Congressistas: ........................................................656 Brasileiros:........................................................... 478 Visitantes:............................................................ 178 Acompanhantes:.................................................... 32 - Crachás: ..................................................................829 Fatos: Num evento como o nosso Congresso, certos fatos ficam marcantes para cada um. Para mim, não posso deixar de mencionar: 10 Gastão Leônidas de Camargo, presidente da FLAQT, durante abertura do Congresso - A vinda de colegas da América Central e da América do Norte, que muito nos prestigiaram. - O número recorde de participantes em um Congresso de Química Têxtil da América Latina. - O interesse na participação técnica, por parte dos Congressistas. - O brilhante trabalho do Frits Herbold, viajando e contactando conferencistas em diferentes países e liderando um Comitê Técnico incansável e de alto nível, que permitiu a excelência dos resultados. - O trabalho e o apoio incondicional de toda a Diretoria da ABQCT, do Vice-Presidente da FLAQT, da Comissão Organizadora e de toda a Equipe de Apoio. - A reeleição de membros da Diretoria Executiva da FLAQT que tão bem trabalhou para a realização do Congresso. - O entusiasmo e a alegria contagiante no congraçamento e atividades sociais. - A beleza da solenidade de abertura e do jantar de encerramento. - Destaque para a visita que uma delegação equatoriana, com nosso acompanhamento, fez à empresa STENVILLE TEXTIL, em Jundiaí, SP. O Sr. George Tomic, com uma solicitude marcante, nos atendeu sem segredos, comprovando que, nos dias atuais, apenas ver as instalações e processos de uma empresa não é o bastante. Importante é tomar decisões certas. A carta de agradecimento que fiz a ele e abaixo transcrevemos fala por si: Prezado Senhor Tomic, Em nome da FLAQT, da ABQCT e da Comissão Organizadora do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil, quero agradecer a excelente visita que realizamos na sua empresa. A liberdade dada aos visitantes, as informações precisas e valiosas, além de objetivas e claras, foram muito apreciadas e mostram grandeza empresarial. Mais do que andar livremente pelas instalações de sua empresa, valeu o tempo que o senhor, fugindo de seus afazeres, dispensou ao grupo equatoriano dos senhores Ricardo Flor Gordon, Hugo Paredes, Richard Flor, Marco Gordillo e a mim mesmo, relatando suas experiências, informações estatísticas e mais que tudo seu axioma que considero muito verdadeiro para o sucesso de um empreendimento. Seriam quatro situações, no nosso mundo altamente informatizado: 1. Informação certa + raciocínio errado – insucesso 2. Informação errada + raciocínio certo – insucesso 3. Informação errada + raciocínio errado – insucesso total 4. Informação certa + raciocínio certo – sucesso Por raciocínio entende-se o conjunto de conhecimentos adquiridos, inteligência emocional, poder decisório e ação. 12 Agarrar os 25% representados pela quarta premissa é o segredo de um empreendimento vitorioso. Isto é o que ocorreu nos 10 anos de crescimento da Stenville. Partindo de uma produção de 20 toneladas mensais, em janeiro de 1992, chega ao início de 2003 com 200 toneladas mensais. Devemos considerar que isso ocorreu numa época de crise no mercado têxtil quando muitas empresas diminuíram a produção ou chegaram a cerrar suas portas. Por tudo o que nos foi proporcionado, peço aceitar os nossos agradecimentos e, mais do que isso, os votos sinceros que a trajetória vitoriosa de sua empresa continue como foi até agora. Atenciosamente, Gastão Leonidas de Camargo Presidente da FLAQT Registro também, com sinceros agradecimentos, as firmas: § Doehler S.A. - Joenville - Santa Catarina § Karsten S.A. - Blumenau - Santa Catarina § Cia. Hering - Blumenau - Santa Catarina § Kyly Malhas - Pomerode - Santa Catarina § Malwee Malhas Ltda. - Jaraguá do Sul - Santa Catarina § Siderquímica S.A. - São José dos Pinhais - Paraná § Quimisa - Brusque - Santa Catarina Que, atendendo a nossa solicitação, abriram suas portas para visitas de congressistas do exterior. São empresas líderes em diferentes setores, que têm orgulho em mostrar o que fazem e um exemplo a ser seguido. - Uma de nossas colaboradoras, a Madleine Ferraz, teve a gentileza de mandar, logo após o término do Congresso, para os componentes das Diretorias, uma mensagem relatando um fato que, inclusive, já figurou num filme. É a história do menino que, por qualquer circunstância, de repente está num palco, dedilhando um tema simples no piano onde, em seguida, se apresentará um famoso pianista. O pano se abre e o veterano pianista não interrompe o menino mas, ao contrário, insiste para que prossiga e então, a quatro mãos, a melodia vai crescendo até um final arrebatador para a platéia. A idéia que nos veio dessa linda imagem é que, levada ao nosso trabalho, seria: o estudante ou já o jovem profissional, ousando em conduzir ou realizar um trabalho, novo ou difícil para ele, recebe do pianista veterano, (nesse caso, os conferencistas, a ABQCT, a FLAQT ou todos eles em conjunto, de braços abertos), o apoio, o acompanhamento, e principalmente o incentivo para grandes futuras realizações na profissão que escolheu. Obrigado, Madi! Passamos agora o bastão para os colegas argentinos, que realizarão, temos certeza que com muito brilho, o XVIII Congresso, em Buenos Aires. Esperamos que, na data que decidirem, já possamos estar contando com a filiação de Cuba e ainda do México, Honduras e Guatemala, que nos honraram com sua participação em São Paulo. Da minha parte, deixando a presidência da FLAQT ofi- cialmente, ao término deste ano, desde já estou me colocando à disposição da FLAQT e da ABQCT para, que sempre que solicitado, contribuir no que puder ser útil. Uma coisa que me entusiasma é ajudar a dar corpo a uma idéia que temos desenvolvido em conjunto com o Presidente da ABQCT, qual seja a da formação de um BANCO DE DADOS técnicos e de “chão de fábrica”, além de informações sobre serviços e utilidades disponíveis no mercado, para que, em conjunto com Universidades, Escolas Técnicas e empresas, possamos facilitar a vida do técnico e do empresário têxtil, encurtando caminhos na solução de problemas ou na elaboração de projetos novos. Coisas boas estão para vir brevemente. Principalmente, as “becas” para estudo na Universidade de Catalunha, o intercâmbio de idéias para aperfeiçoamento do ensino especializado na Química Têxtil, a Adesão ao Pacto Mundial organizado pela ONU, que nos abrirá muitas portas. É só esperar! ABTT PRESTA HOMENAGEM À ABQCT E FLAQT No ano em que se celebra os 40 anos de existência da FLAQT - Federação Latino Americana de Químicos Têxteis e os 30 anos de atividades da ABQCT - Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis, a ABTT Associação Brasileira de Técnicos Têxteis resolveu prestar uma homenagem às entidades e ofereceu um troféu comemorativo a cada uma delas. A FLAQT foi fundada em 12 de novembro de 1964, com o objetivo de estreitar os laços entre as entidades associadas. É uma associação sem fins lucrativos, integrada por associações de oito países da América Latina. A ABQCT foi fundada em 11 de dezembro de 1974, com o objetivo de congregar os técnicos da área química têxtil e aprimorar seus conhecimentos, e é membro da FLAQT desde 30 de outubro de 1985. A ABTT foi fundada em 2 de novembro de 1962, e tem como objetivo promover o intercâmbio de idéias e experiências entre os profissionais têxteis do Brasil. Este ano, a ABTT e a ABQCT firmaram uma parceria que oferece os mesmos descontos nos eventos promovidos pelas duas entidades a todos os associados de ambas. Isso já aconteceu no XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil e será praticado também no XXI Congresso Nacional dos Técnicos Têxteis, promovido pela ABTT, de 7 a 11 de setembro de 2004, em Natal RN, e nos demais eventos da ABTT e da ABQCT. 14 Acima, João Luiz Pereira, secretário da ABTT, entrega troféu a Ajudarte, presidente da ABQCT. Ao lado, Gastão, presidente da FLAQT, e Ajudarte com os troféus. Congressistas, conferencistas, delegações estrangeiras e patrocinadores cumprimentam a ABQCT pelo sucesso do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil “A ABTT - Associação Brasileira de Técnicos Têxteis , gostaria de felicitar a FLAQT - Federação Latino Americana de Química Têxtil e a ABQCT - Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis pela realização do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil, em São Paulo. Foi para nós motivo de súbta honra termos participado, juntamente com vários companheiros da ABTT, dos principais momentos do evento, destacando aos senhores nossa satisfação com a parceria entre nossas entidades, que propiciou ter sido este o primeiro acontecimento no qual sócios de ambas entidades tiveram condições privilegiadas. Esta parceria, temos absoluta certeza, possibilitará a presença de um número cada vez maior de participantes em eventos de nossas entidades, contribuindo para estreitar ainda mais nossos laços de amizade e nortear a defesa de interesses comuns. Recebam nossos sinceros cumprimentos pela impecável organização e riqueza dos temas apresentados.” ABTT - Associação Brasileira de Técnicos Têxteis Reinaldo Aparecido Rozzatti - Vice-Presidente João Luiz Martins Pereira - Secretário Geral www.abtt.org.br - [email protected] "Como patrocinador e participante deste Congresso, quero expressar meus cumprimentos pela excelente qualidade das palestras ministradas e pela organização da mesmo. A direção da ABQCT sempre poderá contar com o nosso apoio para eventos desta natureza.” Calquim Calil Hafez Neto [email protected] 16 “A Clariant sentiu-se muito honrada em ser um dos patrocinadores da FLAQT/Brasil 2004. A organização do evento foi muito elogiada por nossos colaboradores latino-americanos, assim como por nossos clientes participantes. Os temas selecionados para as apresentações tiveram a abragência ideal para a realidade atual do segmento têxtil. A programação das atividades também esteve bem coordenada, atendendo ao interesse de todos os participantes. A solenidade de abertura teve participantes ilustres do segmento textil, apresentando uma visão clara do nosso desafio futuro na região para consolidação do segmento têxtil latino-americano no mercado internacional. A solenidade de encerramento foi muito simpática, revelando-se como uma oportunidade rara de congraçamento entre todos os afiliados, num ambiente fino e muito agradável. Agradecemos à ABQCT pela oportunidade proporcionada à Clariant de expor seu know-how, num ambiente tão favorável.” Clariant Orlando Vallone [email protected] “De novo recebam os nossos parabéns pela boa organização do Congresso da FLAQT recente, e esperamos podermos nos ver antes do próximo Congresso em Buenos Aires.” Premier Trading Co. LLC - USA Michael J. Abadi [email protected] www.PremierTradingLLC.com “... Gostaria de parabenizá-los pelo sucesso do evento. Não é só opinião minha, mas de todos os participantes com os quais tive contato, o evento superou em muito as nossas espectativas, foi muito enriquecedor profissionalmente. Quiséramos houvesse um evento desses por ano e nossa indústria daria um salto em termos de qualidade de seus profissionais. Muitos falavam inclusive do orgulho que estavam sentindo em participar do setor têxtil. Voltei cheio de idéias e novos conhecimentos adquiridos nas palestras de colorimetria e outras que pude ter o privilégio de participar ativamente, fazendo perguntas e obtendo respostas exclarecedoras. ‘Fantástico’ é o que digo quando alguém que não foi me pergunta a respeito.” “El presente es con el fín de felicitarlo, igual que a la Comisión Organizadora por el magno Evento con motivo del XVII Congreso Latinoamericano de Química Textil celebrado en días pasados en São Paulo-Brasil. Ciba Carlos Alberto Pereira [email protected] Rosabel de Castillo Caracas-Venezuela [email protected] “A Sintequimica patrocinou dois pacotes - o C e o D - e teve um retorno excelente, apesar de algumas falhas devido à distribuição tardia dos cartazes de divulgação do Congresso. Foi muito bom termos colocado uma recepcionista uniformizada com o tecido estampado em Inkjet e o logo de nossa empresa no Hall onde aconteciam os "coffee breaks", distribuindo nossos folders, catálogos e literaturas, enquanto nosso pessoal técnico-comercial atendia os congressistas durante os intervalos das palestras. Participamos também do painel de InkJet Printing, tendo como moderador nosso diretor José Clarindo de Macedo, fato que muito nos envaideceu: lá estava a Sintequímica, presente entre tantos participantes de peso, cujos conhecimentos técnicos da nova tecnologia eram extremamente relevantes. Isso nos encheu de orgulho e incentivo para continuarmos trabalhando e patrocinando eventos como este, tão importantes e essenciais para nosso setor. Com relação ao nível técnico, a organização e a parte social, creio que foi o melhor Congresso já apresentado em nosso país, desde o Hino Nacional da abertura, até o jantar de encerramento. Tivemos que dividir nossos profissionais nas palestras simultâneas para podermos aprender tudo o que era oferecido. Até hoje ainda realizamos reuniões para discutirmos as tecnologias e as inovações apresentadas. Finalizando, a Sintequímica ficou satisfeita e orgulhosa por ter participado como patrocinadora. Contem conosco para outros eventos deste nível!!! Nosso objetivo era divulgar mais e melhor a Sintequímica, tanto para nossos patrícios, como para os visitantes internacionais, incentivando com isso nossas exportações. Não deu outra - após o término do Congresso, obtivemos um número expressivo de contatos para novos negócios em diversos países, dentre eles USA, Venezuela, Colômbia, Perú, Chile, Argentina e Equador. As nossas certificações ISO9001/ 2000 e ISO14001 surtiram um efeito extremamente positivo sobre esses novos e futuros clientes. O investimento foi plenamente justificado e tivemos um grande retorno. La Celebración estuvo muy disciplinada, elegante, y de gran altura en todos los aspectos. Los Conferencistas y participantes muy destacados en el rol que les correspondió actuar. Me gustó muchísimo la ceremonia de apertura, y algo fuera de serie fue la actuación de la Orquesta y Coral Marinelli Gracias por la atención tan amable de todos Ustedes a quienes saludo.” Sintequímica do Brasil Ltda. José Clarindo de Macedo www.sintequimica.com.br 17 “Por medio de esta comunicación quiero expresarle aos organizadores de este congreso mis más sinceras felicitaciones por la organización y realización de este magno evento. El lugar elegido para su realización, la información sobre la agenda, la logística de los hoteles, el recibimiento de las delegaciones, el acto inaugural, el temario, el nivel científico de algunas de las conferencias, la calidad de las exposiciones, la puntualidad en los distintos actos, la clausura y en general todas las actividades desarrolladas dentro del marco del XVII Congreso Latino Americano de Química Textil realizado por la ABQCT y convocado por la FLAQT me merecieron el calificativo de “EXCELENTE”. "Primeiro agradecemos a possibilidade que nos foi estendida por intermédio da nossa representada Kuesters em participar deste evento. De nossa parte, posso falar que este foi muito bem organizado, com palestras de alto nível e sem dúvida trouxe ao nosso mercado têxtil mais um padrão de como deve ser feito um evento deste porte, com seriedade, responsabilidade e respeito a todos os envolvidos. Parabéns!" Enka de Colombia S.A. Humberto Restrepo S. Servicio Técnico en Procesos Finales [email protected] "Parabéns por este evento memorável." "Estive no Congresso, gostei muito das palestras." Joni Dutra Neves, Texima Brasil Kelly C. Ribeiro Estudante UNICAMP "Vocês conseguiram realizar um excelente trabalho com alto profissionalismo. Mais uma vez, parabéns" Cesar V. Pinho, Ciba Pascal Renger, Ciba Suíça "Não teve um participante sequer que não teceu inúmeros elogios a respeito de toda a organização do congresso, desde as dependências, a parte sócio-cultural, organização, pontualidade e mais importante o nível técnico apresentado que é toda a essência desse tipo de evento. Abraços extensivos a todos do comitê e tomo a liberdade em resumir em uma mensagem final: "Sucesso e superação da missão cumprida." Karl-Hans Blank, DyStar Alemanha 18 Luiz Wagner de Paula, Ciba Maurício Vaz, PML Raimar Freitag Secretário geral da Oeko-Tex - Suiça "... Gostaria de cumprimentá-los pela excelente performance conseguida." Norberto Canelada Texpal - Brasil “Thanks a lot for your kindness and for allowing me to participate as a speaker at FLAQT. I was humbled by the amount of people attending my talk and the amount of questions and further contacts I received afterwards. Best regards and thanks again for allowing me to experience the wonders of Brazil." Juan Hinestroza Conferencista - NCSU - EUA "Por parte da Eloquímica e Quimisa, gostaria de agradecer e parabenizá-los pelo evento. Acompanhamos o seu trabalho e podemos ter uma idéia da quantidade de esforço envolvida para obtenção deste resultado tão satisfatório." Maria Cristina Santos Cunha Lima Eloquímica Grupo Quimisa - Brasil "...Chegamos ao fim da maratona que foi a realização desse congresso. Tenho a certeza absoluta de que atingimos a todos os nossos objetivos, graças ao trabalho e colaboração de muitos". Antonio Ajudarte, presidente da ABQCT "Nossa responsabilidade foi grande, porém, com um final gratificante devido ao sucesso alcançado. Todos os convidados internacionais, bem como o sr. Connelly, presidente da AATCC, que quer futuramente mais sinergia com nossa ABQCT, pois sua impressão foi muito positiva quanto a organizãção, nível técnico e social. Ele disse isso antes da apresentação de sua palestra, onde o Laércio era o coodernador. O professor Mr. Peter Hauser, da NCSU, também elogiou muito e, neste caso, ele veio com a esposa e teve passeios realizados nos city tours por nós organizados com tradução em inglês, o que muito a impressionou. Querem voltar e tenho certeza que poderemos contar com a NCSU." José Macedo, vicepresidente da ABQCT "I want to thank the FLAQT committee for the invitation to speak at the congress. The technical program was first-rate and I gained valuable information from the presentations. The social program was also very nice. My wife enjoyed the cultural tour she attended and we both enjoyed the closing banquet. In summary, my congratulations to the FLAQT committee for providing an excellent technical conference with an interesting social program." Peter Hauser, conferencista, NCSU - EUA “...Independente de qualquer avaliação formal, as manifestações vindas dos congressistas foram sempre extremamente positivas, expressando muita satisfação. O encerramento no Clube Monte Libano foi o coroamento desse sucesso. Parabéns a todos os colegas e obrigado pela oportunidade de fazer parte desse capítulo, que marcará para sempre os Congressos da FLAQT." José Roberto Genari, "mestre-sala" e congressista "Foi realmente um evento muito especial, tanto em termos profissionais como pessoais. A assistência à minha palestra no sábado foi muito boa e bastante participativa. Passados alguns dias, ainda estou "digerindo" todas as informações e contatos novos obtidos estando, assim, muito satisfeito por ter participado desse evento tão importante da área têxtil. Mais uma vez meu agradecimento extensivo a toda Diretoria da ABQCT." Kelson dos Santos Araújo, conferencista Consultoria em Cores - Brasil "Aos amigos que tanto se empenharam na organização do Congresso da FLAQT, desejo manifestar e compartilhar com vocês a minha alegria pelo sucesso do evento. Abraços para todos." Vidal Salem, "mestre-sala" e congressista No alto, o conferencista Markus Ringelsbacher Basf Alemanha. No centro, Wolfgang Schrott, da DyStar Alemanha. Ao lado, Oscar Haffar, do Grupo Intex - Venezuela. 20 "Fiquei muito feliz em poder participar e cooperar com o excelente andamento do Congresso. Continuo a disposição para todo e qualquer evento da ABQCT." Laércio Ferragina, "mestre-sala" e congressista "Estou muito feliz e agradecido por ter sido convidado para dar minha pequena contribuição para esse grandioso congresso.Parabenizo a todos que participaram para que esse evento se realizasse do modo que foi, pelo grande sucesso do congresso. Parabéns!!! Estou orgulhoso também da boa impressão que nossos países vizinhos levaram." Haroldo Castanho Pedro, "mestre-sala"e congressista “Só uma palavrinha de parabéns pela organização da sua conferência e de agradecimento pelo atendimento de que fui objeto, nomeadamente pelo alojamento no hotel Meliá de que gostei muito.” Jaime I. Naylor da Rocha Gomes Universidade do Minho - Portugal [email protected] “A GII é uma organização de especialidades químicas, representantes de fornecedores globais para as áreas têxteis, couros, pigmentos (tintas e plásticos), papel e revestimentos em madeira, que promove a integração total dos recursos. Por isso, foi criado sobre três pilares: imaginação e integração ilimitadas. A GIII representa, no Brasil, a M. Dohmen / LG Alemanha - Coréia, em corantes; a Wonderful / Jiansu Taifeng - China, o maior produtor mundial de índigo; a Chromatech de Leeds Inglaterra, em auxiliares têxteis e a SunChemical - Performance Pigments, para tintas, plásticos e especialidades. Pela primeira vez a GIII participa do XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil e da FEBRATEX Feira Brasileira para Indústria Têxtil. O congresso em geral foi bom com palestras muito interessantes e outras nem tanto. As acadêmicas foram as melhores e a dos fornecedores, algumas boas, mas em geral não trouxeram grandes novidades para os técnicos brasileiros. A possibilidade de troca de experiências e networking foi muito aproveitada por todos. A organização, o marketing e a presença da maioria das empresas da cadeia têxtil, apoiando o congresso, foram pontos de destaque". GIII - Grupo de Imaginação e Integração Ilimitadas Eduardo Guimarães - presidente da GIII 22 “En nombre de la delegación del Ecuador al XVII Congreso Latinoamericano de Química Textil, agradezco por las atenciones brindadas en el seno de este evento y hacemos votos por el exito futuro y la unidad de la ABQCT y FLAQT. Además, un especial agradecimiento por la invitación hecha para conocer la empresa textil Stenville.” Asoción Ecuatoriana de Quimicos y Tecnicos Textiles Ricardo Flor G. [email protected] "Achei que o congresso foi muito bem organizado, com estrutura de primeira qualidade. Os programas foram cumpridos e as informações vieram de encontro às necessidades que estão surgindo no mercado têxtil." BASF S.A. Marcelo Paciello da Silveira Coordenador de Vendas - São Paulo “Para a Texsilon, não houve surpresas quanto à realização do 17º Congresso da FLAQT, orquestrado pelas mãos competentes da equipe organizadora do evento, a Diretoria da ABQCT. Temos participado de outros congressos da FLAQT e No alto, o conferencista Olli Lemola, da Stork Países Baixos. No centro, Freddy Rewald, FEI - Brasil. Ao lado, Manoel Zauberman, da Inpal - Brasil podemos afiançar com segurança que o nível técnico dos trabalhos apresentados, assim como a organização total do evento, foi perfeita em todos os detalhes, desde a abertura até o encerramento na festa de confraternização. Parabéns a toda equipe organizadora, vocês realizaram uma obra maravilhosa e que nos enche de orgulho.” Texsilon Luiz Scalon “A Golden Química do Brasil Ltda. vem, através de seus funcionários e diretoria, parabenizar a presidência, diretoria e membros da comissão organizadora da ABQCT e FLAQT pelo extraodinário Congresso realizado. O profissionalismo, competência e bom gosto que pautaram tanto os eventos técnicos como os sociais fo- ram motivos de orgulho para toda a comunidade têxtil brasileira. Os congressistas da Golden Quimica tiveram a oportunidade de assistir cerca de 90% das palestras e, embora muito alertado pela equipe diretiva da FLAQT, parte dessas palestras tiveram cunho estritamente comercial, o que lamentamos profundamente, embora esse fato não diminua o brilho do evento. As empresas devem estar mais conscientizadas de que o público num congresso dessa magnitude, vai em busca de novos conhecimentos técnicos. Sentimos na obrigação de mencionar esse fato, mas estamos à disposição para colaborar em eventos com o padrão do que foi executado. Golden Química do Brasil Ltda. Diretoria 23 Tecnologia Biotecnologia Química Têxtil n° 76/set.04 Panorama atual dos efeitos antimicrobianos na indústria têxtil Comissão de Auxiliares Têxteis do Centro de Investigação e Desenvolvimento Têxtil (CIT) do INTI Artigo publicado na Revista Galaxia nº 167 - Argentina Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT Os agentes antimicrobianos têm um papel importante no controle dos microorganismos perigosos, mas o desenho, a aplicação e o mecanismo de ação de tais agentes não estão isentos de problemas. O objetivo final não é a erradicação das bactérias e fungos, mas o controle de suas populações. Este trabalho apresenta um panorama e a situação atual dos produtos e a forma de atuar dos agentes antimicrobianos. Industrialmente, os agentes antibacterianos ou antifúngicos são aplicados durante o processo de acabamento ou são incluídos na própria estrutura da fibra. com cadáveres. Dessa maneira, temos uma explicação do uso do sabão para se obter um efeito desinfetante em razão de sua propriedade de limpeza. São descritos antecedentes históricos, as definições dos termos em microbiologia, os mecanismos de reprodução e controle dos microorganismos, as composições químicas dos agentes utilizados, a forma de aplicação nos têxteis, o mecanismo de ação e sua durabilidade durante o uso normal da prenda. O descobrimento do poder biocida dos tensoativos quaternários de amônio, que data do ano 1935, conduziu a sua posterior aplicação no campo têxtil. Podemos citar o fenol, halógenos (cloro, bromo, iodo) e sais metálicos, como os primeiros biocidas industriais utilizados no começo do século XX. A indústria têxtil, no século XX não utilizou processos de aplicação de biocidas, salvo em casos muito destacados, como por exemplo, a lavagem comercial de fraldas. Cabe destacar, que na Argentina existiram sérios problemas de toxicidade em pessoas por utilizarem derivados de mercúrio que mais tarde foram proibidos. 1. Antecedentes históricos e sua relação biocida Como referência, talvez uma das mais antigas, muito importante e relacionada com este tema, podemos citar o ritual bíblico da vaca queimada. A gordura quente fundida, ao escorrer e entrar em contato com as cinzas, formava por saponificação uma mistura alcalina de sabão em pó. Essas cinzas saponificadas eram diluídas em recipientes, formando assim uma lixívia aquosa que era utilizada para borrifar tudo o que estivera em contato 24 Os agentes tensoativos descobertos no século XX, utilizados para todos os processos têxteis úmidos e em especial para a lavagem dos materiais (fibras, tecidos e prendas), contribuem para diminuir as possibilidades de formações microbianas e fungos ao eliminar as sujeiras e em especial os contaminantes orgânicos, principalmente óleos e gorduras. Podemos dizer que o sabão e os tensoativos têm "por si só" uma ação letal sobre muitas formas de microorganismos. Na fabricação de lonas, especialmente de uso na intempérie (toldos, caminhões etc.), foi necessária a aplicação de acabamentos especiais para evitar a formação de fungos. Nesse caso, foram utilizados sais de cobre e outros Tecnologia Biotecnologia produtos. Os ensaios consistem em deixar um pedaço da lona durante um certo tempo enterrado no solo e avaliar em seguida a perda de resistência e a descoloração. Quanto a fibra de lã, sendo seu principal problema a destruição pela traça, tornou-se necessário um tratamento com produtos especiais, de formulação muito similar a dos corantes de alta afinidade. A lã mal lavada ou contaminada com restos de ensimagem conduz a rápidas formações de fungos da família aspergillus niger, que terminam infectando todos os lugares em contato com a mesma. Isso torna necessária a descontaminação de pisos, paredes, caminhões onde se transporta a lã etc. Quanto a utilização nos processos, podemos citar vários casos indiretos. A aplicação das engomagens de fios, por ser originalmente feita com amidos, fécula, caseína ou misturas, e na atualidade com produtos sintéticos (álcool polivinílico, acrilatos etc.), torna necessário o uso de conservantes para evitar a putrefação e formação de fungos. O uso de ensimagens nos processos de fiação, elaborados com óleos naturais, ácidos graxos ou óleos sintéticos, e que são utilizados em emulsão ou soluções coloidais, requer a utilização de conservantes para evitar a decomposição, tanto no processo como sobre as fibras. Sobre isso podemos dizer que os óleos minerais contêm geralmente altas concentrações de pseudomonas, as quais trabalhando em conjunto com leveduras e enzimas (sulfatasas) levam a decomposição dos sulfatos da água, que se reduzem formando ácido sulfídrico altamente tóxico para o ser humano, além de deteriorarem e colorirem a lã. A utilização de água contaminada nos processos úmidos, geralmente proveniente de poços pouco profundos, pode levar a contaminações com fungos, que mancham os materiais durante seu armazenamento e modificam a tonalidade dos corantes. Isso deve ser solucionado mediante o uso de biocidas especialmente selecionados. Dado o potencial de periculosidade que implica a inclusão de um agente bactericida em um produto têxtil, se optou por utilizar aqueles que estão inclu26 Química Têxtil - n° 76/set.04 ídos desde longo tempo na relação de produtos que não causam problema quando em contato íntimo com a pele (como cosméticos). Esses produtos são utilizados há mais de vinte anos, período durante o qual foram avaliados em cada caso quanto a sua toxicidade, sem que se tenha reportado casos de efeitos nocivos. 2. Biocidas (bactérias e fungos) Há muitas décadas são utilizados agentes antimicrobianos para controlar a proliferação de bactérias e fungos. Os agentes antimicrobianos têm um papel importante no controle da população de microorganismos perigosos, mas a aplicação e o mecanismo de ação de tais agentes não estão isentos de problemas. Em primeiro lugar, o mais habitual é usar um projeto simples para controlar o amplo espectro de organismos chamados micróbios, seja do tipo bacteriano ou fúngico. De uma forma geral, quanto mais ampla é a atividade do agente, mais tóxica é a substância química para as outras espécies de ordem superior, incluindo o homem. Em segundo lugar, o objetivo final do efeito antimicrobiano não é a erradicação completa de todas as bactérias e fungos mas sim o controle de sua população. Existem micróbios em quase todos os ambientes, desde as calotas polares até os desertos mais áridos. Alguns micróbios são capazes de resistir temperaturas muito extremas, desde 100ºC até -180ºC. Os órgãos internos e o sangue costumam estar livres de micróbios e a elevada acidez do estômago costuma ser uma boa barreira para as bactérias que desejem entrar no organismo humano. Na pele limpa sempre existem níveis básicos de bactérias e fungos, com uma população típica de 1001000 micróbios por centímetro quadrado. Nesses níveis, os micróbios não produzem nenhum problema de saúde e nem de mau cheiro. As bactérias e fungos vivem bem em condições quentes e úmidas. Como se multiplicam por divisão em duas, o crescimento da população segue uma simples progressão geométrica de 1, 2, 4, 8, 16, 32.... Em condições ideais, esse processo pode ter lugar a cada vinte minu- Química Têxtil - n° 76/set.04 tos, o que significa que em um período de 8 horas, uma simples bactéria pode gerar 1,6 milhões descendentes. Quando as bactérias ou fungos alcançam níveis excessivos aparecem os problemas de odor, descoloração e possível infeção. Muitos dos odores característicos associados com a boca, axilas e pés são devidos a grandes populações que proliferam em condições quentes e úmidas. O mau cheiro resulta da digestão de nutrientes transpirados por parte dos microorganismos e a conseguinte liberação de produtos secundários pestilentos. Mesmo que as bactérias sejam muito prolíficas, costumam ser eliminadas através de uma simples lavagem. Os níveis excessivos de fungos são os responsáveis por infeções tipo "pé de atleta" em locais de chuveiros coletivos e por contaminação de colchões e roupa de cama. Os fungos demoram mais tempo para se estabelecerem do que as bactérias mas são mais difíceis de serem eliminados e podem resistir bem aos ciclos de lavagens. É evidente que os problemas associados com bactérias e fungos são diferentes e, portanto, devem ser diferentes os métodos utilizados para controla-los. Por exemplo, o controle de ácaros em roupa de cama e colchões. Os ácaros pertencem à família dos aracnídeos, medem entre 0,1 e 0,5 mm, isto é, são invisíveis a olho nú. Vivem entre as fibras têxteis e não dependem de nenhum substrato em especial. Preferem as mesmas condições climáticas dos fungos e bactérias, ou seja, umidade e temperaturas cálidas. A quantidade de células que se desprendem diariamente do corpo humano, suor, gordura e pele tem um peso aproximado de 1,5 gramas, o que é suficiente para nutrir mais de um milhão de ácaros. Mas, normalmente essas células são demasiadamente secas e com um conteúdo de óleo demasiadamente alto para servir de alimento direto aos ácaros. Os fungos contribuem para decompor a capa oleosa dessas partículas, tornando-as mais digestíveis para a alimentação dos ácaros. Com as condições de umidade e temperatura adequadas, o ambiente fica favorável para a multiplicação dos ácaros. Em uma geração de 3 a 4 meses, uma colônia original Tecnologia Biotecnologia de 1000 indivíduos pode se converter em uma de mais de 40000. As fezes dos ácaros secam e se dividem em partículas de tamanho microscópico que podem ser expulsas da cama pelo movimento e pela carga estática. Esses dejetos contêm os agentes alérgicos que provocam as reações alérgicas. A presença de um tratamento antimicrobiano pode deter o crescimento dos fungos responsáveis pela degradação das células epiteliais e assim cortar o ciclo de reprodução dos ácaros. 3. Produtos têxteis e seus usos No campo têxtil os tratamentos antimicrobianos se dirigem aos seguintes usos finais: - uso desportivo; - camisas e jaquetas; - entretelas; - meias e roupa interior. Na área industrial, são solicitados para: - roupas de trabalho e tecidos para a indústria farmacêutica e alimentícia; - filtros para acondicionadores de ar, filtros em geral e aspiradores de pó. Para a higiene hospitalar são usados em: - roupas para cirurgia, laboratórios, odontologia e etc.; - roupa de cama, forro de colchões; - proteção bucal; - gases, bandagens e fitas adesivas. 4. Definições A microbiologia é uma ciência que, em uma das suas ramificações, estuda o efeito degradante dos microorganismos sobre os alimentos, cosméticos, produtos farmacêuticos etc. A conservação química foi introduzida ao redor de 1880, com o uso do ácido salicílico, ácido bórico e sal (cloreto de sódio). Essa é a classificação dos microorganismos: - Bactérias (Gram+ e Gram-): são organismos unicelulares que têm um único cromossoma e não possuem envoltura nuclear. São os menores microorga27 Tecnologia Biotecnologia nismos, com um diâmetro médio de 1 mícron. Muitas espécies são patogênicas e outras intervêm em ciclos da natureza. Segundo sua forma aproximada são divididos principalmente em: . Cocos (esferas) . Bacilos (bastões) . Espiroquetas (espirais) . Actinomicetas (forma indeterminada) - Fungos (leveduras e mofos): são organismos com um núcleo organizado e paredes celulares rígidas, carecem de clorofila. Diferentemente das bactérias, são constituídos de múltiplas células. - Vírus: é constituído por material genético (ADN ou ARN) e uma cobertura protéica; só se reproduzem em um organismo vivo e devem ser parasitas de uma célula hospedeira. - Esporos: célula que se separa do organismo mãe e que, em condições favoráveis, desenvolve um novo organismo adulto. Também são definidas como bactérias encapsuladas. - Algas: organismos vegetais pluricelulares que vivem em ambientes úmidos ou líquidos. Possuem capacidade de fotossíntese, captam a luz e a convertem em energia. Podem ser macro ou microscópicas. 4.1. Definições de palavras conexas Agentes antimicrobianos: são todas as preparações para prevenir, destruir ou abrandar qualquer bactéria, fungo ou virus em qualquer âmbito exceto em humanos, plantas e animais ou em alimentos, bebidas ou 28 Química Têxtil - n° 76/set.04 medicamentos. São substâncias naturais ou sintéticas que destroem ou inibem a proliferação de microorganismos. Antibióticos: são os produtos antimicrobianos de origem natural. "Cidas": é o sufixo que indica substâncias que matam organismos do tipo indicado no prefixo; podem ou não matar outro tipo de microorganismo. Bactericida: é um produto que mata bactérias, mas não necessariamente seus esporos, que é o estado no qual permanecem os microorganismos quando as condições lhes são adversas. Germicida: é um agente "cida" de amplo espectro. Fungicida: é o agente que mata os fungos. Esporicida: agente que destroi os esporos microbianos. "Státicos": se faz acompanhar de um prefixo que indica sobre qual tipo de microorganismo exerce a ação. Esses produtos provocam a interrupção do crescimento dos microorganismos mas não sua morte, como fazem os "cidas". Bacteriostático: é o agente que previne o crescimento das bactérias mas que não necessariamente as mata. Nem a elas e nem os seus esporos. Fungistático: é o agente que inibe o crescimento dos fungos mas nem sempre os mata. Desinfetante: é um agente que mata ou reduz, sobre objetos inanimados, a população de microorganismos a níveis que normalmente são inócuos para a saúde, mas não aos seus esporos. Antisséptico: é um agente germicida suficientemente inofensivo para ser aplicado sobre a pele ou mucosas, mesmo não sendo sempre seguro para a aplicação interna. Esterilização: destruição ou ausência de microorganismos. Infeção: os microorganismos penetram no hospedeiro. Contágio: os microorganismos passam de um hospedeiro a outro. 5. Atividade antimicrobiana - Métodos AATCC Existe uma série de ensaios para quantificar a eficácia do efeito antimicrobiano. O teste AATCC 147 é, em Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia geral, o mais usado, mas em alguns casos específicos são adotados sistemas de ensaio diferentes, como o AATCC 100 ou os testes suíços SNV-195, 920 e 921. 5.1. Método AATCC 147 Esse método é um procedimento qualitativo, cujo objetivo é demonstrar se o agente bactericida com o qual estamos tratando o material têxtil oferece atividade antibacteriana. As amostras do material a ser testado, incluindo amostras de controle feitas do mesmo material sem tratar, são colocadas em íntimo contato com um gel nutritivo, o qual tenha sido previamente inoculado com os microorganismos. É usada uma família bacteriana padrão, em geral se pode usar Staphylococcus Aureus como representativa dos organismos Gram positivos. O resultado é determinado observando a zona de inibição que se produz sobre o gel ao redor da amostra que está sendo testada; essa zona é uma área bem determinada na qual não existe crescimento de microorganismos e que ocorre como resultado da difusão do agente antibacteriano proveniente do material têxtil. Meio de Cultivo: em geral se usa um gel ajustado a um pH de 7,0 com hidróxido de sódio. Amostras: podem ser circulares ou retangulares de 25x50 mm. Procedimento: coloca-se o gel nutritivo em placas de Petri. A seguir borrifa-se o gel com a solução de inoculação bacteriana (semeadura) em locais determinados, em formas de estrias, e coloca-se a amostra a ser 30 testada. A prova é incubada durante 18 a 24 horas. Avaliação dos resultados: as placas de Petri são examinadas verificando-se tanto a interrupção do crescimento bacteriano nas estrias quanto a zona de inibição ao redor da amostra. Para avaliar a atividade antibacteriana, os materiais tratados devem ser comparados com o material de controle (sem tratar) e com um material que já possua atividade antibacteriana estabelecida. Para que o agente antibacteriano seja reconhecido como tendo uma aceitável atividade bactericida, não deve haver colônias bacterianas em baixo da amostra, na área de contato com o gel. 5.2. Método AATCC 100 Diferentemente do Teste 147, esse método oferece um procedimento para avaliar o grau de atividade antibacteriana. Se o que se pretende verificar é a presença ou não de atividade antibacteriana, um procedimento qualitativo como o Teste 147 é perfeitamente aceitável. Porém, se pretendemos efetuar uma avaliação quantitativa da atividade antibacteriana, necessitamos efetuar o Teste 100. Praticamente o que se faz é o seguinte: os materiais tratados são testados primeiro usando o método 147; aqueles que apresentam atividade antibacteriana são a seguir avaliados quantitativamente pelo método 100. 6. Material têxtil antimicrobiano Para conferir a um material têxtil propriedades antimicrobianas existem dois caminhos: incorporar o agente antimicrobiano à fibra ou aplica-lo depois, como um acabamento. O primeiro caso somente é viável com as fibras sintéticas que descreveremos com o título de fibras antimicrobianas, o segundo caso corresponde a aplicação de produtos antimicrobianos sobre fibras (praticamente qualquer tipo), fios, tecidos ou prendas confeccionadas (ver cap. 6.2 -Produtos de acabamento antimicrobiano) Química Têxtil - n° 76/set.04 6.1. Fibras antimicrobianas a) R.STAT - A empresa R.STAT, de origem francesa, produz uma fibra de poliamida 6.6 para ser usada em princípio como fibra antiestática, mas que também possui propriedades antibacteriana e cujos direitos foram comprados da Rhone-Poulenc para sua fabricação. É uma fibra de poliamida 6.6 com uma capa de 0.2 microns de espessura de sulfureto de cobre. Essa capa é fundida no processo de fabricação na face externa da fibra e está intimamente integrada dentro do polímero, assegurando uma resistência permanente às condições normais de uso e a diversos tratamentos químicos. A propriedade antibacteriana da fibra é gerada pelos íons de cobre. Esses íons escapam gradualmente da fibra e se fixam nos grupos tiol (SH) que se encontram nas enzimas da membrana das bactérias. Dessa maneira afeta seu metabolismo, inibindo sua capacidade respiratória e prevenindo sua multiplicação. Ao inibir sua multiplicação e não elimina-las, impede que todas as bactérias morram e dessa maneira protege as bactérias que atuam como barreira de proteção das infeções. A fibra tem ação somente antibacteriana, não tem ação antifúngica. Lamentavelmente, essa fibra é de cor castanho avermelhado, a qual limita seu uso que poderia ser para meias, roupa interior, máscaras, luvas etc.. O sulfureto de cobre é tóxico mas em dosagens muito altas, a dosagem letal é superior a 1000 mg/kg. b) Amicor - a empresa Fibras Acordis produz, com o processo da Courtelle, duas variedades de fibras acrílicas, fabricadas pelo método de tiocianato de fiação em úmido: Amicor AB com ação antibacteriana e Amicor AF com ação antifúngica. Na Amicor AB é incorporado o produto Triclosan no processo de fabricação, sob a forma de partículas sólidas e não de dispersão molecular, o que lhe confere solidez aos diversos tratamentos úmidos; a maior parte do aditivo se agrega a matriz da fibra e uma pequena proporção aparece na superfície da mesma ou próximo a ela. Esse revestimento superficial é o responsável pela ati- Tecnologia Biotecnologia vidade inicial; durante os ciclos de lavagem e desgaste, esse revestimento inicial migra para as fibras e/ou substratos vizinhos, oferecendo uma zona de proteção; por conseguinte, permanece continuamente em migração pela ação das lavagens e do uso. Quando o aditivo é eliminado da superfície por migração se estabelece um gradiente de concentração entre as partículas ricas em aditivo situadas no interior da fibra e as da superfície das mesmas com pouco aditivo. Como resultado, o aditivo se difunde do interior para a superfície e a natureza muito porosa desse tipo de fibra ajuda a difusão. Esse mecanismo pode ser interpretado como um processo de difusão lenta que se ativa ao lavar ou usar a fibra. Para a Amicor AF com ação antifúngica o fabricante não declara que princípio ativo utiliza. Qualquer uma das duas fibras, sozinha ou em conjunto, podem ser misturadas com outras fibras, em porcentagens não menores do que 30% para que tenham o efeito desejado. Podem ser misturadas com qualquer fibra e aceitam todos os processos de tingimento, mas quando misturadas com algodão, devem ser alvejadas somente com água oxigenada pois os alvejamentos a base de perclorato diminuem sua atividade antimicrobianas; resiste muito bem as lavagens até 74ºC. c) Permafresh - é uma fibra de polipropileno desenvolvida pela Plasticisers Fibres, radicada no Reino Unido, cujo agente antimicrobiano é o Ultrafresh DN 50, produzido pela empresa canadense Ultrafresh. Esse produto tem sido utilizado por mais de 15 anos em outras finalidades diferentes, mas lamentavelmente essas duas firmas não declaram qual é o princípio ativo do mesmo. Desenvolveram dois tipos de fibras: "Permafresh" e " Permafresh Plus", sendo que este último possui um rendimento mais elevado. Ambos podem ser misturados com outras fibras dando ao tecido final propriedades antimicrobianas. d) Existe uma fibra desenvolvida recentemente pela DuPont que contém o agente antibacteriano "Allerban", 31 Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia do qual não conhecemos a composição química. Essa fibra é formada por uma combinação de poliéster "Dacron" com uma seção circular de 4 canais e 75 mm de longitude e uma fibra acrílica que contém o agente antimicrobiano; ambas fibras são misturadas antes de serem cortadas. A DuPont aconselha seu uso para almofadas, colchas e edredons e alega que resiste a lavagens até 60ºC. e) MicroSafe - essa fibra de acetato de celulose é fabricada pela firma italiana Celanese, a qual incorpora durante a fiação um composto de fenoxi halogenado como agente antimicrobiano. Esse aditivo não é solúvel em água e se encontra uniformemente distribuído em toda a fibra. Durante o uso, o aditivo que se encontra na superfície da fibra migra para as fibras vizinhas dando proteção a todo o material; então o aditivo do interior da fibra vai migrando para a superfície e restabelece o equilíbrio. O composto fenoxi halogenado ataca a membrana citoplasmática das bactérias e dessa forma interfere em suas funções metabólicas evitando sua proliferação; é inócuo para os seres humanos e animais por ser incapaz de romper a grossa membrana das células do sangue e da pele. Segundo o fabricante, essa fibra pode ser misturada com qualquer outro tipo de fibra, tanto as naturais como as sintéticas; na mistura deve estar presente um mínimo de 15% desse material. Foi comprovado com os ensaios correspondentes que nessas condições resiste até 200 lavagens a 70ºC. 6.2. Produtos de acabamento antimicrobiano Os produtos antimicrobianos para uso têxtil devem cumprir as seguintes condições: - cobrir um espectro microbiano relevante; - ser de uso seguro para o fabricante e para o consumidor têxtil, com boa tolerância da pele; - fácil de aplicar; - resistente a numerosas lavagens; - não apresentar efeitos adversos sobre o têxtil após sua aplicação. 34 Por isso, classificaremos os produtos antimicrobianos em produtos comerciais e em desenvolvimento, fruto da investigação de Institutos ou Universidades e que poderiam ser utilizados na indústria. 6.2.1. Produtos comerciais a) Reputex 20 (PHMB) Poly(hexamethylene biguanide hydrochloride) ou cloridrato de polihexametilen biguanida é um composto químico fabricado pela empresa Avecia (ex. Zeneca), que tem sido usado por muitos anos em uma grande variedade de aplicações antimicrobianas, em piscinas ou em produtos de uso pessoal. O PHMB é uma molécula relativamente segura e tem muito baixa toxicidade nos mamíferos. Por ser um polímero com uma grande quantidade de grupos catiônicos, possui muitos enlaces com a celulose, dai provém sua excelente solidez as lavagens repetidas. O PHMB é muito solúvel em água e facilmente aplicável sobre algodão, fibra sobre a qual tem muito bom esgotamento. Sobre fibras sintéticas não tem bom esgotamento, por isso, para que esse produto tenha efetividade o algodão deve estar presente em 30% da mistura pelo menos. Como tem boa estabilidade térmica (215ºC) pode ser usado nas fibras sintéticas, sendo incorporado ao polímero quando as mesmas são fabricadas. O PHMB pode ser aplicado por esgotamento, foulard ou spray, este último é recomendado para casos especiais como "tecido nãotecido". Por esgotamento se aplica em uma faixa de 0,25 a 2% durante 30 minutos a 40ºC com pH 7/8; nessas condições seu esgotamento é quase completo. Por ser Química Têxtil - n° 76/set.04 catiônico não pode ser aplicado junto com alvejantes óticos, além disso o tecido deve estar livre de restos de cloro ou água oxigenada proveniente do alvejamento. Por foulardagem pode ser aplicado em presença de amaciantes não-iônicos e catiônicos, não necessita termofixação e também é compatível com a maioria das resinas tradicionais. Caso se queira que ele funcione também como fungicida, deve ser utilizado em concentrações superiores a 2%. Os materiais têxteis tratados com PHMB não sofrem modificações em suas propriedades, não afeta sua resistência mecânica, absorção de água, não modifica o toque e tem boa solidez a lavagem, resistindo pelo menos a 50 lavagens. Como o PHMB tem bom esgotamento, o banho residual pode ser despejado sem problemas porque com a alta diluição que se produz com os demais efluentes da tinturaria é quase imperceptível no conjunto. No caso de restos de banhos de foulard, devem ser diluídos antes de serem eliminados como efluente. b) Sanitized e Actigard Estas marcas de produtos comercializados pela Clariant englobam vários compostos com princípios ativos diferentes, os quais passamos a descrever a seguir e que têm as seguintes características gerais: - Atuam sobre os microorganismos, atacando a parede celular dos mesmos e afetando dessa maneira seu processo metabólico, por isso interrompe o mecanismo de crescimento e reprodução dos mesmos. - Tem ação bacteriostática sobre a maioria das bactérias Gram positivas e Gram negativas e em alguns casos que serão mencionados em particular, sobre leveduras e fungos. - Em geral são aplicados sobre todos os tipos de fibras; sobre poliéster puro ambos os produtos necessitam ensaios prévios para que se consigam os melhores resultados. - São aplicados em concentrações variando entre 0,7 a 1,0% por esgotamento e/ou foulardagem, sempre com o banho a pH 4,5/5. Por esgotamento é aplicado durante 15 a 20 minutos a 60ºC, sendo possível a aplicação em menor temperatura, mas nesses casos deve ser aumen- Tecnologia Biotecnologia tado o tempo de processo. No caso de foulardagem, é aplicado geralmente a 40ºC e logo a seguir fixado a 140/ 160ºC. Os dados sobre a aplicação desses preparados são gerais e podem variar um pouco de um para outro. - A biodegradabilidade desses produtos está entre os 50 e 100%. A seguir descreveremos o uso e alguns detalhes dos mesmos: - Sanitized T90-04: composto fenoxihalogenado, com um derivado da isotiazolinona. É recomendado para o uso de têxteis que estão em contato com a pele; tem ação biostática sobre bactérias, fungos e leveduras; tem caráter aniônico; pode ser aplicado por esgotamento ou foulardagem; possui muito boas solidezes a lavagem e limpeza a seco e sua biodegradabilidade é de 70 a 100%. - Sanitized T96-20: composto fenoxihalogenado. É recomendado para a proteção higiênica de têxteis que ficam em contato com a pele. Tem somente ação bacteriostática, tem caráter aniônico, pode ser aplicado por esgotamento ou foulardagem, possui muito boas solidezes a lavagem e limpeza a seco e sua biodegradabilidade é maior do que 95%. - Sanitized F83-12: composto de amônio quaternário com um derivado da isotiazolinona. É recomendado para a aplicação sobre plumas e material de enchimento de almofadas, mantas, sacos de dormir etc. Tem ação biostática sobre bactérias, fungos e leveduras; tem caráter catiônico; é aplicado por esgotamento e no último banho dado que não possui solidez a lavagem; sua biodegradabilidade é de 50 a 100%. - Sanitized TB83-35: preparado com derivados da isotiazolinona, tem sua aplicação aconselhada para tapetes, tapeçaria do lar e automotora, malas, valises, filtros etc. Como não tem solidez a lavagem, se recomenda usar com compostos fluorcarbonados ou ligantes, a solidez é dada pelo sistema ligante utilizado, tem ação biostática sobre bactérias fungos e leveduras, tem caráter aniônico; é aplicado por foulardagem, por espátula ou sistema de espuma, sua biodegradabilidade é de 50 a 100%. 35 Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia Além desses produtos, existem outras combinações com os mesmos princípios ativos e em alguns casos com um composto orgânico de zinco para cobrir um amplo espectro do mercado têxtil, e como exemplo temos: - Actigard: é um preparado químico a base de isotiazolina e um derivado de permetrina, cuja função principal é eliminar os ácaros dos têxteis. Esse produto evita a proliferação de mofo e dessa forma ataca a cadeia de alimentação dos ácaros, além de também atuar sobre o organismo dos mesmos. É recomendado para ser utilizado sobre qualquer fibra têxtil, exceto polipropileno. Por não possuir solidez a lavagem, deve ser usado sobre materiais têxteis que não sejam submetidos a lavagens com freqüência, tais como almofadas, tecidos para mobiliário, cobertura de colchões, materiais de enchimento de todos os tipos de fibras etc. É um produto aniônico e pode ser aplicado por esgotamento, foulard ou spray em concentração ao redor de 1% sobre o peso do material e pode ser combinado com receitas usuais de acabamentos têxteis. Admite várias limpezas a seco, resiste os raios UV. Sua biodegradabilidade é de 70 a 100% e os dejetos de materiais tratados não causam danos ao meio ambiente. c) Tinosan AM 100 e assim tem muita afinidade sobre as fibras sintéticas (poliéster, poliamida) nas quais se difunde para o interior das mesmas durante sua aplicação e daí provém sua altíssima solidez a lavagem. Pode se dizer que tem um efeito antimicrobiano permanente. Como não possui afinidade sobre o algodão, não pode ser aplicado sobre mercadorias de algodão puro, mas sim em suas misturas com fibras sintéticas. É aplicado por esgotamento sobre fibras sintéticas e suas misturas com algodão no banho de tingimento, a 5% sobre o peso do material e não necessita de nenhum tratamento térmico e nem outro processo especial. O Tinosan AM 100 atua sobre as bactérias reagindo com a membrana celular das mesmas e desta maneira interfere em seu metabolismo, de tal forma que estas não podem se multiplicar, por isso é um agente bacteriostático que não tem impacto negativo na flora normal da pele. Em concentrações elevadas apresenta ação bactericida. Existem ensaios positivos de aplicação por foulardagem em presença de fluorcabonados para vestimentas de cirurgia, de tecido nãotecido de poliéster/polpa de madeira, e outro de polipropileno por processo simples de foulardagem, secagem e fixação (ref.: Textile Chemist and Colorist - Vol 31 nº3 - Março 1999). Como o Tinosan AM 100 tem muito bom esgotamento, o banho residual pode ser despejado sem problemas porque, com a alta diluição que se produz com os demais efluentes não se pode detecta-lo. 6.3. Produtos em desenvolvimento O 2,4,4’-Tricloro-2’-hidroxidifenil éter (Triclosan), fabricado pela empresa CIBA Especialidades Químicas, é um composto químico utilizado desde muitas décadas em sabões, loções, desodorantes, produtos bucais, dermatológicos e produtos para o lar. O Triclosan é insolúvel em água, por isso pode ser incorporado as fibras têxteis em sua fabricação. Para o uso em acabamento, pode ser aplicado em forma de emulsão (nessa forma é denominado Tinosan AM 100) 36 a) Hidantoína Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia Esse trabalho, desenvolvido pela Universidade da Califórnia, utiliza como agente funcional a hidantoína, derivada da monometilol-5,5-dimetilhidentoína (MDMH), que é um composto bifuncional que possui um grupo reativo com a celulose e outro ativo ao cloro para formar uma união do tipo halamina. A função antimicrobiana durável e regenerável dos têxteis tratados deve ser atribuída às propriedades de oxidação reversíveis da estrutura da halamina, neste caso do anel de hidantoína. Os derivados halogenados da hidantoína são compostos amplamente utilizados nas piscinas como desinfetantes. O têxtil tratado é ativado em sua ação bactericida por um processo comum de lavagem com cloro, por conseguinte, o têxtil tem poder bactericida que se regenera cada vez em que se lava o produto em presença de cloro. O MDMH é aplicado por foulardagem em banho ácido e seco logo a seguir. A quantidade de produto que se combina com a celulose pode variar regulando-se a concentração de uso de acordo com a atividade biocida desejada, a concentração usual é de aproximadamente 2%. Foi comprovado que esse tratamento resiste a mais de 50 lavagens e pode se regenerar mais de 11 vezes em banhos de alvejamento diluídos; também foi observado que o efeito biocida é mais durável em tecidos de poliéster/algodão do que em algodão 100% e o tratamento demonstra uma grande eficiência contra um amplo espectro de bactérias Gram positivas e Gram negativas (ref.: Textile Chemist and Colorist - Vol. 30 nº6 - Janeiro 1999). fosfórico, foularda-se e seca. A seguir, foularda-se em um segundo banho com sulfato de cobre, secagem e fixação. Esse tratamento resiste pelo menos 4 lavagens e pode ser utilizado em têxteis usados em cirurgia, para filtros de ar e esterilização e desinfeção de água proveniente de rios. Não tem ação fungicida. (American Dyestuff Reporter, Março 1998). c) Compostos de zircônio No Centro de Investigações de New Orleans, Louisiana, EUA, estão investigando o uso de certos metais com propriedade de formar complexos, como por exemplo o zinco, alumínio, titânio e zircônio. Com o zircônio foram obtidos os melhores resultados, para isso foi utilizado o acetato de zircônio que tem a propriedade de formar uniões com outros compostos (piritiona, tetraciclina, oxitetraciclina) e com a celulose; desta maneira forma complexos zircônio/celulose por um lado e pelo outro com o componente a unir. O complexo de zircônio dissolvido em solução aquosa se deposita sobre o têxtil. Estes são polímeros de grande peso molecular nos quais os átomos de zircônio estão unidos através de pontes hidroxi ou oxi. Em tais estruturas o zircônio está unido a outros grupos ligantes (L) até completar seu número de coordenação que é 8. A forte retenção do zircônio pela celulose foi atribuída a formação de quelatos. Estrutura típica de compostos de zirconio em soluções aquosas b) Cobre com resina Essa proposta foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Investigação do Cairo, Egito, e aproveita as propriedades bactericidas do cobre, propriedades estas que também possuem outros metais. Para tornar esse tratamento resistente às lavagens a aplicação é feita junto com uma resina. Foram testadas as resinas carboximetilamido (CMS) e trimetilol melamina (TMM) em presença de Cu2+. O processo de aplicação usado foi por foulardagem em dois passos, primeiro se prepara uma solução com CMS e TMM a ph 5,5/5,8 com ácido 38 L = ligante O método que dá melhor resultado é o de foulardagem em duas etapas; primeiro se foularda com acetato de zircônio, secagem e fixação a 140ºC. A seguir, aplicase uma segunda foulardagem com sal de Pyritiona, secase a 100ºC e se lava durante alguns minutos com água Tecnologia Biotecnologia limpa e morna. As quantidades usadas são de 4,5% de acetato de zircônio e de 1,5% de Pyritiona, ambos calculados sobre o peso do material. Ese processo afeta muito ligeiramente o tecido branco. Se em lugar de Pyritiona for usado Tetraciclina, o têxtil altera sua nuance original para uma mais acastanhada e com as lavagens pode ficar mais acastanhada ainda. O tratamento mais recomendável seria acetato de zircônio com Pyritiona que resiste mais de 50 lavagens como antibacteriano e mais de 20 lavagens como fungicida. (Textile Research Journal, Fevereiro 1981). Bibliografia Fibras R.STAT - Developing markets for an antiestatic and antibacterial fibre - Stan Davies - Technical Textile International, Junho de 1998. La nueva fibra antibacteriana AMICOR - Dr. David Service. Revista de la Industria - Textil. Nº 364 - Janeiro de 1999. Fibras de polipropileno antibacterianas, antifúngicas Derek D. Ward, ITB International Textile Bulletin, Janeiro de 1999. Produtos em desenvolvimento Durable and regenerable antibacterial finishing of fabrics: fabric properties. Gang Sun e Xiangjing Xu. Textile Chemist and Colorist, Janeiro de 1999. Vol. 31, Nº 1. Antibacterial fiber treatments and desinfection. Tyrone L. Vigo e M. Aaron Benjaminson. Textile Research Journal, Julho de 1981. Novel approach for preparation of antibacterial cotton fabrics. M.K. Beliakova e A. Hebeish. American Dyestuff Reporter, março de 1998. Affinity and durability of magnesium peroxidebased antibacterial agents to cellulosic substrates. Tyrone L. Vigo, Gary F. Danna e Wilton R. Goynes. Textile Chemist and Colorist, Janeiro de 1999. Vol. 31, Nº 1. Antibacterial finishing of cotton with zinc pyrithione. Cletus E. Morris e Clark M. Welch. Textile Research Journal, Dezembro de 1983. Use of aluminium or titanium compounds to bind antibacterial agents to cotton fabrics. Cletus E. Morris e Clark M. Welch. Textile Research Journal, Março de 1983. Binding of organic antimicrobial agents to cotton fabric as zirconium complexes. Cletus E. Morris, Tyrone L. 40 Química Têxtil - n° 76/set.04 Vigo e Clark M. Welch. Textile Research Journal, Fevereiro de 1981. Durable and regenerable antibacterial finishing of fabrics: biocidal properties. Gang Sun e Xiangjing Xu. Textile Chemist and Colorist, Junho de 1998. Vol. 30, Nº 6. Produtos comerciais Protection against microbial attack. International Dyer, Outubro de 1997. A durable antiodor finish for cotton textiles. John D. Payne. Textile Chemist and Colorist, Maio de 1996. Vol 28, Nº 5. Finishing off the dust mite. International Dyer, Fevereiro de 1999. Getting to grips with allergens and asthma. International Dyer, Outubro de 1997. Tejidos para mueble: protección contra los ácaros. Ing. Chemiker Martin Bossard. ITB International Textile Bulletin, Abril de 1995. Acabado higiénico de vestimenta funcional y textiles del hogar. Industria Química Carabobo C.A., Venezuela. From medical textiles to smell-free socks. John Payne. JSDC. Vol. 113. Fevereiro de 1997. Reputex 20 antibacterial agent. Technical Information sheet for Europe and Asia. Zeneca Biocodes. Reputex 20 antibacterial agent for durable protection of cotton and cotton blend textiles. Case study. Zeneca Biocodes. Reputex 20 antibacterial agente for the protection of wipes and non-woven containing cotton and viscose. Case study. John Payne Reporte. Fecha: Maio de 1999. Vários One bath application of repellent and antimicrobial finishes to nonwoven surgical gown fabrics. Wei Huang y Karen K. Leonas. Textile Chemist and Colorist, Março de 1999. Vol. 31, Nº 3. Fatores de proteção à radiação ultravioleta para tecidos. H.P. Gies, C.R. Roy, G. Elliot e Wang Zongli. Traduzido por Agostinho S. Pacheco - Calquim. Original publicado em Health Physics em Agosto de 1994. Revitalising the market for safety apparel with high performance disposables. Todd R. Carroll. Technical Textile International, novembro de 1997. (TCMTB) 2(thiocyanomethylthio) benzothiazole - II - R.H. Mehra & Anil R. Mehra. Colourage, Abril de 1993. Trends in the Western Euripean market for protective clothing. Barry Davies. Technical Textiles International, Março de 1998. Tecnologia Biotecnologia Química Têxtil n° 76/set.04 Biodegradação de efluente têxtil e nove corantes técnicos utilizando fungos basidiomicetos Luciana Antonelli Rosolen, Regina T. R. Monteiro, Priscila M. Dellamatrice, Hélio M. Kamida *Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Piracicaba - SP - e-mail: [email protected] Este trabalho teve por objetivo verificar a degradação dos corantes têxteis dos grupos reativos e dispersos Amarelo Palanil 3G, Amarelo Drimaren CL-R, Amarelo Indanthren 5GF, Vermelho Drimaren CL-5B, Vermelho Indanthren FBB, Vermelho Dispersol C-4G, Azul Dispersol C-2R, Azul Drimaren CL-R e Azul Indanthren RCL. Foi realizada a incubação dos fungos, Pleurotus ostreatus e Pleurotus sajor caju, produtores de enzimas lacases e peroxidases em abundância, em meio sólido contendo os corantes. O efluente de uma indústria têxtil que utiliza esses corantes em seu processo de produção e coloração de tecidos foi incubado com adição de palhada de trigo moída e os mesmos fungos. A avaliação da degradação foi por observação visual, por espectrofotometria e por toxicidade. Dos nove corantes em estudo, oito descoloriram, com a exceção do corante Vermelho Indanthren FBB, o fungo. P. sajor caju mostrou descolorir mais rápido e completamente a maior parte dos corantes quando comparado ao fungo P. ostreatus. O efluente tratado com ambos os fungos apresentou uma menor toxicidade do que o não tratado para semente de alface e alga Selenastrum capricornutun. As Hydras mostraram alta sensibilidade tanto para o efluente tratado como para o não tratado. 1. Introdução Os reagentes utilizados nos processos têxteis apresentam uma composição química muito variada, incluindo compostos orgânicos e inorgânicos (Brás et al., 44 2002). Os corantes são substâncias intensamente empregadas para a coloração de vários substratos, tais como: alimentos, plásticos, materiais têxteis etc. São retidos por adsorção física, formação de soluções, sais ou complexos com metais, retenção mecânica ou por constituição de pontes químicas covalentes (Contato, 1995). Dentre os resíduos industriais, os corantes provenientes das indústrias têxteis são os mais difíceis de serem tratados (Yuzhu et al., 2001). Isto ocorre porque os corantes possuem origem sintética e estrutura aromática complexa o que faz dos mesmos produtos estáveis e de difícil biodegradação (Fewson, 1998; Seshadri et al., 1994). Há estruturas muito variadas como ácidos, básicos, dispersos, azo, diazos, entre outros. Os corantes sintéticos são extensivamente empregados na indústria têxtil, onde estima-se que 10 a 15% são perdidos no efluente após o processo de coloração (Cegarra, 2000, Balan, 2002). A grande diversidade e complexidade desses efluentes, aliados a imposições de legislação que exigem tratamentos eficientes, vêm estimulando o desenvolvimento de novas técnicas que buscam o melhor e o mais adequado tratamento. Recentemente, muitos estudos estão se voltando para o uso de microrganismos capazes de degradar corantes em resíduos industriais. Entre os microrganismos implicados com a descoloração de corantes têxteis estão as bactérias, fungos, algas e mais recentemente os consórcios de culturas de bactérias (Banat et al., 1996). Química Têxtil - n° 76/set.04 A capacidade dos fungos da decomposição branca, incluindo o gênero Pleurotus, sugere que esses organismos possam ser utilizados no tratamento dos resíduos das indústrias relacionadas a corantes (Balan & Monteiro, 2001). Na literatura, encontramos relatos de degradação de corantes utilizando enzimas do sistema ligninolítico, como a lignina peroxidase (LiP), manganês peroxidase (MnP), lacase e a fenoloxidase. (Archibald & Roy, 1992; Thurston, 1994; Schliephake & Lonergan, 1996; Kirby, 1999). As principais enzimas produzidas pelos microrganismos ligninolíticos e envolvidas no processo de degradação podem ser produzidas concomitantemente ou não (Scrinivasan et al., 1995). Lignina peroxidase (LiP), manganês peroxidase (MnP) e lacase têm sido também utilizadas em descoloração de diversos corantes sintéticos (Ollikka et al., 1993; Chivucula & Renganathan, 1995; Heinfling et al., 1998). O gênero Pleurotus é amplamente difundido na natureza e bem adaptado ao clima tropical e subtropical, com maior capacidade ligninolítica que outros cogumelos comestíveis cultivados (Rajarathnam et al., 1992; Buswell et al.,1996). O cogumelo P. ostreatus tem sido demonstrado ser um grande produtor de xilanase, carboximetil celulase (CMCase) e lacase (Sannia et al., 1989; Elisashvili et al., 1992; Palmieri et al., 1993) como também de aril álcool oxidase (Sannia et al., 1991; Garzillo et al., 1992) e de manganês peroxidase (Becker & Sinistyn, 1993). Tecnologia Biotecnologia avaliado. Foi utilizado 0,2 g ou 0,4 g de corante dissolvido em 10 ml de água destilada, conforme a intensidade da cor. Em câmara de fluxo laminar a solução de cada corante a ser testado foi esterilizada por filtração em unidades filtrantes com membrana durapore, de 25 mm de diâmetro e 25 µm de poro. Para cada teste foi utilizada a concentração de 0,08 mg/ml de corante em cada frasco, quando foram necessárias concentrações de 2% e 0,16 mg/ml de corante em cada frasco quando eram necessárias concentrações de 4%. 2.2 Espécies de fungos Foram empregados os fungos basidiomicetos P. ostreatus e P. sajor caju, ambas espécies capazes de produzir grande quantidade de enzimas ligninolíticas e pertencentes à coleção de culturas do Laboratório de Ecotoxicologia do CENA/USP. 2.3 Meios de culturas Foram utilizados para cultivar os fungos os meios de Malte (MEA- Merk), de Batata (BDA- Diagnolab) e Meio Mínimo (Pontecorvo et al., 1953). Todos os meios de cultura foram empregados após a esterilização em autoclave por 20 minutos a 121ºC e a 1 atm. Para estoque das culturas foram utilizados grãos de trigo, cozidos e esterilizados (Bononi et al., 1995). Foram acrescentados aos meios de 15 a 20 g de palhada de trigo para os ensaios de degradação, quando necessário, como fonte de lignina. 2. Procedimentos experimentais 2.1 Corantes Foram avaliados nove corantes técnicos: Amarelo Palanil 3G, Amarelo Drimaren CL-R, Amarelo Indanthren 5GF, Vermelho Drimaren CL-5B, Vermelho Indanthren FBB, Vermelho Dispersol C-4G, Azul Dispersol C-2R, Azul Drimaren CL-R e Azul Indanthren RCL cedidos por uma indústria têxtil na forma em que esta os adquire. O efluente da mesma indústria, recém amostrado, tratado apenas com acerto do pH e da temperatura, pronto para ser descartado no rio, também foi 2.4 Procedimentos Inicialmente foram realizados procedimentos para avaliar a capacidade de degradação dos corantes pelos fungos selecionados e posteriormente foram determinadas as atividades das prováveis enzimas atuando na degradação e a toxicidade do efluente. 2.4.1 Descoloração em meio de cultura sólido Foi preparado um litro de meio mínimo com 2% de ágar e 1,5% de palhada de trigo. Esse meio foi separa45 Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia do em seis frascos Erlenmeyer de 250 ml e levados à autoclave para esterilização por 20 minutos a 121ºC. Posteriormente, foi adicionado em cada frasco, 1 ml de cada solução corante a 2% ou 0,4%, no meio morno (45°C). O meio colorido foi vertido em placas de Petri. Foram preparadas placas em triplicata para cada espécie testada. As placas foram inoculadas, no centro, com discos de 1 cm de diâmetro, retiradas das bordas das culturas crescidas em meio MEA, por oito dias. As placas foram incubadas a 28 ± 2ºC, sob condições de escuro, por um período de 21 dias. Placas não inoculadas serviram de controle. 2.5 Degradação do efluente acrescido de ágar Em frasco Erlenmeyer de 500 ml foram colocados 250 ml do efluente, 5 g de ágar e 3,75 g de palhada de trigo e foram autoclavados por 20 minutos a 121°C. Em seguida, esse meio foi vertido em placas de Petri, sendo quatro placas inoculadas com discos de 1 cm de diâmetro retirado das bordas das placas das culturas de P. ostreatus e P. sajor caju, previamente crescidos em meio BDA por 8 dias. Placas não inoculadas serviram de controle. Todos os tratamentos foram incubados à temperatura de 28 ± 2ºC durante 15 dias. 2.5.1 Degradação do efluente Foram preparados sete frascos Erlenmeyer de 125 ml, contendo em cada 5 g de palhada de trigo previamente moída e 30 ml do efluente. Foram autoclavados a 121°C por 20 minutos. Posteriormente, os frascos foram inoculados com discos, de 1 cm de diâmetro, contendo micélio das culturas a serem testadas, previamente crescidas em BDA por 8 dias. Foram feitas triplicatas para cada cultura e para o controle. Os frascos inoculados e o controle foram incubados à temperatura de 28 ± 2ºC por 15 dias. 2.5.2 Extração do efluente para análise de atividade enzimática e toxicidade O efluente foi então extraído com 30 ml de água 46 destilada, adicionada em cada frasco. Com auxílio de uma espátula, foi homogeneizado e colocado em agitador por 15 minutos. Em seguida, apertando a palhada com uma espátula, o líquido dos frascos foi vertido para frasco Erlenmeyer, combinando o extrato das três réplicas de cada tratamento. O extrato foi centrifugado por 10 minutos a 1.000 g, logo após foi filtrado a vácuo em papel de filtro comum e, então, em filtro de 0,45 µm, sendo em seguida filtrado a 0,22 µm, ficando pronto para ser utilizado nas determinações. 2.5.3 Testes de toxicidade Bioensaios com sementes de alface (Lactuca sativa) foram realizados segundo metodologia sugerida por Dutka (1989), em que se avalia a inibição da germinação e alongamento da raiz após um período de exposição de 48 horas. Bioensaios com alga Selenastrum capricornutum foram realizados segundo metodologia descrita por Blaise et al. (2000). Esse teste é recomendado para medir fitotoxicidade em águas e efluentes. Bioensaios com Hydra attenuata foram realizados de acordo com os procedimentos padronizados pelo Centre Saint-Laurent (Blaise & Kusui, 1997), o qual permite verificar a letalidade (estágio tulipa e desintegração dos organismos) e mudanças morfológicas para sub-letalidade (estágio bulbo e short) após 24, 48, 72 e 96 horas de exposição. 2.5.4 Determinação da atividade ligninolítica: Lacase, Peroxidase e Manganês Peroxidase A quantificação das enzimas ligninolíticas presentes nos extratos dos substratos foram realizadas como descrito abaixo. Os mesmos extratos fervidos por 10 minutos foram empregados como controle. Na quantificação das atividades enzimáticas foi empregada a equação (1). (1) onde: A = absorbância Química Têxtil - n° 76/set.04 E = coeficiente de absorção molar R = quantidade de solução enzimática t = tempo da reação em minutos UI.l-1 (unidade internacional litro-1, onde internacional significa µmol min-1) 2.5.4.1 Manganês Peroxidase (Kuwara et al.,1984 ) A atividade dessa enzima foi determinada avaliandose a oxidação do vermelho de fenol (E610 = 4460 mol/cm) na presença de manganês e peróxido de hidrogênio H2O2. A reação obtida mediante a mistura de 0,5 ml de sobre-nadante, 0,1 ml de lactato de sódio 0,25 M, 0,05 ml de MnSO4, 0,2 ml de albumina bovina 0,5%, 0,1 ml de vermelho de fenol 0,1%, 0,05 ml de H2O2 em tampão succinato de sódio 0,2 M (pH = 4,5). A reação foi interrompida pela adição de 0,04 ml de NaOH 2,0 N. A absorbância lida a 610 nm e a atividade expressa em UI/l1 . As leituras foram feitas no tempo zero e após 10 minutos. 2.5.4.2 Lacase (Szklarz et al., 1989 modificado) Na determinação da atividade da enzima lacase foi empregada a siringaldazina, como substrato enzimático. A mistura da reação foi composta de 0,6 ml de sobrenadante (obtido através da centrifugação do filtrado - 3.000 g por 10 min); 0,2 ml de tampão citrato fosfato 0,05 M (pH 5,0), 0,1 ml de siringaldazina (0,1% em etanol) e 0,1 ml de água destilada. A oxidação da siringaldazina (E525 = 65000 mol. cm-1) até quinona foi acompanhada no tempo zero e após 10 minutos a 525 nm, sendo a atividade expressa em UI.l-1. Tecnologia Biotecnologia siringaldazina foi acompanhada no tempo zero e após 10 minutos a 460 nm. O cálculo da atividade enzimática seguiu a equação (2): (2) onde: ∆ Abs = Absorbância final - Absorbância inicial ε = coeficiente de extinção da enzima, dependente do comprimento de onda em que é lida (460 nm = 29400 L.M.cm-1, 525 nm = 65000 L.M.cm-1, 610 nm = 4460 L.M.cm-1) R = volume, em ml, do sobrenadante utilizado na reação T = tempo de reação 3. Resultados e discussão 3.1 Meio Mínimo acrescido dos corantes O Meio Mínimo acrescido dos corantes aqui estudados mostrou ser adequado para o crescimento das espécies de P. sajor caju e P. ostreatus, não ocorrendo inibição de crescimento na presença dos corantes. Dois dos nove corantes foram degradados mais rapidamente por ambos os fungos (Tabela 1). As placas com o corante Azul Drimaren CL-R, inoculadas, apresentaram o início da degradação no quarto dia de incubação. Aos sete dias de incubação as placas inoculadas com P. sajor caju estavam totalmente descoloridas, já a completa descoloração ocorreu somente aos doze dias de incubação. A medida que os fungos cresciam foi possível observar o halo de descoloração. 2.5.4.3 Peroxidase (Szklarz et al., 1989 modificado) Para que fosse notada a degradação do corante Vermelho Drimaren CL-5B foi necessário que ambos os fungos tomassem todo o diâmetro da placa, isso ocorreu aos 16 dias de incubação e aos 21 estavam totalmente descoloridas. Na determinação da atividade da enzima peroxidase foi empregada a siringaldazina, como substrato enzimático. A mistura da reação foi composta de 0,6 ml de sobrenadante, 0,2 ml de tampão citrato fosfato 0,05 M (pH 5,0), 0,1 ml de siringaldazina (0,1% em etanol), 0,1 ml de água oxigenada 2,0 mM. A oxidação da Ambas as espécies apresentaram boa capacidade de degradação dos corantes, sendo que na maioria dos casos, a degradação acompanhou a taxa de crescimento dos fungos. Por outro lado, alguns dos corantes testados apresentaram degradação somente após o micélio crescer por toda superfície do meio. Verificou-se também que a de47 Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia gradação nas placas com P. sajor caju foi mais rápida e completa que com P. ostreatus.A partir do nono dia, os corantes Vermelho Indanthren FBB, Amarelo Drimaren CL-2R e Azul Indanthren RCL não apresentavam sinais de degradação comparados aos demais corantes. Através das análises visuais de degradação da cor foi observado que os corantes azuis são facilmente degradáveis pelos fungos, os corantes vermelhos ou são pouco ou não degradam, como é o caso do corante Vermelho Indanthren FBB. Assim pode-se concluir que essa denominação Indanthren envolve uma estrutura que não é degradável quando está presente o grupo cromóforo responsável pela cor vermelha. Os corantes Azul Indanthren RCL, Amarelo Palanil 3G, Amarelo indanthren 5GF Azul Dispersol C-2R e Vermelho Dispersol C-4G foram degradados por P. ostreatus e P. sajor caju. O corante Amarelo Drimaren CL-2R foi degradado apenas por P. sajor caju. O efluente acrescido de ágar em placas de Petri apresentou uma coloração marrom escura após a autoclavagem. Até o sexto dia de incubação com os fungos não foram observados sinais de descoloração, sendo que P. sajor caju morreu após esse período. O desenvolvimento do fungo P. ostreatus foi aparentemente normal, entretanto, não ocorreu descoloração no período de 15 dias de incubação. 3.2 Atividade enzimática Os fungos P. ostreatus e P. sajor caju incubados por 15 dias a 28º C em palhada de trigo contendo o efluente têxtil, mostrou atividade de lacase, manganês peroxidase e peroxidases. P. ostreatus produziu as três enzimas em maior quantidade do que o fungo P. sajor caju (Tabela 3) e dentre as três enzimas produzidas, a MnP, foi a que houve maior produção. P. sajor caju apresentou expressiva atividade apenas de MnP, pequena de peroxidase e não produziu lacase. Ambos os fungos apresentaram MnP em maior quantidade, mostrando ser essa enzima relacionada ao processo de degradação do efluente. 3.3. Toxicidade do efluente O efluente controle e o inoculado com as duas espécies de Pleurotus mostrou efeito tóxico para germinação das sementes de alface, nas concentrações de 100 e 50%, como mostra a Tabela 4. A inibição de crescimento das raízes das sementes germinadas foi maior no controle comparado aos tratamentos inoculados, sendo o valor de IC50 (Concentração de Inibição de 50% do crescimento) para o controle de 21,37%, para P. ostreatus 75,28% e P. sajor caju 48,91%. Portanto, o crescimento das raízes foi beneficiado com o tratamento do efluente com P. ostreatus. A exposição das algas ao tratamento controle (sem inóculo) causou inibição de 100% do crescimento dos organismos. O tratamento do efluente com os fungos mostrou sinais 50 Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Biotecnologia 4. Referências Bibliográficas de que não foi tóxico para os organismos, inibindo o crescimento somente na concentração 100% (Tabela 5). Podese concluir que para a alga, os tratamentos realizados com os fungos não afetaram o metabolismo de crescimento e de desenvolvimento, sendo tóxico para os organismos, apenas o tratamento controle. Exposição das Hydras, por 24 h, ao efluente tratado com ambos os fungos foi drástico, causando a morte de todos os indivíduos, incluindo os organismos no branco. No efluente não inoculado, só permaneceram vivos os organismos presentes no branco (meio hidra). Sendo a hidra um organismo muito sensível, foi concluído, após três repetições do experimento, que houve a produção de compostos voláteis devido à degradação do efluente pelos fungos, ocasionando a morte dos organismos e que o próprio efluente, sem tratamento, é tóxico para as hidras. Conclui-se que o efluente é tóxico para vários organismos, entretanto, pode ser destoxificado através da degradação pelos fungos ligninolíticos. ARCHIBALD, F.; ROY, B. Production of marganic chelates by laccase from the lignin degrading fungus Trametes versicolor. Applied and Environmental Microbiology, v.58, p.1496-1499, 1992. BALAN, D.S.L. A indústria têxtil e o meio ambiente: tecnologia limpa e controle ambiental. Revista Brasileira de Química Têxtil. nº 66, p.26-31, 2002. BALAN, D.S.L., MONTEIRO, R.T.R. Decolorization of textile índigo dye by ligninolytic fungi, Journal of Bioterchnology, nº89, p.141-145, 2001. BANAT, I.M.; NIGAM, P.; MARCHANT, R. Microbial decolorization of textile-dye-containing effluents: a review. Bioresource Technology, v.58, p.217-227, 1996. BECKER, H.G.; SINTSYN, A.P. Mn-Peroxidase from Pleurotus ostreatus: the action on the lignin. Biotechnology Letters, v.15, p.289-294, 1993. BLAISE, C.; FORGET, G.; TROTTIER S. Toxicity screening of aqueosus samples using a cost-effective 72 h exposure Selenastrum capricornutum assay. Technical Methods, v.15, p.352-359, 2000. BLAISE, C.; KUSUI, T. Toxicity assessment of industrial effluents with a microplate based Hydra attenuata assay. Environment Toxicology Water Quality, v.12, p.53-60, 1997. BONONI, V.L.R.; CAPELARI, M.; MAZIERO, R.; TRUFEM, S.F.B. Cultivo de cogumelos comestíveis. São Paulo. Ícone, 1995. 206p. BRÁS, R., DIAS, J., REGO, G., BAPTISTA, N., GONÇALVES, I.C., USSMAN, M.H. Degradação de corantes azo por processos biológicos. Revista Brasileira de Química Têxtil, nº 68, p.05-11, 2002. BUSWELL, J.A.; CAI, Y.J.; CHANG, J.F.; PEBERDY, S.Y.; YU, F.; YU, H.S. Lignocellulotyc enzyme proffiles of edible mushroom fungi. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v.12 p.537-542, 1996. CEGARRA, J. Biotecnologia aplicadas aos processos de química têxtil. Revista Brasileira de Química Têxtil, nº 58, p.05-14, 2000. CHIVUKULA, M.; RENGANATHAN, V. Phenolic azo dye oxidation by laccase from Pyricularia oryazae. Applied and Environmental Microbiology, v.61, p.4374-4377, 1995. CONTATO, I.M. Emprego de Aspergillus niger paramorfogênico para avaliação do grau de interferência dos aditivos químicos na biosorção de corantes têxteis de efluentes industriais. Rio Claro, 1995. 173p. Tese (Doutorado) - Instituto de Biologia, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". ELISASHVILI, V.I.; GLONTI, N.M.; KACHLISHVILI, E.T. Selection of higher basidiomycetes - protein and enzyme producers. Applied Biochemistry and Microbiology, v.8, p.271-274, 1992. FEWSON, C.A. Biodegradation of xenobiotic and other persistent compounds: the causes of recalcitrance. Trends in Biotechnology, v.6, p.148-153, 1998. GARZILLO, A.M.V.; STEFANIA, D.P.; BURLA, G.; BUONOCORE, V. Differently induced extracellular phenol oxidases from Pleurotus ostreatus. Phytochemistry, v.31, p.3685-3690, 1992. 51 Tecnologia Biotecnologia HEINFLING, A.; MARTÍNEZ, M.J.; MARTÍNEZ, A.T.; BERGBAUER, M.; SZEWZYK, U. Transformation of industrial dyes by manganese peroxidases from Bjerkandera adusta and Pleurotus eryngi in a manganese-independent reaction. Applied and Environmental Microbiology, v.64, p.2788-2793, 1998. KIRBY, N. Bioremediation in textile industry wastewater by rot fungi. Coleraine, UK, 1999. Thesis (D. Phil) - University of Ulster. KUWAHARA, M.; GLENN, J.K.; MORGAN, M.A.; GOLD, M.H. Separation and characterization of two extracellular H2O2 dependent oxidases from lignolytics cultures of Phanerochaete chrysosporium chrysosporium. FEBS Letters, v.169, p.247-250, 1984. OLLIKA, P.; ALHONMÄKI, K.; LEPPÄNEN, V.M.; GLUMOFF, T.; RAIJOLA, T.; SUOMINEN, I. Decolorization of azo, triphenyl methane, heterocyclic, and polymeric dyes by lignin peroxidase isoenzymes from Phanerochaete chrysosporium. Applied and Environmental Microbiology, v.59, p.4010-4016, 1993. PALMIERI, G.; GIARDINA, P.; MARZULLO, L. Stability and activity of a phenol oxidase from the ligninolytic fungus Pleurotus ostreatus. Applied Microbiology and Biotechnology, v.39, p.632-636, 1993. PONTECORVO, G.; ROPER, J.A.; HERMONDS, L.M.; McDONALD, D.K.D.; BUFTON, A.W.J. The genetics of Aspergillus nidulans. New York: Academic Press, 1953. p.141238. (Advances in Genetics, 5). RAJARATHANAM, S.; SHASHIREKA, M.N.; BANO, Z. Biopotentialities of the basidiomacromycetes. Advances in Applied Microbiology, v.37, p.233-361, 1992. SANNIA, G.; GIARDINA, P.; LUNA, M. Laccase from 52 Química Têxtil - n° 76/set.04 Pleurotus ostreatus. Biotechnology Letters, v.8, p.797-800, 1989. SANNIA, G.; LIMONGI, P.; COCCA, E.; BUONOCORE, F.; NITTI, G.; GIARGINA, P. Purification and characterization of veratryl alcohol oxidase enzyme from the lignin degradating basidiomycete Pleurotus ostreatus. Biochimica et Biophysica Acta, v.1073, p.114-119, 1991. SCHLIEPHAKE, K.; LONERGAN, G.T. Laccase variation during dye decolorization in a 200 L packed-bed bioreactor. Biotechnology Letters, v.18, p.884-886, 1996. SCRINIVASAN, C.; D`SOUZA, T.M.; BOOMINATHAN, K.; REDDY, C.A. Demonstration of laccase in the withw rot basidiomycete Phanerochaete chrysosporium BKM-F1767. Applied and Environmental Microbiology, v.61 n.12, p.4274-4277, 1995. SESHADRI, S.; BISHOP, P.L.; AGHA, A.M. Anaerobic/aerobic treatment of selected azo dyes in wastewater. Waste Management, v.15, p.127-137, 1994. SZKLARZ, G.; ANTIBUS, R.K.; SINSABAUGH, R.L.; LINKINS, A.E. Production of phenoloxidases by wood-rotting fungi. Mycologia, v. 81, p.234-240, 1989. THURSTON, C.F. The structure and function of fungal laccases. Microbiology, v.140, p.19-26, 1994. YUZHU, F.; VIRARAGHAVAN, T. Fungal decolorization of dye wastewaters: a review. Bioresource Technology, v.79, p.251-262, 2001. 5. Agradecimentos Agradecemos à Toyobo do Brasil Industria Têxtil Ltda, SP e ao CNPq pelas bolsas de estudo e pesquisas concedidas. Química Têxtil n° 76/set.04 Tecnologia Tingimento Elaboração de receitas de tingimento visando uma melhor qualidade do artigo e economia de processo Vitor Alexandre dos Santos - Depto Técnico da Golden Química A Poliamida O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia de pesquisa em laboratório, para a aplicação prática em tinturaria, em desenvolvimentos de receitas de cor. A proposta visa a obtenção de melhoria da qualidade final de solidez em artigos tintos com a avaliação dos pontos de saturação dos corantes nas fibras de poliamida, ou seja, a determinação das quantidades máximas a se utilizar de cada corante, caracterizando um alto índice de solidez a úmido. A poliamida é uma fibra sintética artificial, produzida pela primeira vez como poliamida 6.6, em 1935, nos Estados Unidos, pela Du Pont, inicialmente utilizada na fabricação de escovas. Em 1937, na Alemanha foi desenvolvida a poliamida 6, a partir daí foram desenvolvidos outros tipos dessa fibra, como por exemplo poliamida 4, 8, 11 etc. A fibra de poliamida é quimicamente constituída pelas cadeias a seguir: Poliamida 6.6: HOOC - (CH2)4 - CO - HN - (CH2)6 - NH2 + H20 Poliamida 6: (- NH - (CH2)5 - CO -)n Os grupos amínicos destacados nas estruturas acima são essenciais para a absorção de corantes aniônicos, dos quais faz parte a família dos corantes ácidos e metalizados. Os métodos de tintura de poliamida dependem da solidez em úmido exigida, do tipo de poliamida, e da necessidade da compensação das diferenças de afinidades entre os filamentos, o chamado barramento. De uma 54 forma geral, os corantes ácidos possuem em sua estrutura molecular grupos sulfônicos de caráter aniônico. Exemplos de corantes ácidos: Química Têxtil - n° 76/set.04 A reação do corante ácido com os grupos amínicos consiste na formação de um sal entre a união do corante e grupo aniônico da fibra (fig. 1.4): Podem-se variar as classificações de corantes ácidos, quanto à igualização, migração, entre outros. Aqui iremos nos limitar a divisão em corantes do tipo A, que compreendem os corantes de boa igualização, boa afinidade em meio levemente ácido (pH 4,0 - 5,5). Esses corantes apresentam boas propriedades de migração e igualização. Entretanto, devido à baixa solidez à úmido, são adequados quando se trata de tons claros. Um segundo grupo são os corantes do grupo B, de boa afinidade em meio neutro (6,0 - 7,0); sua velocidade de tintura é maior que do grupo A e sua capacidade de migração é mais baixa. Sem dúvida, as tinturas resultantes são mais sólidas à úmido, comparadas ao do grupo A, mas talvez seja necessária a aplicação de trata- Tecnologia Tingimento mento com fixador para cores mais intensas. As fibras poliamídicas caracterizam-se por se tornarem fortemente catiônicas a pHs inferiores a 6,5 e absorverem o ânion do corante com muito maior rapidez. Com essas condições, os sítios ativos (nessa etapa ainda vazios) são mais facilmente acessíveis. Entretanto, uma grande questão que nos deparamos diariamente é responder a seguinte questão: “Qual a quantidade de sítios ativos para aquele determinado fio, em outras palavras, qual é o grau de saturação da fibra?” Atualmente existem diversos fabricantes de corantes, e cada um elabora seu catálogo, sendo muito provável que a fibra utilizada na confecção de cada um seja diferente da fibra que será utilizada dentro de diversas tinturarias, existindo ainda muitas vezes a necessidade de se utilizar artigos de microfibras; essas particularidades irão produzir diferentes efeitos de solidez em relação aos catálogos, devido aos diferentes graus de saturação de cada fibra. Portanto, a sugestão do presente trabalho é de que cada tinturaria monte seu próprio banco de dados, com os seus próprios artigos e corantes; após a bateria de testes realizados, possamos conhecer qual é a concentração máxima que permitirá índices de solidez satisfatórios para a determinada aplicação. Com a realização deste trabalho, esperamos proporcionar economia de corantes, um menor risco no processo de tingimento devido à ausência de corante não ligado à fibra que ainda circularia no banho e melhores índices de solidez; resumidamente racionalizaremos o uso dos corantes ácidos. A análise do tingimento na poliamida (corante ácido) será feita através do estudo das solidezes para diferentes concentrações até que se encontre o grau de saturação para determinada fibra. Nos tingimentos ácidos visa-se obter receitas com altos índices de solidez e esgotamento. Procedimento experimental Inicialmente devem-se selecionar os diversos corantes e artigos que serão utilizados para se obter o grau de saturação. 55 Tecnologia Tingimento O ponto de partida inicial para a concentração de corante pode ser o valor apresentado pelo fabricante no catálogo. Para economizar tempo, podem-se inicialmente ser executadas mais duas provas além desta, uma 15% acima do valor e o outra 15% inferior ao valor de catálogo. Pipetar a quantidade de corante referente às concentrações estipuladas e realizar o tingimento, nas mesmas condições do processo industrial. Se no processo industrial for aplicado o fixador, deverá ser executado cada tingimento, metade com e metade sem fixador, daí avaliar-se-á também a característica de solidez de cada corante ao se aplicar o fixador. Deverão ser avaliados os testes de solidez de cada tingimento. Nesse momento, avaliamos somente em teste de solidez à água forte, sendo que isso deverá variar de acordo com a finalidade de cada artigo. Apresentamos abaixo alguns exemplos de corantes testados neste trabalho, lembrando que aqui foi utiliza- Química Têxtil - n° 76/set.04 da uma fibra composta de 92% de poliamida fio 160/ 136 e 8% de elastano 40 denier (fig. 1.5). Avalia-se em cada corante em que ponto, ou seja, em que quantidade de uso este não apresenta problemas de solidez. Isso é determinado variando-se as quantidades empregadas no tingimento até que se determine esse número exato. Daí origina-se a criação de um banco de dados, tabelando-se as quantidades máximas de uso determinadas de cada corante em cada fibra utilizada na tinturaria, o que deverá ser utilizado como orientação logo na elaboração de cores em laboratório, sendo algo mais seguro, no que diz respeito ao resultado final de solidez dos tingimentos em escala de produção; algo que mesmo demandando certo tempo e trabalho inicialmente em laboratório, mas que certamente implicará em reduções de tempo e custo na tinturaria quando ainda mais se falando em índices de reprocesso. ANUNCIE NA REVISTA QUÍMICA TÊXTIL TEL. (11) 4195.4931 - E-MAIL: [email protected] 56 Tecnologia Ecologia Química Têxtil n° 76/set.04 Degradação de soluções aquosas de corantes reativos utilizando-se processo de co-precipitação seguido de fotocatálise heterogênea Kely Viviane de Souza1, Elaine Lopes Tiburtius1, Fernando Wypych1, Sandra Gomes de Moraes1, Francisco A. de Camargo2, Nelson Durán2 e Patrício Peralta-Zamora1 1. Laboratório de Química Ambiental e de Materiais, Departamento de Química, Universidade Federal do Paraná. [email protected] 2. Laboratório de Química Biológica, Instituto de Química, UNICAMP. [email protected] Introdução A estreita relação existente entre o fenômeno de poluição ambiental e a exacerbação da atividade industrial é um fato bastante documentado. Dentro do contexto da indústria têxtil, os principais problemas de impacto ambiental estão representados pelo elevado consumo de água (aproximadamente 50 L por Kg de tecido beneficiado) e pelo baixo aproveitamento dos insumos. Em geral, estima-se que aproximadamente 90% das espécies químicas utilizadas no processo têxtil (agentes engomantes, detergentes, corantes etc.) são removidas após cumprir seu papel. Obviamente, esses dois fatores levam à geração de grandes volumes de resíduos, contendo elevada carga orgânica e forte coloração[1-3]. Nos últimos anos, a presença de corantes reativos nos resíduos tem sido tratada com bastante preocupação. Embora a legislação seja relativamente omissa em relação a esse parâmetro, a emissão de corantes do tipo azo tem sido muito discutida, principalmente em função do caráter carcinogênico e mutagênico de algumas espécies que derivam da degradação natural desse tipo de compostos (ex. aminas aromáticas e benzidinas)[4-8]. Em função dessa realidade, muitas alternativas tem sido propostas com o objetivo de remediar resíduos líquidos oriundos do processo têxtil[9-10]. Processos biológicos, principalmente sistemas de lagoas aeróbias e lodos ativados, são preferencialmente 58 utilizados. Esses processos permitem o tratamento de grandes volumes de efluente, com uma eficiência relativamente alta na remoção de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). No entanto, os corantes reativos costumam ser resistentes a esse tipo de tratamento, mesmo após tempos de retenção bastante prolongados. Processos físico-químicos fundamentados em precipitação e floculação são largamente utilizados, com eficiência relativamente alta. Infelizmente, por se tratar de um processo não destrutivo, a disposição final dos lodos continua sendo um problema crítico. Considerando-se que grande parte da carga orgânica, incluindo os corantes, encontra-se apenas adsorvida no lodo, faz com que a disposição final deva de ser tratada com bastante atenção. Neste trabalho está se propondo um processo de degradação de corantes reativos, combinando-se uma etapa preliminar de precipitação química de óxido férrico hidratado (Fe2O3.nH2O) seguida de fotocatálise heterogênea, na presença do precipitado. Poucos estudos envolvendo o processo de fotocatálise heterogênea na presença de óxido férrico têm sido reportados na literatura[11-14]. Em geral, admite-se uma baixa atividade fotocatalítica do óxido férrico[11, 12]. No entanto, estima-se que espécies dissolvidas, do tipo Fe(OH)2+ e Fe(OH)24+, apresentam elevada capacidade para formar radical hidroxila[14] e, conseqüentemente, para degradar substratos orgânicos. Química Têxtil - n° 76/set.04 Parte experimental Reagentes Os corantes azul reativo 19, laranja reativo 16, preto reativo 5 e amarelo reativo (Sigma) foram utilizados sem nenhum processo de purificação prévio (ver estrutura na figura 1). Esses corantes foram utilizados em solução aquosa, em concentração de 100 mg L-1. Outros reagentes foram de grau analítico P. A. Processo de precipitação Inicialmente, o processo de precipitação de óxidos hidratados foi conduzido na presença de Zn2+ e Fe3+, utilizando-se azul reativo 19 como corante modelo. Amostras aquosas de 50 mL do corante foram adicionadas de volumes variáveis de Zn(NO3)2 ou Fe(NO3)3 (3 a 20 mL, 10 g L-1). Solução aquosa de NaOH (0,1 molL-1) foi adicionada sob agitação constante, até precipitação dos respectivos óxidos hidratados. O precipitado foi separado por filtração e o sobrebadante reservado para análise. Processo fotoquímico No ensaios de degradação fotoquímica utilizou-se um reator convencional de 150 mL de capacidade, equipado Tecnologia Ecologia com refrigeração por água, agitação magnética e sistema de oxigenação. A radiação ultravioleta foi fornecida por uma lâmpada a vapor de mercúrio de 125 W (Philips), sem o bulbo protetor de vidro, localizada a uma distância de 10 cm da superfície da solução. Oxigênio comercial foi borbulhado durante todo o processo com uma vazão de 100 mL min-1. Nesse reator, amostras de 100 mL de solução de corante foram adicionadas de volumes otimizados de solução aquosa de Fe3+ (10 gL-1) e quantidade suficiente de base (hidróxido de sódio) para provocar a precipitação. Posteriormente, o processo fotoquímico foi aplicado na presença do precipitado. Controle analítico A descoloração das amostras foi determinada espectrofotometricamente nos comprimentos de onda de máxima absorção de cada corante, utilizando-se um espectrofotômetro HP 8452 A. Determinações de Carbono Orgânico Total foram realizadas em um TOC-Analyzer Shimadzu TOC-5000. Análises por difratometria de raios-X foram realizadas em um aparelho Rigaku, utilizando-se silício como padrão interno. Condições instrumentais: modo reflexão, 40 κV, 20 mA, CoKα=1,7902. Resultados e discussão De todos os processos disponíveis para o tratamento de resíduos industriais líquidos, o sistema de precipitação química seguido de floculação parece corresponder a um dos mais extensivamente utilizados, principalmente em função da sua simplicidade operacional, 59 Tecnologia Ecologia baixo custo e elevada eficiência. No entanto, o caráter não-destrutivo desse tipo de processos faz com que sérias restrições possam ser apontadas, principalmente em relação à disposição final dos lodos. Em geral, esses materiais sólidos são estocados na própria indústria, o que demanda grandes áreas de depósito e implica um acúmulo de passivos, ou são dispostos em aterros sanitários privados, o que implica significativos gastos adicionais. Outras alternativas estão sendo intensamente estudadas no momento, grande parte das quais envolve a utilização dos lodos como aditivo na fabricação de materiais de construção. Infelizmente, a elevada concentração de poluentes adsorvidos no lodo faz com que aplicações desse tipo devam ser criteriosamente estudadas. Em função de toda a problemática que gira em torno do lodo resultante do processo de precipitaçãofloculação, o estudo de alternativas que facilitem a sua disposição final ou permitam seu reaproveitamento são absolutamente essenciais. De acordo com antecedentes da literatura, a adsorção dos substratos na superfície do fotocatalisador corresponde a uma das principais etapas preliminares do processo de degradação fotoquímica[15], uma vez que a elevada reatividade do radical hidroxila e o conseqüente baixo tempo de meia vida, impediria reações no bulk da solução. Desta forma, a aplicação de radiação adequada (tipicamente ultravioleta) em um sistema que contém os substratos de interesse previamente adsorvidos em um material com propriedades semicondutoras (ex. Fe2O3 e ZnO), representa uma excelente condição para a sua degradação por processos fotocatalíticos heterogêneos. Recentemente, um eficiente processo de degradação de substratos de relevância ambiental, utilizando fotocatálise heterogênea na presença de óxidos de ferro (III) e zinco (II) resultantes de um procedimento de precipitação prévia, foi registrado junto ao INPI[16]. Em uma primeira análise, é relativamente natural pensar que a alcalinização de uma solução aquosa contendo Fe3+ ou Zn2+ deva levar à formação dos respectivos hidróxidos, espécies que não apresentam as proprieda60 Química Têxtil - n° 76/set.04 des que caracterizam um fotocatalisador. No entanto, estudos preliminares mostraram que grande parte da matéria orgânica adsorvida na superfície do precipitado, assim como a fração que remanesce em solução após precipitação, pode ser degradada por aplicação de radiação ultravioleta. Para explicar esse fato surgem três alternativas: i. Os substratos adsorvidos são fotosensíveis ao ponto de serem eficientemente degradados apenas pela radiação proporcionada. ii. Os hidróxidos precipitados, de alguma forma, catalisam a degradação fotoquímica dos substratos. iii. A radiação ultravioleta proporcionada leva à formação dos respectivos óxidos (Fe 2 O 3 e ZnO), semicondutores de elevada atividade fotoquímica que propiciam a degradação dos substratos. Uma vez que esse tipo de processo é observado até com resíduos sabidamente resistentes à radiação ultravioleta (efluentes papeleiros), a primeira alternativa pode ser imediatamente descartada. Para verificar a veracidade das duas alternativas restantes, os precipitados foram analisados por difratometria de raio-x, antes Tecnologia Ecologia e depois de submetidos a irradiação ultravioleta. Utilizando-se as cartas do JCPDF (Joint Commitee on Powder Diffraction Standard) como referência, é possível concluir que o processo de precipitação envolvendo Zn2+ leva a formação de óxido de zinco (ZnO) de elevada cristalinidade (figura 2, reflexões 1, 2 e 3), enquanto que a reação envolvendo Fe3+ leva a formação de goethita (FeO(OH), PDF:29-713) de baixa cristalinidade (figura 2, reflexões 4, 5 e 6). Com essas evidências, a degradação fotoassistida dos substratos adsorvidos, ou remanescentes em solução após precipitação, pode ser explicada em termos de mecanismos característicos da fotocatálise heterogênea. Dentro desse contexto, eficiente degradação de substratos de relevância ambiental tem sido reportada utilizando-se processos fotoquímicos heterogêneos, conduzidos na presença de óxido de zinco[17] e (hidro) óxidos de Ferro (III)[18]. Esclarecido o fenômeno responsável pelo processo proposto, deu-se início ao estudo de otimização do processo preliminar de precipitação, principalmente em relação ao efeito da quantidade e natureza do agente precipitante. Os resultados (figura 3) indicam que a precipitação do óxido de zinco não promove uma significativa descoloração do corante modelo, nem mesmo quando utilizado em elevadas concentrações. A baixa capacidade de adsorção apresentada pelo precipitado, conseqüência da sua baixa área superficial, leva a descolorações máximas inferiores a 20%. O (hidro) óxido férrico, que precipita na forma de um coloide de elevada área superficial, provoca uma remoção de cor superior a 50%, quando utilizado em concentrações acima de 1,4 g L-1 (volume superior a 7 mL). Em função desses resultados, estudos posteriores de degradação fotoquímica foram conduzidos apenas na presença do 62 Química Têxtil - n° 76/set.04 precipitado férrico, o qual foi produzido a partir de 10 mL de Fe(NO3)3 (10 g L-1). Aplicando-se o processo de precipitação nas condições otimizadas, verificou-se uma remoção relativamente baixa dos corantes reativos da família azo (Figura 4). No entanto, o processo fotoquímico subseqüente permitiu, com exceção do corante amarelo, uma descoloração superior a 80% em tempos de reação da ordem de 80 min. Em idênticas condições, o processo de fotólise (ausência de fotocatalisador) provoca reduções de cor inferiores a 5%, fato que demonstra novamente a participação de processos fotocatalíticos heterogêneos. É pertinente salientar que descolorações dessa magnitude, mesmo trabalhando-se nas piores condições possíveis de irradiação (irradiação superficial), representam um sólido argumento a favor do processo proposto. A baixa eficiência de descoloração observada nos estudos envolvendo o corante amarelo é devida a séria interferência espectral provocada pela presença de Fe (III) e não a uma limitação particular do processo proposto. Finalmente, determinações de carbono orgânico to- Química Têxtil - n° 76/set.04 tal de sólidos demonstraram que grande parte da matéria orgânica, inicialmente removida por adsorção na superfície do precipitado, é mineralizada nos tempos praticados. Em geral, mineralizações da ordem de 70% foram observadas em todos os casos. Conclusões Nas condições experimentais utilizadas, a precipitação de FeO(OH) (goethita) permite a remoção dos corantes em estudo com índices entre 5 e 50%. A aplicação de radiação ultravioleta, na presença do precipitado, faz com que a descoloração atinja, em media, índices superiores a 80%. Embora a ocorrência de reações do tipo foto-Fenton não possam ser descartadas, antecedentes da literatura sugerem que o processo de degradação deve corresponder, principalmente, a fotocatálise heterogênea. A degradação dos substratos não adsorvidos, assim como a depuração do precipitado, representam uma excelente contribuição para o processo de precipitação convencional. Tecnologia Ecologia [10] Gulyas, H.; Wat. Sci. Tech., 1997, 36(2-3), 9. [11] Leland, J.K. and Bard, A. J.; J. Phys. Chem., 1987, 91, 5076. [12] Kormann, C., Bahnemann, D.W. and Hoffman, M. R., J. Photochem. Photobiol., A: Chem., 1989, 48, 161. [13] Faust, B. C. and Hoigne, J., Atmos. Environ., A., 1990, 24, 79. [14] Chen, J., Rulkens, W. H. and Bruning, H., Wat. Sci. Technol., 1997, 35(4), 231. [15] Legrini, O., Oliveros, E. and Braun, A. M., Chem. Rev., 1993, 93,671. [16] Processo de precipitação-irradiação para remediação de efluentes de indústrias papeleiras. N° Pedido PI9601686. Data do Depósito: 17/05/1996. [17] Gouvêa, C. A. K., Wypych, F., Moraes, S. G., Durán, N., Nagata, N and Peralta-Zamora, P., Chemosphere, 2000, 40, 433. [18] Mazellier. P. and Bolte, M., J. Photochem. Photobiol. A: Chemistry, 2000, 132, 129. Bibliografia [1] Conchon, J. A.; Base Têxtil., 1999, 123, 1. [2] Conchon, J. A.; Calquim., 1995, 13. [3] Hart, E.; Quím. Têxtil, 1994, 2, 7. [4] Correia,V.M.; Stephendon, T.; Judd, S.; J. Environ. Technol., 1994, 15, 917. [5] Guaratini, C.C.I.; Zanoni, M.V.B.; Quím. Nova., 2000, 1(23), 71. [6] Chao, W. L.; Lee, S.L.; World J. Microb. Biotechnol., 1994, 10, 556. [7] Knapp, J.S.; Newby, P.S.; Reece, L.P.; Enzime Microbiol. Technol., 1995, 17, 664. [8] Brown, M. A.; De Vito, S.C.; Crit. Rev. Environ. Sci. Technol., 1993, 23, 249. [9] Bitton, G.; Ecol. Appl. Microbiol., 1994, 8, 147. 63 Química Têxtil n° 76/set.04 Tecnologia Tingimento Microemulsão: A nova tecnologia na remoção da cor de efluentes Leocádia Terezinha Cordeiro Beltrame1, Tereza Neuma de Castro Dantas2, Afonso Avelino Dantas Neto1, José Heriberto do Nascimento3. 1 Departmento de Engenharia Química, 2Departmento de Química, 3Departamento de Engenharia Têxtil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. e-mail: [email protected] A cor do efluente resultante dos processos de tingimento tem sido um dos principais problemas ambientais enfrentados pela indústria têxtil. Os tratamentos biológicos convencionais são ineficientes na remoção da cor, o que levou ao desenvolvimento de tratamentos terciários voltados para esse fim. Muitos desses tratamentos possuem um alto custo de operação e manutenção, tornando-os inviáveis economicamente. A utilização de microemulsões surge como um poderoso e inovador tratamento para remoção da cor. Este trabalho apresenta a utilização de microemulsão como agente na remoção da cor através dos processos de extração e adsorção. O efluente utilizado foi um banho de exaustão de corantes reativos (efluente real) contendo os corantes Procion Amarelo H-E4R (CI Reactive Yellow 84), Procion Azul H-ERD (CI Reactive Blue 160) e Procion Vermelho H-E3B (CI Reactive Red 120). O sistema de colorimetria utilizado foi o CIE L*a*b* (CIELAB) espaço de cor e (∆E*ab) diferença de cor. A remoção da cor alcançou índices superiores a 98%, mesmo utilizando-se o banho de exaustão (que é o efluente mais concentrado em corantes). Juntamente com a cor, os metais pesados presentes nesse efluente são removidos com índices superiores a 98%. Para determinar a capacidade de carga da microemulsão, repetiu-se o process, utilizando a mesma fase de microemulsão, por até 15 vezes obtendo-se ainda ótimos resultados. 64 Introdução As indústrias têxteis possuem uma das mais altas cargas poluidoras em seu efluente. As variações em seus processamentos e produtos utilizados tornam o efluente complexo, dificultando o tratamento (Moran et al., 1997), (Talarposhti et al., 2001). Entre os diferentes produtos utilizados na indústria estão os corantes. De acordo com Abraham (1993), (in Talarposhti et al., 2001), 700.000 toneladas de corantes têxteis são produzidas anualmente, dos quais, 50% são compostos azo (-N=N-) que, devido a seu comportamento ambiental ser ainda desconhecido, são considerados especialmente perigosos (Bustard et al, 1998). De acordo com Laing (1991), 2 a 10% dos corantes aplicados em processos de tingimento são descarregados no efluente, dependendo da tonalidade e do corante utilizado (in Rozzi et al, 1998). Estudos mais recentes indicam que aproximadamente 12% de corantes sintéticos são perdidos anualmente durante a fabricação e em processos de tingimento, sendo que nesse caso, 20% da cor resultante é deixada no ambiente através de plantas de tratamento de efluentes (Arslan et al., 2000). Efluentes coloridos são esteticamente desagradáveis, impedem a penetração da luz, prejudicam a qualidade dos corpos de água e podem ser tóxicos aos processos de tratamento, aos organismos de cadeia alimentícia e para vida aquática (Talarposhti et al., 2001). Os corantes, de modo geral, devem apresentar boas Tecnologia Tingimento solidezes à luz, lavagem e suor e, portanto, apresentam alto grau de estabilidade química e fotolítica a fim de manter sua estrutura e cor. Devido à complexa estrutura química, são resistentes à degradação, dificultando o tratamento de efluentes (Talarposhti et al., 2001), (Swamy e Ramsay, 1999). A degradação das moléculas de corantes por microrganismos aeróbios é provavelmente muito lenta, o que justifica a alta percentagem de corantes resistirem ao tratamento e potencialmente se acumular e, além disso, qualquer degradação que porventura ocorra pode produzir moléculas menores e mais tóxicas ao ambiente como as aminas (Talarposhti et al., 2001), (Swamy e Ramsay, 1999). A remoção da cor de efluentes têxteis tem sido matéria de considerável interesse nas duas últimas décadas, não apenas pela potencial toxicidade de certos corantes, mas principalmente pela fácil detecção nas águas receptoras (Arslan et al., 2000). A coloração nas águas receptoras tem motivado a consciência pública com relação às questões ambientais, coincidindo com níveis ascendentes de descargas coloridas (Willmott et al., 1998). A cor em efluentes têxteis tem sido freqüentemente associada a tingimentos com corantes reativos, onde até 50% dos corantes podem ser perdidos no efluente (Arslan et al., 2000). Esses corantes não fixados e com cores brilhantes são altamente solúveis em água e não se adsorvem na biomassa (Rozzi et al., 1998), (Rettmer et al., 2000) (Willmott et al., 1998), (Arslan et al., 2000) (Nigan et al., 1996). Embora recalcitrantes a tratamentos biológicos convencionais, os corantes não apresentam ação inibidora ao processo (Hobs, 1989), contudo, a presença de metais pesados, além do efeito inibidor, possui também efeito tóxico a esses tratamentos. Metais pesados como: cobre, zinco, níquel, chumbo, cádmio e cromo podem reagir com enzimas microbianas para retardar ou completamente inibir seu metabolismo(Tchobanoglous e Burton, 1991). Além disso, cobre, chumbo e zinco estão na lista de poluentes prioritários da "US Environmental Protection Agency" (Gupta e Torres, 1998). Em quantidades crôni66 Química Têxtil - n° 76/set.04 cas, o cobre pode causar hemocromatose, cádmio afeta enzimas importantes e pode causar danos aos rins enquanto que o chumbo possui vários efeitos tóxicos, incluindo danos ao sistema nervoso central e periférico (Gupta e Torres, 1998). Em quantidades menores, inferiores a 1 mg/L, o cobre, por exemplo, é tóxico para plantas aquáticas e aos peixes (Tchobanoglous e Burton, 1991). De acordo com Moran et al.(1997), cobre e zinco estão normalmente presentes em corantes e auxiliares. Dessa forma, há a necessidade de tratamentos eficazes, anteriores ao tratamento biológico - largamente utilizado para remoção de cor e metais. Muitos métodos já existem: alguns em escala laboratorial são ainda inviáveis economicamente em larga escala; outros, com alto custo de implantação e de manutenção. Assim a utilização de microemulsões no tratamento de efluentes têxteis surge como uma nova e eficiente tecnologia aplicada à remoção da cor e de metais pesados presentes no efluente. Microemulsões são dispersões líquido-líquido, formadas por líquidos de diferentes polaridades (normalmente água e um componente orgânico) e uma mistura de agentes tensoativos e/ou cotensoativos. Macroscopicamente, aparentam ser líquidos monofásicos (homogêneos) de aparência translúcida e isotrópica. Em proporções conhecidas de seus constituintes, são capazes de se equilibrar com outras fases aquosas ou orgânicas. No caso de extração em meio aquoso, uma microemulsão água em óleo (a/o) coexiste com uma fase aquosa, o que é denominado Winsor II (WII) (Giasson et al., 1998 e Ariel et al., 1999). Devido ao tamanho nanométrico das gotículas de água dispersas no meio orgânico, há uma maior área na interface, facilitando a transferência de massa em processos de extração. A reatividade das microemulsões com metais tem facilitado os vários métodos de extração e de adsorção na remoção de metais pesados (Watarai, 1997). Castro Dantas et al., 2003 utilizou microemulsões na remoção de metais pesados como cromo, cobre, níquel, manganês, ferro e chumbo; Castro Dantas et al., 2002, utilizou microemulsão na extração de gálio a partir do licor de Química Têxtil - n° 76/set.04 Bayer; Castro Dantas et al., 2001-a e 2001-b utilizou microemulsão como agente modificador de superfície dos adsorventes diatomita e quitosana, respectivamente, para remover cromo de soluções sintéticas de efluente de curtume. Tendo em vista a eficiência das microemulsões na remoção de metais, procurou-se investigar seu comportamento na remoção de cor de efluentes têxteis (Castro Dantas, et al., in press). O presente trabalho utiliza microemulsão na remoção simultânea da cor e de metais pesados eventualmente presentes no efluente têxtil. Materiais e métodos Composição do efluente O efluente utilizado neste estudo é um efluente real obtido de uma tinturaria de Natal, RN, proveniente da primeira descarga após tingimento com corantes reativos (corantes já hidrolisados). O banho continha os corantes apresentados na tabela 1 com as respectivas concentrações iniciais e 1,3 g/L de auxiliares de tingimento, 15 g/L de carbonato de sódio (álcali) e 45 g/L de cloreto de sódio (sal). Sistema de microemulsão O sistema é formado por um tensoativo catiônico de cadeia longa, álcool isoamílico como cotensoativo, querosene como fase orgânica e o efluente como fase aquosa. Para facilitar a representação de uma microemulsão composta por quatro constituintes num diagrama ternário, adota-se uma razão constante de cotensoativo/ tensoativo (C/T) como um pseudoconstituinte, que pode ser plotado em um dos vértices do triângulo. Tecnologia Tingimento Diagrama de fases pseudo-ternário As regiões do diagrama de fases foram determinadas de acordo com a classificação de Winsor (Friberg e Bothorel, 1988), que estabelece 4 tipos de regiões: W I, quando a fase de microemulsão está em equilíbrio com uma fase orgânica em excesso; W II, quando a fase de microemulsão está em equilíbrio com uma fase aquosa em excesso; W III, quando a fase de microemulsão está em equilíbrio com a fase aquosa e orgânica, e W IV, quando macroscopicamente existe uma única fase - microemulsão. Para se determinar as regiões de Winsor em um diagrama pseudoternário, a fase orgânica é misturada com o pseudoconstituinte (C/T) e a mistura é titulada com a fase aquosa observando-se as variações possíveis, que formarão as regiões de Winsor. O diagrama de fases pseudoternário é então construído plotando-se as quantidades das fases usadas no experimento. Processo de extração O processo de extração ocorre espontaneamente quando os componentes são misturados. Neste estudo, a razão C/T foi mantida igual a 2 e o pH do efluente foi ajustado para 9. Os experimentos ocorreram à temperatura ambiente (26 ºC). Processo de adsorção Na adsorção, utilizou-se diatomita como adsorvente. Uma microemulsão formada pelo tensoativo catiônico de cadeia longa, álcool isoamílico, querosene e água, na região de W IV, foi utilizada para impregnar a diatomita. Após impregnação, o adsorvente foi seco em estufa a 65ºC por 48 h. O adsorvente seco foi misturado ao efluente com diferentes concentrações por um período de 1 hora em banho finito. 67 Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Tingimento Determinação da cor Determinação de metais Para determinação da cor utilizou-se o sistema CIELAB, através do espaço de cor (L* a* b*) e diferença de cor (∆Ε*ab) (Berns, 2000, Gonnet, 1998 e Yeh e Thomas, 1995). Para a leitura das amostras, utilizouse um tintômetro Lovibond PFX-950, com intervalos de comprimento de onda de 420 a 710 nm. Iluminante C e observador padrão de 2º. O teor de metais foi determinado por espectrofotômetro de absorção atômica de chama. O equipamento utilizado foi o espectrofotômetro VARIAN SpectrAA-Plus. Determinação da concentração de corantes A concentração de corantes no efluente é desconhecida porque, durante o processo de tingimento, os corantes se fixam nas fibras de diferentes formas que dependem do tempo de contato, salinidade, temperatura e da isoterma de adsorção característica de cada corante. Assim, para determinar a concentração de corantes removidos durante a extração, preparou-se uma solução sintética contendo os mesmos corantes do efluente e mediu-se a absorbância. A figura 1 apresenta as curvas obtidas a diferentes comprimentos de onda para a solução sintética e para o efluente. Comparando as duas curvas, pode-se observar que praticamente se sobrepõem, com uma pequena variação entre 580 nm e 640 nm. Essa variação pode ser devida a erros experimentais, bem como às diferentes condições usadas na indústria. A solução sintética foi preparada com 40,13 ppm de Azul Procion H-ERD, 35,05 ppm de Vermelho Procion H-E3B e 177,06 ppm de Amarelo Procion H-E4R, formando um total de 252,24 ppm de corantes. A solução sintética foi diluída a diferentes concentrações para as quais ∆Ε*ab foi medido em relação ao efluente. A figura 2 apresenta os resultados obtidos e a curva de calibração. 68 Rede de Scheffé A rede de Scheffé é uma metodologia aplicada a misturas a três constituintes, em que uma série de propriedades varia de acordo com a concentração relativa de cada ponto de um triângulo equilátero. O modelo determina uma série de parâmetros de acordo com o grau polinomial que melhor se ajusta à resposta, que pode ser a diferença entre o valor calculado pelo modelo e o valor real. A primeira etapa consiste em definir a região de interesse com os pontos que compõem a rede, medindo as respostas a cada ponto. Após obter o modelo, Tecnologia Tingimento Química Têxtil - n° 76/set.04 o comportamento das respostas é testado para se encontrar a melhor representação. Finalmente plotam-se as curvas de isorespostas, que representam o comportamento da propriedade avaliada (Ramos et al, 1997). Resultados e discussões Na primeira etapa, construiu-se o diagrama pseudoternário com o tensoativo catiônico de cadeia longa, álcool isoamílico, querosene e efluente. O diagrama obtido está representado na figura 3. Neste diagrama, duas regiões foram observadas: uma pequena região de W IV + S (constituída da fase de microemulsão com um excesso de tensoativo) e uma larga região de W II, onde ocorre a fase de microemulsão e fase aquosa simultaneamente, propícia à extração (Ariel et al, 1999 e Giason et al, 1998). A ampla região de W II encontrada é devida à alta salinidade do efluente (45.000 ppm). Como a fase aquosa deve estar em maior proporção por ser mais abundante e sem custo adicional, escolheu-se a região próxima ao vértice da fase aquosa (efluente) para estudo, a fim de verificar seu comportamento na extração. Nessa região construiu-se um triângulo eqüilátero com 10 pontos no seu interior (figura 4), que representam 10 composições diferentes de microemulsão. As frações mássicas desses pontos encontram-se na tabela 2. 70 A rede de Scheffé está baseada nas variações das propriedades de uma mistura de três constituintes como função da concentração de seus constituintes e o tratamento estatístico das respostas demonstra o comportamento dessa mistura no domínio estudado. No sistema estudado, o efluente teve seu pH corrigido para 9 (o pH normal é 10,44) porque a extração é melhorada ao acidificar o efluente (Castro Dantas et al, in press) e a razão utilizada para a mistura C/T foi 2 (duas partes de cotensoativo para 1 parte de tensoativo). Os pontos listados na tabela 2 foram preparados e a remoção da cor foi medida. Os valores dos componentes da cor (L*, a*, b*) das amostras e do efluente foram determinados assim como a diferença de cor (∆Ε*ab) entre o efluente inicial a as fases aquosas obtidas após a extração. Os resultados estão apresentados na tabela 3. Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Tingimento ∆Ε*ab representa a diferença de cor tridimensional total e pode ser obtido pela equação 1: (1) Onde: ∆L* = variação da luminância entre o efluente e a fase aquosa obtida após a extração; ∆α* = variação das coordenadas de cor verde-vermelho entre o efluente e as amostras; ∆b* = variação das coordenadas de cor amarelo-azul entre o efluente e as amostras. Os 10 pontos analisados foram usados para determinar o modelo estatístico. Através do programa Statistica 6.0, as matrizes dos modelos formadas pela combinação da composição de cada ponto e os resultados obtidos na remoção da cor (∆Ε*ab) foram analisadas e o modelo cúbico foi escolhido por apresentar o menor erro: ∆E*ab = 68,04 XA + 948,152 XO + 44,836 XC/T – 1528,36 XA XO + 139,787 XA XC/T – 5214,954 XO XC/T + 9168,79 XA XO XC/T (2) tro do domínio estudado no diagrama pseudoternário, utilizou-se o programa Statistica 6.0. A Figura 5 apresenta as superfícies de isoresposta obtidas: Através da Figura 5, pode-se observar a influência do componente C/T: a remoção da cor é otimizada (região mais escura) a medida que o valor C/T aumenta (vértice superior do triângulo). Isso é devido a alta reatividade do tensoativo com os corantes reativos. Pelo estudo das superfícies de isorespostas podese observar que os pontos 1, 2, 3, 4 e 8 apresentaram os melhores resultados de remoção de cor. Aplicando estes resultados na curva de calibração (figura 2), obtémse para o ponto 1 o residual de apenas 4,49 ppm de corante na fase aquosa, significando que mais de 98,22% dos corantes foram removidos; para o ponto 2, o residual na fase aquosa é de 7,35 ppm, com 97,09% dos corantes removidos; no ponto 3, o residual é de 9,3 ppm, sendo 96,31% dos corantes removidos; no ponto 4 o residual é de 8,6 ppm, com 96,59% dos corantes removidos e finalmente no ponto 8, o residual de corantes foi de 6,84 ppm com remoção de 97,29% dos corantes. Considerando eficiência e teor de matéria ativa usada, o ponto 4 poderia ser escolhido. Nesse ponto, a composição é de 7% de tensoativo, 14% de cotensoativo (álcool isoamílico), 10% de fase orgânica (querosene) e O erro admitido para validar o modelo foi 5% (Equação 3), onde ∆Ε*abEXP corresponde aos resultados experimentais e ∆Ε*abCALC os resultados obtidos através do modelo: (3) Aplicando o modelo obtido (Equação 2), obtém-se um erro de 2,19%, o que valida o modelo. Para obter o comportamento da remoção da cor den71 Tecnologia Tingimento 69% de fase aquosa (efluente). A figura 6 apresenta a foto do efluente inicial e após o processo de extração em que se observa a fase de microemulsão (colorida) e a fase aquosa (incolor). A capacidade de carga da microemulsão foi testada e, para isso, a fase de microemulsão obtida no ponto 4 após a extração (já colorida) foi misturada com uma nova amostra do efluente em pH 9, ocorrendo nova extração. O processo foi repetido por 14 vezes e com bons resultados (tabela 4). De acordo com a tabela 4, observa-se pouca variação de resultados para as 15 extrações. Após a 15ª extração observou-se uma alta viscosidade na fase de microemulsão devido a alta concentração de corantes, dificultando a continuidade do processo. Na amostra de efluente foi verificada também a presença dos metais: cádmio, cobre, cromo e ferro. Os teores de cádmio, cromo e ferro foram inferiores ao limite de detecção do aparelho, porém o cobre foi detectado. Após o processo de extração, a fase aquosa foi analisada nova72 Química Têxtil - n° 76/set.04 mente para verificar se o processo foi eficiente na remoção do metal. Os resultados estão expressos na tabela 5. De acordo com os resultados obtidos, a extração de cobre foi de 98,51%. Esses resultados demonstram a eficiência do processo de extração por microemulsão tanto na remoção da cor como de metais. Verificou-se ainda a capacidade de remoção de cor da microemulsão por adsorção utilizando-se diatomita como adsorvente (granulometria -14 +20 - mesh). A diatomita foi utilizada "in natura" e impregnada por uma microemulsão (1 parte de diatomita para 2 partes de microemulsão) composta pelo mesmo tensoativo catiônico de cadeia longa (17,08%), álcool isoamílico (34,17%), querosene (30,63%) e água (18,12%). Após impregnar, a diatomita foi seca em estufa a 65º por 48 h. O pH do efluente foi ajustado para 5 e misturado à diatomita "in natura" e diatomita impregnada em diferentes proporções por 1 hora em banho finito. Os resultados estão apresentados na figura 7. Neste caso, ∆Ε* ab foi medido em relação à água destilada e deionizada e, portanto, quanto menor o valor, mais próximo da coloração da água. Como pode ser observada na figura 7, a eficiência do tratamento por microemulsão é evidente. Para 15% de adsorvente, a diferença de cor (∆Ε*ab) obtida entre a fase aquosa e a água destilada e deionizada usada como referência, foi de 8,05 para a diatomita impregnada com microemulsão e 30,95 para a diatomita "in natura". Os ensaios de adsorção estão ainda em fase inicial, mas como pode ser observada, a eficiência da microemulsão é inquestionável. Química Têxtil - n° 76/set.04 Tecnologia Tingimento Bibliografia Conclusão A utilização de microemulsões na remoção da cor de efluentes é uma técnica inovativa e ainda sem referências anteriores. O sistema utilizou um banho de exaustão real, com corantes reativos e hidrolisados por ser mais concentrado em corantes e considerado de difícil tratamento. Devido à alta afinidade da microemulsão com esses corantes, obtiveram-se índices de remoção da cor superiores a 98%. A presença de metais pesados no efluente, considerada problemática pelos tratamentos biológicos convencionais, pode ser removida por microemulsão com índices superiores a 98%. A fase de microemulsão obtida no processo de extração pode ser reciclada até 14 vezes, ainda com bons resultados. Em processos de adsorção, a microemulsão foi utilizada como modificador de superfície. A diferença de cor (∆Ε*ab) obtida utilizando-se adsorvente tratado por microemulsão em relação à água foi de 8,05, enquanto que o mesmo adsorvente "in natura" apresentou 30,95. Uma das principais vantagens da utilização de microemulsão na remoção da cor está no fato de poder ser utilizada imediatamente após o processo de tingimento e com tempo mínimo, já que o processo de extração ocorre imediatamente ao se misturar os componetes da microemulsão. 74 Ariel G, Diamant H, Andelman D. Kinetics of surfactant adsorption at fluid-fluid interfaces: Surfactant Mixtures. Langmuir, 15:3574-3581 (1999). Arslan I, Balcioglu IA, Bahnemann DW. Advanced chemical oxidation of reactive dyes in silulated dyehouse effluents by ferrioxalateFenton/UV-A and TiO2/UV-A processes. Dyes and Pigments, 47:207-218 (2000). Berns RS. Billmeyer and Saltzmann's principles of color technology. 3rd edn, John Wiley and Sons, New York, pp 1-74 (2000). Bustard M, McMullan G, McHale AP. Biosorption of textile dyes by biomass derived from Kluyveromyces marxianus IMB3. Bioprocess Engimeering, 19:427-430 (1998). Castro Dantas TN, Dantas Neto AA, Moura MCPA. Removal of chromium from aqueous solutions by diatomite treated with microemulsions. Water Research, 35:2219-2224 (2001) - a. Castro Dantas TN, Dantas Neto AA, Moura MCPA, Barros Neto EL, Telêmaco EP. Chromium adsorption by chitosan impregnated with microemulsion. Langmuir, 17:4256-4260 (2001) - b. Castro Dantas TN, Lucena Neto MH, Dantas Neto AA. Gallium extraction by microemulsions, Talanta, 56:10891097 (2002). Castro Dantas TN, Dantas Neto AA, Moura MCPA, Barros Neto EL, Forte KR, Leite RHL.Heavy metals extraction by microemulsions. Water Research, 37:27092717 (2003). Castro Dantas TN, Beltrame LTC, Dantas Neto AA, Moura MCPA. Use of microemulsions for color and dyes removal from textile wastewater. J. Chem. Technol. Biotechnol. (in press). Friberg SE, Bothorel P. Microemulsions: Structure and Dynamics; CRC Press, Inc: Florida, 1988. Giasson S, Kuhl TL, Israelachvili JN. Adsorption and interaction forces of micellar microemulsion solutions in ultrathin films. Langmuir, 14:891-898 (1998). Química Têxtil - n° 76/set.04 Gonnet JF. Colour effects of co-pigmentation of anthocyanins revisited-1. A colorimetric definition using the CIELAB scale. Food Chemistry, 63:409-415 (1998). Gupta G, Torres N. Use of fly ash in reducing toxicity of and heavy metals in wastewater effluent. Journal of Hazardous Materials, 57:243-248 (1998). Moran C, Hall ME, Howell R. Effects of sewage treatment on textile effluent. Journal of the Society of Dyers and Colourists, 113:272-274 (1997). Nigam P, McMullan G, Banat IM, Marchant R. Decolorization of effluent from textile industry by a microbial consortium. Biotechnology Letters, 18:117120 (1996). Ramos AC, Dantas Neto AA, Castro Dantas TN. Application of an experimental methodology in the optimization of a tungsten concentration process by microemulsion. Brazilian Journal of Chemical. Engineering 14:159-165 (1997). Rettmer RS, Krull R, Metzen P. Procesos biológicos para la degradación de colorantes de aguas residuales. Internacional Textile Bulletin, 4:67-72 (2000). Rozzi A, Malpei F, Colli S, Uberti M. Distribution of Tecnologia Tingimento absorbance in the visible spectrum related to molecular size fractions in secondary and tertiary municipal-textile effluent. Water Science Technology, 38:473-480 (1998). Swamy J, Ramsay JA. The evaluation of white rot fungi in the decoloration of textile dyes. Enzyme and Microbial Technology, 24:130-137 (1999). Talarposhti AM, Donnelly T, Anderson GK. Colour removal from a simulated dye wastewater using a twophase anaerobic packed bed reactor. Water Research, 35:425-432 (2001). Tchobanoglous G, Burton F. Wastewater engineering treatment, disposal and reuse. Metcalf & Eddy, Inc., McGraw - Hill, New York, (1991). Watarai H. Microemulsions in separation sciences. Journal of Chromatography A, 780:93-102 (1997). Willmott N, Guthrie J, Nelson G. The biotechnology approach to colour removal from textile effluent. Journal of the Society of Dyers and Colourists, 114:38-41 (1998). Yeh RYL, Thomas A. Color difference measurement and color removal from dye wastewaters using different adsorbents. Journal of Chemical Technology and Biotechnology, 63:55-59 (1995). A ABQCT DÁ AS BOAS VINDAS AO S N OVO S S Ó C I O S Alexander de Oliveira Lobo Fábio Modesto Scagliusi Gustavo William dos Santos Issao Yumito Luciana Roberta Dias B. Alves Blumenau SC Caieiras SP S. João da Boa Vista SP Duque de Caxias RJ Americana SP Estamos orgulhosos de tê-los conosco, pois o apoio e a participação dos associados são de suma importância para o fortalecimento da Associação e para o aprimoramento técnico do setor têxtil brasileiro. Nós da ABQCT procuramos sempre fornecer informações atualizadas através da revista Química Têxtil e abrir canais de comunicação entre os profissionais através de cursos, palestras e outros eventos de integração. 75 CONTROLE DE QUALIDADE TÊXTIL Procedimento de Ensaio IPT DQ-LPTex-PE 19.0.10 IPT Laboratório de produtos têxteis Solidez da cor de têxteis sob a ação da lavagem a seco Parte integrante da revista Química Têxtil n° 76/set..2004 1. OBJETIVO Este procedimento prescreve o método para a determinação da solidez da cor de todos os tipos de tecidos e de fios submetidos à lavagem a seco, e tão somente a ela, não envolvendo todo o processo de uma lavagem a seco comercial. A lavagem a seco comercial normalmente envolve outras operações, como a determinação da solidez da cor aos manchamentos com água e com solvente, passagem a ferro com vapor etc, que são objeto de outros procedimentos. A solidez à lavagem a seco, como indicado neste procedimento, só significa o processo de lavagem com percloroetileno, também designado tetracloroetileno (Cl4C2). Porém, se o Cliente assim o desejar, o procedimento pode ser realizado com outros solventes. 2. CAMPO DE APLICAÇÃO Verificou-se que a presença de água absorvida na amostra e/ou no solvente, ou a presença de detergente e água na solução de lavagem a seco, não é um fator crítico na avaliação da solidez da cor. Este ensaio fornece resultados com uma correlação satisfatória com aqueles obtidos na lavagem a seco comercial. Este procedimento não é adequado para a avaliação da durabilidade de acabamentos têxteis, nem se destina à avaliação da solidez da cor a manchamentos e processos de remoção de manchas com os solventes da lavagem a seco. 3. REFERÊNCIA ISO 105-D01 - 1993 Têxteis Ensaios para a solidez da cor - Solidez da cor à lavagem a seco. 4. NORMAS COMPLEMENTARES 4.1. DQ-LPTex-PE 10.0.15 - 2002 Escala cinza para a avaliação da alteração da cor nos ensaios de solidez da cor de têxteis. 4.2. DQ-LPTex-PE 10.0.16 - 2002 Escala cinza para a avaliação da transferência da cor nos ensaios de solidez da cor de têxteis. 4.3. DQ-LPTex-PE 19.0.00 - 2002 Princípios gerais dos ensaios de solidez da cor de têxteis. 5. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 5.1. Aparelho para ensaios de solidez da cor sob a ação da lavagem de têxteis, Polymat, Ahiba, código AHB-01, com controle de temperatura e com regulagem da velocidade angular em (40 ± 2) rpm, e copos de aço inoxidável de 500 mL com tampas herméticas, banho de aquecimento com polietilenoglicol; 5.2. Discos de aço inoxidável, com dimensões de (30 ± 2) mm de diâmetro e (3,0 ± 0,5) mm de espessura, lisos e sem bordas rugosas, com massa de (20 ± 2) g. 5.3. Capela, código CAP-01, para a evaporação do percloroetileno; 5.4. Estufa com circulação forçada de ar, marca Fabbe, código EST-01, ou estufa marca Carbolite, código INC-01; 5.5. Tecido de algodão cru, padronagem tipo sarja, gramatura de (270 ± 70) g/m², livre de engomagem ou qualquer outro tipo de acabamento, cortado em retângulos de (240 x 120) mm, para a confecção de pequenos sacos com dimensões internas de (100 x 100) mm, fechados por costura em dois de seus lados; 5.6. Tecido-testemunha multifibras ou, tecidostestemunha constituídos de uma só fibra, com as características e forma de utilização indicadas no Procedimento de Ensaio DQ-LPTex-PE 19.0.00 - 2002 - Princípios gerais dos ensaios de solides da cor de têxteis; 5.7. Linha de costura crua ou alvejada, usada na confecção dos sacos e seu fechamento para o ensaio; 5.8. Proveta graduada, com capacidade mínima de 200 mL; 5.9. Percloroetileno, P.A. Esse produto, também denominado tetracloroetileno (Cl4C2), é toxico à inalação, ao contato com a pele e à ingestão. O percloroetileno deve ser armazenado em um recipiente contendo, no fundo, carbonato de sódio anidro, para neutralizar qualquer ácido clorídrico que venha a se formar; 5.10. Tubos de ensaio de 25 mm de diâmetro para a avaliação da transferência da cor da amostra para o solvente; 5.11. Papel ou tecido absorvente, para eliminar o excesso do solvente antes da secagem dos corpos-de-prova; 5.12. Material para a filtração do solvente após o ensaio, para a avaliação da transferência da cor: 5.12.1. Suporte universal; 5.12.2. Anel de ferro de 7 cm de diâmetro para suporte do funil; 5.12.3. Funil de vidro com 10 cm de diâmetro, haste curta; 5.12.4. Papel de filtro comum; 5.12.5. Copo béquer com 200 mL de capacidade. 6. ATMOSFERA PADRÃO DE ENSAIO Este ensaio não requer atmosfera padrão de condicionamento e ensaio, para os corpos-deprova, após sua secagem, para as avaliações de alteração e transferência da cor. 7. PREPARAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA 7.1. Para ensaios que utilizam o solvente para avaliação da transferência da cor: 7.1.1. Se a amostra recebida for tecido ou nãotecido, cortar um corpo-de-prova nas dimensões de (100 x 40) mm; 7.1.2. Se a amostra recebida for um fio, produzir um tecido de malhas e proceder conforme 7.1.1 ou fazer uma pequena meada de fios paralelos, com 100 mm de comprimento, e com a mesma fazer um pavio com cerca de 5 mm de diâmetro, amarrando suas extremidades; 7.1.3. Se a amostra recebida é constituída de fibras soltas, pentear e comprimir suficiente material para formar uma manta nas dimensões de (100 x 40). 7.2. Para ensaios que utilizam tecidos-testemunha para avaliação da transferência da cor: 7.2.1. Se a amostra recebida for tecido ou nãotecido, cortar um corpo-de-prova nas dimensões de (100 x 40) mm; costurá-lo com tecido(s)testemunha, também com dimensões de (100 x 40) mm, selecionados de acordo com o item 5.6. deste procedimento, e uni-los por costura em uma das arestas menores. 7.2.2. Se a amostra recebida for um fio, produzir um tecido de malhas e proceder conforme 7.2.1 ou separar uma massa igual à metade das massas combinadas de dois tecidos-testemunha de (100 x 40) mm cada, selecionados de acordo com o item 5.6. deste procedimento, colocá-la uniformemente espalhada entre eles e uni-los por costura nas quatro arestas. Se utilizar o tecido-testemunha multifibras, usar como segundo tecidotestemunha o tecido de polipropileno não tingível; 7.2.3. Se a amostra recebida é constituída de fibras soltas, separar uma massa igual a metade das massas combinadas de dois tecidos-testemunha de (100 x 40) mm cada, selecionados de acordo com o item 5.6. deste procedimento, colocá-la uniformemente espalhada entre eles e uni-los por costura nas quatro arestas. Se utilizar o tecido-testemunha multifibras, usar como segundo tecido-testemunha o tecido de polipropileno não tingível. 8. PROCEDIMENTO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 8.1. Introduzir em um saco de tecido de algodão cru (item 5.5.) um corpo-de-prova e doze discos de aço (item 5.2.) para cada um dos ensaios. Fechar o saco por costura; 8.2. Adicionar ao recipiente cilíndrico de aço inóx de 500 mL de capacidade (item 5.1.), 200 mL de percloroetileno utilizando a proveta graduada, tampá-lo hermeticamente e montá-lo no aparelho Polymat, com o polietilenoglicol aquecido a (30 ± 2)°C e deixá-lo no aparelho em movimento por 5 min. Após esse pré-aquecimento, colocar cada saco de tecido com seu conteúdo em um dos recipientes contendo percloroetileno préaquecido e iniciar o ensaio, deixando o aparelho girar em 40 rpm, durante 30 min, na mesma temperatura de (30 ± 2)°C; 8.3. Remover cada saco de algodão do seu recipiente de aço, abrir o saco, retirar o corpo-deprova, espremê-lo suavemente e colocá-lo entre folhas de papel ou tecido absorvente para remover o excesso de solvente; 8.4. Antes da secagem separa-se os corpos-deprova preparados conforme 7.2 dos tecidos-testemunha para que sequem em separado. Secar todos os corpos-de-prova (itens 7.1 e 7.2), inicialmente ao ar por 3 h, na capela código CAP-01, e depois na estufa a (60 ± 5)°C por 1h; durante esta operação, é conveniente deixar a porta da estufa entreaberta para não se formar uma mistura explosiva em seu interior, com vapores do percloroetileno; 8.5. Avaliar a alteração da cor dos corpos-deprova após condicioná-los ao ar por cerca de 1 h, de acordo com o Procedimento de Ensaio DQLPTex-PE 10.0.15 - 2002 Escala cinza para a avaliação da alteração da cor nos ensaios de solidez da cor de têxteis; 8.6. Avaliar a transferência da cor dos corposde-prova preparados conforme 7.1 para o solvente usado no ensaio. Esse solvente é filtrado em papel filtro comum, introduzido num tubo de ensaio (item 5.9.) para ser comparado com outro tudo de ensaio contendo o solvente puro. Os dois tubos de ensaio são colocados diante de uma cartolina branca posicionada no suporte de corpos-de-prova e utilizando luz do dia da cabine código CAC-01, e são avaliados com o auxílio da escala cinza de transferência da cor de acordo com o Procedimento de Ensaio DQLPTex-PE 10.0.16 - 2002 Escala cinza para a avaliação da transferência da cor nos ensaios de solidez da cor de têxteis 8.7. Avaliar a transferência da cor dos corposde-prova preparados conforme 7.2 para o(s) tecido(s)-testemunha, de acordo com o Procedimento de Ensaio DQ-LPTex-PE 10.0.16 - 2002 Escala cinza para a avaliação da transferência da cor nos ensaios de solidez da cor de têxteis. Se utilizados tecidos-testemunha de única fibra, os dois tecidos devem ser avaliados; se for usado tecido-testemunha muti-fibras, a faixa da fibra que mais se tingir deve ser avaliada. 8.8. Apresentar no Relatório de Ensaio: · O solvente utilizado, quando este for diferente do percloroetileno; · As avaliações numéricas de alteração da cor nos corpos-de-prova e da transferência da cor ao solvente utilizado e ao(s) tecido(s)-testemunha; · Qualquer desvio deste procedimento, quando ocorrer. 9. NORMAS TECNICAMENTE EQUIVALENTES AATCC 132 - 1998 Colorfastness to drycleaning. ABNT NBR 9 398 - 1986 Materiais Têxteis - Determinação da solidez da cor a limpeza à seco. BS EN ISO 105-D01 - 1995 Textiles. Tests for colour fastness. Colour fastness to dry cleaning NF EN ISO 105-D01 - 1995 Textiles. Essais de solidité des teintures. Partie D01: solidité des teintures au nettoyage a sec. DIN EN ISO 105-D01 - 1995 Textilien - Farbechtheitsprüfungen - Teil D01: Bestimmung der Trockenreinigungsechtheit (ISO 105-D01:1993); Deutsche Fassung EN ISO 105-D01:1995. Eraldo Maluf - Laboratório de Produtos Têxteis - IPT tel. (11) 3767.4664 / e-mail: [email protected] - www.ipt.br Clariant na 17ª São Paulo Fashion Week A Clariant entrou definitivamente para o calendário da moda brasileira, através do São Paulo Fashion Week. Pela segunda vez consecutiva, a empresa apoiou o desfile do estilista Caio Gobbi, desta vez lançando o inovador acabamento Dryclean. Ideal para ser utilizado em roupas esportivas, o Dryclean mantém o corpo seco já que absorve rapidamente o suor, transportando-o para a superfície do tecido, acelerando a evaporação e mantendo a pele mais seca durante e após o exercício. O conceito Dryclean inclui um acabamento Sanitized® que age como um desodorante integrado, proporcionando uma sensação de conforto e frescor por mais tempo. Além disso, os tecidos com o acabamento Dryclean são macios e gelados - sensação perceptível ao toque. Rhodia utiliza realidade virtual no projeto de expansão de fenol A Rhodia inaugurou em junho a expansão de capacidade de produção de fenol e acetona e está produzindo agora 165 mil toneladas/ano de fenol e 101 mil toneladas de acetona, atendendo ao mercado brasileiro. Para tornar viável tecnicamente a implantação desse projeto na sua unidade de Paulínia (SP), a companhia utilizou várias ferramentas tecnológicas, com destaque para a chamada “realidade virtual”. Graças à avançada tecnologia do Walkinside, os usuários podem acompanhar os projetos através da visão de um ser humano virtual e verificar desobstruções (clash-detection), alcançar válvulas e detectar designs de fábricas superlotadas, ao 76 contrário de outros aplicativos de visualização que permitem ao usuário apenas sobrevoar o modelo. Sintequímica obtém certificação ISO 14001 A unidade de Olinda-PE Matriz obteve a certificação de seu sistema ambiental segundo a norma ISO 14001, através de auditoria da DQS em julho de 2004. É com satisfação que a empresa confirma seu compromisso ambiental, podendo afirmar que seus produtos são adequados ambientalmente e que seus processos produzem o menor impacto possível sobre a natureza. Anexando a certificação ISO 14001 à já existente ISO 9001:2000, a Sintequímica está pronta para atender às normas ambientais e à qualidade necessárias. Eastman venderá parte do segmento Caspi A Apollo Management, L.P., uma empresa de investimento privado, e a Eastman Chemical Company anunciaram a assinatura de um acordo para a aquisição, por parte da Apollo, de alguns negócios e linhas de produtos da Eastman, mais especificamente o segmento de tintas, adesivos, polímeros especiais e tintas gráficas (CASPI). Esta aquisição, negociada por US$ 215 milhões, está sujeita à aprovação do regulatório e a outras condições ordinárias a fechamentos como este. Com sede em Kingsport, Tennessee, E.U.A., a Eastman fabrica e comercializa produtos químicos, fibras e plásticos em todo o mundo. A companhia emprega aproximadamente 15.000 pessoas em mais de 30 países e teve, em 2003, vendas no valor de US$5.8 bilhões. www.eastman.com.br. Cartela de cores de fios e tecidos A Game Textile é uma conceituada empresa que fornece insumos e acessórios para teste de controle de qualidade para a indústria têxtil, química, couro, calçados, borracha e automotiva. A empresa está também direcionando seu trabalho para a prestação de serviços às áreas de vendas, marketing e desenvolvimento de produtos para as indústrias têxteis, revendedores de fios e tecidos. Nossos serviços consistem em desenvolvimento, criação, enrolamento e montagem de cartelas de cores, desde a sua idéia inicial na criação de layout até a montagem final de seu produto. [email protected] Curso de Combustão Industrial Tem como objetivo transferir a técnicos do setor industrial conceitos fundamentais em combustão, gaseificação e formação de poluentes, bem como parte da experiência adquirida pelos pesquisadores do Agrupamento de Engenharia Térmica do IPT na resolução de problemas reais. Destina-se a profissionais de formação superior que estejam envolvidos em atividades de projeto, desenvolvimento, operação, gerenciamento ou análise de equipamentos de combustão e gaseificação. Programa do curso · Estequiometria das reações de combustão · Expansão de jatos e combustão de gases · Combustão de líquidos · Combustão de sólidos · Formação de poluentes em processos industriais de combustão · Medição de variáveis de interesse em combustão industrial · Trocas de calor entre chamas e superfícies · Modelagem numérica aplicada à combustão · Visita ao Laboratório de Combustão Industrial do IPT Data e horário: 06 a 10/12 de 2004 das 8h30 às 18h00 Local: IPT - Cidade Universitária - São Paulo Carga horária: 40 horas 78 Inscrição: a taxa de inscrição é de R$ 1.500,00, incluindo material didático, almoço no restaurante do IPT, serviço de coffee-break, transporte em ônibus especial entre o IPT e os principais hotéis de SP e churrasco de confraternização. Vagas: 45 vagas Informações: Andréa (11)3767.4226 [email protected] Gases especiais da White Martins conquista ISO 9001/2000 A área de Gases Especiais da White Martins alcança a certificação a ISO 9001/2000, um dos certificados de qualidade mais reconhecidos internacionalmente, por seu laboratório móvel de análise de gases, o White Lab. Criado em setembro de 2001 e fruto da experiência de 30 anos da empresa nesse segmento, o White Lab atende hoje mais de 50 clientes como a Embrapa, Aterro Sanitário Bandeirantes da Prefeitura de São Paulo, Petrobras, Aventis Pharma, Bayer, Boheringer etc. Com uma equipe técnica altamente equipada e qualificada, o White Lab realiza, entre outros, análises cromatográficas em correntes gasosas (gás natural, derivados de petróleo e efluentes industriais), análises de compostos orgânicos em amostras ambientais (como BTEX e NO), monitoramento de efluentes gasosos em chaminés (CO 2 e hidrocarbonetos, por exemplo), amostragem e análise de agentes químicos gasosos na área de segurança do trabalho e calibração de equipamentos de medição e ensaio (como monitores de O2 e de gás combustível, equipamentos com princípio de operação por condutividade térmica e ionização de chama). Brasil exporta mais de US$ 1,6 bilhão em têxteis De acordo com pesquisa realizada para a Exponor Brasil, depois da construção civil, o setor têxtil é o que mais emprega no país. Trinta mil empresas do setor são responsáveis por 1,5 milhão de empregos diretos. Atualmente, a industria têxtil brasileira se apóia na ex- portação e na tecnologia para seguir em frente. No ano passado, o Brasil obteve um faturamento recorde de U$ 23 bilhões, com exportações acima de US$ 1,6 bilhão, e um superávit comercial de US$ 595 milhões, o maior nos últimos 11 anos. Isso representa um aumento de 40% nas vendas externas do setor, em comparação a 2002. Os produtos líderes de exportação são os artigos para o lar, como toalhas, roupões, lençóis e tecidos para decoração. O Brasil é um grande produtor desses artigos (802.638 milhões de peças em 2003) e os confecciona com qualidade e sofisticação de forma bastante competitiva, enviando produtos para os Estados Unidos, Argentina e Comunidade Européia, com objetivo de buscar novos mercados como Rússia, África e Oriente Médio. Em 2002, já somavam 2.700 empresas que exportavam para 149 países e até junho de 2003, foram contabilizados 440 novos exportadores brasileiros que ingressaram no mercado mundial. Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) demonstram que o setor de cama, mesa e banho faturou no ano passado US$ 1,93 bilhão, o que representa cerca de 8,5% do total da receita da indústria têxtil. Para 2004, segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), o setor está prevendo um crescimento na ordem de 3 a 4%, incluindo exportações. Além do mercado externo, os principais consumidores desse segmento são o pequeno varejo tradicional, as grandes lojas de departamento, hiper/supermercados, lojas especializadas, shopping centers, hotéis, hospitais e restaurantes. De olho na crescente evolução do setor de cama, mesa e banho, a Exponor Brasil realizou de 18 a 21 de agosto a Textilhome 2004 – 6° Salão Internacional de Cama, Mesa, Banho e Têxteis para o Lar. A feira reuniu, em uma área de 4,5 mil metros quadrados, cerca de 60 fabricantes nacionais e internacionais do setor, que apresentaram as novas tendências em homewear, para cerca de 3.000 visitantes. 80 Em novembro acontece o segundo Seminário Techtextil South América em São Paulo A terceira Techtextil South América, em novembro de 2003, confirmou o crescente significado desta feira para os fabricantes e usuários de tecidos técnicos e nãotecidos no Brasil, em particular, e na América do Sul em geral. Baseado no conceito mundial da Techtextil e os efeitos sinergéticos resultantes, a terceira edição da feira distinguiu-se por meio de significativos índices de crescimento em ambos os lados, tanto do expositor como dos visitantes. Para os expositores, porém, este aspecto puramente qualitativo foi menos importante que o aumento na qualidade e internacionalidade dos visitantes, em outras palavras, de seus (potenciais) clientes. Com o intuito de proporcionar a todas as empresas e profissionais interessados a oportunidade de se comunicarem e descobrirem os mais recentes desenvolvimentos no ano em que a Techtextil South America acontece, a Messe Frankfurt Feiras organizará o segundo Seminário Techtextil South América, no ITM Expo Feiras e Convenções, em São Paulo, no dia 29 novembro de 2004. "Por meio da organização deste seminário, estamos satisfazendo os desejos de muitos participantes de um evento pequeno sob a égide da Techtextil South America nos anos em que nenhuma feira vai acontecer. Embora esperamos que o evento deste ano também seja visitado por centenas de visitantes, a ênfase para nós não está tanto no número de participantes, mas sim, na qualidade destes. Ao mesmo tempo, este é o evento de abertura da quarta Techtextil South America que acontecerá em São Paulo no ano que vem, entre 22 e 24 de novembro de 2005", explica Michael Jänecke, gerente internacional da marca Techtextil, Messe Frankfurt GmbH. A participação neste seminário é gratuita e as inscrições já podem ser feitas: tel: (11) 4688-6000 c/Ana Maria Prado; e-mail: [email protected]. O programa completo também pode ser obtido através dos sites: www.techtextil.com; www.techtextil.com.br. Máquinas de lavanderia serão adaptadas para diminuir exposição ao percloroetileno Anvisa publicou regras para utilização do percloroetileno, produto utilizado como agente de limpeza em lavanderias, com o objetivo de proteger o meio ambiente e a saúde da população e dos trabalhadores. De acordo com o International Agency for Research on Cancer (IARC), órgão com sede na Europa e reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o produto provavelmente pode causar câncer. A contaminação pode ocorrer quando a pessoa respira ou ingere água ou alimento atingido pela substância que escapa das máquinas de lavagem de roupa a seco na forma de gás. Os sintomas são enjôos, fadiga, dores de cabeça e até mesmo a perda da consciência. O percloroetileno também é utilizado em tinturarias, indústrias têxteis, fabricantes de CFC (clorofluorcarbono), de limpeza, desengraxantes de metais e fábricas de borracha laminadas. De acordo com a Resolução - RDC nº 161, de 23 de junho de 2004, a partir de dezembro desse ano fica proibida a instalação de novas máquinas que não tenham sistema de absorção de gases capaz de esgotar o resíduo de percloroetileno do tambor de lavagem. As máquinas antigas de lavagem a seco deverão ser adaptadas, acrescentando bandeja de recolhimento do produto, capaz de coletar todo o volume de solvente armazenado nos tanques. Além disso, todas as máquinas deverão ser hermeticamente fechadas durante a operação, evitando a passagem do vapor. Todos os produtos utilizados em lavanderias devem ser registrados ou notificados junto a Anvisa. As lavanderias instaladas em ambientes públicos que utilizam ar condicionado, como shoppings centers e supermercados, devem possuir instalações com filtros de carvão ativo até 1º de junho de 2005. O filtro objetiva garantir que as concentrações de percloroetileno tenham valores internos próximos dos externos. Esses locais deverão ser avaliados a cada três meses a partir de me- dições efetuadas por laboratório credenciado pela Anvisa ou pelo Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Para as lavanderias localizadas em vias públicas, a medição do nível de exposição se dará a cada seis meses, obedecendo aos limites estabelecidos na Portaria MTb nº 3.214/78. Os resultados deverão ser apresentados aos trabalhadores, que também deverão ser treinados sobre os riscos ambientais e ocupacionais do percloroetileno a partir de 1º de dezembro de 2004. O rótulo do produto deve conter a advertência: “O produto apresenta evidências de carcinogênese em animais” no painel principal, com pelo menos 3 mm de altura, além da recomendação do uso de equipamentos de proteção individual e coletivo (EPIs e EPCs). Os materiais utilizados que tiverem resíduos de percloroetileno devem ser identificados e descartados como “perigosos”. As lavanderias deverão ter registros semestrais de compra, consumo e do descarte do produto, com quantitativo e destino dos mesmos, devendo permanecer disponíveis para fiscalização por um período de 20 anos. A Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos referente aos itens de manutenção e limpeza das máquinas deverá estar em local de fácil acesso. Nos Estados Unidos, França e Itália, foi possível reduzir em até 70% o uso do percloroetileno nas máquinas de lavagem a seco, com a troca por equipamentos mais modernos e o uso de outros solventes similares, como o wetcleaning. As empresas que não obedecerem às novas regras poderão ser autuadas pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais com a Lei nº 6.437/77, que prevê desde notificação até multas que podem variar de acordo do tamanho do estabelecimento e da gravidade da infração. Mais informações: [email protected]. 81