ESCOLA COOPERATIVA VALE SÃO COSME Fevereiro de 2010 DESAFIO BACTÉRIA Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos EQUIPA As borboletas PROFESSOR RESPONSÁVEL Manuela Fonseca ANO 12º ALUNOS Adriana Maria Campos Alves Carina Salomé Seara Magalhães Joana Filipa Oliveira DESAFIO BACTÉRIA -Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos 2010 Índice Introdução--------------------------------------------------------------------------------------pág.1 Escherichia coli--------------------------------------------------------------------------------pág.1 Material-----------------------------------------------------------------------------------------pág.2 Procedimento-----------------------------------------------------------------------------------pág.3 Registo dos resultados------------------------------------------------------------------------pág.3 Conclusões-------------------------------------------------------------------------------------pág.4 Escherichia Coli Página 2 DESAFIO BACTÉRIA -Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos 2010 Introdução Com a realização desta actividade experimental, pretendemos estudar de forma pormenorizada a forma como evolui o crescimento de uma população de bactérias. A Escherichia coli será a bactéria que nos permitirá a realização deste estudo. Assim, veremos o crescimento e a evolução das mesmas num meio com antibiótico e num outro meio, este, por sua vez, sem antibiótico. Nesta actividade laboratorial, o antibiótico utilizado será a ampicilina que terá como principal função constituir um ambiente selectivo onde apenas as bactérias resistentes se irão desenvolver. É importante referir que esta característica será verificável como resultado de uma mutação e estará também directamente relacionada com os princípios de selecção natural. Como sabemos, as mutações são mudanças na sequência dos nucleotídeos do material genético de um organismo. Neste caso em particular, prevê-se que ocorram mutações favoráveis e vantajosas que resultarão em mudanças adaptativas para que a E.coli sobreviva. A selecção natural é um processo de evolução proposto por Charles Darwin (1809-1882), que escolhe os indivíduos com variações mais favoráveis, permitindo que tenham uma descendência maior. Tanto a mutação como a selecção natural explicam o processo de evolução dos seres vivos. Escherichia coli A bactéria utilizada, a Escherichia coli, é uma bactéria bacilar que juntamente com o Staphylococcus aureus é a mais comum e uma das mais antigas bactérias simbiontes do homem. A E. coli assume a forma de um bacilo e pertence à família das Enterobacteriaceae. É aeróbia e anaeróbia facultativa. Predominam na zona do lúmen intestinal dos seres humanos e de outros animais de sangue quente. Possui múltiplos flagelos dispostos em volta da célula. Escherichia Coli Página 3 DESAFIO BACTÉRIA -Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos 2010 A presença da E.coli em água ou alimentos é indicador de contaminação com fezes humanas (ou mais raramente de outros animais). A quantidade de E.coli em cada mililitro de água é uma das principais medidas usadas no controlo da higiene da água potável municipal, preparados alimentares e água de piscinas. A maioria das doenças deve-se a E.coli vindas de indivíduos diferentes e portanto de estirpe diferente, não reconhecida pelos linfócitos. As intoxicações alimentares em particular são devidas a bactérias de estirpes totalmente diferentes. Na nossa actividade prática laboratorial, ao falarmos da E.coli, temos também de falar sobre o nosso antibiótico, a ampicilina. A ampicilina é, como já foi referido, um antibiótico beta-lactâmico com grande importância na medicina. Sendo assim, é fundamental referirmos que os antibióticos podem actuar de formas diferentes. De acordo com a sua forma de actuar, as bactérias vão desenvolvendo resistência aos mesmos. De um modo geral, a resistência bacteriana aos antibióticos pode dar-se de três formas diferentes: quando há uma mudança na permeabilidade da membrana celular que, posteriormente, impedirá a entrada do antibiótico na célula ou fará com que ele seja bombeado para o exterior da célula; quando as bactérias alcançam a capacidade de degradar ou então, inactivar o antibiótico e, finalmente também podem criar resistência quando adquirirem uma mutação que altera o alvo do antibiótico de modo a que esse alvo não seja afectado. E é precisamente esta última hipótese que prevemos acontecer na realização da nossa actividade. Material E.coli Ampicilina Agar 1,5L 1X PBS (solução tampão – phosphate buffered saline – utilizado: 12g NaCl, 0,3g KCl, 2,16 g Na2HPO4, 0,36g KH2PO4 em 1,5L de água) Meio de Cultura Luria- Bertani (LB) Escherichia Coli Página 4 DESAFIO BACTÉRIA -Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos Placas de Petri (plástico, 90 mm de diâmetro) Pipetas Balão de Erlenmeyer Conta-gotas Ansas Lamparina de álcool. 2010 Procedimento 1. Esterilizar o vidro. 2. Preparar o meio líquido. 2.1.Medir o volume necessário de água desionizada para um balão de Erlenmeyer. 2.2.Pesar o extracto de levedura, a triptona e o cloreto de sódio. 2.3.Adicionar ao balão e agitar até dissolver. 2.4.Perfazer o volume final desejado, adicionando água e agitar. 2.5.Esterilizar o meio de cultura na autoclave a 120º durante 20 minutos. 3. Preparar a diluição PBS blanks (solução tampão) 4. Preparar placas com agar. 5. Preparar a cultura-mãe. Registo dos Resultados Cultura Placas 10-2 10-3 10-4 10-5 10-6 10-7 10-8 10-9 10-10 Mãe +Ap 3 3 3 0 0 n.a n.a n.a n.a Grupo A +Ap 3 1 0 0 0 n.a n.a n.a n.a Grupo A +Ap n.a n.a n.a n.a 3 2 1 2 0 Grupo B -Ap 3 3 0 0 0 n.a n.a n.a n.a Grupo B -Ap n.a n.a n.a n.a 1 0 0 0 0 Escherichia Coli Página 5 DESAFIO BACTÉRIA -Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos 2010 Conclusões Com a realização desta actividade prática, concluímos que, tal como era esperado inicialmente, se verificou uma maior resistência das bactérias na cultura-mãe com o meio sem antibiótico. Tudo isto ocorreu porque tendo em conta que não existe ampicilina, não subsiste qualquer tipo de obstáculo que ponha em causa a reprodução e sobrevivência da bactéria E. coli. Exactamente pelo mesmo motivo, verificou-se com menor frequência a resistência das bactérias na cultura com meio +Ap. Sabemos que o nosso medicamento tem como principal objectivo aniquilar as bactérias, diminuindo o seu número e afectando claramente a sua reprodução e posterior sobrevivência. Também verificamos que há uma maior resistência por parte das bactérias pertencentes ao meio de cultura +Ap comparativamente às bactérias do meio de cultura – Ap. Mais uma vez, obtivemos o que era esperado numa fase inicial e isto porque no meio de cultura com ampicilina, somente as bactérias resistentes ao antibiótico conseguem reproduzir-se e sobreviver, passando estas características às suas gerações futuras, aumentando cada vez mais a sua frequência. Todos estes resultados se verificam graças ao processo de evolução proposto em tempos por Charles Darwin - o processo da selecção natural. De acordo com o processo de selecção natural sobrevivem os indivíduos que estiverem mais bem adaptados, isto é, os que possuírem as características que lhes conferem qualquer vantagem em relação aos restantes. Os menos aptos ao longo do tempo serão eliminados progressivamente. Existe, pois, uma selecção natural, processo que ocorre na natureza e pelo qual só os indivíduos mais bem dotados relativamente a determinadas condições do ambiente sobrevivem – “sobrevivência do mais apto”. O número total de células presentes não é o mesmo na cultura com e sem antibiótico. Concluímos que o número de células no meio +Ap é inferior ao número de células existentes no meio de cultura -Ap. Como no meio –Ap não se verificou a morte quase que imediata das células sem resistência ao antibiótico utilizado, a sua proliferação começa imediatamente e a partir do número de células inicialmente presentes. Tendo em conta que o período de tempo nos dois meios é igual, a quantidade de bactérias é inferior à inicialmente presente no meio sem antibiótico. Escherichia Coli Página 6 DESAFIO BACTÉRIA -Evolução da resistência da bactéria Escherichia coli aos antibióticos 2010 Posteriormente, torna-se então importante referir que seria altamente provável não existir ampicilina na cultura-mãe não se torna necessário criar resistência para que a célula da cultura-mãe não fosse resistente à ampicilina, pois tendo em conta que a sejam capazes de se reproduzirem e de sobreviver, mas sabemos que tal não aconteceu. Na reprodução da célula mãe, é possível que tenham existido mutações, estas mesmas mutações poderão ter permitido às células descendentes criarem resistência ao antibiótico. Seguidamente, de acordo com o processo de selecção natural, no meio de cultura com +Ap, somente estas células mutantes sobreviveram e esta mesma característica foi posteriormente transmitida às gerações seguintes, acabando por se extinguirem todas aquelas que não possuíam esta resistência. Pode ainda concluir-se que diferentes concentrações de ampicilina influenciam de forma distinta a sobrevivência das bactérias; através da analise dos resultados, observa-se uma maior incidência de colónias no meio mais concentrado, o que nos leva a concluir que quanto maior a concentração de antibiótico, maior é a probabilidade de as bactérias lhe criarem resistência. Esta experiência constitui uma situação paralela à evolução das plantas e dos animais porque tendo em conta a ocorrência de mutações, os descendentes obtêm resistência a certas condições externas. Devido à selecção natural, os indivíduos mais aptos relativamente ao meio em que estão inseridos, são aqueles que se reproduzem e sobrevivem. Por outro lado, esta actividade também constitui uma situação diferente em relação à evolução das plantas e dos animais. Como as bactérias em causa são seres bastante simples na sua constituição e com um ciclo de vida muito breve, as nossas observações ao longo de toda a actividade laboratorial e também a próprias alterações induzidas, são de muito mais fácil execução. Se, por exemplo, o organismo alvo de estudo fosse o do ser humano, para além de a resistência à ampicilina ser muito mais lenta, também as observações seriam muito menos visíveis. Escherichia Coli Página 7