A INDÚSTRIA DA LINHA BRANCA NO BRASIL Propostas dos Metalúrgicos Fevereiro / 2012 0 A INDÚSTRIA DA LINHA BRANCA NO BRASIL Diagnóstico e Propostas elaboradas pelos Metalúrgicos ÍNDICE 1. Introdução 2. O setor de Eletroeletrônico no Brasil 3. O desempenho recente do segmento de Linha Branca e do setor de Eletroeletrônico no Brasil 3.1 Balança Comercial da Linha Branca 4. Perfil dos trabalhadores do setor de Eletroeletrônico no Brasil 4.1 Perfil dos Trabalhadores do Segmento de Linha Branca 4.2 Perfil dos Trabalhadores do Segmento de Compressores 4.3 Evolução do Emprego no setor eletroeletrônico e nos segmentos da Linha Branca e de Compressores 5. Propostas dos Metalúrgicos para o setor de Eletroeletrônico 5.1 Propostas amplas para o setor como um todo (setores de telecomunicações, bens eletrônicos de consumo, informática e automação industrial) 5.2 Propostas específicas para a Linha Branca 5.3 Implantação do Código de Conduta Social para as empresas do ramo metalúrgico 1 1. INTRODUÇÃO A presente cartilha é fruto de trabalho conjunto entre a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM/FS); a Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo (FEM-CUT/SP) e a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo da Força Sindical, com a assessoria técnica do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e insere-se no conjunto de ações que os metalúrgicos têm executado para subsidiar sua participação nos Conselhos de Competitividade Setoriais criados no Plano Brasil Maior (PBM). As rápidas e importantes mudanças ocorridas nos últimos 10 anos no desempenho da economia nacional, e, consequentemente, no padrão de consumo das famílias brasileiras, impactaram diretamente a indústria metalúrgica nacional. Do ponto de vista dos trabalhadores e suas representações, diversos aspectos positivos podem ser destacados. Dentre eles, a melhora no nível de emprego, a recuperação dos salários através de campanhas de data-base bem sucedidas, bem como a política de valorização do salário mínimo elaborada junto ao Governo Federal e a consolidação da política de construção de representação no local de trabalho. Entretanto, alguns fatores conjunturais, tais como os atuais problemas causados pela crise econômica internacional iniciada em 2008, e que há alguns meses voltou a assolar os países centrais, e a permanência por tempo prolongado do Real valorizado frente ao Dólar. Assim como a concorrência desleal com a indústria chinesa, trazem desafios para os mais diversos atores ligados à produção em nosso país, principalmente aos formuladores da política econômica a aos sindicatos de trabalhadores. Em agosto de 2011, o Governo Federal divulgou a nova política industrial brasileira, batizada de Programa Brasil Maior (PBM), que dentre seus objetivos busca enfrentar os obstáculos comentados anteriormente e o possível processo de desindustrialização que estaria em curso no país. Dentre as medidas anunciadas estão o fortalecimento da indústria nacional, nas suas mais diversas cadeias produtivas, através de incentivos à inovação tecnológica; desonerações tributárias; garantias, financiamento e desoneração para exportações e programas de qualificação e formação profissional para os trabalhadores. Paralelamente ao PBM outras ações pontuais foram, e ainda estão sendo, anunciadas no sentido de aquecer setores específicos que estariam sofrendo com o comportamento do câmbio e a importação de produtos chineses. A ferramenta utilizada nos dois casos mais recentes - Linha Branca e Automóveis - foi a alteração das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Para as montadoras de veículos, foram elevadas as alíquotas do IPI dos veículos importados cujas empresas não garantam um índice de nacionalização mínimo de 65% e/ou não executem processos de produção de veículos no país. No caso da Linha Branca, optou-se pela redução incondicional do IPI não se preocupando com a garantia da produção nacional, ou seja, foi concedida a redução do IPI sem contrapartida 2 alguma por partes das empresas deste segmento. No caso do fogão, a alíquota passou de 4% para zero. Para a aquisição de geladeiras, o imposto recuou de 15% para 5% e, para as máquinas de lavar, a alíquota foi reduzida de 20% para 10%. Os tanquinhos também sofreram redução de 10% para zero1. Como resultado dessa medida, em parte dos pólos produtores de utensílios domésticos, é possível identificar que as empresas líderes de mercado vem ampliando a participação de componentes importados no produto final e ocasionando demissões em empresas fornecedoras deste segmento no Brasil, como no caso do segmento de compressores para geladeiras, freezers e ar condicionado. Soma-se a isso, o fato de que em agosto de 2011 a Argentina retomou a postura protecionista frente aos fogões, geladeiras e máquinas de lavar roupas brasileiras e passou a dificultar a importação desses produtos, agravando a atual situação da balança comercial do setor e, também, nos últimos anos verificou-se aumento na importação de produtos da Linha Branca para o país. Os indicadores de faturamento mostram que a medida anunciada pelo Governo surtiu efeito: atingiu-se o objetivo de criar demanda interna por produtos da Linha Branca, entretanto é nosso papel não aceitar que os trabalhadores da cadeia sejam penalizados e coloque em risco o emprego de trabalhadores do segmento no Brasil. Desta maneira, os metalúrgicos apresentam neste trabalho um diagnóstico da produção de utensílios domésticos da Linha Branca - segmento que reúne quase 40 mil trabalhadores diretos e mais 78 mil indiretos2, e propostas para que por meio do PBM seja possível contornar os problemas enfrentados pelos trabalhadores de parte das empresas do segmento, reforçando nossa visão de que no Brasil apenas com uma indústria forte, moderna, de qualidade e pagadora de bons salários venceremos a batalha de transformar a sociedade brasileira. Por isso, defendemos o emprego e a produção nacional. 1 O Decreto nº 7.631, de 1º de dezembro de 2011, que estabelece a redução do IPI para a Linha Branca está disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/decretos/2011/dec7631.htm 2 Os dados de emprego direto utilizados neste trabalho são os oficiais, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a partir da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Já a estimativa de geração de empregos indiretos adotada nesta cartilha foi construída a partir da metodologia do seguinte estudo: Novas Estimativas do Modelo de Geração de Empregos do BNDES, disponível em: http://200.198.192.95/sistemas_web/renai/public/arquivo/arq1273762148.pdf 3 2. O SETOR DE ELETROELETRÔNICO NO BRASIL O complexo eletroeletrônico brasileiro é formado por setores de bens eletrônicos de consumo, telecomunicações, informática e automação industrial. A evolução do complexo é fortemente marcada pelas políticas setoriais específicas de cada setor e também pelos processos de abertura econômica e de reestruturação produtiva pelos quais o Brasil passou no início da década de 90. Parte significativa das empresas instaladas hoje no país são grandes corporações, que se estruturam no plano mundial na busca por aproveitar o máximo daquilo que as diferentes nações podem lhes proporcionar, ou seja: mercado consumidor, ambiente tecnológico, incentivos fiscais, condições macroeconômicas favoráveis à exportação e, em especial, reduzidos custos trabalhistas para segmentos intensivos em mão-de-obra. O estado de São Paulo e o município de Manaus são os dois principais pólos do setor eletroeletrônico no País. Juntos concentram parte significativa das empresas e dos mais de 423 mil empregos diretos e 854 mil indiretos. O setor no Brasil contava com aproximadamente 9.800 estabelecimentos em dezembro de 2010 - dado mais recente disponível, distribuídas entre as áreas de montagem, produção de peças e componentes e também manutenção de equipamentos. Destes, 60% são micro e pequenos estabelecimentos (até 9 trabalhadores) e apenas 7% de médios e grandes que, contudo, concentram 60% dos trabalhadores do setor. Sobre a Zona Franca de Manaus é importante destacar que esta iniciativa foi instituída em 1967 com o objetivo de desenvolver um pólo industrial, comercial e pecuário no local diferente de outras Zonas Francas, que se caracterizam unicamente por entrepostos comerciais, procurando compensar as desvantagens locacionais da região através de incentivos fiscais e promover a melhor integração produtiva e social dessa região ao país. Onze anos depois, estendem-se os benefícios fiscais para a chamada Amazônia Ocidental que compreende os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Atualmente existem 428 empresas ativas e com projetos aprovados junto à Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA)3. Todas sediadas na Amazônia Ocidental. Com um peso importante do subsetor de Materiais Elétrico e Eletrônico e de Comunicação, que representa 29% do total de empresas, ou seja, 123 empresas instaladas Pólo Industrial de Manaus (PIM); sendo 44 do pólo de componentes, 72 de produtos finais e 7 do pólo de máquinas copiadoras e similares. Ainda de acordo com estimativas estas empresas serão responsáveis por gerar mais de 50 mil empregos. O setor de bens eletrônicos de consumo é constituído por diversos segmentos, a saber: Linha Branca (refrigeradores, freezers verticais e horizontais, condicionadores de ar, lavadoras de louça, lavadora de roupas, secadoras, fornos de microondas, fogões, coifas e exaustores)principal objeto de estudo desta cartilha; Imagem (televisores, DVDs, videocassetes, câmeras de vídeo e foto) e Som (rádios, gravadores, tocadores de CDs, etc). 3 Relatório de posição até dezembro de 2011. 4 O segmento da Linha Branca tem como característica peculiar a maturidade tecnológica, não apresentando grandes inovações mesmo com novos produtos sendo lançados. Os produtos deste segmento são intensivos em corte, dobra, furação, tratamento, pintura e injeção de plástico, apresentando pouca complexidade tanto no produto como no processo. Os componentes que possuem maior grau tecnológico encontram-se nos fornos micro-ondas, nas lavadoras, nos refrigeradores, freezers e ar condicionado, tendo os compressores como componente principal e concentrando nos sistemas de controle de ciclo o maior grau tecnológico dos produtos. No Brasil, o segmento teve crescimento considerável no final da década de 1940, com a política de substituição das importações estabelecida no período, quando ocorreram uma série de aquisições e o surgimento de um pequeno grupo de grandes empresas (Brasmotor, Climax e Prosdócimo). Outra característica histórica foi a busca de parcerias destas empresas com conglomerados estrangeiros, como forma de obter acesso às inovações. Após a abertura econômica de 1990 o segmento da Linha Branca sofreu um processo de desnacionalização com a venda das grandes empresas familiares para as grandes multinacionais estrangeiras. Esse processo possibilitou a entrada de investimentos diretos estrangeiros fomentando a reestruturação produtiva e alterando a estrutura e estratégia de atuação das empresas do segmento. Esse processo pressionou mudanças em toda a cadeia produtiva do segmento (considerada como curta tendo siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas no primeiro e segundo níveis de suprimento, onde geralmente as cadeias terminam), com a intensificação da especialização e, assim, reforçando a necessidade de externalização de operações e construindo novas relações com os fornecedores. Sendo assim, as exigências colocadas pelas montadoras da Linha Branca com seus fornecedores forçaram a implantação de sistemas de gestão de qualidade e auditorias periódicas, impulsionaram a redução do número de fornecedores e aumentaram a relação de dependência entre montadoras-fornecedores. Dessa forma, a estratégia adotada pelos grandes grupos do segmento é determinante no processo produtivo de seus fornecedores, sendo este dependente da demanda da primeira. 5 3. O DESEMPENHO RECENTE DO SEGMENTO DE LINHA BRANCA E DO SETOR DE ELETROELETRÔNICO NO BRASIL4 A partir dos dados disponíveis, apresentados na tabela abaixo, pode-se concluir que o bom desempenho econômico do país tem refletido positivamente no setor, destacam-se os seguintes indicadores: o faturamento de 2011 avançou 8% em relação ao ano anterior, atingindo o maior montante já verificado pela ABINEE; as exportações cresceram 3% no último ano; e o faturamento por empregado atingiu R$ 737 mil, 4% superior em relação ao de 2010. Entretanto, alguns outros indicadores devem ser analisados com um pouco mais de cuidado: apesar da expansão das exportações (3%), as importações cresceram em ritmo superior (15%); o comportamento mencionado acima fez com que a balança comercial do setor (diferença entre o que é exportado e o que é importado) registrou déficit 18% superior ao ano de 2010, o que representa U$ -32 milhões; os investimentos em capacidade produtiva recuaram em 2011, tanto o montante investido quanto o investimento em relação ao faturamento; e TABELA 1 Principais indicadores da indústria de eletroeletrônico Brasil, 2007 a 2011 Principais Indicadores 2007 Faturamento (R$ bilhões) 111,7 Exportações (U$ milhões) 9.300 Importações (U$ milhões) 24.053 Saldo Comercial (U$ milhões) -14.753 Invesimentos (R$ bilhões) 3,5 Investimento (porcentagem sobre o faturamento) 3 Faturamento por empregado (R$ mil) 715,7 Correspondência do Faturamento em Relação ao 4,2 PIB (%) Participação das Exportações no Faturamento (%) 16,2 Participação das Exportações do Setor no Total das 5,8 Exportações do País (%) Participação das Importações do Setor no Total 19,9 das Importações do País (%) FONTE: ABINEE. 4 2008 2009 2010 2011* 123,1 9.891 32.035 -22.144 4,9 4 760,3 111,8 7.486 24.947 17.462 3,1 3 699,8 124,4 7.619 34.882 -27.263 3,6 3 712,0 134,9 7.880 40.093 -32.213 3,0 2 737,2 2011* 2010 8% 3% 15% -18% -15% 4% 4,1 3,6 3,4 3,3 -1% 14,8 13,4 10,8 9,7 -10% 5,0 4,9 3,8 3,1 -19% 18,5 19,6 19,2 17,4 -9% Apesar da classificação “linha branca - linha marrom” ser a mais comum nas análises do setor, as informações divulgadas pela ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), entidade representativa do empresariado, não permitem realizar uma análise mais específica do segmento de Linha Branca uma vez que a que a entidade adota outra categorização. Assim, as análises a seguir encontram-se aqui agregadas. A relação de NCM´s (Nomenclatura Comum do MERCOSUL) utilizadas nesta passagem do texto encontra-se no ANEXO METODOLÓGICO 2. 6 Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT – FEM-CUT/SP. O bom desempenho da indústria de eletroeletrônico no país tem na popularização dos produtos do setor puxados, principalmente, pelas políticas recentes de distribuição e valorização da renda, geração de emprego e também da melhoria na oferta e nas condições das linhas de crédito, em especial para a população de baixa renda, seu principal motivo. O gráfico abaixo ilustra de forma eficaz a expansão do consumo desses produtos entre 2003 e 2009, com destaque para: se no primeiro ano da série 90% dos domicílios possuíam televisores, em 2009 o percentual passou para 95,7; 38,5% dos domicílios contavam com ao menos um telefone celular, já em 2009 esse número atingiu 78,5%; no último da série 93,4% dos domicílios possuíam geladeira, ao passo que em 2003 o total era de 87,3%; e para as máquinas de lavar roupas, isto é, no período analisado passou de 34,3% para 44,3% o total de domicílios que contavam com esse utensílio. GRÁFICO 1 Percentual de domicílios que contam com bens do setor de eletroeletrônico, itens selecionados Brasil, 2003 a 2009 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 2003 telefone celular 2004 televisão 2005 rádio 2006 fogão 2007 geladeira freezer 2008 2009 máquina de lavar roupas Fonte: IBGE. Pnad. Elaboração: DIEESE Nota (1) foram considerados os domicílios em que ao menos um morador declarou possuir telefone celular. Obs.: Até 2003, exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Outro fator de grande impacto no desempenho do setor de eletroeletrônico é a inclusão, nos últimos anos, de 14,3 milhões de pessoas no serviço de fornecimento de energia elétrica por meio do Programa Luz para Todos, conforme apresentado no gráfico abaixo. 7 GRÁFICO 2 Percentual de domicílios com fornecimento de energia elétrica Brasil, 2003 a 2009 99,5 98,9 99,0 98,6 98,5 98,2 98,0 97,7 97,5 97,2 97,0 96,8 2003 2004 97,0 96,5 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: IBGE. Pnad. Elaboração: DIEESE Nota (1) foram considerados os domicílios em que ao menos um morador declarou possuir telefone celular. Obs.: Até 2003, exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. 3.1 Balança Comercial da Linha Branca O levantamento toma por base 33 produtos da cesta de importações existentes nos códigos de descrição NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). Compõem estes produtos: refrigeradores, condicionadores de ar, lavadoras de roupa, freezers, secadoras, aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar louça, fornos de micro-ondas, fogões, coifas e depuradores de água, além dos produtos não acabados tais como: motocompressores herméticos, partes e componentes desses produtos. A balança comercial do segmento da Linha Branca no período de 2008-2011 revela um deslocamento da sua estrutura. Neste intervalo as exportações retraíram de US$ 600 milhões para US$ 378,1 milhões, queda de 37%, enquanto as importações saltaram de US$ 475,8 milhões para US$ 810,2 milhões, variação de 70,3%. Como resultado destas mudanças, a balança comercial do segmento (diferença entre as exportações e importações) saiu de um saldo de US$ 124,3 milhões para um déficit de US$ 432,1 milhões. 8 2008 810,24 -451,71 -74,32 2009 Exportações -432,12 378,12 414,06 476,48 124,27 402,15 475,75 600,02 865,77 GRÁFICO 3 Balança Comercial do segmento de Linha Branca (em US$ milhões) Brasil, 2008 a 2011 2010 Importações 2011 Saldo Fonte: MDIC – Alice Web. Elaboração: Subseções DIEESE CNM/CUT – FEM-CUT/SP - SMABC Quando desagregada a informação anterior entre produtos acabados e partes e acessórios percebe-se com mais detalhe o processo em curso. As importações de produtos acabados cresceram 81,3%, passando de US$ 388,4 milhões em 2008 para US$ 704,2 milhões em 2011, ao passo que as exportações se reduziram entre 2008 e 2011 de US$ 526,1 milhões para US$ 323,7 milhões respectivamente. 9 GRÁFICO 4 Balança comercial de produtos acabados de Linha Branca (em milhões de US$) Brasil, 2008 a 2011 784,6 704,2 800,0 600,0 526,1 388,4 400,0 403,3 363,7 356,5 323,7 137,7 200,0 (200,0) 2009 (46,8) 2008 2010 (400,0) 2011 (421,0) (380,5) (600,0) Exportações Importações Saldo Fonte: MDIC – Alice Web. Elaboração: Subseções DIEESE CNM/CUT – FEM-CUT/SP - SMABC Já as importações das partes e acessórios que chegam ao país para serem utilizadas por empresas produtoras de eletrodomésticos da Linha Branca entre 2008 e 2011 cresceram 21,4%, passando de US$ 87,3 milhões em 2008, para US$ 106,0 milhões em 2011, enquanto as exportações de componentes reduziram 26,4%, caindo de US$ 73,9 milhões em 2008 para US$ 54,4 milhões em 2011. GRÁFICO 5 Balança comercial de partes e peças do segmento de Linha Branca (em milhões de US$) Brasil, 2008 a 2011 106,0 120,0 100,0 80,0 87,3 73,9 81,1 73,1 54,4 50,4 45,6 60,0 40,0 20,0 (20,0) 2008 (13,4) 2009 (40,0) 2010 (27,5) 2011 (30,7) (60,0) (51,6) Exportações Importações Fonte: MDIC – Alice Web. Elaboração: Subseções DIEESE CNM/CUT – FEM-CUT/SP - SMABC 10 Saldo No que se refere a origem das importações, a Ásia é responsável por grande parte dos produtos da Linha Branca que o Brasil importa. Apenas a China envia ao Brasil mais da metade (51,24%) das importações do total. A União Européia é responsável por 17,1%, seguida pelo EUA com 9,7%. Para esta análise foram considerados tanto produtos acabados quanto partes e peças. GRÁFICO 6 Origem das importações de partes e peças do segmento de Linha Branca Brasil, 2011 Fonte: MDIC – Alice Web. Elaboração: Subseções DIEESE CNM/CUT – FEM-CUT/SP - SMABC O gráfico a seguir evidencia a distância entre o crescimento da produção de itens da Linha Branca em território nacional em comparação com o avanço das importações de peças e compressores do mesmo segmento. Ao passo que a produção cresceu 63,1% nos últimos 10 anos a importação de peças em geral para a montagem de produtos da Linha Branca cresceu 658,6% (passando de US$ 28,6 milhões em 2002 para US$ 217,6 milhões em 2011). 11 GRÁFICO 7 Variação da produção da Linha Branca e da importação de peças e partes da Linha Branca Brasil, 2002 a 2011 800,0 758,6 700,0 600,0 500,0 400,0 300,0 163,1 200,0 100,0 0,0 2002 2003 2004 2005 2006 Índice Médio de Produção Linha Branca 2007 2008 2009 2010 2011 Índice Importação Peças - Geral - US$ Fonte: MDIC – Alice Web. IBGE – PIM. Elaboração: Subseções DIEESE CNM/CUT – FEM-CUT/SP – SMABC – Sind. Metalúrgicos de Sorocaba. Obs.: para a PIM-IBGE (Pesquisa Industrial Mensal) são considerados os seguintes produtos da Linha Branca: fogões de cozinha para uso doméstico; máquinas de lavar ou secar roupa, de uso doméstico; partes e peças de refrigeradores e congeladores para uso doméstico; refrigeradores ou congeladores para uso doméstico. É possível afirmar que o atual cenário aponta para um processo que pode influenciar negativamente o segmento da Linha Branca no Brasil. A tendência de crescimento das importações do setor pode comprometer seu desenvolvimento nos próximos anos, deste modo, é importante a adoção de medidas que garantam a competitividade da indústria nacional frente ao produto importado, garantindo a manutenção e geração de empregos de qualidade no território nacional. A redução do IPI para a Linha Branca poderia ter sido uma ferramenta viável para transformar essa realidade, ou seja, se a medida incluísse ao menos contrapartidas de maior nacionalização dos produtos da Linha Branca, certamente os empregos seriam preservados e a indústria nacional beneficiada. 12 4. PERFIL DOS TRABALHADORES DO SETOR DE ELETROELETRÔNICO5 MAPA 1 Distribuição geográfica dos trabalhadores do setor eletroeletrônico Brasil, 2010 FONTE: RAIS/MTE 2009 e CAGED/MTE dezembro de 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT – FEM-CUT/SP. O número de trabalhadores desse setor é estimado em 421 mil, distribuídos por aproximadamente 9.800 estabelecimentos. Do total de trabalhadores, 66,7% possuem ocupações em áreas manuais, 13,4% em áreas administrativas, 10,1% em ocupações de nível técnico (médio e superior) e, finalmente, 3,5% em áreas de apoio; • 37,6% dos trabalhadores estão concentrados em empresas de grande porte, 31,8% em empresas de médio porte e 30,6% em empresas de pequeno porte; • A jornada média contratual dos trabalhadores do setor eletroeletrônico é de 43,5 horas semanais; 5 As classes da CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) adotadas para o setor de Eletroeletrônicos, Linha Branca e Compressores encontram-se no ANEXO METODOLÓGICO 1. 13 • A média do tempo de casa no atual emprego é de 1 a 2 anos para 16,7% dos trabalhadores, de 5 a 10 anos para 20,9% e de 6 meses a 1 ano para 25,3% dos trabalhadores; • 58,7% dos trabalhadores do setor possuem o segundo grau completo, 12,5% possuem ensino superior completo e 8,7% possuem ensino fundamental completo; • A maior freqüência de trabalhadores do setor é da faixa etária de 30 a 39 anos (30,1%); até 24 anos, somam 24,2% e de 25 a 29 anos, 23%; • As mulheres representam 34,4% do total de trabalhadores do setor e sua remuneração é 36,7% menor em relação à dos homens; A evolução do número de trabalhadores do setor eletroeletrônico passou por profundas mudanças nos últimos 15 anos. Com exceção do ano de 2000, que apresentou um crescimento no número de empregos, a regra geral foi a queda do número de postos de trabalho de 1996 a 2002, quando 44% dos postos de trabalho do setor foram eliminados. A partir de 2003 o setor voltou a se recuperar o nível de emprego. Em 2006, foi observada nova queda, assim como em 2009, resultante da crise internacional. Desde então, verifica-se um crescimento anual. Entretanto, apesar de o setor ter recuperado 53,6% de seu emprego após dezembro de 2002, ainda existe uma grande distância para os números observados durante a década de 90, ou seja, são 14,3% inferior a 1996 (ver gráfico a seguir). GRÁFICO 8 Evolução do Emprego no setor eletroeletrônico (mil. trab) Brasil, 1996 a 2011 600 500 491 475 446 419 452 404 400 322 300 346 274 282 295 357 398 421 356 326 200 100 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 FONTE: RAIS/MTE 2010 e CAGED/MTE dezembro de 2011. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT – FEM-CUT/SP. 14 4.1 Perfil dos Trabalhadores do Segmento de Linha Branca O número de trabalhadores desse segmento é estimado em 38,5 mil, empregados em aproximadamente 230 estabelecimentos. Do total de trabalhadores, 73,7% possuem ocupações em áreas manuais, 15,5% em áreas administrativas, 9,9% em ocupações de nível técnico (médio e superior) e 0,9% em áreas de apoio; • Um total de 79,9% dos trabalhadores está concentrado em empresas de grande porte, 14,6% trabalham em empresas de médio porte e 5,6% em empresas de pequeno porte; • A jornada média de trabalho contratada no segmento de Linha Branca é de 43 horas semanais; • O tempo médio de casa no atual emprego é de 1 a 2 anos para 25,6% dos trabalhadores e de 5 a 10 anos para 20,9%. Cerca de 13% dos trabalhadores tem entre 6 meses e 1 ano de trabalho no mesmo emprego; • 63,8% dos trabalhadores do setor possuem o segundo grau completo, 12,3% possuem ensino superior completo e outros 8,3% concluíram o ensino fundamental; • A maior parcela de trabalhadores no setor tem de 30 a 39 anos (32,3%); até 24 anos conta-se 22,4% e de 25 a 29 anos, 23,4%; • As mulheres representam 28% do total de trabalhadores do setor e sua remuneração é é 25% inferior a dos homens. 4.2 Perfil dos Trabalhadores do Segmento de Compressores6 O número de trabalhadores desse segmento é estimado em 12,2 mil, alocados em mais de 70 estabelecimentos industriais. Deste total de trabalhadores, 72% possuem ocupações em áreas manuais, 11,5% em áreas administrativas e 10,6% em atividades de nível técnico (médio e superior). Cerca de, 0,7% trabalham em áreas de apoio; • 86,2% dos trabalhadores estão concentrados em empresas de grande porte, 7,4% em empresas de pequeno porte, e, a menor parcela, ou 6,4% deles, em empresas de médio porte.; • A jornada média contratual dos trabalhadores no segmento de compressores é de 43,8 horas semanais; 6 O segmento de produção de compressores não pertence ao setor de eletroeletrônico, mas sim ao setor de máquinas e equipamentos (bens de capital). Este produto foi considerado nesta cartilha por pertencer a um setor que está na cadeia produtiva da Linha Branca, assim como de outros segmentos. Ver ANEXO METODOLÓGICO 1. 15 • O tempo médio de trabalho no atual emprego é de 5 a 10 anos para 53,9% dos trabalhadores, de 2 a 4 anos para 16,9% e de 3 meses a 1 ano para 18% dos trabalhadores do segmento; • 33,7% dos trabalhadores do setor possuem o segundo grau completo e 15,5% possuem ensino superior completo. Um terço dos trabalhadores concluíram o ensino fundamental; • A maior freqüência de trabalhadores do setor tem entre 30 e 39 anos de idade (32,5%); 24,7% tem de 40 a 49 anos e 19,1%, de 25 a 29 anos; • As mulheres totalizam 14,7% dos trabalhadores do segmento, contudo possuem rendimentos 21% menores que os dos homens. 4.3 Evolução do Emprego no setor eletroeletrônico e nos segmentos da Linha Branca e de Compressores Considerando o ano de 2006 como ponto de partida para uma comparação do comportamento do emprego, observa-se que nos últimos cinco anos a base total de trabalhadores no setor de eletroeletrônico cresceu 29,3%. Porém, a expansão na Linha Branca foi de 45,7% de crescimento. Já o segmento de compressores, parcela do setor de eletroeletrônico que mais sofre com as importações, encolheu 3,4%. Tal constatação nos leva a entender que para o setor ocupar mais trabalhadores, tanto direta quanto indiretamente, o país necessita de uma política sólida e criteriosa de substituição das importações. GRÁFICO 9 Evolução do Emprego no setor eletroeletrônico e nos segmentos da Linha Branca e de Compressores (dez/2006=100) Brasil, 2006 a 2011 16 150,0 145,7 140,0 129,3 130,0 120,0 110,0 96,6 100,0 90,0 80,0 Eletroeletrônico Linha Branca Compressores 70,0 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 FONTE: RAIS/MTE 2010 e CAGED/MTE dezembro de 2011. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT – FEM-CUT/SP. 17 dez/10 dez/11 5. PROPOSTAS DOS METALÚRGICOS PARA O SETOR DE ELETROELETRÔNICO Considerando que: (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) o Brasil há nove anos passa por um momento de crescimento econômico e desenvolvimento social, apoiado na distribuição de renda; valorização dos salários; criação de empregos; mudanças no padrão de consumo das famílias, e que são nesses momentos que surgem as oportunidades de estruturarmos nossa economia e de superarmos limitações históricas de nossa indústria; com a situação econômica mundial, o país tem atraído montantes volumosos de investimentos por conta das medidas adotadas desde 2008 para contornar a crise instaurada; o cenário atual revela desempenho econômico positivo para o setor de eletroeletrônico, apesar das dificuldades enfrentadas pelos produtores e trabalhadores de alguns produtos específicos no que se refere ao comércio exterior, parte deles pertencentes à Linha Branca; o Brasil é um mercado significativo não apenas de produtos eletrônicos em geral, mas principalmente de eletrônicos de consumo, além de possuir uma produção relevante na Linha Branca e de TV & Vídeo; o nosso país não possuí empresas de ponta nos segmentos intensivos e semiintensivos em tecnologia no setor de eletroeletrônico; em agosto de 2011 foi lançado O Programa Brasil Maior e um dos setores alvo é o setor de eletroeletrônico. Os metalúrgicos apresentam suas propostas para a valorização setorial com a preocupação na manutenção dos postos de trabalhos hoje existentes e na geração de emprego com qualidade, conforme segue. 5.1 Propostas amplas para o setor como um todo (setores de telecomunicações, bens eletrônicos de consumo, informática e automação industrial) i. ii. Elaboração do conceito de “produto nacional eletroeletrônico”: esta iniciativa servirá de referência e parâmetro de comparação na busca de metas de nacionalização e consignação de empréstimos, financiamentos e reduções tributárias; Fiscalização e certificação de produtos importados: verificação da conformidade com as normas nacionais na busca de barrar a importação e comercialização de produtos de empresas que possam utilizar-se de materiais incompatíveis com o padrão brasileiro para promover uma concorrência desleal; 18 iii. iv. v. vi. vii. viii. ix. Políticas regionais e estaduais de desenvolvimento industrial: as dimensões continentais do país e as fortes desigualdades regionais impõem a necessidade de ações descentralizadas de desenvolvimento industrial, articuladas a uma política industrial única para todo o País; Projeto de substituição das importações de produtos acabados, componentes, partes e peças empregadas no complexo, com o objetivo de valorizar a geração de emprego no setor e na cadeia produtiva; Criação de novos instrumentos de apoio e fomento à pesquisa, desenvolvimento, engenharia e design no setor, com a capacitação de técnicos brasileiros e com investimento em formação para os trabalhadores; Políticas de fomento, principalmente quando implementadas por meio de concessão de incentivos fiscais, devem refletir critérios estratégicos de desenvolvimento econômico e social, além de assegurar que contrapartidas e requisitos de desempenho sejam observados e monitorados; Financiamento e linhas de crédito, tanto para a expansão e modernização de plantas já existentes como para implantação de novas unidades industriais, com a geração de empregos locais e desenvolvimento tecnológico sem que o incentivo ocasione o fechamento de plantas das empresas beneficiadas nas demais localidades; Incentivo do desenvolvimento da indústria de componentes eletrônicos genéricos que são fabricados para serem utilizados em vários tipos e modelos de produtos, proporcionando especialização, inovação e atração de empresas da cadeia produtiva; e Prioridade nas compras do governo: reforçar o poder de compra das três esferas de Governo (federal, estadual e municipal) por meio da priorização de compra de produtos 100% nacionais. 5.2 Propostas específicas para a Linha Branca x. xi. Prioridade nas compras do governo: reforçar o poder de compra das três esferas de Governo (federal, estadual e municipal) por meio da priorização de compra de produtos da Linha Branca 100% e que cumpram com exigências de alta eficiência energética e que não emitam gases de refrigeração e de expansão de espuma nocivos ao meio ambiente nacionais; Política nacional de crédito para aquisição de produtos da Linha Branca: linhas de crédito para substituição e aquisição de bens da Linha Branca (refrigeradores, freezers verticais e horizontais, condicionadores de ar, lavadoras de louça, lavadora de roupas, secadoras, fornos de microondas, fogões, coifas e exaustores) com o foco em produtos 100% nacionais e que cumpram com exigências de alta eficiência energética e que não emitam gases de refrigeração e de expansão de espuma nocivos ao meio ambiente; e 19 xii. Inclusão de eletrodomésticos da Linha Branca no Programa Minha Casa Minha Vida: disponibilizar linhas de crédito para que os beneficiados do Programa tenham a opção de incluir no financiamento da casa própria a compra de geladeiras, fogões, freezers e máquinas de lavar roupas, 100% nacionais, e que cumpram com exigências de alta eficiência energética e que não emitam gases de refrigeração e de expansão de espuma nocivos ao meio ambiente. 5.3 Implantação do Código de Conduta Social para as empresas do ramo metalúrgico Os trabalhadores metalúrgicos consideram ainda de fundamental necessidade a implantação de um Código de Conduta Social para as empresas do ramo metalúrgico, que possibilitará garantir direitos mínimos nacionalmente, padronizando condições de trabalho, ao mesmo tempo em que outras negociações por fábrica ou região privilegiarão discutir questões específicas: xiii. xiv. Política educacional: formação integral do indivíduo como prioridade e o resgate de sua cidadania; integração do conhecimento formal com o conhecimento aplicado no cotidiano do trabalho; qualificação do trabalhador brasileiro para enfrentar as mudanças organizacionais e tecnológicas no atual mundo globalizado; e Equiparação das condições de trabalho, saúde e meio ambiente das empresas multinacionais instaladas no país, com suas plantas no território brasileiro e em outras partes do mundo. 20 ANEXO METODOLÓGICO 1 Para efeito do acompanhamento do emprego apresentado nesta cartilha foram consideradas as seguintes classes da CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas): Setor Eletroeletrônico CLASSE 26108 Fabricação de componentes eletrônicos CLASSE 26213 Fabricação de equipamentos de informática CLASSE 26221 Fabricação de periféricos para equipamentos de informática CLASSE 26311 Fabricação de equipamentos transmissores de comunicação CLASSE 26329 Fabricação de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos de comunicação CLASSE 26400 Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo CLASSE 26515 Fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle CLASSE 26523 Fabricação de cronômetros e relógios CLASSE 26604 Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação CLASSE 26701 Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos CLASSE 26809 Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas CLASSE 27104 Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos CLASSE 27210 Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos automotores CLASSE 27228 Fabricação de baterias e acumuladores para veículos automotores CLASSE 27317 Fabricação de aparelhos e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica CLASSE 27325 Fabricação de material elétrico para instalações em circuito de consumo CLASSE 27333 Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados CLASSE 27406 Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação CLASSE 27511 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico CLASSE 27597 Fabricação de aparelhos eletrodomésticos não especificados anteriormente CLASSE 27902 Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente CLASSE 28241 Fabricação de aparelhos e equipamentos de ar condicionado CLASSE 33121 Manutenção e reparação de equipamentos eletrônicos e ópticos CLASSE 33139 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos elétricos CLASSE 27511 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico CLASSE 28241 Fabricação de aparelhos e equipamentos de ar condicionado CLASSE 28143 Fabricação de compressores Segmento da Linha branca Segmento de Compressores O segmento de produção de compressores não pertence ao setor de eletroeletrônico, mas sim ao setor de máquinas e equipamentos (bens de capital). Este produto foi considerado nesta cartilha por pertencer a um setor que está na cadeia produtiva da Linha Branca, assim como de outros segmentos. As bases de dados do Ministério do Trabalho e Emprego consideram as CNAEs declaradas pelas empresas. 21 ANEXO METODOLÓGICO 2 Para efeito do acompanhamento da balança comercial apresentado nesta cartilha foram considerados os seguintes NCM´s (Nomenclatura Comum do MERCOSUL): Código NCM 73211200 73218100 73219000 84151011 84151019 84151090 84181000 84182100 84182900 84183000 84184000 84185010 84185090 84189900 84211210 84211290 84221100 84501100 84501200 84501900 84502090 84509010 84509090 84512100 85165000 84146000 84211990 84212100 84213990 84219110 84229010 84519010 Descrição NCM 85166000 APARELHOS P/COZINHAR/AQUECER,DE FERRO,ETC.COMBUSTIV.LIQ OUTROS AQUECEDORES,ETC.DE FERRO/ACO,A GAS/OUTS.COMBUST. PARTES DE APARELHOS P/COZINHAR,ETC.DE FERRO/ACO,N/ELETR APARS.AR CONDIC."SPLIT SYSTEM",C<=30000FRIG/H,P/JANELAS OUTS.APARS.DE AR CONDICION.CAP<=30000 FRIG/H,P/JANELAS OUTROS APARELHOS DE AR CONDICIONADO,P/JANELAS,ETC. REFRIGERADORES COMBIN.C/CONGELADORES,PORTA EXT.SEPARADA REFRIGERADORES DE COMPRESSAO,DE USO DOMESTICO OUTROS REFRIGERADORES DE USO DOMESTICO CONGELADORES (FREEZERS) TIPO COFRE,CAPACIDADE<=800L CONGELADORES (FREEZERS) TIPO ARMARIO,CAPACIDADE<=900L OUTROS CONGELADORES ("FREEZERS") OUTS.REFRIGERADORES,VITRINAS,BALCOES,ETC.P/PROD.DE FRIO OUTRAS PARTES DE REFRIGERADORES,CONGELADORES,ETC. SECADOR DE ROUPA,CENTRIFUGO,CAP.DE ROUPA SECA<=6KG OUTROS SECADORES DE ROUPA,CENTRIFUGOS MAQUINAS DE LAVAR LOUCA,DO TIPO DOMESTICO MAQUINAS DE LAVAR ROUPA,CAP<=10KG,INTEIRAMENTE AUTOMAT. MAQS.DE LAVAR ROUPA,CAP<=10KG,C/SECAD.CENTRIFUGO INCORP OUTS.MAQUINAS DE LAVAR ROUPA,CAPAC<=10KG DE ROUPA SECA OUTS.MAQUINAS DE LAVAR ROUPA,CAPACID>10KG DE ROUPA SECA PARTES DE MAQS.DE LAVAR ROUPA,CAP>10KG DE ROUPA SECA PARTES DE MAQS.DE LAVAR ROUPA,CAP<=10KG DE ROUPA SECA MAQUINAS P/SECAR ROUPA,CAPACIDADE<=10KG DE ROUPA SECA FORNOS DE MICROONDAS,USO DOMESTICO COIFAS COM DIMENSÃO HORIZONTAL MÁXIMA NÃO SUPERIOR A 120CM CENTRIFUGADORES PARA USO DOMÉSTICO APARELHOS PARA FILTRAR OU DEPURAR ÁGUA OUTROS FILTROS PARTES DE SECADORES DE ROUPA PARTES DE MÁQUINAS DE LAVAR LOUÇAS, DE USO DOMÉSTICO PARTES PARA AS MÁQUINAS DE SECAR OUTROS FORNOS; FOGÕES DE COZINHA, FOGAREIROS (INCLUINDO AS CHAPAS D COCÇÃO), GRELHAS E ASSADEIRAS 84143011 MOTOCOMPRESSOR HERMETICO,CAPACIDADE<4700 FRIGORIAS/HORA 22 FICHA BIBLIOGRÁFICA Título: A INDÚSTRIA DA LINHA BRANCA NO BRASIL - Diagnóstico e Propostas dos Metalúrgicos Elaboração: Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT- CNM/CUT e Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP - FEM-CUT/SP Resumo: Texto que apresenta um diagnóstico e as propostas dos Metalúrgicos da CUT para o segmento de Linha Branca no Brasil Palavras-chave: Eletroeletrônico; Linha Branca; Importações; Comércio Exterior; Política Industrial Diretório: Equipe técnica responsável: Alessandra Cadamuro – Supervisora do Escritório Regional do DIEESE no Estado do Amazonas André Cardoso – Subseção DIEESE FEM-CUT/SP Fausto Augusto Júnior - Subseção DIEESE Sind. Metalúrgicos do ABC Fernando Lima – Subseção DIEESE Sind. Metalúrgicos de Sorocaba Hamilton Feitosa Lacerda – Assessor da Presidência da CNM/CUT Rafael Serrao – Subseção DIEESE CNM/CUT Warley Batista Soares - Subseção DIEESE Sind. Metalúrgicos do ABC Zeíra Mara Camargo de Santana - Subseção DIEESE Sind. Metalúrgicos do ABC Revisão de texto: Mara Grabert – Jornalista da CNM/CUT 23