CONFERÊNCIA INTERESTADUAL SÁBADO, ÀS 8h, HOTEL PORTOBELLO Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país Presidente Augusto Vasconcelos Edição Diária 5866 | Salvador, quarta-feira, 08.07.2015 SAÚDE HSBC tem de garantir empregos Página 3 Irresponsabilidade que custa caro Para cobrir os benefícios em decorrência de acidentes e doenças ocupacionais, fruto do ritmo de trabalho alucinante imposto pelas empresas, a Previdência Social desembolsou nada menos do que R$ 367 milhões em 2013. Página 2 Saiu no FACE Maioria dos brasileiros é contra doações a campanhas Página 4 www.ban car i os bah i a. org. br 2 o bancário SAÚDE Salvador, quarta-feira, 08.07.2015 • www.bancariosbahia.org.br O custo do ritmo intenso de trabalho Previdência gastou R$ 367 milhões para suprir benefícios por conta de acidentes rafael barreto [email protected] O descaso das empresas com os funcionários, principalmente em relação às condições de trabalho e a saúde, tem custado muito caro. Além de adoecer o cidadão, que muitas vezes é obrigado a se afastar de vez das atividades laborais. Segundo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para suprir os benefícios devido aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, a Previdência desembolsou R$ 367 mi- lhões apenas em 2013. De 2007 a 2013, as indenizações aos acidentados chegaram a R$ 58 bilhões. Em relação a 2015, a estimativa é de que o número passe dos R$ 70 bilhões. A quantia deve ser ainda maior se for contabilizado os custos indiretos do SUS (Sistema Único de Saúde) com seguros de acidentes ou ações nos tribunais. Dinheiro que poderia ser poupado se as empresas cuidassem da saúde do trabalhador. Ato contra a cobrança de estacionamento Se a cobrança de estacionamento nos shoppings de Salvador já é ruim para os clientes, para as pessoas que trabalham nos centros comerciais é ainda pior. Os preços elevados têm feito muita gente pagar para trabalhar. O que é um absurdo. Justamente por isso, as manifestações contra a medida crescem a cada dia. Ontem, o protesto movimentou o Shopping Barra. Novamente, o Sindicato da Bahia estava lá. A entidade é contra a cobrança. Inclusive já ingressou com representação no MPT (Ministério Público do Trabalho), solicitando que os funcionários sejam isentos dos valores, considerados abusivos. Outras manifestações acontecem nesta semana. Hoje é no Salvador Shopping. Amanhã, a partir das 14h, o assunto será debatido por bancários e comerciantes em audiência na Câmara Municipal. joão ubaldo Dengue mata menos as empresas fazem ouvido de mercador quando o assunto é a precária condição de trabalho. Enquanto isso, milhões morrem vítimas de acidentes de trabalho ano após ano. Dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apontam que 19,5 mil pessoas faleceram por causa do trabalho entre 2007 e 2013 e 101 mil se tornaram inválidos de forma permanente. O número é sete vezes maior do que os casos de óbitos por dengue, 3.331 no período avaliado. Enquanto a média de mortes por dengue é de 475 por ano, a de acidentes de trabalho é de 2.780. No mundo, a falta de condições de trabalho também é considerada uma grande vilã do trabalhador. Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a estimativa é de que todos os anos 2,34 milhões de pessoas venham a óbito por causa de acidentes ou doenças ocupacionais. Trabalho mata 19,5 mil pessoas O BANCÁRIO Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933 Semana é marcada por protestos contra a cobrança de estacionamento PL quer proibir cobrança A cobrança de tarifa pela permanência de veículos de consumidores em estacionamentos de shopping center, centros comerciais, supermercados e estabelecimentos assemelhados deve ser proibida. Essa é a intenção do projeto de lei apresentado pelo deputado Daniel Almeida (PcdoB), na Câmara Federal. O PL, que proíbe a cobrança às pessoas por um período de até quatro horas, garante aos funcionários dos estabelecimentos, o estacionamento gratuito integralmente, durante o período relativo à permanência no local, para cumprir jornada de trabalho. “Estes estabelecimentos, uma vez consolidados, passaram a cobrar elevadas tarifas pelo uso dos estabelecimentos. Em outros casos, exigem um valor mínimo de consumo para garantir vaga nos estacionamentos”, explica o parlamentar. Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade. Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] Jornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima. Repórteres: Ana Beatriz Leal e Rafael Barreto. Estagiários em jornalismo: Amanda Moreno e Thiana Santana. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. o bancário www.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 08.07.2015 EMPREGO Venda do HSBC não pode prejudicar o país Goteira incomoda bancários UTA da Caixa de Paripe Mais um capítulo da novela da UTA (Unidade Temporária de Atendimento) da Caixa, em Paripe, Salvador. Inúmeros problemas já foram denunciados pelo Sindicato dos Bancários da Bahia. A mudança, programada para o último dia 15, foi adiada, mais uma vez. Vale lembrar que a UTA deveria funcionar seis meses, mas está aberta há três anos. Pior é que os trabalhadores são submetidos a condições insalubres. Além do local ser extremamente pequeno, tem goteiras e um cheiro insuportável de esgoto. Para o Sindicato da Bahia, a situação está mais do que insustentável. Independentemente de quem fique com o banco, empregos devem ser mantidos rose lima [email protected] O Sindicato dos Bancários da Bahia está de olho em todos os passos da venda da filial brasileira do HSBC. Seja lá qual for o banco a arrematar a organização financeira, o emprego tem de ser mantido. A empresa tem mais de 20 mil funcionários diretos. Sem falar nos indiretos. Até o momento, a informação é de que Bradesco e Santander se mantêm na disputa. O Itaú teria desistido das negociações por acreditar que os ativos do HSBC agregariam menos valor às operações. A expectativa é de que a venda seja fechada até agosto. Até lá, o suspense segue. No entanto, nos bastidores, a notícia é de que o Bradesco é o favorito. Se realmente acontecer, o segundo maior banco privado do país fica bem próximo do principal concorrente, o Itaú, em ativos. Mas, o que interessa mesmo, sobretudo em um cenário econômico adverso, é a manutenção dos empregos. O trabalhador não vai pagar mais esta conta. O Sindicato está atento. A expectativa é que a venda seja fechada até agosto joão ubaldo HSBC tem mais de 20 mil funcionários no Brasil. Sindicato da Bahia luta para que empregos sejam mantidos Na Bahia, posse de funcionários no Banco do Brasil Mais 25 novos bancários do Banco do Brasil foram empos- sados. A notícia é boa. Mas o Sindicato da Bahia reafirma a necessidade de acelerar o ritmo de contratações. Mais 25 novos funcionários foram empossados na Bahia. Ainda é pouco. Demanda é altíssima nas agências Os empregados ocupam vagas em diversas cidades do Estado. A posse, realizada na Gepes, auditório do BB, na segunda-feira, contou com a presença do presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, dos diretores Humberto Almeida e Antonio Silva, e do secretário-geral, Olivan Faustino. Na oportunidade, os dirigentes falaram sobre o papel da entidade em defesa dos trabalhadores e sobre a campanha salarial que se aproxima. Certamente, a ampliação do quadro de funcionários entrará na pauta de reinvidicações. 3 4 o bancário BRASIL Salvador, quarta-feira, 08.07.2015 • www.bancariosbahia.org.br Contra a doação a políticos Financiamento de campanhas incentiva a corrupção no país rose lima [email protected] Os brasileiros mandaram um recado claro para o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que recentemente fez manobra para aprovar o financiamento privado de campanhas eleitorais. A maioria (74%) é contra a doação de empresas a candidatos. Somente 16% são a favor e 10% não têm opinião, revela pesquisa do Datafolha, encomendada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A rejeição maior ocorre entre as pessoas com nível superior (80%) e aumenta ainda mais entre aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos (82%). O levantamento ainda mostra que 79% dos brasileiros acreditam que a corrupção é estimulada pelas doações empresariais. Está certo. O poder econômico financia os candidatos e depois cobra a conta. Toda a sociedade perde, sobretudo o mais pobre. Com políticos comprometidos com o grande capital, projetos nefastos como o da terceirização são aprovados com facilidade. Processo Importante destacar que a OAB, responsável pela pesqui- marcelo casal jr - AbR População sabe que as doações empresariais estimulam a corrupção sa, é também autora da Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que proíbe a doação empresarial a candidatos. A ação tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) há um SAQUE DESMONTE Fatos que desmontam os falsos argumentos do senador tucano Aécio Neves (MG), que insiste em cobrar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff: o que o PSDB chama de “pedaladas fiscais” é uma prática comum no setor público, Aécio recebeu mais dinheiro de doação das empreiteiras investigadas na operação Lava Jato do que Dilma Rousseff e, para completar, o senador mineiro foi citado em depoimento do doleiro Alberto Youssef como dono de uma diretoria em Furnas, durante o governo FHC, que pagava mesada de US$ 100 mil por mês a parlamentares. Apesar de tudo isso, teima na pretensão golpista, com o apoio da mídia. GOLPISTAS Em entrevista à Folha de S.Paulo, a presidenta Dilma Rousseff disse que nem toda a oposição é igual e citou como protagonistas da tentativa de golpe de Estado no Brasil o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), mais os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Roberto Freire (PPS-PE), Agripino Maia (DEM-RN) e Aécio Neves (PSDB-MG). “Eles confundiram os seus desejos com a realidade”. Ela destacou ainda oposicionistas que “respeitam o relógio da democracia”, como os governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS) e Simão Jatene (PA). Concluiu afirmando que se não se matou sob tortura, não o fará agora. TOLICE "Como não tem nada a oferecer, ideias, conciliação, propostas, paciência para abrir mão do lazer em favor dos trabalhos, embarcou na única canoa que se julgou capaz de dirigir: a do terceiro turno. E passou a produzir um festival campeão de fanfarronices e factoides, contando com a falta de discernimento da mídia para se promover". A opinião é do jornalista Luis Nassif sobre o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), a quem considera um “completo tolo”. O senador nunca aceitou a derrota nas urnas na eleição presidencial do ano passado. LEGALIDADE Paciência tem limite e a sociedade começa a reagir contra os abusos da Polícia Federal e do juiz Sérgio Moro. Depois de protestos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) como Luiz Fux e Marco Aurélio Mello, de juristas como Bandeira de Mello e Ives Gandra, ontem o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius Furtado Coêlho, enviou documento ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cobrando providências para que a PF "cumpra os dispositivos legais no que tange à inviolabilidade das comunicações entre o advogado e o seu cliente preso". Uma cópia do texto foi enviada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. ano e três meses. Os ministros até começaram a votar, mas, quando a maioria votava pelo fim do financiamento, Gilmar Mendes pediu vistas e até hoje mantém o processo na gaveta. Renda sofre novo baque Mais uma medida provisória mexe em cheio no bolso do trabalhador. A MP que cria o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) reduz de forma temporária a jornada de trabalho e os salários em até 30%. A CTB é contra a iniciativa. Alguns números mostram o porquê do posicionamento. No fim de abril, o desemprego atingiu a casa dos 8%, segundo o IBGE. O PIB caiu 0,2% no primeiro trimestre. Em um ano, o salário médio de admissão reduziu 1,4%, de acordo com o Fipe e a geração de emprego formal apresentou queda de 1,9%. Com a indústria em crise, o setor de serviços apresenta sinais de debilidade, com demissões no comércio, bem como a construção civil. A história mostra medidas parecidas, como a criação do banco de horas e o chamado sistema “lay-off”, cujo propósito é aumentar o lucro das empresas, em detrimento dos interesses sociais. A CTB entende que é mais um retrocesso para o trabalhador.