Biblioteca 2.0
Biblioteca 2.0
De que forma é possível nas nossas escolas, colocar as novas tecnologias ao serviço da
aprendizagem?
Partindo de conceitos como Sociedade do Conhecimento, Nativos digitais, Novo
Paradigma Educacional e Papel da Biblioteca Escolar, tentaremos, ao longo desta pequena
dissertação, tecer algumas reflexões que nos permitam encontrar caminhos de aproximação
entre as Bibliotecas Escolares, as Novas tecnologias e o processo de aprendizagem dos nossos
alunos, tendo em vista o desenvolvimento das competências de literacia informacionais
necessárias ao acesso e ao uso de informação em ambientes digitais.
À luz do novo paradigma educacional, onde se pretende que o aluno se constitua cada
vez mais construtor do seu próprio conhecimento, e num contexto em que informação nova
surge a todo o momento, perdendo atualidade quase à mesma velocidade, urge dotar os
utizadores de ferramentas que lhes permitam entender a informação como processo (e não
como produto), interagir com essa mesma informação, tirando dela o melhor proveito e,
simultaneamente, acrescentando-lhe valor, numa perspetiva de bem comum.
A web 2.0 afigura-se, deste modo, como resposta a estas novas exigências. Enquanto
“cérebro global”, centra-se no utilizador, que, sendo sujeito ativo, participa na construção
desta grande plataforma do conhecimento, tornando-a socialmente rica, inovadora e ao
serviço da comunidade.
Tal realidade impõe novos olhares sobre a educação em geral e o papel da Biblioteca
Escolar, em particular. Se é verdade que o nosso público, a nível de alunos, se compõe de
nativos digitais, também é certo que o nosso público, a nível de docentes, se compõe de
emigrantes digitais. Assim, parece-nos que o grande desafio que se coloca à Biblioteca Escolar
e ao Professor Bibliotecário é, antes de mais, diminuir o fosso digital entre uns e outros. Se,
para os primeiros, a web 2.0 apresenta meios e produtos consentâneos com a sua geração,
para os segundos, a web 2.0 afigura-se, muitas vezes, como obstáculo ao trabalho que
pretende desenvolver, na medida em que “obriga” a repensar estratégias e recursos.
É aqui que se impõe a figura do professor bibliotecário enquanto orientador, mediador
e facilitador das aprendizagens. Se conseguirmos “convencer” os docentes com quem
trabalhamos das potencialidades e mais valias desta ferramenta, estes, por sua vez, adotarão
formas de trabalhar com os seus alunos, que irão ao encontro desta nova realidade, o que terá
impacto nos resultados da aprendizagem, essencialmente ao nível do saber fazer (outra das
exigências do novo paradigma educacional).
Tarefa 2 – Lúcia Barros
Biblioteca 2.0
Para aproximarmos as nossas Bibliotecas Escolares (e salas de aula) do conceito de
web 2.0, enquanto plataforma de inteligência coletiva que une pessoas e ideias, temos, então,
que começar por trabalhar com os docentes algumas formas de colocar as novas tecnologias
ao serviço da aprendizagem, tendo em conta o desenvolvimento de competências de literacia
informacional, aprendizagem independente e responsabilidade social. Vejamos algumas.
- A plataforma moodle permite partilhar recursos e ideias, numa lógica de trabalho
colaborativo. Permite aproximar docentes e alunos de diferentes escolas do mesmo
agrupamento (ou outro), criando mais homogeneidade de trabalho, e fortalecendo o sentido
de comunidade educativa. Nestes ambientes, que permitem uma interação assíncrona, podem
ser disponibilizados pelo professor bibliotecário, materiais de apoio para docentes e alunos
(recursos multimédia, guiões de pesquisa, roteiros de leitura, links...), e podem ser partilhados
trabalhos / produtos finais resultantes das orientações propostas. Esta ferramenta reveste-se
de alguma importância, pois tratando-se de um meio de fácil acesso e utilização, não oferece
muita resistência por parte dos docentes.
- As redes sociais, que, ao permitirem uma interação síncrona entre uma vasta
comunidade de utilizadores, contribuem, não só para o desenvolvimento de competêcias de
literacia operacional, como também de natureza crítica. Por outro lado, constituem ótimos
meios de difusão e projeção da Biblioteca Escolar.
- Os blogs e as suas inúmeras e conhecidas potencialidades; os marcadores sociais...
Poderíamos acrescentar outras. No entanto, a mudança não se faz de uma só vez. De
referir, ainda, que o uso destas ferramentas, além de ter junto dos alunos maior impacto, pois
oferecem-lhes recursos mais atrativos e consentâneos com a sua geração, são, também, na
atual conjuntura da Biblioteca Escolar (que reduz substancialmente a presença física do
professor bibliotecário nas diferentes escolas), a forma possível de dar continuidade ao
trabalho iniciado, e corpo a novos projetos.
É urgente entender a Biblioteca Escolar à luz da sociedade do conhecimento,
acompanhando as novas tendências, no sentido de formar cidadãos capazes de ler e de
(re)construir o mundo.
Bibliografia
CARVALHO, Ana A. A. Aprender e Ensinar na Era Digital: o Papel da Biblioteca Escolar.
MANESS, Jack M., Teoria da Biblioteca 2.0: Web 2.0 e suas implicações para as
Bibliotecas.
Web 2.0 – Potencialidades para as Bibliotecas Escolares - A Biblioteca Escolar 2.0 / A
Web 2.0 (texto da sessão).
Tarefa 2 – Lúcia Barros
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