UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Conhecendo a tuberculose e as medidas de controle da doença
na gestão em saúde.
Por: Rianne Bomfim
Orientador
Prof. Ana Paula Ribeiro
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Conhecendo a tuberculose e as medidas de controle da doença
na gestão em saúde.
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Administração em saúde
Por: Rianne Bomfim
AGRADECIMENTOS
A minha família e amigos.
DEDICATÓRIA
Aos meus colegas de trabalho.
Resumo
Ao longo dos anos podemos observa o empenho e os investimentos dos
governos no controle da Tuberculose. Investimento este que tem importância
capital para melhoria das atividades de prevenção, vigilância, diagnóstico e
tratamento dos casos de Tuberculose e para gestão nas organizações de
saúde do SUS.
Os Programas Nacionais de Controle da Tuberculose sempre objetivou
contribuir significativamente para ampliar a perspectiva de controle da
tuberculose no país e para melhora da saúde de nossa população.
A doença a décadas vem infectando e matando grande parcela da
população, principalmente aquelas que se encontram em condições de
extrema vulnerabilidade social.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi estruturado através da pesquisa bibliográfica de
temas relacionados a saúde e políticas públicas apresentando em seu decorrer
um desfecho dos programas de controle da tuberculose no Brasil. Onde
podemos observar o avanço das tecnologias e políticas investidas no combate
a Tuberculose.
Sumário
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I – Conhecendo a Tuberculose ao longo da Historia
13
CAPÍTULO II – Diagnóstico, Tratamento, Prevenção e Doenças
Semelhantes a Tuberculose
23
CAPÍTULO III – Compromisso Público no controle da doença
29
CONCLUSÃO
34
BIBLIOGRAFIA
35
Introdução
O que é tuberculose?
A Tuberculose é Uma doença infecto-contagiosa causada por uma
bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas, também pode ocorrer em
outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que
envolvem o cérebro) bem como nos casos de tuberculose ganglionar e pleural.
Ela é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras
espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. São elas:
Mycobacterium bovis, africanum e microti.
Os sintomas são aparentemente simples e muitas vezes ignorados
durante algum tempo, alguns pacientes por vezes não exibem indícios da
doença. Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais
freqüentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com
presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na
maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo;
febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez;
emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; e prostração. Os casos graves
apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de
sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que
reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode
ocorrer dor torácica. O diagnóstico se baseia em radiologia, teste de pele para
tuberculose, testes de sangue, exame microscópico e cultura de fluidos
corporais.
Em torno de 25% dos casos ativos, a tuberculose espalha dos pulmões
para outras partes do corpo, causando outros tipos de sintomas. Isso ocorre
mais comumente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido e
crianças pequenas. As infecções em outras partes do corpo incluem a pleura
na tuberculose pleural, sistema nervoso central na meningite, glânglios
linfáticos na tuberculose ganglionar, sistema gênito-urinário na tuberculose
urogenital, e ossos e articulações no mal de Pott ou tuberculose vertebral. Uma
forma especialmente grave é a tuberculose disseminada. A tuberculose extrapulmonar pode coexistir com a tuberculose pulmonar.
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de
pessoas é o principal fator de transmissão. O doente expele, ao falar, espirrar
ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem
ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Um único espirro pode
liberar até 40 mil gotículas. Cada uma dessas gotículas pode transmitir a
tuberculose, uma vez que a dose infecciosa da doença é muito baixa e inalar
menos que dez bactérias já poderia causar uma infecção. Pessoas com
contato prolongado intenso ou freqüente com alguém com pneumonia
pulmonar ativa têm alto risco de ficarem infectadas Má alimentação, falta de
higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa
resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença. Um
indivíduo com tuberculose ativa mas não tratada pode infectar de 10 a 15
pessoas por ano. A transmissão da tuberculose somente ocorre por pessoas
com a doença ativa, não latente. Desta forma, a cadeia de transmissão pode
ser quebrada isolando pacientes com a tuberculose ativa e começando
tratamento contra a doença. Depois de duas semanas de tratamento, pessoas
com tuberculose ativa não-resistente geralmente param de ser contagiosas. A
tuberculose também pode ser transmitida ao comer carne infectada.
A infecção por tuberculose começa quando a micobactéria alcança os
alvéolos pulmonares, onde invadem e replicam. As bactérias são captadas por
células dendríticas, que não permitem a replicação, embora possam transportar
a bacilos a gânglios linfáticos.O alastramento avançado é pela corrente
sanguínea para outros órgãos e tecidos onde lesões secundárias podem
ocorrer em outras partes do pulmão, gânglios linfáticos (tuberculose
ganglionar), rins, cérebro, e ossos. Embora todas as partes do corpo podem
ser afetadas pela doença,
ela raramente afeta o coração, músculos
esqueléticos, pâncreas e tireóide.
O tratamento à base de antibióticos é 100% eficaz, no entanto, não pode
haver abandono.
A maioria das infecções em humanos é assintomática e
latente. Porém, em torno de 10% das infecções latentes eventualmente
progridem para doença ativa, a qual se não tratada é fatal em 50% das vítimas.
A cura leva seis meses, mas muitas vezes o paciente não recebe o devido
esclarecimento e acaba desistindo antes do tempo. As pessoas que tiveram
contato com o paciente também devem ser avaliadas e receber tratamento se
necessário. Resistência a antibiótico é um problema em tuberculose multiresistente a medicamentos. Para evitar o abandono do tratamento é importante
que o paciente seja acompanhado por equipes com médicos, enfermeiros,
assistentes sociais e visitadores devidamente preparados.
Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças com a vacina
BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou
sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar
aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de
pessoas contaminadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde ( OMS) dois bilhões
de pessoas no mundo estão infectadas pelo Micobactérium tuberculosis. A
doença é uma ameaça
permanente em praticamente todas as partes do
mundo, os desafios como a pandemia de HIV / AIDs, a desestruturação dos
programas de controle, a problemática do abandono do tratamento e a
conseqüente ameaça da multidroga resistência impedem o alcance das metas
de eliminação e controle da tuberculose.
O Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países
responsáveis por 80% do total de casos de
tuberculose
no
mundo.
Estima-se
uma
prevalência de 50 milhões de infectados com
cerca de 111.000 casos novos e 6.000 óbitos
ocorrendo anualmente.
Segundo dados do Sistema de Informação de
Agravos
de
Notificação
(Sinan/MS),
são
notificados anualmente 85 mil casos novos
(correspondendo
a
um
coeficiente
de
incidência de 47/ 100.000 habitantes) no
Brasil. São verificados cerca de 6 mil óbitos
por ano em decorrência da doença.
As metas internacionais estabelecidas pela
OMS e pactuadas pelo governo brasileiro são
de descobrir 70% dos casos de tuberculose
estimados e curá-los em 85%. A tuberculose
ainda é um sério problema da saúde pública,
com
profundas
raízes
sociais.
Está
intimamente ligada à pobreza e à má
distribuição de renda, além do estigma que
implica na não adesão dos portadores e/ou
familiares/contactantes.
O
surgimento
da
epidemia de AIDS e o aparecimento de focos
de tuberculose multirresistente agravam ainda
mais o problema da doença no mundo.
(WWW.saúde.gov.br)
Uma das principais preocupações , hoje, para aumentar a efetividade
dos programas nacionais de controle da tuberculose é o aumento da aderência
ao tratamento com a redução das taxas de abandono. A busca de casos e o
tratamento da tuberculose apesar de reduzir imediatamente o número de
indivíduos infectados pelo bacilo, é definitivamente o que levará a redução
problema a longo prazo.No Brasil há poucos estudos acerca do conhecimento
das causas do abandono do tratamento da tuberculose e das características
desses pacientes.
O Ministério da Saúde MS (1999), define a tuberculose como prioridade
entre as políticas governamentais de saúde, estabelecendo diretrizes para as
ações e fixando metas para o alcance desses objetivos.
A pesquisa realizada apresenta a tuberculose perpassando pelo
histórico de contaminação e medidas públicas para tratamento da doença em
seu primeiro capítulo. Já no segundo será evidenciado as formas de
diagnosticar a doença, o tratamento , a prevenção e algumas doenças que se
assemelham
a
tuberculose.
Finalizando
com
um
breve
compromisso público no tratamento da doença nos dias atuais.
exposto
do
Capítulo I
Conhecendo a tuberculose ao longo da história.
Em 20 de junho de 1946, o Governo Federal, pelo Decreto - lei nº
9.387, instituiu a Campanha Nacional Contra a Tuberculose, procurando
com ela facilitar uma grande mobilização e arregimentação de esforços,
bem como dar a maior elasticidade possível a sua execução. Ficou a
cargo da Serviço Nacional de Tuberculose a orientação e o controle da
Campanha, cabendo sua execução aos órgãos oficiais , para - estatais
ou privados – que dela participassem.
A Campanha Nacional Contra a Tuberculose se propôs
a
combater a Tuberculose em todo território Nacional. Foi organizada para
desenvolver um programa pré-estabelecido, depois de muitas pesquisas
e estudos, os quais foram publicados e difundidos em todo país.
Em 1941 foi criado o
Serviço Nacional de Tuberculose pelo
decreto – lei nº3171e em 1946 foi consolidada a estrutura atribuída ao
Serviço Nacional de Tuberculose e à campanha.
Ele era o órgão orientador, fiscalizador, supervisor e responsável
péla campanha e, por intermédio desta, se propôs a lutar contra a
tuberculose.
O Serviço Nacional de Tuberculose procurou, desde logo, fazer
um levantamento cuidadoso da situação da doença no Brasil para então
poder planificar a luta.
Dessa forma ficou demonstrado que o combate a tuberculose
deveria se desenvolver primeiramente onde se reuniam densos
aglomerados humanos, em todos os grandes centros do país , dotando
esses centros de órgãos assistenciais, profissionais e sociais, que se
fizessem necessários, na época, sanatórios e dispensários, sendo os
mesmos construídos pelo Governo Federal e ficando a sua manutenção
a cargo de órgãos regionais, oficiais e privados.
Após a instituição da campanha, ficou determinado qual seria o
programa a ser desenvolvido e executado. Desde então foi dado inicio
aos entendimentos com os Estados e o Distrito Federal para a instalação
da Campanha Nacional Contra Tuberculose nas diferentes regiões do
País.
O Serviço Nacional de Tuberculose, por intermédio da Seção de
Epidemiologia e do Serviço de Planejamento e Engenharia, executou
para a Campanha Nacional Contra Tuberculose, o zoneamento do
território nacional. O País ficou dividido em 25 zonas; essa divisão foi
baseada
em
dados
geográficos
(divisão
territorial,
meios
de
comunicações e climas), dados financeiros, demográficos (populações
totais, urbanas e rurais, população ativa, mortalidade) e de organização
hospitalar, dispensarial e de assistência médico - sanitária (entidades
mantenedoras, dispensariais e leitos existentes, “déficits de leitos’).
Mesmo realizada a tanto tempo atrás podemos verificar o quanto
a campanha se esforçou para realizar o planejamento de uma
Campanha Sanitária como a que se propôs desenvolver.
Para realizar o que estava programado foi necessário convencer a
população de que a Campanha Nacional Contra a Tuberculose não era
nem Federal, nem estadual ou municipal e sim nacional, desfazendo
portanto, o regionalismo existente. Somente dessa maneira todos
aceitaram e trabalharam sem preconceito por uma causa única que era
e continua sendo o combate a tuberculose em todo território nacional.
Mas essa adesão num primeiro momento não foi tão simples, somente
depois de conhecer bem os objetivos da campanha, aqueles que se
propuseram a trabalhar por ela aceitaram com mais facilidade a sua
orientação e procuraram colaborar para o bem da coletividade.
Naquela época a campanha tinha por finalidade:
- Desenvolver intensamente a vacinação pelo b.c.g;
- Construir mais leitos em hospitais e terminar os já começados, para
atender a crescente demanda;
- Colaborar com os governos estaduais , proporcionando a construção
de obras, fornecendo equipamentos, auxílios técnicos e de pessoal;
- Elevar os padrões assistenciais e dispensariais;
- Formar pessoal técnico especializado;
- promover pesquisas e solicitar a participação dos órgão de previdência
social – pesquisas essas feitas nos setores: sanitário, social e de
engenharia;
- Dar incremento e iniciativas para a industrialização de antibióticos.
Em 1948 a campanha entrou em faze executiva, todos os Estados
foram visitados e entendimentos diretos com os respectivos governos
foram mantidos, do que resultou na assinatura de convênios entre o
Serviço Nacional de Tuberculose, os governos dos Estados e diversas
instituições como o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos
Industriários (I.A.P.I) , Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Comerciários (I.A.P.C), Instituto de Aposentadorias e Pensões dos
Marítimos) (I.A.P.M), Legião Brasileira de Assistência (L.B.A) e mais
entidades do mais alto alcance científico. Além de patrocinar bolsas de
estudos , a campanha Nacional contra Tuberculose auxiliou material e
tecnicamente todas as obras conveniadas com a
ela orientando
fiscalizando e criando meios para combater a tuberculose.
Desde a antiguidade os seres humanos padecem de tuberculose.
Com o desenvolvimento do antibiótico estreptomicina nos anos 40, da
isoniazida nos anos 50, do etambutol nos anos 60 e da rifampicina nos anos
70, a batalha contra a tuberculose parecia ganha. Contudo, em meados da
década de 80, o número de casos em alguns países começou novamente a
aumentar. A SIDA, juntamente com o excesso populacional e as más
condições sanitárias de muitas zonas urbanas, os albergues para pessoas sem
casa e as prisões, fizeram com que voltasse a ser um problema grave de
saúde pública. Saúde pública esta que de acordo com Ana Luiza D’Ávila:
Há mais de duas décadas, o Brasil vive um
extraordinária experiência de reformas e redesenho
do seu sistema de saúde. Um intenso processo de
sucessivas mudanças política de saúde, iniciado
ainda na década de 70 e acelerado na década
seguinte, mais especificamente a partir de 1983
culminou na emergência do Sistema Único de Saúde
(SUS) como peça integrante da própria constituição
Federal de 1988. (D’Ávila, Ana Luiza, p.37).
Além disso, é particularmente preocupante que algumas variedades de
bactérias responsáveis se tenham tornado resistentes aos antibióticos
utilizados para tratar a doença. De qualquer modo, em alguns dos países
referidos a incidência da tuberculose está de novo a começar a diminuir.
Chamada antigamente de ”peste branca” a tuberculose é conhecida
também como “tísica pulmonar” ou “doença do peito” é uma das doenças
infecciosas documentadas desde
mais longa data e que continua afligir a
humanidade nos dias atuais.
Ela converteu-se num imenso flagelo na Europa durante a Revolução
Industrial, quando as cidades se povoaram de forma exagerada e representou
então mais de 30 % dos óbitos.
Durante milhares de anos, a tuberculose cobrou um preço muito elevado
na Europa, que era povoada principalmente por brancos, os mais resistentes à
doença conseguiram sobreviver e reproduzir-se.
Estima-se que
a bactéria causadora tenha evoluído há 15.000 ou
20.000 anos a partir de outras bactérias do gênero Mycrobactérium.
È com base em informações como estas que Eduardo Levcovitz diz que:
Na década de 90 o SUS conformou o novo
modelo de público de prestação de serviços e ações
de saúde em nível nacional , incorporando novos
instrumentos
gerenciais
técnicos
e
de
democratização da gestão, que em sua concepção
original visava a integraros subsistemas de saúde
pública e de assistência previdenciária nos ramos
da medicina curativa e preventiva, bem como os
serviços públicos e privados em regime de contrato
ou convênio em um sistema único e nacional de
acesso
universal
e
igualitário.
(LEVICOVITZ,
Eduardo, p. 77)
É uma doença considerada socialmente determinada, pois sua
ocorrência está diretamente associada as formas como se organizam os
processos de produção e de reprodução social assim como à implementação
de políticas de controle da doença. Tais processos estão diretamente
relacionados ao modo de viver e trabalhar do indivíduo.
A doença é em parte devida a condições de maior pobreza e de
salubridade deficiente e, em parte, à forma como evoluiu a tuberculose. A
doença é mais frequente entre as pessoas de idade avançada.
De acordo com o Manual de Controle da Tuberculose do Ministério da
Saúde:
A
tuberculose
é
uma
infecção
contagiosa, potencialmente mortal, causada
por uma bactéria que se encontra no ar
chamada
Mycobacterium tuberculosis, mas
que, por vezes, também pode ser devida à
ação do M. bovis ou do M. africanum. Apesar
de outras micobactérias provocarem afecções
semelhantes à tuberculose, essas infecções
não são contagiosas e a maioria delas não
responde
aos
medicamentos
que,
em
contrapartida, se revelam muito eficazes
contra a tuberculose.(www.saude.gov.br).
Pesquisadores acreditam que existem três razões básicas para que se
verifiquem mais casos entre os indivíduos de mais idade:
Muitos foram infectados quando a tuberculose
era mais freqüente.
Com a passagem dos anos, a eficiência do
sistema imunitário do organismo reduz-se, o
que possibilita que as bactérias inativas sejam
reativadas.
Os idosos que se encontram em centros de
cuidados crónicos têm maior probabilidade de
estar mais em contato com adultos da mesma
idade, correndo o risco de contrair a doença.
(www.saude.gov.br)
Como se desenvolve a infecção
Atualmente nos países desenvolvidos, a tuberculose só se transmite
inalando ar contaminado com Mycobacterium tuberculosis num ambiente
fechado.Para que o ar se contamine, uma pessoa com tuberculose ativa terá
de expelir as bactérias com a tosse e estas poderão permanecer no ar durante
várias horas. No entanto ao nascer uma criança pode adquirir a tuberculose
durante o parto por respirar ou engolir liquido amniótico infectado, ou mesmo
depois de nascer ao respirar ar que contenha gotículas infectadas, assim como
acontece com os adultos.
Outra via de contaminação bastante recorrente nos países em vias de
desenvolvimento é o consumo de leite não pasteurizado que contenha um
organismo chamado Mycobacterium bovis, outra micobactéria responsável pela
tuberculose.
Especialistas garantem que cerca de 90% a 95% das infecções
causadas por tuberculose saram sem que a pessoa perceba que esteve
infectada. O sistema imunitário destes habitualmente destrói as bactérias e as
encerram no próprio local de infecção. Sendo que por vezes as bactérias não
são destruídas, mas sim permanecem inativas dentro determinados glóbulos
brancos durante anos e reativadas depois de algum tempo sendo responsável
pela maioria das infecções tuberculosas.
Normalmente essas bactérias inativas são ativadas quando o sistema
imunitário do infectado não funciona bem como nos casos de pessoas de idade
avançada ou infectadas por SIDA, essas bactérias se multiplicam colocando a
vida desses indivíduos em grande risco. O progresso da infecção depende
necessariamente do sistema imunológico do indivíduo infectado o que ocorre
bem mais rápido nos indivíduos doentes com SIDA. O índice de eclosão da
doença depende de diversos fatores bem como a origem étnica.
Um doente com SIDA que aparece infectado
com tuberculose tem 50 % de probabilidades de
desenvolver uma doença ativa antes de dois meses.
Se as bactérias que causam a infecção tuberculosa
se tornam resistentes aos antibióticos, uma pessoa
com SIDA e tuberculose tem 50 % de probabilidades
de
morrer
num
lapso
de
tempo
de
dois
meses.(www.artigos.netsaber.com/tuberculose)
Habitualmente a tuberculose se inicia nos pulmões sendo que, pode
afetar outras partes do organismo, disseminada através do sangue chamada
de tuberculose extrapulmonar. A bactéria pode também permanecer numa
pequena cicatriz e não causar a doença.
Sintomas e complicações
Uma pessoa infectada pela bactéria responsável pela tuberculose pode
simplesmente não se sentir bem ou ter uma tosse que geralmente é atribuída
ao tabaco ou a uma gripe recente. A tosse pode produzir uma pequena
quantidade de expectoração verde ou amarela pela manhã. A quantidade de
expectoração aumenta habitualmente à medida que a doença progride. Essa
expectoração pode ser acompanhada de sangue em pequenas quantidades
.Outro sintoma é a dificuldade em respirar que pode indicar a presença de ar
(pneumotórax) ou líquido (derrame pleural) no espaço da pleura. Quase
metade das infecções que se declaram aparecem sob a forma de derrame
pleural . ” Aproximadamente 95 % dos derrames pleurais que afetam os adultos
jovens
são
causados
por uma
infecção
recente
por
Mycobacterium
tuberculosis”.
Normalmente os médicos costumam tratar a referida situação como
tuberculose pois é difícil estabelecer um diagnóstico preciso e caso não seja
tratada como tal, metade dessas infecções acabam sendo convertidas em
tuberculose pulmonar ou de outros órgãos.
Quando ocorre uma infecção tuberculosa e as defesas do organismo
não conseguem controlar, as bactérias presentes nos pulmões se transferem
para os gânglios linfáticos prosseguindo seu avanço que no caso de crianças,
podem aumentar de volume comprimindo os brônquios causando osse e até
mesmo um colapso pulmonar. Em certas ocasiões esse gupo de bactérias
podem formar uma massa no pescoço que podem se romper e expelir pus
através dessa abertura.
Tuberculose extrapulmonar
A tuberculose pode afetar outros órgãos do corpo além dos pulmões,
numa doença denominada tuberculose extrapulmonar. Os rins e os ossos são
provavelmente os locais onde mais frequentemente se desenvolve a
tuberculose extrapulmonar.
Quando as bactérias chegam ao pulmão, o
organismo põe em ação um sistema defensivo
determinado a sustar a infecção. Determinados tipos
de
glóbulos
encarregados
brancos,
de
os
neutrófilos,
capturar
essas
são
os
bactérias,
reintegrando-se à corrente sanguínea depois de
terem conseguido executar sua tarefa. Embora o
pulmão seja o órgão mais afetado, alguns glóbulos
brancos
com
seu
conteúdo
de
bactérias
da
tuberculose podem passar da corrente sanguínea
aos ossos, rins,fígado, meninges etc. (Santana,
Alessandro M. Reis, p.119)
A tuberculose dos rins é capaz de destruir parte do órgão produzindo
poucos sintomas podendo se propagar para bexiga. E no caso dos homens
podem se propagar também para próstata formando uma tumefacção no
escroto. Já nas mulheres a tuberculose pode provocar a esterilidade quando
localizada nos ovários e trompas de falópio. A partir daí a doença pode se
propagar ao peritoneu causando a peritonite tuberculosa cujo sintomas são
parecidos com apendicite como dor no estômago, fadiga etc.
A infecção pode também afetar as articulações do corpo principalmente
as que suportam mais peso, causando a artrite tuberculosa. Infectam também a
pele e o intestinos.
Já foram registrados casos em que a infecção
se localizou na parede da aorta (a principal artéria do
corpo),
causando
a
sua
ruptura.
Quando
a
tuberculose se propaga ao pericárdio (o saco
membranoso que rodeia o coração), este dilata-se
em virtude da presença de líquido, uma doença
conhecida como pericardite tuberculosa. Este líquido
pode afetar o bombear de sangue por parte do
coração.Os sintomas são febre, dilatação das veias
do pescoço e dificuldade em respirar. Registram-se
também a meningite tuberculose, uma infecção
tuberculosa extremamente perigosa localizada na
base do cérebro. Em alguns países desenvolvidos
esse tipo de infecção é mais freqüente entre as
pessoas de idade avançada, já nos países em
desenvolvimento é mais freqüente entre as crianças
desde o nascimento até os cinco anos de idade.
(www.artigos.netsaber.com/tuberculose)
Outro tipo da doença é a meningite tuberculosa quando a infecção se
localiza na membrana que reveste o cérebro cujo sintomas são dor de cabeça,
febre, sonolência , náuseas e rigidez na nuca que podem ocasionar um coma
e caso o diagnóstico e tratamento sejam demorados existe a possibilidade de
ocorrer danos cerebrais semelhantes aos causados por um acidente vascular
cerebral. A meningite tuberculosa pode formar no cérebro uma massa
semelhante a um tuberculoma que deve ser retirado cirurgicamente.
Existe outro tipo de infecção difícil de identificar que é a tuberculose
miliar, que ocorre quando a bactéria se espalha através da corrente sanguínea
produzindo milhões de pequenas lesões com sintomas muito difusos como
febre, perda de peso, arrepios, dificuldades de respirar e fraqueza.
Nas crianças as bactérias podem infectar a coluna e as extremidades
dos ossos dos braços e pernas. Esse tipo de infecção é diagnosticada através
da ressonância magnética ou da tomografia computadorizada e caso a doença
não seja tratada pode causar paralisia dos membros inferiores.
Embora na maioria dos casos a doença comece nos pulmões, a infecção
pode penetrar também pela via digestiva ao ingerir alimentos contaminados por
bactérias que se alojam na membrana mucosa do tubo digestivo que apesar de
ser um local bastante resistente se a quantidade de bactérias for grande pode
provocar um crescimento do tecido no local infectado semelhante a um tumor.
Capítulo II
Diagnóstico, tratamento, prevenção e doenças
semelhantes a tuberculose.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito pelo médico, o primeiro indício de
tuberculose é uma radiografia do tórax fora dos padrões com zonas brancas
irregulares que podem também revelar a presença de derrame pleural. Pode-se
suspeitar que um indivíduo contraiu tuberculose quando ele sente um aumento
progressivo da fadiga, perda de apetite e de peso em pouco tempo, febre baixa
e tosse seca. Na verdade esses sintomas são comuns a todas as doenças
infecciosas dos pulmões, mas no caso da tuberculose esses persistem durante
várias semanas.
De modo geral o diagnóstico depende necessariamente dos resultados
da prova cutânea da tuberculina, um liquido estéril obtido em 1890 por Robert
Koch que continha determinadas substâncias elaborada pelo bacilo de Koch
que embora não tivesse as propriedades de cura esperadas na época,
provocava uma reação positiva na pele dos indivíduos com as lesões, sendo
que a prova de tuberculina só indica que ouve uma infecção pela referida
bactéria mas não se ela encontra-se ativa ou em que local do organismo.
A tuberculose primária, ao provocar doenças
mínimas ou nulas, pode passar desapercebidas
embora depois de um período de incubação de
quatro
a
seis
semanas,
apresente-se
hipersensibilidade a tuberculina, o que indica, pelo
menos, a existência de lesões primárias.Em algumas
ocasiões, o exame radiológico clássico não fornece
dados
suficientes
para
se
estabelecer
um
diagnóstico
positivo
tumografia,
que
e,
então,
proporciona
recorre-se
uma
série
a
de
radiografias de diversos planos paralelos e permite
observar a presença de tubérculos ou cavernas.
Com o exame de escarro, o teste de PPD, a
semeadura do bacilo- álcool- ácido- resistente
(BAAR) também se pode identificar o bacilo de Koch,
sendo possível inclusive, sendo possível cultivá-lo e
estudar
sua
sensibilidade
e
os
remédios
antituberculosos. (OLIVEIRA, Marcos Paulo C de, p.
120)
Para certificar-se do diagnóstico, deve obter uma amostra de
expectoração, líquido infectado retirado do peito, do abdómen ou de uma
articulação
com uma agulha ou tecido infectado através de uma pequena
cirurgia para analisar em laboratório. Outro recurso é broncoscopia
procedimento utilizado para inspecionar os canais brônquicos e obter amostras
de muco ou tecido pulmonar.
No caso da suspeita de meningite tuberculosa os médicos costumam
administrar antibióticos mesmo antes do resultado da análise chamada “reação
em cadeia da polimerase” (PCR) realizado com amostra do líquido da medula
espinhal, objetivando reduzir o risco de dano cerebral e até mesmo de morte.
O diagnóstico da doença nos rins pode ser conseguido através de uma
amostra de urina ou com uma técnica radiológica onde se injeta um contraste
que revela massa ou cavidade anormal que a tuberculose possa ter causado,
em certos casos obtem-se uma amostra do tecido dessa massa que
examinada pode distinguir se trata de tuberculose ou tumor. No caso dos
órgãos reprodutores femininos o diagnóstico é feito através de amostras
colhidas na parte interna do útero analisadas ao microcópio, para recolher esse
material pode ser necessário recorrer a cirurgia.
Tratamento
Apesar do bacilo estar bastante difundido, as tuberculoses manifestadas
se encontram em menor escala e com certeza isso é contribuição do
conhecimento dos mecanismos de infecção, a vacinação, bem como a maior
higiene e a melhora do regime alimentar.Por outro lado o tratamento médico
atual permite acura completa. Na grande maioria das situações os antibióticos
curam os casos mais avançados de tuberculose. Podem ser utilizados cinco
tipos de antibióticos no tratamento da doença que devem ser administrados
juntos. São eles: Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida, Estrptomicina,
Etambutol.
Para reduzir o número d comprimidos os três primeiros fármacos podem
ser encontrados no mesmo comprimido. É necessário administrar pelo menos
dois fármacos com mecanismos de ação diferentes que, associados, possam
destruir virtualmente todas as bactérias.
A tuberculose é tratada basicamente com agentes
quimioterápicos (agentes atituberculosos) por seis
ou 12 meses. Um tratamento de duração prolongada
é necessário por assegurar a erradicação dos
microrganismos e para prevenir recorrência. Uma
conduta importante é o controle dos comunicantes.
São aquelas pessoas que tem contato intimo com o
doente(vivem na mesma casa, por exemplo). Estes
devem ser investigados pelo médico assistente
através de exames solicitados na consulta médica.
Se for indicado deve-se iniciar uma quimioprofilaxia,
um tratamento feito com o medicamento isoniazida
com
o
intuito
de
prevenir
a
doença
nos
comunicantes. Ela é realizada durante 6 meses. Em
alguns casos especiais pode durar mais tempo.
(OLIVEIRA, Marcos Paulo C de, p.121).
. O tratamento deve ser continuo inclusive muito depois de o doente se
sentir completamente bem, porque leva muito tempo até conseguir eliminar
aquelas bactérias de crescimento lento e reduzir a possibilidade de recaída.
Náuseas e vômitos podem ser causados pelo uso dos antibióticos isoniazida,
rifampicina e pirazinamida como resultado do seu efeito sobre o fígado. O que
deve descontinuar o tratamento para que seja analisada a função hepática.Já o
etambutol deve ser aplicado numa dose
rapidamente o número de bactérias.
elevada objetivando reduzir
Com o passar do tempo a dose é
reduzida, com o intuito de evitar prejuízo para os olhos. A estreptomicina deve
ser administrada por via injetável mas pesar de ser um medicamento muito
eficaz contra as infecções avançadas, se administrado em grandes
quantidades pode afetar o equilíbrio e a audição.
Como prevenir a doença.
A tuberculose pode ser prevenida de várias formas. Devemos evitar o
contato intimo com pessoas infectadas ou com suspeita de infecção. Nos locais
de grande aglomeração de pessoas pode-se utilizar a luz ultravioleta que
possui grande poder germicida capaz de destruira as bactérias que se
encontrem no ar.
No caso dos profissionais de saúde que tenham estado em contato com
um paciente infectado com a doença cuja prova de tuberculina tenha resultado
positivo é necessário que seja administrado o fármaco isoniazida que se
mostra bastante eficaz ao ser aplicado em pessoas com elevado risco de
desenvolver a tuberculose. A isoniazida também é administrada em indivíduos
que se infecte com o vírus da imunodeficiência humana adquirida ( HIV, vírus
causador da SIDA) e , o resultado da prova de tuberculina tenha dado positivo,
o fármaco é administrado para evitar o risco de desenvolver uma infecção
tuberculosa.
O tratamento preventivo nos indivíduos com menos de 25 anos se
mostra evidente, já em pessoas com mais de 25 anos o risco de toxicidade
pela a administração do fármaco pode ser maior do que o risco de desenvolver
a doença.
Os fármacos citados anteriormente reduzem rapidamente a capacidade
infectante das bactérias causadoras da tuberculose. Os doentes que estão em
tratamento precisam permanecer isolados de 10 a 14 dias a partir do inicio do
tratamento, a não ser aqueles que não tomam a medicação corretamente e
devem permanecer isolados por mais tempo.
Algumas doenças semelhantes a tuberculose
Atualmente podemos encontrar infecções com os mesmos sintomas da
tuberculose, existem vários tipos de bactéria semelhantes as que causam a
referida doença. Estas bactérias apesar de serem comuns, assim como a
responsável pela tuberculose infectam principalmente os indivíduos com
deficiência imunitária, primeiramente os pulmões e depois podem infectar
outras partes do corpo como pele ossos e outro tecidos.
Nesse caso podemos destacar um grupo de bactérias identificadas
como Mycobactérium Avium, grupo este, bastante resistentes a antibióticos
principalmente aqueles utilizados para tratar a tuberculose, mas apesar de
serem muito resistentes essas infecções não são contagiosas. As doenças
causadas pelo Mycobactérium avium apresentam até os mesmos sintomas da
tuberculose se desenvolve lentamente afetando indivíduos de meia idade cujos
pulmões já estejam debilitados por conta de tabagismo, bronquite etc. Bastante
comum inclusive em pacientes doentes com SIDA.
O diagnóstico preciso deve ser feito através da análise em laboratório da
amostra da expectoração colhida do paciente para que dessa forma a infecção
seja distinguida da tuberculose. Como já relatado anteriormente os antibióticos
não costumam ser eficazes no tratamento dessas infecções eles na verdade
aliviam os sintomas temporariamente mas a infecção pode ser mortal.
No caso de crianças a contaminação ocorre quando ingerida água ou
alimentos contaminados pelas micobactérias atacando os gânglios linfáticos
que devem ser retirados mediante cirurgia já que o tratamento com antibióticos
não resolve. Podemos destacar também outra variedade de bactéria o
Mycobacterium fortuitum
responsável pela infecção de feridas e partes
artificiais do corpo que podem ser curadas com antibióticos ou excisão
cirúrgica.
Capitulo III
Compromisso Público no Controle da Doença
Embora os programas de combate a tuberculose tenham começado na
década de 40, ainda hoje a tuberculose merece uma atenção especial dos
profissionais de saúde e da sociedade como um todo. A tuberculose ainda é
considerada um agravo de saúde pública de grande magnitude.
Apesar de existirem recursos para promover seu controle, não há
perspectiva para que isso ocorra num futuro próximo. Além disso disceminação
da infecção pelo HIV associada a tuberculose representa um imenso e difícil
desafio em escala mundial. É importante destacar que anualmente ainda
morrem 4500 pessoas por tuberculose, doença curável e evitável.
Em 1993, a Organização Mundial da Saúde declarou a tuberculose uma
emergência mundial e passou a recomendar a estratégia de tratamento
diretamente observada como resposta global para o controle da doença. Esta
estratégia pode ser entendida como um conjunto de boas práticas para o
controle da tuberculose fundamentada em cinco componentes.
1- Compromisso político com fortalecimento de
recursos humanos e garantia de recursos
financeiros, elaboração de planos de ação (com
definição
de
atividades,
metas,
prazos
e
responsabilidades) e mobilização social;
2- Diagnóstico de casos por meio de exames
bacteriológicos de qualidade;
3- Tratamento padronizado com a supervisão da
tomada da medicação e apoio ao paciente;
4- Fornecimento e gestão eficaz de medicamentos;
5- Sistema de monitoramento e avaliação ágil que
possibilite o monitoramento dos casos, desde a
notificação
até
o
encerramento
do
caso.(www.boasaude.uol.com.br)
A implementação do SUS iniciou-se nos primeiros anos da década de
90 após a promulgação da Lei Orgânica da Saúde, e de várias normas e
portarias emitidas pelo Ministério da Saúde – As Nomas Operacionais Básicas
(NOBs) – como instrumentos de regulamentação do sistema. De acordo com
Mário Roberto Dal Poz:
Sublinha-se que as normas definem a forma de
transferência de recursos interinstâncias de governo
e as modalidades de pagamentos dos serviços de
saúde
além
de
instruírem
o
processo
de
descentralização e e de construção de uma rede de
serviços
capaz de operar com uma racionalidade
sistêmica.
(ROBERTO, Mario Dal Poz ).
Nos dias atuais os doentes infectados com a tuberculose podem contar
com um sistema avançado de controle da tuberculose em nosso pais com
tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de saúde com medidas de
combate a tuberculose aprovadas na Plenária do Conselho Nacional de saúde
como:
Resoluções:
1. Estabelecer que as atividades finais do Programa
sejam executadas pelas unidades regulares de
saúde nas três esferas de gestão com ênfase na
Atenção
Primária.
2. Que o Ministério da Saúde implemente
medidas para o aperfeiçoamento do sistema de
informação
em
saúde.
3. Garantir a qualidade laboratorial, visando à
realização e ampliação da baciloscopia e do teste
de cultura do Bacilo de Koch (BK).
4. Implantar o teste rápido para a tuberculose em
todo
o
país.
5. Viabilizar a produção nacional dos
medicamentos em dose fixa combinada (“4 em
1”).
6. Intensificar as ações de controle da infecção e
aprofundar o controle da TB MDR no âmbito
nacional.
7. Ampliar as ações de controle da coinfecção
TB/HIV, visando à implantação das medidas de
redução dos casos de tuberculose entre as
pesssoas vivendo com HIV/AIDS e estruturar um
Comitê Tecnico Nacional em TB/HIV que discuta
as estratégias para o enfrentamento da
coinfecção
no
país.
8. Ampliar a realização do tratamento
diretamente observado (TDO) com qualidade.
9. Alinhar a área de capacitações do PNCT com
a política de educação pernamente do Ministério
da
Saúde.
10. Expandir a política de pesquisa sobre
tuberculose
no
Brasil.
11. Desenvolver ações e estrategias que
considerem as necessidades das comunidades
empobrecidas, da população negra, da
população em situação de rua, população privada
de liberdade e comunidades indígenas e pessoas
vivendo com HIV/AIDS a fim de aperfeiçoar o
controle da tuberculose junto a essas
populações.
12. Constituir um comitê Intersetorial com a
participação da sociedade civil, para o
desenvolvimento de ações conjuntas de modo a
enfrentar os determinantes sociais relacionados à
tuberculose, em especial, os que possuem
relação direta com a pobreza e a dificuldade de
acesso.
13. Garantir que as ações de prevenção e
controle da tuberculose sejam priorizadas nas
ações de governamentais de desenvolvimento
econômico e social a exemplo do Plano de
Aceleração
do
Crescimento
–
PAC.
14. Que o Conselho Nacional de Saúde,
acompanhem a execução do Programa de
Controle
da
Tuberculose
regularmente,
propiciando ao CONASS, CONASEMS e CNAS
as informações anuais que deverão ser
elaborados
pelo
PNCT.
15. Que o Ministério da Saúde garanta e
normatize os projetos vinculados a organismos
de apoio tecnicocientifico bi e multilaterais.
16. Garantir a produção e veiculação de
campanhas de Prevenção, Educação e
Sensibilização sobre Tuberculose de massa com
caráter permanente.(WWW.saúde.gov.br).
Conclusão
Concluo o trabalho acreditando que a organização dos serviços é de
fundamental importância para o controle da doença, bem como o investimento
técnico e operacional dos profissionais de saúde que estão na ponta. E
também o papel das três esferas de governo no que diz respeito ao controle da
tuberculose que é bastante esclarecido, assim como deve ser para os gestores
das três unidades assistenciais que compõem o Programa de controle da
Tuberculose, que incluem as unidades de atenção básica, as referenciais
secundárias para casos de maior complexidade e as terciárias para onde são
encaminhados os casos de resistências aos fármacos antituberculose.
O diagnóstico e o tratamento correto dos casos de tuberculose são as
principais medidas de controle da doença, todos os esforços devem ser
empregados no sentido de encontrar quanto antes o paciente infectado e
oferecer o tratamento adequado evitando assim a rede de transmissão que
ocorre facilmente como podemos verificar ao longo dos capítulos.
Identificar precocemente os casos de infecção tuberculosa é atividade
de saúde pública devendo seus gestores subsidiar recursos para que seja
efetivado o combate a doença.
Bibliografia consultada
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Rio de Janeiro:FIOCRUZ. (Série Estudos: Política, Planejamento e gestão em
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Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil.,- Ed. Brasilia
CAMPOS, G.W.S., 1992Reforma da Reforma: Repensando a saúde. São
Paulo:Ed. HUCITEC.
CRESS 7º Região – Rj. Assistência Social: Ética e Direitos. 4º Ed. 2004.
Coletânia de Leis e Resoluções.
Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para Controle da
Tuberculose. 2010.
PHYSIS. Revista de Saúde Coletiva. Volume 11 nº2 2001.
PHYSIS. Revista de saúde coletiva. Volume 13 nº 1 2003.
RODRIGUES, A.F. Albuquerque de. Epidemiologia geral. Declinio da
mortalidade por tuberculose. A tuberculose no negro.1958.
Saúde e Qualidade de Vida. Medicina e saúde. Editora- Biologia e saúde Ltda.
Vol. 3 Ed. 2009
WWW.saude.gov.br
WWW.scielo.br
www.boasaude.uol.com.br
www.artigos.netsaber.com
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