ELISA MAYUMI KOKUBA HEALTH ASSESSMENT QUESTIONNAIRE PACIENTES SUBMETIDAS MAMÁRIA TARDIA À COM EM RECONSTRUÇÃO O RETALHO MUSCULOCUTÂNEO TRANSVERSO DO RETO DO ABDOME. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Mestre em Ciências. SÃO PAULO 2006 Kokuba, Elisa Mayumi. Health Assessment Questionnaire em pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia com o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome../ Elisa Mayumi Kokuba. – São Paulo, 2006. xi, 112f. Título em inglês: Health assessment questionnaire among patients undergone delayed breast reconstruction with the transverse rectus abdominis musculocutaneous flap. 1. Mama. 2. Retalhos cirúrgicos. 3. Qualidade de vida. 4. Questionários Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Plástica UNIFESP-EPM COORDENADORA: PROFA. DRA. LYDIA MASAKO FERREIRA ELISA MAYUMI KOKUBA HEALTH ASSESSMENT QUESTIONNAIRE PACIENTES SUBMETIDAS MAMÁRIA TARDIA MUSCULOCUTÂNEO À COM EM RECONSTRUÇÃO O TRANSVERSO RETALHO DO RETO ABDOMINAL. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Mestre em Ciências. ORIENTADOR: Prof. Dr. MIGUEL SABINO NETO CO-ORIENTADORES: Prof. Dr. ELVIO BUENO GARCIA Dra. ERIKA MALHEIROS BASTOS SÃO PAULO 2006 Dedicatória À minha mãe Nina Kokuba pela vida, pela minha formação. Aos meus irmãos Miriam, Ricardo e Lilian e minha sobrinha Camila pela grande amizade, pelo carinho, pelo apoio e pelo forte laço que nos mantém sempre unidos. Ao meu marido André Yui Aihara pelo amor, pelo carinho, pela paciência e seu bom-humor inteligente de sempre. À minha filha Ayumi Aihara, simplesmente por existir e encher a minha vida de alegrias. Ao meu sogro Massao Aihara e minha sogra Keiko Kawano Aihara por me acolherem carinhosamente e por serem verdadeiros exemplos de amor e dedicação à família. Aos meus queridos amigos Ilka Hayashi, Andrei Borin, Lígia Akemi Yamashita, Helio Sato, Murilo Louzada pela amizade e pelos bons momentos. À memória de meu pai Yusou Kokuba pelo seu amor, pela sua dedicação à família, pelo seu caráter e seus ensinamentos que se fazem presentes em todos os dias da minha vida. Por me fazer acreditar e buscar mesmo o que parece ser impossível. AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. LYDIA MASAKO FERREIRA, Professora Titular e Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela oportunidade e pelo exemplo de capacidade de liderança e dedicação à ciência. Ao Prof. Dr. MIGUEL SABINO NETO, Professor Adjunto e responsável pelo Setor de Reconstrução Mamária da Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela confiança, pelo apoio, por todos os seus ensinamentos técnicos e profissionais e pelo privilégio de ser orientanda do profissional da área que muito admiro: um verdadeiro exemplo de competência, ética, profissionalismo e equilíbrio. Ao Prof. Dr. ELVIO BUENO GARCIA, responsável pelo setor de Reconstrução Mamária da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela confiança, pela sua dedicação, pela motivação e incentivo em iniciar esta atividade científica, pela minha formação profissional. À Dra. ERIKA MALHEIROS BASTOS, Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela amizade, pela ajuda nos procedimentos cirúrgicos, na elaboração e na revisão deste trabalho. Ao Dr. EDUARDO SADAO YONAMINE, Mestre em Ciências pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, pelas contribuições para a elaboração deste trabalho. Aos Professores Doutores IVAN DUNSHEE ABRANCHES DE OLIVEIRA SANTOS, ROBERTO RUDGE RAMOS, DULCE MARIA FONSECA SOARES MARTINS, HELTON TRABER DE CASTILHO, LUÍS EDUARDO FELIPE ABLA, pelos ensinamentos que me foram passados durante todos estes anos e pela colaboração na minha formação profissional. À Dra. GERUZA REZENDE DE PAIVA, Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela amizade, pelo carinho, pela consideração e pela enorme colaboração e boa vontade na revisão deste trabalho. Aos Doutores ARILUCE FERNANDES BARBOSA DA SILVA, CHRISTIANE STEPONAVICIUS SOBRAL, JORGE MANUEL, LIA FLEISSIG, JULIANA BOTTAS PERERA, LUÍS ANTONIO ROSSETTO DE OLIVEIRA, pela amizade, pelo incentivo, pela ajuda nos procedimentos cirúrgicos. À estatística ANGELA TAVARES PAES, por tornar os dados desta amostra apreciáveis e fidedignos para o campo da pesquisa. A todos os RESIDENTES da Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela agradável convivência, pela competência, pelo interesse no aprendizado, pelos bons momentos durante a longa duração das cirurgias e colaboração nos procedimentos cirúrgicos e acompanhamento das pacientes. Ao Sr. MAURO, funcionário do Centro Cirúrgico do Hospital São Paulo, pelo convívio, pela competência e boa vontade com que exerce a sua função, tornando mais fácil a execução dos procedimentos cirúrgicos. A todos os PÓS-GRADUANDOS do Curso de Especialização e do Programa de PósGraduação da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, pela convivência. Aos FUNCIONÁRIOS da Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Às PACIENTES que participaram deste estudo e se tornaram verdadeiras colaboradoras indispensáveis deste trabalho, pela assiduidade, pelo carinho, pela agradável convivência, pela confiança que depositaram em mim para a realização dos procedimentos cirúrgicos. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...............................................................................1 2. OBJETIVO......................................................................................8 3. LITERATURA..............................................................................10 3.1. Sobre o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome.......................................................................................11 3.2. Sobre a qualidade de vida.................................................17 4. MÉTODOS....................................................................................22 4.1. Casuística............................................................................23 4.1.1. Descrição da amostra.....................................................24 4.2. Métodos..............................................................................26 4.2.1. Avaliação pré-operatória...............................................26 4.2.2. Técnica cirúrgica............................................................26 4.2.3. Método de avaliação.......................................................32 4.2.4. Métodos estatísticos........................................................33 5. RESULTADOS..............................................................................34 5.1. Dados gerais.......................................................................35 5.2. Dados do primeiro tempo da reconstrução mamária....35 5.3. Avaliação do Health Assessment Questionnaire.............37 5.4. Resultados do procedimento cirúrgico............................59 6. DISCUSSÃO..................................................................................62 6.1. Considerações sobre a reconstrução mamária e o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome.....................63 6.2. Considerações sobre a seleção das pacientes........64 6.3. Considerações sobre o procedimento cirúrgico....69 6.4. Considerações sobre a qualidade de vida e a capacidade funcional das pacientes......................................74 Considerações Finais......................................................85 Perspectivas....................................................................86 7. CONCLUSÕES.............................................................................87 8. REFERÊNCIAS............................................................................89 RESUMO..........................................................................................100 SUMMARY......................................................................................102 APÊNDICE.......................................................................................104 INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A representação das mamas para a mulher vai muito além do aspecto anatômico, funcional e fisiológico. As mamas simbolizam a feminilidade, a sensualidade e a maternidade. A perda da mama pode causar seqüelas devastadoras de depreciação física e psíquica (ROWLAND, 1993; BRANDBERG et al., 1999). Este fato torna-se ainda pior quando a perda é causada por um tumor maligno. Além da luta que é para qualquer indivíduo enfrentar um câncer até a sua cura, a mulher ainda se depara com o drama da mutilação causada pela mastectomia. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para 2.006, o surgimento de 237.480 casos novos de câncer no sexo feminino. Sendo um dos principais, o câncer de mama, com 49 mil casos novos. PARKIN, em 2001, estimou mais de 10 milhões de casos novos de câncer na população mundial, sendo o câncer de mama o mais freqüente com 1 milhão de casos novos. Nos últimos dez anos, com os sinais de diminuição da taxa de mortalidade e com o aumento crescente da incidência de casos novos de câncer de mama (BOYLE, 2005) conclui-se que há um maior número de mulheres com a doença. Desse modo, deve-se dar maior importância a todos os estudos relacionados à mesma: desde a prevenção até a reabilitação. Atualmente, tão importante quanto os estudos dos mecanismos de carcinogênese do câncer de mama, a sofisticação de técnicas para a detecção precoce, a realização da terapêutica adequada para a cura é a reparação dos danos físicos e psíquicos. A busca pela qualidade da sobrevida das pacientes com câncer não só deve ser considerada como priorizada. A reconstrução mamária vai de encontro a este conceito, contribuindo para o ajustamento físico e psicológico da mulher (SCHAIN, JACOBS, WELLISCH, 1984). Enquanto o tratamento predominante para o câncer de mama for cirúrgico, haverá sempre a preocupação da busca pela melhor técnica de reparação a ser ponderada de forma individualizada, no melhor momento, sem interferir no tratamento do tumor e no seu prognóstico (ELLIOT & HARTRAMPF Jr., 1990). O retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome (internacionalmente conhecido pela sigla TRAM) é um retalho abdominal ilhado composto de uma elipse de pele e subcutâneo, com pedículo baseado na artéria epigástrica superior, utilizando pelo menos um dos músculos do reto do abdome. Desde que o TRAM foi descrito para reconstrução mamária (HARTRAMPF, SCHEFLAN, BLACK, 1982; GANDOLFO, 1982) é considerado um dos métodos mais populares e com melhores resultados, uma vez que possibilita a reconstrução através de um retalho seguro e com suficiente tecido autólogo para alcançar uma reparação durável. Quando incorporado, apresenta a capacidade de aumentar ou diminuir conforme a variação de peso da paciente, preservando sempre a simetria com a mama contralateral (MANDREKAS, ZAMBACOS, ZERVOUDIS, 2003). Além disso, a área doadora abdominal é utilizada de forma aceitável e desejável pelas pacientes (HARTRAMPF Jr. et al., 1982; BOSTWICK, 2000), tendo sido reconhecido como método de primeira escolha de reconstrução mamária quando houver indicação precisa (WAGNER, BRYAN, HARTRAMPF, 1991, PAIGE et al., 1998; SERLETTI & MORAN, 1998; FUTTER et al., 2000; SONG et al., 2006). Estudos que comparam a utilização do retalho TRAM convencional ou microcirúrgico com técnicas de colocação de implantes para a reconstrução mamária tem consagrado ainda mais a utilização do retalho uma vez que o grau de satisfação do resultado estético e geral é consideravelmente superior (HARTRAMPF Jr. & BENNETT, 1987; ELLIOT & HARTRAMPF J, 1990; CEDERNA et al., 1995; SPEAR, 1998; ALDERMAN et al., 1999). Além disso, acrescenta-se que a reconstrução com tecido autólogo, reproduz melhor a forma natural da mama, com grande versatilidade para obter a simetrização com a mama contralateral (BERRINO & SANTI, 1988), proporcionando elevado grau de satisfação das pacientes submetidas a este procedimento (HARTRAMPF & BENNETT, 1987; VEIGA et al., 2002). O retalho TRAM faz com que a transferência do tecido abdominal dependa das perfurantes da artéria epigástrica superior que se encontra incorporada à fáscia e ao músculo reto do abdome. A realização do retalho requer ao menos o sacrifício desta porção de músculo para garantir sua irrigação e a maior crítica é o seu potencial de criar uma fraqueza na parede do abdome (MIZGALA, HARTRAMPF, BENNETT, 1994). Apesar de todas as vantagens da reconstrução mamária com o retalho TRAM, a morbidade da área doadora deve sempre ser considerada. Todas as pacientes devem estar cientes quanto aos riscos das seqüelas abdominais da técnica empregada em relação à cicatriz abdominal, fraqueza da parede, perda da força e dor nas costas (PETIT et al., 1997). Diversos estudos relatam a importância das seqüelas após a realização de procedimentos cirúrgicos com o retalho TRAM e da boa reconstrução da parede do abdome, uma vez que a substituição de um defeito estético por um outro envolvendo perda funcional seria inaceitável (LEJOUR & DOME, 1991; LALLEMENT & BOURGEON, 1994; PETIT & RIETJENS, 1997; KIND, RADEMAKER, MUSTOE, 1997). Desde que o primeiro retalho TRAM foi realizado em 1980, a técnica tem sido refinada para alcançar o equilíbrio entre a máxima vascularização do retalho e o menor prejuízo da integridade da parede abdominal. Assim, aprimoramentos foram desenvolvidos (MIZGALA et al., 1994), incluindo o uso do retalho com emprego de técnicas microcirúrgicas envolvendo ressecção parcial do músculo reto do abdome ou até dispensando sua ressecção. (GROTTING et al., 1989; SCHUSTERMAN, KROLL, WELDON, 1992). Porém, estudos comparativos realizados com a remoção parcial da musculatura não demonstram a eliminação da fraqueza na parede abdominal e os problemas funcionais concomitantes (KROLL et al., 1995; SUOMINEN et al., 1996; GEISHAUSER, STAUNDENMAIER, BIEMER, 1998; ARNEZ, POGORELEC, PLANINSEC, 1999.). O sucesso de uma cirurgia reparadora deve ser considerado através da correção do defeito de forma segura e simultânea restauração da forma e da função, sem prejuízo da área doadora (MATHES & NAHAI, 1997). Todos os procedimentos e intervenções devem avaliar de forma global a influência na vida diária dos pacientes. É imprescindível salientar que o profissional envolvido no tratamento de uma doença pondere, acima de tudo, os benefícios de suas condutas no indivíduo. A avaliação da qualidade de vida tem se tornado um parâmetro cada vez mais utilizado e valorizado em pesquisa clínica, e tem orientado, nos últimos anos, decisões dos próprios profissionais da saúde e dos pacientes - Centro Paulista de Economia da Saúde (CPES). Há inúmeros instrumentos, métodos e técnicas propostas para a avaliação da qualidade de vida de pacientes com as mais diversas doenças. Atualmente, estes instrumentos têm sido utilizados para avaliar também a qualidade de vida nas pacientes submetidas a procedimentos cirúrgicos reparadores e naqueles considerados puramente estéticos (COLE et al., 1994; KLASSEN et al., 1996; SHAKESPEARE & COLE, 1997; BLOMQVIST, ERIKSSON, BRANDBERG, 2000; FREIRE 2001; VEIGA, 2002; ABLA, 2002; FREIRE, 2004; LEMOS, 2005). Tais instrumentos podem ser classificados como genéricos e específicos. Os instrumentos genéricos são aplicáveis a uma grande variedade de populações e incluem aspectos relativos à função, disfunção e desconforto emocional e físico, sendo estes relevantes à qualidade de vida dos pacientes. Já os instrumentos específicos são capazes de avaliar individualmente e especificamente determinados aspectos da qualidade de vida para uma determinada função, população ou sintoma. Tal procedimento proporciona uma maior capacidade de detecção de melhora ou piora deste aspecto específico em estudo; ou seja, o instrumento apresenta uma maior susceptibilidade à alteração, propriedade esta muito importante na avaliação de modalidades terapêuticas (FERRAZ, 1990). A escolha de um instrumento baseia-se na proposta de estudo, e, para ser útil em um estudo clínico, o instrumento deve ser breve, simples e de fácil aplicação (STEWART et al., 1988; BRAZIER et al., 1992; GANZ et al., 1995; CICONELLI, 1997). Nos últimos anos, instrumentos de medida de qualidade de vida estão sendo utilizados em ensaios clínicos, em estudos internacionais multicêntricos, através de projetos de validação e adaptação para o contexto cultural dos países de aplicação destes questionários. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1980, a perda da capacidade ou habilidade funcional pode ser definida como qualquer restrição ou perda da capacidade de execução de atividades ou tarefas diárias consideradas normais ao cotidiano humano. É caracterizada pela deficiência no desempenho de uma atividade ou conduta. Pode ser temporária ou permanente, reversível ou irreversível e progressiva ou não. A capacidade funcional está além do desempenho físico, está relacionada à como o paciente desempenha as suas atividades cotidianas. A capacidade funcional reflete quão bem o paciente absorve o impacto da doença na sua rotina diária, é individual e determinada por uma interação complexa de variáveis clínicas e fatores psicossociais (OLIVEIRA, 1996). Em 1990, FERRAZ realizou estudo de tradução para a língua portuguesa, adaptação para a cultura brasileira e validação para utilização em saúde, do Health Assessment Questionnaire – HAQ-20 (FRIES et al., 1980). Seu estudo utilizou o instrumento específico para avaliação da capacidade funcional, com o objetivo de avaliar modalidades terapêuticas envolvendo pacientes com artrite reumatóide. Este instrumento de medida da capacidade funcional pode ser empregado como um dos meios de avaliação de um determinado tratamento. A diminuição da capacidade funcional é habitualmente associada a uma maior dependência física e mental, bem como a diminuição da capacidade de trabalho e do rendimento financeiro, e aumento da utilização dos serviços de assistência à saúde (MEENAN et al., 1978; LUBECK et al., 1986; YELIN et al., 1985). O estudo das propriedades de medida do HAQ, ou seja, sua reprodutibilidade, validade e susceptibilidade à alteração (“responsiveness”) estão amplamente demonstradas, tornando-o um dos instrumentos mais conhecidos e valorizados na pesquisa médica (FERRAZ, 1990; FRIES & BRUCE, 2003). Diferentes métodos têm sido utilizados com a finalidade de comprovar a fraqueza e a diminuição da função da parede abdominal após a cirurgia que envolve a utilização do retalho TRAM. Porém, a avaliação do real impacto causado pelo procedimento cirúrgico nas atividades funcionais e no estilo de vida de cada paciente merece um estudo objetivo e prático. Por todos os aspectos que o conceito de capacidade funcional abrange, é importante salientar que qualquer procedimento de reconstrução ou estética que possa levar a sua perda ou diminuição deve ser reconsiderado pela equipe médica. Devido à relevância do assunto, idealizou-se este estudo no Setor de Reconstrução Mamária da Disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. OBJETIVO 2. OBJETIVO Avaliar a capacidade funcional em pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia com o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome. LITERATURA 3. LITERATURA 3.1. Sobre o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome HARTRAMPF, SCHEFLAN, BLACK (1982) introduziram um novo procedimento para reconstrução da mama feminina após a mastectomia: o retalho TRAM, um retalho abdominal ilhado, composto de uma elipse de pele e subcutâneo, baseado em um dos músculos reto do abdome com pedículo vascular da epigástrica superior. Concluíram o estudo após a observação clínica de que a elipse do abdome incisado nas dermolipectomias mantinha-se viável quando mantida conectada a apenas um dos músculos do reto do abdome. GANDOLFO (1982) publicou, após alguns meses, trabalho semelhante ao de Hartampf et al., uma técnica de reconstrução mamária com retalho musculocutâneo abdominal inferior. Relatou ter utilizado a técnica em cinco pacientes. SCHEFLAN & DINNER (1983) descreveram a sua experiência com a realização de 65 reconstruções mamárias com a utilização do retalho TRAM. Analisaram de forma detalhada a anatomia, as indicações, contra-indicações, complicações e as limitações da técnica. SCHEFLAN & DINNER (1983) descreveram detalhadamente a técnica e o conceito da reconstrução mamária com o retalho TRAM após a mastectomia, considerando os cuidados no peri e intra-operatório. GEORGIADE et al. (1984) detalharam a importância dos cuidados técnicos e clínicos para evitar potenciais problemas na reconstrução mamária com o retalho TRAM. HARTRAMPF Jr. (1984) avaliou a parede abdominal de 82 pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM advertindo sobre a importância da preservação da linha alba, da linha semilunar e das estruturas anatômicas da parede abdominal para o restabelecimento da integridade da mesma. SCHEFLAN et al. (1984) descreveram detalhadamente a técnica de reconstrução mamária com retalho TRAM e os cuidados clínicos e técnicos que devem ser tomados a fim de se diminuir os riscos de complicações. ISHII et al. (1985) relataram o uso do TRAM bipediculado, descrevendo a sua utilização em 15 pacientes. HARTRAMPF & BENNETT (1987) relataram a experiência pessoal com 300 pacientes que foram submetidas à reconstrução mamária com o retalho TRAM. Salientaram a importância da seleção das pacientes para a redução das complicações. Além disso, preocuparam-se em realizar uma auto-avaliação pósoperatória das pacientes, concluindo que apesar da perda da força abdominal, esta não era incapacitante. BERRINO & SANTI (1988) relataram a importância do planejamento pré-operatório para a reconstrução mamária, obtendo melhores resultados com relação à simetrização com a mama contralateral e necrose do retalho TRAM. ELLIOTT & HARTRAMPF (1990) descreveram os avanços nos dez últimos anos das técnicas de reconstrução mamária, destacando a importância do retalho TRAM como método de escolha, após a adoção dos refinamentos da técnica e experiência. LEJOUR & DOME (1991) avaliaram a função da parede abdominal após a reconstrução com retalho TRAM em 57 pacientes, com retalhos monopediculados (33 pacientes) e bipediculados (24 pacientes). A avaliação foi feita através de exame clínico, aplicação de questionários no pós-operatório, avaliação da parede abdominal pelo fisioterapeuta nos períodos pré e pós- operatórios e avaliação pelo exame de tomografia computadorizada. Concluíram que há uma diminuição da função dos músculos abdominais, sendo mais evidente nos casos bilaterais e que, de um modo geral, a reparação não traz problemas clínicos significativos e há um alto índice de satisfação das pacientes. BERRINO et al. (1991) observaram que há uma maior taxa de complicação de reconstrução mamária com retalho TRAM em pacientes obesas. WAGNER et al. (1991) relataram a experiência pessoal na utilização da reconstrução mamária com retalho TRAM em 500 casos, com 159 retalhos bipediculados. Mostraram as indicações, os benefícios, a técnica e os resultados. Concluíram que o retalho monopediculado deve ser o método de escolha e que o bipediculado permite uma reparação maior, com retalho mais seguro. FRANCIS et al. (1994) reforçaram a importância da utilização de tela de polipropileno na parede abdominal após a reconstrução com o retalho TRAM e sugeriram uma inovação na técnica com a utilização de ancoragem para os casos de recorrência de abaulamento na parede. LALLEMENT et al. (1994) revisaram a literatura e apresentaram experiência com 48 casos de reconstrução mamária com retalho TRAM com seguimento de 52 meses, salientaram a importância da realização do tratamento da parede abdominal para a diminuição de complicações e as seqüelas do procedimento em mulheres atletas. MIZGALA et al. (1994) avaliaram retrospectivamente a função da parede abdominal em 662 pacientes submetidas à reconstrução com retalho TRAM, num período de 13 anos de experiência. Relatam a falta de padronização dos termos para hérnia, abaulamento e fraqueza dificultando a comparação dos resultados com outras publicações. Relatam também que as pacientes não apresentaram maiores limitações nas suas atividades físicas após a intervenção cirúrgica. HAMMOND et al. (1995) basearam-se em observação de estudo anatômico para a realização da reconstrução mamária com o retalho TRAM, preservando os dois terços laterais do músculo reto do abdome a fim de manter a vascularização do retalho sem comprometer a competência da parede abdominal. WATTERSON et al. (1995) estudaram a anatomia vascular do retalho TRAM, definiram e associaram a presença de fatores de riscos à incidência de complicações em 556 pacientes submetidas à reconstrução mamária com o retalho TRAM. ZAUNER-DUNGL et al. (1995) avaliaram o déficit funcional associado à reconstrução com o retalho TRAM em 27 pacientes (11 mulheres e 16 homens). E concluíram que há uma compensação dos músculos sinérgicos do reto do abdome para a realização da flexão do tronco. KROLL et al. (1995) revisaram, em estudo retrospectivo, a incidência de abaulamentos, hérnias abdominais e a capacidade de executar exercícios abdominais em 268 pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM convencional e microcirúrgico. Concluíram que não há diferenças na incidência de abaulamentos e hérnias quando se comparam os grupos e que há uma menor diminuição da força abdominal quando se utiliza o retalho microcirúrgico. ZIENOWICZ & MAY (1995) apresentaram uma série de 65 pacientes que se submeteram à reconstrução mamária com retalho TRAM onde se utilizou a tela de polipropileno para fechamento da parede abdominal de rotina. Verificaram a baixa incidência de hérnia, infecção relacionada à colocação da tela e uma melhora da força e do aspecto estético da parede abdominal. SUOMINEN et al. (1996) compararam a seqüela abdominal após a reconstrução mamária com o retalho TRAM em 27 pacientes com a técnica microcirúrgica e 16 pacientes com a convencional. O estudo não mostrou diferença com relação à força da parede abdominal e grau de satisfação com o procedimento. KIND, RADEMAKER, MUSTOE (1997) através de um estudo prospectivo, em 25 pacientes, avaliaram a recuperação da parede abdominal após a reconstrução mamária com o retalho TRAM com testes físicos, dinamômetros e questionários. Não houve diferenças entre os grupos em relação à força abdominal e à avaliação física e, ainda, a maioria das pacientes apresentou uma boa aceitação do sacrifício do músculo reto do abdome mesmo nos casos bipediculados. PETIT et al. (1997) realizaram estudo prospectivo de avaliação da força muscular abdominal pelo fisioterapeuta, em 38 pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM convencional (18 monopediculado e 20 bipediculado). Houve um maior prejuízo na função do reto do abdome nos casos bipediculados e concluíram que a seqüela abdominal não deve ser subestimada nas reconstruções com o TRAM. MOSCONA et al. (1998) ressaltaram a importância da competência da parede abdominal após as reconstruções mamárias com o retalho TRAM e preconizaram, após o estudo de 25 pacientes, a colocação de tela de polipropileno em toda parede abdominal, em todos os casos. GEISHAUSER, STAUDENMAIER, BIEMER (1998) avaliaram a morbidade da área doadora nas reconstruções com o retalho TRAM em 20 pacientes através de testes funcionais dinâmicos e estáticos e questionários. Concluíram que há um defeito funcional clinicamente importante e que 95% dos pacientes apresentaram-se satisfeitos com os resultados estéticos da área doadora. PAIGE et al. (1998) realizaram estudo comparativo retrospectivo das complicações da reconstrução mamária com o retalho TRAM mono e bipediculados, em 257 pacientes. Não observaram diferença significativa com relação à morbidade. SPEAR & HARTRAMPF (1998) relataram que o retalho monopediculado deve ser sempre o de primeira escolha. Reafirmaram como alternativa, a realização da reconstrução mamária com retalho bipediculado ou microcirúrgico quando necessário. Salientaram o fato de que o retalho bipediculado resulta em maior morbidade para a área doadora. ARNEZ, POGORELEC, PLANINSEC (1999) estudaram a seleção de técnicas de reconstrução mamária com o retalho TRAM para reduzir a morbidade da área doadora. ALDERMAN et al. (2002) em estudo prospectivo multicêntrico, avaliaram as complicações nas reconstruções mamárias após mastectomias. Após dois anos de seguimento não notaram diferenças nas taxas de complicações entre reconstruções com tecidos autólogos e implantes ou entre TRAM pediculado e microcirúrgico. O’SULLIVAN et al. (2002) realizaram estudo da atividade dos músculos do tronco com a mudança postural sentado e em pé. Concluíram que durante a mudança de postura, há uma maior atividade do músculo reto do abdome. GROTTING, BECKENSTEIN, ARKOULAKIS (2003) descreveram os avanços na reconstrução mamária com tecidos autólogos, dando ênfase na importância da reconstrução com o retalho TRAM que após refinamentos e melhorias na técnica propiciaram um retalho seguro com bom aspecto estético e com menor morbidade na parede abdominal. MANDREKAS, ZAMBACOS, ZERVOUDIS (2003) citaram a nova era da reconstrução mamária com o advento do retalho TRAM e suas variantes. Salientaram que o retalho, uma vez incorporado na paciente, comportava-se igualmente a qualquer outro tecido de seu corpo. Relataram um caso de grande flutuação de peso da paciente e a manutenção da simetria com a mama contralateral. Ressaltaram daí, a importância da reconstrução mamária com tecido autólogo ser um tecido vivo. PETIT et al. (2003) relataram seguimento de cinco anos das complicações e seqüelas da reconstrução mamária com o retalho TRAM convencional. Através de questionário, pesquisaram 139 pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM onde 64% responderam sentir distúrbios abdominais e 97% submeter-se-iam novamente à mesma cirurgia, baseado nas suas próprias experiências. DULIN et al. (2004) avaliaram, através de um estudo prospectivo, a força da parede abdominal com aparelho, em pacientes submetidas à reconstrução com o retalho TRAM e compararam com questionário de atividades diárias. Demonstraram a diminuição da força da parede abdominal, principalmente em retalho TRAM bipediculado e uma mínima interferência nas atividades diárias. 3.2. Sobre a qualidade de vida FRIES et al. (1980) apresentaram uma técnica de medida de avaliação de pacientes com artrite reumatóide. Através de cinco dimensões (longa sobrevida, viver sem dor, capacidade para executar tarefas diárias sem limitação, toxicidade com os tratamentos propostos e independência financeira), avaliaram diretamente o bem-estar do paciente que pode ser quantificado através da aplicação de questionário padronizado e validado. Ressaltaram a utilidade do questionário por possibilitar o acompanhamento da doença ao longo do tempo. STEWART et al. (1988) desenvolveram um instrumento genérico padronizado e validado para avaliar a qualidade de vida para ser utilizado em estudos amplos, com grandes amostras populacionais. FERRAZ et al. (1990) consideraram a importância da avaliação da capacidade funcional em pacientes com artrite reumatóide através do “Health Assessment Questionnaire”. Realizaram a tradução para a língua portuguesa, adaptaram para a cultura brasileira e validaram o questionário para utilização em saúde. WARE & SHERBOURNE (1992) descreveram o desenvolvimento do instrumento genérico de avaliação de qualidade de vida o “The Medical Outcomes Study 36 – item Short Form Health Survey” (SF-36) e analisaram o conceito estrutural e a lógica utilizada na seleção e construção de cada aspecto avaliado. BRAZIER et al. (1992) realizaram um estudo prospectivo com 1980 pacientes para avaliação da qualidade de vida através de dois questionários: “Nottingham Health Profile” e o SF-36, a fim de avaliar a validade do SF-36 na população britânica. Concluíram que o SF-36 conseguiu detectar níveis mais sutis de comprometimento da doença na saúde do indivíduo. GANZ et al. (1992) estudaram a relação entre idade, condição psicossocial e qualidade de vida em 229 pacientes com câncer de mama recémdiagnosticado. Utilizaram dois instrumentos específicos validados: o FLIC (“Functional Living Index-Câncer”) e o CARES (“Cancer Reabilitation Evaluation System”). GUYATT, FEENY, PATRICK (1993) relataram a importância da utilização do conceito de qualidade de vida em saúde. Descreveram os objetivos (discriminação, previsão ou evolução), as propriedades de medida (reprodutibilidade, validade e responsividade) e os tipos (genéricos e específicos) dos instrumentos para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde. WHOQOL GROUP (1995) delineou e descreveu o desenvolvimento do instrumento de avaliação da qualidade de vida realizado pela Organização Mundial de Saúde. O projeto durou quatro anos e envolveu 15 culturas diferentes, tendo sido aplicado a 4500 pessoas. Embora envolvendo diferentes línguas, os questionários são diretamente comparáveis. O instrumento desenvolvido apresenta 6 domínios com 24 subdomínios para a avaliação da qualidade de vida. FRANCHELLI et al. (1995) através de um estudo retrospectivo, compararam os aspectos psicológicos de 102 pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia ou imediata com tecido autólogo e implantes mamários. Utilizaram questionários não validados e observaram que pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia apresentaram maior nível de stress e pior auto-estima. CEDERNA et al. (1995) realizaram estudo em 32 pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM e implante mamário e compararam os grupos através de aplicação de questionários não validados para avaliação de aspectos físicos, psicológicos, satisfação e imagem corporal. Concluíram que pacientes submetidas à reconstrução mamária apresentaram maior grau de satisfação com a reconstrução mamária e com os resultados estéticos e uma maior dificuldade de realizar atividades físicas mais vigorosas. CICONELLI (1997) traduziu para a língua portuguesa, adaptou para a cultura brasileira e validou o questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 para uso no Brasil. SHAKESPEARE & COLE (1997) realizaram a avaliação da auto-estima e da qualidade de vida através da aplicação de questionários validados: o autoestima de Rosenberg e o SF-36, em estudo feito em 110 pacientes submetidas à cirurgia plástica para redução das mamas. FERRAZ (1998) publicou um artigo sobre o conceito e a história do termo qualidade de vida. Relatou a importância da medicina baseada em evidências, ou seja, baseada nos melhores parâmetros de avaliação dos resultados médicos. CICONELLI et al. (1999) publicaram a versão brasileira do questionário SF-36 tendo sido validado na utilização em pacientes com artrite reumatóide. BLOMQVIST, ERIKSSON, BRANDBERG (2000) em estudo prospectivo, avaliaram a qualidade de vida de pacientes que foram submetidas à redução mamária através da aplicação do questionário SF-36 e observaram uma melhora na qualidade de vida. ALDERMAN et al. (2000) avaliaram a satisfação de pacientes mastectomizadas que foram submetidas à reconstrução mamária tardia e imediata, comparando as técnicas com retalho TRAM pediculado e microcirúrgico e implantes mamários. Concluíram que neste estudo, a reconstrução com tecido autólogo levou a uma maior satisfação das pacientes. BRANDBERG et al. (2000) compararam através de estudo prospectivo, com questionário validado, o SF-36, três métodos diferentes de reconstrução mamária. Concluíram que os métodos produzem bons resultados e melhoram a qualidade de vida das pacientes. GARCIA et al. (2000) realizaram estudo prospectivo para avaliação da satisfação de pacientes submetidas à reconstrução imediata após quadrantectomia súpero-lateral com retalho tóraco-axilar. Observaram um alto grau de satisfação dos resultados pelas pacientes e pela equipe médica. EDSANDER-NORD, BRANDBERG, WICKMAMN (2001) realizaram estudo de avaliação da qualidade de vida de pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM pediculado e microcirúrgico. Concluíram que há uma melhora da qualidade de vida sem diferença entre os grupos. FREIRE et al. (2001) realizaram primeiro estudo no Brasil envolvendo qualidade de vida em cirurgia estética das mamas. HARCOURT & RUMSEY (2001) revisaram a literatura existente nos aspectos psicológicos da reconstrução mamária e encontraram uma falta de metodologia na pesquisa desta área com relação aos grupos controles, randomização e estudos retrospectivos. VEIGA et al. (2002) avaliaram o grau de satisfação com a reconstrução mamária com retalho TRAM tardio pelas pacientes e por dois cirurgiões plásticos. Realizaram testes para verificar a confiabilidade do método utilizado para avaliação da satisfação. BRUCE & FRIES (2003) revisaram o desenvolvimento do Health Assessment Questionnaire nos últimos 20 anos e enfatizaram a importância da sua utilização em diversas especialidades como instrumento de medida para avaliação da condição de saúde, tendo sido traduzido para mais de 60 línguas e dialetos. SIMON et al. (2004) realizaram em 124 pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM monopediculado e bipediculado, através de aplicação de questionários, não validados, a avaliação da capacidade e atividade física pós-operatória, dos sintomas e da satisfação. Observaram que apesar das pacientes não apresentarem limitações com as atividades físicas em nenhum dos grupos, as pacientes submetidas à reconstrução com retalho bipediculado relataram uma maior queixa de diminuição da força abdominal. VEIGA et al. (2004) avaliaram através de estudo prospectivo, controlado, o impacto da reconstrução mamária tardia na qualidade de vida das pacientes com seqüelas de mastectomia. Utilizaram-se de instrumento genérico validado, o SF-36. Durante o seguimento de um ano, observaram uma melhora progressiva em todas as dimensões do SF-36. FREIRE (2004) realizou estudo prospectivo controlado, aleatório em 100 pacientes para avaliação da capacidade funcional pelo HAQ-20, e pelo Roland Morris e avaliou dor através de escala numérica em pacientes com hipertrofia mamária submetidas ao tratamento cirúrgico. Conclui que há uma melhora da capacidade funcional e um alívio da dor nas pacientes submetidas à mamoplastia. NANO et al. (2005) avaliaram a qualidade de vida (FACT-B e imagem corporal) e a satisfação das pacientes submetidas a diferentes métodos de reconstrução mamária. As pacientes apresentaram um alto grau de satisfação e uma melhora da qualidade de vida. SONG et al. (2006) caracterizaram os componentes que devem ser analisados e considerados para se obter um melhor resultado estético na reconstrução mamária com retalho TRAM. Basearam-se na literatura existente de avaliação de satisfação das pacientes e dos médicos. MÉTODOS 4. MÉTODOS 4.1 Casuística O protocolo deste estudo foi previamente encaminhado à Comissão de Ética da Universidade Federal de São Paulo que o analisou e aprovou em 13/09/02, processo n. 0757/02 (apêndice 1). Assim sendo, após consentimento informado (apêndice 2), foram selecionadas, consecutivamente, 36 pacientes mastectomizadas por indicação oncológica, dos ambulatórios de Cirurgia Plástica / Mastologia do Hospital São Paulo (Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina/UNIFESP-EPM) para participação no estudo clínico prospectivo de avaliação da capacidade funcional. As pacientes foram selecionadas de acordo com os seguintes critérios: Critérios de inclusão: 9 Pacientes do sexo feminino, mastectomizadas, que desejassem reconstrução mamária e apresentassem boas condições clínico-cirúrgicas para isso 9 Encaminhamento e liberação da equipe de mastologia para a reconstrução 9 Pacientes de 20 a 65 anos 9 Pacientes não tabagistas ou que tivessem parado de fumar há, no mínimo, um mês 9 Pacientes que desejassem reconstrução com tecido autólogo Critérios de exclusão: 9 Pacientes que não apresentassem excesso de tecido no abdome inferior. 9 Abdominoplastia prévia 9 Doença sistêmica não controlada (diabetes melito, hipertensão arterial, etc) 9 Tabagismo 9 Obesidade (índice de massa corpórea > 30 Kg/m2.) 9 Cicatrizes abdominais que pudessem comprometer a vascularização do retalho Foi criado um banco de dados específico para o registro de informações sócio-demográficas, clínicas e cirúrgicas além de um arquivo de documentação fotográfica das pacientes. 4.1.1. Descrição da amostra: Os principais dados para identificação das pacientes estão relacionados no quadro I (apêndice 3). Os principais aspectos sociais e clínicos, que caracterizam as pacientes envolvidas neste estudo, encontram-se relacionados a seguir (tabelas I a VI): Tabela I. Idade Variação (anos) Média (anos) Desvio Padrão 29 - 63 46,08 7,20 Tabela II. Índice de massa corpórea (kg/m2) Variação Média Desvio Padrão 18,36 – 29,7 24,25 3,19 Tabela III. Grupo étnico Brancas Não brancas Pacientes 23/36 13/36 Total (%) 63,8% 36,2% Tabela IV. Escolaridade Fundamental Médio Superior Pacientes 22/36 9/36 5/36 Total (%) 61,2% 25% 13,8% Tabela V. Estado civil Casada Divorciada Solteira Viúva Pacientes 21/36 8/36 4/36 3/36 Total 58,3% 22,2% 11,2% 8,3% Tabela VI. Dados clínicos (fatores de risco) RT HAS DM TABAGISMO IMC (25-29,9 kg/m2) Pacientes 28/36 4/36 0/36 16/36 16/36 Total (%) 78% 11% 0 44% 44% 4.2. Métodos 4.2.1. Avaliação pré-operatória Após seleção criteriosa, previamente relacionada, as pacientes foram submetidas a uma avaliação pré-operatória abrangendo: 9 Coleta de dados sócio-demográficos 9 Anamnese: história clínica e exame físico geral 9 Avaliação física específica para indicação cirúrgica: realizada em conjunto pelo autor e, pelo menos, um dos chefes do Setor de Reconstrução Mamária da Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESPEPM 9 Documentação fotográfica padronizada da área doadora e da área do defeito a ser reparado 9 Exames laboratoriais pré-operatórios de rotina 9 Exames laboratoriais específicos, quando necessário 9 Exame radiológico do tórax 9 Eletrocardiograma 9 Avaliação pré-anestésica 9 Avaliação médica especializada, quando necessário 9 Reserva prévia de uma unidade de sangue (concentrado de glóbulos) para autotransfusão após/durante a cirurgia 9 Administração ambulatorial de questionário (auto-administração): versão brasileira do HAQ-20 para avaliação específica da capacidade funcional 4.2.2. Técnica Cirúrgica Todas as pacientes foram submetidas à reconstrução mamária pósmastectomia, utilizando-se o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome convencional, ou seja, com pedículo baseado na artéria epigástrica superior. Utilizou-se retalho monopediculado ou bipediculado conforme a melhor indicação para cada caso (figuras 1 e 2). A. Anestesia Todas as pacientes foram operadas sob efeito de anestesia geral balanceada, por meio de intubação oro-traqueal, mantidas em respiração controlada conforme os padrões estabelecidos pela Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva Cirúrgica da UNIFESP-EPM. Utilizou-se antibiótico (cefalosporina de primeira geração), durante indução anestésica. Figuras 1 e 2 – Retalho TRAM mono e bipediculado B. Procedimento Cirúrgico De modo geral, a técnica utilizada foi a descrita por HARTRAMPF et al. (1982) com retalho transverso infraumbilical para os casos monopediculados e para os casos bipediculados, a técnica descrita por ISHII et al. (1985). PRIMEIRO TEMPO CIRÚRGICO Elevação do retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome Demarcação de uma elipse horizontal de excesso de pele situada nas regiões delimitadas pelas espinhas ilíacas ântero-superior, a um cm acima do umbigo e acima do monte do púbis. As margens da elipse foram incisadas envolvendo a pele e o tecido subcutâneo subjacente em todo o seu perímetro e as artérias epigástricas superficiais foram ligadas. Realizou-se o descolamento em plano suprafascial de todo abdome (figura 3). Após a incisão da lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome, realizou-se a sua dissecção, separando-o medial e lateralmente da bainha do reto, com atenção e cuidado especial nas intersecções tendíneas do músculo. Preservando-se sempre a linha alba. Identificaram-se as perfurantes musculocutâneas e as mesmas foram preservadas no retalho. O umbigo foi preservado na linha alba através de uma incisão circunferencial no anel umbilical. Identificou-se os vasos epigástricos inferiores que emergiam da margem lateral do músculo, a cerca de três cm da sínfise púbica e após a ligadura dos vasos, o músculo reto do abdome foi seccionado na altura da linha arqueada e descolado juntamente com a ilha cutânea, até a margem costal (figura 3). Criação do túnel e transposição do retalho A preparação da área receptora do retalho foi feita através do acesso pela remoção da cicatriz prévia da mastectomia com descolamento do retalho local. Preservou-se a área do descolamento na região demarcada como o novo sulco inframamário. Confeccionou-se um túnel em plano suprafascial comunicando a região abdominal com a área do defeito, na região acima do apêndice xifóide, tendo sido amplo o suficiente para a passagem do retalho sem que ocorresse o risco de compressão do pedículo com o edema pós-operatório (figura 4). Figuras 3 e 4 - Retalho TRAM elevado e confecção do túnel Realizou-se, então, a transposição do retalho ipsilateral ou contralateral à área do defeito, sem tensão no pedículo, conforme o menor arco de rotação. Realizou-se a modelagem e posicionamento do retalho de maneira a simular uma mama, além da colocação de drenos de aspiração a vácuo. Reparação da parede abdominal Importante salientar que durante o procedimento, evitou-se a secção do músculo reto do abdome abaixo da linha arqueada e preservou-se a linha alba mesmo nos casos de reconstrução com retalho bipediculado. Realizou-se o descolamento da porção lateral da lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome e do músculo oblíquo externo do abdome, de maneira a diminuir a tensão no fechamento primário da mesma, que foi realizado através de pontos simples invertidos separados com fio mononylon 00 (figura 5). E em casos unilaterais, plicatura vertical contralateral da lâmina anterior, através de pontos com mononylon 00 para medialização do umbigo. Utilizou-se sistematicamente, a tela de polipropileno para reforço em toda a parede abdominal. E em casos em que não houve possibilidade de fechamento primário da lâmina anterior optou-se pela interposição de tela de polipropileno na área de defeito e sobreposição da tela em todo o abdome (figura 6). Colocou-se dois drenos de aspiração a vácuo, posicionando-os no abdome. Figuras 5 e 6 – Fechamento primário e tela de polipropileno Cuidados pós-operatórios: 9 Repouso no leito, com dorso fletido a 45o e joelhos semi-fletidos, com sonda vesical de demora até o primeiro dia pós-operatório. 9 Liberação da dieta no primeiro dia pós-operatório. 9 Deambulação assistida após o primeiro dia pós-operatório, em posição de dorso semi-fletido. 9 Manutenção do dreno a vácuo até constatar drenagem menor que 50ml/24h. 9 Antibioticoterapia: cefalosporina de primeira geração por sete dias. 9 Uso de cinta abdominal e limitação das atividades físicas por dois meses. 9 Retornos ambulatoriais no quinto, décimo, 16º, 21o, 28o, 60o, 90o, 180o e 360º dias pós-operatório. SEGUNDO TEMPO CIRÚRGICO Realizado após, no mínimo, seis meses do primeiro tempo, consistindo de simetrização da mama contralateral e retoques, quando necessário, e reconstrução da placa aréolo-papilar A aréola mamária foi reconstruída com enxerto de pele total com a área doadora da raiz da coxa ou da aréola contralateral. A papila mamária foi reconstruída através de enxerto composto da papila contralateral, que foi bipartida, quando possível, ou através de retalhos locais. Realizado curativo de Brown. Cuidados pós-operatórios: 9 Mantido curativo de Brown por cinco dias, seco. 9 Alta geralmente no primeiro dia pós-operatório 9 Uso de sutiã elástico para sustentação da mama por um mês 9 Antibioticoterapia: cefalosporina de primeira geração por sete dias. 9 Retornos ambulatoriais no quinto, 12º, 30o, 60o, 90º, 180o e 360º dias pósoperatório. 4.2.3. Método de avaliação A. Avaliação da Capacidade Funcional O questionário HAQ-20 é um instrumento específico de qualidade de vida para a avaliação da capacidade funcional. Trata-se de um instrumento traduzido para a língua portuguesa, adaptado para a cultura brasileira e validado para utilização em saúde (apêndice 4). Apresenta oito componentes que avaliam aspectos distintos da vida diária: 1. Vestir-se. 2. Levantar-se. 3. Alimentar-se. 4. Caminhar. 5. Higiene pessoal (banhar-se). 6. Alcançar objetos. 7. Prender objetos. 8. Outras atividades. Cada um destes componentes apresenta, por sua vez, duas ou três questões relacionadas às atividades físicas. À dificuldade relatada pelo paciente em executar determinada atividade física é dada uma nota que varia de zero (sem qualquer dificuldade) a três (incapaz de executar a atividade). A nota do componente equivale a maior nota observada em uma das duas ou três questões. O escore final do instrumento é obtido através da média aritmética das notas dos oito componentes; assim, o escore final do instrumento varia de zero a três (apêndice 5). Porém, quando em alguma das questões dos componentes as atividades físicas são executadas com o auxílio de apoio, bengala ou órteses, a nota do referido componente é elevada para três. O questionário foi auto-administrado pelas pacientes, em sala ambulatorial. O primeiro questionário foi auto-admininstrado até quatro dias antes da data da cirurgia do primeiro tempo da reconstrução mamária. Além do pré-operatório, o HAQ-20 foi auto-administrado no pós-operatório de três e seis meses do primeiro tempo cirúrgico. Ao final deste período os resultados foram comparados e analisados. 4.2.4. Métodos Estatísticos A. Análise estatística As respostas referentes aos oito componentes são apresentadas em tabelas de freqüências absolutas e relativas (porcentagens) e gráficos de barras. As comparações entre os momentos foram avaliadas pelo teste de McNemar. Na análise do escore final do HAQ, os dados foram expressos em média, mediana, desvio-padrão, 1º e 3º quartis, valores mínimo e máximo. Para ilustrar a evolução ao longo do tempo foram construídos gráficos de perfis médios e individuais. Para comparar os escores nos três momentos foi utilizado um modelo de Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas, seguido pelo método de comparações múltiplas de Bonferroni. O programa estatístico utilizado foi o SPSS versão 11. O nível de significância adotado foi 0,05. RESULTADOS 5. RESULTADOS 5.1. Dados Gerais No período de 06 de fevereiro de 2003 a 24 de março de 2005, realizou-se o primeiro tempo da reconstrução mamária tardia unilateral com o retalho TRAM em 36 pacientes e após um período mínimo de seis meses do primeiro tempo cirúrgico, iniciou-se a realização do segundo tempo, que se encontra na sua fase final. Todas as pacientes apresentaram um seguimento completo de sua avaliação. 5.2. Dados do primeiro tempo da reconstrução mamária Os principais dados referentes ao primeiro tempo cirúrgico da reconstrução mamária com o retalho TRAM estão relacionados no quadro 2 (apêndice 6) e representados a seguir (tabelas VII a XII): Tabela VII. Intervalo de tempo entre a mastectomia e o primeiro tempo da reconstrução mamária com o retalho TRAM. Tempo mínino Tempo máximo Média 5 meses 27 anos 3 meses 4 anos 8 meses Mínimo Máximo Média 3 dias 10 dias 4,5 dias Tabela VIII. Hospitalização. Tabela IX. Duração da cirurgia. Mínima Máxima Média Monopediculado 3h 6h 4 h 29 Bipediculado 4h 6h 5 h 25 Tabela X. Pedículo e músculo utilizado. Pedículo Total 29/36(81%) Monopediculado (%) Total Músculo Homolateral (%) 12/29(41%) Contralateral (%) 17/29(59%) 7/36(19%) Bipediculado (%) Tabela XI. Tela de polipropileno. Tela abdominal Tela interposta* Pacientes 36/36 2/36 Total (%) 100% 6% * tela interposta refere-se à necessidade de sua utilização para o fechamento da lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome, além do reforço da tela em todo o abdome. Tabela XII. Transfusão sanguínea (unidades de concentrado de glóbulos). Autólogo Autólogo e homólogo Sem transfusão Pacientes 32/36 1/36 3/36 Total (%) 89% 3% 8% 5.2.1. Complicações Vinte e três pacientes ( 23/36 = 64%) não apresentaram nenhum tipo de complicação ou intercorrência até o momento. Treze pacientes (13/36 = 36%) apresentaram pelo menos um tipo de complicação, todas representadas na Tabela XIII. A. Complicações Gerais 9 Durante o intra-operatório, uma paciente apresentou pneumotórax devido a problemas com o equipamento da anestesia. 9 Pneumonia em uma paciente, durante a hospitalização, no pósoperatório. B. Complicações Locais Tabela XIII. Complicações em 36 pacientes. Complicações No. de pacientes % 50%-60% 1 2,7% 5-50% 2 5,4% <5% 3 8,3% Hérnia abdominal 1 2,7% Abaulamento abdominal 1 2,7% Infecção da ferida operatória 2 5,4% Epiteliólise de margens 1 2,7% Necrose gordurosa 2 5,4% Reação à tela de polipropileno 1 2,7% Necrose de umbigo 1 2,7% Necrose distal do retalho do abdome 1 2,7% Seroma 2 5,4% Necrose retalho TRAM 5.3. Avaliação do Health Assessment Questionnaire As respostas obtidas com a administração do HAQ-20, auto-aplicado nos períodos pré-operatório e no pós operatório de três e seis meses são mostradas a seguir, separados por componentes, e analisados pelo método estatístico proposto. 5.3.1. Componente 1: VESTIR-SE Tabela XIV. Análise do componente 1, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 34 94,4% 31 86,1% 33 91,7% 1=alguma dificuldade 2 5,6% 5 13,9% 3 8,3% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 1 - VESTIR-SE 100% 2 3 5 90% 80% 70% 60% 50% 34 31 33 40% 30% 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 7– Gráfico do componente 1 do HAQ-20 nos 3 períodos 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade Tabela XV. Análise do componente 1, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 1 N % N % N % sem dificuldade 34 94,4% 31 86,1% 33 91,7% com dificuldade 2 5,6% 5 13,9% 3 8,3% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 1 - VESTIR-SE 100% 2 5 3 90% 80% 70% 60% 50% 34 31 33 com dificuldade sem dificuldade 40% 30% 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 8– Gráfico do componente 1 do HAQ-20 nos 3 períodos, com as categorias agrupadas. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,250 Pré x 6m: p>0,999 3m x 6 m: p>0,999 5.3.2. Componente 2: LEVANTAR-SE Tabela XVI. Análise do componente 2, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 31 86,1% 23 63,9% 25 69,4% 1=alguma dificuldade 5 13,9% 12 33,3% 11 30,6% 1 2,8% 36 100,0% 36 100,0% 2=muita dificuldade Total 36 100,0% Componente 2 - LEVANTAR-SE 100% 1 5 90% 11 12 80% 70% 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 31 40% 25 23 30% 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 9– Gráfico do componente 2 do HAQ-20 nos 3 períodos. Tabela XVII. Análise do componente 2, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 2 N % N % N % sem dificuldade 31 86,1% 23 63,9% 25 69,4% com dificuldade 5 13,9% 13 36,1% 11 30,6% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 2 - LEVANTAR-SE 100% 5 90% 13 80% 11 70% 60% com dificuldade sem dificuldade 50% 31 40% 23 30% 25 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 10 – Gráfico do componente 2 do HAQ-20 nos 3 períodos com as categorias agrupadas. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,021 Pré x 6m: p=0,031 3m x 6 m: p=0,687 5.3.3. Componente 3: ALIMENTAR-SE Tabela XVIII. Análise do componente 3, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 30 83,3% 32 88,9% 31 86,1% 1=alguma dificuldade 4 11,1% 4 11,1% 4 11,1% 2=muita dificuldade 2 5,6% 1 2,8% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 3 - ALIMENTAR-SE 100% 1 2 4 90% 4 4 80% 70% 60% 50% 40% 30 32 31 3 meses 6 meses 30% 20% 10% 0% Pré Figura 11 – Gráfico do componente 3 do HAQ-20 nos 3 períodos. 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade Tabela XIX. Análise do componente 3, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 3 N % N % N % sem dificuldade 30 83,3% 32 88,9% 31 86,1% com dificuldade 6 16,7% 4 11,1% 5 13,9% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 3 - ALIMENTAR-SE 100% 90% 6 4 5 80% 70% 60% com dificuldade sem dificuldade 50% 40% 30 32 31 3 meses 6 meses 30% 20% 10% 0% Pré Figura 12 – Gráfico do componente 3 do HAQ-20 nos 3 períodos, com as categorias agrupadas. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,625 Pré x 6m: p>0,999 3m x 6 m: p>0,999 5.3.4. Componente 4: CAMINHAR Tabela XX. Análise do componente 4, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 33 91,7% 33 91,7% 33 91,7% 1=alguma dificuldade 3 8,3% 3 8,3% 1 2,8% 2 5,6% 36 100,0% 2=muita dificuldade Total 36 100,0% 36 100,0% Componente 4 - CAMINHAR 100% 3 3 2 1 90% 80% 70% 60% 50% 33 33 33 Pré 3 meses 6 meses 40% 30% 20% 10% 0% Figura 13 – Gráfico do componente 4 do HAQ-20 nos 3 períodos. 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade Tabela XXI. Análise do componente 4, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 4 N % N % N % sem dificuldade 33 91,7% 33 91,7% 33 91,7% com dificuldade 3 8,3% 3 8,3% 3 8,3% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 4 - CAMINHAR 100% 3 3 3 90% 80% 70% 60% 50% 33 33 33 Pré 3 meses 6 meses com dificuldade sem dificuldade 40% 30% 20% 10% 0% Figura 14 – Gráfico do componente 4 do HAQ-20 nos 3 períodos com as categorias agrupadas. 5.3.5. Componente 5: HIGIENE PESSOAL (banhar-se) Tabela XXII. Análise do componente 5, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 32 88,9% 28 77,8% 32 88,9% 1=alguma dificuldade 3 8,3% 8 22,2% 3 8,3% 2=muita dificuldade 1 2,8% 1 2,8% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 5 - BANHAR-SE 100% 1 1 3 90% 3 8 80% 70% 60% 50% 32 40% 32 28 30% 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 15 – Gráfico do componente 5 do HAQ-20 nos 3 períodos 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade Tabela XXIII. Análise do componente 5, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 5 N % N % N % sem dificuldade 32 88,9% 28 77,8% 32 88,9% com dificuldade 4 11,1% 8 22,2% 4 11,1% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 5 - BANHAR-SE 100% 4 90% 4 8 80% 70% 60% 50% 32 40% 32 com dificuldade sem dificuldade 28 30% 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 16 – Gráfico do componente 5 do HAQ-20 nos 3 períodos com as categorias agrupadas. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,125 Pré x 6m: p>0,999 3m x 6 m: p=0,219 5.3.6. Componente 6: ALCANÇAR OBJETOS Tabela XXIV. Análise do componente 6, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 23 63,9% 16 44,4% 21 58,3% 1=alguma dificuldade 10 27,8% 17 47,2% 11 30,6% 2=muita dificuldade 1 2,8% 3 8,3% 4 11,1% 3=incapaz 2 5,6% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 6 - ALCANÇAR OBJETOS 100% 2 1 3 4 90% 80% 10 11 70% 17 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 40% 30% 23 21 16 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 17 – Gráfico do componente 6 do HAQ-20 nos 3 períodos. Tabela XXV. Análise do componente 6, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 6 N % N % N % sem dificuldade 23 63,9% 16 44,4% 21 58,3% com dificuldade 13 36,1% 20 55,6% 15 41,7% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 6 - ALCANÇAR OBJETOS 100% 90% 80% 13 15 20 70% 60% com dificuldade sem dificuldade 50% 40% 30% 23 21 16 20% 10% 0% Pré 3 meses 6 meses Figura 18 – Gráfico do componente 6 do HAQ-20 nos 3 períodos. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,065 Pré x 6m: p=0,754 3m x 6 m: p=0,180 5.3.7. Componente 7: APREENDER OBJETOS Tabela XXVI. Análise do componente 7, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 25 69,4% 16 44,4% 16 44,4% 1=alguma dificuldade 10 27,8% 17 47,2% 18 50,0% 2=muita dificuldade 1 2,8% 3 8,3% 1 2,8% 1 2,8% 36 100,0% 3=incapaz Total 36 100,0% 36 100,0% Componente 7 - PRENDER OBJETOS 100% 1 3 1 1 17 18 90% 10 80% 70% 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 40% 25 30% 20% 16 16 3 meses 6 meses 10% 0% Pré Figura 19 – Gráfico do componente 7 do HAQ-20 nos 3 períodos. Tabela XXVII. Análise do componente 7, nos 3 períodos, com categorias agrupadas Pré 3 meses 6 meses Componente 7 N % N % N % sem dificuldade 25 69,4% 16 44,4% 16 44,4% com dificuldade 11 30,6% 20 55,6% 20 55,6% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 7 - PRENDER OBJETOS 100% 90% 11 80% 20 70% 20 60% com dificuldade sem dificuldade 50% 40% 25 30% 20% 16 16 3 meses 6 meses 10% 0% Pré Figura 20 – Gráfico do componente 7 do HAQ-20 nos 3 períodos com as categorias agrupadas. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,022 Pré x 6m: p=0,022 3m x 6 m: p>0,999 5.3.8. Componente 8: OUTRAS ATIVIDADES Tabela XXVIII. Análise do componente 8, nos 3 períodos. Pré 3 meses 6 meses N % N % N % 0=sem dificuldade 27 75,0% 22 61,1% 22 61,1% 1=alguma dificuldade 8 22,2% 11 30,6% 12 33,3% 2=muita dificuldade 1 2,8% 3 8,3% 2 5,6% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 8 - OUTROS 100% 1 3 2 11 12 90% 8 80% 70% 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 40% 27 30% 22 22 3 meses 6 meses 20% 10% 0% Pré Figura 21 – Gráfico do componente 8 do HAQ-20 nos 3 períodos. Tabela XXIX. Análise do componente 8, nos 3 períodos, com categorias agrupadas. Pré 3 meses 6 meses Componente 8 N % N % N % sem dificuldade 27 75,0% 22 61,1% 22 61,1% com dificuldade 9 25,0% 14 38,9% 14 38,9% Total 36 100,0% 36 100,0% 36 100,0% Componente 8 - OUTROS 100% 90% 9 14 80% 14 70% 60% com dificuldade sem dificuldade 50% 40% 27 30% 22 22 3 meses 6 meses 20% 10% 0% Pré Figura 22 – Gráfico do componente 8 do HAQ-20 nos 3 períodos com as categorias agrupadas. Teste de McNemar Pré x 3 m: p=0,180 Pré x 6m: p=0,180 3m x 6 m: p>0,999 Avaliação PRÉ 100% 0 2 0 0 2 5 90% 0 3 0 1 3 2 1 0 1 4 10 80% 0 1 8 10 70% 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 34 31 40% 33 30 32 23 30% 25 27 20% 10% 0% 1 2 3 4 5 6 7 8 Componentes Figura 23 – Gráfico dos componentes do HAQ-20 no período pré-operatório. Avaliaçao 3 MESES 100% 0 0 1 0 4 5 0 0 3 90% 0 0 0 3 3 3 8 12 80% 11 70% 17 17 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 32 31 33 40% 28 23 30% 22 20% 16 16 6 7 10% 0% 1 2 3 4 5 8 Componentes Figura 24 – Gráfico dos componentes do HAQ-20 no período 3m de pós-operatório. Avaliação 6 MESES 100% 0 3 0 0 1 4 90% 0 2 1 0 1 0 3 4 1 1 0 2 11 80% 12 11 70% 18 60% 3=incapaz 2=muita dificuldade 1=alguma dificuldade 0=sem dificuldade 50% 33 31 33 32 40% 25 30% 22 21 16 20% 10% 0% 1 2 3 4 5 6 7 8 Componentes Figura 25 – Gráfico dos componentes do HAQ-20 no período 6m de pós-operatório. 5.3.9. Escore final HAQ Tabela XXX. Análise do escore final do HAQ-20 Média Mediana DP Min Q1 Q3 Max N HAQ pré ,22 ,00 ,38 ,00 ,00 ,25 1,75 N=36 HAQ 3 meses ,34 ,25 ,36 ,00 ,00 ,50 1,25 N=36 HAQ 6 meses ,31 ,19 ,40 ,00 ,00 ,38 1,63 N=36 Perfis Médios 0,45 0,4 0,35 0,337 Escore HAQ 0,3 0,306 0,25 0,2 0,219 0,15 0,1 0,05 0 Pré 3 meses 6 meses Figura 26 – Gráfico do escore final do HAQ-20 nos 3 períodos A ANOVA rejeitou a hipótese de igualdade entre as 3 médias (p=0,024). Nas comparações múltiplas, verificamos que houve diferença entre pré e 3 meses (p=0,019), mas não entre pré e 6 meses (p=0,283) nem entre 3m e 6m (p>0,999). 5.3.10. Escore final HAQ – Comparações entre grupos. Tabela XXXI. Análise do escore final do HAQ-20 e mono e bipediculados. Grupo HAQ Média Mediana DP EP Min Monopedic ulado pré ,22 ,00 ,39 ,07 ,00 ,00 3 meses ,33 ,25 ,35 ,07 ,00 6 meses ,27 ,13 ,37 ,07 pré ,23 ,00 ,33 3 meses ,38 ,38 6 meses ,45 ,38 Bipedicula do Max N ,25 1,75 N=29 ,06 ,44 1,25 N=29 ,00 ,00 ,38 1,50 N=29 ,12 ,00 ,00 ,63 ,75 N=7 ,40 ,15 ,00 ,00 ,75 1,00 N=7 ,55 ,21 ,00 ,13 ,50 1,63 N=7 Perfis Médios 0,7 0,6 HAQ - escore final 0,5 0,45 0,4 0,38 0,33 0,3 0,27 0,23 0,2 Monopediculados Bipediculados 0,22 0,1 0 HAQ pré HAQ 3m HAQ 6m Figura 27 – Gráfico do escore final do HAQ-20 comparando os grupos nos 3 períodos. Na ANOVA com medidas repetidas, não houve efeito de interação (p=0,289), nem diferença entre os grupos (p=0,595), nem efeito de tempo (p=0,060). Isto pode ter acontecido devido à grande variabilidade dos dados. Convém ressaltar que o número de pacientes submetidas à reconstrução com retalho TRAM bipediculado é muito pequeno para dar confiabilidade a esses resultados. 5.4 Resultados do procedimento cirúrgico Paciente L.S., 43 anos. Figuras 28 e 29 – Pré-operatório. Figura 30 e 31 – 1 ano pós-operatório. Paciente S.B.N., 37 anos. Figuras 32 e 33 – pré-operatório. Figuras 34 e 35 – 1 ano pós-operatório. Paciente R.A.S., 46 anos Figuras 36 e 37 – pré-operatório Figuras 38 e 39 – 2anos e 6 meses pós-operatório DISCUSSÃO 6. DISCUSSÃO 6.1. Considerações sobre a reconstrução mamária e o retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome. Atualmente há uma demanda crescente de pacientes que se submetem à reconstrução mamária após uma mastectomia (SCHEFLAN & DINNER, 1983; ELLIOT & HARTRAMPF, 1990). As inúmeras vantagens da reconstrução mamária já é fato aceito e estabelecido: envolvem não apenas a restauração do contorno corporal da mulher como também influem no seu bem-estar psicológico (SONG et al., 2006). O impacto mundial da reconstrução mamária com o retalho TRAM (HARTRAMPF, 1982) após mastectomia trouxe repercussões até os dias atuais. O retalho TRAM está consagrado na literatura como método de primeira escolha para reconstrução com tecido autólogo (HAMMOND et al., 1995; SHESTAK, 1998, KROLL, 1998; SONG et al., 2006). A qualidade estética da reconstrução com tecido autólogo é praticamente impossível de se obter por um outro método (ELLIOTT & HARTRAMPF, 1990), e os refinamentos e aprimoramentos são dinâmicos e constantes, consolidando cada vez mais a utilização do retalho. A genialidade desta técnica consiste na reconstrução mamária utilizando-se do excesso de pele e tecido subcutâneo indesejável para a maioria das mulheres, transpondoo para a parede torácica onde está o defeito (HARTRAMPF et al., 1982, SONG et al., 2006). A criteriosa seleção das pacientes (SCHEFLAN & DINNER, 1983; HARTRAMPF & BENNETT, 1987; BERRINO et al., 1990; WATTERSON et al., 1995), a indicação precisa para retalhos bipediculados (ISHII et al., 1985; WAGNER et al., 1991; SPEAR & HARTRAMPF, 1998) e a implementação dos refinamentos da técnica (ELLIOTT & HARTRAMPF, 1983; BERRINO & SANTI, 1988; GROTTING et al., 1989) fazem do retalho TRAM um método de reconstrução seguro, amplamente utilizado e com resultados estéticos satisfatórios. 6.2. Considerações sobre a seleção das pacientes. A reconstrução mamária é considerada uma cirurgia eletiva. As mulheres que se submetem a este procedimento devem ser criteriosamente selecionadas e quem opta pela reconstrução merece o melhor resultado, o menor risco de complicação e o menor período de tempo possível para a recuperação (LIPA et al., 2003). A seleção criteriosa das pacientes é o fator fundamental determinante do sucesso da reconstrução mamária com o retalho TRAM (WATTERSON et al., 1995). Os fatores de risco são identificáveis e devem ser considerados no planejamento pré-operatório (ELLIOTT & HARTRAMPF, 1990). Em nosso estudo, a seleção foi baseada na tentativa de minimizar qualquer tipo de risco para a paciente, principalmente os relacionados às complicações do retalho TRAM, já bem conhecidas. Analfabetismo X Questionário Os índices, instrumentos ou questionários para avaliar a qualidade de vida podem ser administrados por entrevistadores ou serem auto-administrados. Ambos apresentam vantagens e desvantagens. Entre as desvantagens dos instrumentos auto-administráveis pode-se citar a exclusão de alguns grupos de pacientes (analfabetos, por exemplo), a maior chance de obtenção de dados incompletos e a possibilidade de ocasionar certa ansiedade nas pacientes. Entre as desvantagens da administração do instrumento ou questionário por entrevistador pode ser citada a necessidade de um treinamento ou padronização prévia da entrevista, o fato de ser de certa forma caro, além do que as características do entrevistador podem influenciar na obtenção dos resultados (FERRAZ, 1990). Ao optarmos pela auto-administração dos questionários em nosso estudo, fez-se necessário a exclusão de pacientes analfabetas. Porém, o fato do HAQ-20 ser um questionário breve, simples e apresentar perguntas claras e de fácil entendimento, as pacientes não apresentaram dificuldade na compreensão das questões e em respondê-las. Pacientes analfabetas foram excluídas de nosso estudo. Em nossa casuística, 61, 2% das pacientes apresentavam apenas o ensino fundamental, porém, com capacidade de ler e escrever. VEIGA (2004) apresentou seu estudo de qualidade de vida após a reconstrução mamária tardia com o retalho TRAM, através da aplicação de questionário SF-36, e em 80% dos casos as pacientes apresentavam apenas o ensino fundamental. Já FREIRE (2004) que administrou o HAQ-20 em pacientes submetidas à mamoplastia redutora, apresentou em sua casuística apenas 32% das pacientes com o ensino fundamental. Assim como FERRAZ (1990), optamos pela auto-administração dos questionários, nos três tempos de avaliação. FERRAZ, ao validar o HAQ20, estudou 25 pacientes através da avaliação direta domiciliar das dificuldades das pacientes em executar as atividades da vida diária inclusas no questionário. Enviando o questionário HAQ-20 pelo correio dias antes da visita do avaliador. Observou que em 59% das respostas, houve uma concordância perfeita entre o relatado pelas pacientes e o avaliado pelo observador. O estudo estatístico das duas avaliações apresentou uma concordância moderada entre os valores. FRIES et al. (1980), na avaliação da reprodutibilidade do HAQ-20 em inglês, estudaram o questionário nas formas auto-administrado e administrado por um entrevistador e as correlações obtidas para qualquer um dos métodos utilizados foram considerados altamente satisfatórios. Idade Autores como SCHEFLAN & DINNER (1983), WATTERSON et al. (1995) consideraram em seu trabalho idade superior a 60 anos um fator maior de risco para desenvolvimento de complicações cárdio-pulmonares e tromboses venosas. Ressaltam que cada paciente deve ser analisada individualmente quanto a este critério. HARTRAMPF & BENNETT (1987) revisaram criticamente 300 reconstruções com retalho TRAM e concluíram que a idade isoladamente não deveria ser considerada um fator limitante ao procedimento. Assim, como LIPA et al.(2003), VEIGA et al.(2004), estabelecemos em nosso estudo a idade máxima de 65 anos. LIPA et al. (2003), em estudo de reconstrução mamária com tecido autólogo descreveram a maior incidência de complicações em pacientes acima de 65 anos devido às co-morbidades associadas. Por outro lado, referiram que a reconstrução com tecido autólogo é preferível ao uso de implantes e poderia ser realizada de forma segura nessas pacientes quando apropriadamente selecionadas. Além disso, a faixa etária das pacientes do nosso estudo coincidiu com a da maioria dos trabalhos existentes na literatura que envolvia o estudo de capacidade funcional ou a avaliação das seqüelas da parede abdominal (LEJOUR & DOME, 1991; ZAUNER DUNGL et al. 1995; SUOMINEN et al. 1996; KIND et al. 1997; PETIT et al., 1997; PAIGE et al. 1998; ALDERMAN et al. 2002) com a média em torno de 46 anos, com desvio padrão de 7 anos e idade compreendida entre 29 e 63 anos. Não excluímos pacientes em nosso estudo por este critério, visto que, todas as pacientes que procuraram o serviço para a reconstrução encontravam-se dentro desta faixa etária. Índice de Massa Corpórea A criteriosa seleção das pacientes com relação à obesidade é que esta predispõe o indivíduo às doenças associadas como diabetes melito, a hipertensão arterial sistêmica, a doença arterial coronária, linfedema e as complicações pósoperatórias. (BERRINO et al., 1991; MORAN & SERLETTI, 2001). A obesidade tem sido considerada como um fator de risco para complicações em qualquer tipo de cirurgia e uma contra-indicação relativa para alguns autores, (SCHEFLAN & DINNER, 1983; HARTRAMPF & BENNETT, 1987; VEIGA et al., 2004) uma vez que as obesas apresentam alterações anatômicas, metabólicas e biológicas características que aumentam a morbidade após a reconstrução mamária com o retalho TRAM. PAIGE et al. (1998) encontraram uma associação de maior incidência de necrose de retalho, com perda parcial e infecção em pacientes obesas. A obesidade parece estar relacionada com o aumento na taxa de complicação na área doadora em retalhos TRAM microcirúrgicos (CHANG, WANG, ROBB, 2000). Porém, segundo MORAN & SERLETTI, 2001, mesmo em obesas, o procedimento pode ser realizado com sucesso. Em nosso estudo, a média do IMC encontrado foi de 24,25 kg/m2, com desvio padrão de 3,19, de modo que excluímos pacientes que apresentassem IMC>30 kg/m2. KROLL & NETSCHER, 1989; BERRINO et al., 1991 consideram que se a obesidade for moderada (25, 8 > IMC < 30,1), a mesma não parece aumentar o risco de complicações. Tabagismo O tabagismo apresenta efeitos adversos na microcirculação, na cicatrização da ferida, no transporte de oxigênio, e nos resultados cirúrgicos envolvendo necrose de retalhos. KROLL et al., em 1994 encontraram, em sua experiência com 227 pacientes, uma maior taxa de necrose da parede abdominal em pacientes tabagistas (27,5%) quando comparado com os não-tabagistas (5,9%). Portanto, a reconstrução mamária deve ser realizada com cautela em pacientes tabagistas. Todas as pacientes devem ser orientadas a parar de fumar pelo menos 3 semanas antes do procedimento cirúrgico, de forma que a taxa de complicações passa a ser similar à taxa de pacientes não tabagistas (HARTRAMPF & BENNETT, 1987; PADUBIDRI et al., 2001). Em nosso estudo todas as pacientes tabagistas foram orientadas a parar de fumar, no mínimo, 4 semanas antes e 4 semanas após o procedimento cirúrgico. Cicatrizes abdominais A abdominoplastia prévia compromete a irrigação do retalho, uma vez que as artérias perfurantes são seccionadas no descolamento abdominal durante a realização desta cirurgia (HARTRAMPF, 1988). A cicatriz de Pfannenstiel no retalho TRAM não parece ter nenhum efeito significativo na taxa de complicação (WATTERSON et al., 1995; DAYHIM & WILKINS, 2004). Pacientes apresentando cicatrizes de Kocher, na linha média, paramediana ou múltiplas, apresentaram contra-indicação para o procedimento (SCHEFLAN & DINNER, 1983, WATTERSON et al., 1995). Conforme a literatura, excluímos de nosso estudo as pacientes que apresentassem abdominoplastia prévia ou qualquer cicatriz que pudesse comprometer a viabilidade do retalho TRAM ou do abdome. Doenças sistêmicas não controladas Todas as pacientes apresentando doenças sistêmicas não controladas que pudessem afetar a microcirculação, como o diabetes melito, a hipertensão arterial sistêmica e doença cardiovascular, tiveram a reconstrução mamária com o retalho TRAM, contra-indicada. (HARTRAMPF & BENNETT, 1987; WATTERSON et al., 1995; VEIGA et al., 2004). 6.3. Considerações sobre o procedimento cirúrgico Monopediculado X bipediculado O critério para a seleção de pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM mono ou bipediculado foi baseado em múltiplos fatores como volume tecidual necessário para a simetrização, comprimento do pedículo do retalho a ser transposto, tabagismo, irradiação, cicatriz infra-umbilical mediana, grau de obesidade, doenças associadas etc. Todos considerados relevantes (WAGNER et al., 1991; WATTERSON et al., 1995; YÜKSEL & ÇELIKÖZ, 2002). Em nosso trabalho, realizamos retalhos TRAM monopediculados em 81% das pacientes e bipediculados em 19%. A grande diferença deveu-se à criteriosa seleção do retalho a ser utilizado para cada caso em específico, uma vez que o agrupamento aleatório da indicação cirúrgica para essas pacientes não seria prático nem tão pouco ético (ALDERMAN et al., 2002). O resultado encontrado é semelhante ao de WAGNER et al., 1991, que utilizou retalho monopediculado em 76%, retalho bipediculado em 19% e dois hemi-retalhos em 5% dos casos. A utilização de retalho TRAM bipediculado, apesar de proporcionar maior segurança e menor risco de necrose com relação ao retalho, tem sido relacionado com maior índice de complicações na área doadora e a um maior tempo cirúrgico (WAGNER et al., 1991; WATTERSON et al., 1995). Em nosso estudo, a média de duração da cirurgia com retalho bipediculado foi de uma hora a mais quando comparado com a média da duração da cirurgia com o retalho monopediculado. Coincidindo com os resultados encontrados na literatura (HARTRAMPF & BENNETT, 1987; BERRINO & SANTI, 1988; ELLIOTT et al., 1993; VEIGA, 2002). Tempo entre a mastectomia e a reconstrução com o retalho TRAM A reconstrução mamária contribui de maneira significativa para a recuperação física e psicológica após o tratamento do câncer de mama. Nos estudos comparando reconstrução mamária imediata, há uma menor incidência de morbidade psicológica no pós-operatório (ELLIOTT & HARTRAMPF, 1990). SIL VERSTEIN et al. (1991) sugeriram a reconstrução 3 meses após a mastectomia, quando não havia a possibilidade de reconstrução imediata, ou 1 mês após a quimioterapia. O intervalo médio de tempo entre a mastectomia e a reconstrução com o retalho TRAM foi de 4 anos e 8 meses (mínimo de 05 meses e máximo de 27 anos e 3 meses) semelhante ao encontrado por BERRINO et al. (1991) com média de 3 anos e 8 meses e VEIGA et al. (2002), com 4 anos e 11 meses. Pedículo contralateral x ipsilateral Assim como diversos autores, (HARTRAMPF & BENNETT, 1987; GEORGIADE et al., 1984, WAGNER et al., 1988; FRANCHELLI et al., 1993) procuramos utilizar pedículo contralateral que proporciona um arco de rotação mais suave do pedículo. Porém, utilizamos o pedículo ipsilateral (SHEFLAN & DINNER, 1983) em alguns casos. Este procedimento tem sido relacionado a um menor grau de necrose parcial do retalho, menor tensão do pedículo, melhora da flexibilidade do retalho e do seu posicionamento no tórax, de forma a facilitar a sua drenagem venosa. Além disso, o estudo anatômico demonstra uma maior segurança na vascularização do retalho (CLUGSTON et al., 2000; GUTZKE et al., 2005). Em nosso estudo, realizamos 59% de pedículo contralateral e 41% ipsilateral. Fechamento da parede abdominal O fechamento da parede abdominal é extremamente importante para o sucesso da cirurgia. (ELLIOTT & HARTRAMPF, 1990, FRANCIS et al., 1994). Todo cuidado deve ser tomado durante o procedimento cirúrgico para se preservar a linha alba e a linha semilunar, que são primordiais para a sustentação e competência da parede abdominal no pós-operatório. Com a maior preservação possível da lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome e com o fechamento primário da parede abdominal espera-se uma menor incidência de complicações na área doadora (HARTRAMPF, 1984; WAGNER et al., 1991). Com o objetivo de se evitar abaulamento infraumbilical na parede abdominal, a plicatura da aponeurose deve ser realizada. De maneira semelhante aos outros autores (GEORGIADE et al., 1984; WATTERSON et al., 1995; VEIGA, 2002), na grande maioria dos casos, a lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome foi fechada primariamente, porém, em 5,6% dos casos, houve necessidade de interposição de tela de polipropileno para fechamento. Utilizamos tela de polipropileno para revestimento de toda a parede anterior do abdome em 100% dos casos. Assim como em nosso estudo, alguns outros também demonstraram os benefícios do uso da tela de polipropileno sem aumentar as complicações (FRANCIS et al., 1994; ZIENOWICZ & MAY, 1995; MOSCONA et al., 1998). Em nosso estudo, todos os cuidados referidos foram criteriosamente considerados no fechamento da parede do abdome, conforme o preconizado na literatura. Transfusão sanguínea Tem-se preconizado a autotransfusão para pacientes que são submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM (SCHEFLAN & DINNER, 1983; HARTRAMPF & BENNETT, 1987), por se tratar de uma cirurgia eletiva e de grande porte. Pacientes doaram uma unidade de sangue pelo menos 7 dias antes da cirurgia para autotransfusão ao final do procedimento cirúrgico. Em nossos resultados, 89% das pacientes receberam a autotransfusão, 3% receberam 01 unidade de sangue autólogo e homólogo e 8% não receberam transfusão sanguínea. Hospitalização Na literatura, o tempo de internação tem variado conforme o serviço com uma média de 7,12 dias (HARTRAMPF & BENNETT, 1987), 6-9 dias (ELLIOTT et al., 1993), 6 dias (VEIGA, 2002). Em nosso resultado, a média de hospitalização foi de 4, 5 dias, com a permanência mínima de 3 dias e máxima de 10 dias. Complicações A incidência de complicações é fundamental na avaliação do sucesso ao se introduzir uma nova técnica cirúrgica. O retalho TRAM não tem sido descrito como um procedimento sem complicações. Ao contrário, as complicações relacionadas ao retalho TRAM devem ser consideradas e ponderadas. Apesar das objeções, não há outra técnica que consiga recriar o volume da mama de forma tão natural e com consistência tão semelhante ao das mamas (ELLIOTT & HARTRAMPF, 1990). A curva de aprendizado tem demonstrado mudanças significativas nas taxas de complicações de um estudo em se tratando da reconstrução mamária com retalho TRAM, que envolve conhecimento técnico e vasta experiência prática do procedimento (WATTERSON et al., 1995). Como uma das complicações descritas na literatura, a porcentagem de necrose parcial do retalho varia na literatura de forma significativa. SCHEFLAN & DINNER (1983) apresentaram 12% em um total de 60 pacientes, ISHII et al. (1985), apresentaram 13%; HARTRAMPF & BENNETT (1987) com a revisão crítica da avaliação de 300 pacientes apresentaram 6% de necrose. PETIT et al. (1987) apresentaram um elevado grau de 28% de necroses. ELLIOTT et al. (1993) apresentaram 15% de necrose parcial do retalho e WATTERSON et al. (1995) em 10% dos casos. Com relação à necrose total de retalho TRAM convencional, a porcentagem varia de 1 a 4% (SCHEFLAN & DINNER, 1983; HARTRAMPF & BENNETTT, 1987; ELLIOTT et al., 1993). Em nosso estudo, tivemos a necrose parcial do retalho em 16% das pacientes de modo que não houve perda total do retalho em nenhum dos casos e 8% necessitou de intervenção para desbridamento de tecido desvitalizado em centro cirúrgico. Em nosso estudo, a paciente que apresentou necrose do retalho menor que 50% foi submetida aos desbridamentos em centro cirúrgico e a simetrização com a sua mama contralateral foi feita através de colocação de implante mamário situado abaixo do retalho. A necrose gordurosa, complicação que tem sido correlacionada com a obesidade e tabagismo, tem se apresentado na literatura em torno de 1-28% ( SCHEFLAN & DINNER, 1983; HARTRAMPF & BENNETTT, 1987; WATTERSON et al., 1995; VEIGA, 2002). Em nosso estudo, a necrose gordurosa foi encontrada em 5,4% dos casos em paciente ex-tabagista, nãoobesa. Houve necessidade de remoção da necrose em um caso, através de cirurgia ambulatorial, pelo incômodo causado na paciente. Na literatura, a incidência de hérnia abdominal após TRAM varia em torno de 0 a 15% (SCHEFLAN & DINNER, 1983; ELLIOTT et al., 1993; KROLL et al., 1995; WATTERSON, 1995; PAIGE et al., 1998). Em nosso estudo, apenas uma paciente (2, 7%) apresentou hérnia abdominal, apesar de todos os cuidados técnicos e rigorosos no fechamento da parede. Curioso salientar que a hérnia estava situada logo abaixo da origem do músculo reto do abdome utilizado para a realização do retalho TRAM monopediculado. Localização esta, onde não houve o revestimento de tela de polipropileno. A paciente foi encaminhada para o ambulatório da Gastrocirurgia da Universidade Federal de São Paulo. Após avaliação, foi submetida a procedimento cirúrgico, em conjunto com a equipe de Reconstrução Mámária da Disciplina de Cirurgia Plástica, foi realizado tratamento cirúrgico da hérnia. A via de acesso foi através da cicatriz prévia do abdome, a mesma para a realização do retalho TRAM. O uso de tela de polipropileno é controverso na literatura. ZIENOWICZ & MAY (1995) em estudo onde preconizam a utilização de tela de polipropileno para fechamento de parede abdominal, apresentaram as seguintes taxas de complicação: 1,5% de exposição de tela, 1,5% de infecção pela tela e 1,5% de ocorrência de hérnia. Em nosso estudo, a reação à tela de polipropileno foi encontrada em 1 caso, com localização na cicatriz da abdominoplastia resultante da reconstrução mamária com o retalho TRAM. No entanto, até o momento, a paciente tem recusado um novo procedimento para a retirada da tela e resolução do caso. A presença de seroma abdominal após a reconstrução com o retalho TRAM é relatada na literatura em torno de 9,4%. Em nosso estudo, encontramos a presença de seroma em 5,4% das pacientes, tendo sido resolvido apenas com punções ambulatoriais até a resolução do quadro. Assim como realizado por VEIGA, 2002, que apresentaram 12% de seroma em seu estudo. Um outro fator importante, é que em todos os casos, o dreno a vácuo da região abdominal foi retirado das pacientes após diminuição de conteúdo para menor que 50ml/24h. A presença de infecção de ferida operatória varia de 0 a 10%, na literatura (PETIT et al., 1987; WATTERSON et al., 1995). Encontramos em nosso estudo, em 5,4% dos casos que foram devidamente tratadas conforme a sensibilidade ao antibiótico pesquisado através da cultura do material infectado. 6.4. Considerações sobre a qualidade de vida e a capacidade funcional das pacientes. Função da parede abdominal HARTRAMPF & BENNETT, 1987, em estudo realizado em pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM, observaram que 90% das pacientes não se queixaram, no pós-operatório, de perda da força da parede abdominal ou de dificuldade na execução de suas atividades esportivas e profissionais. O resultado foi obtido através de questionário de auto-avaliação, não validado, respondido pelas pacientes. Houve uma perda da força da parede abdominal principalmente nos casos de reconstrução com utilização de retalho com os dois músculos, porém, as pacientes não referiram esta perda como sendo incapacitante. A capacidade de realizar exercícios abdominais foi utilizada como método para avaliação da função da parede abdominal por WAGNER et al. (1991). No total, 50% das pacientes não conseguiam realizar este exercício no pré-operatório, das que conseguiam realizar, 64% das pacientes submetidas à reconstrução com retalho TRAM bipediculado e 16% das pacientes submetidas à reconstrução com retalho monopediculado perderam esta capacidade. Porém, a grande maioria das pacientes conseguia realizar suas atividades diárias, profissionais e físicas da mesma forma que realizavam no pré-operatório. Por um outro lado, das pacientes que não conseguiam realizar abdominais no pré- operatório, 18% das pacientes do grupo bipediculado e 40% do monopediculado passaram a realizar o exercício em questão. LEJOUR & DOME (1991) estudaram a função da parede abdominal de pacientes que foram submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM. A avaliação foi feita através de exame clínico, de questionário de auto-avaliação, não validado, apresentando questões referentes à força e conforto abdominal, capacidade de realizar exercícios abdominais, atividades esportivas e satisfação com a cirurgia. Realizou-se também avaliação da função da parede abdominal através de testes físicos supervisionados por um fisioterapeuta e tomografia computadorizada da parede abdominal no pré e pós-operatório para avaliação da posição e relação dos músculos. Os resultados obtidos foram que a maioria das pacientes referia força abdominal igual ou até melhor que no pré-operatório. Não houve queixas de dor lombar assim como nos estudos de HARTRAMPF (1984), HARTRAMPF & BENNETT (1987). Com relação à avaliação realizada pelo fisioterapeuta, houve um prejuízo na função abdominal, principalmente relacionado à função da porção superior do músculo reto do abdome. As limitações foram mais evidentes nos casos em que a utilização do músculo reto do abdome foi bilateral. Embora as pacientes não apresentassem queixa dessas limitações, os autores aconselham a restrição no uso de retalhos bipediculados. A seqüela funcional após a reconstrução mamária com o retalho TRAM deve sempre ser considerada, principalmente em atletas (LALLEMENT et al., 1994). Por isso, as pacientes devem ser criteriosamente selecionadas considerando a idade, a ocupação e as atividades físicas (ZAUNER-DUNGL et al., 1995). MIZGALA et al. (1994) avaliaram a função abdominal no pós-operatório de reconstrução mamária com retalho TRAM através de questionários de autoavaliação não-validados e exercícios abdominais. Concluíram que as pacientes não se incomodavam com qualquer tipo de limitação funcional após a reconstrução, mesmo quando da utilização de ambos os músculos. A maioria referia apresentar capacidade de realizar suas atividades cotidianas, esportivas e profissionais sem restrição. A capacidade de realizar exercícios abdominais apresentou uma diminuição significativa, principalmente quando houve utilização de ambos os músculos reto do abdome. Porém, essa deficiência considerada “mensurável” apresenta pouco impacto no estilo de vida ou nas atividades das pacientes. Ou seja, reflete muito pouco da capacidade funcional da paciente. Em seu estudo, menos que 6% das pacientes perceberam efeito negativo em qualquer uma de suas atividades, em torno de 25% das pacientes referiam algum tipo de dificuldade com a realização de exercícios e ao levantar objetos. Menos da metade das pacientes referiam alguma diminuição na força da parede abdominal ou dificuldade de levantar-se da posição deitada. Todas as limitações referidas foram pelo menos duas vezes maior em pacientes submetidas à reconstrução com utilização de pedículo bilateral. O próprio autor refere impossibilidade de comparação de seus resultados com os de outros trabalhos. Não só pelas diferenças de técnicas cirúrgicas utilizadas, como também na duração e método de seguimento das pacientes. Considerando ainda a ampla variedade de características da população estudada e a falta de padronização dos termos para hérnia, abaulamento e fraqueza dificultando a comparação dos resultados com outras publicações. KIND et al. (1997) em seu estudo prospectivo comparativo de reconstrução mamária com retalho TRAM convencional e microcirúgico concluíram que a realização de retalho TRAM convencional gera um grande prejuízo na função da parede abdominal no período pós-operatório recente, e que na maioria das pacientes, há uma melhora significativa que pode ser vista entre 3 e 6 meses de pós-operatório. PETIT et al. (1997) avaliaram a força abdominal através do mesmo método apresentado por LEJOUR & DOME (1991) e MIZGALA et al. (1994), seus resultados foram semelhantes concluindo que há um maior prejuízo na função quando se utilizou retalho bipediculado. O primeiro relato de estudo prospectivo foi realizado por KIND et al. (1997). A força da parede abdominal foi medida através de um dinamômetro no pré e no pós-operatório com seguimento de 1 ano. DULIN et al. (2004) realizaram estudo prospectivo, de avaliação objetiva relacionando os efeitos da reconstrução com retalho TRAM na parede abdominal e determinadas atividades diárias através de aparelho de medição de força e questionário de auto-avaliação não-validado com questões específicas relacionadas à perda da capacidade de flexão do tronco. Concluíram que o retalho TRAM bilateral afeta a integridade da parede abdominal com uma perda significativa da força de flexão do tronco e com aumento da dificuldade nas atividades diárias, em algumas pacientes. Capacidade funcional A avaliação de qualidade de vida tem se tornado um parâmetro cada vez mais utilizado e valorizado em pesquisa clínica, como tem orientado nos últimos anos decisões dos próprios profissionais da saúde e pacientes. Na avaliação de intervenções para a melhora do estado de saúde, a qualidade de vida pode refletir aspectos que não eram analisados anteriormente, cuja ênfase era dada somente aos aspectos clínicos e laboratoriais, parâmetros estes objetivos que não permitiam a avaliação do ponto de vista do paciente. Ainda, a avaliação da qualidade de vida permite, em um único parâmetro, considerar os ganhos (por exemplo, melhora de um sintoma) e perdas (por exemplo, presença de um efeito colateral) e quantificá-lo segundo a preferência e valores do paciente (CPES). A percepção pelo próprio indivíduo do impacto causado por uma doença ou pelo seu respectivo tratamento, na sua vida, está sendo reconhecida como um importante indicador de saúde nas pesquisas clínicas e epidemiológicas (GUYATT et al., 1993). O retalho TRAM já está bem estabelecido como método padrão para a reconstrução mamária com tecido autólogo (SONG et al., 2006). Desde que foi introduzido, o procedimento tem alcançado os melhores resultados estéticos quando comparado com o uso de expansores e implantes (KROLL & BALDWIN, 1992; CEDERNA et al., 1995; ALDERMAN et al., 2000). Com os refinamentos e devidos cuidados, a reconstrução mamária com o retalho TRAM tem se consolidado como procedimento a ser considerado após uma mastectomia, por ser um retalho seguro, por trazer benefícios psicológicos e também por proporcionar um elevado grau de satisfação às pacientes submetidas ao procedimento, e, que na maioria dos estudos encontrados na literatura, fica acima de 90% (CEDERNA et al., 1995; KIND et al., 1997; ALDERMAN et al. 2000, VEIGA, 2002, SIMON et al., 2004). Inúmeros trabalhos refletem a preocupação em avaliar as seqüelas funcionais da área doadora decorrentes da reconstrução mamária com o retalho TRAM. É indiscutível a importância do assunto. Porém, poucos demonstram o impacto real no cotidiano das pacientes submetidas à reconstrução mamária com a utilização de pelo menos um dos músculos reto do abdome na reconstrução mamária com o retalho TRAM. A literatura existente procura avaliar diretamente, a força dos músculos da parede abdominal ou a perda parcial ou total da capacidade de realizar testes físicos abdominais e atividades. Geralmente, os dados demonstram a quantificação numérica da força perdida ou concluem apenas que a paciente não é capaz ou realiza com dificuldade um determinado exercício abdominal ou se baseiam em avaliar as perdas funcionais através de questionários subjetivos, não validados, e muitos, através de estudos retrospectivos (LEJOUR & DOME, 1991; MIZGALA et al., 1994; ZAUNERDUNGL et al., 1995; KROLL et al., 1995; SUOMINEN, 1996; KIND et al., 1997; PETIT et al., 1997; FITOUSSI et al., 1997; FUTTER et al., 2000; DULIN et al., 2004; SIMON et al., 2004) sem se preocupar com a avaliação das condições fisicas das pacientes no período pré-operatório. CEDERNA et al. (1995) avaliaram o aspecto funcional resultante da reconstrução mamária após a mastectomia através do Functional Status Questionnaire (FSQ), que é um questionário validado. Observaram que as pacientes apresentaram diminuição da capacidade de realizar atividades mais vigorosas como correr e levantar objetos pesados. BRANDBERG et al. (2000) realizaram estudo prospectivo aleatório de qualidade de vida comparando os efeitos de três métodos de reconstrução mamária, com retalho grande dorsal, toracodorsal e o TRAM. Utilizaram o questionário SF-36 e concluíram não haver piora nem melhora do domínio “capacidade funcional” após a reconstrução e que houve uma melhora significativa nas variáveis: função social e saúde mental. VEIGA et al. (2004) avaliaram o impacto da qualidade de vida em pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia com o retalho TRAM, através do questionário validado genérico, o SF-36, e observaram em seu estudo um aumento progressivo da média dos escores em todos os domínios do SF-36, em relação ao pré-operatório. Houve um comportamento semelhante nos domínios “capacidade funcional”, “aspectos físicos” e “dor” uma vez que todos refletiam as limitações provocadas pela intervenção no cotidiano das pacientes. Importante salientar que o domínio “capacidade funcional” só passou a apresentar melhora estatisticamente significante no 12º mês pós-operatório, em relação tanto ao pré quanto ao pós-operatório de 3 meses. Baseando-se na avaliação de qualidade de vida pelo SF-36, apresentados por BRANDBERG et al. (2000) e VEIGA et al. (2004), com diferentes resultados no domínio “capacidade funcional”, um estudo mais detalhado e específico deste domínio fez-se necessário para avaliar pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM. Em nosso estudo, avaliamos a capacidade funcional após a reconstrução mamária tardia com o retalho TRAM após o primeiro tempo cirúrgico, com auto-aplicações do HAQ-20 no período pré, e pós-operatório de 3 e 6 meses. Acreditamos ter avaliado apenas a influência decorrente da transposição do retalho TRAM à parede torácica, ou seja, apenas a função da parede abdominal após a utilização de pelo menos um dos músculos reto do abdome para a reconstrução mamária. Além disso, para que não houvesse nenhum outro fator externo ou sobreposto realizamos o segundo tempo da reconstrução mamária para as pacientes que necessitaram a simetrização após, no mínimo, seis meses do primeiro tempo. As pacientes do nosso estudo responderam a todos os questionários em todos os períodos solicitados, com adesão integral. Consideramos conveniente a aplicação dos questionários nos períodos pré, e pós-operatórios de 3 e 6 meses. A escolha dos períodos da avaliação da qualidade de vida neste estudo baseou-se no observado na literatura (DEAN, CHETTY, FORREST, 1983; SHAKESPEARE & COLE, 1997; BRANDBERG et al. 2000; VEIGA 2002). Concordamos com a necessidade de avaliação em, pelo menos, 3 períodos diferentes para se detectar alterações relevantes na qualidade de vida com o decorrer do tempo, sendo a primeira avaliação antes do tratamento, a segunda durante o tratamento, e a terceira ao final do tratamento (LANGENHOFF et al., 2001). Para melhor interpretação dos resultados da avaliação da capacidade funcional através do HAQ-20, todos os componentes foram analisados em separado, em cada período de pós-operatório, comparando com o período préoperatório. Além disso, devido aos inúmeros trabalhos na literatura com relação à reconstrução com retalho bipediculado e monopediculado, comparamos o escore final do HAQ-20 entre os dois grupos, e geral, nos três períodos. Em nosso estudo, na avaliação por componentes do HAQ-20, os componentes 1 “vestir-se”, 3 “alimentar-se”, 4 “caminhar”, 5 “banhar-se” (higiene pessoal), 8 “outras atividades”, não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os períodos avaliados com relação à presença ou ausência de dificuldade de realizar as atividades pelas pacientes. Já os componentes 2 “levantar-se”, 6 “alcançar objetos” e 7 “apreender objetos” apresentaram piora quando comparados os períodos pré e pós-operatórios. Nossas pacientes apresentaram piora significativa do componente 2 “levantar-se” quando comparado o período pré e pós-operatório de 3 meses e o período pré e pós-operatório de 6 meses. Algumas pacientes passaram a apresentar dificuldade ao se levantar e permaneceram com esta dificuldade até o sexto mês pós-operatório. Porém, nenhuma paciente referiu incapacidade de se levantar. Os músculos reto do abdome contribuem para a flexão do tronco e para a preservação do tônus da parede abdominal (GRAY, 2005). Estão relacionados com esforços realizados durante a mudança postural (O’SULLIVAN et al., 2002). MIZGALA et al. (1994), realizaram estudo para avaliação da força muscular da parede abdominal e observaram que menos da metade das pacientes avaliadas submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM monopediculado apresentaram dificuldade na função “levantar-se” da posição deitada e esta porcentagem era maior quando avaliadas as pacientes com reconstruções com retalho bipediculado. Com relação ao componente 6, as pacientes envolvidas em nosso estudo, referiram uma maior dificuldade em alcançar objetos após 3 meses da reconstrução mamária, porém, aos 6 meses de pós-operatório, esta função já estava restabelecida. Com relação ao componente 7, as pacientes referiram uma maior dificuldade em apreender objetos após 3 meses e permaneceram com a dificuldade mesmo após os 6 meses de pós-operatório da reconstrução mamária. Uma das pacientes que apresentavam uma leve dificuldade em apreender objetos antes da cirurgia, após 6 meses de pós-operatório apresentou incapacidade em realizar esta atividade. MIZGALA et al., em 1994, apresentaram em seu estudo que 25% das pacientes submetidas à reconstrução mamária com o retalho TRAM passaram a apresentar dificuldade em levantar objetos e esta dificuldade era ainda maior quando da utilização de retalho bipediculado. A avaliação da quantificação do déficit funcional associado ao retalho TRAM foi realizado por ZAUNER-DUNGL et al. (1995), através de flexão do tronco com teste de função muscular descrito por Janda, medido por aparelho. O músculo reto do abdome é funcionalmente apoiado por um número de músculos sinergistas. Em caso de um déficit menor, há a compensação destes músculos sinergistas. Por um outro lado, o potencial de compensação parece ser limitado para um déficit maior. Isto pode ser importante em situações como, por exemplo, levantar objetos pesados inesperadamente em uma posição desfavorável. Estes autores ressaltam também a importância da evolução a longo prazo de dor lombar principalmente quando da utilização de ambos os músculos, devido à descompensação postural. Em nosso estudo, no momento pré-operatório, aparentemente as pacientes apresentavam mais dificuldades nas atividades relacionadas aos componentes 6 (alcançar objetos), 7 (apreender objetos) e 8 (outras atividades), uma vez que o número de pacientes que já apresentavam dificuldades antes da intervenção foi de 13, 11 e 9, respectivamente. Já nos outros componentes, este número variou entre 2 e 6. O mesmo aconteceu em outros dois momentos. Com relação à análise do escore final do HAQ-20, verificamos que houve diferença entre pré e 3 meses após a cirurgia, mas não entre o pré e 6 meses de pós-operatório. Na avaliação geral da capacidade funcional através do HAQ-20, as pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM apresentaram restabelecimento de sua condição pré-operatória após 6 meses da intervenção. Quando a avaliação do escore final do HAQ-20 foi realizada com a separação dos grupos de pacientes submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM mono ou bipediculado, não houve diferença entre os grupos. Isto pode ter acontecido devido à grande variabilidade dos dados. Convém ressaltar que o número de pacientes submetidas à reconstrução com retalho TRAM bipediculado (7/36) foi muito pequeno para dar confiabilidade a esses resultados. Diante desta situação não podemos inferir que a diferença não exista, mas que não foi demonstrada com os dados apresentados. Seria necessário uma complementação do estudo para se obter uma conclusão neste item em específico. Até o momento, a avaliação da função da parede abdominal após reconstrução mamária com retalho TRAM tem sido muito mais qualitativa do que quantitativa (DULIN et al., 2004). MIZGALA et al. (1984) testaram a força da parede abdominal pela capacidade de levantar-se e sentar-se da posição de decúbito dorsal horizontal, sem a ajuda dos braços. Este estudo que foi retrospectivo e apresentou um grupo controle de pacientes não operadas. LEJOUR & DOME (1991) avaliaram as pacientes através de um questionário e por exame realizado por fisioterapeuta. KROLL et al. (1995) testaram a força da parede abdominal baseado no relato pela paciente da capacidade de realizar exercícios abdominais no pós-operatório. SIMON et al. (2004) avaliaram e compararam a reconstrução mamária com retalho TRAM mono e bipediculado em estudo retrospectivo através de questionários de auto-avaliação nãovalidados e concluíram que as pacientes referem uma diminuição da força da parede abdominal após a reconstrução, principalmente nos bipediculados e que esta diminuição não interfere nas atividades diárias. Todos os estudos citados mostraram um maior prejuízo na força abdominal em retalhos TRAM com pedículo bilateral. Considerações Finais É de fundamental importância que os estudos que envolvam capacidade funcional sejam realizados prospectivamente. Torna-se difícil avaliar de forma precisa e específica uma determinada função após uma intervenção sem ter o conhecimento do grau de déficit desta determinada função antes da intervenção. Há uma necessidade de padronização nos diferentes métodos de avaliação através de questionários. A grande maioria dos trabalhos apresentados sobre a avaliação da capacidade funcional ou força da parede abdominal foi realizada através de questionários subjetivos e sem valor efetivo em pesquisa clínica uma vez que não houve consideração nem avaliação das propriedades de medidas dos instrumentos até então utilizados. Diante do estudo, deve-se considerar que o benefício da pesquisa retorne às pacientes, e que as considerações éticas de esclarecimento às pacientes candidatas ao procedimento baseado nos resultados apresentados sejam minuciosamente detalhadas e abordadas. Fazendo-se sempre valer que a decisão final fique centrada nos pacientes com a participação do conhecimento técnico pelo médico. O estudo das propriedades de medidas do HAQ-20, ou seja, sua reprodutibilidade, validade e susceptibilidade à alteração, estão amplamente demonstradas, o que justifica seu amplo uso na área da pesquisa, tornando-o um dos instrumentos mais conhecidos e valorizados na pesquisa médica (FERRAZ, 1990). O HAQ-20 nos possibilitou um estudo prático e objetivo e com maior credibilidade para se avaliar a opinião das pacientes e o impacto real da reconstrução mamária tardia com o retalho TRAM nas suas atividades cotidianas. Trata-se do questionário de avaliação da capacidade funcional mais amplamente aceito na literatura, recomendado e validado no mundo todo (BRUCE & FRIES, 2003), refletindo os resultados através de uma linguagem científica padronizada única e universal. Perspectivas 9 Realização de estudos prospectivos comparativos em grupo controle ao grupo apresentado neste trabalho e seguimento da avaliação das pacientes no pós-operatório de 01 ano. 9 Aplicação dos questionários em pacientes a serem submetidas à reconstrução mamária com retalho TRAM bipediculado para uma nova análise e garantir maior confiabilidade nos resultados apresentados. 9 Implantação de condições e técnicas que possam minimizar as complicações e seqüelas da reconstrução mamária com o retalho TRAM. CONCLUSÕES 7. CONCLUSÕES 1. Não há diminuição da capacidade funcional nas pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia com retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome. 2. Há dificuldade no pós-operatório na função “levantar-se”. 3. Há dificuldade no pós-operatório na função “apreender objetos”. REFERÊNCIAS 8. REFERÊNCIAS Abla LFE. Qualidade de vida e auto-estima em pacientes submetidas à mastoplastia de aumento – São Paulo, 2002 [Tese (doutorado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina]. Alderman AK, Wilkins EG, Kim HM, Lowery JC. Complications in postmastectomy breast reconstruction: two years results of the Michigan breast reconstruction outcome study. Plast Reconstr Surg 2002;109:2265-74. Alderman AK, Wilkins EG, Lowery JC, Kim M, Davis JA. Determinants of patient satisfaction in postmastectomy breast reconstruction. Plast Reconstr Surg 2000;106(4):769-76. Arnez ZM, Pogorelec D, Planinsec F. Rational selection of flaps from the abdomen in breast reconstruction to reduce donor site morbidity. Br J Plast Surg 1999;52:351-4. Berrino P, Campora E, Leone S, Zappi L, Nicosia F, Santi P. 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Trata-se de um instrumento validado, traduzido e adaptado culturalmente para mais de 60 línguas e dialetos, geralmente, com apenas discretas modificações, contribuindo para a sua aplicação como um método de avaliação padronizado entre os estudos. O HAQ-20 foi auto-administrado nos períodos pré e pósoperatórios de 3 e 6 meses do primeiro tempo da cirurgia. RESULTADOS: Na avaliação por componentes do HAQ-20, os componentes 1 “vestir-se”, 3 “alimentar-se”, 4 “caminhar”, 5 “banhar-se” (higiene pessoal), 8 “outras atividades”, não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os períodos avaliados com relação à presença ou ausência de dificuldade de realizar as atividades. Já os componentes 2 “levantar-se” e 7 “apreender objetos” apresentaram piora quando comparados os períodos pré e pósoperatórios. Por um outro lado, na análise do escore final do HAQ-20, verificamos que houve diferença entre pré e 3 meses, mas não entre o pré e 6 meses de pós-operatório. CONCLUSÃO: Não houve diminuição da capacidade funcional nas pacientes submetidas à reconstrução mamária tardia com retalho musculocutâneo transverso do reto do abdome. SUMMARY SUMMARY OBJECTIVE: To evaluate the functional ability after TRAM flap delayed breast reconstruction in mastectomized patients. METHODS: 36 mastectomized were selected consecutively in order to evaluate the functional ability after TRAM flap breast reconstruction by Health Assessment Questionnaire (HAQ-20), which is one of the most cited and employed instruments for evaluation of functional status. It is a validated instrument translated and culturally adapted into more than 60 languages and dialects, often with only minor changes which means that its application contributes to standartization of assessment between studies. HAQ-20 was self-administered preoperatively and post-operatively on follow-ups at 3 and 6 months. RESULTS: There was no statistically significant difference in functional disability, regarding the categories 1 “dressing”, 3 “eating”, 4 “walking”, 5 “hygiene” and 8 “outside activity” of the HAQ20. Categories 2 “arising”, 7 “Grip” showed worsening between the pre and postoperative periods. There was no statistical difference between the preoperative and postoperative HAQ-20 final score of the studied patients. CONCLUSION: Delayed breast reconstruction with the use of TRAM flap provides no functional disabilities in patients who have undergone to mastectomy. APÊNDICE APÊNDICE APÊNDICE 1 Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa APÊNDICE 2 Disciplina de Cirurgia Plástica Setor de Reconstrução Mamária TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO (livre e esclarecido) AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL E DA AUTO-ESTIMA NA RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA COM RETALHO MUSCULOCUTÂNEO TRANSVERSO DO RETO ABDOMINAL Estas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste estudo, que tem por finalidade avaliar a sua capacidade funcional e a sua auto-estima, antes e depois da cirurgia que tem a finalidade de reconstruir a mama com os tecidos do abdome. Para isso, antes da cirurgia, aplicaremos dois questionários: um sobre a sua capacidade funcional, com perguntas relacionadas às suas atividades físicas diárias e esforços físicos e outro com perguntas relacionadas à sua auto-estima, ou seja, o quanto você se valoriza. Estes questionários serão aplicados durante as consultas ambulatoriais, 10 dias antes da cirurgia e 90 e 180 dias após a cirurgia. A finalidade de nosso estudo é avaliar o que a cirurgia pode trazer de bom ou de ruim na sua vida, no seu dia-a-dia em termos físicos e psicológicos. A sua cirurgia será feita com anestesia geral e consiste em retirar o excesso de pele, gordura e um pouco de músculo da barriga e levar para a área do defeito de forma a modelar uma mama no local e posicionar da melhor forma as cicatrizes. A cirurgia será feita em duas vezes para conseguirmos os melhores resultados de simetria das mamas. O procedimento pode levar a uma fraqueza da parede abdominal, abaulamentos, hérnias e por se tratar de um retalho, pode apresentar necrose parcial ou total do tecido levado para a mama. Após a cirurgia, você terá que ficar em repouso no leito no primeiro dia, passando a andar no segundo dia e deverá ficar sem realizar esforços físicos por 2 meses. Por se tratar de uma cirurgia de grande porte, envolvendo a região da barriga e da mama, o pós-operatorio é considerado doloroso e de recuperação relativamente lenta, voltando às atividades diárias normais após 15 a 20 dias e aos exercícios físicos após 2 meses de cirurgia. A reconstrução de mama com o retalho TRAM (como essa cirurgia é conhecida) é considerada, mundialmente, a melhor técnica uma vez que utiliza o tecido da própria paciente e consegue dar uma aparência natural de mama para a área reconstruída. Para evitar complicações e buscar os melhores resultados com essa cirurgia, é necessário que você se apresente com um bom peso, não fume pelo menos um mês antes e nem após a cirurgia, não apresente nenhuma doença descontrolada como diabetes, pressão alta, nem cicatrizes na região acima do umbigo e siga rigorosamente as orientações médicas. A sua cirurgia só será realizada assim que houver, por escrito, a liberação do mastologista. Esperamos que essa cirurgia possa resgatar a sua valorização, sua integridade física, sem comprometer o seu desempenho em suas atividades diárias. Gostaríamos de ressaltar ainda, que existe outros métodos alternativos para reconstrução da mama com expansores e próteses ou com tecidos da região do dorso com prótese, porém, não é o objetivo deste estudo. Em qualquer etapa deste estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para o esclarecimento de eventuais dúvidas que forem surgindo. O principal investigador é a Dra. Elisa Mayumi Kokuba que pode ser encontrada no endereço: Rua Napoleão de Barros, 715, 4o andar, telefone 5576.4118. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contacto com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Botucatu, 572 – 1o andar – cj. 14, telefone 5571.1062. É garantida a liberdade de retirada de consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na instituição. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras pacientes, não sendo divulgado a sua identificação. Não haverá despesas pessoais para a participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. Em caso de dano pessoal, diretamente causada pelo procedimento, o participante terá direito a tratamento médico na instituição. Eu, ___________________________________________________________, portadora do RG no. _____________________, após ter lido a carta de informação e ter sido esclarecida pela Dra. Elisa Mayumi Kokuba a respeito do projeto de pesquisa, concordo em participar deste estudo, e autorizo a realização de fotografias nos periodos pré, intra e pós-operatório da cirurgia para reconstrução de mama a que serei submetida. Estou ciente de que não serei identificada em nenhum momento, nem pelas fotos, nem pelas respostas dadas, que as minhas respostas ao questionário aplicado não influenciarão em nada o meu tratamento e que não corro risco em me submeter a esta avaliação. Certifico que o meu médico me informou sobre a natureza e característica do tratamento proposto, bem como dos resultados esperados e de outras possíveis alternativas de reconstrução de mama. Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem penalidades ou qualquer prejuízo ao meu tratamento. _______________________________________ São Paulo, ____/____/_______ Assinatura da paciente _______________________________________ São Paulo, ____/____/_______ Assinatura da testemunha _______________________________________ São Paulo, ____/____/_______ Dra. Elisa Mayumi Kokuba – CRM. 83.460 Rua Napoleão de Barros, 715 – 4o. andar – SP RG 17.236.632 APÊNDICE 3 QUADRO I - Relação de dados das pacientes. PACIENTE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 INICIAIS IDADE A.J.F. 45 C.F. 63 D.L.O. 49 E.B.F.B. 40 E.L.A. 50 E.LM. 47 E.P.S. 57 E.S.S. 45 G.M.P.P. 47 J.O.N. 41 J.R.S. 40 L.S. 43 L.A.O. 45 M.R.T. 41 M.A.T.O. 43 M.A.S.O. 37 M.A.X. 55 M.I.F. 36 M.I.R. 57 M.N.B.T.L. 53 M.P.B 59 M.S.M. 47 M.R.G.R. 42 M.S.O. 46 N.A.B. 41 N.S.C. 50 N.D.P. 50 P.L.C. 29 R.B.B. 56 R.A.S. 46 R.G.M.S. 42 R.M.Z. 49 S.R 47 S.B.N. 37 S.M.O. 46 V.A.R 38 ETNIA BRANCA BRANCA NÃO BRANCA BRANCA NÃO BRANCA NÃO BRANCA NÃO BRANCA NÃO BRANCA BRANCA NÃO BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA NÃO BRANCA BRANCA NÃO BRANCA BRANCA NÃO BRANCA BRANCA NÃO BRANCA NÃO BRANCA NÃO BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA NÃO BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA BRANCA ESTADO CIVIL CASADA CASADA CASADA CASADA CASADA DIVORCIADA CASADA SOLTEIRA VIÚVA CASADA CASADA SOLTEIRA DIVORCIADA CASADA DIVORVCIADA CASADA VIÚVA SOLTEIRA VIÚVA CASADA SOLTEIRA CASADA DIVORCIADA DIVORCIADA CASADA DIVORCIADA CASADA CASADA CASADA CASADA CASADA DIVORCIADA CASADA CASADA CASADA DIVORCIADA ESCOLARIDADE MÉDIO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL MÉDIO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL MÉDIO FUNDAMENTAL SUPERIOR MÉDIO MÉDIO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL MÉDIO FUNDAMENTAL SUPERIOR FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL MÉDIO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL SUPERIOR MÉDIO FUNDAMENTAL SUPERIOR FUNDAMENTAL IMC 24,67 28,39 24,38 24,53 21,78 25,77 20,20 26,60 27 27,54 26,83 18,36 26,66 27,34 24,38 20,95 27,58 25,52 21,77 25,06 23,72 28,30 21,96 18,42 27,34 24,24 22,03 19,50 28,88 22,98 19,56 20,93 27,33 20,93 22,05 29,70 APÊNDICE 4 Health assessment questionnaire (HAQ-20) VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA HAQ-20 Específico para Capacidade Funcional Sem dificuldade 1. Vestir-se inclusive amarrar os sapatos 0 e abotoar as suas roupas? 2. Lavar a sua cabeça e os seus cabelos? 0 3. Levantar-se de uma maneira ereta de 0 uma cadeira de encosto reto e sem braços? 4. Deitar-se e levantar-se da cama? 0 5. Cortar um pedaço de carne? 0 6. Levar à boca um copo ou uma xícara 0 de café, leite ou água? 7. Abrir um saco de leite comum? 0 8. Caminhar em lugares planos? 0 9. Subir 5 degraus? 0 10. Lavar o seu corpo inteiro e seca-lo 0 após o banho? 11. Tomar um banho de chuveiro? 0 12. Sentar-se e levantar-se de um vaso 0 sanitário? 13. Levantar os braços e pegar um objeto 0 de mais ou menos 2,5 quilos, que está posicionado um pouco acima de sua cabeça? 14. Curvar-se para pegar as suas roupas 0 no chão? 15. Segurar-se em pé no ônibus ou 0 metrô? 16. Abrir potes ou vidros de conserva que 0 tenham sido previamente abertos? 17. Abrir e fechar torneiras? 0 18. Fazer compras nas redondezas onde 0 mora? 19. Entrar e sair de um ônibus? 0 20. Realizar tarefas tais como usar a 0 vassoura para varrer e o rodo para puxar água? Com alguma dificuldade 1 Com muita dificuldade 2 Incapaz de fazer 1 1 2 2 3 3 1 1 1 2 2 2 3 3 3 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 1 1 2 2 3 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 1 2 2 3 3 1 1 2 2 3 3 3 APÊNDICE 5 Escore dos componentes do HAQ-20 Escores dos Componentes Componente 1 2 3 4 5 6 7 8 Perguntas Maior Escore 1 e2 3e4 5, 6 e 7 8e9 10, 11 e 12 13 e 14 15, 16 e 17 18, 19 e 20 Média aritmética dos escores dos componentes= Escore do HAQ= APÊNDICE 6 QUADRO II – Primeiro tempo cirúrgico da reconstrução mamária com retalho TRAM DATA 1º. T 06/02/2003 12/02/2003 20/02/2003 31/03/2003 09/04/2003 16/04/2003 07/05/2003 21/05/2003 12/06/2003 18/06/2003 16/07/2003 20/08/2003 21/08/2003 04/09/2003 26/11/2003 21/01/2004 04/02/2004 11/02/2004 18/02/2004 18/03/2004 01/04/2004 15/04/2004 06/05/2004 12/05/2004 19/05/2004 27/05/2004 17/06/2004 07/07/2004 16/07/2004 07/10/2004 04/11/2004 16/12/2004 13/01/2005 03/03/2005 17/03/2005 24/03/2005 T mast-1T 5m 27a3m 2a9m 2a11m 7a1m 3a1m 1a 1a10m 1a7m 2a3m 2a7m 1a 1a10m 12a5m 12a7m 3a8m 3a6m 12a9m 7a3m 17a2m 1a11m 1a11m 1a2m 3a11m 8a3m 4a6m 2a10m 12a3m 1a11m 5m 2a 2a6m 1a8m 1a9m 2a2m 2a11m Hosp. 8d 7d 5d 4d 4d 4d 3d 7d 5d 3d 3d 4d 4d 4d 4d 4d 3d 10d 4d 4d 4d 3d 3d 5d 4d 4d 3d 6d 5d 7d 5d 3d 3d 4d 4d 5d DUR. 5h 4h 4h 5h 5h 6h 6h 4h 6h 4h 5h 6h 5h 5h 5h 5h 4h 4h 3h 4h 4h 5h 4h 5h 5h 4h 4h 4h 5h 6h 4h 4h 3h 6h 4h 5h PEDÍCULO Mono Mono Mono Mono Bi Bi Bi Mono Mono Mono Mono Bi Mono Mono Mono Bi Mono Bi Mono Mono Mono Mono Mono Mono Mono Mono Mono Mono Mono Bi Mono Mono Mono Mono Mono Mono LATERALIDADE Homolateral Contralateral Homolateral Contralateral Não se aplica Não se aplica Não se aplica Contralateral Contralateral Contralateral Homolateral Não se aplica Homolateral Homolateral Homolateral Não se aplica Contralateral Não se aplica Homolateral Contralateral Contralateral Homolateral Contralateral Contralateral Homolateral Contralateral Homolateral Contralateral Contralateral Não se aplica Homolateral Homolateral Contralateral Contralateral Contralateral Contralateral TELA sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim* Sim Sim Sim Sim Sim Sim* TRANSF. 2 (a+h) 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. 1 aut. Legenda: Tmast-1T=tempo entre a mastectomia e o 1o. tempo da reconstrução mamária; *:tela interposta; aut=autólogo; h=homólogo; d=dias;h=horas; Hosp.=hospitalização; mono=monopediculado; bi=bipediculado; dur.=duração da cirurgia.