ISSN 1679-0189 o jornal batista – domingo, 15/06/14 ????? Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 1 Ano CXIV Edição 24 Domingo, 15.06.2014 R$ 3,20 2 o jornal batista – domingo, 15/06/14 reflexão EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Othon Oswaldo Avila Amaral (Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: [email protected] Colaborações: [email protected] Assinaturas: [email protected] REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio E ra uma manhã de primavera com o céu azul e o sol brilhando como uma grande bola de ouro. Não muito distante da praia estavam dois barcos, réplicas de veleiros do século XVII. Eles foram construídos para uma filmagem que estava sendo feita naquela praia. O vento começou a ficar mais forte, enchendo as velas e dando muito trabalho à tripulação. Embora o vento estivesse muito forte os veleiros permaneciam no seu curso sem adernar. Qual era o segredo? Abaixo do nível da água existia uma grande e pesada quilha – uma parte da embarcação que não se … um vento muito forte começou a soprar sobre o lago, e o barco estava ficando cheio de água, e com grande perigo para todos. Aí os discípulos chegaram perto de Jesus … dizendo: - Mestre, Mestre! Nós vamos morrer! Jesus se levantou e deu uma ordem ao vento e à tempestade. Eles pararam e tudo ficou calmo. Então disse aos discípulos: - Onde está a fé que vocês tem?” (Lucas 8.23,24 e 25.a). Ele controla as tormentas que assolam a sua vida e que ameaçam afundá-lo ou desviá-lo do curso certo. A nossa fé em Cristo é a “quilha da nossa alma” que pode impedir-nos de naufragar nas ondas da vida. Você tem uma “quilha da fé” que não pode ser vista mas que faz diferença nas tormentas da vida diária? O que acontece com você quando o mar da vida fica agitado? Somente com fé em Cristo você poderá manter-se firme no meio do turbulento mar de mudanças da vida. Jesus ordenou que as ondas “Enquanto estavam atra- do Mar da Galiléia se acalvessando o Mar da Galiléia massem e elas se acalmaram. Pr. Luiz Roberto Silvado Presidente da Convenção Batista Brasileira podia ver. A quilha é essencial para manter o barco estável, equilibrado mesmo durante uma tempestade. O que é que nos mantém firmes e estáveis quando tormentas assolam as nossas vidas? O que impede que adernemos quando o stress e a tensão nos atingem? O que nos permite continuar navegando no curso certo quando as crises aparecem? A “quilha da fé” no nosso Deus que é soberano, Senhor da história! É a nossa relação pessoal e invisível com Cristo que manterá o nosso equilíbrio. o jornal batista – domingo, 15/06/14 reflexão Ronie Dias, Membro da PIB em Nova América - ES O relato da pesca maravilhosa é um dos mais bonitos e instrutivos acerca dos ensinamentos de Jesus a seus discípulos a respeito da maneira de executar a obra que ele nos confiou. Trata-se de algo tão importante que acontece em dois momentos diferentes, uma no início (Lc 5) e outra no final do ministério terreno de Jesus (Jo 21), sendo que ambos os episódios acontecem no Mar da Galileia! A questão da pesca como um símbolo do trabalho essencial da igreja de resgatar as almas perdidas no e pelo pecado é ponto pacífico em todo meio evangélico (caso raro!). Porém, como pontos pacíficos são mais exceções que regra em nosso meio, surge um impasse acerca da pesca maravilhosa. Quão “maravilhosa” deve ser essa pesca? Há grupos que privilegiam a “quantidade”, outros grupos privilegiam a “qualidade”. Com quem está a razão? Independentemente do que possam opinar os colegas teólogos acerca das questões eclesiológicas, de formas de governo, modelos e de estratégia de crescimento, prefiro a simplicidade e direção do texto bíblico. Para responder a pergunta: pescamos de varinha ou de arrastão? O importante é a quantidade ou a qualidade? Analisemos o texto bíblico: 1 – Em Lucas 5.4 Jesus dá uma ordem clara a Pedro: “Faze-te ao mar alto, lançai as vossa redes para pescar”. Esse é um imperativo que ainda vale para nós. Devemos nos fazer ao “mar alto”, ou seja, ao mundo para lan- çar as nossas redes e pescar. Aqui está implícito o conceito de igreja como corpo em movimento. A pesca não se dá na orla do mar, na nossa zona de conforto, não se dá na tranquilidade das quatro paredes dos nossos templos. 2 – Em Lucas 5.5 Pedro, pescador “experimentado”, depois de ter “trabalhado toda a noite” poderia ter encontrado os mais diversos argumentos para contrapor à ordem de Jesus e não segui-la. Afinal, o que entenderia um simples “carpinteiro” sobre “pesca”? No entanto, Pedro assume a postura correta e declara: “Sobre tua palavra, lançarei a rede”. E assim foi feito. Esse versículo ensina que por mais experimentado que o “pescador” possa ser, e que, independentemente da quantidade de tempo e esforço que ele tenha gasto tentando pescar de acordo com suas técnicas, é preciso obedecer à ordem e realizar a tarefa na hora e no local certos, sob a autoridade e o comando daquele que tem o controle da situação: o Senhor Jesus Cristo. Por seus executores não agirem como Pedro, vemos tantos modelos, estratégias e programas literalmente “naufragando” e a pesca não se realizando. 3 – Em Lucas 5.6-7 vemos a consequência da obediência de Pedro, a despeito de toda sua experiência: “Colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes as redes. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique”. Ao lançar as redes sob a direção certa (o imperativo de Jesus), no local e na hora certas, o resultado não po- deria ser outro: uma pesca abundante! Maravilhosa! E assim foi, e assim deve ser! Pois acima de qualquer coisa, uma pesca abundante dá testemunho da Palavra de Deus e de sua glória manifesta em Jesus Cristo. Aos inimigos da “quantidade”, digo: amados, entendam que pesca abundante implica numa multidão do tamanho que possa ser cuidada. Quando Pedro não deu conta, chamou os companheiros para que o ajudassem. Aqui a Palavra nos ensina o valor do conceito de cooperação em amor (tão em desuso entre nós), que deve reger as ações no Reino de Deus. A quantidade não necessariamente tem que implicar em falta de qualidade. Não vemos isso ao longo do Novo Testamento. Ao contrário, vemos quantidade com qualidade e uma luta constante para manter os padrões de qualidade bíblicos. Por isso, pesque sem medo. Não se esconda atrás do chavão “somos poucos mas temos qualidade”. Nem tampouco, por outro lado, podemos cair na armadilha soberba de pensar “que se já somos muitos, somos melhores pescadores que os outros”. O Senhor nos ordena, usando uma outra ilustração, a “levantarmos os nossos olhos para as terras, que já estão brancas para a ceifa” (Jo 4.35) e ainda que “a seara é grande, mas poucos os ceifeiros” (Mt 9.37). O fato é que o mundo é grande e poucos são os “ceifeiros”, os “pescadores”. Todo o evento da pesca maravilhosa culmina com o chamado de Jesus, que declara em Lucas 5.10b: “Não temas, de agora em diante serás pescador de homens”, ao que os discípulos responderam “levando os barcos para terra, deixando tudo e o seguindo” (Lc 5.11). Será que estamos condicionando a “pesca maravilhosa” às nossas próprias vontades? Será que estamos lançando redes onde o Mestre está mandando ou, ao contrário, onde nós queremos? Será que estamos enfrentando o mar alto para chegar ao lugar de lançar redes ou estamos acomodados nas orlas do Mar da Galileia? Será que estamos nos escondendo da pesca maravilhosa? Será que queremos ser “pescadores maravilhosos” em vez de simples pescadores que realizam a pesca maravilhosa? Jesus nos urge a pescar. Somos “pescadores de homens”. Jesus nos anima e nos tranquiliza dizendo que não há razão para medo. Então que pesquemos, do jeito que ele nos ensina e ordena, deixando de lado nossas experi- 3 ências, convicções, modelos e estratégias. Quanto à multidão, não há razão para temor: a minha multidão pode ser de uma pessoa só, a sua de milhares. Afinal, Paulo nos ensina quando diz aos irmãos de Corinto: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento” (I Co 3.6). A questão é: você tem buscando realizar a pesca maravilhosa a que você foi convocado? Qual foi a última vez que você falou de Jesus para alguém? Saiba que a minha multidão de uma pessoa, somada às multidões de dezenas, de centenas, de milhares, certamente será uma multidão de milhões, tornando-se, enfim, uma pesca maravilhosa não de varinha, mas de arrastão! Mais ação, mais unção, mais proclamação, mais missão – e os resultados virão, pelo poder e graça de Deus. 4 o jornal batista – domingo, 15/06/14 reflexão GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia Como Águias Voarão Cleverson Pereira do Valle Pr. da PIB em Artur Nogueira - SP A Bíblia registra a história de Daniel e seus amigos no livro que leva o seu nome. Eles viveram em uma época em que a sua nação Israel foi levada cativa pelo Império Babilônico. No primeiro capítulo de Daniel lemos as exigências do rei para trazer jovens da linhagem real para servir no palácio. Eles deveriam ser: jovens em quem não houvesse defeito algum, de bela aparência, dotados de sabedoria, inteligência e instrução, e que tivessem capacidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus. Francisco Mancebo Reis C ontrastando com o monólogo ou solilóquio, o diálogo é colóquio, conversação, e bate de frente com a postura de um ditador, chefe supremo, soberano exclusivista e arrogante. Na família patriarcal, o marido era senhor, professor, sacerdote, juiz, dono da verdade. Via de regra, falava e não ouvia. Dava ordens sem admitir questionamento. Como é hoje? Nas diversas esferas da atuação humana sugere-se o diálogo. Orçamento participativo pressupõe a opinião do povo. Greves forçam entendimentos das partes interessadas. Invasores de terras querem atenção para suas O objetivo do rei era babilonizar estes jovens. Eles receberam novos nomes, já que os nomes Daniel, Misael, Azarias e Ananias faziam referência ao Deus de Israel, o Deus criador dos céus e da terra. Os novos nomes faziam referência aos deuses pagãos. Esses jovens agora estavam em um país diferente, língua diferente, cultura diferente e longe do culto monoteísta. O rei pediu para dar uma alimentação com as iguarias do palácio, ou seja, a comida que ele próprio comia, para esses jovens. Daniel e seus companheiros tomaram uma decisão firme. O versículo 8 diz: “Daniel, porém, propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se rei, nem com o vinho que ele cansarão; caminharão, e não bebia; portanto pediu ao che- se fatigarão” (Isaías 40.31). fe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar”. alando em nome do Porque Daniel não quis Senhor, Isaías argucomer as iguarias do rei? A menta sobre a imporcomida real era sacrificada tância de dependeraos deuses pagãos (ídolos) mos do Senhor. Segundo o e participar desta refeição rumo natural das coisas, diz seria ofender o coração de ele, “até os jovens se canDeus. Daniel foi firme, não sam”. Entretanto, “os que esse submeteu às imposições peram no Senhor renovarão do sistema. as suas forças, subirão com Algumas lições podemos asas como águias, correrão e aprender com este episódio: não se cansarão; caminharão 1. A exemplo de Daniel, e não se fatigarão” (Is 40.31). somos desafiados pelo sisteA Bíblia quer que não sema mundano todos os dias. jamos fantasiosos nas nossas 2. É preciso ser firme para convicções. Por exemplo: é não nos curvarmos às tenta- natural ficar cansado, quando ções diárias. gastamos nossa energia. É Portanto, ouse ser firme. natural ficar exausto, quando Não faça o que todo mundo não damos tempo ao repouestá fazendo, mas faça aquilo so. Não importa nosso nível que é da vontade de Deus. de saúde contra o próprio corpo e a própria alma, quando se envolvem “de corpo e alma”, sem descanso, no trabalho profissional. E, mesmo, no Reino. Ao focalizar este tema, Isaías enfatiza a importância de recuperar nossa energia. Recuperar, não de qualquer jeito. Ou, segundo palpites humanos. O caminho é: “os que confiam no Senhor”. Levar a sério o Senhor, em nossa vida diária, é a fonte bíblica da renovação de nossas energias. E é, também, o indicador do nível do progresso cristão. Confiar no Senhor, dentro do grande contexto bíblico do que significa “confiar”, não somente renova forças. Esperar no Senhor aumenta a fibra de nossa musculatura física e espiritual. E, por isso, nos permite ir mais longe, subindo “com asas como águias”. reivindicações. Bandidos fazem reféns e esperam por quem dialogue com eles (e como são malvados!). Professores que se neguem a ouvir alunos perdem espaço na sala de aula. Pastores desatentos às ovelhas sofridas, carentes de um tempinho para expor problemas e buscar soluções, longe estão do verdadeiro pastoreio. E na família? Vamos refletir um pouco sobre algumas implicações do diálogo? 1. Transparência. Quer dizer: diafaneidade, limpidez, clareza. Diáfano se opõe a obscuro, escondido, invisível. Convém expor sentimentos, insatisfações, erros, medos, sonhos – tudo com franqueza e sinceridade. 2. Abertura. Dos vários sentidos dessa palavrinha, interessa aqui a ideia de acessibilidade, flexibilidade. Já é badalada a expressão: “Estou aberto ao novo”. Resta avaliar se isso vai além da cortesia contida na linguagem bonita e cativante. O novo deve referir-se ao que o outro pensa e diz, a inovações, não significando pronta adesão, mas disposição para lidar com o diferente, de cabeça e coração receptivos e com uma visão crítica, disciplinada. 3. Aprendizagem. Sendo um ser educável, o homem recebe informações e formação. Não apenas transmite o saber. Inserido num processo de troca cultural, torna-se mestre e discípulo. A abertura posta em prática propicia aprendizagem constante. Afinal, possuímos muitos pais e mães – jornais, revistas, televisão, internet, etc. E as pessoas com quem convivemos? Quantas lições têm a oferecer! 4. Crescimento. Só existe aprendizagem quando crescemos. Como andam os nossos relacionamentos na rua, dentro de um ônibus, no trabalho, na escola, na igreja, na família, na vizinhança? A qualidade do diálogo (não só a intensidade) também determina conquistas saudáveis e o fortalecimento da comunhão. Num pequeno folheto, li a respeito de um filho perguntando ao pai: _ Pai, posso ir à casa de meu colega? _ Não, respondeu o pai. Pouco depois, o filho repetiu a pergunta, e a resposta foi a mesma. Na terceira tentativa, o filho perguntou: _ Pai, por que não posso ir à casa de meu colega? (cobrava uma explicação). _ Eu sou seu pai, você é meu filho, e já disse que não, concluiu o pai autoritário. Inutilmente aquele estudante tentou o diálogo com seu pai. Lamentável, não acha? Quantas frustrações e ressentimentos, inclusive rompimento de relações, a família evitaria, se cultivasse mais a sensibilidade e a prática do diálogo! Para refletir: “Um relacionamento no qual uma pessoa fala o tempo todo e a outra escuta o tempo todo é um relacionamento de terapeuta paciente, não uma amizade” (Roger Horchow, em A Arte de fazer amigos). F o jornal batista – domingo, 15/06/14 reflexão E Pr. Carlos Alberto Pereira – PIB Em Três Marias – MG “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3.6). U m dos atributos divinos é a imutabilidade! Apesar de os homens mudarem de opinião, de crença, de modo de vida, Deus não muda seu amor pela humanidade. Em Hebreus 13.8 lemos: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”. O imutável amor de Deus pelos homens fica caracterizado e fundamentado de maneira clara quando Jesus diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça; mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). O que queremos expressar quando afirmamos tais realidades? Queremos dizer que Deus tem fixado os olhos em você para que tenha uma vida de qualidade espiritual, física e eterna. O profeta Jeremias, sendo boca de Deus, isto é, sendo instrumento pelo seu Espírito, transmite-nos o seguinte: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29.11). Para que você tenha a realidade de Deus em sua vida, você deve entregar seu coração a ele! O sábio Salomão, sendo também boca de Deus, assevera: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos” (Pv 23.26). Prezado leitor, entregue sua vida, seu coração ao Senhor Jesus e sua vida não será mais a mesma! Experimente fazer tal decisão! Deus, em sua infinita misericórdia, ainda lhe diz: “Vinde, então, e arguí-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Is 1.18). Deus não mudou! Ele ainda continua resgatando todo aquele que verdadeiramente quer uma mudança de vida, vida esta espiritual, física, emocional e eterna! Hoje é o dia! Não postergue tal decisão! Jesus nos afiança, dizendo: “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu pai que está nos céus” (Mt 10.32). Confesse-o como seu Salvador e Senhor! Tal confissão você a faz com a sua boca conforme nos exorta o apóstolo Paulo em Romanos 10.9-10. Deus o abençoe! ra o culto da vigília em uma igreja batista. No momento da celebração da Ceia do Senhor, aconteceu um fato inesperado que deu início a uma completa mudança no ambiente do culto e na vida da igreja. Ao celebrar o cálice, com toda a humildade, com profunda espiritualidade, quando muitos irmãos sentiam a real presença de Jesus, o jovem pastor ergueu o seu cálice à altura dos olhos e disse: “Vamos dar oportunidade para que se você tem uma amizade sincera com alguém com quem tem trabalhado lado a lado na vida cristã, saia agora do seu lugar e troque o seu cálice com esse irmão como demonstração de amor por causa do sangue de Jesus; mas se há alguma pessoa que cometeu uma falha contra alguém ou tem mágoa no coração contra algum irmão ou irmã, você também pode sair do seu lugar e trocar o seu cálice com o dessa pessoa como sinal de perdão e reconciliação no poder do sangue de Jesus”. Uma jovem senhora saiu do seu lugar e se dirigiu ao pastor. Ela e seu marido tinham tido uma discussão muito severa com o pastor dois meses antes no gabinete pastoral. Na discussão, sem revidar, sem perder a serenidade, o pastor foi humilhado e ouviu palavras depreciativas quanto à sua pessoa como pastor. Toda a igreja sabia do acontecido e por isso houve uma grande emoção quando ela, chorando, abraçou o pastor e pediu-lhe para trocar o seu cálice com ela como demonstração de perdão e sincera reconciliação. Foi um gesto de grandeza e dignidade a que todos os cristãos deveriam dar lugar. Emocionado, o pastor aceitou a troca, retribuiu o abraço e a irmã voltou para o seu lugar. Em seguida, o pastor deixou a mesa da Ceia com o cálice à mão e se dirigiu ao esposo daquela irmã. Disse-lhe que desejava a sua amizade, ambos se abraçaram comovidos, selando o pacto de reconciliação simbolizado no cálice memorial do sangue purificador de Jesus. Não houve quem não se comovesse e os mais sensíveis choravam, alguns copiosamente. Em seguida, vários irmãos saíram dos seus lugares, atravessaram todo o santuário e 5 aconteceu uma grande manifestação da presença e da graça de Jesus. Feridas antigas foram cicatrizadas, mágoas foram confessadas e perdoadas numa demonstração viva da eficácia do sangue cujo símbolo os participantes sustentavam nos seus cálices. O pastor respirou fundo, suspirou aquele suspirar de gratidão a Deus e ordenou, citando as palavras de Jesus: “Bebei dele todos”. Bebei dele todos, ali naquela celebração, significava, que todos deveriam compartilhar daquele momento de perdão, paz e reconciliação no sangue de Jesus. Nenhum membro da igreja deveria ficar fora de uma bênção tão maravilhosa. Nos domingos seguintes, o ambiente espiritual na igreja mudou. Passou a haver mais estreita comunhão, mais fraterno amor, mais alegria, mais fervor espiritual, menos espírito de crítica, menos murmuração. Estes fatos aconteceram em uma igreja como todas as igrejas, onde sempre há fraquezas, malquerenças, falta de perdão e necessidade de reconciliação. De todos esses males, o sangue precioso de Jesus é eficaz para nos purificar e essa deve ser nossa disposição, esse deve ser nosso anseio sempre que, como igreja, nós nos reunimos para celebrar o cálice memorial do sangue de Jesus, que nos purifica, precisa nos purificar de todo o pecado para que a igreja seja o pão divino, o divino corpo de Cristo na Terra. Em tempo: a simples troca de cálices não produzirá os mesmos efeitos, será mera formalidade social, se não houver o mover do Espírito nos corações, a partir do coração do ministro que preside a celebração. Não será a troca de cálices, mas a mudança de atitude que vai produzir o avivamento que aconteceu naquela igreja. Troca de orgulho por humildade, troca de frieza espiritual pelo sincero fervor, troca da ira pela paz e da mágoa pelo perdão. A troca de cálices, de pão, ou de bíblias para uma leitura, pode se gesto banal, sem proveito, novidade apenas, se não for algo que venha do Espírito de Deus e nos torne dignos dessa celebração. É desse sangue bendito e purificador que Jesus diz, ao instituir a Ceia do Senhor: “Bebei dele todos”. 6 o jornal batista – domingo, 15/06/14 Isaltino Gomes Coelho Filho (In memoriam) (publicado originalmente na revista “Você”) “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e são muitos os que entram por ela; pois a porta é estreita, e o caminho que conduz à vida, apertado, e são poucos os que a encontram” (Mt 7.13-14). Os hebreus caracterizavam a vida como sendo uma caminhada. Para eles, viver era caminhar neste mundo. Aliás, o nome “hebreu” tem a ideia de “caminhante”. O primeiro homem chamado de “hebreu” foi Abraão Gênesis 14.13, porque era peregrino, um caminhante. O Salmo 1 trata disso: viver é escolher um caminho, sendo que, apesar de parecer serem vários, há apenas dois: um com Deus e outro sem ele. Estes dois caminhos têm características diferentes e as pessoas que andam por eles terminam em destinos diferentes. Os caminhos são escolhidos pela visão espiritual das pessoas. Os caminhos escolhidos acabam formatando o caminhante dentro de um estilo de vida. Ou seja: os caminhos são es- colhidos pelos caminhantes como uma opção de vida e isso lhes confere certos traços de caráter. Viver é escolher um caminho por onde andar. E este caminho escolhido, seja o com Deus ou o sem Deus, deixará marcas em nossa vida e nos levará a destinos diferentes. O caminho define nosso destino final, mas, antes disso, define nosso caráter. Jesus usou esta figura de caminho em seu ensino, quando a aplicou a si, dizendo que ele era “o caminho” (Jo 14.6). E também aplicou a si figura de porta (Jo 10.9). Isto significa que segui-lo é fazer a escolha correta de vida. É como se ele dissesse: “Querem viver bem? Eu sou a escolha correta que vocês devem fazer!”. No texto citado, ele usa as duas figuras em conjunto, porta e caminho. Portas guardam semelhança com caminhos. São lugares por onde as pessoas passam. E são opções que as pessoas fazem. Há um caminho espaçoso e uma porta larga, diz ele. Serão as melhores escolhas? Para muita gente, quantidade é sinal de verdade. É assim que tantos dão crédito às pesquisas de opinião para tomarem decisões. Se há muita gente fazendo algo, esposando uma ideia, ou apoiando um movi- reflexão mento, então isso é o certo. Da mesma maneira, se há pouca gente, então é o errado. Um pastor luterano contou que quando foi empossado no primeiro pastorado de uma igreja, aos 23 anos, havia apenas cinco pessoas no culto. Todas idosas, sendo que uma dormiu todo o tempo do culto. Do lado de fora, Hitler fazia uma passeata arrastando atrás de si 100.000 jovens alemães encantados com seu discurso político. Ele se perguntou: “Será que vale a pena o que estou fazendo?”. Aquele jovem se tornou um dos maiores pastores da Alemanha, sua igreja veio a ser uma das maiores do país, e Hitler arruinou a nação. Guarde isto: maioria não é sinal de verdade. Pressão de um grupo não torna algo lícito ou correto. Uma multidão a favor do aborto, do homossexualismo, ou de outras atitudes que a Bíblia rejeita não lhes tira o caráter de errado. Não é verdade que “a voz do povo é a voz de Deus”. Se fosse assim, os linchamentos seriam moralmente corretos, e a lei seria desnecessária. A verdadeira voz de Deus está na Bíblia, que é a Palavra de Deus. A voz de uma multidão não é a verdade. A multidão gritava freneticamente em Jerusalém: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. E estava errada. Caminhos largos e espaçosos e portas largas e espaçosas podem ser mais cômodos, mais agradáveis, mas podem conduzir à ruína. Caminhos apertados e portas estreitas podem ser desconfortáveis, mas podem ser a opção correta. O ensino de Jesus nunca contará com mais seguidores que o caminho do erro. Porque Jesus oferece mais, mas faz exigências morais. As pessoas querem o mais, mas não querem freios. Querem um Jesus que as abençoe e as conduza mesmo com elas vivendo em pecado. Esse Jesus só existe na imaginação delas. O Jesus real, revelado no Novo Testamento, é o Salvador, é aquele que pode abençoar grandemente uma vida, mas não deve ser confundido com um Papai Noel bonachão. É o Senhor, que nos chama a viver a vida de acordo com o seu caminho, e não de acordo com os nossos caminhos. Quando você for pressionado a imitar os colegas e a abandonar seus padrões cristãos para não ser chamado de nerd, fundamentalista, ou seja, lá o que for, lembre-se de que o caminho da multidão nem sempre é o caminho de Jesus, que é o caminho certo. A porta larga, por onde entra todo mundo, e do jeito que quer, não é o caminho da vida, mas da morte. Não se encante com tantas “bandeiras” que você vai encontrar em sua vida, sob a alegação de serem bandeiras justas, democráticas ou libertárias. Muitas dessas bandeiras são, na realidade, mortalhas. O caminho da verdade e da retidão, o caminho de Jesus, é estreito porque pede abandono do pecado. As pessoas querem seguir o outro caminho e preferem a outra porta porque não querem deixar seus pecados. Não as siga. Vá pelo caminho estreito. Entre pela porta estreita. O caminho e a porta da minoria que quer Jesus e não aceita ser formatada pelo mundo. Lembre-se bem disso: para seguir a Jesus é preciso ter coragem. Coragem de dizer não à voz da maioria, e coragem de querer a porta que parece insignificante. Seguir a Jesus não é para fracos, tipo “maria vai com as outras”. É não ceder ao pecado que a mídia mostra como normal, chamando quem não concorda com ela de “fanático”. Por isso, siga pelo caminho estreito. E entre pela porta estreita. Você terá um bom caráter. E um futuro de glória. o jornal batista – domingo, 15/06/14 missões nacionais 7 Participe da Semana de Combate às Drogas E m dezembro de 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) designou a data de 26 de junho como o Dia Internacional Contra Uso e Tráfico de Drogas. No Brasil, o dia 26 de junho é marcado pelo Dia Nacional de Combate às Drogas, tendo comemorações estendidas por mais de uma semana, tal a importância que o tema suscita em toda a sociedade. Essas comemorações são ainda mais importantes para organizações que trabalham diretamente neste combate, uma vez que estas comemorações reforçam e reafirmam a importância desde trabalho, bem como o crescimento e a continuidade do mesmo. Por este motivo, esta data é muito importante para a equipe do projeto Cristolândia. Missões Nacionais preparou uma semana cheia de atividades para comemorar Dia Nacional de Combate às Drogas e o aniversário de 5 anos da Cristolândia. A programação oficial acontecerá de 22 a 28 de Junho, nas sete cidades onde já temos trabalho com a Cristolândia: Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Salvador, Belo Horizonte, Recife e Brasília. No Brasil, 6 milhões de pessoas já usaram crack ou cocaína. Isso faz com que o nosso pais represente 20% do consumo mundial destas drogas. Não podemos ver estatísticas tão assustadoras e não reagirmos a elas. A Cristolândia é uma iniciativa exemplar, dos batistas brasileiros, no combate nacional às drogas. Em 2013, o projeto realizou cerca de 67 mil atendimentos à dependentes químicos. Nestes atendimentos, os dependentes receberam sessões de higiene e cortes de cabelo, roupas novas e alimentação. Além disso, alguns dependentes, com ferimentos leves, receberam primeiros socorros e aqueles que apresentavam ferimentos graves foram encaminhados ao hospital. Nestes atendimentos, a Cristolândia convida os dependentes a ingressarem no seu programa terapêutico de recuperação, ca- pacitação e profissionalização, para que as pessoas se libertem do vício e possam ser reintegradas à sociedade. Também em 2013, batemos o recorde de mais de 2 mil pessoas internadas em nossos centros de recuperação. Hoje são 33 unidades de atendimento espalhadas pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Salvador. DADOS DA VIDA REAL P BUSQUE TRATAMENTO PSICOLÓGICO OU ESPIRITUAL 29,2% mencionaram que iniciaram a utilização do crack depois de perdas afetivas, problemas familiares ou violência sexual. P SAIBA SELECIONAR SEUS AMIGOS A pressão de amigos foi citada por 26,7% dependentes de CraConfira dados de pesquisa ck como motivo para início da com dependentes realizada pelo utilização. Ministério da Justiça e da Saúde (MJS), entre 2011 e 2013, e LeELES QUEREM SAIR DESSA vantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), de 2012: A pesquisa realizada pelo MJS mostra que 78,9% dos entrevisP NÃO SEJA CURIOSO tados manifestaram o desejo de tratar-se, embora apenas uma 45% dos dependentes experi- minoria acesse os centros de mentaram cocaína pela primeira atendimento para dependentes vez antes dos 18 anos químicos. 58,3% dos dependentes disseram que sentiram vontade ou Com a sua ajuda poderemos curiosidade de sentir o efeito da fazer muito mais. Confira a prodroga e por isso experimentaram gramação na imagem abaixo: 8 o jornal batista – domingo, 15/06/14 G rande parte da população do mundo se concentra nas cidades. A vida do homem tem se constituído cada vez mais urbana, pois pessoas estão na busca de melhores condições de estudo e trabalho. As cidades são esses locais de encontro, marcadas por serem pontos de aglomerações onde podemos encontrar uma diversidade de indivíduos, cada um em busca de seus interesses, sejam pessoais ou coletivos. É desse encontro que surgem grupos de gente, pessoas que identificam-se umas com as outras formando diversas tribos através dos interesses e aspirações que tem para si ou para a cidade. Existem também grupos indiferentes a tudo que acontece ao seu redor, e também uma grande parcela de pessoas sem oportunidades e menos privilegiadas, são formadas não por seus sonhos, busca ou ideais, mas pelas inúmeras situações difíceis da vida, como os que são: excluídos, injustiçados, desabrigados, gente que sofre diversos tipos de violência, os que não têm voz perante a sociedade. É neste cenário que a igreja está infiltrada, não como meros expectadores, mas como o corpo de Cristo que se move e está inserida na rotina da cidade e pode intervir de maneira profética, iluminando a cidade. Sentimos que a vocação de Deus, nesta hora, nos convoca como Juventude Batista Brasileira a uma vivência missional comprometida, sabendo que o contexto de toda nossa missão é a cidade e o mundo no qual vivemos. Jesus anunciou e viveu o Reino de Deus e desafiou-nos a fazer o mesmo. Nesse reino, Deus está notícias do brasil batista notícias do brasil batista o jornal batista – domingo, 15/06/14 no centro e dá sentido para a vida toda e a vida de todos. Iluminar a cidade tem a ver com gente que faz o amor de Jesus acontecer na vida do outro. Acreditamos que ações simples trazem benefícios à vida das pessoas e que não podemos menosprezar o impacto de pequenas atitudes. Ao invés de só falar do Reino de Deus vamos fazer ele acontecer, essa é a nossa proposta de vida para a juventude batista. É pelo amor que seremos conhecidos. Chegou a hora de colocarmos as nossas ideias em movimento, mudar comportamentos e praticar a bondade como nunca antes. O mês da juventude está chegando e preparamos um material exclusivo para você desenvolver com a galera da sua igreja através do site cidadeiluminada.com Acompanhe todas as sugestões de ações em #30Dias para você e a galera da sua igreja realizarem no mês da juventude. Qual mês? O mês que for interessante pra você juntar o pessoal e fazer coisas incríveis pela sociedade. Preparamos também uma super série de devocionais pra que você possa refletir e se inspirar para essa jornada. A gente quer muito ver o que Deus tá fazendo através da galera! Nos deixe por dentro das novidades. Sempre que iluminarem por aí, fazendo coisas legais, contem pra gente. Use a hashtag #iluminaracidade através das redes sociais. Gilciane Abreu Diretora Executiva da JBB 9 10 o jornal batista – domingo, 15/06/14 notícias do brasil batista O Pastor Billy Kim estará em São Paulo Pr. Paulo Eduardo, Presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo A ssim que fui eleito presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo, tomou conta da minha mente a compreensão de que precisaríamos fazer da próxima assembleia, uma assembleia muito especial. Em 2014, estamos completando 110 anos de convenção estadual, e isso por si só já seria um motivo mais do que suficiente para que algo especial aconteça entre os batistas de São Paulo neste ano. Mas confesso que, além disso, como presidente, tenho me encontrado com muitos pastores que tem manifestado desejo profundo de experimentar um ministério arrojado, ousado, fortalecido em suas igrejas, e pela graça de Deus, muitos destes pastores tem conseguido implementar este perfil ministerial onde o Senhor da obra os tem colocado. Entendi então que a nossa Convenção precisa refletir esta visão de muitos dos nossos líderes. Foi assim que surgiu a proposta de termos no próximo encontro anual dos batistas de São Paulo, um grande conferencista internacional. Após um tempo de oração e reflexão sobre diversos possíveis nomes, chegamos ao nome do pastor Billy Kim. Billy Kim fundou e pastoreou por mais de 40 anos a Igreja Batista Central de Swon, Coréia do Sul, presidiu a Aliança Batista Mundial no período de 2000 a 2005, e atualmente dirige a maior rede de rádio do planeta, voltada para a evangelização do mundo asiático, a Far East Broadcasting Co. , cuja sede fica em Seul. Ele tem se notabilizado como um grande avivalista, que com um fervor incontido, tem incentivado a encorajado a igreja do Senhor Jesus a viver uma espiritualidade intensa e fortalecida, e a lançar-se numa ação evangelizadora de grande impacto ente as nações. Depois de trocar alguns e-mails com ele, obtivemos a sua confirmação final aceitando o nosso convite para estar em nossa próxima assembleia anual, que acontecerá de 16 a 19 de julho, na cidade de Jundiaí, cidade que já é considerada como grande São Paulo. Mas confesso que este não é o único motivo pelo qual escrevi este artigo. Logo depois de ter aceitado ao nosso convite, o pastor Billy Kim me convidou para visitar a Coréia do Sul e pregar em sua igreja e em diversas outras igrejas e lugares, antes da sua vinda ao Brasil. Esta viagem aconteceu entre os dias 10 e 15 de abril. Na verdade, estou escrevendo este texto durante um trecho do meu retorno, um longo voo de quase 15 horas entre Seul e Dallas (EUA). Reconheço que estou impressionado com o que vi. Com muito cuidado para não ser adolescente em meu entusiasmo, não tenho outra coisa a dizer: estou impressionado com o que vi e vivi entre os evangélicos naquele país. Na tentativa de descrever um pouco desta preciosa experiência que Deus me concedeu, mencionarei a seguir algumas das minhas impressões do que testemunhei. Em primeiro lugar, é inevitável que eu cite a liderança do pastor Billy Kim. Ele é um notável líder batista, com grande influencia no mundo evangélico, assim como em altas esferas políticas, governamental e econômico de sua nação, e de diversas partes do mundo. Para que se tenha uma ideia da força da sua liderança, o pastor conhece pessoalmente o secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, e periodicamente vai à Nova York para ter um tempo de oração e meditação bíblica com este que é uma das figuras mais estratégicas na diplomacia internacional. Ainda em seu círculo de amigos pessoais, ainda estão George Bush, ex-presidente dos Estados Unidos, e Billy Graham, que dispensa qualquer apresentação. No entanto, é muito, mas muito significativo o quanto o pastor Billy Kim se conserva simples, extremamente dependente de Deus, íntegro e cheio de unção. Nestes cinco dias que convivi de perto com ele, isso ficou nítido em minha percepção: o lidar com altos escalões da economia, da política e da diplomacia do mundo atual não lhe custou à simplicidade e a inteireza de coração, e muito menos a mais absoluta sujeição ao Senhor Deus. Em segundo lugar, menciono o que vi nas igrejas onde estive. Preguei em três cultos do dia 12 (domingo) na Igreja Batista Central de Swon. Foram três celebrações com a casa lotada, com os dois mil assentos ocupados, nos quais pude ver um povo apaixonado pela Palavra, tomado por um fervor coletivo contagiante, disciplinado no cultivo da espiritualidade, comprometido com a igreja, e submisso à liderança pastoral. Já há dez anos que o pastor Billy Kim não é mais o pastor da sua igreja. Quando terminou o seu mandato como presidente da Aliança Batista Mundial em 2005, ele entregou o ministério pastoral titular para que um novo líder assumisse, e também para que ele pudesse se dedicar à obra de evangelização mundial mais plenamente. Há quase dez anos, a Central de Swon tem sido conduzida pelo pastor Joseph Ko, um líder também muito forte, de coração sensível, e pelo que vi, tem sido grandemente usado por Deus e bem sucedido, não apenas para a manutenção do que foi construído antes dele, mas também para que a igreja continue a sua caminhada arrojada, assumindo novos e grandes desafios. Neste mesmo domingo, à noite preguei em uma igreja presbiteriana da cidade de Seul, a Eupyeong First Presbyterian Church, uma grande igreja, que inaugurou recentemente o seu novo prédio e o novo templo, também com capacidade para cerca de duas mil pessoas. Percebi as mesmas características, ou seja, uma igreja cujas prioridades absolutas na dinâmica eclesiástica são a oração, a meditação bíblica, a vida pessoal com Deus. Nas minhas conversas e andanças com os crentes da Coréia, notei o quanto faz parte da cultura evangélica daquele país o entendimento de que vida pessoal com Deus, o ardor espiritual, a profundidade no conhecimento bíblico e a integridade no viver precedem, ou precisam preceder, todo e qualquer engajamento eclesiástico e denominacional. Em outras palavras, não dá para servir a Deus sem andar bem perto de Deus. É muito difícil trabalhar para Jesus e compartilhar seu amor com outros, sem experimentar intensamente a sua presença na própria vida. Esse é um conceito muito forte e generalizado entre aqueles irmãos. Sim, é verdade que uma rápida análise do comportamento das sociedades humanas nos ajuda a entender um pouco da espiritualidade intensa vivida por grande parte dos nossos irmãos na Coréia. Sabidamente, o oriental é inclinado à meditação e à disciplina comportamental. Mas será que nós, ocidentais, excessivamente pragmáticos, muito preocupados com a funcionalidade das coisas, não precisamos assimilar pelo menos um pouco deste traço mais reflexivo e devocional típico dos cristãos do outro lado do mundo? Olhando para o ministério do Senhor Jesus, vendo-o se retirar costumeiramente para o Getsemane a fim de orar, acordando nas madrugadas para cultivar a sua comunhão com Deus, a quem ele chamava de Pai, exaltando o exemplo de Maria, que escolhera quedar-se aos seus pés, e repreendendo Marta por estar agitada nos muitos afazeres domésticos, concluo que este é um traço daqueles irmãos que seria bastante enriquecedor à nossa vida pessoal, às nossas igrejas e à nossa querida denominação batista. Em terceiro e último lugar, menciono o fato de o pastor Billy Kim ser um homem muito bem relacionando com outras lideranças evangélicas, sem que isso comprometa a sua solidez doutrinária e o seu vínculo com a obra batista em seu país e no mundo. Foi muito bom ver a sua igreja fervorosa e solidamente edificada sobre os alicerces doutrinários nos quais nós cremos. Foi muito bom vê-lo tendo encontros com outros grandes líderes, sem que isso o conduza para outras tendências que ameacem as suas convicções doutrinárias. Na segunda feira, dia 14, ele me levou para almoçar com a diretoria da Convenção Batita Coreana. Neste mesmo dia, à tarde, numa conversa em seu escritório, ele me perguntou: Paulo, você gostaria de conhecer pessoalmente o pastor Paul Young Cho (fundador da mega IGREJA DO EVANGELHO PLENO, e autor do Best seller Quarta Dimensão)? O que eu ia dizer? É claro que sim! Ele então tomou o seu telefone, e após 5 minutos de conversa numa ligação, ele me disse: amanhã, às seis e meia da manhã, nós oraremos juntos e tomaremos o café, eu, o pastor Paul e você. Não me sinto acanhado em dizer que aquele foi um momento muito especial para mim. Conversar por cerca de uma hora e meia com o pastor Billy Kim, juntamente com o homem que apresentou ao mundo evangélico a proposta de a igreja se organizar em pequenos grupos familiares, foi muito especial. Senti-me extremamente honrado. Certamente tenho muito mais coisas a dizer, mas concluo aqui este texto, afirmado que estou convicto de que a vinda do pastor Billy Kim à próxima assembleia da Convenção Batista do Estado de São Paulo será um acontecimento muito especial. Entendo que Deus está nos concedendo esta valorosa oportunidade de ouvir de perto este grande homem. Como presidente da CBESP, convido os batistas brasileiros para estarem conosco naqueles dias. Será um grande prazer para o povo paulista receber os batistas de muitos outros estados. Os que não puderem vir, acompanhem as suas pregações ao vivo no site da nossa convenção. Ele falará em todas as noites. Não tenho dúvidas, naqueles dias, seremos grandemente abençoados! o jornal batista – domingo, 15/06/14 missões mundiais Gestos que falam Rosângela Teck – Missionária da JMM no Huambo, Angola A credito que muitos missionários, pelo menos uma vez em seus ministérios, perguntaram-se: “Como vim parar aqui neste país?”. Isso me ocorreu várias vezes em momentos difíceis ou experimentando um momento de choque cultural. Depois de 22 anos em Angola, ainda tenho aprendido sobre a cultura deste povo. São detalhes que, por falta de intimidade, eu não tinha experimentado antes. Se você quer conhecer a cultura de um povo, precisa viver com eles os momentos mais importantes de suas vidas: nascimento, casamento e morte. São nesses eventos que estão presentes os rituais e nos quais é demonstrada claramente sua filosofia de vida. Nesses últimos meses, pude observar mais de perto algumas tradições do povo. Pela primeira vez, meu esposo, Pr. Sabino Teck, e eu aceitamos ser padrinhos de um casamento e participamos de algumas reuniões familiares como a chamada “continuação” – literalmente a continuação da festa de casamento no dia seguinte às núpcias. Nesta ocasião, participam somente os noivos, os familiares e os padrinhos. Uma semana depois, estávamos no funeral de uma pessoa da mesma família. Um ritual diferente é que, depois do enterro, todos voltam à casa da pessoa que morreu para fazerem uma refeição juntos e se consolarem após a perda. Só depois disso é que se dispersam paulatinamente. 11 Assim, rindo com os que se alegram e chorando com que sofrem, é que podemos fazer parte da vida deles. Isso os toca profundamente e abre seus corações para o evangelho. Depois de momentos como esses, temos visto pessoas se entregando a Cristo e dizendo: “Também quero fazer parte da sua igreja”. Apesar de nossa imperfeição, temos procurado amar não somente em palavras, mas em atitudes, porque a voz de Deus se ouve através da demonstração diária de seu amor. E quando eu tento responder a mim mesma como vim parar em Angola, o Espírito de Deus me consola e me traz à memória que Ele que trouxe aqui para fazer ouvir sua enxergam, pobres e ricos, gozando do que lhes dá alevoz, tanto a ouvintes quan- vivendo o que eles vivem, gria. Enfim, demonstrando to a surdos, cegos e que sofrendo o que eles sofrem, seu infinito amor. Igreja alcança alvo histórico de oferta do Dia Especial Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais A pesar de ter uma economia considerada frágil, o Amapá começa a despertar para Missões. Um promotor voluntário desse estado da região norte do Brasil escreveu ao nosso missionário mobilizador na região, Luiz Carvalho, para falar de sua alegria ao saber que sua igreja alcançou um alvo histórico para a oferta do Dia Especial de Missões Mundiais. O objetivo dele agora é mostrar às igrejas do Amapá que Missões transculturais não se faz apenas durante o período de campanha, no primeiro semestre de cada ano, mas durante o ano inteiro. No Amapá, o Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todas as riquezas produzidas no estado – alcançou R$ 8,9 bilhões em 2011. Esses são os dados mais recentes, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Secretaria de Estado do Planejamento no dia 17 de dezembro de 2013. O número está bem abaixo do estado de São Paulo, cujo último PIB registrado foi de mais de R$ 475 bilhões, o maior do país. Mas isso não foi impedimento para a Congregação Batista Redenção, em Macapá, atingir uma oferta histórica para o Dia Especial, segundo o promotor Euler Viana. “A campanha ‘Entre em Campo com Cristo, pelas Nações’ foi uma bênção! Nossa igreja se mobilizou de uma forma incrível e, graças a Deus, conseguimos atingir um alvo histórico para a honra e glória do Senhor”, comemora Euler. Ele garante que o próximo passo é fazer a igreja entender que Missões se faz o ano inteiro. Para isso, ele tem feito propostas para que a igreja adote projetos missionários. Ele também tem levado outros irmãos da congregação a adotarem projetos de forma individual. Para o mobilizador Luiz Carvalho, o testemunho desta congregação é impressionante, com uma visão arrojada de investimento e serviço à obra missionária do nosso Senhor Jesus. “Espero que esta notícia possa ecoar como testemunho de engajamento, empenho e vitória no desenvolvimento de uma campanha para o sustento dos campos missionários”, diz Luiz. O mobilizador ressalta que a oferta alcançada por esta congregação em 2014 chegou ao patamar referencial de 5% de toda a oferta do Dia Especial enviada pelas igrejas do estado do Amapá à JMM em 2013. Para ele, este o início do despertar das igrejas amapaenses à obra de evangelização transcultural. “Deve prevalecer a existência da igreja fiel ao sustento dos campos do Senhor. É pela fidelidade aos desígnios de Deus que a igreja marcha sustentando, avançando e prosperando os desejos do nosso Deus para o mundo”, comenta o mobilizador. Marcia Carrilho, mobilizadora em Mato Grosso do Sul, também comemorou mais esta vitória para a expansão do Reino de Deus. “Que o Senhor continue dando forças e estratégias para que muito mais continue sendo feito. Que esse testemunho sirva de encorajamento para prosseguirmos ao alvo e que outros mais venham para a glória de Deus”, disse Marcia. O coordenador nacional de mobilização e eventos da JMM, Pr. Fernando Leiros, diz que é maravilhoso ver este tipo de envolvimento. Ele espera que continuar vendo a mão poderosa de Deus agindo nas igrejas batistas de todo o Brasil. Vale lembrar que as igrejas que ainda não mandaram a oferta do Dia Especial para a Junta de Missões Mundiais têm até o dia 30 de setembro para enviá-la, participando assim deste grande empenho para levar a Palavra de Deus aos povos não alcançados. Veja as formas para sua igreja enviar a oferta do Dia Especial: através do boleto bancário ou depósito (Banco Bradesco, agência 1125-8, conta corrente 59000-2). Caso não tenha recebido os boletos, escreva para pam@jmm. org.br ou ligue para a Central de Atendimento: 21221901/2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800-7091900 (demais localidades). 12 o jornal batista – domingo, 15/06/14 notícias do brasil batista notícias do brasil batista o jornal batista – domingo, 15/06/14 13 14 o jornal batista – domingo, 15/06/14 Ycléa Cervino A Casa da Amizade do Seminário de Educação Cristã, no Recife, completa no mês de maio 60 anos, anunciando “quão grande é nosso Deus”, pois desde 1954 continua perseguindo os mesmos propósitos iniciais de treinamento e serviço. Muitos obreiros de vários seminários, universidades e igrejas têm sido treinados e capacitados na área de evangelismo, serviço social, enfermagem, psicologia, pedagogia e assim por diante. Da mesma forma, milhares de pessoas foram ganhas para Cristo, discipuladas e encaminhadas às igrejas do Recife, de Pernambuco, do Brasil, e quiçá do mundo. Incontáveis pessoas foram tiradas da miséria, dos vícios, da marginalidade, da ignorância, da doença física e espiritual através das atividades e dos obreiros cheios de compaixão desta abençoada Othon Ávila Amaral, Historiador da Convenção Batista Brasileira) Esse artigo faz parte do Livro Efemérides Batistas – que em breve teremos seu lançamento. Como Historiador deixo aqui minha pequena homenagem e um Até Breve! N ascimento do Pastor Merval de Souza Rosa em 03 de agosto de 1926, em Altos, no PI. Filho de Francisco de Souza Rosa e Jesuína Maria do Espírito Santo. Ainda jovem encontrou o Senhor Jesus Cristo e sentiu a chamada para o Ministério da Palavra. Veio para a cidade de Recife, PE, em 1948, com 22 anos de idade, para estudar no Seminário Teológico ponto de vista A Casa da Amizade do SEC completa 60 Anos Casa. Podemos mencionar alguns exemplos: Pastor Maurício Avelino era alcoólatra inveterado, aceitou o evangelho através do testemunho da missionária Edith Vaughn, que foi a fundadora da Casa da Amizade. Ele foi transformado por Jesus Cristo, discipulado, encaminhado à igreja, depois ao Seminário Teológico. Formado, foi enviado ao sertão da Bahia onde fez um grande ministério. José Vicente Paixão, menino pobre que vivia na vizinhança, foi atingido pelas atividades da Casa da Amizade, toda a família se converteu, ele estudou no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, hoje é pastor na cidade de Bezerros, interior do estado de PE. A família Aragão veio do interior de Pernambuco, onde o pai era vendedor de galinhas. Foram morar em uma favela na vizinhança do prédio da CA, ouviram o evangelho, foram ajudados materialmen- te nos estudos, na saúde e de uma maneira abrangente foram transformados pelo poder do evangelho. Hoje mantêm um comércio próprio florescente, todos têm curso superior e glorificam a Deus com suas vidas. Severina Lima, residente em favela no bairro de Santo Amaro, foi convidada a participar do programa da CA, com seus filhos. Através dos estudos bíblicos se converteu, ganhou toda a família e os vizinhos para Cristo. Na sua rua se formou uma igreja que hoje é forte e ativa. Dos nove filhos, um é pastor, outro diácono, outro evangelista, uma é pastora, todos ativos glorificando a este tão grande Deus. Centenas de outros estudantes de teologia, de ministério social cristão, educação religiosa e música passaram, como estagiários, pela CA ou foram alcançados pelo evangelho e hoje servem a Deus nos diversos campos. Centros sociais semelhantes foram organizados por alunos treinados no SEC e no STBNB desenvolvendo estágio na abençoada Casa. Este ano (2014) estagiários de Serviço Social da Universidade do Paraná (UNOPAR), de Psicologia, da FACHO, de Jornalismo, da UNINASSAU, de Ministério Social e de Educação do Seminário de Educação Cristã estão sendo abençoados com um treinamento especial nas devidas áreas; desenvolvendo o programa do PEPE com crianças de 3 a 6 anos, atividades com adolescentes e com mães. As professoras Ábia Saldanha e Irani Nery, responsáveis pela direção da Casa, embora enfrentando problemas de várias ordens, têm vencido porque “grande é Jeová”, e este trabalho é dele. No futuro veremos os frutos de hoje, da mesma maneira, como hoje vemos os frutos de ontem, espalhados por todo o mundo, testemunhando deste Deus tão grande em quem nós cremos. Orem por este trabalho, pelos alunos, pelos obreiros, e pela comunidade onde a Casa está inserida e servindo. Pastor Merval Rosa Batista do Norte do Brasil. Bacharelou-se em Teologia e pouco tempo depois já era Professor na instituição que o preparou. Pastor, escritor, psicólogo clínico, tradutor (inglês e espanhol), professor universitário, administrador, conferencista, intérprete. Preparou-se para servir à Causa do Evangelho, à Denominação Batista e Evangélica, à Família e a Comunidade. Casado com Anita Calland Souza Rosa, com quem viveu mais de 50 anos, falecida em 07 de maio de 2006, foi agraciado por filhos que também se tornaram notável como os pais: Aneci, médica; Miriam, professora; Esdras, médico, Ester e Rute. Seu preparo acadêmico é impressionante: Seminário Teológico do Norte, 1954; Bacharel em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, 1958; licenciado em Letras Clássicas ainda pela UFPE, em 1961; Bacharel em Divindades pelo Seminário de Louisville, em 1964; Mestre em Teologia ainda pelo Seminário de Louisville, em 1965; Bacharel em Psicologia pela Universidade de Louisville, em 1968; Doutor em Psicologia Educacional pela Universidade Estadual do Kansas, em 1978. Na área pastoral o Pastor Merval de Souza Rosa pastoreou as seguintes igrejas: Tejipió, Recife; Jaboatão dos Guararapes; São Brás, Casa Amarela em Pernambuco; Primeira de João Pessoa, na Paraíba; New Hope Baptist Church em Louisville, Kentucky, nos Estados Unidos. Escreveu alguns livros editados pela Junta de Educação Religiosa e Publicações, JUERP: “Psicologia da Religião”, cuja primeira edição foi em 1971; “Problemas da Família Moderna”, 1979; “Antropologia Filosófica, Perspectiva Cristã”, 1996. Pela AFE, Associação Fluminense de Educação, “O Ministro Evangélico, sua Identidade e Integridade”, 1982; Pelas Vozes, “Psicologia Evolutiva”, quatro volumes (Problemática do Desenvolvimento, 1983; Psicologia da Infância, 1984; Psicologia da Adolescência, 1984 e Psicologia da Idade Adulta, 1984) e “Introdução à Psicologia”, 1995. Talvez ainda inédito o livro “Fundamentos Biológicos do Comportamento Humano”. Foi Reitor do Seminário Teológico Batista do Norte de 2004 até 2008 e professor desde 1954; foi professor titular de Psicologia da Universi- dade Federal Rural de Pernambuco, 1970-1996. Foi Professor e Diretor de outras instituições, Presidente da Assembleia da Convenção Batista de Pernambuco, em 1973, que unificou as duas Convenções, Pernambucana e Evangelizadora. O Pastor Merval Rosa descansou no Senhor no dia 09 de maio de 2014 com 87 anos de idade. o jornal batista – domingo, 15/06/14 ponto de vista 15 Departamento de Ação Social da CBB O que é o Espaço Voar E m 2007 a Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará, através de sua Coordenadoria de Ação Social, iniciou o Espaço Voar, um programa que busca oferecer as crianças ESPAÇO físico, emocional, de tempo e espiritual para que as crianças possam crescer e VOAR. O Espaço Voar é um programa socioeducativo para crianças de 7 a 11 anos, desenvolvido pelas igrejas e tem por objetivo proporcionar à criança um ambiente que promova a cidadania e a igualdade social, estimulando amor por valores morais, espirituais e sociais, através de atividades socioeducativas complementares. Não somente isto, mas oportuniza que as crianças, seus pais e parentes venham a conhecer Jesus Cristo e mobiliza os membros da igreja local para o serviço cristão à comunidade. O Espaço Voar funciona nas dependências das igrejas, durante a semana, no contra turno do período escolar. Neste programa crianças recebem apoio ao aprendizado escolar de maneira lúdica. As atividades desenvolvidas pelas crianças são orientadas por apostilas escritas pela equipe do Espaço Voar, que oferecem atividades de linguagem, matemática, cidadania, saúde, artes e espiritualidade. Todas as atividades tem um cunho lúdico, e são desen- volvidas ao redor dos temas das apostilas, que são: Minha Identidade; Meu Ambiente; Olimpíadas; Copa do Mundo; Coisas que Voam; Cuidando da Criação; Família, um projeto de Deus; Martin Luther King e Natal. No dia a dia do Espaço Voar as crianças desenvolvem diferentes habilidades, descobrem novos horizontes, fortalecem amizades, e recebem apoio do corpo de Cristo, os membros da igreja, em seu crescimento. Uma das motivações para fazer este trabalho encontra-se nas palavras do apóstolo Paulo. Escrevendo sobre a salvação pela graça em Efésios 2:8-9, o apóstolo nos adverte no versículo 10: “Fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, previamente preparadas por Deus para que andássemos nelas.” Este trabalho é uma das maneiras que temos, como igreja, de fazer boas obras, em obediência às escrituras. As crianças têm nos ensinado que vale a pena investir neste trabalho, pois elas têm desenvolvido em sua vida escolar, em seu conceito de cidadania, têm aprendido sobre o amor de Jesus e assim têm tido suas vidas transformadas. Nos sete anos de sua existência, o Espaço Voar já abençoou muitas crianças, e auxiliado às igrejas a fazerem uma ponte com a comuni- dade onde estão inseridas, abençoando as crianças. Desde 2010, e Espaço Voar cruzou as fronteiras do Ceará e, através do Departamento de Ação Social da CBB, agora tem sido desenvolvido por igrejas de seis estados brasileiros – Ceará, Pernambuco, Pará, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. Se você deseja conhecer mais sobre o Espaço Voar, ou mesmo participar de um treinamento, acesse a página: batistas/acaosocial e clique no link “Recursos infantis”, ou ainda entre em contato com DAS – CBB pelo e-mail: [email protected] (Haverá um treinamento no Rio de Janeiro de 25 a 27 de junho de 2014). Paulo Francis. Jr , vice-presidente da PIB de Presidente Venceslau - SP XX e são palavras do religioso Leonel Franca. O que chama a atenção neste contexto é o egoísmo dos jovens casais. Seria esse o grande problema das separações? Divergências à parte, o fato é que eu não sabia, até recentemente, que poderíamos dar uma festa para comemorar o fim de uma união que foi abençoada pelo Senhor Deus e que tinha como mote “até que a morte os separe.” E o “para sempre” também pode-se resumir a algumas horas, dias, meses ou apenas alguns anos. Não posso me desvincular das novas convenções humanas e da realidade. Contudo, salvo outro pensamento, vejo desta forma: que isso se transformou, além de pecado, numa tremenda heresia. É como se não somente pudéssemos desafiar Deus. É, infelizmente, uma maneira de debochar das coisas do Altíssimo. Será que temos condições de fazer isto? Durante um sermão, há poucos dias, ouvi uma advertência interessante baseada num livro que depois se transformou em filme: Um amor para recordar. É a história de uma menina, filha de um pastor, que se apaixona por um rapaz problemático do mundo. Numa das cenas, a garota está na varanda de sua casa conversando com o pai e este diz para ela, aconselhando sobre a relação: “Você pode não se importar com o que eu digo, mas você se preocupa com a opinião de Deus?” Ela responde assim: “Eu acho que Deus quer que eu seja feliz!”. Mais uma vez voltamos ao egoísmo que tanto tem destruído casamentos. O “eu feliz” tem feito pessoas buscarem um novo amor que muitas vezes é bem parecido com o anterior. Quando a régua para medir a nossa vida e a nossa felicidade é essa, quase sempre nos damos com os burros n’água. A nossa definição de felicidade é baseada pelo mundo sem Deus. Centralizada no “eu”! Assim, desafiamos a bondade, a justiça de quem nos criou, na medida em que fazemos uma comemoração para o início da desunião. A noiva com um vestido em preto e branco, ressaltando o conflito entre o positivo e o negativo, devolve as alianças quase que dizendo assim: “Vá usar isso aqui com outra ou jogue fora!” O bolo já vem repartido ao meio. De um lado, uma bonequinha vestida de noiva com uma faca na mão. Do outro, um bonequinho de terno, sem a cabeça. Outras vezes, os dois bonequinhos estão de arma em punho, geralmente com duas carabinas apontando um para o outro... Onde isso é engraçado?! Com tanta violência hoje, não é nada risível. A bem da verdade, o que os noivos deveriam fazer mesmo é devolver os presentes que receberam por abusar da confiança e do tempo dos convidados. Chorar diante de Deus pelos erros que cometeram! Na prática, a separação é massacrante não somente para o casal. Para os filhos é um tormento! Compreendo como uma espécie de derrota pessoal e da sociedade. A experiência que vivi, tendo dentro da família um casal que “se largou”, foi extremamente traumatizante. Pais, avós, irmãos, tios, cunhados e amigos, todos sem exceção, ficaram profundamente chocados. As circunstâncias do rompimento foram terríveis! Ninguém conseguiu entender. A mais pura verdade: a situação financeira nem sempre dá suporte e vigor à união. Dentro do nosso grupo familiar era o par melhor estabelecido materialmente, com casa, veículos, terrenos, bens e profissões definidas. Isso sem contar os passeios, as viagens glamourosas para o litoral em pousadas e chalés que costumeiramente faziam. Sempre documentadas em fotografias esbanjando felicidade. Porém, tudo era aparência! Puro egoísmo camuflado de alguém ou de ambos na relação. Uma pena! Qualquer um que dá uma salva de palmas, comemore e festeje separações conjugais é insano. Recordemos o que Deus disse em Lucas 12.20 “Louco, esta noite te pedirão tua alma”. O casamento foi instituído pelo Criador e dele ninguém deve zombar. Jesus poderia ter vindo ao mundo em outras condições e circunstâncias - até de uma mãe solteira! -, mas, para nos ensinar, nasceu dentro de uma família. Família! Taí a sua inabalável importância. S e quiséssemos resumir a antítese profunda entre o divórcio e o bem estar coletivo, diríamos que o divórcio é filho do egoísmo; e o egoísmo, a negação da vida social. Todos os argumentos em prol da caducidade do vínculo cifram-se na preocupação de assegurar a felicidade dos cônjuges. Ao bem estar do próprio eu, impaciente de sacrifícios e constrangimentos, imolam-se os direitos da prole, e com eles, todas as exigências do bem comum. Ora, a vida social não se mantém senão a preço de abnegações contínuas. A solidariedade, que é como a alma desta vida, alimenta-se das renúncias individuais exigidas para a felicidade de todos. Todas as vezes que a sociedade padece, uma diagnose justa revelará no egoísmo a causa primeira de seus sofrimentos. O divórcio é, pois, eminentemente antissocial. O que foi explicado data da primeira metade do século