Junho 2009
TESTEMUNHO NA 1ª PESSOA
«Princesa borboleta» prova
que há muita vida para além
da insuficiência renal
Aos 17 anos, foi-lhe diagnosticado lúpus, uma doença inflamatória
crónica que iria mudar para sempre a sua vida. Tanto que, pouco depois,
os seus rins, enfraquecidos, obrigá-la-iam a três sessões por semana de
hemodiálise. O tratamento rouba-lhe algum tempo, mas Marta Branco,
de 31 anos, não deixa que isso a desanime. Esta bombeira de profissão
tem uma vida muito preenchida: trabalha, sai à noite, vai ao ginásio
e até está a escrever um livro.
Irradiando simpatia e afabilidade, Marta Branco, recebe-nos na corporação dos
Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique, em Lisboa, onde trabalha como
operadora de comunicações. Está a cumprir o seu turno, fardada a rigor, mas
sente-se em dia de folga. Não do trabalho, mas de um outro compromisso. É
que hoje, (sexta-feira) não teve de se deslocar à Clínica do Lumiar, onde, três
vezes por semana, faz hemodiálise, um tratamento que substitui a função dos
rins, quando estes entram em falência.
Continua na página 2.
Bem-Estar
· Gripe A - Faça da
prevenção o melhor
remédio
Apoios
e Direitos
Agenda
Cultural
· Benefícios Fiscais
www.fresenius-medical-care.pt
Passatempo
· Sudoku
BEM-ME-QUER
01
Testemunho
O lúpus, a doença auto-imune que assolou
Marta há cerca de 14 anos, conduziu-a à
insuficiência renal crónica. Hoje em dia, confessa-se habituada ao tratamento de hemodiálise.
Actualmente, uma sessão de hemodiálise
dura cerca de três horas e meia. Pode parecer
uma eternidade – e Marta não o nega –,
mas tenta ver as coisas pelo lado positivo.
«Quando comecei a fazer diálise, cada sessão
demorava quatro horas.» Hoje, os trinta
minutos a menos que cada tratamento dura
têm «muito valor».
Mulher activa, apesar das patologias que
enfrenta, reconhece que a hemodiálise lhe
rouba algum tempo útil. Graceja, por isso,
que os dias «precisavam de ter 48 horas».
Mas o seu gosto pela vida é mais forte que
a falta de tempo e, recentemente, até se
inscreveu no ginásio. «Já andava com essa
ideia há algum tempo e esta é uma altura
em que me sinto razoavelmente bem. Além
disso, é só meia hora de cada vez.» E, bem-disposta, acrescenta: «É o tempo que, hoje,
gasto a menos na hemodiálise!»
Apesar do «cansaço permanente» provocado
pela doença de lúpus, Marta resolveu inscrever-se nos Bombeiros de Campo de Ourique
como voluntária. «Trabalhava noutro lado,
uma noite por semana, no socorro pré-hospitalar.
Entretanto, surgiu uma vaga para ser assalariada
como operadora de comunicações e cá estou,
há oito anos.»
«Tive a hipótese de me reformar, mas não
quis. O lúpus e a diálise não são limites
inultrapassáveis, mas algo com que tenho
de conviver. A vida é demasiado curta, por
isso, esforço-me e ultrapasso os meus limites.»
Marta supera-se todos os dias. «A hemodiálise,
apesar de não ser um tratamento doloroso,
deixa-nos, de vez em quando, um bocadinho
cansados. Às vezes, é com sacrifício que
venho trabalhar, mas faço um esforço», conta.
02
O livro da «Princesa Borboleta»
Marta Branco esforça-se para conciliar o
trabalho com a hemodiálise, o ginásio e as
saídas com os amigos. E, desde há seis meses,
dedica-se a escrever um livro autobiográfico
que já tem título: A Princesa Borboleta. «A
Borboleta é o símbolo do lúpus; as suas asas
representam as nossas manchas na cara. E
a princesa sou eu, porque acho que tenho
esse direito», explica, com a humildade própria
de quem sofre desde tenra idade.
A ideia de escrever um livro surgiu porque
Marta tem «uma necessidade de partilhar
experiências» entre portadores de lúpus e
não só. O seu objectivo é «desdramatizar
a doença e a hemodiálise», porque «as pessoas
pensam que a vida acaba quando se faz
diálise».
«Aprendi a viver de outra maneira, dando
valor ao que não dava antes. As pequenas
coisas têm, agora, um valor enorme!», diz.
E, deixando transparecer algum orgulho,
acrescenta: «Agradeço, diariamente, por tudo
o que passei e aprendi, pois é graças a isso
que me tornei na pessoa que hoje sou.»
Esta «princesa borboleta» diz que é
comunicativa, estabelece amizades «com
facilidade» e considera-se pragmática. E é
com estas características que encara as
dificuldades. «O meu pensamento é: “Não
me posso desfazer do lúpus, porque é incurável.
Portanto, tenho de aguentar, lutar todos os
dias e tirar o melhor proveito possível”.»
Uma mulher pragmática, sem dúvida, mas
também sonhadora. Marta anseia pelo dia
em que poderá fazer novamente um transplante
de rim, para o qual está em lista de espera.
Aos 21 anos, fez um primeiro transplante,
mas, passados cinco anos, esses «novos rins»
também falharam. Apesar disso, a sua esperança
não esmoreceu.
Retomar o curso de Direito, que deixou há
cerca de 13 anos, e voltar a fazer serviço
de ambulância nos Bombeiros – uma grande
paixão – são alguns desses objectivos.
Uma vida sem limites
Algo que a vida nunca proporcionou a Marta
Branco foi a possibilidade de fazer a diálise
peritoneal, um tratamento para a insuficiência
renal equivalente à hemodiálise, mas com
a diferença de que pode ser executado pelo
próprio doente e em sua casa. «Cheguei a
questionar o meu médico sobre isso, mas
ele não se mostrou favorável, porque, como
tenho lúpus, há o perigo de desenvolver
infecções», explica.
«A hemodiálise é a minha única solução,
mas, mesmo que não fosse, iria preferi-la,
porque estou na Clínica do Lumiar três horas
e meia e, depois, tenho um dia e meio e o
fim-de-semana completamente livres!»
Quanto ao serviço prestado pela Clínica Fresenius
do Lumiar, Marta garante estar «100% satisfeita,
a todos os níveis». E até já fez alguns amigos,
nomeadamente entre o pessoal de enfermagem,
não fosse ela uma mulher de amizades e
de convívios.
A «princesa borboleta» não gosta de adiar
nada. Confidencia que, neste momento, tem
o seu livro em stand-by, porque quer começar
a escrever sobre a morte da mãe, que se
deu há nove anos, apesar do receio de reviver
uma situação tão penosa. «Mas tenho de
ultrapassar. É como um duche de água fria:
quanto mais depressa, melhor», diz, com
a coragem estampada no rosto.
Marta Branco não adia nada e até tem pressa,
porque a vida «é demasiado curta». Por isso,
esforça-se por ultrapassar os seus limites.
Ou melhor, os limites que pensava ter, mas
que, como ela o prova todos os dias, não tem.
BEM-ME-QUER
01
www.fresenius-medical-care.pt
Bem-Estar
GRIPE A - Alertas e prevenção
A gripe suína é uma doença respiratória
transmitida habitualmente entre estes animais
e está associada ao vírus gripal do tipo A (H1N1).
Este tipo de vírus da gripe pode ser transmitido
de maneira ocasional para o ser humano e neste
momento, estão identificados casos de
transmissão entre humanos. A vacina contra a
gripe sazonal humana, não protege contra o
vírus gripal do tipo A.
A nova estirpe de vírus da gripe identificada em
surtos no México, Estados Unidos da América
e já na Europa, transmite-se por via aérea de
pessoa para pessoa através de gotículas, espirros,
tosse ou outros contactos próximos.
Os sintomas desta doença são os mesmos de
qualquer outro estado gripal: febre, tosse, dor
muscular e dificuldade respiratória, entre outros.
Assim, o diagnóstico baseia-se, não apenas em
critérios clínicos, mas sobretudo na estada em
zonas afectadas ou contacto com doentes
provenientes dessas zonas.
Na sequência do surto de gripe A em humanos,
com casos registados num crescente número
de países, a Fresenius Medical Care, criou um
Gabinete Nacional de Acompanhamento do
Risco Pandémico que está a acompanhar de
Na próxima edição
responderemos às questões
e dúvidas mais frequentes
sobre a Gripe A.
perto a situação, encontrando-se em contacto
directo com as autoridades de saúde
internacionais e nacionais, Direcção Geral de
Saúde, no sentido de assegurar uma resposta
consentânea com as orientações destas
instituições e dos governos.
Temos também Gabinetes Operacionais em
cada clínica de diálise, na sede em Lisboa, filial
do Porto, na Unidade de Acessos Vasculares e
nas Ambulâncias 111, que são responsáveis por
pôr em acção os planos de contingência
aprovados pelo Gabinete Nacional de
Acompanhamento de Risco Pandémico.
Criámos um endereço electrónico que mantém
todos os colaboradores actualizados e informados
sobre eventuais desenvolvimentos relacionados
com a gripe A e com os planos de acção da
empresa.
Estamos atentos e vigilantes, implementando
medidas preventivas, continuando simultaneamente a dispensar aos nossos doentes
tratamentos de diálise ininterruptos.
Asseguramos que a Fresenius Medical Care está
empenhada e preparada para apoiar os doentes
e os colaboradores, nesta situação.
GRIPE - FAÇA DA PREVENÇÃO O MELHOR REMÉDIO
Evite tossir ou espirrar próximo
das outras pessoas.
Sempre que tossir ou espirrar
cubra a boca e o nariz com um
lenço descartável, e deite os lenços
usados imediatamente no lixo.
Se não tem um lenço, proteja
a boca e o nariz tal como na
figura. Não use as mãos, pois
estas são uma excelente forma
de transmitir os vírus.
Lave bem as mãos, com água
e sabão, sempre que se assoar,
tossir ou espirrar, ou tocar em
objectos partilhados por outras
pessoas.
Se tem sintomas de gripe (febre
e tosse), informe imediatamente
o médico ou o enfermeiro, e
utilize uma máscara, em especial
no contacto com outras pessoas.
DEIXE-SE CONTAGIAR POR ESTES CONSELHOS E NÃO PELO VÍRUS
03
www.fresenius-medical-care.pt
Apoios e Direitos
Agenda
Cultural
Direitos Sociais
e Benefícios Fiscais
Nesta edição divulgamos os direitos sociais e benefícios fiscais que poderão ser requeridos nos
serviços da Segurança Social e apoio comunitário.
Cabe à (ao) Assistente Social da Clínica efectuar a entrevista diagnóstica a todos os doentes
que realizam tratamento de diálise nas clínicas, bem como ao restante agregado familiar dos
mesmos.
Apoios/direitos referentes ao Transporte/Automóveis
(Isenção do pagamento de selo)
O doente ou o seu representante deverá dirigir-se junto da respectiva Repartição de Finanças
e apresentar a declaração multiusos.
Os doentes renais poderão aceder ao direito
de adquirir transporte próprio, isento de Imposto
Automóvel (IA), caso sejam portadores de
deficiência motora ou multideficiência profunda,
com um grau de incapacidade permanente
igual ou superior a 90%.
Os doentes que utilizam viatura própria entre
a residência e a clínica de hemodiálise e cujo
centro pertença à sua área de residência, deverão
orçamentar o custo dessa deslocação em
transporte público - autocarro -, pedir documento
comprovativo à empresa de transportes e,
posteriormente, enviar para a ARS da área de
residência ao cuidado da responsável pelos
transportes, de forma a que no final de cada
mês possam ser reembolsados desse dinheiro.
Participe no nosso jornal
Envie-nos textos, fotos comentadas, poemas, artigos de opinião. Este espaço
é seu e gostaríamos de ter o seu contributo para enriquecê-lo. Os nossos contactos
são: Direcção de Comunicação, [email protected], Tel: 21 750 11 00,
morada: Fresenius Medical Care Portugal, Rua Professor Salazar de Sousa, lote
12, 1750-233 Lisboa.
04
Lisboa:
Titanic - The Artifact Exhibition - Estação do
Rossio.
Todos os dias até 10 de Agosto, das 10:00 às
21:00.
Sintra:
Exposição Rafael Bordalo Pinheiro, Da caricatura
à cerâmica - Museu de Arte Moderna, Av.
Heliodoro Salgado.
3ª a Domingo, da 10h às 18 h.
Algarve:
VII Festival Internacional de Esculturas em Areia
- Pêra, Estrada para Algoz.
22 de maio a 22 de Outubro, das 10h às 24h.
Oliveira do Douro:
Giravolta - Percurso pela freguesia. Passeios
recreativos pelos pontos de maior riqueza cultural
e natural da Freguesia.
J.F. de Oliveira do Douro - R. D. Maria Costa
Basto, 525, 4431-601 Vila Nova de Gaia
tel: 22786 06 80
Último sábado de cada mês.
Passatempo
Dificuldade:
7
4 2 8
9 6
1
6
5 2
4
3
9
2
1
8
1
8
5
8
2 1
4
1
9
1
7 9
1 4
8
5
FICHA TÉCNICA
Fresenius Medical Care Portugal
Edição da Direcção de Comunicação
Distribuição: Gratuita
Tiragem: 2.000 exemplares
Design: Addmore Comunicação
Download

Bem Me Quer nº 1 Maio 2009