PLATAFORMA SPE O jornal do Capítulo Estudantil SPE Unicamp SPE “Informação de acesso simples e alcance irrestrito” International UNICAMP SPE Student Chapter CAMPINAS Desafios para a estruturação da pesquisa Segunda-feira, 22 de outubro de 2012 Edição no 1, ano 1 {pág 02} Desenvolvimento da miscibilidade {pág 03} A política licitatória atual e a indústria do petróleo A política de Conteúdo Local define um ritmo mais acelerado para o aprimoramento da indústria do petróleo no Brasil O setor de óleo e gás é o que apresenta os maiores fluxos de investimentos nos últimos anos no Brasil. Segundo declaração da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, este valor deve chegar a US$ 45 bilhões em 2012, o que representa mais de 50% dos gastos em investimentos internos neste ano. Dentro desta estratégia de desenvolvimento, é fundamental a discussão do conteúdo local neste setor, dados os desdobramentos tecnológicos alcançados pela indústria do petróleo. Desde as primeiras rodadas de licitação de blocos exploratórios de óleo e gás organizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), três critérios foram levados em conta para julgamento das ofertas: Bônus de Assinatura, Plano de Atividades e Conteúdo Local (CL). Este último se refere à participação da indústria nacional no fornecimento de bens e serviços nas etapas de exploração e desenvolvimento de um bloco. De início, a questão do conteúdo local se deu na forma de incentivos às operadoras que optassem por conteúdo nacional, quando em condições competitivas de qualidade e preço. Este tipo de ação, não é novidade para as principais empresas petrolíferas mundiais, já tendo sido aplicada em diversos países, tais como China, Inglaterra e Rússia. Tal questão foi sendo modificada até atingir a configuração que temos hoje. A partir da 7ª Rodada da ANP, em 2005, criou-se um arcabouço de certificação, Pesquisas em ajuste de histórico chamado de “Sistema de Certificação de Conteúdo Local” (Resoluções ANP nº 36 a 39, de dezembro de 2007). Neste sistema, empresas devidamente credenciadas junto à ANP (em torno de 20, atualmente), são responsáveis pela medição e certificação do conteúdo nacional, tendo como base a “Cartilha de Conteúdo Local”. A fiscalização da exigência de conteúdo local se inicia em três momentos-chave de um projeto da indústria petrolífera: 1) na conclusão da fase de exploração; 2) ao fim da etapa de desenvolvimento da produção e 3) quando o bloco exploratório é devolvido e se encerra o contrato de concessão, tendo continuidade trimestral, salvo no terceiro momento. Dada essa conjuntura, as empresas internacionais de múltiplas nacionalidades e fornecedoras do setor de óleo e gás paulatinamente estão se instalando no Brasil, realizando vultuosos investimentos e parcerias com universidades brasileiras de modo a desenvolver novas tecnologias e treinar mão-de-obra especializada. Por outro lado, as reclamações com relação à obrigatoriedade do Conteúdo Local não tardaram a começar. As empresas apontam problemas com as certificadoras por atraso no serviço e também pelo maior custo em alguns materiais. Entre outras causas, isso ocorre pela falta de estrutura da indústria nacional em atender a todas as demandas solicitadas. {pág 05} Garantia de Escoamento {pág 04} Dessa maneira, o desafio que o advento do Pré-sal acabou por acelerar é a criação e consolidação de uma estrutura produtiva nacional que realmente atenda as necessidades das empresas petrolíferas. Além disso, a maior parte das empresas operadoras de blocos de exploração de óleo e gás no Brasil são listadas em bolsa, ou seja, têm em seus acionistas e no mercado um enorme instrumento de pressão por resultados. Logo, com o Pré-sal e seus custos inerentes para se alcançar a fase de exploração comercial, esta pressão é maior ainda, dados os riscos e investimentos necessários. Entrevista {pág 06} Cartas {pág 02, 04, 06} impulsionar a produção, aproveitar as vantagens comparativas da indústria brasileira e minorar os potenciais atrasos de seus projetos. Outro passo dado pela Petrobras foi o programa, em parceria com órgãos do Governo Federal (BNDES e FINEP), do “Inova Petro”, que prevê investimentos em prol de tecnologia nacional para o Conteúdo Local na ordem de R$ 3 bilhões até 2016. Porém, aumentar apenas o índice de nacionalização dos componentes e equipamentos da indústria brasileira do petróleo não basta, pois eles devem ter qualidade igual ou superior aos similares DESAFIO Maximização do Conteúdo Local Estratégias Qualificação - Qualificação tecnológica e profissional - Capacitação industrial Esforços não faltam na tentativa de adequação desta política às demandas dos operadores de blocos, de modo a evitar as pesadas penalidades impostas pela ANP. Dentro do programa Plataformas Tecnológicas (Platec), a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) atua na identificação de materiais e equipamentos passíveis de substituição de importações, apontando uma lista de mil itens e promovendo diversos workshops sobre o assunto. Já a Petrobras incluiu esta meta de adequação em seu Plano de Negócios 2012-2016, que possui como um de seus pilares o Plano Gestão de Conteúdo Local, de modo a Política Industrial - Financiamento - Modelo de Certificação de bens e serviços estrangeiros e serem competitivos em preço. O maior risco é que isto, além de não ocorrer, ainda comprometa os cronogramas da indústria do petróleo com atrasos sistemáticos, que já começam a acontecer. Assim, a “janela de desenvolvimento” do Pré-sal pode se tornar um risco para o melhor desenvolvimento da indústria petrolífera no Brasil. IGOR GIMENES CESCA [email protected] RODOLFO BUSCARINI [email protected] Jornal Plataforma SPE [email protected] SPE International UNICAMP SPE Student Chapter Carta do Presidente Amigo leitor, inicia-se com esta edição o Jornal Plataforma SPE, organizado sob o apoio financeiro do Capítulo Estudantil SPE Unicamp e fruto da comunhão de esforços entre membros da Gestão 2012 desse Capítulo, Pesquisadores do Centro de Estudos de Petróleo (CEPETRO) e Professores do Departamento de Engenharia de Petróleo da Faculdade de Engenharia Mecânica (DEP-FEMUnicamp). A ideia de criarmos um Jornal nasceu a partir de alguns objetivos, quais sejam divulgar os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos Pesquisados e PósGraduandos do DEP e do CEPETRO, estimular o debate de temas em foco dentro do universo da indústria e da pesquisa na área de petróleo, e por último, apresentar pareceres de profissionais dessa área por meio de entrevistas. Para atingirmos os objetivos desejados de modo impactante, foi fundamental definir um abrangente plano de divulgação. Assim o Jornal Plataforma SPE impresso será distribuído para todas as Empresas patrocinadoras do nosso Workshop e diversas Universidades do país. Além disso, todos podem obtê-lo pela internet em sua versão digital, através do site do Capítulo SPE. Embora as ações da Gestão 2012 demonstrem o que pretendemos para nosso Capítulo, é sempre positivo salientar que o alimento que nos mantém convictos e fortes é a união. Particularmente não vejo possibilidade de crescimento para aquele que anda solitário ou indiferente. É preciso integrar as pessoas, os departamentos, as universidades, as indústrias, as culturas etc. Somente assim é possível compreender as diferenças e encontrar um ponto de equilíbrio dentro dos diversos anseios. Essa não é a fórmula para um mundo perfeito, mas sim para um crescimento sólido. ANTONIO ELIAS JUNIOR Presidente do Capítulo SPE Unicamp [email protected] 02 Desafios para o desenvolvimento de pesquisa em laboratório Aspectos logísticos e licitatórios que impactam no desenvolvimento da pesquisa No cenário de pesquisas envolvendo temas relacionados à indústria de produção de petróleo, encontra-se grandes desafios a serem suplantados antes mesmo do desenvolvimento da abordagem científica. Esses desafios incluem o projeto do circuito de testes, a compra de equipamentos, instrumentos e materiais necessários para montagem do circuito experimental e o comissionamento do sistema dentro do prazo estipulado no cronograma de trabalho. A fase de projeto de um circuito de testes é desenvolvida, na maioria dos casos, em parceria com a empresa ou órgão financiador do projeto, que aponta os temas de pesquisas ou apoia as iniciativas de pesquisadores renomados na área. Nessa fase, é crucial uma interação entre os coordenadores da empresa contratante e a instituição desenvolvedora do trabalho, para viabilizar a montagem experimental que atenda os requisitos de ambas as partes. Com relação ao circuito experimental, em geral, para sua montagem surgem problemas de compatibilidade com as dimensões práticas. Isso ocorre porque na indústria petrolífera, os sistemas são de grande porte, resultando em grandes dimensões de tamanho, grandezas físicas e valores monetários. Esse é um desafio para a área acadêmica, visto que o gerenciamento de um projeto deve prever os custos operacionais e de segurança das instalações e dos profissionais envolvidos (docentes, alunos e funcionários da instituição envolvida), deixando assim o docente responsável por atuar não apenas como coordenador, mas como um gestor do projeto de pesquisa. A fase de compras de equipamentos, instrumentos e materiais é a fase que demanda maior tempo do projeto. Ela necessita de um acompanhamento constante, pois na maioria das vezes os processos de compras envolvem licitações públicas que exigem um trâmite burocrático para especificação adequada de produtos visando o menor SPE International UNICAMP SPE Student Chapter Exemplo de ensaio experimental em uma bomba BCS preço. Em matéria de pesquisa, quase sempre o menor preço não é sinônimo de boa qualidade e, principalmente, de segurança, o que torna o processo de compra ainda mais burocrático, visto que necessita de justificativas técnicas adequadas para dispensa de licitações com respaldo jurídico. Isso ocorre tanto para as compras nacionais como internacionais. Fora o processo licitatório, ainda é necessário contar com os prazos de entrega dados pelos fornecedores e, no caso dos processos de compras internacionais por importação, o espaço de tempo pode ser ainda maior devido à necessidade de liberação dos produtos junto ao órgão de fiscalização aduaneiro. Devido a essas circunstâncias, é comum o atraso no prazo de execução dos projetos de pesquisa. Por fim, a fase de comissionamento do sistema experimental também tem as suas peculiaridades, que podem resultar em maior demanda de tempo do projeto. Essa fase consiste no processo de assegurar que os componentes de circuito experimental estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais dos testes a serem CONTATO DA REDAÇÃO [email protected] 19/3521-3364 O jornal Plataforma SPE circula nas faculdades da Unicamp e de outras instituições de ensino, além de meios de comunicação e empresas que atuam na área de petróleo e gás. Está disponível no site do Capítulo (www.speunicamp.org.br), em versão digital. É distribuído gratuitamente numa tiragem de 500 exemplares. realizados. Durante o comissionamento é que ocorre a aferição da instrumentação de medição das variáveis do processo, dos métodos de controle e acionamento dos equipamentos motrizes e da forma de leitura das variáveis. Toda a instrumentação deve ser avaliada no que se refere à precisão, faixa de leitura e robustez para garantir a confiabilidade dos resultados numéricos e a repetibilidade dos testes. Somente após essas três fases é que tem início o desenvolvimento da atividade de pesquisa no circuito de testes projetado, culminando com a tomada de dados experimentais para ajuste, validação ou proposição de metodologias de análise de fenômenos reais que ocorrem na prática. Desse momento em diante é que são obtidos resultados válidos para os diversos trabalhos de pesquisas (teses, dissertações, monografias e artigos) e elaboração de relatórios de pesquisa. Evidencia-se assim a complexidade do desenvolvimento de pesquisas de laboratório na área da indústria de petróleo. NATACHE ARRIFANO SASSIM [email protected] EXPEDIENTE Diretores do Jornal: Antonio Elias Junior, Livia De Luca, Lucas Rompato Vargas e Souza Suporte Financeiro: Capítulo Estudantil SPE Unicamp Redatores desta edição: Antonio Elias Junior, Célio Maschio, Igor Gimenes Cesca, Livia De Luca, Lucas Rompato Vargas e Souza, Natache do Socorro Arrifano Sassim, Rodolfo Buscarini, Ronaldo Gonçalves, Vanessa Cristina Bizotto Guersoni Endereço: Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia Mecânica – Departamento de Engenharia de Petróleo – Rua Mendeleyev, 200, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo, Campinas-SP, 13.083-970 SPE International UNICAMP SPE Student Chapter Capítulo Estudantil SPE Unicamp www.speunicamp.org.br 03 Pesquisa em Ajuste Histórico Alguns desafios enfrentados na área de simulação de reservatórios Esquema lógico (à esquerda) e resultados gráficos (à direita) de um processo de ajuste de histórico A simulação numérica de reservatórios é uma ferramenta amplamente utilizada na indústria do petróleo. O principal objetivo de um simulador é a realização de previsões de produção para auxiliar na tomada de decisões relacionadas ao desenvolvimento e gerenciamento de um campo de petróleo. Para um modelo de simulação ter confiabilidade para previsão, é necessário que o mesmo seja capaz de reproduzir o comportamento passado, ou seja, reproduzir os dados observados durante a produção do campo. Apesar dos grandes avanços tecnológicos na área de caracterização de reservatórios, a obtenção da maioria das propriedades do reservatório é feita de forma indireta. Assim, na construção de um modelo de reservatório sempre está presente um alto grau de incertezas e, normalmente, o modelo de simulação não reproduz os dados observados, sendo necessária a calibração do modelo. O processo de calibração de um modelo de simulação com objetivo de reproduzir o comportamento passado é chamado de ajuste de histórico. O ajuste de histórico pode ser entendido também como a incorporação de dados dinâmicos ao processo de caracterização no sentido de melhorar o modelo e a representação do reservatório. Tradicionalmente, o ajuste de histórico é realizado de forma manual, baseado na tentativa e erro. A forma manual permite que o profissional envolvido tenha uma maior interação, porém, é um processo trabalhoso e exaustivo, pois demanda muito tempo com atividades manuais e interpretações visuais dos resultados. Com o objetivo de aliar as vantagens do ajuste manual, o qual permite a inserção do julgamento baseado na experiência do profissional, com o potencial de ferramentas e algoritmos computacionais surgiu o conceito de ajuste assistido, o qual consiste na automatização de partes do processo. Como o ajuste assistido normalmente demanda um grande número de simulações, vários esforços têm sido feitos para reduzir o esforço computacional e aumentar a sua eficiência. Nesse sentido, diversos métodos de otimização têm sido estudados e aplicados ao problema de ajuste de histórico assistido. Uma constatação resultante das pesquisas é a necessidade de se combinar as melhores características de cada método, buscando um balanceamento entre buscas globais e buscas locais. Uma forma de acelerar o processo é o uso de computação distribuída, na qual diversas simulações são realizadas ao mesmo tempo em um cluster de computadores. Outra forma que tem sido utilizada no sentido de acelerar o ajuste de histórico é o emprego de modelos simplificados, conhecidos como metamodelos. No UNISIM, diversos tipos de metamodelos (gerados principalmente por planejamento estatístico e redes neurais artificiais) já foram testados e os resultados têm mostrado que é possível usar essas técnicas como ferramentas auxiliares, diminuindo o esforço computacional em etapas que demandam maior número de simulações, e depois refinando a solução com o uso do simulador. Um conceito muito importante envolvido na área de ajuste de histórico é a integração, pois se trata de uma atividade bastante multidisciplinar. Dessa forma, por meio das pesquisas desenvolvidas no UNISIM tem-se buscado formas de promover uma integração mais efetiva com as áreas de caracterização de reservatórios, sísmica 4D e análise de incertezas. Na parte de integração com caracterização, técnicas de modelagem geoestatística têm sido empregadas no sentido de obter modelos ajustados geologicamente consistentes. Nesse contexto, estão sendo desenvolvidas metodologias para integrar softwares de modelagem geoestatística com o simulador de escoamento, para possibilitar a realização do ajuste de histórico de forma integrada com a caracterização. O ajuste de histórico tradicional normalmente resulta em um modelo determinístico. Um aspecto relacionado a essa abordagem é que um único modelo ajustado não é suficiente para representar o reservatório devido às incertezas que ainda permanecem, principalmente em campos em início de produção e, portanto, com poucos dados observados, e às simplificações muitas vezes necessárias no processo de simulação. A análise probabilística nos estudos de previsão de produção por meio da simulação de reservatórios torna-se cada vez mais necessária e já é um consenso na indústria do petróleo. Portanto, surge a necessidade de se considerar o ajuste de histórico e a análise de incertezas como processos integrados. Na linha de integração com incertezas, o objetivo das pesquisas tem sido encontrar formas de como usar os dados observados para reduzir as incertezas dos atributos do reservatório, tais como porosidade e permeabilidade, por exemplo. O objetivo é encontrar uma distribuição de probabilidades do atributo, condicionada ao dado observado, ao invés de encontrar um valor determinístico. O uso de informações provenientes da sísmica 4D tem tido um crescente uso no processo de ajuste de histórico. A vantagem é que a sísmica traz informações espaciais como, por exemplo, distribuição de pressão e saturação no reservatório após certo tempo de produção, que pode ser bastante útil na melhoria da caracterização do reservatório. A inclusão dessas informações de forma quantitativa no ajuste de histórico é o principal objetivo das pesquisas nessa área. Um aspecto importante a ser destacado é que as pesquisas desenvolvidas no UNISIM têm como principal objetivo o desenvolvimento de metodologias com potencial de aplicação em casos práticos. De uma forma geral, os principais aspectos norteadores das pesquisas são (1) o entendimento físico do problema sob o ponto de vista da Engenharia de Reservatórios, (2) a busca pela eficiência do processo por meio da redução do esforço computacional em termos de número de simulações e pela busca de melhores soluções, e (3) o estudo de casos reais ou com características próximas a casos reais. As metodologias desenvolvidas são incorporadas na forma de ferramentas computacionais. O objetivo é disponibilizar para outros membros do Grupo no sentido de facilitar a continuidade das pesquisas. Apesar dos softwares desenvolvidos terem com principal alvo usuários internos, incluindo alunos e pesquisadores, há também o uso na Petrobras. Esse esforço é realizado também em outras linhas de pesquisa do UNISIM, não apenas na linha de Ajuste de Histórico. Apesar dos avanços significativos obtidos ao longo dos últimos anos, e apesar de ser uma linha de pesquisa bem consolidada no UNISIM, ainda há muitos desafios e muitos aspectos a serem estudados. Um aspecto geral que ainda vai demandar bastante esforço de pesquisa é a questão da integração do processo de ajuste de histórico com as áreas de caracterização de reservatórios, sísmica 4D e análise e gerenciamento de incertezas. E esses desafios se tornam ainda maiores quando são considerados os reservatórios complexos típicos do Pré-Sal. CÉLIO MASCHIO [email protected] Jornal Plataforma SPE [email protected] SPE International UNICAMP SPE Student Chapter Um termo bastante comentado atualmente na indústria do petróleo é Garantia de Escoamento (Flow Assurance, em inglês). De forma geral, significa assegurar que os fluidos (água, óleo e gás) produzidos por um reservatório cheguem até a plataforma, adotando estratégias e procedimentos para que isso ocorra. A produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas, em condições de baixas temperaturas e altas pressões, são grandes fatores de risco para o escoamento nas tubulações submarinas, podendo ocorrer desde a deposição de parafinas, até o bloqueio por hidratos de gás. Além destes problemas, podemos destacar também: incrustações minerais de sulfatos e carbonatos, deposição de asfaltenos e naftenatos, baixa fluidez do óleo, geração de emulsões, etc. problema algum. Durante a produção, as condições de pressão e temperatura vão se alterando: o óleo chega à cabeça do poço com temperatura em torno de 60°C e pressão de 120kgf/cm2, e aí começam os problemas, pois a temperatura do fundo do mar está em torno de 4°C. Na linha que liga a cabeça do poço à plataforma, embora haja isolamento térmico, as grandes distâncias fazem com que ocorra um abaixamento significativo da temperatura do óleo, chegando a 14°C na plataforma. Com o abaixamento da temperatura, as moléculas de parafina começam a se cristalizar, depositando-se nas paredes da tubulação, onde é a região mais fria, diminuindo a vazão ou até mesmo bloqueando-a. Há vários métodos para a prevenção, como uso de PIGs (raspadores de linha), injeção de aditivos químicos e métodos térmicos. Durante a produção, a passagem dos fluidos (principalmente óleo e água) do reservatório por válvulas e bombas gera emulsões. Emulsões em que pequenas gotículas de água estão dispersas num meio contínuo de óleo são denominadas do tipo água em óleo (A/O). viscosidade, aumentando a perda de carga na tubulação. Também é a que se forma mais facilmente e é bastante estável, ou seja, demora a separar as fases. É estável porque o óleo tem agentes emulsificantes naturais como asfaltenos e resinas, estabilizando a emulsão. Para que ocorra a separação de fases, é necessário que as gotas de água dispersas na fase contínua óleo se choquem para coalescer, formando gotas cada vez maiores, que por diferença de densidade, irão se separar totalmente. Alguns agentes desemulsificantes são usados para promover a separação mais rapidamente, considerando que o petróleo deve chegar à refinaria com um mínimo de água. Se durante a produção formassem emulsões do tipo O/A, ocorreria uma diminuição da viscosidade da mistura, favorecendo o transporte. Emulsão O/A Deposição de parafinas 20-24 23 11 02 JUNHO 14-18 MAIO ABRIL 31 ks 5o W or Co rri da a 1 22-25 os vu pr lga of es çã so o I re P W s W TC or ee ks E k ho du p Po ca SP s tio SP se E n CO E no - S va 2 eç di ão re Br tori as a il co m 29 Di fé Ca o 1 Ch ur ra s co 20 12 EC CP LA 24 ho p SP E ur ra les sco So tra lid Top Vi sit a -C en Pa pe He lest s rio ra t W Un at i. Co t Se que çã te o lS Br PE as il Ch o VANESSA CRISTINA BIZOTTO GUERSONI [email protected] OUTUBRO e H L JU Com o advento do pré-sal, onde o óleo e o gás escoarão em ambientes de baixas temperaturas, altas pressões e na presença de vários contaminantes (CO2 H2S, etc), os problemas de garantia de escoamento serão certamente um grande desafio a ser vencido. Eventos do Capítulo 2012 m Ag pan as ha alh d o o 07 06 13 SETEMBRO Ca 15 01 11 co nt ro Fe sta S do Ju PE Est ud nin an a t 16 a es m e br PE o So S a d nh ho pa sal m a Ca Ag nica r e c té erg b a sit m Vi chlu S O Pa IV AGOSTO 2 Pe tro PU C Pa de le M stra on U tp ni ell . ier O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos complexos, entre eles uma classe de moléculas chamada parafinas, cuja composição molecular Emulsão A/O varia de C12 a C60 - das mais leves às mais pesadas. Nas condições de pressão e temperatura do reservatório, essas Esta é o pior tipo de emulsão para a espécies são fluidas e não ocasionam indústria de petróleo, pois aumenta a En LIVIA DE LUCA Diretora do Capítulo SPE Unicamp [email protected] Fatores de risco que impactam no transporte do óleo e do gás produzidos o Prezado leitor, gostaria de discorrer sobre um tema que devemos sempre ter em mente: nossa responsabilidade como engenheiros atuantes na área de petróleo. Não aquela que nos remete à condição imprescindível de termos um conhecimento acadêmico sólido, mas sim a que transcende a área técnica. Isso porque a indústria do petróleo exerce influência em todos os níveis econômicos e sociais. Os hidrocarbonetos são recursos estratégicos a serviço de um país, e a maioria dos governos reconhece o seu controle como política de Estado. Além disso, sabemos que a independência do petróleo está muito distante, apesar dos investimentos crescentes em pesquisas sobre energia renovável e da intolerância em relação às tragédias ambientais. Por tais razões, há muitos jovens profissionais atraídos por esta fascinante indústria, o que reforça a necessidade de refletirmos sobre o que realmente nos impulsiona a tomar decisões quanto à nossa carreira. Considerando-se que toda profissão está inserida num contexto de atuação, como o profissional pode colaborar com seu meio além daquilo que dele já é esperado? Cada um possui suas peculiaridades e, em função do perfil que se forma a partir delas, ele deve saber responder a essa pergunta. Com a resposta, pode ser feita uma rica análise de como gerar resultados fora do âmbito técnico. Há aqueles que foram desenhados para contribuir com a área acadêmica, há outros que têm aptidão para uma vida no campo. Ou seja, alguns irão contribuir com sua produção científica, investigando meios de melhorar a eficiência de processos produtivos, enquanto outros irão desenvolver equipamentos mais seguros para auxiliarem na prevenção de catástrofes ambientais. Apesar das diferenças, todos nós enfrentamos dificuldades da mesma natureza, como aquelas de cunho social, abandono governamental, entre outras. Muitas serão as possibilidades, mas uma ideia deve ser comum: o compromisso de não fazermos apenas o mínimo. Garantia de Escoamento 2 Carta ao Leitor 04 28 22 MARÇO 21 Próximas Ações: 25/10: Happy Hour 06 e 07/11: Mini curso CMG 24/11: Visita Keppel Offshore & Marine 08/12: o 3 Churrasco Fique ligado! Capítulo Estudantil SPE Unicamp www.speunicamp.org.br SPE International UNICAMP SPE Student Chapter Desenvolvimento da miscibilidade durante a injeção de CO2 em reservatórios de petróleo A) Fase rica em CO2 Métodos de deslocamento miscível consistem em injetar um fluido que se solubiliza no óleo, formando um sistema monofásico A descoberta de reservas gigantes de petróleo na região do pré-sal na costa do Brasil, localizadas em águas ultraprofundas, alçou uma nova fronteira tecnológica para a produção e exploração de petróleo no país. Estudos divulgados pela Petrobras prevêem que as reservas do pré-sal são essencialmente compostas por óleos leves e estão contidas em reservatórios de natureza carbonática. A densidade e a viscosidade do óleo e características do reservatório, tais como profundidade, temperatura, pressão, porosidade e permeabilidade, têm redirecionado o foco das principais pesquisas sobre métodos avançados de recuperação de petróleo (EOR) para sistemas que contemplam a injeção de gás no reservatório, sobretudo métodos que prevejam deslocamento miscível. Métodos de deslocamento miscível constituem um dos mais antigos métodos para recuperação adicional de petróleo e consistem em injetar um fluido que solubiliza-se no óleo, formando um sistema monofásico. Os fluidos comumente utilizados para este fim são solventes orgânicos (líquido ou gás), surfactantes e polímeros. O deslocamento miscível em meio poroso como EOR pode ser categorizado em três principais processos: miscible slug, enriched gas e lean gas. Estes processos utilizam hidrocarbonetos leves como fluido de injeção e, portanto, eles são usualmente aplicados em reservatórios de óleo leve. Devido a sua ampla disponibilidade comercial e propriedades singulares, o dióxido de carbono (CO2) tem sido indicado como um promissor solvente para óleo, principalmente em condições supercríticas. Além disso, a estimativa de altos teores de CO2 no óleo (> 15%) presente nas reservas do pré-sal levanta a fatível possibilidade de re-injeção do CO2 recuperado da produção. Sob condições típicas de reservatórios do pré-sal brasileiro (temperatura de cerca de 65 °C e pressões superiores a 6.000 psi), o CO2 se encontra no estado supercrítico (Tc =30,9 °C e Pc = 1.070 psi) e tende a apresentar CO2 Óleo Fase rica em óleo B) CO2 Mistura homogênea Óleo Representação dos processos de miscibilidade em múltiplos contatos (A) e ao primeiro contato (B) entre petróleo e CO2 ampla solubilidade no petróleo, principalmente se a proporção de saturados no óleo é elevada. Deslocamento miscível refere-se a processos de recuperação em que inexiste uma interface nítida entre o fluido deslocante e o fluido deslocado. Isto significa que a tensão interfacial entre estes fluidos é nula. Sob esta condição, os fluidos podem deslocar-se através do meio poroso como uma fase homogênea. A mútua solubilidade entre o fluido injetado e o óleo, qual produzirá a miscibilidade, depende da afinidade química entre eles. Esta afinidade, por sua vez, depende da composição do óleo, da temperatura e da pressão. A solubilidade pode ser estimada através de ensaios experimentais, nos quais sucessiva adição do soluto é realizada até que o sistema monofásico deixe de existir. A solubilidade pode também ser estimada através de parâmetros de solubilidade, tais como o parâmetro de Hildebrand ou o parâmetro de Hansen, sendo o primeiro o mais vastamente empregado para prever o comportamento de fases de compostos apolares (ou levemente polares), característicos do petróleo. As condições nas quais os fluidos formam uma solução homogênea sob todas as proporções são denominadas condições de miscibilidade. Para assegurar as condições de miscibilidade entre o óleo e fluido de injeção é necessário manter o sistema sob condições de pressão superiores à pressão mínima de miscibilidade (MMP) à temperatura dada. MMP representa a pressão cujo contato entre o óleo e o fluido de injeção produz uma fase simples multicomponente. MMP pode ser determinada através de cálculos analíticos, através de correlações empíricas e por meio de métodos experimentais, que incluem técnicas laboratoriais tais como rising bubble, slim tube e gota pendente. Dentre as técnicas experimentais, o slim tube tem mostrado resultados mais acurados, uma vez que considera o comportamento de fases entre fluidos durante o escoamento no meio poroso, simulando as condições de reservatório. Uma mais rigorosa estimativa das condições de miscibilidade pode ser obtida através da utilização de equações de estado. A equação de Peng-Robinson e a equação de Redlich-Kwong são frequentemente empregadas com sucesso na previsão do comportamento de fases de fluidos do petróleo, sendo inclusive empregadas em pacotes comerciais para simulação computacional. Embora constituam métodos mais acurados, o emprego de equações de estados requer dados PVT experimentais do sistema estudado. Testes laboratoriais para obtenção de propriedades PVT para sistemas do petróleo consomem longo tempo de experimento e necessitam de rigorosa metodologia para obtenção de resultados satisfatórios. A injeção de etano, propano e butano ou GLP (gás liquefeito do petróleo) geralmente produz uma mistura monofásica com o petróleo imediatamente após o contato direto entre eles. O processo assim estabelecido é denominado miscibilidade ao primeiro contato, em contraponto ao processo 05 formado através do contato dinâmico e sucessivo entre as fases, conhecido como miscibilidade em múltiplos contatos, qual normalmente é verificada para fluidos como metano, gas natural e dióxido de carbono. A distinção entre os dois processo pode ser visualizada através da construção do diagrama ternário do sistema. Além da descrição do comportamento de fase, métodos de EOR aplicando deslocamento miscível devem considerar a transferência de massa entre o fluido deslocado e o fluido deslocante. A transferência de massa entre as fases é particularmente importante em sistemas que alcançam a miscibilidade após processos de multicontato entre elas, ou seja, a miscibilidade entre o óleo e fluido injetado é alcançado através de repetidos contatos. Esses processos tem sido tradicionalmente denominados de enriched-gas drive ou condensing-gas drive e constituem a chamada miscibilidade dinâmica, qual é caracterizada pela continua transferência de componentes do óleo para o fluido de injeção, ao mesmo tempo em que componentes do fluido de injeção são igualmente transferidos para o óleo. O processo resulta na formação de uma zona de transição (zona de mistura) que movimenta-se ininterruptamente e cuja a composição varia da composição do fluido de injeção a composição do óleo. O entendimento dos fenômenos envolvidos em processos de deslocamento miscíveis obtidos da injeção de um fluido para a recuperação do óleo contido no meio poroso exige acurado estudo do comportamento de fases de ambos fluidos deslocante e deslocado, como também da mistura formada entre eles. A estimativa das condições de miscibilidade deve ser suficientemente acurada e contemplar possíveis perdas de pressão que resultariam na mudança para deslocamento imiscível, o que geralmente produz menor fator de recuperação, sobretudo em campos reais. A descrição do comportamento de fases deve considerar ainda fenômenos como inchamento e difusão, além da contribuição de forças de capilaridade e tensivas que podem aprisionar o óleo no meio poroso. Finalmente, em processos WAG, os efeitos da acidificação da fase aquosa devido a solubilização do CO2 devem ser ponderados de modo a avaliar possíveis danos da rocha-reservatório, bem como mudanças temporais em suas propriedades petrofísicas. RONALDO GONÇALVES DOS SANTOS [email protected] Jornal Plataforma SPE [email protected] SPE International UNICAMP SPE Student Chapter Carta ao Curioso Salve, meu bom! Quero inaugurar esta coluna com um pouco de metalinguagem antes de engrossar o caldo. Este espaço se destina a responder algumas dúvidas comuns e reunir informações para que o leitor conheça melhor a área de petróleo, suas nuances e oportunidades. Pensando nisso, para esta edição, gostaria de apresentar um viés panorâmico do campus da Unicamp, indicando alguns pontos para quem almeja conhecer mais sobre o setor petrolífero durante um passeio de leve sugestão para o amigo Vinicius. O roteiro começa perto da Lagoa, no Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro). Trata-se de um núcleo interdisciplinar voltado à pesquisa e ao incentivo aos cursos de pós graduação, com 15 laboratórios. Subindo a ladeira, chegamos no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC), onde há o grupo de Geofísica Computacional, que analisa dados sísmicos da prospecção de petróleo. Partimos agora para a Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), cujo Departamento de Engenharia de Petróleo (DEP) dá suporte para muitas linhas de pesquisa e abriga o Capítulo Estudantil SPE Unicamp, o qual promove atividades acadêmicas como mini cursos, palestras, visitas técnicas e o workshop (associese!). Finalmente, cruzamos a Praça da Paz em direção ao Instituto de Geociências (IG), que conta com o Departamento de Geologia e Recursos Naturais (DGRN), onde pesquisadores e professores estudam a formação dos reservatórios de petróleo. Prezado, para um dia de caminhada e uma coluna do jornal, acho que é suficiente! Mande suas dúvidas! Gracias! LUCAS ROMPATO V. E SOUZA Diretor do Capítulo SPE Unicamp [email protected] 06 UNISIM completa 16 anos de dedicação à pesquisa Prof. Dr. Denis Schiozer conta a formação e a gestão do grupo de pesquisa UNISIM Criado em 1996, o grupo de pesquisa UNISIM está completando 16 anos de existência. Sempre voltado ao desenvolvimento e à disseminação de pesquisas na área de simulação numérica e gerenciamento de reservatórios de petróleo, o órgão pertence ao Departamento de Engenharia de Petróleo da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e conta com o apoio do Centro de Estudos de Petróleo (CEPETRO). O UNISIM tem como base um tripé que é constituído pelo Departamento de Engenharia de Petróleo (DEP-FEM), pelo CEPETRO e pelo curso de pós-graduação em ciências e engenharia de petróleo (CEP). Desde que foi concebido, o grupo mantém o desafio de transformar o potencial humano e os recursos financeiros em conhecimento e inovação na área de engenharia de petróleo no Brasil. "O objetivo do grupo é criar uma infraestrutura de pesquisa (física e administrativa) capaz de desenvolver pesquisa de qualidade e, com o apoio da UNICAMP, produzir resultados de qualidade e com reconhecimento internacional", afirmou o professor e coordenador-geral do grupo, Denis José Schiozer. Depois desse longo caminho percorrido, Schiozer lembra as dificuldades e os desafios que se impõem na formação e no gerenciamento de grupos de pesquisa no Brasil. Mas, se são muitas as adversidades, elas tornam as conquistas mais gratificantes. E os resultados podem ser dimensionados. "As maiores mudanças até hoje foram devido ao crescimento do grupo, em todos os sentidos, principalmente quanto ao número de pessoas, resultados, financiamento, quantidade de projetos e estrutura física", disse. Atualmente, cerca de 50 profissionais, entre professores, pesquisadores, alunos e técnicos, fazem parte do UNISIM. O grupo conta, também, com o apoio de inúmeras outras pessoas da Universidade, tanto nas pesquisas quanto na parte administrativa. O trabalho foi iniciado por meio de um projeto de pesquisa com financiamento da Petrobras e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), fruto de uma parceria de inovação tecnológica. ATUAÇÃO O UNISIM coleciona nesses 16 anos de existência 17 prêmios, formação de 65 alunos de pós-graduação, 28 alunos de especialização, 35 alunos de graduação, outros alunos formados em cursos diversos, 40 projetos financiados por empresas e órgãos de fomento, além de 300 publicações. O foco é o desenvolvimento de metodologias para o processo de decisão ligado ao desenvolvimento e ao gerenciamento de campos de petróleo, tendo como base modelagem de reservatórios por meio da simulação numérica. Considerando esse foco, as linhas de pesquisa do UNISIM buscam a criação de metodologias e ferramentas integradas com o processo de caracterização geológica de reservatórios, engenharia de produção, economia, modelagem numérica, otimização, computação paralela, estatística, sísmica, entre outras. Segundo Schiozer, o mercado da área do petróleo está muito aquecido, tanto na demanda de recursos humanos qualificados numa área bastante especializada, com grande crescimento no Brasil, quanto na demanda de inovação e disseminação de conhecimento. "Com o aumento do financiamento em pesquisa na área de APOIO petróleo no Brasil, aumentaram as possibilidades, mas também a responsabilidade de usar bem esses recursos para benefício do País", explicou o coordenador, que está à frente do UNISIM desde sua implantação. O grupo recebe apoio financeiro de vários parceiros, com destaque para a Petrobras, que responde por cerca de 2/3 do total de financiamentos. Conta ainda com apoio de órgãos de fomento (FAPESP, CNPQ, FINEP, CAPES) e mantém projetos recentes com a BAKER, BG, Statoil e outros financiadores. Outros parceiros de peso são a UNICAMP, a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (FUNCAMP), além de universidades parceiras no Brasil e no exterior, envolvendo a cooperação de professores e alunos. PRINCIPAIS LINHAS DE PESQUISA DO UNISIM Ajuste de histórico e integração com sísmica 4D Otimização de produção com poços inteligentes Representação de heterogeneidades críticas Seleção de estratégia de produção sob incertezas Simulação de processos envolvendo CO2 Simulação de reservatórios fraturados NATALIA GALATI [email protected]