Informações para a Imprensa CNT divulga resultados da Pesquisa Rodoviária 2002 e pede regulamentação imediata da CIDE “A regulamentação imediata de CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) é fundamental para tirar o setor de transporte rodoviário do caos em que se encontra”. A análise é do presidente, durante a divulgação da Pesquisa Rodoviária CNT – 2002, nesta terça-feira (12 de novembro), na sede da CNT, em Brasília. Realizada desde 95, a pesquisa avalia as condições das rodovias brasileiras. Durante 31 dias, 10 equipes de pesquisadores percorreram aproximadamente 52 mil km de rodovias federais e estaduais pavimentadas, sendo 4.638 pertencentes à malha privatizada. TECNOLOGIA A Presidência da CNT lembra que a Pesquisa Rodoviária deste ano apresentou duas novidades. Pela primeira vez, as equipes utilizaram receptores de GPS (sigla, em inglês, de “Sistema de Posicionamento Global”), o que permitiu a localização georreferenciada das principais características avaliadas. Com o uso deste sistema, a Pesquisa passou a apontar, com precisão de cerca de 10 metros, a localidade dos principais problemas encontrados nas rodovias, como buracos profundos no pavimento ou quedas de barreiras. Com isso, ganhou-se a possibilidade de as equipes retornarem, no ano seguinte, aos mesmos locais pesquisados, com extrema exatidão, e verificarem se os problemas foram corrigidos. Outra inovação da Pesquisa foi a análise da fluidez do tráfego, ou seja, o fluxo dos veículos nas vias. Este estudo permitiu avaliar o impacto das condições do pavimento, da sinalização e da engenharia das rodovias sobre a velocidade de deslocamento. Pode-se concluir, por exemplo, quais as conseqüências de um pavimento mal conservado na movimentação dos veículos. RANKING A Pesquisa Rodoviária 2002 aponta – como já fez em anos anteriores – o dez melhores e piores trechos rodoviários brasileiros. Os melhores São Paulo (SP)/Uberaba (MG) Rio de Janeiro (RJ)/São Paulo (SP) Belo Horizonte (MG)/São Paulo (SP) São Paulo (SP)/Curitiba (PR) Paranaguá (PR)/Foz do Iguaçu (PR) Curitiba (PR)/Porto Alegre (RS) Salvador (BA)/Estância (SE) Ourinhos (SP)/Cascavel (PR) Arapongas (PR)/Curitiba (PR) Carazinho (RS)/Porto Alegre (RS) Os piores Manaus (AM)/Boa Vista (RR)/Pacaraíma (RR) Belém (PA)/Guaraí (TO) Alta Floresta (MT)/Cuiabá (MT) Maceió (AL)/Salgueiro (PE) Belém (PA)/São Luís (MA) Juazeiro (BA)/Salvador (BA) Porto Velho (RO)/Rio Branco (AC) Poços de Caldas (MG)/Lorena (SP) Salvador (BA)/Paulo Afonso (BA) Teresina (PI)/Barreiras (BA) CONCLUSÕES De acordo com a Pesquisa Rodoviária 2002, 38,8% da extensão encontram-se com pavimento em estado deficiente, ruim ou péssimo (18.275 Km); 40,0% da extensão não estão sinalizados de forma adequada (18.841Km); 22% da extensão pesquisada não possuem acostamento (10.422 Km), além da grande extensão com placas cobertas pelo mato (18,9%). O estado geral das rodovias foi classificado como deficiente/ruim/péssima em 59,1%; na pavimentação (48,7%), na sinalização (40,0%) e em engenharia (90,2%). A Pesquisa deste ano aponta que, do total de trechos com sinalização horizontal visível, 79,5% possuem faixa central e 68,2% possuem faixa lateral. Esta diferença dos índices, de 11,3%, corresponde a trechos que possuem apenas a faixa central. Para o presidente da CNT, “as péssimas condições em que se encontram as rodovias brasileiras acarretam uma série de dificuldades que atingem o desenvolvimento do País, comprometem o Custo Brasil e acarretam perdas de vidas humanas”. “É por isso que achamos importante a imediata regulamentação da CIDE que, apenas para este ano, fez transferir recursos da ordem de 8,8 bilhões de reais que foram utilizados para cobrir o déficit público.”, afirmou o presidente da CNT.