ENERGIA DE ADSORÇÃO RELATIVA A INTERAÇÃO ENTRE OS CORANTES REATIVOS VINISULFONA E A QUITOSANA RETICULADA Irene Y. Kimura1*, Sirlei da Rosa2 e Viviane A. S. Schein3 1 Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus Regional de Goioerê, Departamento de Ciências, Goioerê – PR – email: [email protected]. 2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFR – Medianeira – PR 3 Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC – Lages – SC Resumo: Amostra de quitosana foi caracterizada por titulação condutimétrica (91,0% GD). Para aumentar a resistência da quitosana em meio ácido foi reticulada com glutaraldeído 2,5 % (mv -1). Os estudos de adsorção foram realizados em batelada, empregando os corantes reativos preto 5 e laranja 16, conduzidos em pH 2 e 10, a 25, 45 e 65 ºC, durante 24 horas. Ambos corantes tiveram os valores da saturação máxima e as energias de adsorção maiores em meio ácido, enquanto em meio alcalino o comportamento da isoterma foi linear. Os valores negativos de energia livre (Go) e entalpia (Ho) indicam que a reação é espontânea e o processo é exotérmico, respectivamente. Os valores de energia de adsorção (ad) em meio ácido e alcalino indicam que provavelmente o tipo de interação é uma adsorção química e física, respectivamente. Palavras-chave: cinética, corantes reativos vinilsulfona, energia de adsorção, equilíbrio e quitosana. ADSOPTION ENERGY RELATIVE TO INTERACTION BETWEEN VINYLSULFONE REACTIVE DYES AND CROSSLINKING CHITOSAN ABSTRACT: Chitosan sample was characterized by conductometric titration (91.0% DD). To increase the resistance of the chitosan in acid middle was cross-linked with glutaraldehyde 2.5% (mv-1). The adsorption studies were investigated by the batch method, using the dye black 5 and orange 16, carried in pH 2.0 and 10.0, at 25, 45 and 65 ºC, for 24 hours. Both dyes ones had the values of the maximum saturation and the larger adsorption energy in acid middle, while in alkaline middle the behavior of the isotherm was linear. The negative values of free energy (Go) and enthalpy (Ho) indicated that the reaction is spontaneous and the process is exothermic, respectively. The values of adsorption energy (ad) indicated that the interaction type is a chemical adsorption. Keywords: kinetic, reactive dye vinylsulfone, adsorption energy, equilibrium and chitosan. Introdução As águas residuárias geradas nos processos têxteis são variáveis na quantidade e composição, dependendo do processo e da matéria-prima utilizada, isto é, os despejos podem apresentar composição química bastante complexa. A presença de corantes nestas pode ocasionar problemas ambientais, devido à dificuldade em removê-los. Por outro lado, diante da política ambiental mais atuante, nos direcionam a avançar os estudos, na busca de geração de novos materiais e métodos de tratamentos adequados para remoção dos corantes em efluentes têxteis. Na última década tem-se constatado um crescimento em torno do desenvolvimento do processo de adsorção, que envolvem a transferência de massa de uma fase líquida para a superfície de um sólido, podendo ser aplicado com grande eficiência no tratamento. A quitosana tem sido empregada na remoção de corantes em soluções aquosas com eficácia e outro aspecto benéfico é a sua biodegradabilidade. A presença de grupos amino na cadeia polimérica permite que ele atue como polieletrólito catiônico em pH < 6,5 e apresenta uma alta densidade de carga que se adsorve facilmente nas superfícies carregadas negativamente[1]. Alguns efluentes têxteis são descartados em meio fortemente ácido, limitando o uso deste adsorvente, devido a sua solubilização em pH < 3,0. A reticulação com glutaraldeído aumenta o seu potencial de utilização em processos estáticos e dinâmicos, sua estabilidade em meio ácido e melhorando a sua resistência a degradação química e biológica[2]. A molécula do corante reativo vinilsulfona interage com o substrato através da reação de adição. Há disponibilidade de corantes, os quais apresentam dois ou mais grupos reativos iguais ou diferentes na mesma molécula (bi, tri e polifuncionais). Os parâmetros físico-químicos dos corantes bifuncionais são ajustados segundo a aplicabilidade, entretanto o mecanismo de reação de fixação dos grupos reativos se processa igualmente aos monofuncionais[3]. Este estudo teve como finalidade adequar o modelo cinético, avaliar a capacidade e a energia de adsorção de dois corantes reativos vinilsulfona de uma solução sintética através da quitosana reticulada em pH 2,0 e 10,0. O comportamento dinâmico de adsorção foi analisado sob efeito da temperatura e pH. Experimental Materiais e reagentes A quitosana desacetilada foi obtida com 91,0% GD ou 5,65 mmol NH2g-1 (Universidade Federal de Santa Catarina), os corantes reativos[4] preto 5 (Remazol Black B) e laranja 16 (Remazol Brilliant Orange 3R) foram utilizados sem purificações prévias (Aldrich Chemical Company, Inc), glutaraldeído 25,0% (Nuclear Co.) e todos outros reagentes empregados foram de grau analítico e fornecidos pela Merck. A figura 01 ilustra as estruturas dos corantes reativos preto 5 e laranja 16. As soluções estoque de corante reativo preto 5 e laranja 16 concentrações 100 e 1000 mgL-1 foram preparadas nas e as soluções tampões pH 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0 foram preparadas conforme descrita em Morita e Assumpção[5]. NaO3SOCH 2CH 2O2S N=N SO3Na NaO3SOCH 2CH 2O2S HO SO3Na HO H2N O H3CCNH N=N NaO3SOCH 2CH 2O2S N=N SO3Na Figura 01. Estrutura dos corantes reativos (A) preto 5 e (B) laranja 16. 2 Procedimentos Foi estudada a dependência da máxima adsorção do corante em função do pH em um intervalo de 350 – 750 nm de comprimento de onda. Uma alíquota de 1,0 mL da solução de corante reativo (100 mgL-1) e 9,0 mL de tampão pH 2,0 foi usada para leitura de absorvância em vários comprimentos de onda para se determinar o máx. O ensaio foi repetido para os tampões a pH 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0. As concentrações dos corantes reativos preto 5 e reativo laranja 16 em solução foram determinadas através de um Espectrofotômetro Digital Micronal UV-Vis, Modelo B 4, empregando seus respectivos máx e curvas analíticas. Para verificar a influência do pH das soluções, na adsorção dos corantes reativos, amostras de quitosana (25,0 mg) foram colocadas em contato com soluções individuais do corante reativo preto 5 (Co = 500 mgL-1) e laranja 16 (Co = 500 mgL-1), respectivamente; mantendo a força iônica constante ( = 0,100 molL-1). Foram ajustados os pHs das soluções com várias soluções tampão e transferidas num banho termostatizado a 25, 45 e 65 C e agitadas durante 24 horas. O sobrenadante de cada frasco foi separado por centrifugação e a quantidade de corante adsorvida foi determinada empregando a equação 1: q (Co Ce ) W V (1) onde q é a quantidade de corante adsorvido (mgg-1), V é o volume da solução (L), W é a massa da quitosana na forma pulverizada (g), Co é a concentração inicial da solução (mgL-1) e Ce é a concentração de corante em equilíbrio na solução (mgL-1). O tempo necessário para o sistema adsorvato/adsorvente atingir as condições de equilíbrio foi determinado colocando 70 mL de solução de corante reativo (700 mgL-1) num frasco fechado contendo 50 mg de quitosana pulverizada e reticulada. O pH da solução foi ajustado para o pH ótimo de adsorção e a força iônica foi mantida constante ( = 0,100 mgL-1). O frasco permaneceu sob agitação a 25, 45 e 65 C até alcançar o equilíbrio de adsorção. Alíquotas de 3,0 mL foram retiradas em diferentes intervalos de tempo (depois de 8 horas a cada 3 horas) e as concentrações dos corantes em solução foram determinadas por espectrofotometria UV-Visível. As isotermas de adsorção foram obtidas pelo método em batelada. Os frascos termostatizados a 25, 45 e 65 C, contendo 50 mg de quitosana pulverizada e reticulada, e 80 mL de solução de corante (125 – 812,5 mgL-1), força iônica da solução controlada com NaCl ( = 0,100 mgL-1) e o pH ajustado com solução tampão. O material foi separado da solução por centrifugação e a concentração do corante em solução foi determinada por espectrofotometria UV-Visível. A partir da equação (1) foi calculada a quantidade de corante adsorvida pela quitosana. 3 Resultados e Discussões Os valores de máx utilizados foram 599 nm e 490 nm para o corante reativo preto 5 e laranja 16, respectivamente. Os espectros de absorção apresentaram o mesmo comportamento em toda faixa de pH estudada[6], a figura 02 ilustra os espectros de absorção dos corantes reativos preto 5 e laranja 16. 0,7 preto 5 laranja 16 0,6 Absorvância 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 350 400 450 500 550 600 Comprimento de onda 650 700 750 (nm) Figura 02. Espectros de absorção dos corantes reativos preto 5 e laranja 16. Os valores obtidos de adsorção dos corantes reativos preto 5 e laranja 16 mostraram um aumento de adsorção com a diminuição do pH pela quitosana em 25, 45 e 65 ºC, portanto o pH ótimo de adsorção foi de pH < 3, para ambos corantes reativos em diferentes temperaturas. Cinética de adsorção Em pH 2,0 foi observado, que a cinética de adsorção dos corantes reativos preto 5 e laranja 16 mostrou um aumento rápido nas primeiras 8 horas e depois seguindo uma variação gradual, atingindo a condição de equilíbrio em torno de 24 horas, nas diferentes temperaturas. Enquanto, em pH 10,0 foi observado que a cinética de adsorção de ambos corantes reativos houve um aumento pequeno nas primeiras 8 horas e depois seguido praticamente por uma variação gradual bastante pequena e alcançando o equilíbrio também em torno de 24 horas. Para analisar o mecanismo que controla o processo de adsorção, tais como transferência de massa na solução e reação química, há vários modelos cinéticos para interpretar os dados experimentais. Assim, no estudo para investigação do mecanismo de adsorção pode ser usado o modelo de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda ordem para avaliar a cinética de adsorção através dos dados experimentais obtidos. E, o coeficiente angular de cada equação cinética é o parâmetro para interpretar o mecanismo de adsorção do corante na fase sólida. Na equação de cinética de pseudo-primeira ordem é dada pela expressão de Lagergren, integrando-a e aplicando as condições que qt = 0, qt = qt a t = t pode ser representada pela equação 2: 4 log(q e q t ) logq e k1 t 2,303 (2) onde k1 é a constante de velocidade de primeira ordem, qe e qt representam as quantidades de adsorção no equilíbrio e no tempo t, respectivamente. Através do plote log (qe – q) versus t pode-se determinar a constante de velocidade de primeira ordem (k1)[7, 8]. A equação de pseudo-segunda ordem pode ser expressa pela equação 3: t qt 1 k qe 2 2 1 t (3) qe onde a constante da velocidade de segunda ordem (k2) pode ser obtida pelo intercepto da inclinação do plote de t/qt versus t[9]. Uma boa correlação dos dados de cinética nestes modelos citados anteriormente pode justificar o mecanismo de adsorção[10]. Os dados cinéticos de adsorção do corante preto 5 em pH 2 e 10, a 25, 45 e 65 ºC foram melhores ajustados com a utilização do modelo cinético de pseudo-primeira ordem, nas quais forneceram o melhor coeficiente de correlação. O mesmo ocorreu para o laranja 16 em pH 2 a 45 ºC e em pH 10 a 25, 45 e 65ºC. No entanto, a equação de primeira ordem em muitos casos, não é bem apropriada para toda extensão do tempo de contato e é geralmente aplicável no primeiro estágio do processo de adsorção[11]. Enquanto, os dados cinéticos do laranja 16 em pH 2 a 25, 45 e 65 ºC foi ajustado com a equação de pseudo-segunda ordem, confirmando que o controle do mecanismo de velocidade é a adsorção química, envolvendo forças de valência através do compartilhamento ou troca de elétrons entre o adsorvente e o adsorvato. Ou seja, a velocidade de adsorção dos corantes pelo adsorvente foi dependente da concentração dos íons no adsorvente e da concentração destes adsorvidos no equilíbrio[9]. Isoterma de adsorção Os resultados experimentais de adsorção foram interpretados pela isoterma de Langmuir[12-13] e Nernst[14]. A isoterma de adsorção do corante preto 5 a 25 ºC em pH 2,0 apresentou quase a metade da capacidade de adsorção em relação a outras temperaturas, enquanto as isotermas de adsorção do corante laranja 16 em pH 2,0 e nas diferentes temperaturas a capacidade de adsorção foram praticamente a mesma. Em meio ácido, a capacidade de adsorção da quitosana é significativamente maior do que em meio alcalino. Em pH < 3,0, os grupos amino da quitosana estão protonados e 5 podem interagir com os grupos sulfonatos do corante por interação eletrostática de natureza iônica. Estes resultados podem ser observados na tabela 01. Em pH 10,0 a 25, 45 e 65 ºC, os dados experimentais de adsorção do corante preto 5 e laranja 16 tiveram comportamento de uma isoterma linear. Isto é, ajustaram melhor a isoterma de Nernst, cuja adsorção mostra que o corante não interage fortemente com os sítios da superfície do adsorvente e indica uma interação não específica do corante pela quitosana. Neste meio os grupos amino estão deprotonados, a interação do corante pode ser atribuída à atração de van der Waals e/ou ligação de hidrogênio. A relação entre a constante de velocidade de reação (k) e a temperatura (T) foi observada em 1889 por Arrhenius, a qual ficou conhecida como equação de Arrhenius[15], conforme é representada pela equação 6: k Ae a / RT (6) onde A é denominado fator de freqüência e a (energia de ativação “Joule”), R (constante dos gases ideais “8,31 Jmol-1K-1”), T (temperatura absoluta “K”) têm significados já definidos. De acordo com a equação o valor de k aumenta com a T. Isto significa que um aumento da temperatura deve produzir um aumento da velocidade de reação, o que, usualmente é observado. Também é útil, porque expressa a relação quantitativa entre temperatura, energia de ativação e constante de velocidade. Ajustando a equação 6, tem-se a forma correspondente a uma reta (y = mx + b), representada pela equação 7: log k - a 1 logA 2,303 RT (7) Portanto, pode-se plotar o log k versus T-1 (K-1), obtém-se uma reta de inclinação a (2,303 R)-1. A equação que relaciona a variação de energia livre (G), a variação de entalpia (H) e a variação de entropia (S) são conhecidas como Gibbs-Helmholtz, ilustrada na equação 8: G = H - TS (8) onde a temperatura é dada em Kelvin (K). Esta equação nos diz que a força motriz para uma reação, G, depende de duas grandezas: uma delas é a variação de entalpia devida à formação e quebra das ligações, H; a outra é o produto de variação no estado aleatório, S, pela temperatura absoluta T. Esses parâmetros podem ser calculados usando um coeficiente de equilíbrio termodinâmico obtidos com diferentes temperaturas e concentrações e a avaliação desses parâmetros dá um discernimento dos possíveis mecanismos de adsorção[16]. Os parâmetros termodinâmicos, tais como, a variação da energia livre (Go), a entalpia (Ho) e a entropia (So) foram determinadas usando as equações[17]: 6 Logo, G = - RT ln Keq G = H - TS (9) igualando G, tem-se: -RT ln Keq = H - TS Aplicando o logaritmo natural, tem-se: lnK eq H S 2,303RT 2,303R Convertendo para o logaritmo na base 10 e ajustando a equação anterior, tem-se a forma correspondente a uma reta (y = mx + b), representada pela equação 10: logK eq H S 2,303RT 2,303R (10) onde Keq é a constante de equilíbrio, T é a temperatura absoluta (K) e R é a constante dos gases ideais (8,31 Jmol-1K-1). Os valores calculados de Ho e So foram obtidos do gráfico log Keq versus T-1. A tabela 02 apresenta os resultados experimentais dos parâmetros de adsorção Keq e qm, empregando a isoterma de Langmuir pelo método não-linear e o coeficiente de partição utilizando a isoterma de Nernst; também os parâmetros termodinâmicos tais como energia livre (Go), entalpia (Ho) e entropia (So), bem como a energia de adsorção (a) envolvida no processo de remoção de corantes reativos de efluente sintético têxtil. A relação entre a energia de adsorção (a) e dessorção (des) é descrita conforme a equação[18] 11, cuja energia de dessorção para uma reação exotérmica é: Edess = a - H (11) E a energia de adsorção é representada na equação 12: a = Edess + |H| (12) enquanto, para uma reação endotérmica a energia de dessorção é dada pela equação 13: Edess = a + H (13) E a energia de adsorção é representada na equação 14: a = Edess - |H| (14) Os valores negativos de Go indicam que a adsorção dos corantes reativos preto 5 e laranja 16 em pH 2,0 e 10,0 a temperatura de 25, 45 e 65 ºC sob a quitosana reticulada foi espontânea. Enquanto, os valores de Ho negativos mostraram que a adsorção é um processo exotérmico e os valores de So positivos indicam que a interface entre o sólido-solução aumentou aleatoriamente durante a adsorção do corante sob a quitosana reticulada. Os valores de dessorção para o corante reativo preto 5 em pH 2,0 e 10,0 foram estimados em 21,3 e 5,7 KJmol-1, respectivamente; enquanto o corante reativo laranja 16 em pH 2,0 e 10,0 foram estimados 30,1 e 5,8 e KJmol-1, respectivamente. Foi observado, que tanto para o corante reativo 7 preto 5 bem como para o laranja 16, os valores resultantes de dessorção em pH 2,0 foram bem maiores do que em pH 10,0, indicando a dificuldade de dessorção dos corantes adsorvidos na superfície da quitosana reticulada em meio ácido, devido o grupo –NH3+ da quitosana e o grupo –SO3- do corante estar fortemente ligado através de interação eletrostática. Entretanto, em pH 10,0, o grupo –NH2 da quitosana estava deprotonado e provavelmente dificultando a interação com o grupo –SO3- do corante. No entanto, foi observado que em meio alcalino há provavelmente outro tipo de interação, tal como, van der Waals, que indica uma energia de adsorção sob a superfície do adsorvente, como sendo uma adsorção física. Portanto, numa dessorção efetiva podemos considerar que provavelmente teremos dificuldade de retirar o corante da superfície do adsorvente em pH 2,0 e reutilizar o adsorvente, talvez uma mudança de condição, tal como o pH acima de 10 facilite a sua remoção. Tabela 01. Parâmetros de adsorção e termodinâmicos dos corantes reativos em pH 2 e 10. Go Ho So Corante T qm Keq pH Reativo (ºC) (mgg-1) (Lg-1) (KJmol-1) (KJmol-1) (KJmol-1) Preto 5 2 Preto 5 10 Laranja 2 16 Laranja 10 16 25 45 65 25 45 65 25 45 65 25 45 65 370,4 666,7 625 833,3 833,3 769,2 - 14,5 5,4 47,9 45 1000 704 2,0 2,5 8,9 242 357 593 -6,6 -4,5 -10,9 -9,4 -18,3 -36,7 -1,7 -2,4 -6,1 -13,6 -15,5 -17,9 ad 2 R (KJmol-1) R2 -11,1 3,12.10-4 0,8744 10,2 0,9838 -1,1 8,3.10-2 0,0706 4,6 0,9365 -15,1 3,94.10-4 0,9800 15,0 0,9856 -0,5 5,90.10-5 0,4537 5,3 0,9882 Conclusões Os resultados experimentais da cinética de adsorção do corante reativo preto 5 e laranja 16 em pH 2,0 e 10,0 a temperatura de 25, 45 e 65 ºC foram melhores ajustados ao modelo cinético de pseudo-primeira ordem, com exceção do reativo laranja 16 em pH 2,0 a 25 e 65 ºC que se ajustou melhor ao modelo cinético pseudo-segunda ordem, todos os dados obtidos foram comprovados pelos melhores coeficientes de correlação. A adsorção de corantes reativos preto 5 e laranja 16 pela quitosana apresentou maior capacidade de adsorção em pH 2,0 do que em pH 10,0, nas diferentes temperaturas, isto é, houve 8 provavelmente uma transferência de massa para o suporte adsorvente e a comprovação da dependência do pH. A adsorção de corantes reativos preto 5 e laranja 16 pela quitosana mostrou um aumento de adsorção com a diminuição do pH, no tempo de contato de 24 horas em diferentes temperaturas, isto é, houve a interação dos grupos amino (–NH3+) com os grupos sulfonato (–SO3-) através de ligações eletrostáticas do tipo iônica. Uma dessorção efetiva provavelmente poderia ser feita acima de pH 10,0. Também, podem ser observados que os valores negativos de energia livre e entalpia demonstraram que as reações são espontâneas e exotérmicas, respectivamente, para ambos os corantes em diferentes temperaturas. Além disso, pode-se enfatizar que a interação entre o corante e a quitosana, devido os valores de energia de adsorção, abaixo e acima de 10 KJmol-1, indicam que provavelmente houve uma adsorção física[19] e química[19],[20], respectivamente. Portanto, esse suporte polimérico pode ser utilizado para a remoção de corantes reativos em efluentes residuários têxteis. Referências Bibliográficas 1. Y. Kawamura; M. Mitsuhashi; H. Tanibe Ind. Eng. Chem. Res. 1993, 32(2), 386-391. 2. C. Y. Kim; H. Choi; H. T. Cho J. appl. Polym. Sci. 1997, 63, 725-736. 3. J. R. Aspland Textile Chemist and Colorist 1992, 24(6), 35-40. 4. Colour Index Society of Dyers and Colourist and American Association of Textile Chemist and Colourists, 3. ed., vol 2 and 3, USA, 1971. 5. T. Morita; R. M. V. Assumpção Manual de Soluções, Reagentes e Solventes – Padronização, Preparação e Purificação, 2. ed., Editora Edgard Blucher Ltda, São Paulo, 1988. 6. I. Y. Kimura; A. C. Gonçalves Jr.; J. Stolberg; M. C. M. Laranjeira; V. 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